Entrevista à Mário Sá Gomes As Metas dos Objetivos do Milénio para 2015 Guiné-Bissau liminarmente excluído do senário “Em setembro de 2000, os líderes de 189 países firmaram um pacto durante a Cúpula do Milênio promovida pela Organização das Nações Unidas, em Nova York. Desse acordo nasceu um documento, denominado Declaração do Milênio, que estabeleceu como prioridade eliminar a extrema pobreza e a fome do planeta até 2015. Para tanto, foram acordados oito objetivos, chamados de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que devem ser alcançados por meio de ações específicas de combate à fome e à pobreza, associadas à implementação de políticas de saúde, saneamento, educação, habitação, promoção da igualdade de gênero e meio ambiente.” 1. Em relação ao primeiro Objectivo (eliminar a pobreza e a fome 50% entro 2015) acha que a GuinéBissau vai conseguir atingir esse objectivos? M.S.G. - A resposta mais simples é não, não há menor hipóteses para que a Guiné-Bissau atinja os objectivos do desenvolvimento fixados para 2015. Independentemente de qualquer estudo ou analise técnico. Na situação em que se encontra a Guiné-Bissau, não se pode fazer qualquer tipo de medida, contudo têm sido publicado dados nos relatórios de algumas instituições como o PNUD e outras agencias especializadas em diferentes sectores. É um problema comum a todos os países onde não há um sistema de registo eficaz. No caso da Guné-Bissau é acrescido vários outros problemas que afasta liminarmente o país de qualquer possiblidade de progresso em qualquer sector, quer ele social, económico ou político como a comunidade internacional tem assistido. Os relatórios contudo ajudam a alertar a opinião pública em geral para a situação dos problemas que os países infrentam, mas ela não oferece dados sobre a real situação das populações. Os últimos relatórios sobre os Objectivos do Milénio aponta por uma vitória em quase todos os objectivos, ou seja foram ultrapassadas as metas em termos globais, mas para quem lida de facto directamente com problemas das familias, pode ter um olhar diferente sobre as estatisticas. As vezes questionamos, quem são esses milhares de pessoas que conseguiram escapar da extrema pobreza? e onde estão? Nas lutas pala afirmação do estado de direito da qual empenhamos no meu país, assistimos momentos de tristezas indiscritiveis de muitas familias mesmo na capital do nosso país sem falar das populações das zonas rurais abandonados a sua sorte. As vezes ganhamos a corragem para contar histórias, mas é muito pesado lembrar momentos em que assistimos com os nossos olhos, uma mãe, uma criança ou um único membro responsável pelo sustento da família estar literalmente a desaparecer, dando os seus últimos suspiros sem podermos fazer nada para o ajudar. 2. O Estado da Guinè-Bissau sozinho vai conseguir resolver os problemas mais profundos do País? Qual è o papel da sociedade civil, sindicatos de trabalhadores, entidades empresariais, igrejas, organizações não-governamentais, movimentos sociais. Nao acha que essas instituições deveriam constituir parte integrante na luta para melhorar as condições de vida da população guineense. Qual é a atitude do governo em relação a essas instituições M.S.G. – Hoje em dia e da forma como o mundo está evoluir, ninguem pode pensar em seguir em frente isoladamente num mudo de escasez e num contexto caracterizado pela mundialização. Mas a Guiné-Bissau é um caso a parte, precisa de apoio de todos, portanto não está em causa aqui a questão de saber se a Guiné-Bissau precisa ou não de apio dos parceiros, o problema que se coloca é que tipo de parceirias serão necessários e qual deveria ser a postura de tais parceiros. Apoiar a Guiné-Bissau, passa por um engajamento identificado e sobretudo baseado em objectivos claros e incondicionais, olhando para a Guiné-Bissau como um todo nos olhos de todos os guineenses ou seja, ter no centro de todas as atenções o interresse de todos os filhos da Guiné sem distinção nomeadamente de estatuto social ou político, ou outras condições como de fortuna. Quanto ao papel das organizações da sociedade civil, posso dizer que deveria constituir grupo de pressão capaz de infuênciar as desisões do governo desde a elaboração das políticas sectoriais e até nas suas implementações. Por isso e na condição em que o país se encontra é necessário uma sociedade civil muito mais musculosa e organizada, sobretudo credível capaz de arrastar a sociedade em geral a volta dos ideais e das aspirações do povo guineense. O que tem acontecido até aqui é uma espécie de teatro político, reuniões aqui, encontros ali para os espectadores consumir. Como é do conhecimento da opinião pública nacional e internacional, não há um Governo legitimo na Guiné-Bissau, neste momento como já referi anteriormente, por isso não se pode esperar nada desse grupo que está a controlar o poder neste momento. Houve iniciativas, mas não há uma dinâmica séria, capaz de infuênciar a conduta dos detentores do poder, hora por medo de represália, como é evidente, está a ser incutido na mente dos guineenses o sentimento de medo, graças uma atitude de terror, manipulando a consciência dos cidadãos a fim de controlar o seus destinos. Nem toda as pessoas estão dispostos ou preparados para enfrentar certos desafios, mesmo que esteja em causa a sua dignidade. 