Comunicado de imprensa 4 de junho de 2015 Lista Vermelha das Aves: “1 em cada 8 espécies em risco de extinção na Europa” Três anos de trabalho produziram a nova Lista Vermelha que será a base da conservação das Aves na Europa para os próximos anos. A Lista Vermelha das Aves, publicada esta semana pela Birdlife International e a UICN e financiada pela Comissão Europeia, revela números preocupantes sobre a conservação deste grupo na Europa. Também em Portugal são muitas as espécies ameaçadas, destacando-se o painho-demonteiro, o britango e a águia-imperial. Das 533 espécies de aves da Europa 13% estão sob ameaça, valor que sobe para cerca de 18% se considerarmos os 27 países da UE (à data do início do estudo a Croácia ainda não era Estado-membro). Destas, 11 estão Criticamente Ameaçadas. Britango © BirdLife – uma espécie a necessitar de medidas urgentes de conservação. Abetarda © Luís Venâncio – um caso de sucesso da conservação da natureza na Europa Em Portugal (continente e ilhas), estão identificadas 22 espécies que se encontram sob ameaça na União Europeia, destacando-se a pardela-balear (Criticamente em perigo), a freira-da-madeira, o britango e o priolo (Em perigo). No entanto, existem muitos casos de espécies que viram melhorado o seu estado de conservação por toda a Europa. Em Portugal temos espécies que ainda estão ameaçadas, mas num grau mais favorável, como a freira-da-madeira e o priolo. Outras passaram a ter um estatuto de não ameaçadas na União Europeia, como a abetarda e o francelho. Para Luís Costa, Diretor da SPEA, “a recuperação destas espécies é um resultado direto dos esforços de conservação realizados, da aplicação das diretivas Aves e Habitats e da implementação do programa LIFE da Comissão Europeia”. Por outro lado existem dezenas de espécies com estatuto desfavorável, mostrando que os esforços de conservação não foram suficientes e têm de ser continuados, como no caso da pardela-balear, do sisão, da águia-imperial e do britango. Mas na opinião de Luís Costa, “é chocante o caso das espécies que eram comuns mas que têm vindo a regredir fortemente há vários anos, continuando a ser ignoradas pelos decisores políticos”. Entre elas, destacam-se as espécies cinegéticas. Em particular a rola-brava, mas também o zarro, a piadeira, o arrabio, o tordo-zornal e o tordo-ruivo. “São todas espécies ameaçadas na União Europeia, para as quais é urgente a suspensão da caça em Portugal”, conclui. _____________________________________________________________ Mais informações: Luís Costa Diretor Executivo TM 91 69 214 19 e-mail luí[email protected] ´ Domingos Leitão Coordenador do departamento Terrestre TM 96 956 23 81 e-mail [email protected] Notas para os editores: A Red List pode ser consultada em http://www.birdlife.org/sites/default/files/attachments/RedList%20%20BirdLife%20publication%20WEB.pdf A Lista Vermelha das Aves é reconhecida como o sistema mais objetivo para a identificação de espécies em risco. Apesar de ter sido concebida, numa primeira instância, para uso global, pode também ser aplicada a nível regional e nacional, seguindo as normas do IUCN Regional Red List. Comunicado de imprensa 4 de junho de 2015 Mais informações: Luís Costa Diretor Executivo TM 91 69 214 19 e-mail luí[email protected] ´ Domingos Leitão Coordenador do departamento Terrestre TM 96 956 23 81 e-mail [email protected] Desde 2005 que a Comissão Europeia financia Listas Vermelhas na Europa para todos os grupos de vertebrados terrestres, exceto aves, e para outras espécies de moluscos, abelhas, plantas medicinais, etc. Entre 2012 e 2015, um projeto financiado pela Comissão Europeia – liderado pela BirdLife International e integrado pelo European Bird Census Council, Wetlands International, IUCN, BTO, Sovon, RSPB, Czech Society for Ornithology e BirdLife Europe – preencheu a lacuna no que respeita às aves. Recorde-se ainda, que está a decorrer uma consulta pública aos cidadãos europeus para avaliar a sua opinião sobre as Diretivas Aves e Habitats (as leis europeias que protegem a Natureza). Quase uma centena de ONG internacionais e nacionais uniram-se para mobilizar os cidadãos a dizer à Comissão Europeia que não querem que estas leis sejam alteradas. Tudo aponta para que as alterações, a existirem, não sejam para as melhorar, mas sim para tornar mais fraca a conservação da natureza, com efeitos negativos na biodiversidade, no ambiente e na qualidade de vida dos cidadãos da União Europeia. Participe em http://www.spea.pt/pt/participar/campanhas/sos-natureza/.