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Directora
Graça Franco
Segunda-feira, 20-04-2015
Edição às 08h30
Editor
Raul Santos
Sobrevivente garante que
eram 950 as pessoas a bordo
Ministro desconhece caso das
mulheres que terão sido
obrigadas a provar que estão a
amamentar
Desemprego. Novos estágios e
apoios em vigor a partir desta
segunda-feira
EI divulga vídeo com
execuções
Universidades e
politécnicos
homenageiam
Mariano Gago
Ébola. OMS
António Costa
reconhece falhas e promete honrar
anuncia
palavra dada
mudanças
Mais de mil no
aeroporto.
Adeptos portistas
dão força para
Munique
Papa estuda
passagem por
Cuba antes de
viagem aos EUA
FÓRMULA 1
Hamilton vence
no Bahrain
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Segunda-feira, 20-04-2015
Sobrevivente garante
que eram 950 as
pessoas a bordo
Foram resgatadas 28 pessoas com vida. As
operações prosseguem.
Foram resgatadas 28 pessoas com vida. Seguiam centenas a bordo.
Foto: Guardia di Finanza/EPA
Um dos sobreviventes resgatados da embarcação que
naufragou na madrugada de domingo, no
Mediterrâneo, revela que eram quase mil as pessoas a
bordo.
O homem, natural do Bangladesh, diz que havia
centenas de pessoas trancadas no convés, sem
permissão para sair, avançando que o número de
passageiros da traineira que saiu da Líbia rumo à
Europa era de 950 e não 700, como foi primeiro
avançado.
A busca por mais sobreviventes ou corpos prossegue.
No mar estão navios italianos, a Marinha de Malta e
navios mercantes, em colaboração com a armada de
Malta e até de embarcações de pesca. Entre as 30
embarcações envolvidas está uma de bandeira
portuguesa, que foi a primeira a chegar ao local do
naufrágio.
“Quando lá chegaram estava escuro e depararam-se
com um navio que estava virado e com pessoas já na
água. Então, o comandante e a tripulação lançaram
barcos salva-vidas, bóias e redes. Foram resgatadas
com vida 22 pessoas e transferidas para um barco da
Guarda Costeira italiana”, revelou, no domingo, Mark
Clark, porta-voz da empresa proprietária do barco.
O número de sobreviventes resgatados está nos 28.
Na última semana terão sido cerca de 13 mil os
imigrantes a procurar melhores condições na Europa.
Os constantes naufrágios no Mediterrâneo são, no
entender de Andrea Bellardinelli, um dos responsáveis
em Itália da organização não-governamental
Emergency – que presta apoio médico aos migrantes –
mais do que direitos fundamentais: é a própria
civilização que está em causa.
“Fizemos muitos apelos, muitas recomendações a
diversas autoridades para tentar encontrar soluções
para este problema. É um tema muito importante:
refere-se a direitos fundamentais. É uma questão de
civilização, tanto para o Governo italiano como para a
Europa. Temos de encontrar uma solução e… já vamos
muito tarde”, considera.
Itália pede acção
Face à tragédia, a União Europeia anunciou que vai
organizar uma reunião de urgência com os ministros
do Interior e dos Negócios Estrangeiros, estando
igualmente em consideração a realização de uma
cimeira europeia extraordinária – um encontro com
carácter de urgência, pedido pelo primeiro-ministro de
Itália.
Matteo Renzi diz ser necessário dar uma resposta
colectiva à tragédia que se vive na região e encontrase, esta segunda-feira, com o seu homólogo de Malta.
Entretanto, a polícia italiana prossegue uma grande
operação policial contra as redes de imigração ilegal
que operam no Mediterrâneo. Entre as várias pessoas
detidas estará um dos responsáveis pela tentativa de
entrada em Itália, em Outubro, de uma outra
embarcação que transportava centenas de migrantes.
Na altura, morreram 300 pessoas.
Ministro desconhece
caso das mulheres
que terão sido
obrigadas a provar
que estão a
amamentar
Paulo Macedo garante que o Ministério não
deu orientações nesse sentido a nenhum
hospital.
A queixa de duas enfermeiras foi avançada pelo jornal “Público”. Foto:
Luís Forra/Lusa
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, diz não conhecer a
metodologia aplicada por dois hospitais do Porto que
terão pedido provas de evidência de leite às
funcionárias que recorrem à possibilidade de redução
do horário de serviço por amamentarem.
"Nós não demos quaisquer orientações nesse domínio
e não tenho conhecimento de qual é a metodologia",
disse Paulo Macedo, este domingo, depois de ter
discursado na sessão inaugural do 36º Congresso
Português de Cardiologia, que decorre em
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Albufeira até 21 de Abril.
A queixa de duas enfermeiras, uma do Hospital de
Santo António e outra do Hospital do São João, ambos
do Porto, que dizem ter tido de comprovar às entidades
laborais que estavam a amamentar "espremendo leite
das mamas à frente de médicos de saúde ocupacional",
foi avançada pelo jornal “Público”.
A legislação portuguesa em vigor permite que as
trabalhadoras que estão em período de amamentação
podem ter uma redução horária até duas horas diárias
para apoio aos filhos.
De acordo com o jornal, ambas as profissionais foram
convocadas para comparecer em consultas de Saúde
Ocupacional no respectivo local de trabalho depois de
os filhos terem completado um ano de idade e, lá
chegadas, foi-lhes pedido que fizessem "uma prova de
evidência de leite".
Quando os filhos fazem um ano, a legislação
portuguesa obriga as mulheres que estão a amamentar
a entregar, todos os meses, uma declaração do médico
assistente onde este ateste aquela situação.
As queixas em causa coincidem com a semana em que
a Assembleia da República discutiu dezenas de
propostas da maioria e da oposição para a promoção
da natalidade, num debate temático proposto pelo BE
relativamente ao qual PSD e CDS-PP admitiram
viabilizar iniciativas da oposição.
O PCP e o Bloco de Esquerda já reagiram ao caso
afirmando que vão pedir esclarecimentos ao Governo.
no exterior dos edifícios para mais uma homenagem
da comunidade científica portuguesa.
Mariano Gago morreu sexta-feira em Lisboa, aos 66
anos de idade. O funeral realizou-se no sábado, no
Algarve.
Entre 1995 e 2002, nos XIII e XIV governos
constitucionais, foi ministro da Ciência e da
Tecnologia de António Guterres. Com a ascensão de
José Sócrates ao poder, em 2005, Gago foi nomeado
ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior dos
XVII e XVIII governos constitucionais.
Desemprego. Novos
estágios e apoios em
vigor a partir desta
segunda-feira
Os desempregados de longa duração
inscritos no IEFP são os destinatários do
programa “Reativar” e dos novos apoios à
mobilidade geográfica. O objectivo é criar
novas oportunidades de emprego.
Universidades e
politécnicos
homenageiam
Mariano Gago
Homenagem ao meio-dia desta segundafeira. O ex-ministro, conhecido como
"senhor Ciência", morreu na sexta-feira, aos
66 anos.
Todas as Universidades e Institutos Politécnicos do
país vão prestar homenagem a Mariano Gago, esta
segunda-feira.
Ao meio-dia, durante cinco minutos, todas as
instituições irão parar as suas actividades. Professores,
alunos e funcionários estão convidados a juntarem-se
Desempregados com mais de 31 anos têm novos apoios. Foto:DR
Por Cristina Branco
Entram esta segunda-feira em vigor novos apoios à
mobilidade geográfica no mercado de trabalho e
programas de estágios para desempregados de longa
duração. Os diplomas foram publicados há um mês em
Diário da República.
O programa “Reactivar” alarga os estágios a um maior
número de desempregados. É destinado a pessoas
partir dos 31 anos e inscritas no Instituto de Emprego e
Formação Profissional (IEFP) há, pelo menos, 12 meses.
Os candidatos não podem ter participado em qualquer
estágio financiado pelo IEFP nos últimos três anos.
Os seleccionados terão uma bolsa cujo montante é
calculado de acordo com a escolaridade de cada
beneficiário, com um valor mínimo de 419 euros e um
máximo de 691. O estágio tem a duração de seis meses.
Neste programa haverá uma majoração para os
beneficiários desempregados a partir dos 45 anos.
Esta segunda-feira, entram também em vigor as
medidas para apoiar a mobilidade geográfica no
mercado de trabalho.
Podem candidatar-se desempregados inscritos no
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Instituto de Emprego há, pelo menos, três meses e há
apoios distintos para mobilidade temporária e
mobilidade permanente.
No caso da mobilidade temporária, o incentivo
abrange os desempregados que consigam um contrato
de trabalho com duração superior a um mês e a mais
de 50 quilómetros de casa. O beneficiário recebe 209
euros durante um período máximo de seis meses.
No caso da mobilidade permanente, é exigido um
contrato de pelo menos um ano ou criação do próprio
emprego. O Governo comparticipa os custos da viagem
da família com transporte de bens, para uma distância
superior a 100 quilómetros. O apoio será pago de uma
só vez e corresponde a uma ajuda de custo até um
máximo de 629 euros.
O incumprimento das regras pode implicar a
devolução das ajudas.
A Renascença foi conhecer um dos muitos casos de
desempregados em que a idade é o principal obstáculo
para a reentrada no mercado de trabalho. Ouça a
história de Sílvia Rodrigues (áudio no topo da notícia).
