10 DOSSIER
SEGUROS QUE DÃO SAÚDE
Porque a saúde não tem preço, nem
mesmo os difíceis tempos de austeridade têm impedido mais de 2 milhões
de portugueses de se manterem cobertos por seguros de saúde. A procura do
cartão que abre as portas de hospitais e
clínicas privadas a preços mais
acessíveis continua a aumentar e as
seguradoras continuam a trabalhar no
desenvolvimento de novas ofertas para
responder a necessidades emergentes
dos consumidores
que leva 2,2 milhões de portugueses a
estarem cobertos por um seguro de
saúde? O que motiva mais de 20% da
população portuguesa a querer dispor de um cartão que lhe dá acesso a
um conjunto de prestadores privados
de cuidados de saúde? O que leva esses mesmos
portugueses a não abdicar do seu seguro agora que o
País está mergulhado numa crise económica e financeira e se perfila uma quebra gradual do poder de
compra? “Apesar do cenário de crise, as preocupações com a saúde continuam a ser prioritárias”, afirma Rita Sambado, directora de Marketing de
Produtos e Clientes da Fidelidade Mundial e Império
Bonança. “Hoje em dia o seguro de saúde já não é
visto como um produto acessório, pelo contrário, re-
O
presenta uma mais-valia na qualidade de vida das
pessoas”, acrescenta a mesma responsável. Longe dos
tempos em que este mercado crescia a dois dígitos
anuais, os seguros de saúde fecharam o ano 2010
com um crescimento na ordem dos 6,5%, e os
primeiros meses de 2011 revelam que os portugueses
não abdicaram do cartão que lhes abre a posta dos
prestadores privados de cuidados de saúde.
“Contrariamente ao que seria de esperar, em momentos de crise económica as pessoas têm tendência
a acautelar o seu bem-estar e os produtos de seguros
de previdência continuam a ser procurados”, verifica
Rui Meireles, director técnico de saúde da Generali.
“No entanto, com a contracção do poder de compra
(em especial da classe média), os planos de seguro de
saúde mais procurados são aqueles com um menor
DOSSIER 11
leque de coberturas”, revela a responsável da multinacional italiana.
Ambulatório e estomatologia estão no topo das preferências dos portugueses. “Um seguro serve cada vez
mais não só para fazer face a despesas mais avultadas,
como também para garantir as normais despesas de
saúde”, confirma Filipe Clemente, director coordenador da Médis. E seja para recorrer à cadeira do dentista, seja para recorrer a consultas de especialidade
ou a exames complementares de diagnóstico, muitos
portugueses optam por accionar o seguro de saúde,
que lhes dá acesso a hospitais e clínicas privadas.
Na vertente dos grandes riscos, a hospitalização é a
garantia principal que os seguros de saúde proporcionam aos segurados, embora poucas vezes funcione,
por si só, como motivação para a subscrição do seguro.
A maior parte dos clientes das seguradoras quer, efectivamente, estar coberto em caso de necessidade de
hospitalização, mas não dispensa o acesso regular a
consultas das mais variadas especialidades, cujo grau
de utilização é mais previsível e frequente.
Nos últimos anos tem sido também crescente a preocupação com doenças graves, o que levou já muitos
operadores a incluírem esta designação em novos planos de coberturas, geralmente com capitais mais elevados e acesso a redes médicas internacionais. “Há
uma percepção acrescida do risco deste tipo de doenças. Quem no seu círculo de amizades não conhece
uma situação concreta?”, aponta Filipe Clemente.
Novidade mais recente tem sido a inclusão de redes
de bem-estar ou terapias alternativas no leque de coberturas dos seguros de saúde. Aqui se incluem as ter-
12 DOSSIER
mas, os health clubs, a acupunctura ou a osteopatia,
entre outras.
