EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco Segunda-feira, 20-04-2015 Edição às 08h30 Editor Raul Santos Sobrevivente garante que eram 950 as pessoas a bordo Ministro desconhece caso das mulheres que terão sido obrigadas a provar que estão a amamentar Desemprego. Novos estágios e apoios em vigor a partir desta segunda-feira EI divulga vídeo com execuções Universidades e politécnicos homenageiam Mariano Gago Ébola. OMS António Costa reconhece falhas e promete honrar anuncia palavra dada mudanças Mais de mil no aeroporto. Adeptos portistas dão força para Munique Papa estuda passagem por Cuba antes de viagem aos EUA FÓRMULA 1 Hamilton vence no Bahrain 2 Segunda-feira, 20-04-2015 Sobrevivente garante que eram 950 as pessoas a bordo Foram resgatadas 28 pessoas com vida. As operações prosseguem. Foram resgatadas 28 pessoas com vida. Seguiam centenas a bordo. Foto: Guardia di Finanza/EPA Um dos sobreviventes resgatados da embarcação que naufragou na madrugada de domingo, no Mediterrâneo, revela que eram quase mil as pessoas a bordo. O homem, natural do Bangladesh, diz que havia centenas de pessoas trancadas no convés, sem permissão para sair, avançando que o número de passageiros da traineira que saiu da Líbia rumo à Europa era de 950 e não 700, como foi primeiro avançado. A busca por mais sobreviventes ou corpos prossegue. No mar estão navios italianos, a Marinha de Malta e navios mercantes, em colaboração com a armada de Malta e até de embarcações de pesca. Entre as 30 embarcações envolvidas está uma de bandeira portuguesa, que foi a primeira a chegar ao local do naufrágio. “Quando lá chegaram estava escuro e depararam-se com um navio que estava virado e com pessoas já na água. Então, o comandante e a tripulação lançaram barcos salva-vidas, bóias e redes. Foram resgatadas com vida 22 pessoas e transferidas para um barco da Guarda Costeira italiana”, revelou, no domingo, Mark Clark, porta-voz da empresa proprietária do barco. O número de sobreviventes resgatados está nos 28. Na última semana terão sido cerca de 13 mil os imigrantes a procurar melhores condições na Europa. Os constantes naufrágios no Mediterrâneo são, no entender de Andrea Bellardinelli, um dos responsáveis em Itália da organização não-governamental Emergency – que presta apoio médico aos migrantes – mais do que direitos fundamentais: é a própria civilização que está em causa. “Fizemos muitos apelos, muitas recomendações a diversas autoridades para tentar encontrar soluções para este problema. É um tema muito importante: refere-se a direitos fundamentais. É uma questão de civilização, tanto para o Governo italiano como para a Europa. Temos de encontrar uma solução e… já vamos muito tarde”, considera. Itália pede acção Face à tragédia, a União Europeia anunciou que vai organizar uma reunião de urgência com os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros, estando igualmente em consideração a realização de uma cimeira europeia extraordinária – um encontro com carácter de urgência, pedido pelo primeiro-ministro de Itália. Matteo Renzi diz ser necessário dar uma resposta colectiva à tragédia que se vive na região e encontrase, esta segunda-feira, com o seu homólogo de Malta. Entretanto, a polícia italiana prossegue uma grande operação policial contra as redes de imigração ilegal que operam no Mediterrâneo. Entre as várias pessoas detidas estará um dos responsáveis pela tentativa de entrada em Itália, em Outubro, de uma outra embarcação que transportava centenas de migrantes. Na altura, morreram 300 pessoas. Ministro desconhece caso das mulheres que terão sido obrigadas a provar que estão a amamentar Paulo Macedo garante que o Ministério não deu orientações nesse sentido a nenhum hospital. A queixa de duas enfermeiras foi avançada pelo jornal “Público”. Foto: Luís Forra/Lusa O ministro da Saúde, Paulo Macedo, diz não conhecer a metodologia aplicada por dois hospitais do Porto que terão pedido provas de evidência de leite às funcionárias que recorrem à possibilidade de redução do horário de serviço por amamentarem. "Nós não demos quaisquer orientações nesse domínio e não tenho conhecimento de qual é a metodologia", disse Paulo Macedo, este domingo, depois de ter discursado na sessão inaugural do 36º Congresso Português de Cardiologia, que decorre em 3 Segunda-feira, 20-04-2015 Albufeira até 21 de Abril. A queixa de duas enfermeiras, uma do Hospital de Santo António e outra do Hospital do São João, ambos do Porto, que dizem ter tido de comprovar às entidades laborais que estavam a amamentar "espremendo leite das mamas à frente de médicos de saúde ocupacional", foi avançada pelo jornal “Público”. A legislação portuguesa em vigor permite que as trabalhadoras que estão em período de amamentação podem ter uma redução horária até duas horas diárias para apoio aos filhos. De acordo com o jornal, ambas as profissionais foram convocadas para comparecer em consultas de Saúde Ocupacional no respectivo local de trabalho depois de os filhos terem completado um ano de idade e, lá chegadas, foi-lhes pedido que fizessem "uma prova de evidência de leite". Quando os filhos fazem um ano, a legislação portuguesa obriga as mulheres que estão a amamentar a entregar, todos os meses, uma declaração do médico assistente onde este ateste aquela situação. As queixas em causa coincidem com a semana em que a Assembleia da República discutiu dezenas de propostas da maioria e da oposição para a promoção da natalidade, num debate temático proposto pelo BE relativamente ao qual PSD e CDS-PP admitiram viabilizar iniciativas da oposição. O PCP e o Bloco de Esquerda já reagiram ao caso afirmando que vão pedir esclarecimentos ao Governo. no exterior dos edifícios para mais uma homenagem da comunidade científica portuguesa. Mariano Gago morreu sexta-feira em Lisboa, aos 66 anos de idade. O funeral realizou-se no sábado, no Algarve. Entre 1995 e 2002, nos XIII e XIV governos constitucionais, foi ministro da Ciência e da Tecnologia de António Guterres. Com a ascensão de José Sócrates ao poder, em 2005, Gago foi nomeado ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior dos XVII e XVIII governos constitucionais. Desemprego. Novos estágios e apoios em vigor a partir desta segunda-feira Os desempregados de longa duração inscritos no IEFP são os destinatários do programa “Reativar” e dos novos apoios à mobilidade geográfica. O objectivo é criar novas oportunidades de emprego. Universidades e politécnicos homenageiam Mariano Gago Homenagem ao meio-dia desta segundafeira. O ex-ministro, conhecido como "senhor Ciência", morreu na sexta-feira, aos 66 anos. Todas as Universidades e Institutos Politécnicos do país vão prestar homenagem a Mariano Gago, esta segunda-feira. Ao meio-dia, durante cinco minutos, todas as instituições irão parar as suas actividades. Professores, alunos e funcionários estão convidados a juntarem-se Desempregados com mais de 31 anos têm novos apoios. Foto:DR Por Cristina Branco Entram esta segunda-feira em vigor novos apoios à mobilidade geográfica no mercado de trabalho e programas de estágios para desempregados de longa duração. Os diplomas foram publicados há um mês em Diário da República. O programa “Reactivar” alarga os estágios a um maior número de desempregados. É destinado a pessoas partir dos 31 anos e inscritas no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) há, pelo menos, 12 meses. Os candidatos não podem ter participado em qualquer estágio financiado pelo IEFP nos últimos três anos. Os seleccionados terão uma bolsa cujo montante é calculado de acordo com a escolaridade de cada beneficiário, com um valor mínimo de 419 euros e um máximo de 691. O estágio tem a duração de seis meses. Neste programa haverá uma majoração para os beneficiários desempregados a partir dos 45 anos. Esta segunda-feira, entram também em vigor as medidas para apoiar a mobilidade geográfica no mercado de trabalho. Podem candidatar-se desempregados inscritos no 4 Segunda-feira, 20-04-2015 Instituto de Emprego há, pelo menos, três meses e há apoios distintos para mobilidade temporária e mobilidade permanente. No caso da mobilidade temporária, o incentivo abrange os desempregados que consigam um contrato de trabalho com duração superior a um mês e a mais de 50 quilómetros de casa. O beneficiário recebe 209 euros durante um período máximo de seis meses. No caso da mobilidade permanente, é exigido um contrato de pelo menos um ano ou criação do próprio emprego. O Governo comparticipa os custos da viagem da família com transporte de bens, para uma