3. Entre outros o oitávo objectivo dos ODM foi tamém definido, o estabelecimento de uma parceria global para contribuir na construção do desenvolvimento sustentável. Quais foram as medidas tomadas pelo governo da Guiné-Bissau em relação às parcerias? M.S.G. - A questão das parceirias não é um dado novo, ou seja em quase todos os acordos alcançados, e que visa atingir um certo objectivo, o factor parceria é sempre tido em conta como forma de de atingir tais objectivo, quer atraves de troca de experiências quer em termos de apoios materiais ou financeiros. A Guiné-Bissau sempre teve parcerias, o problema é que nunca chegaram a meta e muito menos atinge os objectivos devido à corrupção e a instabilidade político-insntitucional. Por exemplo com o PNUD, a Guiné-Bissau celebrou o primeiro acordo desde 23 de Junho de 1975, da parte do Governo da Guiné-Bissau foi assinado pelo então Comissário para os Negocios Estrangeiros, o falecido Sr. Vitor Saúde Maria, e da Parte do PNUD o então Representante Residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Guiné-Bissau Sr. Gunnar Asplund. Desde essa data o país nunca mais parou de assinar acordos de parceiria com as diferentes agências das Nações unidas e outras organizações internacionais. Mas o problema se coloca sempre nos resultados, mesmo em periodos de relativa estabilidade, o que nos leva a concluir que há problemas na definição de estratégias, bem como no controlo dos investimentos colocados a disposições dos organismo internacionais a favor dos países em vias de desenvolvimento. É verdade que a comunidade internacional gasta muitos milhares para atingir os objectivos do desenvolvimento humano a nivel do nosso planete, pela experiência vivida no meu país em particular, com a multiplicidade de conferências e mesas redondas nos hoteis, agravado com as despesas de administração e dos recurços humanos e logisticas, consome grande parte dos orçamentos que poderia ser investido em projectos que poderão ter impacto real na vida das populações, só o custo de uma reunião no então Bissau Hotel é suficiente para construir um furo para abastecimento de água potável numa das aldeias do país. Os objectivos foram fixados e cada país adopta a sua estratégia para atingir os seus objectivo. Para esse fim, a Guiné-Bissau adoptou por exemplo um Documento de Estratégia nacional de Redução da Pobreza ( DENARP), documento esse que fixou uma lista de objetivos a atingir numa primeira fase, iguais aos objetivos do milénio fixado para 2015. Para a sua materialização as autoridades do país desenvolveu parcerias já mais visto com dezenas de organizações nacionais e internacionais, bem como com as agências das nações Unidas, incluindo o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, isto para dizer que não faltou parcerias. O primeiro relatório sobre os Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento na Guiné-Bissau, foi divulgado em 2004, apresentando a situação da Guiné-Bissau em relação aos OMD. Este relatório analisava os resultados do inquérito ligeiro para avaliação da pobreza de 2001 à 2002. Segundo o relatório de avaliação e seguimento apresentado pelo governo da Guiné-Bissau em Novembro de 2009 aquando da revisão do DENARP em 2006, esses objectivos foram objecto de uma projecção até 2015, tendo por base os resultados do inquerito de 2002. O mesmo relatório confirma ainda que, os estudos e análises permitem concluir que, apesar dos esforços realizados pelo governo, os principais indicadores sociais como podem constatar entre 2002 e 2006 e mesmo de 2008, fica longe do que se esperava, tiveram mesmo que recuar em alguns casos. Estava previsto um segundo relatório que avalia o conjunto das performances da Guiné-Bissau em relação aos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio na base de um novo inquérito para 2010. Como é do vosso conhecimento abandonei o país em Novembro de 2008, em consequência das polémicas que me envolve com as autoridades do país. Com um Índice de Desenvolvimento Humano de apenas 0,374 em 2006, o nosso país ficou na 175˚ posição dos 177 países estudados no âmbito do Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento Humano do PNUD de 2007/2008, e uma esperança de vida apenas de 47,4 anos, esses dados vem provar que o nosso país está e continua a