RELATO DE EXPERIÊNCIA EM PSICOPEDAGOGIA, DESENVOLVIMENTO INFANTO-JUVENIL E SAÚDE DO ESCOLAR Douglas Rossi Ramos1 Kátia Hatsue Endo2 Introdução O fracasso escolar pode ser considerado um assunto muito discutido na atualidade, sendo inclusive foco de estudos e de possíveis correlações entre a Psicologia e a Educação, conforme indicam pesquisas realizadas por Aquino (1996 e 1998), Azenha (2002), La Taille (2001), Maluf (1992), Patto (1984 e 1990) e Sass (2003) a respeito dessa problemática. A escolaridade se apresenta como um fator de grande influência para a probabilidade de um jovem encontrar-se empregado. O aumento dessa variável reflete em uma maior probabilidade de obtenção de emprego, além de afetar positivamente a decisão do indivíduo em se inserir no mercado de trabalho, bem como as estratégias adotadas pelo mesmo na busca por um emprego (SILVA, KASSOUF, 2000). O Psicólogo na intervenção psicopedagógica, mais do que um elemento que se apresenta como ocupando o lugar do “sujeito do suposto saber”, é um auxiliar de construção/produção de conhecimento, cujo trabalho se dará numa relação em que o estabelecimento do vínculo, num campo transferencial, será fundamental para que se possa colaborar na evolução do indivíduo em seu relacionamento com o conhecimento. Nesse processo o sujeito (educando) será incentivado a sair da situação inicial em que se encontra de mero receptor de conhecimento para ocupar o lugar do suposto “sujeito do saber” (psicopedagogo). Diferentemente de uma relação pedagógica, não é o professor ou psicopedagogo que ensina, mas é o aluno que aprende. Isso se dá porque se parte do pressuposto de que, independente de qual for o método de ensino, está havendo construção de conhecimento (MACEDO 1996). Oferecer situações próximas ao modo de funcionamento psíquico do indivíduo por meio de experiências diversas, pode levá-lo a um estado de desequilíbrio, 1 2 Graduando em Psicologia da Unesp/Assis. e-mail:[email protected]. Graduanda em Psicologia da Unesp/Assis. e-mail: hatsueendo@ yahoo.com.br. 1 proporcionando a esse, a possibilidade de resolver esse mesmo desequilíbrio por intermédio dos mecanismos de assimilação e acomodação. Segundo Piaget sem socialização não há desenvolvimento, e essa, não consiste apenas na educação formal, mas em várias vivências (LA TAILLE 1996). Objetivo O presente relato de experiência tem a finalidade de ilustrar os acontecimentos considerados relevantes em nosso estágio em Psicopedagogia, desenvolvimento infantojuvenil e saúde do escolar, desenvolvido sob a supervisão do Prof. Dr. Nelson Pedro Silva e realizado em uma instituição que prepara adolescentes para o mercado de trabalho. Este trabalho teve como objetivo intervir psicopedagogicamente junto a alunos considerados portadores de dificuldade de aprendizagem e de disciplina, auxiliando-os a se apaixonarem pela produção de conhecimento, além de oferecer orientação aos professores e familiares dessas crianças. Secundariamente se visou contribuir para o rompimento de “estigmas” e “estereótipos” atribuídos aos mesmos, freqüentemente pela escola e pelos familiares. O trabalho realizado se serviu como referencial os estudos e teorias da Moralidade e da Psicologia Construtivista, cuja abordagem remete a conceitos de autores como Jean Piaget, Emília Ferreiro, Lino de Macedo e Yves de La Taille. Metodologia A proposta era a de que fossem montados pequenos grupos (três integrantes), pois dessa forma seriam diminuídos os riscos de ocorrerem perdas qualitativas no atendimento, como acontece quando há grupos com grande número de integrantes, sem abrir mão dos benefícios em se trabalhar em grupo (as relações de intercooperação entre os indivíduos auxiliam no desenvolvimento moral e ético) (LA TAILLE 2001). Inicialmente eram montados os grupos e já nos primeiros encontros nos ocupávamos de esclarecer sobre o trabalho pretendido e de conhecer mais a respeito dos sujeitos. Era dito a eles que faríamos um trabalho de psicopedagogia e então 2 perguntávamos se sabiam o significado disso. Após isso era esclarecido que trabalharíamos com o conhecimento e que nossa pretensão era a de auxiliá-los a aprenderem novos conhecimentos. Sempre que possível elucidávamos a respeito do