CONVERSAS CRUZADAS
O que tem a Taxa
Social Única a ver
com a Liga dos
Campeões?
Baixar a Taxa Social Única resolve os
problemas das empresas? “Não, mas ajuda”,
defende Álvaro Santos Almeida, no
Conversas Cruzadas desta semana. É como o
FC Porto corre mais que o Bayern: ajuda,
mas nada garante. Já Carvalho da Silva
admite: será a “machadada final” na
Segurança Social.
Por José Bastos
O que tem o decisivo Bayern-FC do Porto da Allianz
Arena, dentro de dois dias, a ver com a Taxa Social
Única? O economista Álvaro Santos Almeida recorre ao
universo futebolístico para enquadrar os prováveis
efeitos de uma descida da Taxa Social Única (TSU).
“Deixe-me fazer uma metáfora: se me perguntarem o
que é preciso para o Futebol Clube do Porto ser
campeão europeu este ano... Era preciso ter melhores
jogadores? Melhor treinador? A equipa treinar mais?
Mas, e se eles correrem muito na terça-feira, isso vai
ajudar? De certeza que sim!”, garante o economista.
“Se, na próxima terça-feira, os jogadores do F.C. do
Porto correrem mais que os do Bayern, isso, só por si,
não resolve os problemas todos, mas ajuda”, faz notar
Álvaro Santos Almeida.
“É a mesma coisa com os custos do trabalho. É verdade
que se tivéssemos produtos de maior qualidade, se não
houvesse endividamento nas empresas, se o nível de
gestão fosse melhor em Portugal... tudo isso faria com
que as empresas portuguesas fossem mais
competitivas”, reconhece. “Mas em função dos
jogadores que temos, em função do treinador que
temos, em função da equipa que temos, correr mais vai
ajudar. Neste caso, baixar os custos do trabalho vai
ajudar.” É a opinião de Álvaro Santos Almeida, antigo
quadro do FMI em Washington.
A questão da descida dos custos do trabalho foi
recolocada no debate público pelo primeiro-ministro,
mas a meio da semana a ministra Maria Luís
Albuquerque garantiu não ter ainda um plano
detalhado para concretizar a descida dos custos
laborais sobre as empresas.
A ministra das Finanças – não usando nunca a
expressão “TSU” – garantiu, ainda assim, não se tratar
da reedição da solução polémica apresentada em 2012
a implicar um aumento dos descontos dos
trabalhadores.
Mas é a mexida na TSU o factor-chave para as
empresas? “Não resolve os problemas todos, mas
ajuda”, é a resposta de Álvaro Santos Almeida, professor
de Economia na Universidade do Porto.
“O facto de haver outros problemas que têm de ser
resolvidos não impede que a redução dos custos de
trabalho não seja um factor positivo”, afirma, na edição
do Conversas Cruzadas deste domingo.
Carvalho da Silva: “Perder 1% de TSU exige 165 mil
trabalhadores a 514 euros”
Já Manuel Carvalho da Silva questiona o que diz ser “o
terceiro round” nas tentativas para mexer na TSU. “Os
custos do trabalho pesam em média, no plano
nacional, 21% do global dos custos de produção”,
defende o sociólogo.
“O efeito indirecto é muito mais que 20%”, contrapõe
Álvaro Santos Almeida.
Carvalho da Silva sustenta que parte do debate deve ser
feita à volta de um dos “ciclos viciosos” a afectar as
empresas portuguesas. “Se a qualidade de gestão é
baixa a rentabilização do trabalho menos qualificado
ainda é menor. Quanto mais trabalho de baixa
qualificação e baixa remuneração, maior é o convite a
uma gestão frágil”, observa.
“Como nós sabemos a redução da taxa social única
incide em cada trabalhador. Quem são as empresas
mais beneficiadas? São as empresas de utilização de
mão-de-obra intensiva. Quem são? São os call-centers,
os grandes centros comerciais, as grandes superfícies,
as estruturas que por aí andam a alimentar trabalho
pouco qualificado.”
“Era preciso ir proteger certos sectores da indústria que
têm estas características? (e que podem continuar a
ter). Sim senhor. Era preciso, mas não só. Mas e as
empresas com alta tecnologia, com altos salários?”
interroga o histórico sindicalista português.
Álvaro Santos Almeida objecta. “A TSU é proporcional
aos salários. Uma empresa que tenha trabalhadores
qualificados e que, por isso, pague salários mais altos,
também paga mais TSU e tem mais redução de custos”,
afirma.
Carvalho da Silva concede, mas amplia a discussão:
estará em risco o sistema de protecção social? “As
contas não são minhas, mas são de vários estudos e
relatórios: são precisos 6% da TSU para se conseguir 1%
nos custos de trabalho. Só efeito directo?”
“Admito que se multiplique o factor por uma potência
de 3 e o efeito não se distancia muito. Ainda esta
semana, vi que a compensação em termos de receitas
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na Segurança Social pela perda de 1% da TSU exigia que
houvesse mais 165 mil trabalhadores com salários de
514 euros a contribuir para a Segurança Social”,
prossegue.
“Como diz o António Bagão Félix, se isto for para a
frente é a machada final no sistema de protecção
social. Não sou eu que digo é o António Bagão Félix
que diz”, afirma o professor da Universidade de
Coimbra. “Mas tem que ser compensado. Não há
hipótese”, é o argumento agregado ao debate por
Álvaro Santos Almeida.
Carvalho da Silva adiciona mais uma inquietação: “Mas
quem vai compensar? É o factor trabalho? Quando falo
do factor trabalho não estou só a falar dos
trabalhadores por conta de outrem. Estou a falar do
factor trabalho na sua globalidade.”
Álvaro Santos Almeida concorda: “Isso é o que falta
saber. Não é necessariamente o factor trabalho. É o que
falta saber...”, conclui, talvez com a inquietação do
adepto portista que, provavelmente, conhecerá muito
antes o desfecho do jogo do Allianz Arena.
Há pessoas
impedidas de sair de
casa por falta de
acessibilidade
No Em Nome da Lei, debate-se a
possibilidade de alguém fazer obras em
espaços comuns para instalar rampas ou
plataformas elevatórias por estar
impossibilitado de aceder à sua casa pelas
escadas.
Por Marina Pimentel
Há pessoas impedidas de sair de casa, porque não
podem subir nem descer escadas, principalmente
pessoas com deficiência motora e muitos idosos.
A presidente da Associação Portuguesa de Deficientes,
Ana Sezudo, afirma que “não passa pela cabeça da
maioria da população portuguesa a quantidade de
casos que temos neste país de pessoas que vivem
fechadas em casa porque os prédios onde vivem não
são minimamente acessíveis”.
Na edição do "Em Nome da Lei" deste sábado, debatese a possibilidade de um inquilino ou proprietário
poder fazer obras em espaços comuns, para instalar
rampas ou plataformas elevatórias, por estar
impossibilitado de aceder à sua casa pelas escadas,
devido à sua idade ou condição física.
Desde 2006 que existe legislação a impor que as novas
construções permitam o acesso para todos. Embora a
lei não o preveja expressamente, se o arrendatário ficar
impossibilitado de utilizar escadas, por razões de saúde,
deve poder instalar uma cadeira elevatória para ter
acesso à sua habitação, mesmo contra a opinião dos
condóminos.
É o que defende a advogada Joana Pinto Monteiro, que
comenta o caso concreto de uma decisão judicial que
chegou à última instância porque os condóminos não
autorizaram que um inquilino do prédio, com 84 anos,
impedido de subir as escadas, na sequência de dois
AVC, instalasse, a expensas suas, uma cadeira
elevatória amovível no corrimão das escadas do prédio.
O Supremo Tribunal de Justiça negou razão ao
condomínio e ao senhorio, considerando estarem a
contribuir para a consumação de uma discriminação
indirecta.
“Este senhor teve uma situação que pode acontecer
com todos, teve um AVC, uma situação inesperada, e
tinha um contrato de arrendamento válido. Houve uma
alteração significativa na vida dele que faz com que
tenham de ser tomadas medidas. A finalidade da lei é
permitir que a todos os condóminos seja dado o acesso
à sua propriedade”, afirma a advogada Joana Pinto
Monteiro.
Há um milhão de portugueses portadores de
deficiência e muitos vivem com poucos rendimentos,
o que contribui para a exclusão social, alerta o
presidente da Associação Salvador, que conta um
episódio pessoal em que sentiu discriminação.
Salvador Mendes de Almeida, que anda numa cadeira
eléctrica, não conseguiu votar nas eleições autárquicas.
“Eu sou muitas vezes descriminado. Ainda no outro dia
queria ir votar, moro ali na zona do Saldanha, cheguei à
porta do sítio onde se votava e veio um bombeiro ter
comigo a informar que teria de subir quatro andares
sem elevador”, relata.
Excertos do programa da Renascença "Em Nome da
Lei", um debate conduzido pela jornalista Marina
Pimentel e emitido aos sábados depois do meio-dia.
Sampaio da Nóvoa é
candidato a Belém
A apresentação oficial vai ser feita a 29 de
Abril em Lisboa.
António Sampaio da Nóvoa anunciou em Arouca que
vai apresentar a sua candidatura à presidência da
República em 29 de Abril, manifestando-se disponível
para tentar "fazer o impossível".
