R. Soeiro de Sousa A Previdência Social Portuguesa—dados e comentários A Previdência Social, para além dos objectivos que lhe são próprios, possui virtualidades que a fazem transcender o seu campo especifico para se projectar noutros domínios da vida nacional Por isso, não poderá dispensar-se uma informação sistemática que dê a conhecer a sua evolução e permita considerá-la no contexto em que realmente se insere, 0 presente trabalho insere-se nesta linha de preocupações, cobrindo o período de 1960 a 1964. NOTA PRÉVIA O trabalho que vai seguir-se foi inicialmente concebido em moldes diferentes com vista a continuar um outro que intitulámos «A Segurança Social e a Economia», * constituindo a sua segunda parte. Ao encetá-lo, porém, verificou-se não existirem ainda entre nós apanhados estatísticos regulares sobre os quais tivesse já sido feita qualquer análise, a partir do que fosse possível efectuar estudos particulares como o título acima referido sugere. Reconheceu-se assim a necessidade de efectuar uma análise prévia que desse uma panorâmica geral da previdência portuguesa, nela incluída a evolução ao longo do tempo, e que pudesse servir de infra-estrutura a estudos mais especializados. O interesse que este trabalho reveste, bem como as limitações de tempo que se enfrentavam, levou a autonomizar tal análise, limitando a monografia inicialmente pensada aos aspectos teóricos e sacrificando os aspectos práticos da projectada segunda parte, já que esta deveria constituir uma concretização, tomando por modelo o nosso país. De qualquer modo, é bem de ver que se o tipo de estudo que vai seguir-se não for continuado e ampliado, pois que ele se confi* Tese apresentada ao IV Colóquio do Trabalho, da Organização Corporativa e da Segurança Social, realizado em Luanda, de 18 a 23 de Agosto de 1966. 377 nará aqui a aspectos, ainda assim bastante limitados, não será possível, em nossa opinião, abordar, em termos concretos, o tema particular das relações entre a Segurança Social e a Economia. E que este estudo oferece o maior interesse, não parece restar a menor dúvida^ já pelo que aprioristicamente é possível concluir, já pelas atenções que está a merecer internacionalmente. O problema da harmonização das políticas sociais cam que se defronta a Comunidade Económica Europeia e a inserção do tema em causa na agenda de trabalhos da Associação Internacional de Segurança Social, constituem disso uma boa prova. Mas melhor do que todas as palavras falarão os números que serão apresentados no decorrer da análise que vai encetar-se. 1* Introdução No estudo que vai seguir-se não se irá além do último quinquénio que termina em 1964, último ano em relação ao qual se encontram publicadas estatísticas. Por outro lado, e tendo em atenção as limitações dessas mesmas estatísticas, não serão consideradas algumas instituições que fazem parte do seguro obrigatório, como sejam, por exemplo, o Fundo Nacional de Abono de Família e as várias federações de caixas de previdência, com ressalva da Serviços Médico-Sociais. As casas do povo e as casas dos pescadores foram deliberadamente postas de parte. Não obstante, abranger-se-á o principal da previdência obrigatória com o interesse de ter sido sobre este que incidiu a recente reforma da previdência e, consequentemente, se poder detectar, por certo, algumas manifestações da mesma, que os números forçosamente hão-de traduzir, especialmente os relativos a 1964, uma vez que a reforma só começou a efectivar-se em 1983. O elemento base de consulta foi a Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social — publicação anual do Instituto Nacional de Estatística. Antes de se entrar na análise propriamente dita, julga-se útil salientar um aspecto legal, com vista a enquadrar e a melhor delimitar o nosso campo de acção. A previdência portuguesa divide-se em quatro categorias ou sectores. A primeira e a segunda constituídas pelo seguro obrigatório (caixas sindicais de previdência, casas do povo, casas dos pescadores e caixas de reforma ou de previdência), a terceira constituída pelo seguro facultativo (associações de socorros mútuos) e a quarta pelo seguro efectuado por instituições do Estado ou dos corpos administrativos. As caixas sindicais de previdência e as caixas de reforma ou de previdência constituem a pedra angular do sistema previdencial português. As primeiras destinadas aos trabalhadores por 378 conta de outrem e as segundas aos trabalhadores sem dependência de entidade patronal, abrangem hoje no seu campo de aplicação a quase totalidade dos trabalhadores da indústria e serviços da actividade privada. As restantes instituições, quer porque o seu esquema não tenha, nem a mesma uniformidade nem amplitude semelhante, quer porque o seu âmbito e organização sejam insuficientes para abranger uma parcela tão elevada da população, têm uma importância que, relativamente, fica muito aquém daquelas que se salientaram mais acima. 2, População abrangida O campo de aplicação de qualquer sistema de previdência pode ser apreciado sob duas ópticas distintas, se bem que estas, se não possam desligar uma da outra quando se pretenda chegar a uma ideia geral sobre a eficiência do sistema. De facto, uma coisa é a determinação do número de pessoas protegidas (aspecto quantitativo) e outra é a determinação do grau dessa mesma protecção (aspecto qualitativo). De toda a evidência que um número muito elevado de pessoas abrangidas, mas cuja protecção é deficiente, ou esta protecção muito desenvolvida, mas circunscrita a uma reduzida parcela da população, pouco significado terá em termos de eficácia do sistema. O conhecimento dos dois aspectos é pois indispensável para se formar uma ideia precisa da importância do sistema instituído. Como se referiu atrás, no entanto, é o aspecto quantitativo que nos irá fundamentalmente preocupar. A população abrangida pelo sistema passou no período de 1960 a 1964 de 878 502 para 1250 732 beneficiários, a que corresponde um aumento em percentagem de 42 % \ No mesmo período o número de contribuintes teve um acréscimo sensivelmente igual a metade daquele (22%). Se se atender que até 1963 o acréscimo relativo de beneficiários e de contribuintes foi praticamente o mesmo (19 % e 18%), poderá supor-se que a previdência em 1964 alargou o seu campo de aplicação a novas empresas que no seu conjunto se caracterizavam pelo número elevado de trabalhadores ao seu serviço, que aumentou a dimensão média das empresas abrangidas ou uma coisa e outra. No alargamento do âmbito à construção civil, cuja actividade ficou totalmente abrangida em 1963, especialmente para o distrito de Lisboa, residirá, por certo, em grande parte, a justificação do facto apontado. De facto, o Quadro I mostra-nos que a dimensão média das empresas (beneficiários/contribuintes) na previdência oscilou em 1 Veja-se Anexo I. 379 torno de, aproximadamente, 12 trabalhadores np período 1960/63> para passar a cerca de 14 em 1964. QUADRO I Beneficiários Contribuintes 1: 2 1 2 3 Anos 1960 1961 1962 1963 1964 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1250 732 75 575 83 579 85 960 86 973 90 001 11,9 11,1 11,7 11,9 13,8 Segundo elementos recolhidos do X Recenseamento geral da população, tomo V (I.N.E.), o número de trabalhadores por conta de outrem na construção civil e obras públicas era de 216 447 e o número de patrões era de 6103, de que resulta uma dimensão média (35) bastante superior à verificada na previdência. Por mais reservas que estes números inspirem, eles confirmam bastante bem a influência da construção civil acima referida. O facto de o número de beneficiários e contribuintes das caixas de reforma ou de previdência2 suplantar o das caixas sindicais de previdência mostra um aspecto da reforma da previdência por efectivar — o da nova classificação das instituições da primeira e segunda categorias. A não ser assim, os números referentes à primeira categoria — caixas sindicais de previdência — seriam forçosamente superiores aos da segunda, pois que não é crível que os trabalhadores independentes sejam em número superior aos dependentes. Dado que as instituições em análise têm limitado a sua acção aos sectores privados da indústria e serviços, importa sobretudo verificar como tem evoluído a população segurada relativamente à população total daqueles mesmos sectores. Utilizando umas estimativas da população activa no continente por sectores da actividade feitas pelos serviços de estatística do Fundo de Desenvolvimento da Mão-de-Obra, e se bem que os números tenham ainda carácter provisório, construiu-se o Quadro n . 