Irmã Lourdes: 50 anos dedicados à vida religiosa consagrada PÁGINA 14 Jornal da Arquidiocese “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8) Florianópolis, Jan/Fev 2009 Nº 142 - Ano XIII Segurança Pública é o tema da CF-2009 Três seminários comarcais prepararão as lideranças para trabalhar o tema da Campanha em suas comunidades Nosso arcebispo Dom Murilo Krieger preside, no dia 25 de fevereiro, na Catedral, a celebração de lançamento da Campanha da Franternidade de 2009, que tem como tema “Fraternidade e Segurança Pública”. Neste ano, a CF pretende suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade. Em seu artigo, Dom Murilo reflete sobre o tema da Campanha. “Todo ato de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência”, disse. Nova Igreja Matriz dos Ingleses tem obras sacras de autoria do artísta sacro Cláudio Pastro Ingleses ganha nova Igreja Matriz Celebração foi presidida pelo Cardeal Dom Eusébio Oscar Scheid, que veio do Rio de Janeiro especialmente para o evento A dedicação (consagração) da nova Igreja Matriz ao Sagrado Coração de Jesus foi realizada no dia 17 de dezembro. Todos os 1750 lugares Catedral deve ser inaugurada em março PÁGINA 03 Participe do Jornal da Arquidiocese sentados estavam ocupados pelos fiéis de todas as comunidades da paróquia. A construção conclui oito anos de obras, desde 30 de junho de Arquidiocese perde três membros do Clero PÁGINA 05 2000, quando Dom Eusébio, então nosso Arcebispo, presidiu a bênção da Pedra Fundamental da construção. Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança. No seu projeto amoroso, ele nos concedeu a liberdade de organizarmos nossa vida pessoal e social. Foi aí que entrou o pecado, a violência, a vingança. Mesmo assim, Deus não se deixou vencer pelo mal, nunca pagou o mal com o mal. Foi sempre um Deus do perdão. Desde a desobediência orgulhosa de Adão e Eva e do homicídio de Caim até o assassinato de seu Filho Jesus Cristo, a reação de Deus sempre demonstrou confiança de que o ser humano pode, sim, vencer o mal, superar os conflitos, garantir uma vida segura e tranqüila para todos. PÁGINAS 02, 04 e 05 PÁGINA 08 Novo secretário da PJ assume atividades PÁGINA 0 7 07 Monte Verde celebra 25 anos de paróquia PÁGINA 1 0 10 Centro Loyola promove cursos de Teologia para leigos PÁGINA 1 6 16 P O R C A R TA POR E-MAIL PELO SITE Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis [email protected] www.arquifln.org.br 2 Opinião Janeiro/Fevereiro 2009 Palavra do Bispo Dom Murilo S. R. Krieger Krieger,, SCJ Jornal da Arquidiocese Arcebispo de Florianópolis Justiça e Paz Recentes pesquisas mostram que uma das maiores preocupações das pessoas, atualmente, diz respeito à segurança. Nossas cidades estão se tornando cada vez mais violentas. A violência gera o medo e a insegurança. O medo, esse verme que corrói o coração por dentro, toma conta de muitos. Quando o medo domina, a paz desaparece. Não se garante uma vida mais segura pelo simples aumento do número de policiais, de armas ou detenções. A segurança é fruto da paz e “a paz é fruto da justiça”, segundo ensinava o profeta Isaías já no século VIII a.C. (Is 32,17). A partir dos valores que Jesus veio nos ensinar, somos chamados a mostrar que outra sociedade é possível - isto é, uma socie- dade envolvida pela cultura da paz. A Campanha da Fraternidade de 2009 pretende, antes de tudo, promover em nosso país um grande debate sobre a segurança pública. A Igreja não tem respostas técnicas para a solução dos problemas que desafiam nossa sociedade; tem, sim, uma força moral capaz de suscitar um grande debate sobre a segurança pública nos meios de comunicação social e nas universidades, nos grupos bíblicos e nas famílias. Os objetivos específicos da CF 2009 podem ser assim resumidos: Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer as conseqüências da violência em sua vida pessoal e social, para que assumam sua própria responsabilidade. Palavra do Papa Bent o XVI Bento Cristo: uma nova estrela Neste ano de 2009, quarto centenário das primeiras observações de Galileu Galilei ao telescópio, ano dedicado de modo especial à astronomia, não podemos deixar de prestar uma atenção particular ao símbolo da estrela, tão importante na narração evangélica dos Magos (cf. Mt 2, 1-12). Eles eram provavelmente astrônomos. De seu lugar de observação, colocado no Oriente em relação à Palestina, talvez na Mesopotâmia, tinham observado o surgir de um novo astro, e tinham interpretado esse fenômeno celeste como anúncio do nascimento de um rei, precisamente, segundo as Sagradas Escrituras, do rei dos Judeus (cf. Nm 24, 17). (...) O pensamento cristão compara a criação com um "livro", assim dizia o próprio Galileu Galilei, considerando-a como a obra de um Autor que se expressa mediante a "sinfonia" da criação. No interior dessa sinfonia encontra-se, a um certo ponto, aquilo a que na linguagem musical se denomina “solo” - isto é, um tema confiado a um só instrumento ou a uma só voz; e é tão importante que dele depende o significado de toda a obra. Este “solo” é Jesus, ao qual corresponde, precisamente, um sinal real: o surgir de uma nova estrela no firmamento. Jesus é comparado pelos antigos escritores cristãos a um novo sol. Segundo os atuais conhecimentos astrofísicos, nós deveríamos compará-lo com uma estrela ainda mais central, não só para o sistema solar, mas para todo o universo conhecido. Nesse misterioso desígnio, ao mesmo tempo físico e metafísico, que levou ao surgimento do ser humano como coroamento dos elementos da criação, veio ao mundo Jesus: "nascido de mulher" (Gl 4, 4), como escreve São Paulo. O Filho do homem resume em si a terra e o céu, a criação e o Criador, a carne e o Espírito. É o centro da criação e da história, porque nele se unem sem se confundirem o Autor e a sua obra. Em Jesus terreno encontra-se o ápice da criação e da história, mas em Cristo ressuscitado vai-se além: a passagem, através da morte, para a vida eterna antecipa o ponto da “recapitulação” de tudo em Cristo (cf. Ef 1, 10). De fato, “tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16). E precisamente com a ressurreição dos mortos Ele obteve “a primazia sobre todas as coisas” (Cl 1, 18). “ Uma estrela ainda mais central, não só para o sistema solar, mas para todo o universo conhecido”. Bent o XVI Bento XVI, 06.01.2009 Denunciar as injustiças na vida pública e nas prisões. Demonstrar que uma das causas da violência é a negação dos direitos das pessoas. Trabalhar para transformar o modelo punitivo do sistema penal brasileiro, a fim de que de vingativo se torne educativo. Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz. Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores de insegurança. Multiplicar ações solidárias em favor das vítimas da violência. Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos. “A paz é fruto da justiça. Todo ato de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência. A violência sempre aparece quando é negado à pessoa aquilo que lhe é de direito a partir de sua dignidade ou quando a convivência humana é direcionada para o mal. A violência nega a ordem querida por Deus” (Texto-Base da CF 2009, 197). Fomos criados por amor e para o amor. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus, que é amor. Só no amor nos realizaremos. Se esta Campanha da Fraternidade conseguir envolver nosso País com essa certeza, certamente atingirá seus objetivos isto é, estará colaborando decisivamente para a construção de uma cultura da paz. “ Todo ato de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência. A violência nega a ordem querida por Deus”. Reflexão Paulo, o transfigurado pela Ressurreição “Saulo, Saulo, por que me persegues?. Respondi: Quem és tu, Senhor? Disse-me então: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem estás perseguindo” (cfr. Atos 22, 3-16). E Saulo não era mais o perseguidor: era o Apóstolo. Estamos no Ano Paulino, na comemoração do bimilenário do nascimento de Paulo, o judeu e fariseu impetuoso, primeiro teólogo do Cristianismo. Paulo penetrava as Escrituras. Tudo o que a Lei e os Profetas falavam a respeito do Messias era de seu conhecimento. Judeu zeloso, formado na Escola de Gamaliel, em Jerusalém, esse cidadão romano ardia de amor pelas profecias messiânicas. Esperava, também ele, a redenção de Israel. Como se entende seu ódio a Jesus e aos cristãos? Acaso Saulo não conhecia Isaías que fala do Servo Sofredor, que dá a vida por seu povo? Estaria iludido na expectativa de um Messias-Rei poderoso? E mais: meditando os Profetas, não tinha conhecimento da missão universal do Messias? Sim. E por que odiava Jesus Nazareno e os cristãos? Por aquilo que escutava dele, de sua vida e obras, das palavras dos Apóstolos que estavam em Jerusalém, não seria possível deduzir que o Messias já tinha vindo? Não, por um motivo claro: Jesus de Nazaré tinha humanamente fracassado, morrera humilhado numa cruz e fora encerrado num túmulo. Era, portanto, um impos- Jornal da Ar quidiocese de Florianópolis Arq Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis 4-4 799 Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322 3224-4 4-4799 quifloripa.org.br - Site: www .ar quifln.org.br E-mail: jornal@ar jornal@arq www.ar .arq 22 mil exemplares mensais tor a mais entre tantos que em Israel se fizeram passar por Messias. Seus discípulos, gente sem eira nem beira, teriam inventado a ressurreição para continuar a impostura. Um judeu zeloso não podia permitir isso, ficar alheio à traição da Lei e dos Profetas. Se os bons não defendem a Verdade, a mentira acaba triunfando. E assim, o fariseu Saulo, Doutor da Lei, toma para si a defesa das Escrituras e o desmascaramento dos nazarenos. Com prisão e açoites abandonariam a impostura. E então acontece o Encontro: “Saulo, por que me persegues? Eu sou Jesus, o Nazareno”. Nesse momento Paulo já está convertido, ou melhor, Paulo ficou iluminado: Jesus Nazareno estava vivo, falava com ele. Tinha ressuscitado, verdadeiramente. Vencera a morte. Sua Luz era tão intensa que o cegou. Essa mesma Luz o liberta da cegueira. Paulo é cristão. Se Cristo não tivesse ressuscitado, seria um impostor. Se Cristo ressuscitou, é o Messias de Deus. E ele ressuscitou, disso Paulo era agora testemunha e apóstolo. Paulo não tinha necessidade de uma nova catequese, pois conhecia as Escrituras. Tudo o que essas falavam do Messias ele aplica a Jesus de Nazaré, cumprimento de todas as profecias messiânicas. É um judeu de olhar transfigurado: a cruz é Cruz vitoriosa, a morte foi tragada pela Vida, Satanás foi derrotado, rasgou-se o véu do templo, a Lei é uma Pessoa, o Senhor Jesus, o Povo de Deus não é uma raça, mas a humanidade. Todos os povos são enxertados na videira de Israel e participam das promessas. O orgulho pela Lei em Paulo cede lugar à Lei da Graça, e todas as nações são chamadas à salvação. A Sabedoria não vem do conhecimento, mas da aceitação da Cruz redentora, loucura e escândalo, é verdade, mas salvação para os que têm fé. O Senhor ressuscitou, Saulo é Paulo. Se ele não ressuscitou, Paulo também seria um farsante, o que é impossível para um homem que incansavelmente leva o Nome de Jesus até sua morte em Roma. Poucas vezes, na história, alguém teve um amor tão intenso e grato como Paulo: sua vida é Cristo, Cristo nele vive, sabe em quem acreditou, combate o bom combate, aceita toda espécie de sofrimento e humilhação como gratidão Àquele que o chamou das trevas para a Luz. Tudo é Graça no plano divino. Somente ela explica que o Jesus perseguido procurasse Paulo no caminho de Damasco. Um grande, infinito Amor é a história que Deus quer viver com cada um de nós, do mesmo modo como fez com Paulo. O