UROANÁLISE
ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS
Exame de urina - Rica fonte de informação
URINÁLISE
HISTÓRICO
 Introduzida na prática clínica em Paris
no ano
 de 1837 por François Rayer e Eugene N.
 Vigla.
 Thomas Addis – 1920
 Fairley e Birch – 1982 (microscopia de
fase

EAS ( Elementos Anormais e Sedimento)
Coleta da urina
 Avaliação da amostra
 Análise física
 Análise química
 Análise microscópica do sedimento

Formação da urina

A urina é formada continuamente pelos rins,
trata-se, na realidade, de um ultrafiltrado do
plasma, a partir do qual foram reabsorvidos
glicose, aminoácidos, água e outras substâncias
essências ao metabolismo do organismo. E um
processo
fisiológico
através
do
qual
aproximadamente 170.000ml de plasma filtrado
são convertidos a um débito urinário diário
médio de 1.200ml.
ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO
-SISTEMA EXCRETOR-
As atividades orgânicas resultam na decomposição das proteínas, lipídios e
carboidratos, acompanhada de liberação de energia e formação de produtos
que devem ser eliminados para o meio exterior.


·

·

RIM unidade funcional : Néfron
GLOMÉRULO – ultrafiltro – Filtração
TÚBULOS – conduto – reabsorção e secreção.
URETERES Transporte da urina
BEXIGA OU VESÍCULA URINÁRIA Reservatório
URETRATransporte da urina para o exterior.
Varia com o sexo.
ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO
TÓPICOS PARA DISCUSSÃO:
O sistema urinário – morfofisiologia.
O que é urina?
Como é formada a urina?
Fatores que interferem na produção e excreção de urina.
Coleta de amostras para EAS, 24 horas.
UROANÁLISE
Definição:
É o setor laboratorial responsável pela
análise físico-química e microscópica de
amostra urinária.

Orientação de coleta de urina para
EAS:
 Higiene
 Primeira urina da manhã
 Despreza-se o primeiro jato
 Utilizar um frasco limpo, disponível
comercialmente ou entregue pelo laboratório
 Entrega ao laboratório rápida
 Coleta em crianças: seguir regras de higiene e
utilizar o coletor apropriado
Coloração

Semiologia da urina: volume, cor, aspecto,
pH, densidade, cor da espuma, odor

Varia,desde a quase ausência de cor até o
negro, que é devido ao pigmento urocromo:
COLORAÇÃO NORMAL - Amarelo citrino,
amarelo claro, amarelo, amarelo escuro e
âmbar.
COLORAÇÃO ANORMAL - Amarelo escuro,
âmbar, laranja, amarelo esverdeada, marrom
amarelada, rosada,vermelha, marrom, preta.


ASPECTO
Significado clínico do pH
urinário
Acidose respiratória ou metabólica
 Alcalose respiratória ou metabólica
 Anormalidades na secreção e
reabsorção e bases pelos túbulos renais
 Precipitação de cristais e formação de
cálculos

Volume








Oligúria - redução do volume diário normal. Ex. vômito,
diarréia, transpiração, queimadura. De menos de 500 ml /24h
 Anúria - retenção do fluxo de urina
 nictúria - aumento da excreção noturno

Poliúria aumento do volume diário. De mais de
2000ml/24h. Ex. diabetes melito, uso de medicamento, cafeína
ou álcool.
 Disúria - micção dolorosa. Ex. : cristais, prostatites
 Polaquiúria – aumento da freqüência das micções
 Incontinência – se designa como enurese e é característica
das crianças e idosos.
Significado clínico da densidade
urinária
Estado de hidratação do paciente
 Incapacidade de concentração pelos
túbulos renais
 Diabetes insípido adH
 Determinação da inadequação da amostra
por baixa concentração

Tiras reativas
São tiras plásticas às quais estão fixas
separadamente várias áreas reagentes.
Os resultados das análise podem proporcionar
informações referentes aos estados do metabolismo dos
carboidratos, função hepática e renal, ao equilíbrio
ácido - base e a infecção urinária
.
TIRAS PARA URINA (QUÍMICA SÊCA)
AUTOMAÇÃO TORNA UROANÁLISE MAIS CONFIÁVEL
Acaba de chegar ao mercado brasileiro um aparelho que analisa
automaticamente a urina por meio de imagens. O iQ200, comercializado no
Brasil pela REM Indústria e Comércio, garante um resultado padronizado e
preciso em uroanálise.