distância superior a 100 quilómetros. O apoio será pago de uma só vez e corresponde a uma ajuda de custo até um máximo de 629 euros. O incumprimento das regras pode implicar a devolução das ajudas. A Renascença foi conhecer um dos muitos casos de desempregados em que a idade é o principal obstáculo para a reentrada no mercado de trabalho. Ouça a história de Sílvia Rodrigues (áudio no topo da notícia). CONVERSAS CRUZADAS O que tem a Taxa Social Única a ver com a Liga dos Campeões? Baixar a Taxa Social Única resolve os problemas das empresas? “Não, mas ajuda”, defende Álvaro Santos Almeida, no Conversas Cruzadas desta semana. É como o FC Porto corre mais que o Bayern: ajuda, mas nada garante. Já Carvalho da Silva admite: será a “machadada final” na Segurança Social. Por José Bastos O que tem o decisivo Bayern-FC do Porto da Allianz Arena, dentro de dois dias, a ver com a Taxa Social Única? O economista Álvaro Santos Almeida recorre ao universo futebolístico para enquadrar os prováveis efeitos de uma descida da Taxa Social Única (TSU). “Deixe-me fazer uma metáfora: se me perguntarem o que é preciso para o Futebol Clube do Porto ser campeão europeu este ano... Era preciso ter melhores jogadores? Melhor treinador? A equipa treinar mais? Mas, e se eles correrem muito na terça-feira, isso vai ajudar? De certeza que sim!”, garante o economista. “Se, na próxima terça-feira, os jogadores do F.C. do Porto correrem mais que os do Bayern, isso, só por si, não resolve os problemas todos, mas ajuda”, faz notar Álvaro Santos Almeida. “É a mesma coisa com os custos do trabalho. É verdade que se tivéssemos produtos de maior qualidade, se não houvesse endividamento nas empresas, se o nível de gestão fosse melhor em Portugal... tudo isso faria com que as empresas portuguesas fossem mais competitivas”, reconhece. “Mas em função dos jogadores que temos, em função do treinador que temos, em função da equipa que temos, correr mais vai ajudar. Neste caso, baixar os custos do trabalho vai ajudar.” É a opinião de Álvaro Santos Almeida, antigo quadro do FMI em Washington. A questão da descida dos custos do trabalho foi recolocada no debate público pelo primeiro-ministro, mas a meio da semana a ministra Maria Luís Albuquerque garantiu não ter ainda um plano detalhado para concretizar a descida dos custos laborais sobre as empresas. A ministra das Finanças – não usando nunca a expressão “TSU” – garantiu, ainda assim, não se tratar da reedição da solução polémica apresentada em 2012 a implicar um aumento dos descontos dos trabalhadores. Mas é a mexida na TSU o factor-chave para as empresas? “Não resolve os problemas todos, mas ajuda”, é a resposta de Álvaro Santos Almeida, professor de Economia na Universidade do Porto. “O facto de haver outros problemas que têm de ser resolvidos não impede que a redução dos custos de trabalho não seja um factor positivo”, afirma, na edição do Conversas Cruzadas deste domingo. Carvalho da Silva: “Perder 1% de TSU exige 165 mil trabalhadores a 514 euros” Já Manuel Carvalho da Silva questiona o que diz ser “o terceiro round” nas tentativas para mexer na TSU. “Os custos do trabalho pesam em média, no plano nacional, 21% do global dos custos de produção”, defende o sociólogo. “O efeito indirecto é muito mais que 20%”, contrapõe Álvaro Santos Almeida. Carvalho da Silva sustenta que parte do debate deve ser feita à volta de um dos “ciclos viciosos” a afectar as empresas portuguesas. “Se a qualidade de gestão é baixa a rentabilização do trabalho menos qualificado ainda é menor. Quanto mais trabalho de baixa qualificação e baixa remuneração, maior é o convite a uma gestão frágil”, observa. “Como nós sabemos a redução da taxa social única incide em cada trabalhador. Quem são as empresas mais beneficiadas? São as empresas de utilização de mão-de-obra intensiva. Quem são? São os call-centers, os grandes centros comerciais, as grandes superfícies, as estruturas que por aí andam a alimentar trabalho pouco qualificado.” “Era preciso ir proteger certos sectores da indústria que têm estas características? (e que podem continuar a ter). Sim senhor. Era preciso, mas não só. Mas e as empresas com alta tecnologia, com altos salários?” interroga o histórico sindicalista português. Álvaro Santos Almeida objecta. “A TSU é proporcional aos salários. Uma empresa que tenha trabalhadores qualificados e que, por isso, pague salários mais altos, também paga mais TSU e tem mais redução de custos”, afirma. Carvalho da Silva concede, mas amplia a discussão: estará em risco o sistema de protecção social? “As contas não são minhas, mas são de vários estudos e relatórios: são precisos 6% da TSU para se conseguir 1% nos custos de trabalho. Só efeito directo?” “Admito que se multiplique o factor por uma potência de 3 e o efeito não se distancia muito. Ainda esta semana, vi que a compensação em termos de receitas 5 Segunda-feira, 20-04-2015 na Segurança Social pela perda de 1% da TSU exigia que houvesse mais 165 mil trabalhadores com salários de 514 euros a contribuir para a Segurança Social”, prossegue. “Como diz o António Bagão Félix, se isto for para a frente é a machada final no sistema de protecção social. Não sou eu que digo é o António Bagão Félix que diz”, afirma o professor da Universidade de Coimbra. “Mas tem que ser compensado. Não há hipótese”, é o argumento agregado ao debate por Álvaro Santos Almeida. Carvalho da Silva adiciona mais uma inquietação: “Mas quem vai compensar? É o factor trabalho? Quando falo do factor trabalho não estou só a falar dos trabalhadores por conta de outrem. Estou a falar do factor trabalho na sua globalidade.” Álvaro Santos Almeida concorda: “Isso é o que falta saber. Não é necessariamente o factor trabalho. É o que falta saber...”, conclui, talvez com a inquietação do adepto portista que, provavelmente, conhecerá muito antes o desfecho do jogo do Allianz Arena. Há pessoas impedidas de sair de casa por falta de acessibilidade No Em Nome da Lei, debate-se a possibilidade de alguém fazer obras em espaços comuns para instalar rampas ou plataformas elevatórias por estar impossibilitado de aceder à sua casa pelas escadas. Por Marina Pimentel Há pessoas impedidas de sair de casa, porque não podem subir nem descer escadas, principalmente pessoas com deficiência motora e muitos idosos. A presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, Ana Sezudo, afirma que “não passa pela cabeça da maioria da população portuguesa a quantidade de casos que temos neste país de pessoas que vivem fechadas em casa porque os prédios onde vivem não são minimamente acessíveis”. Na edição do "Em Nome da Lei" deste sábado, debatese a possibilidade de um inquilino ou proprietário poder fazer obras em espaços comuns, para instalar rampas ou plataformas elevatórias, por estar impossibilitado de aceder à sua casa pelas escadas, devido à sua idade ou condição física. Desde 2006 que existe legislação a impor que as novas construções permitam o acesso para todos. Embora a lei não o preveja expressamente, se o arrendatário ficar impossibilitado de utilizar escadas, por razões de saúde, deve poder instalar uma cadeira elevatória para ter acesso à sua habitação, mesmo contra a opinião dos condóminos. É o que defende a advogada Joana Pinto Monteiro, que comenta o caso concreto de uma decisão judicial que chegou à última instância porque os condóminos não autorizaram que um inquilino do prédio, com 84 anos, impedido de subir as escadas, na sequência de dois AVC, instalasse, a expensas suas, uma cadeira elevatória amovível no corrimão das escadas do prédio. O Supremo Tribunal de Justiça negou razão ao condomínio e ao senhorio, considerando estarem a contribuir para a consumação de uma discriminação indirecta. “Este senhor teve uma situação que pode acontecer com todos, teve um AVC, uma situação inesperada, e tinha um contrato de arrendamento válido. Houve uma alteração significativa na vida dele que faz com que tenham de ser tomadas medidas. A finalidade da lei é permitir que a todos os condóminos seja dado o acesso à sua propriedade”, afirma a advogada Joana Pinto Monteiro. Há um milhão de portugueses portadores de deficiência e muitos vivem com poucos rendimentos, o que contribui para a exclusão social, alerta o presidente da Associação Salvador, que conta um episódio pessoal em que sentiu discriminação. Salvador Mendes de Almeida, que anda numa cadeira eléctrica, não conseguiu votar nas eleições autárquicas. “Eu sou muitas vezes descriminado. Ainda no outro dia queria ir votar, moro ali na zona do Saldanha, cheguei à porta do