2 A Estatística mantém ainda a classificação das instituições correspondente ao regime anterior à reforma da previdência — Lei 1884. 380 QUADRO II (1000) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 ... Agric. Silv. Pesca Ind. e Serv. Total Beneficiários 4: 2 % 1 2 3 4 6 1 337,5 1 251,7 1 234,1 1193,2 1 088,2 1 803,6 1 866,3 1 883,3 1 920,4 1998,7 3 3 3 3 3 141,1 118,0 122,4 113,6 086,9 877,5 933,8 1 007,0 1 042,2 1 250,7 48,7 50,0 53,5 54,3 62,6 Com todas as deficiências que os valores referidos apresentem, como seja, desde logo, tratar-se de estimativas provisórias, estarem incluídas na população activa muitas pessoas não abrangidas pela previdência, tais como, por exemplo, os patrões e os servidores do Estado, ainda assim permitem verificar como tem crescido, paralelamente ao crescimento absoluto, o valor relativo da população segurada dos sectores privados da indústria e serviços. Embora não seja feita aqui, seria interessante levar mais longe a análise no sentido de se determinar com relativa segurança até que ponto foi atingdo o objectivo da previdência de abranger toda a população daqueles dois sectores de actividade económica. Uma conclusão de ordem geral, no entanto, é possível tirar dos números referidos. É que, sendo o sector de previdência em análise aquele cujo esquema é mais completo e o que, no conjunto, assume por isso maior relevância social, não abrange ainda senão uma parcela relativamente pequena da população total. De facto, admitindo que a população abrangida, incluindo familiares, pode ser obtida multiplicando o número de beneficiários pelo factor 2,5, encontra-se para o ano de 1964 um total de cerca de 3 milhões de pessoas, o que representa aproximadamente 33 % da população metropolitana. Aquele factor foi obtido a partir da relação familiares/beneficiários verificada na Serviços Médico-Sociais e tendo em conta que no tocante ao abono de família ele não ultrapassa o valor 2. Houve ainda assim uma sobreavaliação que, de certo modo, se julgou aceitável, dada a não inscrição da totalidade dos beneficiários das caixas federadas naquela Federação, o que parece presumível. O Quadro III mostra como tem aumentado a centralização da acção médico-social na Serviços Médico-Sociais. S81 QUADRO III Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Beneficiários das caixas Beneficiários S.M.S. Familiares S.M.S. 3•2 1 2 3 4 5 1,17 1,17 1,23 1,26 1,25 73 77 85 90 83 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1 250 732 644 660 722 867 854 819 939 619 1 042 420 757 593 849 550 1 057 948 1191 248 1 313 071 2* 1 % A discrepância verificada no período 1963/64 na evolução dos beneficiários abrangidos pela S.M.S. (coluna 5) poderá talvez justificar-se no aumento substancial de beneficiários das caixas verificado no mesmo período e por isto mesmo, ainda não inscritos na Federação. 3. Receitas e Despesas Em qualquer sistema de seguros sociais a evolução das receitas e das despesas é determinada por múltiplos factores — uns, inerentes ou interiores ao próprio sistema, outros, exteriores a ele. Entre os primeiros contam-se as alterações legislativas que modifiquem as condições de concessão das prestações ou o montante das contribuições, por exemplo, e o regime financeiro adoptado, bem como as modificações que se introduzam neste campo. Entre os segundos contam-se todos aqueles de natureza demográfica, como sejam, a mortalidade, a natalidade, a distribuição etária da população, etc; e os de natureza económica, tais como o nível de salários, o nível de emprego, de desemprego, a taxa de actividade, o grau de estabilidade da economia em geral, etc. Como se verá no decorrer da análise, alguns daqueles determinantes constituirão elementos preciosos para a explicação dos fenómenos que iremos observando. a) Receitas Dois aspectos impressionam muito especialmente ao apreciar-se a evolução das receitas da previdência. Por um lado, o seu montante: no período de 1960/64 passou de 2477 para 4228 milha382 res de contos3, o que correspondeu a um aumento de 7 1 % ; por outro, a regularidade do seu crescimento: a taxa média de crescimento de 14 %, verificou-se praticamente todos os anos do período considerado. Em relação ainda ao primeiro aspecto referido e tomando para termo de referência os impostos directos e indirectos cobrados pelo Estado no período de 1961/64, verificou-se que as receitas da previdência, para cada um dos anos em referência, representaram em média 44% do valor total dos impostos referidos, chegando a atingir 48 % no último ano. Nas receitas parcelares só as provenientes de rendimentos de bens patrimoniais apresentaram a mesma regularidade de crescimento, se bem que menor (11%). As contribuições, embora com um crescimento regular de 14 % anuais, sofreram em 1963 uma quebra, ano em que o acréscimo não ultrapassou os 10 %. No conjunto é, naturalmente esta rubrica a grande responsável pelo crescimento das receitas totais, se bem que em confronto com as demais tenha diminuído em importância relativa, como se verá mais adiante. A razão daquela descida da taxa normal de crescimento das contribuições em 1963, pode explicar-se através de uma contracção verificada nesse mesmo ano no crescimento da população abrangida pelo sistema — quer beneficiários, quer contribuintes. A taxa anual média de crescimento destes dois elementos situou-se durante todo o período de 1960/64, em, respectivamente, 9 % e 5 % e no ano de 1963 não ultrapassou 3 % e 1 %. Entre as receitas parcelares são os rendimentos de bens patrimoniais que acusam menor acréscimo relativo no período considerado (47%), enquanto o maior é atingido pelos subsídios e outras comparticipações (229 %). As contribuições aumentaram de 63 %, o que em valores absolutos se traduz pela significativa importância de 1870 milhares de contos em 1960 e 3053 em 1964. O Quadro IV mostra-nos a forma como se têm repartido as várias receitas parcelares ao longo do período em exame. QUADRO IV (em Anos 1960 1961 1962 1963 1964 3 Contribuições Subsídios e outras comparticipações Rendimentos de bens patrimoniais Outras Total 75 76 75 72 72 4 8 8 8 7 15 14 14 13 13 6 2 3 7 8 100 100 100 100 100 Veja-se Anexo II e VI. 383 Como se observa, as contribuições e os rendimentos de bens patrimoniais, por si só, representavam em 1960 90 % das receitas totais, descendo em 1964 para 85 %, decréscimo esse em favor dos subsídios e outras comparticipações e da rubrica «Outras». Levando a análise um pouco mais longe construiu-se o Quadro V, a fim de se poder observar como evoluíram as receitas totais «per capita», bem como a sua parcela mais representativa — as contribuições. QUADRO V (1000 esc.) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 ... Receitas totais Contribuições Beneficiários 1:3 2:3 1 2 3 4 5 2 476 733 2 828 014 3 257 178 3 715 928 4 227 949 1 870 209 2 138 305 2 447 437 2 680 668 3 052 845 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1 250 732 2,8 3,0 3,2 3,6 3,4 2,1 2,3 2,4 2,6 2,4 Como se vê, a capitação das receitas totais sempre crescentes até 1983, sofreu no ano seguinte uma descida motivada exactamente por descida semelhante das contribuições. A observação deste facto conduziu a averiguar-se aual teria sido o comportamento dos salários no período em análise, sabido como se expôs atrás, que o nível destes é um dos determinantes da evolução das receitas da previdência. A sua determinação foi efectuada a partir dos valores totais da contribuição beneficiária que se consideraram como correspondentes a 5,5 % dos salários totais. Construiu-se assim o QUADRO VI Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Contribuições dos beneficia Salários totais rios a (1000 esc.) índice de cresmento Beneficiários Salário médio (2:4) índice de crescimento 1 2 3 4 5 6 499 070 579 660 654 358 723 534 817 846 9 074 000 10 539 272 11 897 418 13 135 163 14 869 927 100 116 131 145 162 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1 250 732 10,3 11,3 11,8 12,6 11,9 100 108 115 122 116 * No cálculo tomou-se em consideração a contribuição beneficiária para as C.S.P. e CR. ou P., salvo para 1960, em que se considerou também a contribuição para as C.A.F. 884 Como se pode observar, não obstante a incessante subida dos salários totais, os salários médios experimentaram um movimento regressivo no ano de 1964, o que justifica a descida da capitação das receitas salientada anteriormente. A descida do salário médio poderá explicar-se em grande parte através de um facto já referido ao tratar-se da população abrangida pelo sistema — o alargamento do campo de aplicação à construção civil. Com efeito, sendo característico desta actividade a utilização de uma percentagem apreciável de mão-de-obra indiferenciada, é aceitável supor-se um salário médio baixo. Por sua vez, sendo elevado o total da mão-de-obra ocupada nesse sector é legítimo concluir que o seu enquadramento na previdência tenha contribuído grandemente para a descida do salário médio a que atrás se fez referência. b) Despesas As despesas da previdência acusaram no período em análise (1960/64) uma subida de 75 %, a que corresponde, em valores absolutos, 1576 milhares de contos em 1960 contra 2764 em 19644. É interessante notar que essa ascensão não se fez de forma regular, isto é, segundo acréscimos sensivelmente iguais de ano para ano, mas sim em ritmo acelerado. Quer dizer, de acordo com os índices calculados com base no primeiro ano (1960), enquanto em 1961 se registou o magro acréscimo de 2 pontos, nos anos seguintes verificaram-se aumentos de 17, 24 e 32 pontos, respectivamente. Se se analisar a evolução das despesas parciais encontra-se, entre as que mais contribuíram para aquela aceleração até 1963, o acréscimo sofrido pelas despesas de administração (93 %). Com maior índice de crescimento até ao mesmo ano vêm depois as prestações não pecuniárias (76%) e as pensões (70%). De 1963 para 1964 é notório o acréscimo sofrido pelas prestações não pecuniárias (45 pontos), pelas pensões (46 pontos) e pelos subsídios (32 pontos). A parcela residual, «Outras», apresenta por seu turno um movimento fortemente regressivo — desce de 82% em 1981 para apresentar em 1964 um aumento de apenas 3 %, relativamente a 1960. Se se atentar naquele aumento das prestações não pecuniárias e que o acréscimo verificado na rubrica «subsídios» se deve essencialmente ao aumento do subsídio na doença, pois que o subsídio por morte se mantém no conjunto estacionário e o abono de família tem perdido importância relativa, como se verá mais adiante, é fácil distinguir a influência de um factor anteriormente apontado como um dos determinantes da evolução das despesas e das receitas, interiores ao sistema — as alterações legislativas. De facto, pela reforma da previdência, que começou a efectivar-se 4 Veja-se Anexos Hl e VII. S85 nós finais de 1963, foi atenuado o regime financeiro de capitalização, através de uma redistribuição de taxais que libertou receitas afectas aos benefícios diferidos para as corsignar aos imediatos, fundamentalmente à doença. A diminuição do período de espera de 6 para 3 dias, o alargamento do período de concessão do subsídio por doença de 9 meses para 4 anos, a instituição de um subsídio pecuniário para o caso de tuberculose, superior ao fixado para as restantes doenças, e a conceder por todo o tempo que persista esse mal, são, entre outras, algumas das inovações introduzidas que necessariamente haveriam de incrementar o dispêndio com o benefício em causa. Mais adiante, porém, como se expôs, ver-se-á uma confirmação do facto em referência. Entretanto, a observação do Quadro VEE mostra já como se expandiu a modalidade no período 1963/64. QUADRO VII Dias de doença indemnizados índice de crescimento Anos 1961 1962 1963 1964 C.S.P. CR. ou P. Total 5 338 448 5 304 426 5 704 341 8 260 490 2 597 662 2 959 765 2 886 188 6 687 269 7 936 110 8 264 191 8 590 529 14 947 759 100 104 108 188 Como se vê, enquanto até 1963 o número de dias de doença indemnizados não tinha ultrapassado os 8 % relativamente a 1961, em 1964, tomando a mesma base, atinge a elevada percentagem de 88 %. O Quadro VIII mostra-nos a forma como se distribuem as várias despesas parcelares ao longo do período considerado. QUADRO VIII (em %) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 386 Prestações não pecuniárias 11 14 13 14 14 Subsídios Pensões Administração 48 53 53 47 48 14 17 18 17 17 8 12 12 11 10 Outras Total 19 4 4 11 11 100 100 100 100 100 Êlntre outras conclusões quê possam extrair-se deste quadro, ama há que sobressai — a da elevada participação no total das despesas de administração. Ao facto não é por certo estranho o regime financeiro adoptado. Ê de presumir, no entanto, que a leve tendência para a diminuição da quota-parte dessas despesas que pode descobrir-se no último ano, se concretize nos anos imediatos, sobretudo tendo em atenção o primeiro passo dado na reforma da previdência no sentido de atenuar o regime de capitalização que vinha sendo seguido. O Quadro IX mostra como têm evoluído as receitas provenientes do rendimento de bens patrimoniais em confronto com a parcela fundamental dos benefícios diferidos — pensões de velhice e invalidez e sobrevivência, esta última, contudo, sem expressão no conjunto. QUADRO IX (1000 esc.) Rendimentos índice de crescimento 1 2 Anos 1960 1961... 1962 1963 1964 ... 372 613 405 293 451106 495 846 549 070 100 109 121 133 147 Pensões 3 217 276 326 369 469 640 706 899 940 042 índice de crescimento 1:3 % 4 5 100 127 150 170 216 171 146 138 138 117 Como se verifica, os rendimentos têm sido por si só, suficientes para fazer face às despesas com as pensões. No entanto, a medida dessa cobertura tem decrescido bastante, podendo até prever-se que em 1965 seja já necessário recorrer a outras receitas. A razão disso reside naturalmente no facto das despesas com as pensões aumentarem a um ritmo bastante rápido, não só pelo número de pensionistas, como também porque à medida que o sistema caminhar para a sua plenitude maiores serão as pensões, por maiores se tornarem os períodos de filiação no seguro. O valor médio da pensão situa-se ainda hoje, no entanto, em nível muito baixo, conforme se pode aferir pelo Quadro X. Porém, esse valor comparado com o salário médio já atrás referido representa cerca de 55 %, o que de certo modo, ao menos por ora, faz com que a causa da exiguidade daquele montante se situi menos no sistema em si do que no nível a que se encontram os salários. 