Capelania Institucional da Associação Educativa Evangélica – junho/2011 – no 017
Vive-se para Deus em gratidão
“... e sede agradecidos” (Colossenses l 3.15).
Dentre um universo de aspectos do que chamamos vida, temos tentado apresentar alguns fatores
essenciais do nosso relacionamento com Deus que certamente desembocam na relação como o próximo
e o mundo ao redor. Tais aspectos envolvem intenções, pensamentos e atitudes. Um dos fatores que
revelam nosso entendimento e percepção de Deus é a gratidão.
Um dos mais importantes poetas e dramaturgo de todos os tempos, o inglês William Shakespeare (15641616) já dizia: “A gratidão é o único tesouro dos humildes”. Sim, arrogantes não agradecem.
Shakespeare ainda disse sabiamente em outro lugar: “aprendi que deveríamos ser gratos a Deus por não
nos dar tudo que lhe pedimos”. Que verdade fantástica! Ela revela a verdade que Deus é tão bom que
não responde aqueles pedidos que prejudicariam nossa vida.
Segundo Esopo, o escritor grego (620-560 a.C): “A gratidão é a virtude das almas nobres”. Que
sabedoria há nesse pensamento. Você já viu algum nobre, em sua essência, que não fosse humilde e
grato? Jesus de Nazaré, O Filho de Deus, o qual percebemos sempre grato a seu Pai celeste, foi o único
que teve a coragem e capacidade de dizer: “aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração”
(Mt 11.29). Novamente temos humildade e gratidão de mãos dadas. Jesus mesmo experimentou e
questionou a incapacidade de alguns de serem gratos. Certa feita, conforme registra o médico Lucas
(17.12-19) dez leprosos pediram para que os curasse, Ele os atendeu, contudo somente um voltou para
agradecer. Ele questionou: “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove?”. Percebemos
tristemente que a gratidão não é real na vida de muitas pessoas, ainda que devesse ser natural.
A partir dessa perspectiva podemos entender o seguinte. Primeiro, ao contrário senso, a gratidão não é
uma ação, mas uma reação. Não é uma proposta, mas uma resposta. Não é o início, mas o fim do
processo. Digo que a gratidão é a reação a graça recebida. É a capacidade de perceber o amor de Deus e
reagir a Ele, seja pela dádiva vinda diretamente dEle, ou por aquela, também vinda dEle, mas usando
pessoas para nos agraciar.
Em segundo lugar, visto que a gratidão é uma reação, a conclusão é obvia sobre ser ou não ser grato e
passa por pelo menos três aspectos: 1) Percebo a bondade de Deus, diretamente ou através de outros e
agradeço; 2) Percebo a bondade de Deus, mas não o amo, e por isso, não lhe agradeço; 3) Não percebo a
bondade de Deus. Sou cego para essa realidade. Acabo por entender que tudo é fruto do acaso, sorte ou
coisa parecida e, portanto, não há porque e nem a quem agradecer.
Em terceiro lugar, temos tantos motivos para ser gratos que não ficaríamos calados um minuto se
fossemos agradecer por tudo que temos e recebemos. Mesmo nos casos onde as pessoas são obrigadas a
fazer algo por nós, deveríamos ser gratos, visto que o dever de fazer não significa que a tarefa será feita.
E o fato de fazer não significa que será bem feito. Então se alguém faz algo com qualidade, ainda que
como um dever, não nos custa agradecer.
“Em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1Ts 5.18), eis
a recomendação bíblica. Gratidão a Deus, aos pais, familiares, amigos, colabora-dores, coordenadores,
pela vida e tudo o mais... Reaja positivamente as dádivas de Deus. Faça da gratidão o termômetro para
saber o quanto você tem percebido a bondade de Deus para com você.
Capelão Rev. Heliel G. Carvalho – [email protected]
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Junho/2011