"Confirmo que serei candidato à presidência da
República e, tal como tinha dito há cerca de um mês,
anunciarei isso até ao final de Abril", declarou o antigo
reitor da Universidade de Lisboa.
A apresentação oficial da candidatura de António
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Segunda-feira, 20-04-2015
Sampaio da Nóvoa às eleições presidenciais de 2016 irá
realizar-se às 19h30 de 29 de Abril, no Teatro Trindade,
em Lisboa.
A existência de sondagens que lhe atribuem poucas
probabilidades de vencer a corrida não o preocupa. "Na
Universidade nunca tive caminhos fáceis, costumava
dizer que o que me dava mais prazer era fazer o
impossível e fiz vários impossíveis", realçou.
"Fiz o impossível de juntar as duas grandes
universidades de Lisboa, fiz muita coisa que me
disseram no primeiro dia que era impossível fazer",
continuou Sampaio da Nóvoa. "Preocupa-me se é
necessário fazer ou não. Se é preciso fazer e tem um
sentido para Portugal e para os portugueses, será feito",
rematou.
Quanto a eventuais apoios por parte dos expresidentes da República Ramalho Eanes e Jorge
Sampaio, o actual professor catedrático da Faculdade
de Psicologia e Ciências de Lisboa afirmou: "Antes de
se ser candidato não se pedem apoios a ninguém".
Sampaio da Nóvoa assumiu ter "conversado" com
diversas personalidades "dentro e fora dos partidos".
"Não tenho o apoio de ninguém porque não o pedi antes de haver uma carta de princípios e um programa
de candidatura, não seria legítimo estar a colocar esse
tipo de questões", adiantou.
Já no que se refere ao apoio por parte de um partido, o
reitor honorário está disponível para avançar sem uma
estrutura partidária, mas admitiu que, mesmo em
contexto autónomo, não apreciará ser referido como
candidato "independente".
"Não gosto da palavra porque poderia querer dizer que
somos 'independentes' de causas ou pessoas e eu
estou comprometido com causas, estou ao serviço de
determinados projectos e ideias", explicou.
"Mas quererei fazer uma candidatura com
independência, marcar as minhas ideias, apresentá-las
na altura própria e, obviamente, ficarei muito contente
com todos os apoios que possam decorrer a partir daí mas nunca antes disso", concluiu.
Sampaio e o apoio
presidencial. "A seu
tempo se verá"
Ex-Presidente não se compromete com o
apoio a um candidato a Belém, mas promete
decidir pela sua cabeça.
O antigo chefe de Estado Jorge Sampaio afirmou que
fez "mal" ao só ter resolvido entrar para o PS em 1978 e
frisou que decidirá pela sua cabeça quem apoiará nas
próximas eleições presidenciais.
Questionado sobre se confirma o seu apoio à
candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa, Jorge
Sampaio respondeu: "Sobre isso a seu tempo se verá".
"Decidirei pela minha cabeça. Tenho os meus próprios
calendários. Tenho idade para isso e tenho a minha
própria cabeça", acrescentou.
Jorge Sampaio, que liderou o PS entre 1988 e 1992,
falava aos jornalistas à entrada para o comício
comemorativo dos 42 anos deste partido, no pavilhão
Rosa Mota, onde foi recebido com uma ovação pelos
milhares de militantes e simpatizantes socialistas, o
mesmo que aconteceu minutos depois com Mário
Soares.
"Hoje é um dia a que não podia faltar, porque devo
muito ao PS, apesar de também lhe ter dado alguma
coisa", começou por dizer Jorge Sampaio aos
jornalistas.
Interrogado sobre o percurso do partido fundado por
Mário Soares ao longo dos últimos 42 anos, o antigo
chefe de Estado fez questão de frisar que só entrou para
o PS em 1978, quatro anos após a fundação deste
partido.
"Fiz mal, devia ter entrado mais cedo. Entrei e acho que
valeu muito a pena. Acho que os partidos se renovam
continuamente, até porque os desafios são outros e
hoje as exigências nacionais e internacionais são
enormes", declarou, então já em resposta à questão
sobre a história do PS.
De acordo com Jorge Sampaio, o mais importante
agora "é confiar na coragem e na determinação das
novas gerações", porque a sua geração "já fez aquilo
que tinha a fazer".
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Segunda-feira, 20-04-2015
António Costa
promete honrar
palavra dada
Festa dos 42 anos do PS no Porto. Em
resposta às mais recentes intervenções do
primeiro-ministro, Costa disse não temer
comparações, dando como exemplos as
gestões socialistas de Gaia, Lisboa ou da
Região Autónoma dos Açores, em contraste
com a da Madeira.
Foto: José Coelho/LUSA
O secretário-geral do PS promete que a palavra dada
pelos socialistas será "palavra honrada" e afirma que a
principal missão de um Governo socialista será a de
acabar com a incerteza, devolvendo "tranquilidade e
segurança" aos portugueses.
António Costa falava no encerramento do comício, no
pavilhão Rosa Mota, no Porto, que comemorou o 42º
aniversário da fundação do partido e no qual também
interveio o fundador e antigo Presidente da República
Mário Soares.
"Os nossos compromissos serão isso mesmo: palavra
dada é palavra honrada. É isso que faremos no nosso
próximo ciclo de governação", declarou o secretáriogeral do PS, procurando assim transmitir a mensagem
de que o rigor será "a marca da governação do PS", num
ponto em que aproveitou para atacar o primeiroministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho.
"Esse rigor do PS começará já nesta campanha eleitoral,
porque ninguém nos verá a fazer o que fez o actual
primeiro-ministro [em 2011] em campanha,
prometendo que não cortava o que veio a cortar no
Governo e prometendo não aumentar o que veio a
aumentar no Governo. Nós só assumiremos
compromissos perante os portugueses depois de testar
a sua capacidade, consistência e sustentabilidade.
Podemos dizer olhos nos olhos aos portugueses que o
que nós nos comprometermos a fazer na oposição é o
que faremos no Governo. Só temos uma cara, só temos
uma palavra", contrapôs.
António Costa procurou também combater a ideia de
que um Governo socialista poderá fazer regressar o
país à conjuntura de dificuldades financeiras de 2010 e
2011.
Numa resposta às mais recentes intervenções do
primeiro-ministro sobre rigor na gestão pública, o líder
dos socialistas disse não temer comparações, dando
como exemplos as gestões socialistas de Gaia, Lisboa
ou da Região Autónoma dos Açores, em contraste com
a da Madeira.
"Conhecemos bem o estado a que isto chegou", disse,
numa crítica ao executivo liderado por Pedro Passos
Coelho, acusado de ter aumentado a dívida do país e de
ter colocado em curso uma política contrária aos
interesses de todas as gerações: Idosos (cortes nas
pensões), cidadãos de meia-idade (fim da formação
profissional e desemprego de longa duração), jovens
(precariedade laboral) e crianças (um terço delas em
risco de pobreza).
António Costa acusou ainda o primeiro-ministro de
"nada ter aprendido com os erros" da sua governação,
insistindo na redução dos custos do trabalho e no corte
permanente das pensões.
Neste contexto, o secretário-geral do PS deixou depois
um apelo: "É tempo de acabar com esta incerteza, esta
intranquilidade e esta insegurança; a principal missão
do PS é precisamente a de dar aos portugueses
esperança, segurança e sentido de futuro".
Para António Costa, "é necessário devolver
tranquilidade e segurança quanto ao dia de amanhã,
criando-se de novo um clima de diálogo em Portugal",
através da mobilização da concertação social e da
existência de "compromissos políticos positivos".
"A missão do PS foi sempre a de unir o que estava
dividido, de resolver aquilo que ninguém conseguia
resolver e de lançar o diálogo. Esse é o grande desafio
que temos de concretizar", disse, antes de se referir
directamente às próximas eleições legislativas, num
novo apelo, este destinado à mobilização dos eleitores.
"Temos de acender no coração dos portugueses a
mesma convicção e crença com que há 40 anos
muitos saíram à rua, estiveram horas numa fila para
votar e poderem escolher o seu futuro. Como se dizia
então, o voto é a arma do povo. Hoje o voto continua a
ser a arma do povo e, quando nos dizem que não há
outras soluções e que não é possível fazer diferente,
temos de responder que em democracia é sempre
possível fazer diferente e que há uma alternativa, a do
PS", acrescentou.
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Segunda-feira, 20-04-2015
Rui Tavares quer
acordo para uma
maioria de esquerda,
mas rejeita
coligações préeleitorais
O principal rosto do Livre/Tempo de Avançar
sustenta, em entrevista à Renascença, que
quantos mais votos tiver o Livre, maior será a
certeza de que BE e PCP serão puxados para
a convergência e de que o PS será “puxado”
para a esquerda.
Por Paula Caeiro Varela
Uma sala pequena, que já foi de cinema e é agora um
auditório multiusos, com mais cadeiras vagas do que
ocupadas. Um partido novo que se abre a uma
candidatura cidadã ainda mais recente, que era Livre e
agora se apresenta como “Livre/Tempo de Avançar”.