potencial deles por meio de elogios à suas habilidades e aos trabalhos realizados, eram propostos temas para discussões, inclusive temas escolhidos por eles, e no final fazíamos uma atividade lúdica a fim de facilitar o estabelecimento do vínculo. Nosso roteiro de trabalho consistiu primeiramente no estabelecimento do vínculo, seguido da composição de um contrato, do desenvolvimento de atividades programadas, entrevista com os pais, professores e por fim uma devolutiva. Eram realizados trabalhos que evidenciavam a função social da leitura e da escrita, assim como atividades lúdicas constituídas de regras e procedimentos com o intuito de reconstruir valores impostos por meio de jogos. O contrato proposto era construído democraticamente por todos os integrantes e definia quais seriam as regras de conduta que deveriam ser seguidas por todos durante nossos encontros. Dessa maneira era possível descentralizar da figura do psicopedagogo a função autoritária de regrador e punidor passando essas funções ao conjunto de regras estabelecidas pelo contrato, permitindo a qualquer um dos integrantes posicionar-se de maneira coercitiva com os que corromperem o contrato. Segundo Piaget a criança entra no mundo da moral por meio da heteronomia para depois passar à autonomia. A moral heterônoma é aquela cujas regras são legitimadas por uma instância superior (autoridade) e se baseia no respeito unilateral, enquanto que na moral autônoma as regras ganham legitimidade a partir de acordos realizados pelas pessoas e o respeito é mútuo. Para que a criança entre na moral autônoma, deve-se ter adquirido o “sentimento de obrigatoriedade”. Uma educação realizada de maneira elucidativa pode contribuir para o desencadeamento deste sentimento, pois fica claro à criança como e porque se constituíram, por exemplo, as leis e regras, e não apenas são impostas a elas de maneira que as obedeçam (LA TAILLE 2001). Resultados 3 Relataremos a seguir, de modo sucinto, experiências e práticas ocorridas no decorrer da realização de nosso projeto de estágio no ano letivo de 2007. Para isso adotaremos nomes fictícios quando nos referirmos aos sujeitos que foram atendidos por nós, a fim de manter sua integridade. A instituição em que realizamos o trabalho é um estabelecimento no qual são promovidos projetos sociais que atendem atualmente cerca de mil adolescentes e que procuram encaminhar seus beneficiários ao mercado de trabalho atuando assim como uma espécie de agente terceirizador junto às empresas contratantes. Antes de encaminhar os adolescentes ao mercado de trabalho, o projeto capacita seus atendidos por meio de algumas oficinas. Uma Assistente Social se encarregou de encaminhar adolescentes que freqüentavam essa instituição ao nosso projeto, e que, segundo ela, necessitavam desse atendimento. As atividades foram iniciadas com apenas um participante, pois os outros dois convidados não apareceram. O primeiro participante era uma adolescente de idade de 16 anos, estudante do 2º ano do Ensino Médio. Ela nos relatou ter reprovado seu 2º ano, pois havia perdido o interesse pela escola assim como parado de freqüentar as aulas a partir do segundo semestre. Já no primeiro encontro, além de haver uma conversa de apresentação, era proposta uma atividade lúdica para nos auxiliar na formulação de uma hipótese de diagnóstico psicopedagógico, pois tais atividades colaboravam para que se pudesse observar aspectos tais como a sociabilidade do sujeito, a coordenação motora fina e grossa, a linguagem, como ele reage na sala perante os companheiros, etc. Nos primeiros encontros nosso sujeito, identificado aqui como Débora, fez atividades com dobradura (origame) além de mosaicos, nas quais se saiu muito bem, inclusive nos ensinando a fazer outras dobraduras que já conhecia. Os outros integrantes do grupo apareceram somente a partir do 5º encontro. Eram eles: Eliane (16 anos) e Rogério (13 anos). Ambos nunca haviam reprovado o ano letivo escolar, entretanto Eliane relatou estar com dificuldades na escola nas matérias de exatas. Rogério tirava boas notas, era irmão de Eliane, e aceitamos sua entrada no grupo porque sua mãe o obrigava a acompanhar a irmã até a instituição nos dias em que ela tinha que ir, e, além