demostrar evidências claras do seu fracasso em garantir um ambiente social propicio que garanta condições mínimas de vida aceitáveis às suas populações. A maioria dos objectivos específicos do DENARP, foram alteradas com a revisão de 2006 com a ideia de dar uma nova dinâmica a sua realização, tendo em conta as reais capacidades do país, mas mesmo assim, não foram atingidos as metas. Os indicadores sociais, não somente continuaram extremamente baixos, mas sim apresentam sinais muito fortes de retrocesso, devido as instabilidades políticas que o país se confrontou, até esta data, foram periodos dominado pelo fenómino de tráfigo de droga. A situação sanitária é e sempre foi particularmente preocupante, nós encontramos entre os piores da África ou seja do planeta terra. Para além da forte morbilidade e a mortalidade causados por doenças infecciosas como o paludismo, a tuberculose, o VIH/SIDA e a diarreia na população em geral com o surto de colera que afecta o país sazonalmente, as fracas capacidades de prestação de serviços de saúde de qualidade afectam particularmente a população mais vulnerável, particularmente as criaças. Em junho de 2011, foi lançado um segundo Documento de Estratégia nacional de Redução da Pobreza ( DENARP II ) projectado para 2015. Este segundo fixa algunas linhas mestra da qual assenta o programa para atingir os objectivo nele fixado até 2015, mas com os últimos acontecimentos que culminou com o derrube do regime democraticamente eleito, não dá a Guiné-Bissau a menor hepotese para dar paços em frente rumo a consolidação desses objectivos, aliás mesmo que não tivesse lugar esta crise seria impossivel atingir a méta, mas comesta situação podemos considerar que a Guiné-Bissau está liminarmente excluido deste cenário. 4. No Relatório de Desenvolvimento Humano 2004 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – divulgado em julho – revelou que a qualidade e a amplitude da educação, a expectativa de vida e a renda da população nos 177 países analisados já não crescem como na década de 80. A Guinè Bissau pertence a um desses paìses. Quais são, a seu ver os primeiros obstàculos que deveria superar um país com uma instabilidade politica e social para criar as condições para instalar a democracia e lançar um programa para de desenvolvimento. M.S.G. - Como já se observou, a Guiné-Bissau é um país instável, por outras palavras é um Estado falhado ou ruído. De acordo com o meu ponto de vista, temos quatro défeces importantes à superar embora não são os únicos. O primeiro prende-se com a reconstrução do Estado que não existe, o que não passa apenas pela realização das eleições, isso seria a repitição dos eros do passado. Na Guiné-Bissau houve sempre eleições e o povo sempre cumpriu o seu dever civico sem sobresaltos, mesmo em momentos de grandes crispação política, por isso esse povo merece ser apoiado para se libertar das mãos do opressores. Após o confito de 1998, houve uma corrida para as eleições e a comunidade internacional deixou escapar a oportunidade para construir um verdadeiro Estado na Guiné-Bissau, deixaram o país a sua sorte, entregue nas mãos de pessoas que não têm uma visão clara do caminho a seguir por isso o país não conseguiu chegar ao lado nenhum. O segundo e que constitui uma pedra dentro do sapato de quase todos os guineenses, é a extinção das forças de defesa e segurança que existe até aqui, criando um novo sistema para a defesa e segurança adaptável oas desafios actuais na área de segurança e prevenção de crimes. O sector de defesa e segurança actual consome as vezes mais de metade do orçamento do Estado, valores que poderiam ser investidos na recuperação dos atrasos verificados nas áreas de saúde e educação, bem como na dinamização do sector agricola. Além a sua conduta e e os prejuisos causados ao país desde a proclamação da independência deixou cair por terra todos os motivos de sua existência, foram essas duas instituições que mais mataram os guineenses desde a sua existência, logo após a independência começara com as execuções pública de chefes comunitários, dois anos depois assassinaram mais de seiscentos guineenses, segundo os relatos algumas foram enterrados vivos em três valas comuns, sem falar das mortes dos civís indefesos com o confito de 1998 que foram registados casos de execuções extrajudiciais e sumárias sem que niguem fosse responsabilizado, desde então não pararam perseguir e assassinar derigentes do país. O terceiro seria a meu ver de adoptar o pais de um sistema de governação efcaz, capaz de lutar contra a pobreza, no caso da Guiné-Bissau em concreto de ser um sistema que abre para o bem da população particularmente das camadas mais desfavorecidas isto é se a regra é lutar contra a pobreza. Uma governação baseada em seis princípios fundamentais: Participação, Equidade, Durabilidade, Transparência, Eficacidade