sítio onde se votava e veio um bombeiro ter comigo a informar que teria de subir quatro andares sem elevador”, relata. Excertos do programa da Renascença "Em Nome da Lei", um debate conduzido pela jornalista Marina Pimentel e emitido aos sábados depois do meio-dia. Sampaio da Nóvoa é candidato a Belém A apresentação oficial vai ser feita a 29 de Abril em Lisboa. António Sampaio da Nóvoa anunciou em Arouca que vai apresentar a sua candidatura à presidência da República em 29 de Abril, manifestando-se disponível para tentar "fazer o impossível". "Confirmo que serei candidato à presidência da República e, tal como tinha dito há cerca de um mês, anunciarei isso até ao final de Abril", declarou o antigo reitor da Universidade de Lisboa. A apresentação oficial da candidatura de António 6 Segunda-feira, 20-04-2015 Sampaio da Nóvoa às eleições presidenciais de 2016 irá realizar-se às 19h30 de 29 de Abril, no Teatro Trindade, em Lisboa. A existência de sondagens que lhe atribuem poucas probabilidades de vencer a corrida não o preocupa. "Na Universidade nunca tive caminhos fáceis, costumava dizer que o que me dava mais prazer era fazer o impossível e fiz vários impossíveis", realçou. "Fiz o impossível de juntar as duas grandes universidades de Lisboa, fiz muita coisa que me disseram no primeiro dia que era impossível fazer", continuou Sampaio da Nóvoa. "Preocupa-me se é necessário fazer ou não. Se é preciso fazer e tem um sentido para Portugal e para os portugueses, será feito", rematou. Quanto a eventuais apoios por parte dos expresidentes da República Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, o actual professor catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências de Lisboa afirmou: "Antes de se ser candidato não se pedem apoios a ninguém". Sampaio da Nóvoa assumiu ter "conversado" com diversas personalidades "dentro e fora dos partidos". "Não tenho o apoio de ninguém porque não o pedi antes de haver uma carta de princípios e um programa de candidatura, não seria legítimo estar a colocar esse tipo de questões", adiantou. Já no que se refere ao apoio por parte de um partido, o reitor honorário está disponível para avançar sem uma estrutura partidária, mas admitiu que, mesmo em contexto autónomo, não apreciará ser referido como candidato "independente". "Não gosto da palavra porque poderia querer dizer que somos 'independentes' de causas ou pessoas e eu estou comprometido com causas, estou ao serviço de determinados projectos e ideias", explicou. "Mas quererei fazer uma candidatura com independência, marcar as minhas ideias, apresentá-las na altura própria e, obviamente, ficarei muito contente com todos os apoios que possam decorrer a partir daí mas nunca antes disso", concluiu. Sampaio e o apoio presidencial. "A seu tempo se verá" Ex-Presidente não se compromete com o apoio a um candidato a Belém, mas promete decidir pela sua cabeça. O antigo chefe de Estado Jorge Sampaio afirmou que fez "mal" ao só ter resolvido entrar para o PS em 1978 e frisou que decidirá pela sua cabeça quem apoiará nas próximas eleições presidenciais. Questionado sobre se confirma o seu apoio à candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa, Jorge Sampaio respondeu: "Sobre isso a seu tempo se verá". "Decidirei pela minha cabeça. Tenho os meus próprios calendários. Tenho idade para isso e tenho a minha própria cabeça", acrescentou. Jorge Sampaio, que liderou o PS entre 1988 e 1992, falava aos jornalistas à entrada para o comício comemorativo dos 42 anos deste partido, no pavilhão Rosa Mota, onde foi recebido com uma ovação pelos milhares de militantes e simpatizantes socialistas, o mesmo que aconteceu minutos depois com Mário Soares. "Hoje é um dia a que não podia faltar, porque devo muito ao PS, apesar de também lhe ter dado alguma coisa", começou por dizer Jorge Sampaio aos jornalistas. Interrogado sobre o percurso do partido fundado por Mário Soares ao longo dos últimos 42 anos, o antigo chefe de Estado fez questão de frisar que só entrou para o PS em 1978, quatro anos após a fundação deste partido. "Fiz mal, devia ter entrado mais cedo. Entrei e acho que valeu muito a pena. Acho que os partidos se renovam continuamente, até porque os desafios são outros e hoje as exigências nacionais e internacionais são enormes", declarou, então já em resposta à questão sobre a história do PS. De acordo com Jorge Sampaio, o mais importante agora "é confiar na coragem e na determinação das novas gerações", porque a sua geração "já fez aquilo que tinha a fazer". 7 Segunda-feira, 20-04-2015 António Costa promete honrar palavra dada Festa dos 42 anos do PS no Porto. Em resposta às mais recentes intervenções do primeiro-ministro, Costa disse não temer comparações, dando como exemplos as gestões socialistas de Gaia, Lisboa ou da Região Autónoma dos Açores, em contraste com a da Madeira. Foto: José Coelho/LUSA O secretário-geral do PS promete que a palavra dada pelos socialistas será "palavra honrada" e afirma que a principal missão de um Governo socialista será a de acabar com a incerteza, devolvendo "tranquilidade e segurança" aos portugueses. António Costa falava no encerramento do comício, no pavilhão Rosa Mota, no Porto, que comemorou o 42º aniversário da fundação do partido e no qual também interveio o fundador e antigo Presidente da República Mário Soares. "Os nossos compromissos serão isso mesmo: palavra dada é palavra honrada. É isso que faremos no nosso próximo ciclo de governação", declarou o secretáriogeral do PS, procurando assim transmitir a mensagem de que o rigor será "a marca da governação do PS", num ponto em que aproveitou para atacar o primeiroministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. "Esse rigor do PS começará já nesta campanha eleitoral, porque ninguém nos verá a fazer o que fez o actual primeiro-ministro [em 2011] em campanha, prometendo que não cortava o que veio a cortar no Governo e prometendo não aumentar o que veio a aumentar no Governo. Nós só assumiremos compromissos perante os portugueses depois de testar a sua capacidade, consistência e sustentabilidade. Podemos dizer olhos nos olhos aos portugueses que o que nós nos comprometermos a fazer na oposição é o que faremos no Governo. Só temos uma cara, só temos uma palavra", contrapôs. António Costa procurou também combater a ideia de que um Governo socialista poderá fazer regressar o país à conjuntura de dificuldades financeiras de 2010 e 2011. Numa resposta às mais recentes intervenções do primeiro-ministro sobre rigor na gestão pública, o líder dos socialistas disse não temer comparações, dando como exemplos as gestões socialistas de Gaia, Lisboa ou da Região Autónoma dos Açores, em contraste com a da Madeira. "Conhecemos bem o estado a que isto chegou", disse, numa crítica ao executivo liderado por Pedro Passos Coelho, acusado de ter aumentado a dívida do país e de ter colocado em curso uma política contrária aos interesses de todas as gerações: Idosos (cortes nas pensões), cidadãos de meia-idade (fim da formação profissional e desemprego de longa duração), jovens (precariedade laboral) e crianças (um terço delas em risco de pobreza). António Costa acusou ainda o primeiro-ministro de "nada ter aprendido com os erros" da sua governação, insistindo na redução dos custos do trabalho e no corte permanente das pensões. Neste contexto, o secretário-geral do PS deixou depois um apelo: "É tempo de acabar com esta incerteza, esta intranquilidade e esta insegurança; a principal missão do PS é precisamente a de dar aos portugueses esperança, segurança e sentido de futuro". Para António Costa, "é necessário devolver tranquilidade e segurança quanto ao dia de amanhã, criando-se de novo um clima de diálogo em Portugal", através da mobilização da concertação social e da existência de "compromissos políticos positivos". "A missão do PS foi sempre a de unir o que estava dividido, de resolver aquilo que ninguém conseguia resolver e de lançar o diálogo. Esse é o grande desafio que temos de concretizar", disse, antes de se referir directamente às próximas eleições legislativas, num novo apelo, este destinado à mobilização dos eleitores. "Temos de acender no coração dos portugueses a mesma convicção e crença com que há 40 anos muitos saíram à rua, estiveram horas numa fila para votar e poderem escolher o seu futuro. Como se dizia então, o voto é a arma do povo. Hoje o voto continua a ser a arma do povo e, quando nos dizem que não há outras soluções e que não é possível fazer diferente, temos de responder que em democracia é sempre possível fazer diferente e que há uma alternativa, a do PS", acrescentou. 