387 QUADRO X Anos Número de pensionistas Pensões de invalidez e velhice (1000 esc.) Valor médio anual (2:1) (esc.) Valor médio mensal (esc.) 1 2 3 4 36 360 42 379 49 326 58 233 65 386 193 238 243 720 292 192 333 168 431151 5 315 5 751 5 924 5 721 6 594 443 479 494 477 550 1960 1961 1962 1963 1964 A interrupção verificada em 1963 no crescimento do valor médio das pensões, ano em que se verificou mesmo um decréscimo, foi devida ao número excepcional de segurados que nesse ano passaram a pensionistas. E, naturalmente, porque o número de pensões de valor inferior à média teve grande peso no conjunto. Por sua vez, a fixação de pensões mínimas é provável que justifique a subida, que se pode considerar excepcional, em 1961. O Quadro XI mostra com mais pormenor o conjunto das modalidades englobadas nas rubricas «Pensões» e «Subsídios», QUADRO XI (em %) Subsídios Pensões Anos 1960 1961 1962 1964, 1964,, . Velhice-invalidez Sobrevivência Total 89 88 89 90 92 11 12 11 10 8 100 100 100 100 100 Prestações Abono de complemen- Doença Morte família tares 82 79 77 76 67 1 4 6 5 6 15 14 15 17 25 2 2 2 2 2 Total 100 100 100 100 100 É possível verificar o peso que assume a velhice-invalidez no conjunto das pensões e a fraca expressão da sobrevivência. No tocante aos subsídios pode agora confirmar-se o que se havia dito anteriormente, isto é, a importância crescente assumida pelas prestações de doença, a estacionaridade da morte e a diminuição SS8 relativa do abono de família. Ê notório, por outro lado, o crescimento de uma modalidade, se pode dizer de criação recente, qual seja, a das prestações complementares. Aqui se incluem os subsídios de casamento, nascimento e aleitação, instituídos nos finais de 1960, o que explica o acréscimo do peso da modalidade em 1961. Tomando as despesas totais e as do conjunto das prestações por beneficiário, é possível notar, ao contrário do que se verificou com as receitas, uma subida pequena, mas persistente, ao longo de todo o período. QUADRO XII (1000 esc.) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Despesa total/be- Despesa com presneficiário tações/beneficiário 1,79 1,72 1,86 2,15 2,20 1.31 1,45 1,55 1,67 1,73 Com vista a determinar a importância das despesas com as prestações no total dos salários, bem como a sua influência sobre o crescimento dos mesmos, construiu-se o Quadro XIII no qual se tomam os salários globais, tal como foram apresentados no Quadro VI, ao tratar-se das receitas. Conforme se pode verificar, as prestações que representavam um valor constante dos salários (13%), sofreram uma variação positiva de 2 % em 1964. Libertando, porém, a análise dos defeitos que sempre se contêm nos valores globais, poderá observar-se que o salário médio sobe praticamente de 500 escudos anuais quando se entra em linha de conta com as prestações da previdência5, mas em termos de crescimento dos salários ela tem uma influência mínima. A verificação deste facto leva até a supor que a previdência não exerça qualquer influência marcada na redistribuição dos rendimentos. Considerando finalmente o conjunto receitas-despesas, pôde verificar-se que o respectivo saldo, embora crescente em valores absolutos, salvo no último ano do período considerado, tem crescido a um ritmo cada vez menor, chegando mesmo a anular-se 5 Considera-se aqui o total das prestações deduzido das pensões, dedução esta que foi efectuada tendo em conta o regime financeiro adoptado. 389 QUADRO XIII (1000 esc.) Salários globais Prestações a 2 :1 % Beneficiários Salário médio (1:4) 1 2 3 4 5 6 9 074 000 10 539 272 11 897 418 13 155 163 14 869 927 1151923 1 361 605 1 565 807 1 755 464 2 180 164 13 13 13 13 15 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1250 732 10,3 11,3 11,8 12,6 11,9 100 108 115 122 116 Anoa 1960 1961 1962 1963 1964 Salário médio (7:4) índice de crescimento de 3 7 3 9 9 509 213 11 044 511 12 481 968 13 817 153 15 763 203 10,8 11,8 12,3 13,2 12,6 índice de cres- Sal. directo+sal. indirecto b cimento de 5 100 109 114 122 117 •b Consideraram-se as prestações totais, incluindo as concedidas pelas C.A.F. Considerou-se como salário indirecto o total das prestações com exclusão das relativas às pensões e deduzido das contribuições (parte beneficiária). esse ritmo, como é evidente, no ano referido. O Quadro XIV mostra essa evolução. QUADRO XIV (1000 esc.) Receitas Despesas Saldo d-2) índice de crescimento 2:1 % 1 2 3 4 5 2 476 733 2 828 014 3 257 178 3 715 928 4 227 949 1 576 444 1 610 316 1 875 681 2 248 465 2 763 616 900 289 1 217 698 1 381497 1 467 463 1464 333 100 135 153 163 163 64 57 58 60 65 Anos 1960 1961 1962 1963 1964 A descida acentuada que se verifica no período 1960/61 da relação despesas/receitas reflecte o comportamento de umas e outras, conforme se mostrou nos Quadros V e XII. De facto, enquanto a receita por beneficiário aumentou nesse período, a despesa acusou movimento inverso. A causa desta anomalia não parece residir, ao contrário do que poderia supor-se, numa redução das despesas com os benefícios. Para o demonstrar bastará observar o referido Quadro XII, pois nele se verifica que as despesas com prestações por beneficiário aumentaram. Por sua vez, observando o Quadro XV, nele se mostra que a percentagem das mesmas despesas sobre as receitas ordinárias do sistema — contribuições — cresce no período em causa, o mesmo sucedendo quando comparadas com as receitas totais. QUADRO XV Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Prestações: Contribuições % Prestações: Receitas totais % 62 64 64 65 71 47 48 48 47 52 Sendo assim, ou as despesas não referentes às prestações sofreram decréscimo sensível, ou as receitas que não as contribuições aumentaram do mesmo modo, ou uma coisa e outra conjuntamente. Ora, observando os Anexos VI e VII pode verificar-se ter havido um efectivo decréscimo sensível nas despesas residuais «Outras» que não foi compensado com a descida das receitas correspondentes «Outras», e ainda uma sensível subida das receitas provenientes de «subsídios e outras comparticipações» —129 milhares de contos, a que correspondeu um aumento porcentual de 141%. Encontra-se assim para explicar a descida da relação em referência (despesas/receitas), quer o fraco crescimento observado nas despesas totais (2%) resultante do decréscimo acentuado na parcela residual (-242 690 milhares de contos), quer a subida das receitas provenientes de «subsídios e outras comparticipações». Entre os factos concretos que se conhecem ocorridos no período em referência (instituição dos subsídios de nascimento, casamento e aleitação; comparticipação dos beneficiários e familiares na assistência farmacêutica; diminuição do número de caixas de abono de família, que passaram de 16 para 3; criação de caixas distritais de previdência) não se encontra razões suficientes que permitam imputar a qualquer deles a responsabilidade da circunstância assinalada. Posto de parte aquele facto, pode verificar-se como tem crescido a quota parte das despesas nas receitas, especialmente no último ano, em que passa de 60 % para 65 %. Este salto constitui mais uma vez, por certo, manifestação da reforma da previdência 9 que já se fez referência noutros passos deste trabalho. Para terminar este capítulo ocorre dar uma ideia da representatividade das receitas e despesas da previdência no rendimento nacional e das despesas com prestações no consumo nacional. QUADRO XVI (em %) Despesas Anos 1960 1961 1962 1963 1964 $9% Total Prestações Prestações sobre consumo 2,6 2,5 2,7 3,0 3,4 1,9 2,1 2,3 2,4 2,6 1,9 2,0 2,3 2,3 2,7 Receitas 4,1 4,4 4,7 5,0 5,1 Como se vê, embora a participação seja relativamente reduzida, é notório o seu crescimento, especialmente da parcela em que uma participação elevada mais interesse oferece, ou seja, a das prestações, que passou de 1,9 % do rendimento nacional para 2,6 %. De facto, esse aumento significa mais consumo distribuído, maior nível de satisfação, maior progresso social, em suma. É pois de desejar que a diferença ainda acentuada que existe entre a participação das receitas e a das prestações no rendimento nacional diminua. Ê claro que, dado o âmbito actual da previdência, circunscrito aos sectores da indústria e serviços, poderia considerar-se mais adequada a comparação com a parcela do produto nacional provinda desses mesmos sectores. Não se levou, no entanto, por diante essa análise por se considerar que a nossa principal realização de previdência se deve integrar no todo nacional, ao menos como uma aspiração de que ao maior número estenda os seus benefícios. Uma medida social será tanto mais digna deste atributo quanto maior for a parcela da comunidade que abranja. 