Tiras
Reativas
Valores de sensibilidade das tiras reagentes

Glicose
Bilirrubina
>170mg/ dl
0,4 - 0,8 mg/ dl

Cetona
5 - 10 mg/ dl

Sangue

Proteína

Nitrito


0,015 - 0,062
mg/dl hemoglobina
15 - 30 mg/ dl
albumina
0,06 - 0,1 mg/ dl
Leucócitos
5 - 15 células /
campo
Tiras Reativas

Tempo de leitura das tiras
 Glicose - leia - se aos 30 segundos
 - Bilirrubina - leia - se aos 30 segundos
 - Corpos cetônicos - leia - se 40 segundos
 - Densidade - leia - se 40 segundos
 - Sangue - leia - se aos 60 segundos
 - pH - leia - se aos 60 segundos
 - Proteína - leia - se aos 60 segundos ou imediatamente após a
imersão da tira.
 - Urobilinogênio - leia - se aos 60 segundos
 - Nitrito - leia - se aos 60 segundos

- Leucócitos - leia - se aos 2 minutos
Significado clínico da glicose
urinária
Diabetes
 Reabsorção tubular deficiente
 Lesões do sistema nervoso central
 Distúrbios da tireóide
 Gravidez com possível diabetes

Reativo de benedict
Glicose
Resultado em cruzes
 - traços
- 100
mg/dl

+
- 250mg/dl

++
- 300mg/dl

+++
- 500 mg/dl

++++ - 1000 mg/dl

Proteínas

A proteinúna pode ser classificada em quatro
categorias:


pré-renal,
glomerular,

tubular e

pós-renal.
Proteinúria
Lesão da membrana glomerular,
 Reabsorção tubular deficiente,
 Mieloma múltiplo,
 Proteinúría ortostática,
 Pré-eclampsia,
 Doenças renais decorrentes do diabetes

Proteínas






normal
traços ( 30 mg/dl a 75 mg/dl )
traços leves ( 10 mg/dl a 30 mg/dl)
presença (+) (100 mg/dl)
presença (++) (150 mg/dl)
presença (+++) (>150 mg/dl)
Acetona
A cetose pode ser encontrada em
condições associadas com diminuição da
ingestão de carboidratos (diabetes
mellitus), distúrbios digestivos, eclâmpsia,
dietas desbalanceadas, vómitos e
diarréias.

Acetona :




ausência
presença (+)
presença (++)
presença (+++)
Nitrito


Este é um método indireto para a detecção de
bactérias na urina. Muitas bactérias produzem
uma enzima denominada redutase, que tem a
capacidade de reduzir os nitratos urinário a
nitritos.
A sensibilidade do teste do nitrito versus a da
cultura de urina quantitativa é de apenas cerca
de 50 % (faixa: 35 - 69 %).
Significado clínico da presença
de nitrito
Cistite
 Pielonefrite
 Avaliação da terapia com antibióticos
 Monitoração de pacientes com alto risco
de infecção do trato urinário
 Seleção de amostras para cultura.

Bilirrubina:

Está aumentada nas condições onde a
bilirrubina conjugada aumenta no soro. As
pesquisas de bilirrubina e de
urobilinogënio urinários são úteis no
diagnóstico diferencial das icterícias
Bilirrubina:




ausência
presença +
presença ++
presença +++
Significado clínico da
presença de bilirrubinúria
Hepatite
 Cirrose
 Outras doenças hepáticas
 Obstrução biliar

Urobilinogênio
Observa-se elevação da quantidade de
urobilinogènio na urina nas hepatopatias, nos
distúrbios
hemolítícos.
A
auséncia
de
urobilinogênio na urina e nas fezes significa
obstrução do ducto biliar, que impede a
passagem normal de bilirrubina para o intestino.
Sensibilidade a partir de 0,4mg/dl. Medicamentos
que coram de vermelho a urina podem interferir
na reação.