8 Segunda-feira, 20-04-2015 Rui Tavares quer acordo para uma maioria de esquerda, mas rejeita coligações préeleitorais O principal rosto do Livre/Tempo de Avançar sustenta, em entrevista à Renascença, que quantos mais votos tiver o Livre, maior será a certeza de que BE e PCP serão puxados para a convergência e de que o PS será “puxado” para a esquerda. Por Paula Caeiro Varela Uma sala pequena, que já foi de cinema e é agora um auditório multiusos, com mais cadeiras vagas do que ocupadas. Um partido novo que se abre a uma candidatura cidadã ainda mais recente, que era Livre e agora se apresenta como “Livre/Tempo de Avançar”. No segundo congresso, realizado, no domingo, no Centro Comercial Pescador, na Costa da Caparica, o partido fundado por Rui Tavares mudou de nome e deverá apresentar-se nos boletins de voto das legislativas como L/TDA (Livre/Tempo de Avançar). Antes, vai fazer primárias para escolher os candidatos e um referendo interno sobre as eleições presidenciais. Em entrevista à Renascença, Rui Tavares afirma que já há contactos em curso com os partidos da esquerda para um acordo que deve ser fechado antes das eleições. Mas só isso. Coligações pré-eleitorais estão fora da discussão. A proposta para um acordo pré-eleitoral que garanta uma nova maioria de esquerda já está em andamento. O Livre/Tempo de Avançar vai enviar, em breve, uma carta aos partidos da esquerda parlamentar a propor a discussão de soluções para preocupações comuns dos vários partidos e dos eleitores, adianta Rui Tavares: “Se tivermos resposta que dê condições para avançarmos, faremos uma mesa redonda para discutir a 'Agenda Inadiável' de que os portugueses necessitam”. Essa agenda implica apresentação de respostas concretas aos "três D” - desemprego, desigualdades e dívida – e aos "três P” - Precariedade, Privatizações e Política. O objectivo, explica Tavares, é encontrar “propostas em cada um destes temas que possam caber numa folha A4, ou em duas, e que, no fim, tenha o compromisso destes partidos de que os seus deputados e deputadas, no primeiro dia da nova legislatura, vão começar a trabalhar com propostas concretas”. Entre as diferenças que os separam e as preocupações que unem os partidos à esquerda, Rui Tavares acredita na possibilidade de ter esse consenso fechado e assinado antes das legislativas, “para que os eleitores tenham a confiança de que, respeitando as diferenças, no dia do voto, há uma maioria de mudança, de esquerda, contra a austeridade, uma maioria progressista que defenda as liberdades e os direitos que estão na constituição”. Nova maioria de esquerda, sim. Acordo pré-eleitoral, sim. Coligações pré-eleitorais, não Um ponto é rejeitado pelo Livre/Tempo de Avançar: o estabelecimento de coligações pré-eleitorais. Rui Tavares é claro: “Esta candidatura vai sozinha a eleições e não temos nenhum tratamento diferenciado em relação aos partidos de esquerda”. PS, BE e PCP são iguais, garante, e é para todos eles que fala o Livre/Tempo de Avançar. Depois das eleições, sim, haverá novas formas de trabalhar em conjunto, no parlamento. “Claro que vamos todos lutar para ter mais votos, mas eu espero que no dia a seguir às eleições estejamos nas bancadas da Assembleia da República dispostos a dar respostas aos mesmos problemas nacionais e estou certo de que haverá ocasiões em que trabalharemos juntos e bem com Os Verdes, PCP, Bloco de Esquerda ou PS”, vaticina Rui Tavares. O principal rosto do Livre/Tempo de Avançar não deixa, todavia, de avisar: quantos mais votos no Livre, maior será a certeza de que BE e PCP serão puxados para a convergência e de que o PS será “puxado” para o lado da esquerda. O PS, apesar de assumir um discurso contra a austeridade, “tem matizes, tem imperfeições, um discurso que é muito lacunar, que é muito ambíguo (...) Tem que, de uma vez por todas, consolidar as suas ideias e saber de que lado é que está”, sustenta. Dar uma lição à política tradicional A abertura à participação dos cidadãos no Livre/Tempo de Avançar passa pela realização de primárias para escolher os candidatos às próximas eleições legislativas. Rui Tavares tem uma certeza: “Os cidadãos, ao contrário do que nos dizem, não estão alheados, não estão ausentes. Os cidadãos podem abster-se no momento de ir votar, mas não se abstêm dos problemas da sua vida e a maneira de trazer os cidadãos para a política é tratá-los como seres inteligentes e adultos que são e apresentar-lhes uma forma de fazer política na qual eles possam participar”. Rui Tavares sustenta que essa é a “lição à política tradicional” que o Livre-Tempo de Avançar quer dar, já em Outubro. 9 Segunda-feira, 20-04-2015 Greve dos pilotos é “suicida”, diz Marcelo Comentador reafirma que se privatização não correr bem podem acabar todos “na rua”. Marcelo Rebelo de Sousa considera que a greve dos pilotos da TAP, entre 1 e 10 de Maio, é “nociva” para o país e “suicida” para os próprios pilotos. No seu habitual espaço na TVI, o comentador acrescenta que se a companhia aérea portuguesa não for privatizada e reestruturada, os pilotos e outros funcionários podem acabar “na rua”. Já sobre o Programa de Estabilidade, apresentado pela ministra das Finanças, o antigo líder social-democrata reconhece que o documento apresenta algumas debilidades, mas também pontos a favor. Tardes mais quentes com nuvens à mistura Na terça e na quarta-feira, volta a chuva, sobretudo nas regiões Norte e Centro, e a temperatura máxima vai descer um pouco. Pelo menos até quarta-feira, as nuvens vão fazer companhia e até trazer chuva. Foto: DR As nuvens vão continuar a marcar presença esta semana. Segundo a previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), esta segunda-feira o céu vai apresentar períodos de maior nebulosidade nas regiões do litoral Norte e Centro e, a partir da tarde, nas regiões do interior. O vento vai soprar fraco e a temperatura mínima vai descer um pouco. Já a máxima, vai sofrer uma pequena subida. No Sul, o céu vai estar em geral pouco nublado, mas com maior nebulosidade à tarde. A temperatura máxima também vai subir um pouco. Quanto a temperaturas para esta segunda-feira, o Porto vai chegar aos 18 graus, Lisboa aos 20 e Faro aos 22. Évora e Beja chegam aos 23 e o Funchal aos 20. Nos Açores, as máximas rondam os 18 graus. Na terça-feira, a previsão é semelhante, mas já com aguaceiros a partir do início da tarde, em especial nas regiões Norte e Centro, onde poderá haver também condições favoráveis à ocorrência de trovoada. A temperatura sob um pouco. O dia de quarta-feira começa com nuvens escuras no Norte e Centro de Portugal continental. A nebulosidade alivia durante a tarde. A temperatura mínima sobe um pouco e a máxima desce, em especial no interior. Mediterrâneo, um mar de tragédias à porta da Europa Neste noticiário: pode ser a maior tragédia de sempre no Mediterrâneo, um barco com centenas de migrantes naufragou ao largo da Líbia; união europeia reúne de urgência para analisar o problema da imigração; ministro da Saúde desconhece caso revelado pelo Público de mulheres obrigadas a mostrar que estão a amamentar; há novos apoios para os desempregados; chocalhos, a banda sonora das planícies está a calar-se. Por Teresa Abecasis 10 Segunda-feira, 20-04-2015 GRAÇA FRANCO Da quadrícula para a política Fiel ao seu estilo, Passos continua a comprometer-se na Europa com o preenchimento de verbas pré-fixadas e inscritas em "quadrículas", das quais se retiram depois as respectivas políticas, necessárias e suficientes para as conseguir. Por Graça Franco Quando se esperava que o Governo anunciasse uma nova estratégia mobilizadora e reformista para pedir aos portugueses um segundo mandato, os seus potenciais apoiantes assistem frustrados à apresentação de uma meia dúzia de compromissos assumidos em Bruxelas, tão ou mais improvisados do que as medidas impostas no programa da troika. Fiel ao seu estilo, Passos Coelho continua a comprometer-se na Europa com o preenchimento de verbas pré-fixadas e inscritas em “quadrículas”, das quais se retiram depois as respectivas políticas, necessárias e suficientes para as conseguir. Um exemplo paradigmático: o Governo anuncia, desde já, que pretende utilizar nos próximos quatro anos, a nova “flexibilidade orçamental” concedida ao país como prémio pela saída do procedimento de défices excessivos. Mas em que é que vai usar a “derrapagem” de 400 milhões, em quatro anos? Não sabe ainda. A ministra das Finanças, a título de exemplo, limita-se a enunciar quatro fins possíveis: redução da carga fiscal sobre o trabalho (o mais expectável para o seu eleitorado), reforço do investimento em novas infraestruturas de energia (mais ao jeito do PS), financiamento de rescisões no quadro da reforma do Estado ou reforço da Segurança Social para permitir avançar com o velho plafonamento. Quase tudo e o seu contrário… Em matéria de desagravamento fiscal sobre o trabalho (a velha bandeira eleitoral de 2011) tudo o que se garante é a permanência das medidas extraordinárias até 2019. A sobretaxa de 3,5% terá um apenas um corte de 0,875 no próximo ano para ir desaparecendo em seguida gradualmente nos anos seguintes. Já as empresas terão maior sorte com a sobretaxa cobrada ao sector da energia a acabar mais cedo, a par da prometida redução do IRC também a ritmo lento até acabar nos 17% em 2019 (cumprindo o mínimo prometido no acordo com o PS). Nos impostos sobre o património anuncia-se também a concretização do fim pré-anunciado do IMT que Poiares Maduro prometia que não seria substituído por nenhum outro imposto. Afinal, corrigindo o colega, Maria Luís anuncia a troca pelo imposto de selo de forma a evitar a sua substituição pelo IVA (por ameaça de Bruxelas). Deste arrazoado de medidas soltas surge um único objectivo claro: conseguir um excedente orçamental de 0,2 pontos em 2019. Pouco, mesmo se conseguido agora com um crescimento maior (2,4% nos últimos três anos contra os 1,8 previstos no anterior documento de estratégia orçamental). Apesar do reforço no crescimento, o desemprego continuará superior a 11% e a dívida não descerá abaixo dos 107% mesmo em final do período. Os dois indicadores continuarão assim, oito anos passados em austeridade, a níveis superiores aos atingidos na prébancarrota. Quanto aos salários da função pública só serão integralmente repostos em 2018 confirmando a intenção de proceder à sua reposição ao ritmo de 20% ao ano, desafiando mais uma vez a paciência do Tribunal Constitucional. Como, na quinta-feira, desabafava Morais Sarmento na RTP, para saber destas medidas mais valia à direita não as conhecer. Este é provavelmente o seu único mérito. Dificilmente poderão ser chamadas de eleitoralistas. EUA. Controvérsia entre Vaticano e milhares de freiras chega ao fim Conferência de Líderes das Mulheres Religiosas assumiu posições polémicas dentro da Igreja. Longo "processo de acompanhamento" por parte do Vaticano chega ao fim. Por Aura Miguel A controvérsia entre a Santa Sé e milhares de freiras dos Estados Unidos terminou na quinta-feira com a assinatura de um documento conjunto entre a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) e a Conferência de Líderes das Mulheres Religiosas (LCWR), que representa cerca de 57 mil freiras, ou seja, 80% das religiosas norte-americanas. Após três anos de apertado controlo e acompanhamento por parte de uma comissão do Vaticano, devido a tomadas de posição controversas face à doutrina da Igreja, as divergências terminam agora, a poucos meses da próxima visita de Francisco aos EUA. Durante o pontificado de Bento XVI, a CDF tinha apontado "sérios problemas doutrinais" e "inaceitáveis 11 Segunda-feira, 20-04-2015 tomadas de posição sobre feminismo radical" por parte das religiosas da LCWR, enquanto estas acusavam o Vaticano de exercer "bullying" sobre elas e sobre quem as apoiava. Este longo "processo de acompanhamento" por parte do Vaticano chega agora ao fim, uma vez que "a LCWR aceitou fomentar junto dos seus membros uma visão da vida religiosa centrada na Pessoa de Cristo e enraizada na tradição das Igreja", lê-se no acordo conjunto assinado na quinta-feira. Francisco, que deixou correr o processo nos dois primeiros anos do seu pontificado, aceitou agora receber uma delegação destas religiosas. O encontro durou meia hora, mas fica por saber qual o papel efectivo do próprio Papa neste processo. Observadores consideram, no entanto, que a anterior experiência de Bergoglio como superior de religiosos jesuítas na Argentina terá ajudado muito. Um comunicado das religiosas da LCWR, publicado no final do encontro, afirma: "O que temos em comum (com o Papa e a Santa Sé) é maior do que qualquer diferença entre nós". EI divulga vídeo com execuções Papa estuda passagem por Cuba antes de viagem aos EUA O autoproclamado Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo que mostra a execução de vários homens, apresentados como cristãos etíopes capturados na Líbia. O vídeo de 29 minutos, divulgado em 'sites' jihadistas, mostra um grupo de pelo menos 12 homens a serem degolados numa praia e outro grupo de 16 homens mortos a tiro numa zona desértica. Em Fevereiro, o grupo terrorista já tinha divulgado um vídeo mostrando a decapitação de 21 homens, a maioria egípcios coptas, numa praia, numa encenação parecida com a das imagens divulgadas hoje. Um homem vestido de negro aparece a falar em inglês da batalha entre "a fé e a blasfémia" e os condenados são apresentados como membros "da Igreja etíope inimiga". O grupo Estado Islâmico assumiu o controlo de partes do território da Síria e do Iraque, onde proclamou um califado e onde tem multiplicado os abusos, utilizando estes vídeos como arma de propaganda. A autenticidade do vídeo divulgado este domingo não foi ainda confirmada pelas autoridades etiopes ou por fonte independente. Essa possibilidade está a ser negociada com as autoridades de Havana, segundo o Vaticano. O Papa Francisco está a considerar uma passagem por Cuba, na sequência da visita agendada para Setembro aos Estados Unidos. Segundo o Vaticano, essa possibilidade está a ser negociada com as autoridades de Havana. “Os contactos com as autoridades do país ainda estão num estado demasiado inicial para que se possa falar dessa etapa como uma decisão tomada e um projecto operativo”, assinala o padre Federico Lombardi, em nota divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, esta sexta-feira. Francisco vai encontrar-se no dia 23 de Setembro com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, numa visita integrada na deslocação que o Papa vai fazer àquele país, no âmbito do 7º Encontro Mundial das Famílias, marcado para a cidade norte-americana de Filadélfia. Francisco será o quarto Papa a visitar os Estados Unidos da América, depois de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. O Vaticano desempenhou um papel central na reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e Cuba. A Santa Sé acompanhou este mês a VII Cimeira das Américas, no Panamá, com uma delegação liderada pelo secretário de Estado do Vaticano. Terroristas terão matado 28 pessoas em dois locais. A autenticidade do vídeo não foi ainda confirmada. 12 Segunda-feira, 20-04-2015 Kremlin nega acordo com Atenas sobre gás Ébola. OMS reconhece falhas e anuncia mudanças O alegado adiantamento financeiro referiase à passagem do gás russo pelo território grego. A Organização Mundial de Saúde vai criar de uma força de resposta rápida, um fundo de contingência e adoptar regras sanitárias internacionais mais apertadas. A Rússia desmente que na próxima terça-feira vá assinar um acordo com a Grécia sobre questões energéticas. Moscovo nega assim que vá avançar com um adiantamento que poderia chegar aos cinco mil milhões de euros. A notícia foi avançada pela revista alemã “Der Spiegel”, que cita fontes bem colocadas no partido Syrisa no poder em Atenas. O alegado adiantamento financeiro referia-se à passagem do gás russo pelo território grego. O Governo grego, para já, mantém-se em silêncio, segundo a agência Reuters. Foto: Ahmed Jallanzo/EPA A Organização Mundial de Saúde (OMS) admite falhas na gestão da epidemia do ébola e promete reformas para evitar novos erros. Em comunicado, a OMS reconhece lentidão e falta de agressividade nos alertas sobre a epidemia. A organização admite também falta de coordenação com outros parceiros e deficiência na comunicação do risco, assumindo ter havido confusão na atribuição de responsabilidades. Face a este diagnóstico, a OMS anuncia a introdução mudanças, entre elas a criação de uma força de resposta rápida e de um fundo de contingência e a adopção de regras sanitárias internacionais mais apertadas. Desde que surgiu, em Dezembro de 2013, na Guiné Conacri, o ébola já matou mais de dez mil pessoas. O último balanço aponta para o registo de mais de 25 mil casos. 