caminho de Damasco é também o nosso caminho. Pe. José Artulino Besen Diretor e revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José Negri, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul Jornal da Arquidiocese Geral 3 Janeiro/Fevereiro 2009 Catedral é reaberta aos fiéis Inauguração está prevista para março, mas depende da instalação do novo sistema de iluminação externa para dar brilho no piso. “O fechamento será feito em dias de semana para minimizar os efeitos na ranciscomunidade”, disse Pe. FFrancisco Wloch Wloch, reitor da Catedral. Nesses três anos e meio de trabalhos de restauração, muita coisa foi feita. Mas ainda falta muito por fazer. “As obras que faltam serão realizadas, mas dependem de recursos. Empresas estão sendo contatadas afim de que invistam nas obras”, disse Pe. Chico. Até o momento, o investimento nas obras somou aproximadamente R$ 7 milhões. Deles, cerca de R$ 6 milhões vieram do poder público estadual e uma pequena parte da Prefeitura de Florianópolis. Mais de um milhão veio da comunidade através de doações e promoções realizadas pela Ação Social. Catedral foi reaberta para celebrações de Natal Após a celebração, os fiéis apreciaram a apresentação musical do tecladista açoriano Horácio Medeir os Medeiros os, especialmente convidado pelo Governo do Estado. Natural da Ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores, Medeiros realizou cinco apresentações no Estado: duas em Biguaçu, uma em Brusque, outra no Teatro Pedro Ivo Campos, no Centro Administrativo; e a última na Catedral. As apresentações fazem parte das comemorações dos 260 anos de imigração açoriana no Estado. Falta apenas a instalação do sistema de iluminação para a inauguração O que já foi feito: - Recuperação da cobertura (troca do telhado e do madeiramento, colocação de manta de alumínio); - Instalação do novo sistema elétrico e subterrâneo; - Instalação da tubulação para o sistema sonoro e de segurança; - Recuperação do órgão; - Demolição do anexo construído em 1950, que escondia a sacristia; - Recuperação de todos os vitrais; - Instalação de dutos para captação das águas pluviais; - Recuperação das escadarias, padronização dos degraus, instalação de corrimãos nas escadarias e de rampas de acesso para deficientes e idosos; - Aplicação de mármore no hall de entrada; - Instalação do sistema de Foto/JA A Catedral havia sido fechada no dia 20 de outubro de 2008 para se agilizarem os trabalhos. Ela foi reaberta na noite do dia 24 de dezembro as celebrações de Natal, e voltou a ser fechada no dia 05 de janeiro. Na véspera de Natal, a celebração foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger Krieger. A igreja ficou lotada de fiéis, que acompanharam a celebração. Uma das participações ilustres foi do governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira, acompanhado de sua esposa, Ivete Appel da Silveira, e sua filha, Márcia Mel. Durante a celebração, tanto Dom Murilo quanto Pe. Francisco de Assis Wloch, pároco da Catedral, agradeceram a presença do Governador. O apoio financeiro do governo do Estado foi decisivo nos trabalhos de restauração da Catedral, que é um dos nosso mais importantes monumentos históricos. A celebração foi animada pelo Coral Santa Cecília da Catedral, que utilizou o órgão de tubos da igreja, de 1924, inteiramente restaurado e recuperado. Foto/JA Desde o dia 23 de janeiro, a Catedral de Florianópolis está reaberta aos fiéis. Após ficar três meses fechada para reformas, a igreja foi reaber ta para a visitação dos fiéis. A inauguração deverá ser realizada em março, em data a ser confirmada. Atualmente a empresa Concrejato, que desde o início das obras é a responsável pela restauração, está finalizando os trabalhos de pintura e da organização do museu. A inauguração depende do término das obras de instalação do sistema de iluminação externa, que está sendo executado por uma empresa italiana, ganhadora da concorrência pública, e é o mais atrasado. A igreja ainda deverá ser fechada nos dias 10 a 12 de fevereiro. Nesse período, será feita a aplicação de um material (tipo verniz) Dom Murilo presidiu as celebrações natalinas com a Catedral lotada climatização, que mantém a temperatura em 23º, independente do número de pessoas; - Instalação de desumidificadores desenvolvidos pela UFSC, que fará o acompanhamento por um ano; - Pesquisa histórica e pros-pecções para descobrir possíveis obras de arte nas paredes; - Cadastro de todas as obras de arte da Catedral; - Levantamento cadastral arquitetônico informatizado do prédio; - Pintura interna e externa que resgata as cores de 1922; - Rebaixamento do presbitério voltado ao original; - Instalação de novos sistema de iluminação externo; O que falta fazer: - Recuperação dos sete altares e das imagens sacras; - Recuperação das pinturas e do complemento da restauração dos bancos; - Construção de uma nova sacristia e recuperação do mobiliário; - Readaptação da Capela Nossa Senhora das Dores; - Construção de uma nova secretaria; - Readaptação dos espaços para novas salas de atendimento; - Recuperação da casa paroquial; - Recuperação do auditório; - Restauração do Centro Social da Catedral (antigo Cine Ritz); - Informatização; - Recuperação dos sinos; - Instalação de câmeras de segurança e disponibilização do espaço virtual via internet; Retrospecto da restauração No dia 25 de fevereiro de 2005, após análise de equipe técnica especializada, uma comissão formada pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger, pelo Pe. Francisco de Assis Wloch, pároco da Catedral, e lideranças da paróquia, decidiu interditar a Catedral. Foi a primeira vez em 255 anos de história que a igreja foi fechada por motivo de segurança. Os problemas já haviam sido constatados em maio de 2004, mas a decisão foi tomada com base em laudo técnico encomendado pela Catedral ao Escritório