SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA UNIDADE: _____________ DATA: 03 / 12 / 2012 III ETAPA – AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA – 4.º ANO/EF ALUNO(A): PROFESSOR(A): N.º: VALOR: 10,0 MÉDIA: 6,0 RESULTADO: TURMA: % TEXTO I Todo mundo tem um sonho, ou às vezes diz que tem. Meu sonho é ter uma vida igual a de mais ninguém. Mas, que vida será que eu quero ter? Um dia comecei a tentar responder. No começo, achava que eu queria ter vida de caracol. Viver enrolado e andar sem pressa. Essa deve ser uma vida tranquila à beça. É, mas a minha mãe já me disse que caracol é pequeno um bocado e pode ser esmigalhado. Então pensei: “Não quero ter vida de caracol, não.” Ah, eu queria mesmo é ter vida de peixe. Nadar e mergulhar sem parar, ficar molhado sem precisar me enxugar, ver as belezas do fundo do mar. Mas se eu for pescado, posso acabar frito na panela. Ah, pensando bem, quero mesmo é ter vida de planta. Viver parado, sem ter que fazer nada. Ser alimentado pela chuva e balançado pelo vento. Embelezar jardins e apartamentos. Mas, e se chover demais, a planta pode morrer afogada e se o verão for muito forte, ela morre ressecada. Ah, na verdade, de verdade mesmo eu queria ter vida de cascavel, dar o bote nas pessoas. Mas, viver rastejando é ruim e chocalho de cascavel faz todo mundo morrer de pavor. Ah, ainda mais que tudo, o que eu quero é ter vida de gaivota. Entrar nas nuvens, cair no mar, andar na areia... caminhar, mergulhar, decolar. Mas, não quero dormir em pé e nem ficar preso em redes de pescadores. Então, pensei: “Não quero ter vida de gaivota, não.” Mas, afinal, que vida que eu quero ter? Estava difícil decidir. Pensei e pensei. Não posso fazer tudo que eu quero. Mas descobri que posso fazer umas coisas de que eu gosto tanto: me enrolar num edredom, feito caracol, numa noite inteira, mergulhar fundo, mas dar um bote num pote de brigadeiro, ficar parado o tempo que me der vontade, feito bananeira, dar um monte de beijos na minha mãe e, feito uma gaivota ligeira, voar para dentro de uma piscina. Não sei ainda que vida vou ter, quando crescer. E posso até escutar o que cada pessoa pensa e diz. Mas, já sei que eu quero ter uma vida minha, muito minha, que me deixe assim: feliz todos os dias. FERNANDES, Susana Maria. Que vida eu quero ter? Abacate, Belo Horizonte . 2012. (Adaptação) 1 01. Leia as frases abaixo e observe as palavras em destaque. Todo mundo tem um sonho. O meu é ter uma vida igual a de mais ninguém. Queria ter vida de caracol: viver enrolado e andar sem pressa. 0,4 Risque, no quadro de verbetes, o melhor significado para essas palavras. Sonho conjunto de imagens e ideias que surgem durante o sono; o que se quer alcançar ou realizar; bolo com recheio de creme coberto com açúcar e canela. Enrolado embrulhado, envolto, que enrolou em forma de rolo; se confuso, complicado; que engana. 02. Dê o significado das expressões sublinhadas nas frases, observando a numeração. Vida de caracol deve ser uma vida tranquila à beça. Caracol é pequeno e pode ser esmigalhado. 1 2 Se o verão for forte, a planta morre ressecada. 0,6 3 1 2 3 03. O personagem do texto tem um sonho. Qual é esse sonho? 1 O personagem, mais que tudo, queria ter vida de gaivota. 04. a) O que ele poderia fazer sendo essa ave? Copie, do parágrafo que traz essa informação, quatro verbos que respondem à essa pergunta. Assinale a opção correta: O personagem enfim descobriu que: ( ) quanto mais se tem sonho, mais tempo se vive. ( ) o melhor é viver um sonho de tempos em tempos. ( ) o melhor sonho seria ser peixe. ( ) para ser feliz não precisaria ter um sonho realizado, bastaria fazer tudo o que ele mais gostasse. 