DEPOIS DA INDIGNAÇÃO
Zona Leste quer viaduto
Moradores reivindicam ligação da rua Guadalajara com a avenida Henry Nestlé
Euclides Oliveira
Os moradores da Zona Leste de Ribeirão Preto querem a construção de um viaduto
sobre o quilômetro 309 da rodovia Anhangüera, para eliminar os congestionamentos
entre os bairros Lagoinha e Jardim Interlagos.
A notícia de que o governo de São Paulo irá construir dois viadutos na avenida Castelo
Branco – um no cruzamento com a Presidente Kennedy e outro com a Leão XIII,
orçados em R$ 26 milhões – indignou os moradores da região.
A obra pretendida ligaria a rua Guadalajara diretamente à avenida Henry Nestlé, onde
vários condomínios de casas foram construídos nos últimos anos. Na região, moram 58
mil pessoas, segundo o IBGE.
Atualmente, quem vem do sentido Centro-Bairro e chega ao Lagoinha pela Guadalajara
precisa ingressar à esquerda e trafegar cerca de 1.000 metros pela rua Antonio Alves
Passig, que fica às margens da Anhangüera.
Nesse ponto, o motorista se depara com uma confusa rotatória que termina numa
passagem por baixo da rodovia, que dá acesso à Vila Abranches.
Depois, o condutor precisa entrar à direita, trafegar mais 1.000 metros pela rua Pedro
Scandar (que margeia a Anhangüera do lado oposto) para acessar, enfim, a avenida
Henry Nestlé.
“Está insuportável”, afirmou Paulo César Barbosa, síndico do Condomínio Portal dos
Pinheiros
O administrador de empresas Marcelo Pozatti reside há dois anos no Condomínio
Campos do Jordão. Ele gasta 30 minutos na ida e outros 30 na volta para percorrer a
ligação atual, devido ao grande volume de veículos. “Trata-se de um grande funil.
Quando fizeram essa passagem debaixo da rodovia, na década de 80, só existia a Vila
Abranches, que tinha cerca de 5 mil moradores”, comentou Pozati.
Para o comerciante Saturnino Fernandes da Cunha, dono de um bar na rotatória, a
construção de uma passarela de pedestres, quase no mesmo local desejado para o
viaduto, se revelou desnecessária.
“Não passa ninguém nela. Agora, esse viaduto já deveria ter sido feito há bastante
tempo. O trânsito aqui está bastante ruim. Quando chove, fica tudo congestionado das 7
às 9 horas da manhã”, comentou Cunha.
A assessoria de imprensa da Autovias, que administra esse trecho da rodovia, informou
que o viaduto não estava previsto quando o contrato de concessão com o Estado foi
assinado Um pré-projeto foi encaminhado pela Autovias ao departamento técnico da
Artesp (Agência Reguladora do Transporte do Estado de São Paulo), que ainda não
definiu se vai autorizar a obra.
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Zona Leste quer viaduto - Jornalista Euclides Oliveira