Disponível nas modalidades de regime convencionado (managed care) ou reembolso, o seguro de saúde é
geralmente comercializado em Portugal numa modalidade mista, que permite aos clientes escolher, em
cada momento, o regime que lhe é mais favorável. No
regime convencionado, os segurados podem beneficiar do acesso a cuidados de saúde prestados por uma
O seguro de
saúde é geralmente comercializado na
modalidade
mista, combinando o regime
convencional
com o regime
de reembolso
rede convencionada com a seguradora. Nesses casos,
em cada consulta, exame ou tratamento beneficiam
de imediato de um desconto previamente acordado
entre a seguradora e o prestador, cabendo ao segurado
efectuar um co-pagamento, igualmente definido no
início de cada ano. Já no regime de reembolso, que os
clientes geralmente preferem quando sentem necessidade de recorrer a um prestador que não integra a
rede convencionada com a sua seguradora, os segurados têm de pagar a totalidade da consulta, exame ou
tratamento e seguidamente enviar para a companhia
a factura desse mesmo pagamento. No seguimento
desse processo, a companhia de seguros reembolsa o
cliente de uma percentagem do valor pago, de acordo
com os termos do contrato.
À PROCURA DE RAPIDEZ E CONFORTO
Foi nas últimas duas décadas que o seguro de saúde se
tornou um dos seguros facultativos mais populares
em Portugal. O crescente poder de compra dos consumidores e a valorização da saúde da família, bem
como o aparecimento de novas unidades privadas de
saúde, contribuíram significativamente para que muitos agregados familiares optassem por subscrever
uma apólice. Num país onde o Serviço Nacional de
Saúde (SNS) garante o acesso universal da população a
todos os cuidados disponíveis, sem limitações de idade, capital ou doença preexistente, os seguros de saúde viram tornar-se um suplemento da oferta que passou a estar disponível para as famílias. Assim, os segurados passaram a poder optar, em todo o momento, se
recorrem aos cuidados médicos do Serviço Nacional
de Saúde (para o qual continuam a contribuir com os
seus impostos) ou se recorrem a cuidados prestados
por serviços privados, pagando para isso um prémio
anual de seguro.
E se o acesso universal do Serviço Nacional de Saúde
atrai os portugueses até si, a ausência de rapidez na
resposta, consubstanciada em penosas listas de espera,
tem vindo a afastar muitos portugueses desta oferta.
“Os portugueses procuram seguros de saúde pela possibilidade de aceder a cuidados de saúde com qualidade de prestação de serviço, eficiência no atendimento e infra-estruturas técnicas e humanas diferenciadas
do SNS”, alega Rui Meireles, da Generali. “Os tempos
de espera e as limitações específicas do SNS levam os
particulares a procurar uma maior rapidez e conforto
no acesso e usufruto dos cuidados de saúde”, confirma também José Francisco Neves, director de Gestão
de Produtos Saúde da Allianz Portugal.
Já nos seguros de grupo, aqueles que inicialmente
mais adeptos conquistaram em Portugal, chegando às
famílias através de pacotes de benefícios sociais concedidos por algumas empresas aos seus colaboradores,
José Francisco Neves refere que “está cada vez mais
provado que o seguro de saúde é um dos ‘fringe benefits’ com maior aceitação por parte dos colaboradores,
o que motiva fortemente as empresas a introduzir estes
produtos como benefícios e que podem ser ofertas alternativas muito interessantes nestes tempos de crise”.
RENTABILIDADE EM CAUSA
Com uma taxa de sinistralidade acima dos 84% em
2010 e um rácio combinado muito próximo dos 102%,
o ramo doença começa a gerar sérias preocupações
junto dos operadores, que temem ver a sua rentabilidade sacrificada pelo elevado grau de consumo de
algumas coberturas. Tipicamente as consultas de especialidade, os exames complementares de diagnóstico e
os tratamentos dentários apresentam índices elevados
de sinistralidade, já que os portugueses cobertos com
seguro de saúde tendem a recorrer com alguma naturalidade a este tipo de cuidados de saúde consumindo
o capital disponível na apólice anual.