2 0,3 b) Complete o quadro sobre as descobertas da personagem do texto. O personagem descobriu que: Não poderia se enrolar como um caracol, mas poderia enrolar.... 1,2 Não poderia mergulhar como peixe no mas poderia mergulhar... fundo do mar, Como uma cascavel ligeira, não poderia mas poderia dar um bote... dar o bote nas pessoas, 05. Já sei. Quero ter uma vida só minha, que me deixe assim: muito feliz. O que deixa sua vida muito mais feliz? Escreva contando o motivo dessa felicidade. 1 Leia o texto e resolva as questões 06 e 07. TEXTO II Zé Francisco chegou em casa correndo e imediatamente assentou-se à mesa. Tinha uma tarefa super legal. Uma produção de texto e sabe qual era o título? Se eu fosse... Mal conseguiu almoçar e começou a escrever: Se eu fosse um príncipe, teria um grande e belo cavalo branco, roupas elegantes, salvaria uma princesa do encantamento da bruxa má, casaria com ela e seria... feliz para sempre. Mas aí ele ficou pensando, pensando: — “Bom, não sei se eu seria feliz para sempre. Ser feliz para sempre é complicado.” O Zé Francisco, então, mudou de página, pensou, pensou e começou de novo... e foi escrevendo e pensando... Se eu fosse invisível... (Ninguém poderia me ver, nem eu mesmo. Não poderia ser ouvido pelos amigos. Que coisa esquisita!) Se eu fosse um pássaro... (Ah! Poderia estar preso e seria muito chato!) Se eu fosse um professor... (Até que poderia ser. Mas e os alunos que não são responsáveis? E se eles fossem mal-educados? Desisto.) Se eu fosse um super-herói... (Sempre quis ser Homem-Aranha, subir nos prédios, caçar bandidos, até voar. Mas se alguém dissesse que estava com fome? Ah! Alguém com fome? Como poderia ajudá-lo?) Estava difícil! E o Zé continuou pensando... Se eu fosse... Se eu fosse... Se eu fosse... — Viva! É isso! SE EU FOSSE EU. Claro, por que não? Então o Zé Francisco, foi de novo a uma folha, limpinha, todas as linhas em branco, desenhou novos contornos, estufou o peito, ajeitou a caneta, respirou fundo e... Se eu fosse o Zé Francisco 3 Se eu fosse o Zé Francisco, seria eu mesmo, assim mesmo, gente parecida com outras gentes de verdade. Não seria nenhum super-herói. Teria muitos amigos na escola, e na vizinhança. Não brigaria com as meninas da minha classe, mas morreria de vontade de saber o que elas tanto escrevem nos seus diários. Se eu fosse o Zé Francisco, dormiria tarde todas as noites e sonharia todos os sonhos possíveis com superheróis, com fantasmas, com monstros e não sentiria medo. Eu seria sempre muito valente. Eu não ia querer ser feliz para sempre, mas ia querer ser feliz todo dia, um dia de cada vez. Ah! Se eu fosse o Zé Francisco, não ia querer ser ninguém mais! O Zé Francisco fechou o caderno, imensamente aliviado, de bem com a vida. Afinal, no dia seguinte, outras tantas histórias estariam esperando por ele. GARCIA, Edson Gabriel. Tantas histórias no outro lado do espelho, Ed. FTD, São Paulo, 1999. 06. a) Responda. Existe relação entre os TEXTOS I e II? Justifique. 1,5 Ao começar a sua tarefa de casa, Zé Francisco já sabia quem ele seria e o que escreveria sobre esse personagem. De acordo com o texto, essa informação é verdadeira? Por quê? Ao final dos TEXTOS I e II podemos concluir que os personagens têm o mesmo desejo. Escreva qual é esse desejo. 4 Zé Francisco escreve: “Teria muitos amigos na escola e na vizinhança.” Como devemos tratar nossos amigos para preservar a amizade? Escreva um parágrafo. 0,5 07. — “Bom, não sei se eu seria feliz para sempre. Ser feliz para sempre é complicado.” — Disse Zé Francisco. a) Você concorda com Zé Francisco? Por quê? 1 b) Imagine que você tenha recebido o mesmo dever de casa de Zé Francisco. O que você deseja ser quando crescer ou que tipo de vida você gostaria de ter? Como seria? O que você faria? Escreva um texto. Se eu fosse... 2,5 ZICS/gmf 5