RELATO DE EXPERIÊNCIA DISCENTE NA ATUAÇÃO DO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - RI FURG Bruna Marques Vieira Sabrina Beatriz Martins Andrade Resumo O presente trabalho objetiva apresentar o relato de experiência referente à estratégia de trabalho do Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - RI FURG, através do desempenho dos acadêmicos e bolsistas do Curso de Biblioteconomia. A partir do referencial teórico foi possível dar maior embasamento ao trabalho, abordando as atividades desenvolvidas no RI FURG, a fim de discutir a importância do profissional nesta área. Assim, chegase à conclusão que o bibliotecário está ocupando um novo espaço, levando assim, à valorização de sua profissão, através dos suportes digitais. Palavras-chave: Repositórios Institucionais, RI FURG, Trabalho discente. Abstract This study presents an account of experience with the strategy's working Institutional Repository of the Federal University of Rio Grande - RI FURG through the performance of academics and scholars of the Course librarianship. From the theoretical review could give more to the work, covering the activities in FURG RI, to discuss the importance of work in this area. Here we come to the conclusion that the librarian is occupying a new space, thus leading to the appreciation of their profession, through digital media. Keywords: Institutional Repositories, RI FURG, Student work. __________ Dra. Angélica Conceição Dias Miranda (orientadora) 3 1 INTRODUÇÃO O parâmetro atual tem mostrado um novo perfil do profissional bibliotecário: ele deixou de ser aquele profissional que somente trabalha restrito em uma biblioteca manuseando livros, ou seja, lidando com os itens concretos. O uso das tecnologias possibilitou que ele possa trabalhar com informações virtuais ou digitais, isto é, com materiais nos quais não podemos tocar. Partindo dessa ideia de que a profissão de bibliotecário evoluiu bastante junto com a tecnologia e a informatização, mostra-se aqui o quanto é amplo o campo de atuação deste profissional da informação. Pretende-se mostrar através deste relato de experiência no Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande - RI FURG o importante papel que o bibliotecário pode vir a desempenhar fora do ambiente tradicional, ou seja, fora das paredes de uma biblioteca. A informação encontrada no meio eletrônico trouxe outras facetas da profissão, por exemplo, a atuação em unidades de informações digitais, como neste caso será abordado, os Repositórios Institucionais, usando como base o RI FURG, o qual é composto não só pelo profissional formado, mas como também em formação. Logo, será explanado um pouco da experiência discente no ambiente de um Repositório Institucional, onde se desempenham as mesmas funções e utilizam-se os mesmos recursos do profissional que trabalha em um ambiente tradicional. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Partindo de um conceito mais amplo, repositórios digitais, tratam de vários tipos de aplicações de provedores de dados com a finalidade de gerenciar a informação científica (LEITE, 2009). Desta maneira, surgem alguns tipos de repositórios digitais, como: temáticos ou disciplinares, de teses e dissertações e os institucionais. Este último, o qual é o foco principal deste trabalho, está voltado para a produção intelectual de uma instituição, como as universidades (idem). Tomaél e Silva (2007) expõem que: 4 O desenvolvimento dos repositórios institucionais emergiu em 2002, como uma estratégia que iria permitir as universidades assumir o papel de editoras que iriam modernizar os processos de publicação, pois poderiam divulgar tudo que fosse produzido em ambiente acadêmico. Observa-se que os repositórios estão se tornando um meio de aproximar os pesquisadores do que é produzido nas instituições e afastá-los dos altos custos cobrados pelas editoras. Sendo que os repositórios partem da ideia de que a maioria do que é produzido acaba por não ser divulgado ou perdido em meio a essa transição, pois, ou não é divulgado ou não é acessível, fazendo o conhecimento ser restrito a poucos ou muitas vezes a ninguém. Percebe-se ainda que a implementação de repositórios se dá também pelo fato das universidades ansiarem por uma maior visibilidade para todo conteúdo que é produzido dentro de seus domínios. Essas ideias têm ganhado forças na medida em que o crescimento acelerado dos Ris é uma realidade. Assim, um repositório institucional (RI), resumidamente compreende-se em: organizar, preservar, recuperar e disseminar a Informação Científica produzida no âmbito institucional. Desta forma, Lynch (2003 apud LEITE, 2009, p. 21) confirma que um repositório institucional: consiste em um conjunto de serviços que a universidade oferece para os membros da sua comunidade com vistas ao gerenciamento e disseminação do material digital criado pela instituição e pelos seus membros. Portanto, o uso efetivo das operações de um RI pode gerar inúmeros benefícios ao público que é destinado, como pesquisadores, bibliotecários, administradores acadêmicos, em fim, a comunidade acadêmica em geral. 