Mas os operadores também sabem que a solução
mais óbvia – aumentar os prémios de seguro – poderia significar o sacrifício de boa parte da carteira de
clientes, especialmente numa altura em que muitas
famílias enfrentam uma redução do seu poder de
compra, atendendo à conjuntura económica difícil
que o País atravessa. Não podendo seguir por esse via,
ou pelo menos não seguindo exclusivamente por essa
via, alguns operadores têm optado por introduzir alterações noutras variáveis, como os co-pagamentos, que
têm sofrido ligeiros aumentos nos últimos anos. Em
DOSSIER 13
alguns casos foram mesmo criadas franquias anuais,
pagas pelo segurado no primeiro recurso ao seguro em
cada ano de vigência da apólice.
“O negócio não é imune à actual situação e colocam-se desafios cada vez mais acrescidos de gestão”, reconhece Filipe Clemente, da Médis. “O tema da rentabilidade e a sua solução coloca-se não só ao nível do financiador, mas de todos os ‘stakeholders’, incluindo prestadores de cuidados de saúde, fornecedores, distribuidores e clientes”, defende o responsável da Médis. Rui
Meireles, da Generali, acredita que “com a maturidade
do mercado, a experiência de gestão deste seguro resultará num melhor domínio do ponto de vista da gestão técnica do ramo e correcta tarifação de riscos”.
Mas a responsável da Generali tem críticas à postura
tarifária de alguns operadores, que, alega, “se posicionam de forma extremamente agressiva, tarifando
abaixo dos valores necessários para garantir quota de
mercado em detrimento de resultado operacional”.
No que diz respeito aos produtos e coberturas, a resposta pode passar pela inovação. Planos personalizados,
nos quais o cliente escolhe as coberturas que integram
a apólice, e ofertas diversificadas na área das medicinas
alternativas têm sido alguns dos caminhos trilhados.
Mas há mais. “A prevenção é um dos aspectos fundamentais na melhoria do grau de sinistralidade na área
da Saúde”, alega Rita Sambado, da Fidelidade Mundial
e Império Bonança. “Os custos associados à prevenção
são genericamente inferiores aos custos associados ao
tratamento da doença. Faz sentido fazer esse investi-
mento na mudança de paradigma de vida das pessoas e
melhorando substancialmente a qualidade das suas
vidas futuras”, anuncia Rita Sambado.
E O FUTURO?
As limitações na idade de permanência como segurado constituem um dos pontos de maior desagrado entre os portugueses, sobretudo aqueles a quem a idade
já vai pesando e para quem os cuidados de saúde passaram já a ser uma necessidade muito frequente. Alguns dos seguros disponíveis no mercado português
recusam a permanência dos segurados após a entrada
na terceira idade e outros permitem a sua permanência após os 65 anos, mas desde que o seguro tenha sido
subscrito antes dos 45. E a questão não é fácil de resolver. O potencial incremento da utilização do seguro
de saúde nesta fase da vida dos segurados torna o seu
custo demasiado pesado, levando muitas vezes as
companhias a reflectir esse aumento na despesa num
aumento do prémio, deixando de tornar o seguro suportável para grande parte dos segurados idosos. Ainda assim, alguns operadores foram lançando produtos
específicos para este segmento da população ao longo
dos últimos anos, procurando precisamente dar resposta a um segmento de mercado que se tornará cada
vez mais relevante. “Esta necessidade surge sobretudo
pela concentração da população em idades mais avançadas e pelo modelo social muito assente na autonomia individual, o que leva à procura de soluções de
saúde mais abrangentes”, assume Rita Sambado.