No segundo congresso, realizado, no domingo, no
Centro Comercial Pescador, na Costa da Caparica, o
partido fundado por Rui Tavares mudou de nome e
deverá apresentar-se nos boletins de voto das
legislativas como L/TDA (Livre/Tempo de Avançar).
Antes, vai fazer primárias para escolher os candidatos e
um referendo interno sobre as eleições presidenciais.
Em entrevista à Renascença, Rui Tavares afirma que já
há contactos em curso com os partidos da esquerda
para um acordo que deve ser fechado antes das
eleições. Mas só isso. Coligações pré-eleitorais estão
fora da discussão.
A proposta para um acordo pré-eleitoral que garanta
uma nova maioria de esquerda já está em andamento.
O Livre/Tempo de Avançar vai enviar, em breve, uma
carta aos partidos da esquerda parlamentar a propor a
discussão de soluções para preocupações comuns dos
vários partidos e dos eleitores, adianta Rui Tavares: “Se
tivermos resposta que dê condições para avançarmos,
faremos uma mesa redonda para discutir a 'Agenda
Inadiável' de que os portugueses necessitam”.
Essa agenda implica apresentação de respostas
concretas aos "três D” - desemprego, desigualdades e
dívida – e aos "três P” - Precariedade, Privatizações e
Política. O objectivo, explica Tavares, é encontrar
“propostas em cada um destes temas que possam
caber numa folha A4, ou em duas, e que, no fim, tenha
o compromisso destes partidos de que os seus
deputados e deputadas, no primeiro dia da nova
legislatura, vão começar a trabalhar com propostas
concretas”.
Entre as diferenças que os separam e as preocupações
que unem os partidos à esquerda, Rui Tavares acredita
na possibilidade de ter esse consenso fechado e
assinado antes das legislativas, “para que os eleitores
tenham a confiança de que, respeitando as diferenças,
no dia do voto, há uma maioria de mudança, de
esquerda, contra a austeridade, uma maioria
progressista que defenda as liberdades e os direitos que
estão na constituição”.
Nova maioria de esquerda, sim. Acordo pré-eleitoral,
sim. Coligações pré-eleitorais, não
Um ponto é rejeitado pelo Livre/Tempo de Avançar: o
estabelecimento de coligações pré-eleitorais. Rui
Tavares é claro: “Esta candidatura vai sozinha a
eleições e não temos nenhum tratamento diferenciado
em relação aos partidos de esquerda”.
PS, BE e PCP são iguais, garante, e é para todos eles que
fala o Livre/Tempo de Avançar. Depois das eleições,
sim, haverá novas formas de trabalhar em conjunto, no
parlamento. “Claro que vamos todos lutar para ter mais
votos, mas eu espero que no dia a seguir às eleições
estejamos nas bancadas da Assembleia da República
dispostos a dar respostas aos mesmos problemas
nacionais e estou certo de que haverá ocasiões em que
trabalharemos juntos e bem com Os Verdes, PCP, Bloco
de Esquerda ou PS”, vaticina Rui Tavares.
O principal rosto do Livre/Tempo de Avançar não
deixa, todavia, de avisar: quantos mais votos no Livre,
maior será a certeza de que BE e PCP serão puxados
para a convergência e de que o PS será “puxado” para o
lado da esquerda. O PS, apesar de assumir um discurso
contra a austeridade, “tem matizes, tem imperfeições,
um discurso que é muito lacunar, que é muito ambíguo
(...) Tem que, de uma vez por todas, consolidar as suas
ideias e saber de que lado é que está”, sustenta.
Dar uma lição à política tradicional
A abertura à participação dos cidadãos no Livre/Tempo
de Avançar passa pela realização de primárias para
escolher os candidatos às próximas eleições
legislativas. Rui Tavares tem uma certeza: “Os cidadãos,
ao contrário do que nos dizem, não estão alheados,
não estão ausentes. Os cidadãos podem abster-se no
momento de ir votar, mas não se abstêm dos
problemas da sua vida e a maneira de trazer os
cidadãos para a política é tratá-los como seres
inteligentes e adultos que são e apresentar-lhes uma
forma de fazer política na qual eles possam participar”.
Rui Tavares sustenta que essa é a “lição à política
tradicional” que o Livre-Tempo de Avançar quer dar, já
em Outubro.
9
Segunda-feira, 20-04-2015
Greve dos pilotos é
“suicida”, diz
Marcelo
Comentador reafirma que se privatização
não correr bem podem acabar todos “na rua”.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que a greve dos
pilotos da TAP, entre 1 e 10 de Maio, é “nociva” para o
país e “suicida” para os próprios pilotos.
No seu habitual espaço na TVI, o comentador
acrescenta que se a companhia aérea portuguesa não
for privatizada e reestruturada, os pilotos e outros
funcionários podem acabar “na rua”.
Já sobre o Programa de Estabilidade, apresentado pela
ministra das Finanças, o antigo líder social-democrata
reconhece que o documento apresenta algumas
debilidades, mas também pontos a favor.
Tardes mais quentes
com nuvens à
mistura
Na terça e na quarta-feira, volta a chuva,
sobretudo nas regiões Norte e Centro, e a
temperatura máxima vai descer um pouco.
Pelo menos até quarta-feira, as nuvens vão fazer companhia e até
trazer chuva. Foto: DR
As nuvens vão continuar a marcar presença esta
semana. Segundo a previsão do Instituto Português do
Mar e da Atmosfera (IPMA), esta segunda-feira o céu
vai apresentar períodos de maior nebulosidade nas
regiões do litoral Norte e Centro e, a partir da tarde, nas
regiões do interior.
O vento vai soprar fraco e a temperatura mínima vai
descer um pouco. Já a máxima, vai sofrer uma
pequena subida.
No Sul, o céu vai estar em geral pouco nublado, mas
com maior nebulosidade à tarde. A temperatura
máxima também vai subir um pouco.
Quanto a temperaturas para esta segunda-feira, o Porto
vai chegar aos 18 graus, Lisboa aos 20 e Faro aos 22.
Évora e Beja chegam aos 23 e o Funchal aos 20. Nos
Açores, as máximas rondam os 18 graus.
Na terça-feira, a previsão é semelhante, mas já com
aguaceiros a partir do início da tarde, em especial nas
regiões Norte e Centro, onde poderá haver também
condições favoráveis à ocorrência de trovoada.
A temperatura sob um pouco.
O dia de quarta-feira começa com nuvens escuras no
Norte e Centro de Portugal continental. A nebulosidade
alivia durante a tarde. A temperatura mínima sobe um
pouco e a máxima desce, em especial no interior.
Mediterrâneo, um
mar de tragédias à
porta da Europa
Neste noticiário: pode ser a maior tragédia
de sempre no Mediterrâneo, um barco com
centenas de migrantes naufragou ao largo da
Líbia; união europeia reúne de urgência para
analisar o problema da imigração; ministro
da Saúde desconhece caso revelado pelo
Público de mulheres obrigadas a mostrar que
estão a amamentar; há novos apoios para os
desempregados; chocalhos, a banda sonora
das planícies está a calar-se.
Por Teresa Abecasis
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Segunda-feira, 20-04-2015
GRAÇA FRANCO
Da quadrícula para a
política
Fiel ao seu estilo, Passos continua a
comprometer-se na Europa com o
preenchimento de verbas pré-fixadas e
inscritas em "quadrículas", das quais se
retiram depois as respectivas políticas,
necessárias e suficientes para as conseguir.
Por Graça Franco
Quando se esperava que o Governo anunciasse uma
nova estratégia mobilizadora e reformista para pedir
aos portugueses um segundo mandato, os seus
potenciais apoiantes assistem frustrados à
apresentação de uma meia dúzia de compromissos
assumidos em Bruxelas, tão ou mais improvisados do
que as medidas impostas no programa da troika.
Fiel ao seu estilo, Passos Coelho continua a
comprometer-se na Europa com o preenchimento de
verbas pré-fixadas e inscritas em “quadrículas”, das
quais se retiram depois as respectivas políticas,
necessárias e suficientes para as conseguir.
Um exemplo paradigmático: o Governo anuncia, desde
já, que pretende utilizar nos próximos quatro anos, a
nova “flexibilidade orçamental” concedida ao país
como prémio pela saída do procedimento de défices
excessivos.
Mas em que é que vai usar a “derrapagem” de 400
milhões, em quatro anos? Não sabe ainda.
A ministra das Finanças, a título de exemplo, limita-se a
enunciar quatro fins possíveis: redução da carga fiscal
sobre o trabalho (o mais expectável para o seu
eleitorado), reforço do investimento em novas infraestruturas de energia (mais ao jeito do PS),
financiamento de rescisões no quadro da reforma do
Estado ou reforço da Segurança Social para permitir
avançar com o velho plafonamento. Quase tudo e o seu
contrário…
Em matéria de desagravamento fiscal sobre o trabalho
(a velha bandeira eleitoral de 2011) tudo o que se
garante é a permanência das medidas extraordinárias
até 2019. A sobretaxa de 3,5% terá um apenas um corte
de 0,875 no próximo ano para ir desaparecendo em
seguida gradualmente nos anos seguintes.
Já as empresas terão maior sorte com a sobretaxa
cobrada ao sector da energia a acabar mais cedo, a par
da prometida redução do IRC também a ritmo lento até
acabar nos 17% em 2019 (cumprindo o mínimo
prometido no acordo com o PS).