disso, demonstrou interesse em participar das atividades. Propomos montar um jogo de Dominó com cartolina, e, a partir daí, treinar habilidades de cálculo e raciocíneo lógico-matemático. Pedimos para que, partindo do 4 conhecimento que tinham a respeito do jogo, descobrissem quais e quantas eram as pedras de um jogo completo de Dominó. Como Elaine havia relatado que gostaria de cursar uma Faculdade de Administração, utilizamos a atividade do Dominó para colocála num papel fictício de administradora. Então ela nos orientou quanto à organização, produção e confecção do Dominó enquanto que Rafael ficou como assistente nos cálculos. Terminamos de confeccionar o Dominó e jogamos algumas partidas. No total ocorreram 16 encontros com os integrantes desse grupo. Durante esses encontros elaboramos um contrato (democraticamente), apresentamos assuntos e materiais relacionados a carreiras e escolha profissional, fizemos um jogo de memória com palavras explorando suas classificações (substantivo, adjetivo, pronome e advérbio), confeccionamos cartas, apresentamos charadas e adivinhas, discutimos sobre leis, política, ajudamos em atividades escolares trazidas por eles e os levamos a instituições de ensino para fazerem visitas e conhecerem cursos. No decorrer dessas sessões o grande problema no qual nos defrontamos foram o das ausências (faltas) desses integrantes do grupo, sendo que dos 26 encontros programados, houve ausência de todos os participantes em 10 deles. Por fim o grupo acabou se extinguindo, pois todos os integrantes pararam de freqüentá-lo porque arranjaram trabalho (Débora começou a trabalhar de Babá, Eliane de vendedora numa loja no comércio e Rogério foi auxiliar o pai em serviços de pintura de imóveis). Conclusões Nessa etapa final desse relato de experiência, faremos algumas reflexões a respeito dos principais empecilhos e problemas encontrados ao longo da realização de nosso projeto. A instituição na qual realizamos o trabalho nos deixou a nossa disposição uma razoável infra-estrutura (salas com recursos áudio visuais, mini biblioteca, cozinha) além de nos disponibilizar materiais (lápis, canetões, tesoura, cartolinas, réguas) necessários ao desenvolvimento das atividades. No inicio da intervenção havia um acompanhamento freqüente de nosso trabalho, pois a assistente social do projeto mostrou-se bastante interessada e sempre entrava em contato com os adolescentes para lembrá-los ou informá-los sobre os encontros. Infelizmente essa assistente social saiu da 5 instituição durante a ocorrência do projeto para trabalhar em outro local. Essa mudança acarretou em alguns problemas administrativos, pois essa assistente era uma grande interessada e implicada nos projetos que ocorriam naquela instituição e muitas funções e informações que circulavam por lá convergiam para a mesma de forma que após a sua saída os demais funcionários ficaram um tanto apurados e desorientados. Um dos problemas relacionados aos jovens envolvidos no projeto é de que o principal interesse deles, ao freqüentarem a instituição, era o de arranjar um trabalho, , portanto não estavam muito interessados em participarem de um projeto de psicopedagogia, sendo que para eles o importante era freqüentar oficinas que os ajudariam de forma mais direta a se inserir no mercado de trabalho, ou até mesmo oficinas com atividades e assuntos um pouco mais “atrativos”, do que participar de nosso projeto, já que não conseguiam “enxergar” alguma utilidade relevante ou maior importância em nosso trabalho. Mais especificamente os jovens de nosso grupo tinham também a agravante de morarem longe da instituição, tendo que fazer até horas de caminhadas para chegarem até lá. Todas as crianças atendidas deixaram bastante evidente uma certa aversão à escola, pois por vezes diziam não gostar da escola devido a determinados professores, ou a determinadas matérias, e, além disso, diziam não ver sentido algum em muitos conteúdos transmitidos por essas instituições de ensino. Muitas crianças acabam por desenvolver uma relação fóbica com a escola, o que pode levá-las a se distanciarem dos estudos, se desestimularem em adquirir novos aprendizados e, conseqüentemente, a abandonarem a escola levando-as a repetência. A fobia