SOROCABA • SÁBADO • 16 DE JUNHO DE 2012 A9 FOTOS: ADIVAL B. PINTO ANGATUBA Motorista morre em colisão de caminhões Dois caminhões bateram na rodovia Raposo Tavares (SP270), em Angatuba, e um dos motoristas morreu. O acidente aconteceu às 8h de ontem no quilômetro 197 e pode ter sido consequência da neblina que prejudicou a visibilidade. Dirceu Ferreira do Nascimento, 31 anos, dirigia o caminhão Iveco no sentido interior-capital e não teria visto a tempo outro caminhão, marca Volvo, que fazia o retorno depois de sair de uma fábrica. O Volvo tracionava duas carretas e tinha 27 metros de comprimento. Havia forte neblina e Dirceu tentou desviar, mas bateu no outro caminhão e num barranco. A carga de bobinas de aço se deslocou para a cabine do Iveco. O motorista ficou preso nas ferragens e foi retirado por bombeiros ainda com vida. Morreu enquanto era levado para o hospital de Angatuba. O impacto do atropelamento quebrou o para-brisa e o retrovisor do VW Passat do empresário Alberto Matias Ferreira Soares, 20 anos, que prestou depoimento e saiu sem falar com a imprensa INVESTIGAÇÃO Pais de atropelado cobram justiça Família aponta que motorista dirigia na contramão e reclama da omissão de socorro Adriane Mendes [email protected] CAJURU Bandido rouba carga e paga até almoço para vítimas O s pais do ajudante geral Deivid Wellington da Silva, 23 anos, morto por atropelamento no início do mês no Parque Campolim, querem que o empresário Alberto Matias Ferreira Soares, 20 anos, que o atropelou e não o socorreu, seja condenado e pague pelo crime que cometeu. A vítima, que nas horas de folga ajudava a mãe a vender doces, tinha a guarda da filha de 5 anos de idade e se preparava para se submeter a uma cirurgia de recomposição da caixa craniana, também em virtude de um atropelamento quando tinha apenas 6 anos de idade, cujo atropelante também era inabilitado. “Como que um pai e uma mãe deixa um filho dirigir sem habilitação? Meu filho foi atropelado covardemente pelas costas e podemos ver nas imagens que o motorista sequer pisou no freio”, desabafa o vigilante Sebastião Amaral da Silva, pai de Deivid. Assim como ele, a mãe do jovem morto, a comerciante Rodmeire Fernandes, clama por justiça: “com o para-brisa inteiro ele (o motorista) não viu meu filho, mas com o vidro todo estilhaçado conseguiu desviar de outro carro estacionado e fugir”, comenta. Para os pais, o mais revoltante é a frieza com que o empresário teria agido após o acidente, omitindo socorro. Eles não aceitam a versão da fuga por medo de represálias, sendo que a rua Augusto Lippel, onde aconteceu o acidente, seria praticamente deserta. Além disso, eles entendem que o atropelamento aconteceu entre 7h e 7h20, ou seja, quando já havia amanhecido e a visibilidade era normal. Bandidos roubaram uma carga de frango avaliada em R$ 32 mil. Eram dois homens que renderam o motorista do caminhão e o ajudante no bairro Cajuru, às 7h30 de quinta-feira. Um deles pagou o almoço das vítimas. O caminhão saiu de Jundiaí para a entrega numa empresa do Éden, em Sorocaba. Antes de descarregarem pararam para tomar café e foram atacados pelos dois homens. O motorista e o ajudante foram levados no próprio caminhão Mercedes-Benz para a rodovia Castello Branco (SP-280). Depois ficaram de reféns com um deles durante quase toda a quinta-feira, andando pelas ruas do Éden. O assaltante pagou o almoço para as vítimas. Assim que foram liberados, no final da tarde de quinta, o motorista avisou a transportadora, que acionou a polícia de Jundiaí. Policiais civis de Sorocaba encontraram o caminhão abandonado sem a carga na rua Rússia, Jardim Europa. O veículo foi localizado pelo rastreador. Separada de Sebastião, era Rodmeire que vivia com o filho numa casa modesta no Jardim São Lucas, em Votorantim, onde mantém um comércio de doces. Segundo ela, era Deivid quem praticamente sustentava a casa. Ela lembra também que o filho tinha adoração pela filha, fruto de um relacionamento que não deu certo e cuja mãe abriu mão de sua educação. A mãe de Deivid recorda ainda que quando bebê, ele teve uma série de problemas de saúde, começando a andar apenas aos 2 anos de idade. Entretanto, sua maior superação se deu aos 6 anos de idade, ao ser atropelado por um adolescente que pilotava uma moto. Deivid sofreu traumatismo craniano e como consequência passou a ter dificuldades no aprendizado, precisando ser assistido por vários anos pela Associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). E devido ao acidente sofrido na infância é que Deivid se preparava para a cirurgia que deveria acontecer provavelmente no próximo mês. “Meu filho não vai voltar, eu sei, mas quero que o empresário pague pelo que fez, também para não repetir isso com o filho de outras pessoas”, afirma a mãe, que agora também se preocupa com o estado emocional da neta. Maria Teresa dos Santos, irmã de Deivid, também se diz muito revoltada, e questiona como o motorista não enxergou seu irmão em plena luz do dia, sendo que a roupa da Deivid, nas cores branca e azul, facilitaria a visibilidade. Ela também acusa o empresário de estar dirigindo na contramão no momento do acidente. O caso PRAIA GRANDE Quadrilha faz arrastão em prédio residencial Assaltantes fizeram um arrastão