13 Segunda-feira, 20-04-2015 Grécia. Acordo até Junho ou tudo fica “ainda mais difícil” A próxima reunião dos ministros das Finanças da zona euro está marcada para sexta-feira na Letónia. O vice-primeiro-ministro grego Ioannis Dragasakis reconhece que caso não seja possível um acordo com os credores internacionais até Junho "o caminho" pode tornar-se ainda mais difícil. "Se chegarmos a Junho sem acordo, tudo tomará um caminho ainda mais difícil", admitiu Dragasakis numa entrevista ao jornal “To Vima”, de Atenas. Questionado sobre a possibilidade de eleições ou a realização de um referendo em caso de ausência de compromissos, o vice-ministro não negou que essas hipóteses existem. O Governo de Atenas tem afirmado que apresentou propostas "construtivas" para enfrentar diferendos "políticos". "Não podemos ser outra coisa a não ser aquilo que somos", afirmou o vice-primeiro-ministro sublinhando que os responsáveis gregos têm insistido com frequência nas "linhas vermelhas" que não podem ser ultrapassadas em questões relacionadas com cortes suplementares da despesa pública. A próxima reunião dos ministros das Finanças da zona euro está marcada para sexta-feira na Letónia e vai discutir a situação financeira da Grécia. No sábado, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, considerou que a resposta à crise da Grécia "está nas mãos do governo grego" e defendeu que "é preciso mais trabalho, muito mais trabalho e urgente". "Todos queremos que a Grécia tenha sucesso. A resposta está nas mãos do governo grego", afirmou Draghi em Washington, indicando, no entanto, que a Zona Euro está agora "mais preparada do que em 2012, 2011 ou 2010" se a situação piorar. Finlândia muda de Governo Primeiro-ministro já assumiu a derrota, mas ainda se contam os votos. O primeiro-ministro finlandês, Alexander Stubb, admitiu a derrota do Governo de direita que lidera nas eleições legislativas deste domingo, que deram a vitória ao principal partido da oposição, o Partido do Centro. "Parece que o Partido do Centro ganhou. Parabéns", afirmou Alexander Stubb à rádio e televisão pública YLE, quando estão contados 70% dos votos. O líder do Partido do Centro, Juha Sipila, um milionário de 53 anos da área das tecnologias de informação que recentemente enveredou pela política, deverá ser o novo primeiro-ministro da Finlândia. Segundo projecções da YLE, citadas pela agência noticiosa AFP, o Partido do Centro deverá eleger 46 dos 200 lugares no parlamento, seguido do Partido Socialdemocrata e da Coligação Nacional de Alexander Stubb, cada um com 37 lugares, enquanto o partido eurocético finlandês ('Verdadeiros Finlandeses') conseguiu 35 lugares parlamentares. A primeira tarefa do novo primeiro-ministro finlandês será a escolha dos parceiros de coligação para formar um Governo com maioria no Parlamento. Juha Sipila ainda não revelou com que partidos gostaria de colaborar e são esperadas várias semanas de negociações antes de conseguir apresentar um Governo. Eleito para o Parlamento em 2011, Juha Sipila tornou-se o líder do Partido do Centro em 2012 quando era um desconhecido da maioria dos finlandeses. No entanto, o seu partido, que está na oposição desde 2011, tem sido uma força dominante da política finlandesa, e conseguiu eleger 12 primeiros-ministros e três presidentes. Assassinados oito elementos de claque no Brasil As oito vítimas mortais eram adeptas do Corinthians, de acordo com a polícia. O autor do ataque é ainda desconhecido. Um grupo de homens armados matou a tiro oito elementos de uma claque do Corinthians, um dos clubes de futebol mais populares no Brasil, informou a polícia. O ataque ocorreu durante a madrugada, em frente à sede do grupo, em frente ao qual as autoridades se depararam com sete cadáveres, enquanto o outro homem foi encontrado ferido e transportado para um hospital, tendo morrido entretanto, acrescentou um porta-voz da polícia militarizada de São Paulo à agência EFE. As oito vítimas mortais eram adeptos do Corinthians, 14 Segunda-feira, 20-04-2015 de acordo com a mesma fonte, que disse não ter indícios do autor do ataque. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a acção foi perpetrada por dois homens que irromperam na sede do grupo durante uma confraternização, tendo ordenado às vítimas que se deitassem no chão, antes de as alvejarem com tiros na cabeça. Meninas e meninos: "Alice Vieira e Catarina Sobral, no palco da rádio!" A escritora Alice Vieira e a ilustradora Catarina Sobral foram as convidadas do "Ensaio Geral" gravado ao vivo na Livraria Ferin, numa parceria com a Booktailors. Por Maria João Costa Num "Ensaio Geral" que falou ao ouvido dos mais novos juntamos a escritora Alice Vieira, autora do clássico "Rosa, Minha Irmã Rosa", e a ilustradora Catarina Sobral, que no ano passado venceu o Prémio Internacional de Ilustração na Feira do Livro de Bolonha - o principal certame dedicado à ilustração para a infância. Alice Vieira confessou que escreve para "fazer as pessoas mais felizes". A autora de "Meia Hora para mudar a minha vida" explicou que quando escreve tem esse objectivo em mente. Fazer com que os leitores tenham "prazer na leitura" e mostrou-se preocupada com o desinteresse que encontra nos jovens em algumas das escolas que visita. A autora com mais de 30 anos de carreira diz-se mesmo "assustada" com a falta de interesse. Para Alice Vieira, "as pessoas desinteressadas são sempre presas fáceis". Na cadeira do outro lado estava Catarina Sobral. A ilustradora, formada em design, defendeu que a ilustração ajuda a criar "hábitos de leitura". Em declarações ao "Ensaio Geral", nesta edição gravada ao vivo na Livraria Ferin, numa parceria com a Booktailors, a autora do livro "O meu Avô" explicou que a ilustração "trás pessoas para este prazer de ler livros" e acrescentou: "é um modo de começar a ler e a prenderem-se aos livros. Segundo Catarina Sobral, "a importância de pensar por imagens pode educar visualmente" e concluiu que os "livros ilustrados são a primeira forma de arte que uma criança vê e são uma forma de estarei atentas a outras forma de artes visuais". Num programa com crianças sentadas no público, Alice Vieira explicou que escreveu o seu primeiro livro, "Rosa, Minha Irmã Rosa", com os dois filhos, "para ver se os calava". Foi um livro escrito "lá para casa", mas que se tornou um sucesso até hoje. A autora que visita em média 80 escolas por ano continua a ficar surpreendida pelas crianças continuarem a ler os seus livros "com mais de 30 anos" e sublinha que há referências que estão nos livros que as crianças hoje já não têm. "Isso é o que dá depois uma conversa muito boa" quando vai ao encontro destes mini leitores. Também Catarina Sobral desde que venceu o Prémio Internacional de Ilustração em Bolonha que também se desloca a escolas. A ilustradora nota diferenças entre as escolas em que os professores trabalham os livros com os alunos e aquelas onde isso não acontece. Catarina Sobral explica que as escolas onde os professores trabalham os livros "vê-se logo na alegria com que os alunos mostram o que fizeram e na capacidade quando têm de interpretar as várias camadas do livro". Num "Ensaio Geral" onde Alice Vieira explicou porque escreve com a fotografia de George Clooney à frente e onde contou porque continua a trocar cartas escritas com muitos dos seus leitores já adultos, ouvimos a autora do livro de poesia "O que Dói às Aves" explicar que começa sempre por escrever para si. Também Catarina Sobral afirmou que "parece um bocadinho egoísta, mas faço o livro que gostava de ler". As duas convidadas que responderam às perguntas deixadas pelo colaborador do programa, Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, falaram ainda da relação que têm com os leitores. D. Quixote celebra 50 anos com Dom Quixote, de Cervantes Criada por Snu Abecassis, a editora celebra meio século de vida num ano cheio de iniciativas. Por Maria João Costa "A jóia da coroa". É assim que João Amaral, director coordenador de edições gerais do Grupo Leya se refere à D. Quixote, editora criada em Abril de 1965 por Snu Abecassis como uma "pedrada no charco". A celebrar 50 anos, a editora vai passar o ano em festa. A abrir o ano de comemorações destaca-se a edição de “Dom Quixote de la Mancha”, de Cervantes, numa edição com tradução de Miguel Serras Pereira que terá um preço "imbatível" de 10 euros. O livro de capa dourada chegará às livrarias no Dia Mundial do Livro, a 23 de Abril. A par desta edição, será também relançada uma versão juvenil. "O Meu Primeiro Dom Quixote" tem tradução de Alice Vieira e ilustrações de Mingote. O ano prossegue com a deslocação a Portugal de alguns dos escritores internacionais que fazem parte do catálogo da D. Quixote. A editora do Grupo Leya trará a Portugal o escritor Francis Fukuyama, autor de "Ordem Política e Decadência