5 3 DESENVOLVIMENTO A implementação do Repositório Institucional na Universidade Federal de Rio Grande (RI-FURG) se deu a partir do momento em que houve a possibilidade, visto o edital do IBICT/FINEP. Assim, as produções de professores e técnicos da Instituição puderam ser reunidas e armazenadas de igual forma a estar disponível na rede. Com a ajuda de bolsistas e acadêmicos, foi possível alimentar o Repositório. Assim, após o treinamento, cada um desempenha sua função a fim de contribuir com a organização e disseminação da informação, que se apresenta de modo a contemplar a produção dos professores e técnicos da universidade, separados por “coleções” estas produções científicas são selecionadas por seus respectivos institutos. A seguir, serão descritas as atividades e as ferramentas usadas para a gestão do RI FURG. 3.1 AACR2 Para que a informação possa ser recuperada, essa precisa estar devidamente catalogada, ou seja, as características do documento devem estar representadas de modo que o usuário possa identificar e selecionar a informação desejada. Como a Biblioteconomia trabalha com a organização e recuperação da informação. Logo, são criados processo de representação descritiva e temática, e estratégias de busca, as quais possibilitam o acesso a informação pelo usuário. Neste caso, o AACR2 (Anglo-American Cataloging Rules) auxilia na submissão dos itens descrevendo-os fisicamente, e assim atribuindo pontos de acesso, como por exemplo, a entrada principal por autor, título, assunto etc. 6 3.2 ABNT A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) serve para padronizar as informações que serão utilizadas na identificação dos dados informacionais dos campos a serem preenchidos. Assim, no RI FURG utilizam-se normas técnicas para submissão dos itens. A NBR 6023 - Referências, auxilia no momento de fazer a referência de um documento, seja ele um artigo publicado em periódico, livro ou capítulo de livro ou então trabalho apresentado em evento. 3.3 FONTES DE INFORMAÇÃO São os meios pelos quais são retiradas as informações e dados que serão utilizados para submeter os materiais de modo a torná-los acessíveis aos usuários do repositório. Por meio de sites como o do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) que alojam os Currículos Lattes dos autores a serem pesquisados são retirados dados primordiais tais como o nome de artigos, trabalhos apresentados em eventos, capítulos de livros entre outros materiais que virão a serem submetidos, após os mesmos são pesquisados em sites como o Portal da Capes, revistas específicas das áreas de atuação dos autores, o site da própria instituição que os autores encontramse vinculados, tudo de modo a reunir o maior número de informações precisas sobre o material, podendo disponibilizar ao usuário que procurar por estas informações um fácil acesso e recuperação. 7 4 SOBRE A VISÃO DISCENTE O acadêmico que começa a trabalhar com o RI FURG, inicialmente tem dificuldades, principalmente por que ele sai de uma estrutura tradicional de pensar a unidade de informação e passa para uma outra que ele precisa buscar a informação onde ela estiver. Como exemplo cita-se: Contato com unidades institucionais da FURG: cada unidade que passa a fazer parte do RI FURG, é feito contato com o administrador para pedir a lista dos docentes para pesquisa, relação de emails para contato, quando necessário. Pesquisa em bancos de dados: entre os bancos de dados se destaca o Currículo Lattes que é onde se faz a procura pelas publicações. Identificação de periódicos de acesso aberto e acesso restrito: essa etapa além de importante é considerada muito difícil. Quando é feito o acesso ao periódico via FURG, todos os artigos são encontrados, assim, é obrigatória a pesquisa fora do ambiente universitário para se saber se o documento pode ter o acesso liberado ou deverá ser embargado, no caso de periódico de acesso restrito. Portais Institucionais e Portal da Capes: nos portais são pesquisados os títulos de periódicos. Alimentação do RI: o acadêmico atua como um depositante elabora a referência bibliográfica, baseado na ABNT (quando não há), separa o documento a ser depositado e passa por cada etapa do depósito. 8 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Na revisão da literatura observou-se que os repositórios tem ganhado notoriedade pela facilidade de acesso ao que é produzido nas instituições. Muitos trabalhos têm sido apresentados sobre esse assunto. Considera-se que ao trabalhar no repositório o aluno do curso de Biblioteconomia passa a ter uma visão diferente do que pode desempenhar. Essa visão diferenciada se dá por que ele usa ao mesmo tempo o AACR2, ABNT, Fontes de Informação de diversas áreas e atua como autor passando por cada etapa exigida para depositar esse artigo. Termos como “embargo” que é o fato de depositar o documento e não liberar acesso ao arquivo, periódico de acesso livre, que é o periódico que pode ser acessado de qualquer lugar e periódico de acesso restrito, que é o periódico que não permite acesso, senão de uma instituição, passam a fazer parte do vocabulário do aluno. Muitas janelas são descortinadas, curiosidades surgem, conceitos são buscados para compreender o funcionamento do RI. Por vezes até conceitos pouco abordados em sala de aula são descobertos. A visão do aluno deixa de ser aquela tradicional de estar em sala de aula e ele passa a agir como um pesquisador, sempre em busca de algo mais. Por tal motivo se desejou trazer esse relato para o EREBD, para incentivar que os alunos saiam da visão tradicional de estudantes e percebam que podem se tornar atores de um processo institucional. Os repositórios institucionais representam todo o trabalho de uma instituição. Logo em seguida, outros poderão surgir como os repositórios temáticos, para mostrar que áreas específicas colaboram com a produção do conhecimento. Este é um espaço que está crescendo e valorizando assim o trabalho do profissional bibliotecário. 9 Referências FURG. Repositório Institucional da FURG. Disponível em: <http://repositorio.furg.br:8080/xmlui>. Acesso em: 02 set. 2010. LEITE, Fernando César Lima. Como gerenciar e ampliar a visibilidade da informação científica brasileira: repositórios institucionais de acesso aberto. Brasília: IBICT, 2009. TOMAÉL, Maria Inês; SILVA, Teresinha Elisabeth da. Repositórios institucionais: diretrizes para políticas de informação. In: Encontro nacional de pesquisa em Ciência da informação, 8, 2007, Bahia, VIII ENANCIB. Disponível em: <http://www.enancib.ppgci.ufba.br/artigos/GT5--142.pdf> Acesso em: 22 set. 2011. 10 Anexo Figura 1: Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio Grande – RI FURG