Urobilinogênio




Normal
presença +
presença ++
presença +++
Significado clínico da presença
de urobilinogênio
Detecção precoce de doenças hepáticas
 Distúrbios hemolíticos

Sangue - Hemoglobina

Hemoglobinúria indica a presença de
hemoglobina na urina. A hemoglobinúria pode
ocorrer como resultado da lise de hemácias,
produzida no trato urinário, ou pode ser causada
por hemólise intravascular e conseqüente
filtração de hemoglobinas através dos
glomérulos. A verdadeira hemoglobinúria, ou
seja, hemoglobina livre passando diretamente o
glomérulo para o ultrafiltrado é pouco comum.
Hemoglobina





ausência
vestígios
presença +
presença ++
presença +++
Significado clínico da presença
de sangue na urina

Hematúria
Cálculos renais
 Glomerulonefrite
 Pielonefrite
 Tumores
 Trauma
 Exposição a produtos ou drogas tóxicas
 Exercício físicos intenso

Significado clínico da cetona
urinária
Acidose diabética
 Controle da dosagem de insulina
 Carência alimentar
 Perda excessiva de carboidratos

Significado clínico da presença
de nitrito
Cistite
 Pielonefrite
 Avaliação da terapia com antibióticos
 Monitoração de pacientes com alto risco
de infecção do trato urinário
 Seleção de amostras para cultura.

Significado clínico da
presença de bilirrubinúria
Hepatite
 Cirrose
 Outras doenças hepáticas

Significado clínico da presença
de sangue na urina

Hemoglobinúria
Reações transfusionais
 Anemia hemolítica

COMO SE EXPLICA A HEMOGLOBINÚRIA SEM
HEMATÚRIA EM UM PACIENTE?
Valores de Referência









- Urobilinogênio: Normal
- Proteinas: Ausente.
- pH: 5.0 a 7.0
- Cetona: Ausência
- Bilirrubina: Ausência
- Glicose: Ausência
- Densidade: 1005 a 1020
- Nitrito : Ausente
- Hemoglobina: Ausente
SEDIMENTOSCOPIA:
-Células,
-Leucócitos/Piócitos,
-Hemácias,
-Cristais,
-Flora bacteriana.
UROANÁLISE
ELEMENTOS PARA AVALIAR FUNÇÃO RENAL
CREATININA
A creatinina é um refugo da creatina fosfato, um produto que é
armazenado nos músculos e usado para produzir energia. A
creatinina é excretada pelo rim. Quando a função renal está
prejudicada, a creatinina sanguínea aumenta.
URÉIA
Em mamíferos o excesso de aminoácidos é convertido em uréia e
excretado pelo rim. A concentração de uréia é influenciada pela
quantidade de proteína degradada, dieta, hormônios e função renal.
Por isso a uréia não é tão bom indicador da função renal quanto a
creatinina.
ÁCIDO ÚRICO
O ácido úrico é formado pela degradação dos ácidos nucléicos e é
excretado pelos rins. Ele tem baixa solubilidade e tende a precipitar
como cristais de ácido úrico ou uratos. O ácido úrico pode também
se precipitar nos tecidos e articulações, por isso é muito comum
dosar o ácido úrico quando há uma suspeita de gota.
SEDIMENTO URINARIO
EXAME MICROSCÓPICO DA URINA
O exame microscópico do sedimento da urina é de
grandiosa valia, pois fornece informações muito úteis
no diagnóstico e tratamento do paciente:
Avaliar a presença ou evolução de infecções,
Traumas do trato urinário
Desordem metabólica.
CÉLULAS EPITELIAIS
Algumas células epiteliais encontradas no
sedimento urinário resultam da
descamação normal das células velhas,
enquanto outras representam lesão
epitelial por processos inflamatórios ou
doenças renais. Podem ser de transição,
escamosas e tubulares.
CÉLULAS EPITELIAIS DESCAMATIVAS
Hematúria
CÉLULAS TUBULARES RENAIS E HEMÁCIAS
ERITRÓCITOS
PIÚRIA
CILINDROS
Sua presença na urina indica
comprometimento dos
túbulos, dos quais
representam moldes.
FORMAÇÃO DE CILINDRO
Os pontos verdes
representam a
proteína Tann –
Horsfall secretada
pelas células
tubulares
TCP
Alça de Henle
TCD
CED TRATO MÉDIO +
CILINDRO HIALINO
Cilindro granuloso
Exibem granulação finas ou grossas
resultantes de alterações degenerativas
do epitélio tubular ou de pigmento
hemático alterado. Como manifestação
de lesão renal avançada, surgem nas
glomerulonefrites .