Piloto de Engenharia Civil (EPEC), da UFSC. O laudo avaliou que problemas de infiltração e cupins danificaram a estrutura dos arcos que suportavam a estrutura de madeira. Isso provocou a queda de parte do estuque do teto e colocava em risco os fiéis que diariamente iam à igreja. No período da interdição, as celebrações foram realizadas no auditório da Catedral. Em agosto de 2005, a empresa Concrejato, especializada em restauração de prédios e obras históricas, iniciou os trabalhos. Naquele primeiro momento foram 22 meses de interdição. Isso até o dia 08 de dezembro de 2006, quando a Catedral foi reaberta. Nesse período, foram corrigidos os problemas de infiltração, troca do madeiramento, do telhado e do forro. Os trabalhos continuaram na estrutura interna e externa, mas de forma a não comprometer os serviços religiosos. No dia 20 de outubro de 2008, a Catedral de Florianópolis voltou a ser fechada para os fiéis, em virtude das obras de restauração. A interdição durou dois meses para que fossem executadas as obras no piso para instalação de moderno sistema de climatização, além da colocação dos dutos para instalação do novo sistema de som e de segurança, e o complemento do sistema de iluminação. 4 Tema do Mês Neste ano, a Campanha da Fraternidade nos convida a viver a Quaresma na conversão pessoal e social diante da grave questão da insegurança. Fomos criados como seres relacionais; dependemos uns dos outros. Cada qual tem os seus sonhos e necessidades, que precisam ser valorizados, na busca da felicidade pessoal. Mas na busca da realização desses sonhos e necessidades muitas vezes nos defrontamos com os outros. Aí, aparecem as tensões, conflitos, divergências, discriminações, preconceitos, que muitas vezes degeneram em atitudes e atos de violência. Pelos mais diversos motivos - pessoais, familiares, políticos, ideológicos, religiosos etc. - somos levados a impor nossas idéias e a buscar mais as coisas do que as pessoas. Esquecemos que somos feitos para o amor e a paz, e que só as pessoas, como imagem e semelhança de Deus, podem realmente satisfazer nossa carência de afeto. Briga-se, então, por idéias, coisas, status. É a idolatria do ter, do poder e do prazer, que desumaniza o ser humano. Mesmo que sejamos criados no amor, para o bem, com um desejo inato de Deus, voltados para a bemaventurança, muitas vezes domina-nos o espírito de maldade e violência. É aí que surge a necessidade da segurança, responsabilidade de cada pessoa, mas também do Estado. Jornal da Arquidiocese Fraternidade e Segurança Pública mentalidade e a prática, muito comuns, de querer vencer a violência com mais violência. Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança O SONHO DE DEUS UMA SOCIEDADE DE RISCO Vivemos numa sociedade de risco. É arriscado viver. A qualquer instante e por qualquer motivo, podemos perder a vida, o emprego, a saúde, a paz. Um acidente no trânsito, um assalto, uma demissão, um filho que se torna dependente de drogas ou portador de HIV ou narcotraficante, uma filha que é assaltada por pedófilo, o fim de um namoro ou de um casamento, uma doença grave ou incurável podem nos colocar em situação de estresse e de risco. A atual crise financeira, a corrupção crônica de nossos maus políticos, a péssima administração pública dos bens comuns, o estresse do trânsito nos põem em situação de risco. O aquecimento global, a anunciada escassez de água, a contaminação das águas, os desastres ecológicos são fenômenos que põem em risco a sobrevivência da humanidade. Viver é fazer malabarismos. Nessa situação, os pobres são sempre os mais afetados. Quanta violência contra o nascituro e sua Janeiro/Fevereiro 2009 mãe, contra os povos indígenas, os afrodescendentes, os trabalhadores do campo, os defensores dos direitos humanos, os policiais! Quanta violência no universo das drogas, na ação policial, no tráfico humano, na exploração sexual, no mundo do trabalho! A SUPERAÇÃO DOS CONFLITOS Diante disso, é preciso reconhecer que somos capazes de superar os conflitos. O conflito, por si só, não é nocivo. Pode até ser positivo, enquanto faz as pessoas se conhecerem a si mesmas e umas às outras em seus temperamentos e diferenças e propostas e visões de mundo. São as posturas e as atitudes que as pessoas tomam diante dos conflitos que podem ter consequências desastrosas para todos os envolvidos. Daí, a necessidade de aprendermos a superar conflitos. Todos precisam encontrar um modo de sair-se bem das situa- “ A CF-2009 nos convida a viver a Quaresma na conversão pessoal e social, diante da grave questão da insegurança”. ções de risco. Muitos buscam saída egoísta, pensando só em si, pondo em risco a vida dos outros e, muitas vezes, até a própria vida. Querendo soluções egoístas e imediatas, provocam ainda mais males. Para si e para os outros. Há quem se refugie em religiões alienadas, indo atrás de igrejas-empresas que vendem bens religiosos, vendem prosperidade, cura, milagres, vendem até Deus. Religiões de resultado fácil, enganosas. Há quem procure resolver as coisas de modo pessoal, na base da violência, da vingança, pondo mais lenha na fogueira do círculo vicioso do mal. Há quem manipule o medo das pessoas, para enganá-las e delas se aproveitar. Na superação dos conflitos, o primeiro caminho, é claro, é o diálogo, a busca do entendimento dos pontos de vista discordantes, na base da argumentação racional. Deve-se também valorizar as instâncias mediadoras, seja de outras pessoas, de instituições, do Estado. É preciso que haja um compromisso de todos na luta contra as causa e os fatores de insegurança, de conflito, de violência. É claro que ao poder público cabe grande responsabilidade pela segurança social das pessoas, das famílias, grupos e comunidades. Mas o Estado não existe por si, o Estado somos nós! É preciso romper com as visões de guerra e superar a Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança. No seu projeto amoroso, ele nos concedeu a liberdade de organizarmos nossa vida pessoal e social. Foi aí que entrou o pecado, a violência, a vingança. Mesmo assim, Deus não se deixou vencer pelo mal, nunca pagou o mal com o mal. Foi sempre um Deus do perdão. Desde a desobediência orgulhosa de Adão e Eva e do homicídio de Caim até o assassinato de seu Filho Jesus Cristo, a reação de Deus sempre demonstrou confiança de que o ser humano pode, sim, vencer o mal, superar os conflitos, garantir uma vida segura e tranquila para todos. Jesus de Nazaré passou na terra fazendo o bem, pregando a novidade do Evangelho. Ensinou que as bem-aventuranças não passam pela posse de bens e pela imposição das idéias, pela exclusão dos outros e pela geração de mais violência, mas pela simplicidade do fazer-se criança, do perdoar sempre, do não desprezar nenhum dos pequenos, do dar um copo d'água. Como Príncipe da Paz, reagiu à sua condenação, pedindo ao Pai o perdão para seus assassinos. Os primeiros cristãos acreditaram na força da não-violência de Jesus. Paulo evangelizou o mundo da época, servindo-se de sua fraqueza. Com isso, em menos de duzentos anos, os cristãos derrubaram o império romano com tudo o que ele tinha de exclusão e violência. A Igreja é, hoje, portadora da paz. A paz, que é obra da justiça (Is 32,17), uma tarefa permanente da comunidade humana. O texto-base da Campanha da Fraternidade deste ano diz: "Todos devem colaborar na criação e na construção de uma ordem justa, sem a qual a paz é ilusória e não há segurança. Isso só é possível a partir da formação da consciência para os valores que fundamentam a paz, tais como a responsabilidade, a solidariedade e a dimensão social da própria fé" (n. 239). Para isso, é preciso acreditar no sonho de Deus. Isso significa colocar nossa confiança nele e descobrir que ele nos criou por amor e para o amor, e que nós devemos viver os nossos relacionamentos a partir desse princípio criativo: o amor. P e. Vit or Galdino FFeller eller Pe. Vitor Prof. de Teologia e Diretor do ITESC or quifloripa.org.br Email: vit vitor orffeller@ar eller@arq Jornal da Arquidiocese Geral 5 Janeiro/Fevereiro 2009 Segurança Pública é o tema da CF-2009 Três seminários comarcais serão realizados na Arquidiocese para dinamizar a Campanha No dia 25 de fevereiro, às 18h15min, será realizado o lançamento oficial da Campanha da Fraternidade de 2009, que este ano terá como tema “Fraternidade e Segurança Pública”, e lema “A paz é fruto da justiça”. O evento será realizado na Catedral de Floria-nópolis durante a celebração presidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger. Após a missa, será realizada a imposição das Cinzas. No mesmo dia, às 14h30min, Dom Murilo concede entrevista coletiva à imprensa no auditório da Cúria Metropolitana. Conforme o texto-base publicado pela CNBB, com a Campanha a Igreja do Brasil quer "suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social, que seja garantia de segurança para todos". Violência e Insegurança Segundo Pe. Vanzella, Secretário Executivo da CF-2009, este ano a Campanha "mostra a preocupação da Igreja no Brasil em criar condições para que o Evangelho seja mais bem vivido em uma sociedade que, a cada dia, se torna mais violenta e insegura. Assim a Igreja contribui para que esse processo seja revertido através da força transformadora do Reino de Deus". Pe Vanzella foi o assessor do Seminário Regional de Preparação para a CF, realizado nos dias 17 a 19 de outubro em Lages. O evento reuniu 70 lideranças de nove dioceses do Estado. A Arquidiocese esteve representada por 10 lideranças. Arquidiocese perde três membros do clero Nos meses de dezembro e janeiro a Arquidiocese perdeu três membros do seu clero por motivo de doença. Pe. Rogério Dom Murilo impõe as Cinzas aos fiéis participantes da celebração de abertura da CF-2008. À esquerda, o cartaz da Campanha deste ano Seminários prepararão lideranças para a Campanha Dois Seminários de formação serão realizados nas comarcas e equipe está disponível para as paróquias Para dinamizar a Campanha, serão realizados três seminários de preparação nas comarcas da Arquidiocese. O primeiro será no dia sete de fevereiro, sábado, a partir das 13h30, na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú, para as comarcas do norte da Arquidiocese.. O segundo e terceiro serão realizados no dia 28 de fevereiro, sábado, em dois locais: em Rancho Queimado, das 8h às 11.30h, para a comarca de Santo Amaro, e na Paróquia São Luiz, na Agronômica, das 13.30 às 17.30h, para as paróquias da Grande Florianópolis. A assessoria ficará com as lideranças da Arquidiocese que participaram do Seminário Regional. “A equipe também está disponível para as paróquias", dis- se Adelir Raupp Raupp, coordenadora da CF na Arquidiocese. Segundo ela, já foi realizada uma assessoria na Paróquia Santa Cruz, em São José, no dia 31/ 01, e outra será realizada no dia 13 de março, na paróquia Santo Antônio, em Itapema, aberta à comunidade. Subsídio Além do texto-base, a revista os TTeológieológido ITESC, “Encontr “Encontros cos” cos”, em seu primeiro número deste ano, abordará a Campanha da Fraternidade sob diversos pontos de vista, com artigos de vários colaboradores especializados. Veja, também, sobre a CF 2009, nesta edição do Jornal, a palavra de nosso Arcebispo (p. 2) e o Tema do Mês (p. 4). Pe. Carlos R ogério Gr oh nos Rogério Groh deixou no dia 11 de dezembro, aos 37 anos de idade. Natural de Brusque, onde nasceu a 20/ 10/1971, teve despertada sua vocação para a vida presbiteral. Aos 14 anos entrou para o Seminário de Azambuja, onde concluiu o segundo grau e a Filosofia. Mais tarde cursou Teologia no ITESC. Sua ordenação presbiteral realizado-se no dia 19 de outubro de 1996. Após a ordenação, exerceu várias atividades