e o Respeito do Direito. São princípios capazes de arrastar uma sociedade como a nossa para um nível mais elevado do desenvolvimento humano, nomeadamente para a eliminação da pobreza, a redução da mortalidade materno infantil que está a falar muito alto no nosso país, a igualdade entre os sexos e meios de subsistência durável. Por isso mesmo para nós os defensores dos direitos humanos, o conceito de governação para o desenvolvimento humano é sempre necessário. O quarto seria pôr na pratica um sistemas políticos que permite ao conjunto da população, incluindo aos pobres e aos desfavorecidos bem como a sociedade civil em geral de organizar e de infuenciar as orientações e as praticas do sector público. Hoje em dia nenhum sistema será capz de aguentar por mais forte que é, às preções que vem de cima dos desafios a nível globlal e as pressões da base exercida pelos governados que são cada vez mais insassiáveis, o mundo está a evoluir num ritimo que as popolações vão querer acompanhar ainda que no minimo, isto tem haver com o conseito de desenvolvimento em si, e o desenvolvimento tem a ver com os seres humanos, Para o efeito é necessário um engajamento identificado da comunidade internacional na construção de uma agenda para o processo de transição, criando condições para que todos os filhos da Guiné-Bissau que tem vontade de participar nos diálogos conducentes à definição dos caminhos a seguir. Acho que chegou a hora de a comunidade internacional assuma o problema da Guiné-Bissau como um problema de direito internacional. Se nescessário as Nações Unidas ativará um dos seus mecanismo assumindo a gestão temporária do país e trabalhar com todas as forças vivas da nação guineense para a reconstrução do Estado, bem como implementar outros pilares da democracia, prevenindo assim que mesmo com as realizações das eleições prevaleça as crises institucionais. Tal programa deve incluir projectos que visam a destravar o país, através de investimentos para a dinamização e recuperação económica. 5. O desenvolvimento dum paìs e o nivel da democracia, passa necessariamente através do poter politico que as mulheres exercem na sociedade. As religiões e as várias étnias podem exercer uma politica a favor da igualdade das mulheres como também de travão à emancipaçao das mesmas. A seu ver qual é a posição desses dois agentes sociais em relaçao às mulheres hoje. M.S.G. - Falar do enquadramento ou da emancipação das mulheres em África em geral é algo muito complexo que exige uma abordagem aparte. Mas vou tentar realçar aqui alguns aspectos da utilidade da mulher na vida da familia nos nossos países. Podemos considerar a mulher como a espinha dorsal em África, elas ocupam a maior parte da vida da família, mesmo dentro das familías em centros urbanos, há casos em que a mulher e o marido trabalham por exemplo na função pública ou nas empresas privadas, mesmo assim é a mulher que deve sair para fazer compra e tratar de alimentação para o resto da família cuidar dos filhos e tratar da casa. Mesmo assim continuam a ser vistos como coisa para uso dos demais membro da familia. A situação é mais agravante nos países dominado pela religião musulmana, mesmo no nosso pais em quase todas as étinias ou seja nas zonas rurais as mulheres são vistos assim. Do ponto de vista formal quase todos os estados introduziram normas que visam proteger as mulheres da discriminação e da violéncia com que são confrontados no seu dia a dia, mas como eu disse é apenas formal. Geralmente em África os governos adoptam todos os tipos de instrumentos de direitos humanos ou civís e políticos, mas, muitos dos direitos prometidos são ignorados, quase na generalidade são desconhecidos pela população. Um outro factor é o interresse eleitoram nos países que abraçaram a democracia, como é óbvio em certos países de África a maioria dos eleitores são analfabetos e as suas relações são reguladas fora do mundo oficial, ou seja com base nas suas tradições e os políticos muitas das vezes não têm menor interresse em abordar assuntos como a mutilação genital feminina, a violência ou a educação da mulher, muitas das vezes por motivos puramente eleitorais e por desconhecimento desses males e do seu impacto no desenvolvimento do próprio país, preocupam mais com manutenção das suas posisões no governo. É o que podemos designar por falta de cultura institucional, portanto é necessário que hája lealdade e vontade política porte dos actores políticos. Mesmo a nível da classe sociais mais elevadas, no nossos países em África e em vários outros pontos do globo há uma tendência de associar as mulheres a expressão vulnerável, é um conceito caducado de acordo com o meu ponto de vista, são conceito mediavais, as mulheres não devem ser considerados vulneráveis simplesmente porque têm sexo