Nos impostos sobre o património anuncia-se também
a concretização do fim pré-anunciado do IMT que
Poiares Maduro prometia que não seria substituído por
nenhum outro imposto.
Afinal, corrigindo o colega, Maria Luís anuncia a troca
pelo imposto de selo de forma a evitar a sua
substituição pelo IVA (por ameaça de Bruxelas).
Deste arrazoado de medidas soltas surge um único
objectivo claro: conseguir um excedente orçamental de
0,2 pontos em 2019. Pouco, mesmo se conseguido
agora com um crescimento maior (2,4% nos últimos
três anos contra os 1,8 previstos no anterior documento
de estratégia orçamental).
Apesar do reforço no crescimento, o desemprego
continuará superior a 11% e a dívida não descerá abaixo
dos 107% mesmo em final do período. Os dois
indicadores continuarão assim, oito anos passados em
austeridade, a níveis superiores aos atingidos na prébancarrota.
Quanto aos salários da função pública só serão
integralmente repostos em 2018 confirmando a
intenção de proceder à sua reposição ao ritmo de 20%
ao ano, desafiando mais uma vez a paciência do
Tribunal Constitucional.
Como, na quinta-feira, desabafava Morais Sarmento na
RTP, para saber destas medidas mais valia à direita não
as conhecer. Este é provavelmente o seu único mérito.
Dificilmente poderão ser chamadas de eleitoralistas.
EUA. Controvérsia
entre Vaticano e
milhares de freiras
chega ao fim
Conferência de Líderes das Mulheres
Religiosas assumiu posições polémicas
dentro da Igreja. Longo "processo de
acompanhamento" por parte do Vaticano
chega ao fim.
Por Aura Miguel
A controvérsia entre a Santa Sé e milhares de freiras
dos Estados Unidos terminou na quinta-feira com a
assinatura de um documento conjunto entre a
Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) e a
Conferência de Líderes das Mulheres Religiosas
(LCWR), que representa cerca de 57 mil freiras, ou seja,
80% das religiosas norte-americanas.
Após três anos de apertado controlo e
acompanhamento por parte de uma comissão do
Vaticano, devido a tomadas de posição controversas
face à doutrina da Igreja, as divergências terminam
agora, a poucos meses da próxima visita de Francisco
aos EUA.
Durante o pontificado de Bento XVI, a CDF tinha
apontado "sérios problemas doutrinais" e "inaceitáveis
11
Segunda-feira, 20-04-2015
tomadas de posição sobre feminismo radical" por parte
das religiosas da LCWR, enquanto estas acusavam o
Vaticano de exercer "bullying" sobre elas e sobre quem
as apoiava.
Este longo "processo de acompanhamento" por parte
do Vaticano chega agora ao fim, uma vez que "a LCWR
aceitou fomentar junto dos seus membros uma visão
da vida religiosa centrada na Pessoa de Cristo e
enraizada na tradição das Igreja", lê-se no acordo
conjunto assinado na quinta-feira.
Francisco, que deixou correr o processo nos dois
primeiros anos do seu pontificado, aceitou agora
receber uma delegação destas religiosas. O encontro
durou meia hora, mas fica por saber qual o papel
efectivo do próprio Papa neste processo. Observadores
consideram, no entanto, que a anterior experiência de
Bergoglio como superior de religiosos jesuítas na
Argentina terá ajudado muito.
Um comunicado das religiosas da LCWR, publicado no
final do encontro, afirma: "O que temos em comum
(com o Papa e a Santa Sé) é maior do que qualquer
diferença entre nós".
EI divulga vídeo com
execuções
Papa estuda
passagem por Cuba
antes de viagem aos
EUA
O autoproclamado Estado Islâmico (EI) divulgou um
vídeo que mostra a execução de vários homens,
apresentados como cristãos etíopes capturados na
Líbia.
O vídeo de 29 minutos, divulgado em 'sites' jihadistas,
mostra um grupo de pelo menos 12 homens a serem
degolados numa praia e outro grupo de 16 homens
mortos a tiro numa zona desértica.
Em Fevereiro, o grupo terrorista já tinha divulgado um
vídeo mostrando a decapitação de 21 homens, a
maioria egípcios coptas, numa praia, numa encenação
parecida com a das imagens divulgadas hoje.
Um homem vestido de negro aparece a falar em inglês
da batalha entre "a fé e a blasfémia" e os condenados
são apresentados como membros "da Igreja etíope
inimiga".
O grupo Estado Islâmico assumiu o controlo de partes
do território da Síria e do Iraque, onde proclamou um
califado e onde tem multiplicado os abusos, utilizando
estes vídeos como arma de propaganda.
A autenticidade do vídeo divulgado este domingo não
foi ainda confirmada pelas autoridades etiopes ou por
fonte independente.
Essa possibilidade está a ser negociada com
as autoridades de Havana, segundo o
Vaticano.
O Papa Francisco está a considerar uma passagem por
Cuba, na sequência da visita agendada para Setembro
aos Estados Unidos. Segundo o Vaticano, essa
possibilidade está a ser negociada com as autoridades
de Havana.
“Os contactos com as autoridades do país ainda estão
num estado demasiado inicial para que se possa falar
dessa etapa como uma decisão tomada e um projecto
operativo”, assinala o padre Federico Lombardi, em
nota divulgada pela sala de imprensa da Santa Sé, esta
sexta-feira.
Francisco vai encontrar-se no dia 23 de Setembro com
o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, numa
visita integrada na deslocação que o Papa vai fazer
àquele país, no âmbito do 7º Encontro Mundial das
Famílias, marcado para a cidade norte-americana de
Filadélfia.
Francisco será o quarto Papa a visitar os Estados
Unidos da América, depois de Paulo VI, João Paulo II e
Bento XVI.
O Vaticano desempenhou um papel central na
reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e
Cuba. A Santa Sé acompanhou este mês a VII Cimeira
das Américas, no Panamá, com uma delegação
liderada pelo secretário de Estado do Vaticano.
Terroristas terão matado 28 pessoas em dois
locais. A autenticidade do vídeo não foi ainda
confirmada.
12
Segunda-feira, 20-04-2015
Kremlin nega acordo
com Atenas sobre
gás
Ébola. OMS
reconhece falhas e
anuncia mudanças
O alegado adiantamento financeiro referiase à passagem do gás russo pelo território
grego.
A Organização Mundial de Saúde vai criar de
uma força de resposta rápida, um fundo de
contingência e adoptar regras sanitárias
internacionais mais apertadas.
A Rússia desmente que na próxima terça-feira vá
assinar um acordo com a Grécia sobre questões
energéticas.
Moscovo nega assim que vá avançar com um
adiantamento que poderia chegar aos cinco mil
milhões de euros.
A notícia foi avançada pela revista alemã “Der Spiegel”,
que cita fontes bem colocadas no partido Syrisa no
poder em Atenas.
O alegado adiantamento financeiro referia-se à
passagem do gás russo pelo território grego.
O Governo grego, para já, mantém-se em silêncio,
segundo a agência Reuters.
Foto: Ahmed Jallanzo/EPA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) admite falhas
na gestão da epidemia do ébola e promete reformas
para evitar novos erros.
Em comunicado, a OMS reconhece lentidão e falta de
agressividade nos alertas sobre a epidemia. A
organização admite também falta de coordenação com
outros parceiros e deficiência na comunicação do
risco, assumindo ter havido confusão na atribuição de
responsabilidades.
Face a este diagnóstico, a OMS anuncia a introdução
mudanças, entre elas a criação de uma força de
resposta rápida e de um fundo de contingência e a
adopção de regras sanitárias internacionais mais
apertadas.
Desde que surgiu, em Dezembro de 2013, na Guiné
Conacri, o ébola já matou mais de dez mil pessoas. O
último balanço aponta para o registo de mais de 25 mil
casos.
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Segunda-feira, 20-04-2015
Grécia. Acordo até
Junho ou tudo fica
“ainda mais difícil”
A próxima reunião dos ministros das
Finanças da zona euro está marcada para
sexta-feira na Letónia.
O vice-primeiro-ministro grego Ioannis Dragasakis
reconhece que caso não seja possível um acordo com
os credores internacionais até Junho "o caminho" pode
tornar-se ainda mais difícil.
"Se chegarmos a Junho sem acordo, tudo tomará um
caminho ainda mais difícil", admitiu Dragasakis numa
entrevista ao jornal “To Vima”, de Atenas.
Questionado sobre a possibilidade de eleições ou a
realização de um referendo em caso de ausência de
compromissos, o vice-ministro não negou que essas
hipóteses existem.
O Governo de Atenas tem afirmado que apresentou
propostas "construtivas" para enfrentar diferendos
"políticos".
"Não podemos ser outra coisa a não ser aquilo que
somos", afirmou o vice-primeiro-ministro sublinhando
que os responsáveis gregos têm insistido com
frequência nas "linhas vermelhas" que não podem ser
ultrapassadas em questões relacionadas com cortes
suplementares da despesa pública.
A próxima reunião dos ministros das Finanças da zona
euro está marcada para sexta-feira na Letónia e vai
discutir a situação financeira da Grécia.
No sábado, o presidente do Banco Central Europeu
(BCE), Mario Draghi, considerou que a resposta à crise
da Grécia "está nas mãos do governo grego" e defendeu
que "é preciso mais trabalho, muito mais trabalho e
urgente".