Planos personalizados, nos
quais o cliente
escolhe as
coberturas que
integram a
apólice, e ofertas diversificadas na área
das medicinas
alternativas
têm sido alguns
dos caminhos
trilhados
14 DOSSIER
Por trás de um
prémio anual
de seguro estão
diferentes variáveis que é
fundamental
ter em conta na
hora de analisar as diferentes ofertas
Mas há outros desafios a enfrentar nos próximos
tempos. “Como pano de fundo terá de estar sempre a
sustentabilidade do sistema de saúde como um todo e
de cada um dos seus intervenientes”, sublinha Filipe
Clemente, da Médis, que salienta ainda o facto de não
se prever, a curto prazo, um crescimento do rendimento das famílias quando a população está envelhecida, quando a esperança média de vida está a aumentar e aparecem constantemente novas tecnologias.
“Devemos continuar a apostar cada vez mais num
‘mix’ entre ofertas de risco e ofertas de consumo e
cada vez menos no ‘encharcamento’ das ofertas com
coberturas que só têm um efeito comercial”, defende,
por seu turno, José Francisco Neves, da Allianz. “Com
um controlo de custos rigoroso e com tarifas adequadas, seria importante perspectivarmos ofertas que
permitissem uma cobertura mais abrangente e directamente relacionada com riscos de doença e não com
o tal ‘encharcamento’”, acrescenta.
Quanto à procura de seguros, Rui Meireles, da Generali, acredita que “o volume de facturação irá conti-
nuar a crescer de forma constante, entre 3 a 5%, devido principalmente ao aumento da oferta privada de
cuidados de saúde que induzem a uma maior utilização e por consequência se traduz num aumento do
consumo médio por segurado”. Além disso, a responsável da Generali estima que “se houver condições de
transferir algum financiamento de despesa de saúde
pública para o sector privado, com criação de produtos apelativos na relação custo/benefício, então o negócio poderá desenvolver-se de forma mais acentuada”.
COMO COMPARAR OS PREÇOS
Para o consumidor mais desatento, poderá não ser
fácil interpretar a diferente panóplia de planos de
coberturas disponíveis no mercado segurador. Por trás
de um prémio anual de seguro estão diferentes variáveis que é fundamental ter em conta na hora de
analisar as diferentes ofertas. É o caso do limite de
capital, ou seja, o plafond que anualmente pode ser
consumido pelo segurado em cada cobertura. É também o caso das percentagens de comparticipação em
DOSSIER 15
3 QUESTÕES A SÉRGIO MELRO, DIRECTOR EXECUTIVO DE GESTÃO CLÍNICA, DESENVOLVIMENTO
ESTRATÉGICO E TECNOLOGIA DA ADVANCE CARE
“HOSPITAIS PRIVADOS ELEVAM IMAGEM
DOS SEGUROS DE SAÚDE”
Que características são mais valorizadas pelos
portugueses numa rede de prestadores de
cuidados de saúde?
A nossa perspectiva quanto a esta questão
enquadra-se naquilo que tentamos fazer para
maximizar a satisfação dos nossos clientes. É
muito importante garantir uma boa acessibilidade, materializada numa ampla dispersão
geográfica da rede de prestadores de cuidados de saúde, com critérios diferenciados por
serviços/especialidades, em função de onde
residem/trabalham os Utentes, da potencialidade de dinamização comercial das localidades em causa e da própria existência e disponibilidade de serviços clínicos alternativos na
zona. A excelência da qualidade do serviço
percepcionada pelo Utente (no sentido lato:
instalações, cuidados de saúde, apoio/processo administrativo, tempos de espera, etc.) é
também crucial. Neste contexto, temos um
criterioso processo de credenciação dos nossos prestadores e uma avaliação contínua do
seu desempenho. Por fim, e até com maior
pertinência no actual contexto económico
nacional, temos o custo. A contratação da rede de prestadores com um nível de preço
competitivo, aliada à co-responsabilização financeira e acompanhamento dos Planos de
Saúde pelas Seguradoras, têm permitido aos
seus clientes o acesso aos cuidados de saúde
privados em condições mais favoráveis.