Política" que vem receber um prémio no âmbito das Conferências do Estoril, em Maio. Prevista para Julho está também a visita do escritor israelita David Grossman que vai participar num programa de debates em Cascais. Em Julho, no festival Lumina, em Cascais, que este ano assinala o Ano Internacional da Luz, a D. Quixote associa-se ao evento. O espectáculo criado pelo atelier 15 Segunda-feira, 20-04-2015 OCUBO.com terá como tema a obra "D. Quixote de la Mancha". Por essa altura também lugar um concerto da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras em que será interpretada a obra "Don Quixote", de Telemann. João Amaral da Leya destaca "o esforço de rigor e qualidade" do catálogo da editora que integra nomes como António Lobo Antunes, Manuel Alegre, Maria Teresa Horta, Mário Vargas Llosa, Gabriel Garcia Marques entre outros. Segundo o director coordenador das edições gerais do Grupo Leya serão também relançados os "Cadernos Dom Quixote". Nesse sentido, a editora Cecília Andrade explicou que sairá em Maio "Minha Senhora de mim", de Maria Teresa Horta, numa nova edição que mantém o vermelho da capa lançada anteriormente nos Cadernos de Poesia e que a censura retirou do circuito. Também serão lançados dois outros títulos de um dos escritores que estão com a D. Quixote desde a sua fundação: "Noção de poema" e "Crítica Doméstica dos paralelepípedos", de Nuno Júdice saem em Junho. As comemorações dos 50 anos da D. Quixote passam ainda pela Feira do Livro de Lisboa, com um pavilhão dedicado à História desta editora. As celebrações irão contemplar mais iniciativas a anunciar ao longo do ano. As festividades só terminam em Abril de 2016. A astrónoma portuguesa que cuida do telescópio Hubble O Hubble, que revolucionou a astrofísica com as imagens que captou a partir do espaço, comemora 25 anos sobre a sua colocação em órbita pelo vaivém espacial Discovery. Fotografia tirada do telescópio Hubble (15/04/2015). Foto: R. Massey/EPA/ESO Cristina Oliveira é astrónoma e coordena uma equipa responsável por garantir o bom funcionamento de dois instrumentos do Hubble, o telescópio que revelou a idade do Universo e que na sexta-feira completa 25 anos no espaço. O telescópio foi lançado para a órbita da Terra em 24 de Abril de 1990, a bordo do vaivém espacial Discovery, e surpreendeu os cientistas ao desvendar que o Universo se expande de forma mais acelerada que o esperado. "Foi uma surpresa para todos os cientistas", assinalou à Lusa Cristina Oliveira, a única portuguesa que trabalha directamente com o Hubble, no Space Telescope Science Institute, em Baltimore, Estados Unidos, instituto que assegura a operacionalidade científica do telescópio espacial. Cabe à equipa da astrónoma portuguesa acompanhar o desempenho dos espectrógrafos STIS, que observa vastas áreas como galáxias, e COS, dirigido para pontos de luz, como estrelas e quasares. "O Hubble foi, e é, extremamente importante para a ciência, mostrou o universo com um nível de detalhe que nunca tinha sido possível antes, destruiu teorias e fez com que outras avançassem", sustentou Cristina Oliveira. Graças às imagens de supernovas (explosão de estrelas) distantes captadas pelo telescópio, os astrofísicos Saul Perlmutter, Adam Riess e Brian Schmidt ganharam, em 2011, o Prémio Nobel da Física. Concluíram, pela medição do brilho de supernovas em galáxias distantes, que o Universo está a expandir-se de modo acelerado, ao contrário do que se pensava. O telescópio deve o seu nome a Edwin Hubble (18891953), astrónomo norte-americano que descobriu que o Universo estava a expandir-se. A revelação da idade do universo e do nascimento das galáxias Ao permitir observações que não seriam possíveis com telescópios terrestres, devido às distorções de imagem e luz provocadas pela atmosfera, o Hubble fez outras revelações, como a da colisão do cometa ShoemakerLevy 9 com Júpiter, a de que a idade do Universo é de cerca de 14 mil milhões de anos e a de que a maior parte das galáxias, incluindo a Via Láctea, onde se situa o sistema solar a que pertence a Terra, tem buracos negros no seu centro. "Mostrou-nos galáxias a nascerem, a colidirem, sistemas solares a nascerem e teve um papel central na descoberta de que cerca de 70% do Universo é constituído por energia escura, que ninguém sabe o que é", acrescentou a astrónoma portuguesa, lembrando que antes do Hubble "não se sabia exactamente como as galáxias se formavam ou como a matéria que está no espaço intergaláctico faz com que as galáxias cresçam e se desenvolvam". O telescópio possibilitou ainda obter uma "imagem directa" de um planeta de outro sistema solar e descobriu na atmosfera de um planeta extrassolar uma molécula de metano, "que, sob as condições ideais, pode estar ligada com a existência de vida", apontou. Todas as zonas do céu, descreve Cristina Oliveira, "estão abertas ao Hubble". Quando o telescópio "está a olhar para uma região do céu durante muito tempo", corpos celestes que "são muito fraquinhos, que não são visíveis de outra maneira, aparecem". Numa fracção do céu, do tamanho da Lua Cheia, ilustra, "existem mais de dez mil galáxias". Com o Hubble, explicou a astrónoma, "estamos a vê-las quando eram muito mais novas, algumas quando tinham apenas poucos milhões de anos após o Big Bang", o "fogo-de-artifício" de partículas que marca as origens do Universo. 16 Segunda-feira, 20-04-2015 Hubble está a ficar “velhinho” e precisa de actualizações O telescópio foi concebido na década de 70, mas de maneira que os astronautas pudessem reparar e substituir os seus instrumentos quando fosse necessário. Uma inovação, de acordo com Cristina Oliveira. "Isso fez com que novos instrumentos pudessem ser desenhados e planeados tendo em conta os desenvolvimentos tecnológicos", frisou. Apesar do avanço que representou, o telescópio está agora "um pouco velhinho" e, a partir de 2020, "há uma certa probabilidade de alguns sistemas começarem a falhar". O prolongamento da sua vida para lá desta data depende, na óptica da astrónoma, do interesse da comunidade científica em mantê-lo, dos resultados científicos, mas sobretudo do dinheiro para continuar a fazer actualizações dos sistemas. Manter o Hubble activo custa cem milhões de dólares (93 milhões de euros) por ano, precisou. As agências espaciais norte-americana (NASA) e europeia (ESA), que suportam o telescópio, estão a tentar desenvolver uma missão para descodificar o novo mistério do Universo, a energia escura, "uma missão bastante cara", disse. Nem o Hubble, nem o seu sucessor, o telescópio “James Webb”, que tem lançamento para o espaço previsto para 2018 para estudar o Universo primordial foram concebidos para desvendar o mistério da energia escura. Mas, muitas vezes, há surpresas, admite Cristina Oliveira. E o Hubble já o provou. 25 anos da revolução da astrofísica O telescópio Hubble, que revolucionou a astrofísica com as imagens que captou a partir do espaço, comemora na sexta-feira 25 anos sobre a sua colocação em órbita pelo vaivém espacial Discovery. O Hubble fotografou buracos negros e captou a existência de quatro luas de plutão - Nix, Hidra, Cérbero e Estige - até então desconhecidas, permitiu a observação do nascimento e da morte de estrelas e de galáxias longínquas, revelou que o universo está a expandir-se a um ritmo mais elevado do que se supunha e mostrou aspectos desconhecidos dos planetas Saturno, Júpiter e Plutão. Uma das mais conhecidas imagens captadas pelo Hubble ficou conhecida como "Os Pilares da Criação", três colunas de poeira cósmica, onde acontece o nascimento de estrelas, na nebulosa da águia. Outra imagem do Hubble que correu mundo foi a do campo ultra-profundo, que mostra galáxias, estrelas e objectos muito distantes, classificada como o retrato mais completo do universo visto no espectro visível. A capacidade do Hubble de perscrutar os confins do universo significa que em muitos casos os corpos celestes que o telescópio revelou à ciência já terão deixado de existir quando a sua luz chega aos espelhos e lentes do Hubble. Reeditado primeiro vinil de Elvis Presley A gravação está a partir deste sábado à venda, por ocasião do Dia das Lojas de Discos. foto DR Com menos ruído e mais Elvis, a primeira gravação do "Rei do Rock" foi reeditada pela "Third Man Records", a editora independente do artista norte-americano Jack White. Há 60 anos, a 18 de Julho de 1953, o jovem Elvis Aaron Presley, de 18 anos, pagou quatro dólares e gravou as suas primeiras canções em vinil (“My Happiness” e “That´s when your heartaches begin”) no estúdio Sun Record Company, em Memphis. Reza a lenda que a gravação, que seria uma prenda para a sua mãe, mas acabou por ficar perdida na casa dos amigos quando este parou por lá para ouvirem as músicas. O disco em acetato ficou esquecido durante décadas e em Janeiro deste ano, por ocasião da celebração do 80º aniversário do cantor, foi vendido em leilão. O comprador desta relíquia foi o ex-White Stripes, Jack White, que o adquiriu por 270 mil euros. Este sábado, no Dia das Lojas de Discos (Record Day Store), Jack White anunciou que a sua editora, a Third Man Records, irá colocar à venda uma reedição em vinil do tema “My Happiness”. 