"Todos queremos que a Grécia tenha sucesso. A
resposta está nas mãos do governo grego", afirmou
Draghi em Washington, indicando, no entanto, que a
Zona Euro está agora "mais preparada do que em 2012,
2011 ou 2010" se a situação piorar.
Finlândia muda de
Governo
Primeiro-ministro já assumiu a derrota, mas
ainda se contam os votos.
O primeiro-ministro finlandês, Alexander Stubb,
admitiu a derrota do Governo de direita que lidera nas
eleições legislativas deste domingo, que deram a vitória
ao principal partido da oposição, o Partido do Centro.
"Parece que o Partido do Centro ganhou. Parabéns",
afirmou Alexander Stubb à rádio e televisão pública
YLE, quando estão contados 70% dos votos.
O líder do Partido do Centro, Juha Sipila, um milionário
de 53 anos da área das tecnologias de informação que
recentemente enveredou pela política, deverá ser o
novo primeiro-ministro da Finlândia.
Segundo projecções da YLE, citadas pela agência
noticiosa AFP, o Partido do Centro deverá eleger 46 dos
200 lugares no parlamento, seguido do Partido Socialdemocrata e da Coligação Nacional de Alexander
Stubb, cada um com 37 lugares, enquanto o partido
eurocético finlandês ('Verdadeiros Finlandeses')
conseguiu 35 lugares parlamentares.
A primeira tarefa do novo primeiro-ministro finlandês
será a escolha dos parceiros de coligação para formar
um Governo com maioria no Parlamento.
Juha Sipila ainda não revelou com que partidos
gostaria de colaborar e são esperadas várias semanas
de negociações antes de conseguir apresentar um
Governo.
Eleito para o Parlamento em 2011, Juha Sipila tornou-se
o líder do Partido do Centro em 2012 quando era um
desconhecido da maioria dos finlandeses.
No entanto, o seu partido, que está na oposição desde
2011, tem sido uma força dominante da política
finlandesa, e conseguiu eleger 12 primeiros-ministros e
três presidentes.
Assassinados oito
elementos de claque
no Brasil
As oito vítimas mortais eram adeptas do
Corinthians, de acordo com a polícia. O
autor do ataque é ainda desconhecido.
Um grupo de homens armados matou a tiro oito
elementos de uma claque do Corinthians, um dos
clubes de futebol mais populares no Brasil, informou a
polícia.
O ataque ocorreu durante a madrugada, em frente à
sede do grupo, em frente ao qual as autoridades se
depararam com sete cadáveres, enquanto o outro
homem foi encontrado ferido e transportado para um
hospital, tendo morrido entretanto, acrescentou um
porta-voz da polícia militarizada de São Paulo à agência
EFE.
As oito vítimas mortais eram adeptos do Corinthians,
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Segunda-feira, 20-04-2015
de acordo com a mesma fonte, que disse não ter
indícios do autor do ataque.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, a acção foi
perpetrada por dois homens que irromperam na sede
do grupo durante uma confraternização, tendo
ordenado às vítimas que se deitassem no chão, antes
de as alvejarem com tiros na cabeça.
Meninas e meninos:
"Alice Vieira e
Catarina Sobral, no
palco da rádio!"
A escritora Alice Vieira e a ilustradora
Catarina Sobral foram as convidadas do
"Ensaio Geral" gravado ao vivo na Livraria
Ferin, numa parceria com a Booktailors.
Por Maria João Costa
Num "Ensaio Geral" que falou ao ouvido dos mais
novos juntamos a escritora Alice Vieira, autora do
clássico "Rosa, Minha Irmã Rosa", e a ilustradora
Catarina Sobral, que no ano passado venceu o Prémio
Internacional de Ilustração na Feira do Livro de
Bolonha - o principal certame dedicado à ilustração
para a infância.
Alice Vieira confessou que escreve para "fazer as
pessoas mais felizes". A autora de "Meia Hora para
mudar a minha vida" explicou que quando escreve tem
esse objectivo em mente. Fazer com que os leitores
tenham "prazer na leitura" e mostrou-se preocupada
com o desinteresse que encontra nos jovens em
algumas das escolas que visita. A autora com mais de
30 anos de carreira diz-se mesmo "assustada" com a
falta de interesse. Para Alice Vieira, "as pessoas
desinteressadas são sempre presas fáceis".
Na cadeira do outro lado estava Catarina Sobral. A
ilustradora, formada em design, defendeu que a
ilustração ajuda a criar "hábitos de leitura". Em
declarações ao "Ensaio Geral", nesta edição gravada ao
vivo na Livraria Ferin, numa parceria com a
Booktailors, a autora do livro "O meu Avô" explicou que
a ilustração "trás pessoas para este prazer de ler livros" e
acrescentou: "é um modo de começar a ler e a
prenderem-se aos livros. Segundo Catarina Sobral, "a
importância de pensar por imagens pode educar
visualmente" e concluiu que os "livros ilustrados são a
primeira forma de arte que uma criança vê e são uma
forma de estarei atentas a outras forma de artes
visuais".
Num programa com crianças sentadas no público,
Alice Vieira explicou que escreveu o seu primeiro livro,
"Rosa, Minha Irmã Rosa", com os dois filhos, "para ver
se os calava". Foi um livro escrito "lá para casa", mas
que se tornou um sucesso até hoje. A autora que visita
em média 80 escolas por ano continua a ficar
surpreendida pelas crianças continuarem a ler os seus
livros "com mais de 30 anos" e sublinha que há
referências que estão nos livros que as crianças hoje já
não têm. "Isso é o que dá depois uma conversa muito
boa" quando vai ao encontro destes mini leitores.
Também Catarina Sobral desde que venceu o Prémio
Internacional de Ilustração em Bolonha que também se
desloca a escolas. A ilustradora nota diferenças entre as
escolas em que os professores trabalham os livros com
os alunos e aquelas onde isso não acontece. Catarina
Sobral explica que as escolas onde os professores
trabalham os livros "vê-se logo na alegria com que os
alunos mostram o que fizeram e na capacidade quando
têm de interpretar as várias camadas do livro".
Num "Ensaio Geral" onde Alice Vieira explicou porque
escreve com a fotografia de George Clooney à frente e
onde contou porque continua a trocar cartas escritas
com muitos dos seus leitores já adultos, ouvimos a
autora do livro de poesia "O que Dói às Aves" explicar
que começa sempre por escrever para si. Também
Catarina Sobral afirmou que "parece um bocadinho
egoísta, mas faço o livro que gostava de ler".
As duas convidadas que responderam às perguntas
deixadas pelo colaborador do programa, Guilherme
d'Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de
Cultura, falaram ainda da relação que têm com os
leitores.
D. Quixote celebra 50
anos com Dom
Quixote, de
Cervantes
Criada por Snu Abecassis, a editora celebra
meio século de vida num ano cheio de
iniciativas.
Por Maria João Costa
"A jóia da coroa". É assim que João Amaral, director
coordenador de edições gerais do Grupo Leya se refere
à D. Quixote, editora criada em Abril de 1965 por Snu
Abecassis como uma "pedrada no charco". A celebrar
50 anos, a editora vai passar o ano em festa.
A abrir o ano de comemorações destaca-se a edição de
“Dom Quixote de la Mancha”, de Cervantes, numa
edição com tradução de Miguel Serras Pereira que terá
um preço "imbatível" de 10 euros. O livro de capa
dourada chegará às livrarias no Dia Mundial do Livro, a
23 de Abril.
A par desta edição, será também relançada uma versão
juvenil. "O Meu Primeiro Dom Quixote" tem tradução de
Alice Vieira e ilustrações de Mingote.
O ano prossegue com a deslocação a Portugal de
alguns dos escritores internacionais que fazem parte
do catálogo da D. Quixote. A editora do Grupo Leya trará
a Portugal o escritor Francis Fukuyama, autor de
"Ordem Política e Decadência Política" que vem receber
um prémio no âmbito das Conferências do Estoril, em
Maio. Prevista para Julho está também a visita do
escritor israelita David Grossman que vai participar
num programa de debates em Cascais.
Em Julho, no festival Lumina, em Cascais, que este ano
assinala o Ano Internacional da Luz, a D. Quixote
associa-se ao evento. O espectáculo criado pelo atelier
15
Segunda-feira, 20-04-2015
OCUBO.com terá como tema a obra "D. Quixote de la
Mancha". Por essa altura também lugar um concerto da
Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras em que será
interpretada a obra "Don Quixote", de Telemann.
João Amaral da Leya destaca "o esforço de rigor e
qualidade" do catálogo da editora que integra nomes
como António Lobo Antunes, Manuel Alegre, Maria
Teresa Horta, Mário Vargas Llosa, Gabriel Garcia
Marques entre outros.
Segundo o director coordenador das edições gerais do
Grupo Leya serão também relançados os "Cadernos
Dom Quixote". Nesse sentido, a editora Cecília Andrade
explicou que sairá em Maio "Minha Senhora de mim",
de Maria Teresa Horta, numa nova edição que mantém
o vermelho da capa lançada anteriormente nos
Cadernos de Poesia e que a censura retirou do circuito.