feminino, isto entra em contradição com um dos princípios fundamentais do direito civil que é o de não discriminação em razão do sexo, ou seja a personalidade jurídica não se mede em função do sexo ou condição fisica hoje em dia. 6. Do seu ponto de vista pensa que em relação aos ODM, os fracassos em alguns países africanos têm acontecido porque os objectivos estabelicidos pelas Nações Unidas, são inacessíveis?, ou porque muitos paìses estão a desviar dos comprimisso assumido com a ONU. M.S.G. - Acho que o problema está em ambas as partes, primeiro é importante questionar quantas pessoas sabem ou têm conhecimento do projectado objectivo do milénio, estou a referir-me a pessoas que sabem ler e escrever e até mesmo nas universidades. Em muitos países passa uma vez na televisão uma informação com imagem do membro do governo que participou nas cerimónias que deu corpo ao tal compromisso e raramente se volta a falar disso, e em África a informação é algo que é acessìvel a todos. O problema não reside entre aceitar ou não o objectivo, a ideia é boa e desejada, agora resta saber se realmente estão determinados em ajudar os países na batalha para atingir esses objectivos. Todos nós sabemos que o problema dos países Áfricanos não é a falta de recursos, podemos dizer que é dos continentes mais ricos, o problema são os confitos deslocados em vários pontos do continente e não só também em algumas regiões que têm devastado as nações e esses confitos são sustentados pelos países que controlam o poder nas Nações Unidas, basta ver a estatista sobre o comércio de armas, os primeiros na lista são países que constituem o Conselho de Segurança da ONU. Por isso são vistos com muita disconfiança por vários governos, às vezes parecem querer impôr aos outros estados comportamentos ou condutas que eles mesmo não conseguem ou não pretendem assumir. Este comportamento pode comprometer sériamente a confiaça dos parceiros. Por outro lado a solução tecnica do problema da pobreza não deve ser algo automático porque tem a ver com as pessoas ( seres humanos ), e têm as suas culturas e forma de encarar as coisas e sabem escolher o que querem. De comum todos precisam sim de existir, de ter água para beber, comida para comer e condições de saúde. Depios precisam de ter abrigo, roupa para vestir e de conhecer novos horizontes por isso a educação é um factor crusial para expanção de sua personalidade. Não é que os países estão a desviar do compromisso, os objectivos foram fixados mas não passa de uma mera manifestação de vontade das partes, portanto não é vinculativo, por isso não está em causa desvio do compromisso, pode ser por um lado a falta de lealdade ou de senssibilidade por parte dos derigentes dos paíse para com o sofrimento dos povos. 7. Quanto à saúde das mulheres que tipo de informaçao e assistência sanitaria oferece o Estado da GuinèBissau às mulheres em relação ao controlo da natalidade, acesso aos hospitais, tratamento médico em geral e em particular às pessoas afectadas pelo HIV? M.S.G. - Normalmente a degradação do da situação social atinge mais particularmente as mulheres e as criaças que são mais desfavorecidos. O desequilíbrios de poder e as desigualdades de género ao nível nacional é sempre patente e às doenças e mortes das mulheres são em muitos casos associados às disparidades do rendimento. É muito frequente que as disposições governamentais dos países em vias de desenvolvimento excluam os grupos desfavorecidos. Estes fatores favorecem as práticas socio-culturais nocivos, como a mutilação genital feminina e a violência, segundo um estudo realizado em 2010, indica que 44,5% de mulheres com a idade de 15 à 49 anos foram submetidos a prática de excisão feminina. Os casamentos precoce e forçados também constitui um dos fatores de violação dos direitos da mulher no nosso país com uma taxa no plano nacional de 27% entre as que têm menos de 18 anos. Tudo isso passa nos olhos dos responsáveis do país. Portanto é para dizer assunto da mulher não faz parte da preocupação dos governantes em África em geral, pior ainda é num país como o nosso onde o sistema legal está ruido todos estão abandonados a sua sorte, não há cuidados garantido. Em matéria do HIV, os estudos revelam que estima-se à 3,6% em 2010 de acordo com os postos sentinelas com uma taxa mais elevada nas mulheres grávidas 5%. Geralmente há uma tendência de feminização das epidemias em África, por exemplo estes dados são resultados de despistagens feitas nos serviços de consultas pré-natais, na maioria de casos os homens aparecem só em fases avançados de doença. Existe no país algumas organizações empenhadas na luta contra o HIV e proporcionam alguns apoios e conselhos aos doentes. També existe programas parcerias do Governo e outras instituições não governamentais, mas isto apenas no domínio do HIV .