4. Acumulação de vaiares A constituição de reservas visa essencialmente dois objectivos: ou se trata da normal medida cautelar de administração tendente a preservar o equilíbrio financeiro do sistema perante exercícios de excepcional escassês de receitas ou de avultadas despesas; ou se trata da obtenção de rendimentos, através do investimento dessas reservas, com vista a diminuir o custo normal do sistema. Ter-se-á assim, consoante se verifique um ou outro caso, reservas financeiras e reservas técnicas ou actuariais, respectivamente. Ou, dito por outro modo, seguir-se-á no primeiro caso o regime financeiro da repartição e no segundo o regime financeiro da capitalização. A preferência pelas reservas técnicas é essencialmente justificada por dois tipos de argumentação: um inerente ao próprio sistema e outro exterior a ele. Por um lado, como se referiu acima, este regime conteria em si um elemento de diminuição do custo do sistema, dado que os rendimentos obtidos constituiriam uma receita adicional com que haveria de entrar em linha de conta na apreciação do seu custo; por outro, estaria aí um meio de mobilizar poupanças que representaria um auxiliar precioso para o aumento de um recurso produtivo de difícil obtenção (o capital), especialmente nos países de fracos rendimentos. A preferênca pelas reservas financeiras é essencialmente justificada pela ausência de dois defeitos apontados ao regime anterior. A acumulação de reservas técnicas põe desde logo o problema 393 da sua aplicação rendável (a taxa de juro prevista para o necessa rio equilíbrio técnico do sistema) e da complexa máquina administrativa que impõe para a gestão de tão avultados capitais; e vem logo a seguir o problema da desvalorização da moeda, o qual, ainda que não assuma as proporções catastróficas de uma conjuntura de crise económica, se verifica sempre, ao menos, como fenómeno secular. Este facto provoca a consequência imediata de o beneficiário da prestação receber um valor real muito inferior àquele por que nominalmente se poderia traduzir o seu direito futuro ao ser abrangido pelo sistema. Acrescendo que, enquanto a actualização das pensões se poderia efectuar sem agravamento das contribuições no regime de repartição, o mesmo não seria viável no regime de capitalização. No caso português, como se referiu já e pode concluir-se pela análise que se segue, é o regime das reservas técnicas ou actuariais o adoptado, se bem que pela recente reforma da previdência se tenha atenuado o mesmo através de uma redistribuição das taxas de contribuição que libertou valores afectos aos benefícios diferidos, já que só em relação a estes se põe normalmente o problema. Os valores da previdência subiram no período de 1960/64 de 9 590 para 14 361 6milhares de contos, o que corresponde a um acréscimo de 50 % . Até 1963, ano em que o aumento representou mais 35% do que em 1960, podiam considerar-se como parcelas principais determinantes da evolução total, os acréscimos sofridos pelos títulos e pelos valores à ordem. De 1963 para 1964 são essencialmente os valores à ordem que sofrem o grande impulso, traduzindo-se o seu aumento em números índices por 82 pontos, ou seja, de 145% do valor de 1960 passaram em 1964 para 227% dessa mesma base. Entendendo-se que nesta parcela se contêm todas as disponibilidades, quer sob a forma de depósitos, quer sob a forma líquida, terá de concluir-se que o facto verificado representa um aspecto negativo no tocante à rendabilidade das reservas, tanto mais que em números absolutos aquela evolução se traduz pelos apreciáveis montantes de 756 e 1184 milhares de contos, respectivamente, em 1963 e 1964, contra 522 milhares de contos em 1960. Comparando, no entanto, a receita proveniente dos rendimentos de bens patrimoniais com os valores totais acumulados verificou-se que ao longo de todo o período se manteve uma quase absoluta constância da relação, traduzida pela percentagem de 3,8%, o que não confirma os receios apontados. Como, porém, foi em 1963/64 que se verificou a subida excepcional dos valores à ordem, pode acontecer que o efeito desfavorável só venha a fazer-se sentir em 1965. Por outro lado, se se comparar o montante da mesma rubrica com a de imóveis, verifica-se que tendo esta sido sempre superior, 6 394 Veja-se Anexos IV e VIIL o deixou de ser no último ano, o qtie constitui outro aspecto desfa^ vorável da evolução, uma vez que é a rubrica dos imóveis que traduz em grande parte a acção social que pode imputar-se aos investimentos da previdência, em especial os que se referem à política de habitação. Existe apesar de tudo uma acção social no tocante à aplicação de valores da previdência que não está incluída na rubrica dos imóveis, mas sim na residual «Outros», e que tem assumido uma importância, se pode dizer espectacular, quando analisada em termos de crescimento. Trata-se dos empréstimos para construção ou aquisição de casas de que se falará mais adiante. Analisando ainda as parcelas principais em que se subdividem os valores totais da previdência nota-se que a mais importante é a que se refere aos títulos e que no período considerado o maior crescimento dessa rubrica se verificou em 1962, ano em que, por sua vez, os valores à ordem sofreram um decréscimo de 10 pontos relativamente ao anterior. Este facto teve a sua razão de ser no maior contributo que em 1962 foi exigido à previdência no que se refere ao financiamento do II Plano de Fomento. Com efeito, a participação da previdência no financiamento referido ascendeu em 1962 a cerca de 556 milhares de contos, o que correspondeu a 15,03 do total financiado nesse ano. Em qualquer dos outros anos do plano aquela percentagem situou-se sempre aquém dos 12 %, atingindo o seu mínimo em 1964 com 5,41 %7. O Quadro XVII mostra como se distribuiu a participação da previdência no financiamento do plano relativamente aos valores globais acumulados e aos acréscimos anuais desses mesmos valores. QUADRO XVII (1000 ese.) Valores acumulados Financiado pela previdência 2:1 % Valores (acréscimos anuais) 2:4 % 1 2 3 4 5 8 654 897 9 590 288 10 616 774 11 816 465 12 990 561 14 361156 358 849 451446 366 184 555 641 388 999 195 372 2 316 491 4,1 4,7 3,4 4,7 3,0 1,4 934 941 935 391 1026 486 1199 691 1174 096 1 370 595 6 641 200 38,4 48,3 35,6 46,3' 33,1 14,2 35,0 Anos 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1958/64 T Veja-se Anexo V. 895 Vê-se que, dos valores acumulados peia previdência (6641 milhares de contos) no sexénio de duração do plano, 35 % destinaram-se ao desenvolvimento económico8. Considerando os acréscimos anuais do aforro, verifica-se que foram os anos de 1960 e 1962 aqueles em que maior foi o esforço da previdência no financiamento do plano de fomento. Com vista a permitir uma ideia de conjunto da forma como se encontram aplicados os valores da previdência, construiu-se o Quadro XVIE. QUADRO XVIII (em %) Títulos Anos À ordem Imóveis Total 1960 1961 1962 1963 1964 10 10 9 8 8 78 79 81 80 78 Outros Total 7 6 6 6 6 100 100 100 100 100 Acções 12 12 14 13 13 5 5 4 6 8 Como não poderia deixar de ser, são os valores de rendimento fixo que predominam, pois é bem sabido que na aplicação das capitais da previdência o primeiro princípio a observar é a segurança. Não faria sentido que em tal sector fosse dada uma importância apreciável aos investimentos especulativos, A diminuição que no período considerado é possível verificar nas aplicações em imóveis confirma a conclusão anterior no sentido da perda de importância sofrida pelos investimentos de carácter social. E o caso é tanto mais grave quanto é certo que essa perda se verifica à custa de um ganho da rubrica de valores à ordem, que de 5 i% do total em 1960 passaram a 8 % em 1964, 8 Segundo o relatório da Junta de Crédito Público, publicado no Suplemento ao Diário das Sessões n.° 12, de 2,2/1/66, o acréscimo dos certificados especiais da dívida pública, nos termos do Decreto-Lei n.