tanto no Seminário, quanto em paróquias. Isso até 2003, quando foi estudar em Roma, doutorando-se em Teologia Pastoral. Retornou no final de 2006. No seu retorno, foi nomeado Orientador Espiritual do Movimento Emaús. No ano seguinte, 2007, assumiu a coordenação arquidio-cesana de Pastoral e começou a lecionar no ITESC, onde era responsável pelo Departamento de Pastoral. Em meados de 2008 descobriu que tinha câncer e iniciou tratamento imediatamente. Lutou cinco meses contra a doença, vivendo um verdadeiro Calvário. Mesmo após sua morte, seu site pessoal continua funcionando (www.rogeriogroh.com). Nele é contada um pouco da história de vida do padre através de fotos, desde a infância, até os momentos marcantes de sua vida pessoal e presbiteral. estava afastado das atividades pastorais para tratamento de saúde. Natural de Serraria, em São José, Pe. Luizinho, como era carinhosamente chamado, nasceu no dia 22/11/46. Aos 24 anos entrou para o seminário, cursando Filosofia e Teologia em Curitiba, PR. Pela imposição das mãos de Dom Afonso Niehues, foi ordenado presbítero em 07/07/73. Após a ordenação, assumiu funções de vigário e pároco em várias comunidades da Arquidiocese. Suas ultimas atividades foram as de Capelão de Nossa Senhora do Rosário, em São José, preparando a comunidade para ser paróquia, o que aconteceu em 2005. Diácono Prim Deixou-nos no dia 21 de janeiedr o Nicolau Prim ro o Diácono P Pedr edro Prim. Há anos ele lutava contra problemas pulmonares, o que por vezes o impedia de exercer seu ministério. Foi a Porto Alegre para submeterse a uma cirurgia e não resistiu. Ele exercia o seu ministério na Paróquia São José e Santa Rita de Cássia há 12 anos, desde que foi ordenado em 12/04/1996. É pai do padre Luiz Prim, que em novembro celebrou 25 anos de sua ordenação presbiteral. Pe. Luizinho Pe. LLuiz uiz Carlos R odrigues faRodrigues leceu no dia 10 de janeiro. Ele Pe. Rogério faleceu aos 37 anos 6 Bíblia Janeiro/Fevereiro 2009 Jornal da Arquidiocese Conhecendo o livro dos Salmos (12) Salmos 23 e 24: meu Pastor, nosso Rei Dois breves salmos, bastante conhecidos, podemos sintetizá-los com as palavras acima. O salmo 23 (22) é um salmo de confiança individual, que se concentra na fior gura do past pastor or, expressando em imagens muito concretas a total confiança e a proteção divina experimentada pelo salmista. Já o salmo 24 (23) é um hino litúrgico, processional, que proclama Deus como Senhor de toda a terra e criador do universo. Ele se digna morar no meio do seu povo, entre os que o procuram, sendo acolhido triunfalmente como Rei ei, no seu santuário. SALMO 24(23) O NOSSO REI 1. Do Senhor é a terra com o que ela contém, / o universo e os que nele habitam. 2. Pois foi ele que a estabeleceu sobre os mares / e firmou-a sobre os rios. Dois breves versículos, de imensa amplidão, constituem um breve hino de louvor que dá início a este salmo, apropriado para a liturgia de procissão com a Arca da Aliança (cf 2Sm 6,1-19). O salmista imagina a terra como uma superfície plana, sustentada sobre águas com colunas invisíveis. Essas colunas tinham suas bases na profundidade dos oceanos (cf Sl 46,3-4), proeza arquitetônica que só o Senhor pode fazer. Por isso, a Ele pertence a terra e o que ela contém (v. 1), proclamação resoluta da soberania de Deus em relação à idolatria. SALMO 23 (22) O MEU PASTOR 1.O Senhor é o meu pastor, nada me falta. 2. Ele me faz descansar em verdes prados / e para águas tranqüilas me conduz. 3. Restaura minhas forças, / guia-me pelo caminho certo, por amor do seu nome. Salmo belíssimo, seu núcleo tem duas imagens importantes: a do pastor (vv. 1-4) e a do hospedeiro (vv. 5-6). A primeira apresenta Deus como pastor, e o salmista se vê como uma ovelha, carinhosamente protegida (vv. 14). A segunda (vv. 5-6), compara Deus a um anfitrião, que oferece hospedagem segura na sua casa. Para entender a imagem do pastor, é preciso recordar a vida dos pastores na terra de Jesus. Normalmente tinham um punhado de ovelhas e cuidavam delas com carinho, pois eram tudo o que possuíam. À noite costumavam deixá-las num curral, junto com as de outros pastores, sob a proteção de um vigilante. De manhã, cada pastor chamava as suas pelo nome, elas reconheciam a sua voz e saíam para nova jornada. Ele caminhava à frente delas, guiando-as pelo caminho certo (v. 3), conduzindo-as a pastagens e fontes de água (v. 2; cf Jo 10,1-4) Estás comigo 4. Se eu tiver de andar por vale escuro, / não temerei mal nenhum, pois estás comigo. / Teu bastão e teu cajado me dão segurança. Na terra de Jesus há desertos, e os pastores deviam atravessá-los para encontrar pastagens e água. Às vezes, tinham de caminhar bas- Quem subirá? tante, e eram surpreendidos pelo entardecer. Sozinhas, as ovelhas ficariam desorientadas. Protegidas, porém, pelo bastão e o cajado do pastor, sentem-se seguras, mesmo atravessando um vale escuro (v. 4), pois o pastor caminhava à sua frente, conduzindo-as ao curral. Notar o modo pessoal como o salmista exprime sua confiança: não temerei mal nenhum, pois estás comigo (v. 4) A mesa farta 5. Diante de mim preparas uma mesa, à vista dos meus inimigos; / unges com óleo minha cabeça, meu cálice transborda. Agora, a imagem se transforma. É ainda o deserto, mas já não se trata de ovelhas. Quem fala é alguém fugindo de inimigos e sendo acolhido na tenda de um chefe de beduínos, os habitantes do deserto. Como a hospitalidade é sagrada, o fugitivo sente-se seguro. Quando os perseguidores chegam perto da tenda, vêem que seu inimigo, depois de ungido com óleo perfumado, está sendo até brindado com um cálice transbordante (v. 5). E retiramse, envergonhados. Na casa do Senhor 6. Felicidade e graça vão me acompanhar todos os dias da minha vida / e vou morar na casa do Senhor por dias sem fim. Nova transformação da imagem. Não é mais a tenda do chefe de