Também serão lançados dois outros títulos de um dos
escritores que estão com a D. Quixote desde a sua
fundação: "Noção de poema" e "Crítica Doméstica dos
paralelepípedos", de Nuno Júdice saem em Junho.
As comemorações dos 50 anos da D. Quixote passam
ainda pela Feira do Livro de Lisboa, com um pavilhão
dedicado à História desta editora. As celebrações irão
contemplar mais iniciativas a anunciar ao longo do
ano. As festividades só terminam em Abril de 2016.
A astrónoma
portuguesa que
cuida do telescópio
Hubble
O Hubble, que revolucionou a astrofísica
com as imagens que captou a partir do
espaço, comemora 25 anos sobre a sua
colocação em órbita pelo vaivém espacial
Discovery.
Fotografia tirada do telescópio Hubble (15/04/2015). Foto: R.
Massey/EPA/ESO
Cristina Oliveira é astrónoma e coordena uma equipa
responsável por garantir o bom funcionamento de dois
instrumentos do Hubble, o telescópio que revelou a
idade do Universo e que na sexta-feira completa 25
anos no espaço.
O telescópio foi lançado para a órbita da Terra em 24 de
Abril de 1990, a bordo do vaivém espacial Discovery, e
surpreendeu os cientistas ao desvendar que o Universo
se expande de forma mais acelerada que o esperado.
"Foi uma surpresa para todos os cientistas", assinalou à
Lusa Cristina Oliveira, a única portuguesa que trabalha
directamente com o Hubble, no Space Telescope
Science Institute, em Baltimore, Estados Unidos,
instituto que assegura a operacionalidade científica do
telescópio espacial.
Cabe à equipa da astrónoma portuguesa acompanhar o
desempenho dos espectrógrafos STIS, que observa
vastas áreas como galáxias, e COS, dirigido para pontos
de luz, como estrelas e quasares.
"O Hubble foi, e é, extremamente importante para a
ciência, mostrou o universo com um nível de detalhe
que nunca tinha sido possível antes, destruiu teorias e
fez com que outras avançassem", sustentou Cristina
Oliveira.
Graças às imagens de supernovas (explosão de
estrelas) distantes captadas pelo telescópio, os
astrofísicos Saul Perlmutter, Adam Riess e Brian
Schmidt ganharam, em 2011, o Prémio Nobel da Física.
Concluíram, pela medição do brilho de supernovas em
galáxias distantes, que o Universo está a expandir-se
de modo acelerado, ao contrário do que se pensava. O
telescópio deve o seu nome a Edwin Hubble (18891953), astrónomo norte-americano que descobriu que o
Universo estava a expandir-se.
A revelação da idade do universo e do nascimento das
galáxias
Ao permitir observações que não seriam possíveis com
telescópios terrestres, devido às distorções de imagem
e luz provocadas pela atmosfera, o Hubble fez outras
revelações, como a da colisão do cometa ShoemakerLevy 9 com Júpiter, a de que a idade do Universo é de
cerca de 14 mil milhões de anos e a de que a maior
parte das galáxias, incluindo a Via Láctea, onde se situa
o sistema solar a que pertence a Terra, tem buracos
negros no seu centro.
"Mostrou-nos galáxias a nascerem, a colidirem,
sistemas solares a nascerem e teve um papel central na
descoberta de que cerca de 70% do Universo é
constituído por energia escura, que ninguém sabe o
que é", acrescentou a astrónoma portuguesa,
lembrando que antes do Hubble "não se sabia
exactamente como as galáxias se formavam ou como a
matéria que está no espaço intergaláctico faz com que
as galáxias cresçam e se desenvolvam".
O telescópio possibilitou ainda obter uma "imagem
directa" de um planeta de outro sistema solar e
descobriu na atmosfera de um planeta extrassolar uma
molécula de metano, "que, sob as condições ideais,
pode estar ligada com a existência de vida", apontou.
Todas as zonas do céu, descreve Cristina Oliveira,
"estão abertas ao Hubble". Quando o telescópio "está a
olhar para uma região do céu durante muito tempo",
corpos celestes que "são muito fraquinhos, que não são
visíveis de outra maneira, aparecem".
Numa fracção do céu, do tamanho da Lua Cheia,
ilustra, "existem mais de dez mil galáxias". Com o
Hubble, explicou a astrónoma, "estamos a vê-las
quando eram muito mais novas, algumas quando
tinham apenas poucos milhões de anos após o Big
Bang", o "fogo-de-artifício" de partículas que marca as
origens do Universo.
16
Segunda-feira, 20-04-2015
Hubble está a ficar “velhinho” e precisa de
actualizações
O telescópio foi concebido na década de 70, mas de
maneira que os astronautas pudessem reparar e
substituir os seus instrumentos quando fosse
necessário. Uma inovação, de acordo com Cristina
Oliveira. "Isso fez com que novos instrumentos
pudessem ser desenhados e planeados tendo em conta
os desenvolvimentos tecnológicos", frisou.
Apesar do avanço que representou, o telescópio está
agora "um pouco velhinho" e, a partir de 2020, "há uma
certa probabilidade de alguns sistemas começarem a
falhar".
O prolongamento da sua vida para lá desta data
depende, na óptica da astrónoma, do interesse da
comunidade científica em mantê-lo, dos resultados
científicos, mas sobretudo do dinheiro para continuar
a fazer actualizações dos sistemas.
Manter o Hubble activo custa cem milhões de dólares
(93 milhões de euros) por ano, precisou.
As agências espaciais norte-americana (NASA) e
europeia (ESA), que suportam o telescópio, estão a
tentar desenvolver uma missão para descodificar o
novo mistério do Universo, a energia escura, "uma
missão bastante cara", disse.
Nem o Hubble, nem o seu sucessor, o telescópio
“James Webb”, que tem lançamento para o espaço
previsto para 2018 para estudar o Universo primordial
foram concebidos para desvendar o mistério da
energia escura. Mas, muitas vezes, há surpresas, admite
Cristina Oliveira. E o Hubble já o provou.
25 anos da revolução da astrofísica
O telescópio Hubble, que revolucionou a astrofísica
com as imagens que captou a partir do espaço,
comemora na sexta-feira 25 anos sobre a sua
colocação em órbita pelo vaivém espacial Discovery.
O Hubble fotografou buracos negros e captou a
existência de quatro luas de plutão - Nix, Hidra, Cérbero
e Estige - até então desconhecidas, permitiu a
observação do nascimento e da morte de estrelas e de
galáxias longínquas, revelou que o universo está a
expandir-se a um ritmo mais elevado do que se
supunha e mostrou aspectos desconhecidos dos
planetas Saturno, Júpiter e Plutão.
Uma das mais conhecidas imagens captadas pelo
Hubble ficou conhecida como "Os Pilares da Criação",
três colunas de poeira cósmica, onde acontece o
nascimento de estrelas, na nebulosa da águia.
Outra imagem do Hubble que correu mundo foi a do
campo ultra-profundo, que mostra galáxias, estrelas e
objectos muito distantes, classificada como o retrato
mais completo do universo visto no espectro visível.
A capacidade do Hubble de perscrutar os confins do
universo significa que em muitos casos os corpos
celestes que o telescópio revelou à ciência já terão
deixado de existir quando a sua luz chega aos espelhos
e lentes do Hubble.
Reeditado primeiro
vinil de Elvis Presley
A gravação está a partir deste sábado à
venda, por ocasião do Dia das Lojas de
Discos.
foto DR
Com menos ruído e mais Elvis, a primeira gravação do
"Rei do Rock" foi reeditada pela "Third Man Records", a
editora independente do artista norte-americano Jack
White.
Há 60 anos, a 18 de Julho de 1953, o jovem Elvis Aaron
Presley, de 18 anos, pagou quatro dólares e gravou as
suas primeiras canções em vinil (“My Happiness” e
“That´s when your heartaches begin”) no estúdio Sun
Record Company, em Memphis.
Reza a lenda que a gravação, que seria uma prenda
para a sua mãe, mas acabou por ficar perdida na casa
dos amigos quando este parou por lá para ouvirem as
músicas.
O disco em acetato ficou esquecido durante décadas e
em Janeiro deste ano, por ocasião da celebração do
80º aniversário do cantor, foi vendido em leilão. O
comprador desta relíquia foi o ex-White Stripes, Jack
White, que o adquiriu por 270 mil euros.
Este sábado, no Dia das Lojas de Discos (Record Day
Store), Jack White anunciou que a sua editora, a Third
Man Records, irá colocar à venda uma reedição em
vinil do tema “My Happiness”.
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Segunda-feira, 20-04-2015
Mais de mil no
aeroporto. Adeptos
portistas dão força
para Munique
REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA
Onda e colinho à
moda do Porto
Equipa defronta o Bayern, na terça-feira,
para a Champions. Joga-se o acesso às
meias-finais.
Foto Luís Aresta/RR)
Mais de mil adeptos do FC Porto aguardavam a
chegada da comitiva ao aeroporto a caminho de
Munique. Ideia foi moralizar a equipa para o jogo de
terça-feira.
Os adeptos portistas até criaram um cordão humano
entre a porta de entrada do aeroporto Francisco Sá
Carneiro e a porta de embarque.
O FC Porto defronta na terça-feira o Bayern de
Munique, em jogo da segunda mão dos quartos-definal da Liga dos Campeões. Na primeira volta, no
Dragão, os azuis e brancos ganharam 3-1.