Que importância assume o aparecimento de
novos hospitais privados na melhoria da imagem do serviço disponibilizado pelas seguradoras?
Este factor tem, sem dúvida, ajudado a elevar a
imagem dos seguros de saúde por via do acesso a uma nova oferta de excelência, com
dimensão, bem localizada, e com uma grande
integração de valências clínicas e de profissionais reconhecidos no sector. Para além da componente hospitalar, o próprio regime ambulatório, principalmente no que respeita às consultas externas, consultas de urgência ou
meios auxiliares de diagnósticos e tratamento,
mudou significativamente com estas novas
unidades, tendo-lhe conferido uma dinâmica
completamente diferente no serviço ao utente.
Contudo, este novo paradigma também criou
novos desafios às seguradoras por via do
aumento da procura, assim como dos tratamentos mais especializados/sofisticados (mais
caros), o que tem aumentado os encargos globais das seguradoras com as despesas de saúde.
Como deverá evoluir a procura do seguro de
saúde em Portugal?
Actualmente existem já mais de dois milhões
de pessoas com seguro de saúde em Portugal,
mais aproximadamente outros tantos com regimes de subsistemas de saúde (quer públicos
como a ADSE, Forças Armadas, PSP/GNR, etc.,
rede convencionada e em regime de reembolso fora da
rede. Ou ainda das idades-limite de subscrição e de
permanência como segurado. Entre os benefícios contam-se, por exemplo, os descontos crescentes que
geralmente as companhias concedem à medida que o
número de pessoas do agregado familiar coberto vai
aumentando. Depois, será possível conseguir também
algum desconto se já tiver outros seguros contratados
na mesma companhia, já que as seguradoras privilegiam a venda cruzada de produtos, numa lógica de
fidelização do cliente.
O quadro compilado nesta edição apresenta um comparativo de preços, tendo sido solicitado a cada companhia que apresentasse a sua proposta mais barata
para um seguro de saúde que incluísse hospitalização e
quer particulares como a PT-ACS, SAMS-SBSI,
Sã Vida, etc.). Apesar do panorama negativo
em que vivemos em termos da economia nacional, perspectivamos que a população que já
tem um seguro de saúde (quer individual,
quer de grupo/empresa) lhe confere um grau
de importância tal (com benefícios reconhecidos) que terá grande relutância em prescindir do mesmo. Por outro lado, como complemento à oferta do SNS, e ainda mais num contexto de necessidade de redução do défice público do estado com potencial repercussão no
serviço prestado (ou até mesmo no modelo de
financiamento), pensamos que continuará a
aumentar a população que encontra nos seguros de saúde uma opção válida. Para além
disto, existe ainda uma iniciativa legislativa
em curso com vista ao aumento da abrangência da cobertura dos actuais seguros de saúde
em termos de doenças pré-existentes e de seguros com compromissos temporais mais alargados, que poderá também aumentar a população abarcada. A tudo isto podemos ainda
somar o aparecimento de ofertas específicas
de determinados segmentos de mercado, com
o propósito de apresentar alternativas diferenciadas do binómio “prémio versus risco coberto”. Neste contexto global, pensamos que os
seguros de saúde deverão continuar a ser (e
cada vez mais) uma solução para a população
portuguesa.
ambulatório. Aqui é possível verificar que as propostas
apresentadas integram limites de capital muito diferenciados, devendo o consumidor, na hora de optar, avaliar
bem o grau de protecção que quer assegurar em cada
uma das coberturas. Porque um capital mais baixo
pode proporcionar um prémio anual mais reduzido,
mas pode também revelar-se insuficiente em caso de
sinistro que implique despesas avultadas.
Da mesma forma, há que avaliar as coberturas adicionais que integram os planos apresentados, já que
em alguns casos subscrever um seguro de saúde que
inclua hospitalização e ambulatório significa beneficiar de outras coberturas obrigatoriamente incluídas
na apólice, como a assistência domiciliária ou o acesso a redes médicas internacionais.