beduínos, mas a casa do Senhor, o Templo, o local onde o salmista se refugia. O salmo revela, portanto, um drama mortal. Alguém, injustamente condenado, foge e se esconde no Templo, que funcionava como lugar de refúgio (cf Ex 21,13 e 1Rs 1,50). Sentindo-se ali acompanhado de felicidade e graça, o salmista decide morar para sempre na casa do Senhor (v.6). O salmo mais rezado Provavelmente, este é o salmo mais rezado e cantado, de todo o saltério. E merecidamente, pela clareza com que expressa, em imagens que falam por si, a total confiança em Deus. Além do sentido cristológico (Jesus é o bom pastor, cf Jo 10,11), e do sentido eucarístico, batismal e crismal (mesa, água, óleo), este salmo é uma palavra forte de fé, que se soma a tantas outras passagens bíblicas que nos garantem a proteção nos conflitos quotidianos. É bom rezá-lo, porém, não apenas individualmente, "por mim", mas em solidariedade com os que estejam sofrendo mais do que nós. 3. Quem vai subir o monte do Senhor, / quem vai ficar no seu santuário? 4. Quem tem mãos inocentes e o coração puro, / quem não corre atrás de vaidades, / quem não jura para enganar o seu próximo. / 5. Este alcançará do Senhor a bênção, / a justiça de Deus, seu salvador. / 6. É esta a gente que o procura, / que busca a face do Deus de Jacó. Esses quatro versículos são já conhecidos do Sl 15(14), que trata das condições exigidas para participar dos festejos nas dependências do Templo. É a chamada "liturgia da porta". Aproximando-se o cortejo, é feita a pergunta em coro, e a resposta menciona condições éticas (v. 4): a justiça (mãos inocentes), a integridade (coração puro), a rejeição dos ídolos (vaidades), e a retidão no testemunho (não jurar falso). Essa “liturgia da porta” polemiza contra os ritos vazios e a religião de aparências. E termina com a promessa da bênção do Senhor, reservada àqueles que O procuram, que buscam a face do Deus de Jacó (vv. 5-6). O Rei da Glória 7. Levantai, ó portas, vossos frontões, / erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. / 8. Quem é esse rei da glória? / É o Senhor forte e poderoso, / o Senhor poderoso no combate. / 9. Faça como Iliete da Luz Pereira, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: [email protected] Levantai, ó portas, vossos frontões, / erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. 10. Quem é esse rei da glória? É o Senhor dos exércitos, é ele o rei da glória. O terceiro momento do salmo é o ponto culminante da liturgia, com novo diálogo. Agora, não uma pergunta, mas uma interpelação aos levitas, guardas das portas. O povo pede que as portas se alteiem, levantem os frontões (v.7), para que possa entrar o Senhor Altíssimo, o rei da glória (vv. 7), sem que ele tenha de abaixar-se. Então sim, a pergunta final, formulada duas vezes: Quem é esse rei da glória? (vv. 8 e 10). A “glória” é entendida aqui, como em outras passagens da Bíblia, não apenas como brilho ou esplendor, mas como o poder de Deus em ação, especialmente sua divina ação salvadora. Assim no Êxodo (Amanhã vereis a sua glória, Ex. 16,6), e assim também no quarto evangelho, na passagem onde João resume toda a atividade salvífica de Jesus: Nós vimos a sua glória (Jo 1,14). Senhor dos exércitos O salmista identifica o “rei da glória” como o Senhor forte e poderoso, poderoso no combate (v. 8), Senhor dos exércitos (v. 10). Um conceito, portanto, militante, de Deus, aliado do seu povo na guerra (cf 1Sm 1,3 e 4,4). Mais tarde, os “exércitos” passaram a ser o conjunto ordenado das estrelas do céu, e a tradução litúrgica dessa expressão no “Santo" da missa passou a ser “Senhor do universo”. De qualquer forma, a expressão “rei da glória” encerra uma crítica ao poder absolutizado. E, identificando Jesus, designa o rei que reina não pela força, mas pela verdade (cf Jo 18,37). Pe. Ne ereira Neyy Brasil P Pereira Professor de Exegese Bíblica no ITESC email: [email protected] Para refletir: 1) Quais as duas imagens que sobressaem no Sl 23(22)? 2) Por que o Sl 23(22) é "o mais rezado e cantado"? 3) Que lhe chama a atenção nos versículos iniciais do Sl 24(23)? 4) Como entender a expressão "rei da glória"? 5) E a expressão "Senhor dos exércitos"? Jornal da Arquidiocese Juventude 7 Janeiro/Fevereiro 2009 PJ tem novo secretário Nos próximos três anos, Guilherme Pontes vai coordenar a PJ na Arquidiocese Protagonismo juvenil O trabalho procurou ressaltar a importância da participação dos jovens na vida eclesial, levando em conta as realidades e conjunturas. Isso, sem desconsiderar a responsabilidade com a evangelização da juventude por parte das lideranças, em especial o clero. Formação Os espaços de formação proporcionados ofereceram condições pedagógicas e pastorais em Foto/JA Desde o dia 21 de janeiro de 2009, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese conta com um novo secretário liberado. É Guilherme Pontes. Ele foi eleito na Assembléia Arquidiocesana da PJ, realizada no dia 07 de novembro, na Paróquia São Francisco Xavier, no Monte Verde, em Florianópolis, com a presença de jovens de outras paróquias e da equipe de assessoria da PJ. No seu trabalho, ele contará com o apoio de uma coordenação arquidiocesana da PJ. Ele substieira R odrigues Oliveira Rodrigues odrigues, tui Cleber de Oliv que nos últimos dois anos esteve à frente dos trabalhos. Na entrevista abaixo, ele faz uma avaliação desses dois anos. Estamos iniciando um novo momento da Pastoral da Juventude de nossa Arquidiocese. A escolha de um novo Secretário, de uma nova coordenação Arquidiocesana e a construção conjunta de nosso Plano de Ação significa um novo começo e um fortalecimento de nosCleber (esq.) passa a coordenação para Guilherme todos os níveis de trabalho com os jovens. Percebemos avanços, embora ainda se sinta a falta de voluntários que estejam dispostos a se capacitar e acompanhar essa