CILINDRO GRANULOSO
Cilindro celular ou Epitelial
Os cilindros epiteliais têm origem no
túbulo renal e resultam da descamação
das células que os revestem.
 São, muitas
vezes, observados em
conjunto com cilindros de hemácias e
leucócitos.

CILINDRO EPITELIAL
Cilindro Céreos


São quase patognomônicos da
glomerulonefrite crônica, nefrosclerose,
representando sempre sinal de gravidade.
Estágio avançado do cil.Hialino
CILINDRO CÉREO
Cilindro granuloso
Exibem granulação finas ou grossas
resultantes de alterações degenerativas
do epitélio tubular ou de pigmento
hemático alterado. Como manifestação
de lesão renal avançada, surgem nas
glomerulonefrites e nefroses.

CILINDRO GRANULOSO
Cilindro leucocitário

São constituídos quase inteiramente de
leucócitos,
piócitos e bactérias,
característicos da pielonefrite.
CILINDRO LEUCOCITÁRIO
Cilindro Hemático

Resultantes da aderência de hemácias
à superfície de cilindros hialinos,
refletem hemorragia glomerular e são
patognomônicos da glomerulonefrite
aguda.
FORMAÇÃO CILINDRO ERITROCÍTICO
TCP
Alça de Henle
TCD
Os pontos
vermelhos
representam
os
eritrócitos
que
atravessam
o glomérulo
lesado
CILINDRO ERITROCÍTICO
Leveduras
LEVEDURAS
Trichomonas vaginalis em
sedimento urinário
CRISTAIS
Os Cristais são formados pela
precipitação dos sais da urina,
submetidos a alterações de
pH, temperatura ou
concentração, o que afeta sua
solubilidade.
FOSFATOS AMORFOS

São de aspecto granuloso, amorfo e
incolores, podendo ser constituição
bicálcica ou tricálcica, surgindo em urinas
alcalinas, neutras e também fracamente
ácidas.
Uratos amorfos



São pequenos granulações incolores, amorfas,
podendo ser amarelas ou avermelhadas,
isoladas ou reunidas.
Apresentam - se como urato de Na, Mg, Ca.
Identificação: dissolvem pelo calor, precipitando
- se novamente ao esfriar - se solúveis em
solução de hidróxido de sódio e ácido clorídrico
concentrado
Fosfato amoníaco magnesiano
( fosfato triplo)

Aparecem após fermentação amoniacal
da uréia. São incolores, em forma de
prismas, mais comumente em forma de
tampa de ataúde.
CRISTAL FOSFATO TRIPLO
CRISTAL DE OXALATO DE CÁLCIO
Em sedimentoscopia urinária de uma amostra com pH
entre 5,0 e 6,0 pode se encontrar cristais de:
a) uratos amorfos e fosfato triplo c) ácido úrico e oxalato de cálcio
b) fosfato triplo e oxalato de cálcio


São incolores, brilhantes possuindo na
maioria das vezes forma característica,
assemelhando-se a um envelope. Aparecem
em forma de biscoito, esférulas, halteres, etc.
CRISTAL DE OXALATO DE CÁLCIO
CRISTAL DE ÁCIDO ÚRICO
CRISTAIS DE URINA ÁCIDA (ÁC. ÚRICO)
CÁLCULO DE OXALATO
CÁLCULO DE FOSFATO (BEXIGA)
OUTROS EQUIPAMENTOS
“
O exame laboratorial deve ser
utilizado sempre como apoio ao
diagnóstico, mas a clínica do paciente
e a propedêutica do profissional
devem ser as chaves – mestras ”
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UROANÁLISE ESPECIALIZAÇÃO EM ANÁLISES CLÍNICAS PROF