16 DOSSIER
OS CARTÕES DE CONSUMO
O elevado grau de consumo de algumas coberturas habitualmente incluídas no seguro de saúde, como as consultas e tratamentos em ambulatório ou ainda a estomatologia, levou o mercado a criar de cartões de acesso
a redes convencionadas. Estes cartões são vendidos em
separado, independentemente de os clientes serem ou
não subscritores de seguros de saúde, e dão acesso à rede
convencionada com a seguradora a preços mais reduzidos. Aqui não há possibilidade de reembolso, apenas o
acesso à rede de prestadores, beneficiando de um
desconto.
Alguns operadores adoptaram já este regime para a
cobertura de ambulatório, mas foi na cobertura de estomatologia que este produto se massificou. O seu
custo ronda os 7 euros mensais e permite aos clientes
aceder às clínicas e médicos dentistas que integram a
rede convencionada, beneficiando de descontos variados, consoante o acto médico praticado, sendo a tabela
de descontos divulgada anualmente pela seguradora.
3 QUESTÕES A GABRIELA VIEIRA, RESPONSÁVEL DE SAÚDE NA VILLAS-BOAS ACP
“CRISE TEM OBRIGADO EMPRESAS A
REVER CONTRATOS COM SEGURADORAS”
Que impacto estão a ter estes tempos de crise
na procura de seguros de saúde?
Num momento em que os custos médicohospitalares crescem a um ritmo bem superior à inflação e à produtividade das grandes
empresas, dado a impossibilidade de acréscimo de custos, a solução passa por reajustamentos anuais dos contratos através da
revisão/redução das condições garantias,
medidas que não são bem recebidas pelos
colaboradores e pelas pessoas seguras.
Quais são as principais motivações que levam
os portugueses a procurar seguros de saúde?
A opção da oferta de um seguro de saúde por
parte das empresas completa uma boa política de remuneração indirecta. Para os colaboradores, face os custos onerosos da saúde, o
mau funcionamento do Sistema Nacional de
Saúde, que não se apresenta como uma alternativa, a crescente oferta e facilidade de operacionalidade das redes, o seguro de saúde
traduz-se num benefício real.
Como deverá evoluir o seguro de saúde em
Portugal?
Na luta contínua por parte dos tomadores em
de melhorar/assegurar condições garantidas,
‘versus’ redução de custos. Por parte das seguradoras, na batalha de reduzir/controlar frequências... adequar/ajustar utilização a reais
necessidades.
18 DOSSIER
QUANTO CUSTA UM SEGURO DE SAÚDE COM HOSPITALIZAÇÃO E AMBULATÓRIO?
Companhia
Plano
Rede Convencionada
Açoreana
Allianz
Imed Adulto Hospitalização
Classic + e Ambulatório
AXA
CA Seguros
Fidelidade
Mundial
Generali
Groupama
Equilíbrio
Solução 1
Essencial
Moderato
Plus
Médis
Multicare
Advance Care
Multicare
Médis
Advance Care Allianz Saúde Advance Care
Liberty
Lusitania
Liberty Saúde
Saúde Pleno 2
1
Tranquilidade
Zurich
Valor
Zurich Saúde
Advance Care Advance Care
Médis
Capital
Hospitalização
10.000 €
50.000 €
15.000 €
12.500 €
20.000 €
20.000 €
30.000 €
20.000 €
20.000 €
25.000 €
15.000 €
Franquia
250 €
250 €
150 €
n.a.
250 €
n.a.
250 €
0€
n.a.
n.a.