° 37 440, de 6/6/949!, que visa a aplicação dos capitais sobrantes das instituições de previdência, foi no mesmo sexénio de 3350 milhões de escudos, valor que excede em 1038 milhões de escudos o total indicado como financiado pela Previdência. Este facto leva a admitir a hipótese que a participação deste sector no Plano de Fomento possa ter sido na realidade bastante superior à indicada no Quadro 17. 396 enquanto os imóveis sofreram um decréscimo relativo de 2 % nô mesmo período. Estas mesmas conclusões são melhor confirmadas se em vez dos valores totais acumulados se considerar apenas a acumulação verificada no período em análise, isto é, a política seguida apenas no período 1960/64. QUADRO XIX (1000 esc.) Anos 1960/61 1961/62 1962/63 1963/64 Totais .. Imóveis Títulos À ordem Outros Total 30 027 19172 61730 49 840 1002 250 1105 404 878 248 720 788 18 550 — 52 123 267 557 428 268 24 341 127 238 — 33 439 171 699 1 026 486 1199 691 1174 096 1 370 595 160 769 (3 %) 3 706 690 (78 %) 662 252 (14 %) 241157 (5 %) 4 770 868 (100) Como se vê, foram essencialmente os valores relativos a imóveis e os relativos às disponibilidades que sofreram as grandes variações relativamente às posições médias globais apontadas no Quadro XVIII. Enquanto os imóveis representam até 1960, 10% dos valores totais e as disponibilidades 5%, no período 1960/64 esses valores relativos cifraram-se em 3 % e 14 %, respectivamente, o que, logicamente, originou a menor representatividade dos imóveis em 1964 (8%) e a maior das disponibilidades (8%) no mesmo ano. Mas será que, não obstante a descida dos imóveis, esta se deve àquela parte que não representa investimentos sociais e, consequentemente, a política social de investimentos sofreu, ainda assim um acréscimo? A resposta, ainda sob este ângulo mais preciso, não pode ser francamente positiva, como mostra o Quadro XX, relativo ao desdobramento dos imóveis. Como se observa, as casas económicas e as casas de renda económica, os investimentos que efectivamente se podem considerar entre as aplicações de capitais de carácter social, subiram no conjunto apenas de 1 % — de 54% do total dos imóveis em 1960 passaram a 55% em 1964. Ê, não obstante, de assinalar o aumento de 3 % verificado de 1963 para 1964 nas casas de renda económica. 397 QUADRO XX (em Anos Renda livre Utilidade social 40 41 42 41 40 2 2 2 2 2 1960 1961 1962 1963 1964 Casas eco- Renda eco- Renda liminómica nómicas tada 17 17 16 18 17 37 36 36 35 38 4 4 4 4 3 Total 100 100 100 100 100 Considerando agora uma outra aplicação de capitais, também de carácter social — os empréstimos para aquisição ou construção de casas aos beneficiários —, o que nas grandes rubricas em que se subdividiram os valores se inclui na rubrica residual «Outros», é possível verificar a forma acentuada como se tem desenvolvido essa modalidade, aliás de criação, se pode dizer, recente —1958. QUADKO XXI (1000 esc.) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Empréstimos índice de crescimento 11132 28 367 45 448 89 975 146 740 100 255 408 808 1318 Como se vê, em 1964 o valor dos empréstimos efectuados acresceu mais de 13 vezes o valor dos que se efectuaram em 1960. E mesmo que se despreze a análise do crescimento segundo os números índices, por se considerar que a base de que se parte se exprime por um valor absoluto reduzido, ainda assim é possível observar que em relação ao ano anterior nunca o crescimento foi inferior a 60 %, o que significa que em cada um dos anos houve um aumento de mais de metade do ano anterior. Finalmente, e ainda dentro destas aplicações de capitais com finalidade social, poderá citar-se a acção da Federação de Caixas 398 de Previdência «Obras Sociais», se bem que esta instituição não tenha sido considerada no conjunto da análise, pelo menos directamente, pois que entre as suas receitas algumas se consideraram, na medida em que as mesmas são constituídas por comparticipações das caixas de previdência e, consequentemente, deveriam ter sido incluídas nas despesas destas. Aquela acção, segundo os relatórios da Federação de 1963 e 1964, distribuída pélas rubricas «serviço social e educação familiar», «Infantários e educação infantil», «Estabelecimentos de férias e serviços similares», «Casas de repouso» e «Bolsas e outros auxílios nos estudos», atingiu os valores globais nos mesmos anos de 7169 e 9257 milhares de contos, respectivamente. Apenas como ideia geral e sem preocupações de grande precisão, verifica-se que, juntando os valores da actividade da «Obras Sociais» e os dos empréstimos aos das casas económicas e de renda económica, ainda assim a percentagem desse conjunto sobre os imóveis não ultrapassa nos anos de 1963 e 1964 62 % e 67 %, respectivamente. Quer dizer, as aplicações dos capitais da previdência com finalidade social não atingiu o valor da rubrica «Imóveis» e como esta na sua totalidade não vai além dos 8 % do total dos valores acumulados, pode concluir-se que do aforro da previdência não chega a estar aplicada em fins sociais essa percentagem. 5. Conclusões a) Não pode negar-se, e o que se deixou exposto bem o demonstra, que a previdência portuguesa tem evoluído no sentido de abranger toda a população do sector de actividade em que desde o início se inseriu — sector privado da indústria e serviços. Se bem que os números não garantam que toda essa população esteja já abrangida, eles dão-nos, no entanto, uma ideia aproximada de que assim acontece. Não pode, porém, ficar-se por esta meta sob pena de se negar a si própria como medida social que concretiza. O sector rural, se bem que em certa medida tenha a sua previdência, está muito longe de poder contar com a amplitude da que protege os outros sectores de actividade. E o problema não se confina apenas ao aspecto quantitativo mas também ao qualitativo, no sentido que demos a estas expressões ao tratarmos da população abrangida. Sabido que o mundo do trabalho agrícola é ainda o que tem maior peso entre os três sectores de actividade económica, não faz sentido que a previdência continui a ignorar tão desafortunado núcleo populacional. Por maiores que sejam as dificuldades de ordem técnica não podem estas subverter as carências de ordem humana que representa o estado de coisas actuaL Sabemos que o problema está a ser estudado com todo o interesse S99 e isso, de certo modo, ameniza a crítica que a circunstância objectiva suscita. 6) Sendo a previdência social um veículo de transferência de rendimentos, um meio redistribuidor de consumos, não pode deixar de se considerar com apreensões a reduzida percentagem que representam as despesas sobre as receitas. É certo que essa relação mostra tendência para aumentar, mas não é menos certo que no período analisado essa tendência foi em 1961 paralizada por razões que, embora se não tenha conseguido determinar, ocasionaram um retrocesso que só a recente reforma da previdência conseguiu anular. E é tanto mais de atentar neste facto, quanto é certo que a relação em causa representa um bom índice de potencialidades do sistema não realizadas, ou, o que é o mesmo, de benefícios por conceder. Mas, enfim, é grato verificar que a capitação das prestações aumenta e que este aumento tende agora a concretizar-se cada vez mais, pois que as consequências da reforma por certo continuarão a fazer-se sentir ainda por alguns anos — no período que analisámos só no último ano ela se reflectiu, dado que se havia iniciado nos finais de 1963. As despesas de administração mantêm-se num nível que se reputa elevado, especialmente quando comparadas com outros países em que a relação despesas globais / receitas totais atinge a elevada percentagem de 95 % (64 % entre nós) e as despesas administrativas não ocupam uma posição superior a 3,5 % (6,5 % entre nós) do conjunto das receitas. Se bem que as receitas e principalmente as despesas representem, quando comparadas com o rendimento nacional, uma percentagem ainda bastante