ESTADO DO ESPÍRITO SANTO PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARAPARI EMEF “Cândida Soares Machado” Rua Vilas Boas s/nº, Bairro Nossa Senhora da Conceição E-mail: [email protected] Tel.: (27) 3361-5507/ 9804-6995(Vander) ROTEIRO DA JHULIANA e JULIA 6° D “OS MISERÁVEIS” Roteiro para curta metragem Duração: 3 minutos Monólogo CENA I A cena começa com uma menina andando de bicicleta no calçadão da Praia do Morro, ela anda de forma excessivamente sorridente, cantarolando uma canção qualquer, a alegria é tanto que ela não sabe se ri ou canta. No momento em que ela caminha se distrai e um mendigo atravessa a ciclovia sem prestar atenção nas bicicletas. Sem querer a menina o atropela. A menina cai para um lado e o mendigo para o outro lado, ela vendo que machucou de leve o homem se desespera. Coloca a mão na cabeça e se dirige para as pessoas que transitam pelo calçadão. Mas ao perceberem que são chamados pela menina para estarem ajudando um mendigo eles se afastam. Amanda: (se dirigindo a pessoas que caminham pelo calçadão), por favor, moço me ajuda, machuquei o moço. (As pessoas se afastam, alguns sérios e outros rindo). José Mendigo: (se dirigindo a Mariana) Menina, ei menina. Não se preocupe, estou bem. Já passei por dificuldades bem pior que esse arranhão. O homem se arrasta para o calçadão, e caminha para um banco de praça. Ajuda a menina a levantar a bicicleta, ele se senta lentamente e limpa de leve sua ferida. A menina comovida se senta ao lado do homem. Olha fixamente nos olhos do andarilho e lamenta. Amanda: Moço, por favor, me perdoa. Não tive a intenção de te machucar. Não vi o senhor passar na frente. José Mendigo: Não se preocupe minha filha, estou acostumado com as angustia do dia a dia. Amanda: Olá moço meu nome é Amanda. Qual é o seu nome? José Mendigo: José minha cara, como o pai de Jesus, mas não sou carpinteiro, já construí algumas coisas, mas como todo homem imprudente, cometi muitos erros. E você minha jovem por que presta atenção nesse pobre mendigo? Amanda: ora moço, que te machuquei sem querer, quero te ajudar, vem vou te levar ao médico, suba em minha bicicletinha que te levo. O homem solta um singelo sorriso, aquele sorriso que mistura surpresa e encanto. Ele olha para a menina que o pega pelo dedo e o tenta levantar. José Mendigo: não minha querida é apenas um arranhão, mas muito obrigado por te se importado comigo. Nem sinto mais. São tantas feridas maiores, feridas que não cicatrizam. E seu gesto trouxe alento a esse sujo coração. Amanda: você tem família? José Mendigo: Não, todos esses anos eu venho procurando a minha mãe. Amanda: Moço eu vou te ajudar a procurar a sua mãe. A cena se transfere para a escola de Amanda, ela aparece na sala de informática confeccionando cartazes com fotos do José. Ela fala com os colegas do ocorrido na praia. Eles colocam em sites de busca como o facebook a história do homem. A um entrecorte (mudança de cena). Amanda aparece novamente andando de bicicleta na praia a procura do José. Ela o encontra no mesmo lugar do acidente. Sorrindo ela se aproxima dele. Senta ao seu lado. A câmera para no rosto sério do homem que hora sorria por admiração, ora por tristeza. Pensamento de José Mendigo: Nem mesmo o brilho intenso da lua cheia Aquece o frio que corre em minhas veias Veias que modelam o meu corpo Quase morto Por não reconhecer meu rosto ao espelho E vermelho são meus dias Que são seguidas por noites frias e vazias Nas quais te esperam E pra deixar de ser sincero Finjo um sorriso Mórbido e indeciso Como um olhar que escondo E entre os escombros faço o meu leito E rasgo o meu peito A espera de Deus. José Mendigo: “inocência, seu nome é criança” obrigado amiguinha, mas minha família são os desconhecidos que passam por mim todos os dias. Não se preocupe. Já me destes mais do que o necessário. Amanda: não entendo como não pode ter casa, comida, amigos e televisão para assistir os rebeldes. José da uma gargalhada que chama atenção de todos que passam. Começa a tocar uma música e a imagem se distancia, a conversa continua. As pessoas passam constantemente demonstrando indiferença. A música que aparece é um fragmento do Gabriel o Pensador. As palavras aparecem na tela. Todos nós somos iguais E no fundo somos crianças, Aprendemos a dar importância as diferenças Mas não percebemos nossas semelhanças Vivemos no mesmo planeta e ainda somos estranhos No mesmo ninho. Procuramos ET”s e cometas E não conhecemos o nosso vizinho. Que vida é essa a milha Que vida é essa a sua. O homem foi a lua mais a guerra continua Qual é o preço do progresso Pra onde estamos indo? A imagem volta para a menina e o mendigo escurecendo a cena. Entram os créditos.