Lista de convocados:
Guarda-redes: Helton, Fabiano e Ricardo
Defesas: Martins Indi, Maicon, Marcano, Reyes e
Ricardo
Médios: Casemiro, Quintero, Evandro, Herrera, Oliver,
Ruben Neves, Quaresma e Brahimi
Avançados: Jackson Martínez, Hernâni, Gonçalo
Paciência e Aboubakar
O Bayern de Munique-FC Porto de terça-feira está em
destaque nas primeiras páginas de O Jogo e A Bola,
com imagens da partida da comitiva portista para a
Alemanha.
"Onda azul" é o título de A Bola, enquanto O Jogo
escreve: "Colo até Munique".
No Record, fala-se em "Loucura à partida para
Munique", mas o principal destaque deste diário vai
para a vitória do Sporting frente ao Boavista. "De cabeça
na Champions", lê-se sobre a imagem de Slimani a
festejar o golo da vitória.
Sobre este tema, O Jogo titula: "Slimani põe play-off à
vista".
O maior destaque da actualidade benfiquista é dado
pelo diário A Bola, que escreve: "Tudo por Salvio". O
argentino está em recuperação para poder ser utilizado
frente ao FC porto, no domingo.
RIBEIRO CRISTÓVÃO
Mais do mesmo
É na Luz, no próximo domingo, que se deve
decidir o campeonato.
Por Ribeiro Cristóvão
A cinco jornadas do termo do campeonato, a dúvida
maior continua a centrar-se na questão que se
relaciona com a atribuição do título. Mas esse é,
provavelmente, um enigma sobre o qual poderá fazerse luz já no próximo fim-de-semana.
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Segunda-feira, 20-04-2015
Quanto ao resto começam a esboroar-se todas as
expectativas mantidas até aqui: o terceiro lugar parece
assegurado pelo Sporting, enquanto as despromoções
também ficaram muito mais à vista.
Para isto muito contribuiu a última jornada. À derrota
do Sporting de Braga no estádio do seu maior rival de
sempre, o Vitória de Guimarães, responderam os leões
de Lisboa com uma vitória que, mesmo sem brilho, os
colocaram a coberto de qualquer surpresa muito
incómoda que ainda lhes pudesse sair a caminho.
Quanto às despedidas da Liga principal, também os
derradeiros jogos contribuíram para o afundanço do Gil
Vicente e do Penafiel que, face ao atraso que já
registam em relação à concorrência mais directa, vêem
esfumar-se cada vez mais as possibilidades de
permanecerem entre os grandes na temporada que vai
começar em Agosto.
Basta olhar para o que espera a ambos no que falta
cumprir do calendário para que se chegue rápida e
facilmente a essa conclusão.
Face a tudo isto, todas as atenções se viram agora, e
quase em exclusivo, para o clássico do próximo
domingo que vai ter como cenário o Estádio da Luz o
qual, entretanto, poderá vir a ser fortemente
influenciado pelo desfecho que venha a registar-se
amanhã, em Munique, onde os portistas jogam a
cartada mais importante desta época.
Dias de intensas emoções esperam os adeptos do
futebol português.
P. FERREIRA 0-0 MOREIRENSE
GIL VICENTE 0-0 RIO AVE
PENAFIEL 0-2 AROUCA
[Hugo Basto, Roberto]
V. SETÚBAL 1-2 ESTORIL
[Suk; Kléber, Sebá]
SPORTING 2-1 BOAVISTA
[Adrien e Slimani; Zé Manuel]
FUTEBOL
Vítor Pereira é
campeão da Grécia
Resultados,
marcadores e
classificação
MARÍTIMO - NACIONAL (segunda-feira, 20h00)
CLASSIFICAÇÃO 29
1- Benfica 74 pontos
2- FC Porto 71
3- Sporting 63
4- Sp Braga 53
5- Vit.Guimarães 46
6- Belenenses 42
7- Paços Ferreira 39
8- Rio Ave 38
9- Nacional 36 (-1 jogo)
10- Moreirense 36
11- Marítimo 35 (-1 jogo)
12- Estoril 34
13- Boavista 29
14- Académica 27
15- Arouca 26
16- Vit.Setúbal 25
17- Gil Vicente 20
18- Penafiel 18
Treinador português dá título ao Olympiakos
na primeira época no país.
A jornada 29 ainda não terminou. Esta
segunda-feira há derby na Madeira.
Após a jornada 29 a classificação está quase na mesma.
Os três primeiros estão ainda mais à frente e os dois
últimos estão ainda mais últimos.
RESULTADOS 29
V. GUIMARÃES 1-0 Sp BRAGA
[Ricardo Valente]
FC PORTO 1-0 ACADÉMICA
[Hernâni]
BELENENSES 0-2 BENFICA
[Jonas (2)]
O Olympiakos, treinado pelo português Vítor Pereira, é
campeão da Grécia mesmo sem ter ainda feito o seu
jogo desta jornada.
A derrota do Panathinaikos no campo do Panthrakikos
Komotini (1-2), dá 10 pontos de vantagem ao
Olympiakos, a três jornadas do fim do campeonato.
Já campeão, o Olympiakos defronta este domingo, em
casa, o Levadiakos.
Este é o terceiro título de campeão nacional de Vítor
Pereira como técnico principal depois de dois ganhos
ao serviço do FC Porto.
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Segunda-feira, 20-04-2015
ESPANHA
Golo 50 para
Cristiano Ronaldo
Real Madrid venceu na jornada 32. Barcelona
e Atlético também.
Benfica protesta jogo
de andebol
Encarnados estiveram um período em
campo com cinco jogadores quando
deveriam ser seis.
CR7 marcou golo 50 (foto Ballesteros/EPA)
O português Cristiano Ronaldo esteve mais uma vez
em evidência na vitória do Real Madrid (3-1) contra o
Málaga.
CR7 marcou um golo, assistiu para os outros dois
(Sérgio Ramos e James Rodriguez) e ainda teve tempo
de falhar uma grande penalidade.
O avançado luso chegou ao golo 50 no campeonato e é
o primeiro jogador a marcar 50 ou mais golos na Liga
espanhola em cinco anos consecutivos.
No entanto, nem tudo correu bem aos “merengues”.
Lesionaram-se Gareth Bale e Luka Modric.
O golo do Málaga, que teve Duda e Ricardo Horta no
banco, foi apontado por Juanmi, aos 71 minutos.
No campeonato, à jornada 32, está tudo na mesma.
Real Madrid, Barcelona (2-0 perante o Valência) e
Atlético de Madrid (2-1 Deportivo Corunha) venceram.
A distância entre os dois primeiros continua a ser de
dois pontos com vantagem para os catalães.
Destaque ainda para Messi que marcou o golo 400 ao
serviço do Barça.
O Benfica vai protestar o jogo da segunda mão da
meia-final da Taça Challenge em andebol.
Em causa estará uma decisão do delegado da mesa, o
austríaco Gerhard Reisinger, ao excluir Paulo Moreno
do jogo, deixando os encarnados a jogar com cinco
jogadores em campo, numa altura em que deveriam ter
seis (alegadamente terá confundido a exclusão de
Elledy Semedo).
Os encarnados apresentaram uma declaração de
protesto, tendo agora 24 horas para formalizar a queixa,
com as alegadas provas.
O Benfica foi afastado da final da Taça Challenge após
ter perdido os dois jogos da meia-final (31-29 e 27-25).
FÓRMULA 1
Hamilton vence no
Bahrain
Kimi Raikkonen quebrou o domínio dos
Mercedes, ao terminar na segunda posição.
Alonso ficou à porta dos pontos.
Lewis Hamilton venceu o GP do Bahrain e alargou a
vantagem para a concorrência no Mundial de Fórmula
1. O britânico dominou a corrida por inteiro e terminou
com mais de três segundos de vantagem para Kimi
Segunda-feira, 20-04-2015
Raikkonen.
O finlandês da Ferrari separou os Mercedes graças a
uma boa estratégia de poupança dos pneus. Rosberg
foi o mais prejudicado e terminou no terceiro lugar, a
seis segundos do companheiro de equipa.
Bottas foi o melhor dos Williams, no quarto lugar, à
frente do Ferrari de Vettel. Nota para Fernando Alonso e
para mais um sinal de evolução dos McLaren-Honda. O
espanhol terminou o GP do Bahrain no 11º lugar.
No Mundial de Pilotos, domínio claro do campeão do
mundo. Lewis Hamilton lidera, com 93 pontos. Rosberg
é segundo, com 66, e Vettel é terceiro, com 65 pontos. A
Fórmula 1 chega à Europa em Maio, com a realização
do GP de Espanha, no dia 10.
Página1 é um jornal registado na ERC, sob o nº 125177. É
propriedade/editor Rádio Renascença Lda, com o nº de pessoa
colectiva nº 500725373. O Conselho de Gerência é constituído por
João Aguiar Campos, José Luís Ramos Pinheiro e Ana Lia Martins
Braga. O capital da empresa é detido pelo Patriarcado de Lisboa e
Conferência Episcopal Portuguesa. Rádio Renascença. Rua Ivens,
14 - 1249-108 Lisboa.
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Sobrevivente garante que eram 950 as pessoas a