em um prédio residencial de Praia Grande, no litoral de São Paulo, na madrugada de ontem. Eles algemaram um comerciante de 58 anos, dono de um dos apartamentos, e arrombaram outros oito imóveis. Os criminosos permaneceram cerca de três horas e meia no interior do Edifício Hugo Navarro Flat Service, que tem 19 andares, cada um deles com quatro apartamentos. De acordo com a Polícia Militar, dois ladrões pularam o muro do prédio, localizado na avenida Presidente Castello Branco, no bairro Cidade Ocian, por volta das 23h de quinta-feira. Os bandidos renderam o porteiro de 25 anos e depois abriram a garagem para a entrada de cinco comparsas. Os assaltantes viram uma Toyota Hilux estacionada na garagem e ordenaram que o porteiro os levassem até o apartamento do proprietário do veículo. A vítima foi dominada ao abrir a porta. O bando roubou R$ 4,5 mil em dinheiro, dois celulares e um aquecedor de ar. Antes de fugir, os criminosos destruíram as câmeras de segurança do prédio e roubaram o equipamento onde as imagens gravadas ficam armazenadas. (AE) SÃO PAULO VOTORANTIM Acusado de receptação não paga fiança e vai para CDP Everson Lisboa Pereira, 29 anos, vulgo “Fio”, foi preso em Votorantim na manhã de quinta-feira por investigadores do 2º Distrito Policial de Sorocaba, acusado de receptação de produtos furtados. Em seu poder foi apreendida uma TV de 46 polegadas furtada no dia 5 do mês passado, numa casa do Parque Três Meninos. Ele não pagou fiança e foi recolhido ao Centro de Detenção Provisória (CDP), na Aparecidinha. “Fio” foi preso em sua casa, na rua Dirceu Bompani, 101, no bairro Rio Acima, mediante mandado de busca e apreensão. Ele admitiu que a TV era produto de furto, e confessou tê-la comprado por R$ 400, embora seu valor de mercado esteja avaliado em torno de R$ 2.300. Ele no entanto não revelou de quem a comprou, limitando-se a dizer que a venda foi feita por um homem desconhecido. Fiança O delegado Maurício Orfalli arbitrou fiança no valor de R$ 6.220,00, mas ele não pagou e foi preso. De acordo com os policiais civis, o acusado teria dito que preferia ir preso a pagar tudo isso, pois sabia que em poucos dias estaria novamente em liberdade. “Fio” foi preso em 26 de abril de 2010 em Votorantim, por investigadores do Denarc, de São Paulo. Os investigadores também ressaltaram a importância das vítimas registrarem ocorrências de furto, tendo em vista que muitas vezes os produtos são recuperados. MINAS GERAIS Preso grupo que adulterava carnes A Polícia Federal cumpriu 10 mandados de busca e apreensão na manhã de sexta-feira nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Ibirité, com o objetivo de desarticular um grupo responsável pela adulteração de produtos alimentícios destinados a órgãos públicos. Segundo os policiais, a Operação Vaca Atolada investigou seis empresas frigoríficas que utilizavam máquinas para injetar compostos à base de água em peças de carnes. Com o líquido nas carnes, o peso e o valor nutricional dos alimentos eram alterados. Os responsáveis pelos frigoríficos responderão, de acordo com a PF, pelos crimes de adulteração de produto alimentício, formação de quadrilha e crimes de licitação, podendo ser condenados até 12 anos de prisão. Mortes de pedestres diminuem, divulga CET A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) divulgou ontem que as mortes de pedestres no trânsito na capital paulista caíram 43,6% no período de maio de 2011 até 31 de março deste ano, na comparação com maio de 2010 a 31 de março de 2011. O dado é resultado de análises da companhia sobre acidentes no centro da capital e são o resultado entre o cruzamento de dados de mortes com base nas anotações registradas pelo Instituto Médico Legal (IML) e boletins de ocorrência de acidentes de trânsito cadastrados pela Polícia Civil. Segundo a CET, em relação a toda a cidade de São Paulo, os dados apontam uma queda de 10,3% na quantidade de mortes por atropelamentos. A pesquisa revelou também que o número de autuações por desrespeito ao pedestre chegou a 225.646 entre 8 de agosto de 2011 até 1º de junho de 2012. Dessas multas, 117.164 foram registradas neste ano, afirmou a companhia. (AE) O ajudante geral Deivid Wellington da Silva, foi atropelado em torno das 7h do dia 2 deste mês na rua Augusto Lippel, já perto do seu local de trabalho, um condomínio residencial situado naquela mesma rua do Parque Campolim. Câmeras de condomínios captaram a cena do acidente e mostra que o condutor fugiu sem prestar socorro à vítima. O ajudante geral não resistiu e morreu na madrugada do dia seguinte. O empresário Alberto Matias Ferreira Soares não se apresentou espontaneamente à polícia e no dia em que prestou depoimento ao delegado Sílvio Miguel Marques Vicentin, do 3º Distrito Policial, saiu sem falar com a imprensa. No dia do acidente ele dirigia um VW Passat. A investigação, a princípio, é de homicídio culposo (sem intenção de matar) com as qualificadoras de o motorista não ter habilitação nem prestar socorro à vítima, mas não está descartada a hipótese do inquérito ser alterado para homicídio doloso. “ Meu filho foi atropelado covardemente pelas costas e podemos ver nas imagens que o motorista sequer pisou no freio” Sebastião Amaral da Silva, pai de Deivid