escolar se apresenta em franco crescimento. Ela tem seu pico de incidência entre os 6 e 7 anos e os 12 e 13 anos, e são identificadas pelos especialistas como o que denominam de “transtornos de ansiedade”. A fobia social é considerada um outro transtorno, e que pode desencadear a fobia escolar. Segundo o psicanalista Fernando Osorio não se tem que falar de fobia escolar senão de fobia social, pois se a criança expressa esse tipo de transtorno na escola é porque é lá que ela constrói um laço social e passa muitas horas de sua rotina (ELUSTONDO 2005). Percebe-se que há entre os profissionais que ocupam a escola um certo despreparo para lidar com situações diversas nas quais se deparam ao longo de seu trabalho, pois parece que existe por parte deles um grande preconceito em relação à 6 conduta de alguns alunos, seja por determinada aluna se vestir de modo masculinizado, ou, até mesmo, em relação à capacidade intelectual do sujeito, por “rotulá-lo” de “semianalfabeto” ou “incapaz” sem se avaliar mais amplamente a questão. A crise do modelo escolar brasileiro não pode, é claro, restringir-se apenas à defasada formação do corpo docente ou até mesmo aos supostos problemas encontrados na realidade que envolve o aluno, como os de ordem familiar, econômica, a violência etc. Quando se fala do aluno e da instituição escolar é preciso lembrar que esse está em constante processo de subjetivação, de acordo com a configuração sócio-histórica em que se situa, e que a instituição escolar também fez e faz parte dessa produção. A escola também tem o papel de definir esse sujeito, seja por meio das relações entre professores e alunos, seja pela forma na qual se concebe a aprendizagem e a transmissão do saber. A partir disso e, conforme aponta Aquino (1996), percebe-se que a própria configuração social está se modificando, e que essa modificação está ligada à produção de um outro sujeito, sendo assim, o modelo de instituição calcado na idéia de disciplina pode se apresentar falido. É preciso ter essa compreensão para que se possa sair de um discurso de “culpabilização generalizada”, pois assim é possível ter o entendimento de que tanto os professores como os alunos afetam e são afetados por esse mesmo processo de mudança social. Nesse sentido a indisciplina seria o sintoma do ingresso de um novo sujeito histórico, com outras demandas e valores, numa instituição arcaica constituída por velhas formas institucionais cristalizadas. Temos aí a escola idealizada e gerida para um determinado tipo de sujeito e sendo ocupado por outro. A crise escolar já se alonga há tempos e durante nosso trabalho em psicopedagogia tivemos a clareza de que os problemas da escola não serão resolvidos por meio de soluções apoiadas apenas numa ótica corporativista, simplista e unilateral, ou até mesmo por soluções que aparentam serem novas (mas não são), como por exemplo, a regulamentação da psicopedagogia como profissão. A respeito dessa problemática Sass (2003) defende que “(...) A psicopedagogia, admitida como esforço de articulações de conhecimentos produzidos por ciências tão distintas quanto a biologia, a psicologia, a medicina, a lingüística, a sociologia, é de todo modo, de acordo com os autores que a reivindicaram, uma realização da educação escolar, no âmbito da escola e da sala de aula; não uma realização em clínicas e consultórios, ou por um modo clinicalista de analisar os problemas pedagógicos. (...) uma coisa é reconhecer a permanência e o agravamento dos velhos 7 problemas de ensino e aprendizagem bem como a emergência de novos problemas, que bem podemos nomear de problemas psicopedagógicos, outra coisa, bastante distinta, é a pretensão de que a resolução daqueles problemas dependa da regulamentação de uma nova profissão para dar legalidade a um novo profissional da educação, recorrendo ao velho procedimento de isolar o problema (leia-se o aluno) das condições concretas em que se manifesta (leia-se escola, relações sociais entre professor e aluno, dificuldades e impedimentos decorrentes de métodos e conteúdos do ensino) (...)” (SASS 2003). O grande problema a que nos defrontamos ao longo da execução do nosso estágio foram o das ausências (faltas) dos adolescentes ocorridas freqüentemente, o