200 €
Comparticip.
na rede
100%
100%
100%
100%
100%
90%
100%
100%
100%
90%
100%
Comparticip.
fora da rede
60%
70%
50%
35%
50%
60%
60%
35%
55%
55%
35%
Capital
Ambulatório
0€
1.500 €
2.500 €
1.000 €
1.000 €
2.000 €
1.500 €
1.000 €
1.500 €
1.500 €
1.000 €
Co-pagamento
0,00 €
15,00 €
12,50 €
50,00 €
12,50 €
n.d.
11,00 €
0,00 €
n.a.
13,00 €
15,00 €
Comparticip.
na rede
100%
100%
100%
100%
100%
90%
100%
100%
100%
90%
100%
Comparticip.
fora da rede
60%
50%
80%
35%
50%
60%
60%
35%
55%
55%
35%
rede bemestar, exten2ª opinião
subsídio
pequena cirurmédia;
são
diário,
2ª opinião gia; parto, 2ª
2ª opinião Best Doctors,
estrangeiro,
doenças
assistência
Parto;
opinião Best
graves; assist. médica; extenassistência médica e teleAsk Best
Outras cober- assistência
2ª opinião
Doctors,
médica
viagem; assist. são Espanha;
fónica,
turas incluídas pessoas; rede
Best Doctors
extensão
Doctors
e
domicílio e
Portugal; sub- rede bemassistência
bem-estar
rede bem- estrangeiro,
estar
sídio hospitalviagem, 2ª viagem, transmedicina preestar
opinião médiização e desloporte de
ventiva
cação
ca internaurgência
cional
parto, benefício diário, 2ª parto, rede
Espanha,
opinião médi2ª opinião
ca, rede bem- assistência
Best Doctors,
estar, linha médica, rede
Ask Best
emergência, bem-estar, 2ª
Doctors
assistência opinião médica
domiciliária,
rede Espanha
Prémio
5 anos
224,87 €
339,24 €
334,69 €
235,27 €
437,16 €
228,24 €
396,83 €
243,37 €
n.a.
M: 253,69 € F:
244,63 €
241,76 €
15 anos
224,87 €
221,31 €
251,98 €
218,90 €
308,04 €
205,91 €
304,23 €
226,57 €
249,71 €
M: 253,69 € F:
244,63 €
225,01 €
25 anos
212,00 €
320,05 €
293,00 €
250,54 €
433,43 €
246,22 €
404,77 €
258,61 €
35 anos
250,00 €
379,45 €
371,74 €
293,90 €
531,96 €
316,16 €
491,26 €
303,91 €
M: 352,80 € M: 365,55 € F:
F: 496,19 €
443,68 €
301,82 €
45 anos
322,00 €
452,24 €
445,28 €
428,25 €
626,16 €
391,99 €
613,87 €
442,27 €
M: 441,14 € F: M: 437,05 € F:
450,01 €
511,51 €
437,55 €
55 anos
407,00 €
571,40 €
n.a.
583,00 €
902,04 €
550,15 €
907,62 €
608,41 €
605,82 €
M: 649,23 € F:
659,41 €
598,31 €
65 anos
184,00 €
1.129,57 €
n.a.
1.097,40 €
n.a.
892,21 €
1.251,71 €
1.153,47 €
n.a.
M: 848,73 €
F: 821,76 €
1.121,82 €
Idade limite
subscrição
60
60
50
64
60
60
55
64
60
60
64
sem limite
sem limite
sem limite*
70
75***
70
sem limite*
sem limite**
75***
sem limite *
4 a 13%
2,5 a 15%
10 a 15%
10 a 20%
7,5 a 20%
10 a 23%
10 a 15%
2,5 a 15%
10 a 15%
10 a 15%
Idade limite
sem limite*
permanência
Descontos
para agregado 5 a 20%
familiar
M: 301,63 € F: M: 289,44 €
410,69 €
F: 373,63 €
n.d.: não divulgado; n.a.: não aplicável ; * desde que subscrito até aos 55; ** desde que subscrito até aos 50; *** desde que subscrito até aos 45
256,83 €
Fonte: Empresas
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