17 Segunda-feira, 20-04-2015 Mais de mil no aeroporto. Adeptos portistas dão força para Munique REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA Onda e colinho à moda do Porto Equipa defronta o Bayern, na terça-feira, para a Champions. Joga-se o acesso às meias-finais. Foto Luís Aresta/RR) Mais de mil adeptos do FC Porto aguardavam a chegada da comitiva ao aeroporto a caminho de Munique. Ideia foi moralizar a equipa para o jogo de terça-feira. Os adeptos portistas até criaram um cordão humano entre a porta de entrada do aeroporto Francisco Sá Carneiro e a porta de embarque. O FC Porto defronta na terça-feira o Bayern de Munique, em jogo da segunda mão dos quartos-definal da Liga dos Campeões. Na primeira volta, no Dragão, os azuis e brancos ganharam 3-1. Lista de convocados: Guarda-redes: Helton, Fabiano e Ricardo Defesas: Martins Indi, Maicon, Marcano, Reyes e Ricardo Médios: Casemiro, Quintero, Evandro, Herrera, Oliver, Ruben Neves, Quaresma e Brahimi Avançados: Jackson Martínez, Hernâni, Gonçalo Paciência e Aboubakar O Bayern de Munique-FC Porto de terça-feira está em destaque nas primeiras páginas de O Jogo e A Bola, com imagens da partida da comitiva portista para a Alemanha. "Onda azul" é o título de A Bola, enquanto O Jogo escreve: "Colo até Munique". No Record, fala-se em "Loucura à partida para Munique", mas o principal destaque deste diário vai para a vitória do Sporting frente ao Boavista. "De cabeça na Champions", lê-se sobre a imagem de Slimani a festejar o golo da vitória. Sobre este tema, O Jogo titula: "Slimani põe play-off à vista". O maior destaque da actualidade benfiquista é dado pelo diário A Bola, que escreve: "Tudo por Salvio". O argentino está em recuperação para poder ser utilizado frente ao FC porto, no domingo. RIBEIRO CRISTÓVÃO Mais do mesmo É na Luz, no próximo domingo, que se deve decidir o campeonato. Por Ribeiro Cristóvão A cinco jornadas do termo do campeonato, a dúvida maior continua a centrar-se na questão que se relaciona com a atribuição do título. Mas esse é, provavelmente, um enigma sobre o qual poderá fazerse luz já no próximo fim-de-semana. 18 Segunda-feira, 20-04-2015 Quanto ao resto começam a esboroar-se todas as expectativas mantidas até aqui: o terceiro lugar parece assegurado pelo Sporting, enquanto as despromoções também ficaram muito mais à vista. Para isto muito contribuiu a última jornada. À derrota do Sporting de Braga no estádio do seu maior rival de sempre, o Vitória de Guimarães, responderam os leões de Lisboa com uma vitória que, mesmo sem brilho, os colocaram a coberto de qualquer surpresa muito incómoda que ainda lhes pudesse sair a caminho. Quanto às despedidas da Liga principal, também os derradeiros jogos contribuíram para o afundanço do Gil Vicente e do Penafiel que, face ao atraso que já registam em relação à concorrência mais directa, vêem esfumar-se cada vez mais as possibilidades de permanecerem entre os grandes na temporada que vai começar em Agosto. Basta olhar para o que espera a ambos no que falta cumprir do calendário para que se chegue rápida e facilmente a essa conclusão. Face a tudo isto, todas as atenções se viram agora, e quase em exclusivo, para o clássico do próximo domingo que vai ter como cenário o Estádio da Luz o qual, entretanto, poderá vir a ser fortemente influenciado pelo desfecho que venha a registar-se amanhã, em Munique, onde os portistas jogam a cartada mais importante desta época. Dias de intensas emoções esperam os adeptos do futebol português. P. FERREIRA 0-0 MOREIRENSE GIL VICENTE 0-0 RIO AVE PENAFIEL 0-2 AROUCA [Hugo Basto, Roberto] V. SETÚBAL 1-2 ESTORIL [Suk; Kléber, Sebá] SPORTING 2-1 BOAVISTA [Adrien e Slimani; Zé Manuel] FUTEBOL Vítor Pereira é campeão da Grécia Resultados, marcadores e classificação MARÍTIMO - NACIONAL (segunda-feira, 20h00) CLASSIFICAÇÃO 29 1- Benfica 74 pontos 2- FC Porto 71 3- Sporting 63 4- Sp Braga 53 5- Vit.Guimarães 46 6- Belenenses 42 7- Paços Ferreira 39 8- Rio Ave 38 9- Nacional 36 (-1 jogo) 10- Moreirense 36 11- Marítimo 35 (-1 jogo) 12- Estoril 34 13- Boavista 29 14- Académica 27 15- Arouca 26 16- Vit.Setúbal 25 17- Gil Vicente 20 18- Penafiel 18 Treinador português dá título ao Olympiakos na primeira época no país. A jornada 29 ainda não terminou. Esta segunda-feira há derby na Madeira. Após a jornada 29 a classificação está quase na mesma. Os três primeiros estão ainda mais à frente e os dois últimos estão ainda mais últimos. RESULTADOS 29 V. GUIMARÃES 1-0 Sp BRAGA [Ricardo Valente] FC PORTO 1-0 ACADÉMICA [Hernâni] BELENENSES 0-2 BENFICA [Jonas (2)] O Olympiakos, treinado pelo português Vítor Pereira, é campeão da Grécia mesmo sem ter ainda feito o seu jogo desta jornada. A derrota do Panathinaikos no campo do Panthrakikos Komotini (1-2), dá 10 pontos de vantagem ao Olympiakos, a três jornadas do fim do campeonato. Já campeão, o Olympiakos defronta este domingo, em casa, o Levadiakos. Este é o terceiro título de campeão nacional de Vítor Pereira como técnico principal depois de dois ganhos ao serviço do FC Porto. 19 Segunda-feira, 20-04-2015 ESPANHA Golo 50 para Cristiano Ronaldo Real Madrid venceu na jornada 32. Barcelona e Atlético também. Benfica protesta jogo de andebol Encarnados estiveram um período em campo com cinco jogadores quando deveriam ser seis. CR7 marcou golo 50 (foto Ballesteros/EPA) O português Cristiano Ronaldo esteve mais uma vez em evidência na vitória do Real Madrid (3-1) contra o Málaga. CR7 marcou um golo, assistiu para os outros dois (Sérgio Ramos e James Rodriguez) e ainda teve tempo de falhar uma grande penalidade. O avançado luso chegou ao golo 50 no campeonato e é o primeiro jogador a marcar 50 ou mais golos na Liga espanhola em cinco anos consecutivos. No entanto, nem tudo correu bem aos “merengues”. Lesionaram-se Gareth Bale e Luka Modric. O golo do Málaga, que teve Duda e Ricardo Horta no banco, foi apontado por Juanmi, aos 71 minutos. No campeonato, à jornada 32, está tudo na mesma. Real Madrid, Barcelona (2-0 perante o Valência) e Atlético de Madrid (2-1 Deportivo Corunha) venceram. A distância entre os dois primeiros continua a ser de dois pontos com vantagem para os catalães. Destaque ainda para Messi que marcou o golo 400 ao serviço do Barça. O Benfica vai protestar o jogo da segunda mão da meia-final da Taça Challenge em andebol. Em causa estará uma decisão do delegado da mesa, o austríaco Gerhard Reisinger, ao excluir Paulo Moreno do jogo, deixando os encarnados a jogar com cinco jogadores em campo, numa altura em que deveriam ter seis (alegadamente terá confundido a exclusão de Elledy Semedo). Os encarnados apresentaram uma declaração de protesto, tendo agora 24 horas para formalizar a queixa, com as alegadas provas. O Benfica foi afastado da final da Taça Challenge após ter perdido os dois jogos da meia-final (31-29 e 27-25). FÓRMULA 1 Hamilton vence no Bahrain Kimi Raikkonen quebrou o domínio dos Mercedes, ao terminar na segunda posição. Alonso ficou à porta dos pontos. Lewis Hamilton venceu o GP do Bahrain e alargou a vantagem para a concorrência no Mundial de Fórmula 1. O britânico dominou a corrida por inteiro e terminou com mais de três segundos de vantagem para Kimi Segunda-feira, 20-04-2015 Raikkonen. O finlandês da Ferrari separou os Mercedes graças a uma boa estratégia de poupança dos pneus. Rosberg foi o mais prejudicado e terminou no terceiro lugar, a seis segundos do companheiro de equipa. Bottas foi o melhor dos Williams, no quarto lugar, à frente do Ferrari de Vettel. Nota para Fernando Alonso e para mais um sinal de evolução dos McLaren-Honda. O espanhol terminou o GP do Bahrain no 11º lugar. No Mundial de Pilotos, domínio claro do campeão do mundo. Lewis Hamilton lidera, com 93 pontos. Rosberg é segundo, com 66, e Vettel é terceiro, com 65 pontos. A Fórmula 1 chega à Europa em Maio, com a realização do GP de Espanha, no dia 10. Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens, 14 - 1249-108 Lisboa. 20