que nos fez refletir a respeito de possíveis soluções para que se consiga estimular esses jovens a se expandirem em sua relação com o conhecimento. Temos a convicção de que existem diversas outras opções mais atraentes e aprazíveis do que a nossa proposta de trabalho para esses adolescentes, e que concorreram diretamente conosco, já que na maioria das vezes os mesmos faltavam sem dar uma justificativa plausível. Pensamos no entanto, como proposta para resolver esse viés, visto que havíamos estabelecido desde o princípio que ninguém seria obrigado a participar do nosso projeto se caso decidissem, na possibilidade de oferecer bolsas com o intuito de incentivar os participantes a continuarem até o término do projeto sem ficarem faltando, da mesma maneira como funciona em alguns países em que são adotados sistemas de recompensamento em dinheiro aos alunos que participam e que tem bom desempenho nas atividades escolares, assim como, similarmente, pretende adotar a prefeitura do Rio de Janeiro na rede Municipal de ensino. Entretanto deve-se ter cuidado ao adotar medidas como essas. Segundo a professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Miriam Paura, há ressalvas na adoção dessas medidas, pois o aluno pode ter o bônus como incentivo para estudar, mas esse não pode substituir o objetivo principal que é o da aquisição de conhecimento. Sendo assim deveriam ser oferecidas também estratégias de premiações por esforço para alunos que se dedicam mas têm dificuldade em obter o conceito máximo, tais como, por exemplo, livros ou passeios culturais (DARIANO 2007). É importante ressaltar que ao se oferecerem projetos como o nosso a instituições desvinculadas da Universidade (Unesp Campus de Assis em nosso caso), nos deparamos por vezes com obstáculos e resistências impostas por representantes dessas 8 instituições que acabam por interferirem no andamento e até nos objetivos previstos para o trabalho. Há de se encontrar muitas dificuldades e empecilhos em negociar um trabalho com essas instituições, especialmente no caso das escolas, pois oferecer possibilidades de mudanças ou intervir no “espaço alheio” pode incomodar, em especial, funcionários, professores e diretores. Entretanto é preciso destacar que na própria Universidade também há um descaso ou até mesmo certa falta de vontade por parte dos envolvidos, em negociar e oferecer apoio ou orientação a essas mesmas instituições públicas de ensino citadas anteriormente, pois o complexo universitário encontra-se numa injunção corporativista em que as escolas são freqüentemente, para não dizer quase sempre, utilizadas burocraticamente apenas como um apêndice para o preenchimento de horas de créditos para estágios ou licenciaturas, pouco importando se existe algum compromisso social que aspire por devolver, a serviço da população, o conhecimento produzido e desenvolvido por esses “centros de saber”, ficando ela assim, restrita e alienada apenas às intermináveis discussões teórico-filosóficas a respeito da crise da educação brasileira e de seus constituintes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, J. G. A violência escolar e a crise da autoridade docente. Caderno Cedes, n. 47, p. 7-19, 1998. ________, Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996. AZENHA, M. G. A. Construtivismo: De Piaget a Emília Ferreiro. São Paulo: Ática, 7 ed., 2002. DARIANO, D. Prefeitura do Rio cria prêmio em dinheiro para estímulo a rede municipal. Bom estudante ganhará R$ 1.520 por ano. Jornal O Dia, 2007. Disponível em: www.saogoncaloonline.com.br/noticias/noticias_sg.asp. Acesso em: 20 nov. 2007. ELUSTONDO, G. La fobia escolar, un trastorno que va en aumento en la Argentina. Jornal Clarin. Buenos Aires, 2005. Disponível em: http://www.clarin.com/diario/2005/05/03/sociedad/s-02801.htm Acesso em: 11 dez. 2007. 9 LA TAILLE, Y. de. A educação moral: Kant e Piaget. In: MACEDO, L. De (Org.). Cinco estudos de educação moral. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996. p. 137-177. __________, Limites: três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 2001. MACEDO, L. de. Para uma psicopedagogia construtivista. In: ALENCAR, E. S. De (Org.). 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