reduzida, umas e outras tendem a aumentar. Este tipo de indicadores reveste, não obstante, certa importância, pois traduz, em certa medida, o esforço social empreendido por um país. Sabe-se, evidentemente, que esse esforço social só parcialmente se traduz pelo sector da previdência que analisámos. Porém, da sua importância é bem um índice o valor das receitas cobradas, que chegaram a atingir 48 % da receita proveniente dos impostos directos e indirectos. c) O regime de capitalização seguido tem originado a constituição duma fortuna, cujo montante é de molde a causar apreensões. Só a relativa estabilidade da nossa economia tem defendido aquela de uma desvalorização capaz de reduzir apreciavelmente o seu valor real. Não obstante, não se pode deixar de temer o perigo apontado, a medida que se vê crescer a importância daquele 400 aforro. A estabilização, porém, do saldo das receitas e despesas verificado no último ano, como consequência da atenuação do regime financeiro, proveniente da reforma da previdência, ameniza, em certa medida, a situação. Foi com a maior das apreensões que se verificou o acentuado enfraquecimento relativo da política social dos investimentos da previdência no período considerado. Apesar do incremento fulminante do valor dos empréstimos aos beneficiários para construção ou aquisição de casas, no conjunto assistiu-se a um afrouxamento relativo das aplicações de carácter social. E o caso é tanto mais grave quanto é certo que se pôde observar um crescimento, se pode dizer, espectacular, dos valores à ordem no período 1963/64. Uma correlação de sentido inverso que foi possível observar entre os valores à ordem e os financiamentos do Plano de Fomento levam a supor que os empreendimentos económicos se sobrepõem demasiadamente aos de natureza social. E, no entanto, bem pareceria que assim não deveria acontecer, pois que, de certo modo, isso representa como que uma inversão de objectivos, ou seja, os objectivos sociais transmudarem-se em económicos. Além da restrição de consumo, ou, pelo menos, a não actualização das possibilidades de aumentar o consumo que a capitalização provoca, assiste-se desse modo à não realização de alguma virtude que seria possível tirar desse regime financeiro, como seja a de o aforro inerente poder servir para resolver problemas de necessidades, cuja satisfação imediata se impõe. Este facto, entre todos, o que se nos afigurou mais grave, não podemos deixar de o salientar aqui vivamente, pois nos parece ser digno de toda a ponderação. NOTA FINAL Tentou-se no que ficou para trás fazer uma análise, tão objectiva quanto o é por natureza própria a análise numérica, da evolução do mais importante sector da previdência portuguesa. Ficou-se pois, tanto quanto possível, pelas afirmações de facto, deixando para o fim algumas conclusões de ordem valorativa por ser esse o momento mais favorável, dada a visão de conjunto que então era possível ter da amplitude e evolução geral do sector em causa. Concorda-se que em muitos pontos teria sido possível levar a análise mais longe, estabelecer relações com outros indicadores. Mas por forma nenhuma se pretendeu tornar exaustivo o estudo, como, aliás, se deixou expresso logo de início. Pretendeu-se, e isso muito ardentemente, suscitar, através de uma panorâmica geral, a atenção para o sector da previdência, deixando antever o importante papel que o mesmo desempenha e pode desempenhar na vida nacional E isto se julgou possível através de uma análise global que mostrasse a verdadeira grandeza do sector referido, quer pela população que abrange, quer pelo consumo que redistribui, quer pela capacidade de aplicação de capitais que possui. Mas pretendeu-se ainda chamar a atenção para a falta que entre nós se faz sentir de elementos que permitam estudos mais especializados, para além da previdência em si própria, que tomem em consideração o contexto em que realmente ela se insere, o qual se não pode confinar já às realizações efectuadas no domínio da concessão das prestações, que constituem o seu objecto específico. Ainda há bem pouco tempo, como, aliás, já se referiu, na Association Internationale de Sécurité Sociale, de que a Direcção-Geral da Previdência e Habitações Económicas faz parte e tem por isso acompanhado sempre de perto toda a actividade, foi inscrito na ordem de trabalhos o problema das interinfluências da Segurança Social e das economias nacionais, o que é bem um índice da visão mais lata que se sugeriu. E assim, não só para que possamos dar a nossa achega nas discussões que se virão a travar, como também, e sobretudo, tendo em vista a próxima reforma da previdência, seria útil que se iniciassem tão cedo quanto possível os estudos necessários. Poderá parecer insólita a referência à próxima reforma da previdência quando acabámos praticamente de erguer o edifício legal da reforma há pouco iniciada. No entanto, deverá ter-se em conta todo o trabalho que é necessário levar a cabo para se chegar a dispor de uma infra-estrutura estatística útil, não só no domínio da previdência, como na parte que interessa do domínio económico. São tarefas novas que só após algum tempo de experiência poderão dar uma efectiva e válida contribuição. Nesta linha de pensamento é de salientar a ausência até hoje de um relatório anual da previdência portuguesa, no qual se dê a conhecer a forma como esta vai evoluindo, bem como os aspectos mais importantes dessa actividade, nomeadamente as alterações legislativas ocorridas no período em referência. A maturidade alcançada já entre nós no domínio da previdência não justifica que continuemos alheados de factos que são hoje correntes e cuja ignorância em nada favorece o desejável progresso do sector em causa. 402 ANEXO I População abrangida C. s}. P. C. R. ou P. Índice de crescimento Total S. M. S. Fam.: Benef. Anos 1960 1961 1962 1963 1964 Contribuintes Benefificiários Contribuintes Benefificiários Contribuintes Benefificiários Cont. Benef 47 270 45 642 45 379 42 569 40 233 480 064 480 473 480 960 471 988 567 576 26 305 37 937 40 581 44 404 49 768 398 438 453 335 526 037 570 201 683 156 73 575 83 579 85 960 86 973 90 001 878 502 933 808 1 006 997 1 042 189 1250 732 100 114 117 118 122 100 106 115 119 142 Fonte: I.N.E. — Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social. Benefificiários Familiares 644 660 757 593 722 867 849 550 854 819 1 057 948 939 619 1191 248 1 042 420 1 313 071 1,17 1,17 1,23 1,26 1,25 ANEXO II Receitas (1000 esc.) Anos C.S.P. CR. ou P. C.A.F. S.M.S. » Total Índice de crescimento 1960 1128 819 1 216 634 127 849 3 431 180 971 2 476 733 100 1961 1253 906 1 499 609 61153 13 346 179 202 2 828 014 114 1962 1 362 835 1 808 444 67178 18 721 2SU 096 3 257 178 132 1963 1 487 198 2 133 114 71725 23 891 269 S6U 3 715 928 150 1964 1 662 384 2 468 942 70 746 25 877 297 592 4 227 949 171 a Em itálico as compaticipações das caixas federadas. Fonte: I.N.E. — .Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social. ANEXO III (1000 esc.) Anos 1960 1961 1962 1963 1964 C.S.P. * 623 594 677 800 997 286 828 379 855 681 CR. ou P.a 690 770 914 1116 1 368 778 358 752 315 151 CA.F. S.M.S. Total índice de crescimento 109 396 44 669 48 610 50 891 52 631 152 984 200 461 234 940 280 404 345 153 1 576 444 1 610 316 1 875 681 2 248 465 2 763 616 100 102 119 143 175 8 Não inclui as comparticipações à Federação de Caixas de Previdência—Serviços Médico-Sociais. Fonte: I.N.E. — Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social. ANEXO IV Valores (1000 esc.) CR. ou P. C.A.F. S.M.S. Total Indide de crescimento 4 543 745 4 910 240 4 978 489 5 531 509 5 445 056 6 234 258 5 859 655 6 977 264 6 409 708 7 843 903 38108 20 744 20 800 26 386 28 655 98195 86 032 116 351 107 256 78 890 9 590 288 10 616 774 11 816 465 12 990 561 14 361156 100 111 123 135 150 Anos 1960 1961 1962 1963 1964 C.S.P. Fonte: I.N.E. — Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social, ANEXO V Execução do I I Plano de Fomento (Metrópole) (1000 esc.) Anos 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1959/64 Total financiado 3 202 391 3 804 536 3 595 219 4 361140 a 3 820 992 a 3 607 717 22 391 995 Financiado pela previdência 358 849 451 446 366 184 555 641 a 388 999 a 195 372 2 316 491 % em relação ao total financiado 11,20 11,86 10,18 15,03 10,18 5,41 10,30 a Números provisórios. FON1E: Boletim do Secretariado Técnico da Presidência do Conselho, Abril-Julho» 1964. 405 ANEXO VI Receitas (Desdobramento) (1000 esc.) Anos RECEITAS 1960 CONTRIBUIÇÕES: CS.P CR. ou P CA.F Total índice de crescimento SUBSÍDIOS E OUTRAS COMPARTICIPAÇÕES: CS.P CR. ou P. CA.F S.M.S a Total índice de crésRENDIMENTOS DE BENS PATRIMONIAIS: CS.P CR. ou P. , , CA.F SJM.S Total índice de crescimento OUTRAS: CS.P CR. ou P. CA.F.... S,M.S Total índice de crescimento a 1961 1962 1963 910 184 1 009 496 1 082 619 1157 665 1 864 971 1 068 798 1298 872 1 455 516 1 65 946 60 011 95 054 67 487 1 870 209 2 138 305 2 447 437 2 680 668 3 100 1U 131 1964 303 630 679 891 69 324 052 845 163 U3 12 696 221199 186 615 53193 1009 18 210 259 027 203 345 51651 4 036 23 310 282 345 223 513 521223 151 25193 302 080 100 241 282 307 329 179 825 192 711 65 12 372 613 191 524 213 513 199 57 405 293 210 089 240 802 202 13 451106 100 109 121 133 147 7 628 130 118 1452 2 756 Ul 954 9 528 53 082 14 593 63 217 16 934 82155 21 498 99 608 49 364 207 285 5 415 257 069 53 474 269 951 6 523 323 954 100 45 70 181 228 28 834 31182 31278 663 91 957 164 216 43 929 358 228 518 266 968 197 163 495 84-6 253 129 295 587 193 161 549 070 Não Inclui as comparticipações das caixas federadas. FONTE: I.N.E. — Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social, 106 Despesas ANEXO VII (Desdobramento) (1000 esc.) Anos 1960 PRESTAÇÕES NÃO PECUNIÁRIAS: CS.P CR. ou P CA.F Total índice de crescimento SUBSÍDIOS: CS.P CR. ou P CA.F Total índice de crescimento PENSÕES: CS.P CR. ou P Total índice de crescimento ADMINISTRAÇÃO: CS.P CR. ou P CA.F S.M.S Total índice de crescimento OUTRAS: CS.P CR. ou P C.A.F Total índice de crescimento a 1961 1963 1962 1964 16 248 46 517 118 019 180 784 22 392 45 213 160 023 20 266 49119 181 924 25 487 62 558 230 879 227 628 251 309 318 924 33 716 75 635 289 611 398 962 100 126 139 176 221 351 697 298 920 102 882a 753 499 409 590 405 205 456 562 483 849 47188 475 763 541 431 49 406 574 195 686 836 51129 100 114 131 142 174 37 537 180 103 217 640 57 017 219 689 85 842 241 057 826 899 107 399 262 541 369 940 161 640 307 402 469 042 100 127 150 170 216 50 428 36 813 5 402 34 965 76 618 75 239 1195 40 438 82 641 90 256 1417 53 016 86 219 109 699 1469 49 525 96 864 122 655 1496 55 542 127 608 193 490 227 326 246 912 276 557 100 152 178 193 217 167 376 128 425 1112 29 211 25 012 32 068 50 475 5 105 987 140 086 16 131 266 175 623 6 296 913 54 223 82 548 246 089 306 895 100 18 28 83 108 43 474 858 269 276 706 987 599 1 066 600 1312160 Inclui 1158 contos de acção de assistência. FONTE: I.N.E.—Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social, ANEXO VIII Valores (Desdobramento) (1000 esc.) Anos VALORES 1960 IMÓVEIS: C.S.P CR. ou P C.A.P &.M.S Total índice de crescimento TÍTULOS: C.S.P CR. ou P. ... ... CA.F Total índice de crescimento À ORDEM: C.S.P CR. ou P CA.F S.M.S Total índice de crescimento 468 191 498 690 1691 13 940 982 512 100 1961 1962 1963 1964 473 533 523 369 462 654 552 554 490 341 582 324 501 615 618 107 15 637 16 503 20 776 23 559 1 012 539 1 031 711 1 093 Ul 1 U3 281 103 105 111 116 3 575 962 4 040 737 4 535 485 4 862 573 5 238 156 3 851 070 4 388 861 5 001330 5 550 716 5 896 251 4 312 2 538 4 351 3 982 4 667 7 U31 699 8 U33 9h9 9 539 353 10 U7 601 11138 389 U0 100 113 128 200 924 218 717 27 326 74 550 188 686 273 763 16 268 61350 145 960 248 967 1-8 262 74 755 266 979 390 984 20 284 77 254 5!*0 067 U87 9U 755 501 1183 769 521 517 150 420 754 664 881 21899 76 235 U5 100 OUTROS: C.S.P CR. ou P CA.F S.M.S Total índice de crescimento 298 668 341 763 4 424 9 705 275 533 345 516 125 9 045 300 957 431 407 •• 25 093 239 762 249 183 664 664 473 240 2 774 1790 9 226 — 20 904 65b 560 630 219 757 U57 72k 018 895 717 100 96 116 111 137 FONTES: I.N.E. — Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social. 408 ANEXO IX Acepção de algumas rubricas utilizadas, conforme Estatística da Organização Corporativa e Previdência Social «RECEITA — Todo o aumento do património da Instituição ou Organismo, proveniente da entrada de numerário ou outros valores e referente ao período observado (um ano) ainda que cobrado posteriormente. Assim não são consideradas receitas as operações de capitais e valores da Instituição ou Organismo (empréstimos contraídos, reembolso de empréstimos concedidos e alienações), bem como as da sua tesouraria (transferências de fundos dentro da própria Instituição ou Organismo e operações de conta alheia). Contribuições — Prestações periódicas efectuadas pelo próprio beneficiário ou por sua conta (entidades patronais e contribuintes), de cujo pagamento fica dependente o direito aos benefícios. Subsídios — Receita proveniente de todo o donativo, em numerário ou outros valores, periódico ou não, recebido de qualquer entidade pública ou particular, não em função da qualidade de beneficiário ou entidade patronal nem estando o direito aos benefícios dependente da efectivação do donativo. Comparticipações — Receitas provenientes da contribuição do próprio beneficiário pela utilização de certos serviços ou benefícios que lhe são destinados* Rendimentos de bens patrimoniais — Receitas provenientes de vendas, dividendos ou juros resultantes da aplicação dos capitais da Instituição ou Organismo. Outras (receitas) — Incluem-se as receitas provenientes de transferências de fundos de outras Instituições ou Organismos, em virtude da respectiva transferência de beneficiários, cobrança de multas, reembolso de impressos, arredondamentos de contribuições, pensões, subsídios e abonos prescritos ou restituídos, lucros decorrentes da alienação de bens, etc. DESPESA — Toda a diminuição do património da Instituição ou Organismo, proveniente da saída de numerário ou outros valo409 íes e referente ao período observado (um ano) ainda que pago posteriormente. Assim não são consideradas despesas as operações de capitais e valores da Instituição ou Organismo (capitalizações, amortizações de empréstimos e construções e obras novas incluindo benfeitorias), bem como as da sua tesouraria (transferências de fundos dentro da própria Instituição ou Organismo e operações de conta alheia). Pensões — Importâncias pagas em dinheiro com carácter de periodicidade, que se destinam a substituir definitivamente o ordenado ou salário do beneficiário. Subsídios — Importâncias pagas em dinheiro, periodicamente ou não, tendo carácter eventual ou ocasional e que não se destinam a substituir definitivamente o ordenado ou salário do beneficiário, sendo atribuídas para fazer face ou a um aumento de encargos familiares do beneficiário ou a uma incapacidade temporária de auferir o seu ordenado ou salário. Prestações não pecuniárias — Foram aqui compreendidas, além das importâncias gastas com medicamentos, material de prótese, agentes físicos, elementos auxiliares de diagnóstico, distribuição de vestuário, alimentos, etc, também as despesas com o pessoal médico e de enfermagem, com a compra de material médico-cirúrgico de consumo corrente, etc. Administração — Importâncias gastas com o funcionamento dos serviços que asseguram mediatamente a realização dos fins próprios da Instituição ou Organismo e com a conservação dos seus bens. Outras (despesas} — Incluem-se as despesas resultantes de transferências de fundos para outras Instituições ou Organismos, em virtude da respectiva transferência de beneficiários, reembolso de contribuições, restituições de contribuições a estrangeiros, prejuízos decorrentes da alienação de bens, etc.» 410