pastoral. Setor Juventude O “Setor Juventude” não decolou, principalmente pela ausência de um Projeto Pastoral que leve em conta a diversidade dos grupos de jovens, inseridos no seu contexto eclesial. Fazem-se necessárias linhas claras que orientem essa articulação e, por parte dos padres e membros de grupos ou movimentos, mais abertura ao diálogo. É preciso ter claro que o “Setor Juventude” não é uma estrutura, mas um espaço de partilha entre as diversas experiências de trabalho. As chances surgirão quando o “Setor Juventude” for visto como uma possibilidade de crescimento, levando em conta a diversidade juvenil. “Vamos rearticular os grupos de jovens com a coordenação da PJ” Com uma história na base da Pastoral da Juventude, Guilherme Pont es ontes es, 22 anos, assume a secretaria arquidiocesana. Pelos próxiFoto JA Com 22 anos, Guilherme coordenará a PJ nos próximos três anos com o auxílio de uma equipe Carta ao Clero, Religiosos e Religiosas, lideranças paroquiais, e aos jovens mos três anos, ele pretende incentivar a acompanhar os grupos de jovens já existentes nas paróquias e formar novos grupos. Sua participação na PJ iniciou aos 13 anos, na sua Paróquia São Francisco Xavier, no Monte Verde, em Florianópolis. Lá ele foi coordenador do grupo “Jesus Força Jovem”. Quando eleito, era o coordenador paroquial da PJ. Nos três anos que estará a frente dos trabalhos, contará com o auxílio de uma equipe de coordenação formada por quatro jovens: Uesley Zaia; Leonardo Contin; Claiton Becker; Samira de Aquino Leite. Eles auxiliarão nos trabalhos e lhe darão o suporte necessário. JA - Nos próximos três anos você estará à frente da Pastoral da Juventude. Como surgiu esta oportunidade? Guilherme - Mesmo não estando em meu projeto de vida, a oportunidade de coordenar a Pastoral da Juventude em nossa Arquidiocese foi surgindo e então aceitei, por acreditar que é o momento de "lançarmos redes em águas mais profundas". JA - Quais as suas propostas para estes três anos? Guilherme - Durante a Assembléia Arquidiocesana de Pastoral definimos apenas as ações para o primeiro semestre de 2009. Os dois anos e meio restantes serão planejados na Assembléia a ser realizada em junho. Até lá, nosso objetivo é rearticular as paróquias com a PJ da Arquidiocese. sa identidade. Que possamos voltar às bases, rearticular-nos em nível arquidiocesano e auxiliar de verdade nossos jovens. Para isto, serão necessários esforços conjuntos de todos nós: bispos, padres, irmãs, lideranças paroquiais e especialmente dos jovens. “Escutar, Falar e Fazer” no meio da juventude (cf Tg 1, 19-25) Para escutar é preciso estar próximo, ir ao encontro dos jovens, e essa será nossa primeira meta. Através de um roteiro de visitas às paróquias, vamos até lá, onde estão os nossos jovens. Ver a realidade em que vivem, seus anseios e dificuldades. Através da "Caravana da PJ" (como será chamada), pretendemos estar junto com as coordenações paroquiais e com os grupos de jovens, para conhecê-los, ouvi-los e motivá-los. Para ouvir, também faremos reuniões arquidiocesanas com jovens representantes das paróquias. Quantas vezes ouvimos que o nosso grande problema é a comunicação? Um plano de comunicação, que será implantado, possibilitará o diálogo constante com os próprios jovens, com os coordenadores jovens e com o Clero. Vamos utilizar, sobretudo, as novas formas de comunicação que atingem o jovem diariamente, ou seja, a Internet. Esta será nossa ferramenta principal. Criaremos uma página da Pastoral da Juventude, que será o mestre de cerimônias da PJ. Será um site dinâmico, interativo. Também utilizaremos o ORKUT, Fotolog, MSN e outras dessas ferramentas que fazem parte da vida do jovem. Através do "Jornal da Arquidiocese" e do Informativo da Pastoral da Juventude, vamos fazer com que notícias importantes cheguem ao jovem com rapidez. Mãos na massa. Temos muito a ser feito e, em conjunto, o faremos. Como atividades permanentes, podemos citar: assessorias específicas; oficinas da PJ nas paróquias; Escola da Juventude; Curso de Assessores; Dia Nacional da Juventude. Também teremos reuniões sistemáticas com os representantes das paróquias. É preciso planejar o que queremos. Isso faremos em nossa Assembléia Arquidiocesana da Juventude, que acontecerá em Julho, na casa de retiros "Caminho de Nazaré", em Enseada de Brito. Sabemos que não é fácil a articulação e mobilização dos jovens. Mas a pastoral da juventude, através de sua nova Coordenação Arquidiocesana, está disposta a viver uma nova etapa na sua caminhada. E para isso, precisamos da ajuda e apoio dos nossos Bispos, Padres, Religiosos e Religiosas, das Lideranças Paroquiais e, evidentemente, de nossa juventude. Guilherme P ont es Pont ontes Secretário Arquidiocesano da Pastoral da Juventude Fé e Trabalho. Assim construiremos um mundo melhor. . 8 Centenário Janeiro/Fevereiro 2009 Jornal da Arquidiocese ASA e a continuidade da ajuda Participação das comunidades com doação de roupas e mantimento foi determinante para o sucesso da campanha intitulada “Fui atingido pelas enchentes e me socorreste!” Arquivo/JA “Solidariedade é um dom que Deus nos deu, que não é feita apenas de palavras, mas principalmente de atitudes. Solidariedade é reconhecer o outro como nosso próximo, e amá-lo assim como nos amamos.” Em novembro de 2008 fomos chamados a nos unir em favor daqueles que foram atingidos pelas enchentes, especialmente em Itajaí, na Arquidiocese. A Campanha “Fui atingido pelas enchentes e me socorreste” resultou no recebimento de doações de roupas, alimentos, materiais de limpeza e higiene, que foram organizadas e encaminhadas diariamente para as paróquias que serviram de abrigo às famílias atingidas. Houve também a colaboração das Ações Sociais das Paróquias das regiões não atingidas, que juntamente com seus voluntários, organizavam as doações para facilitar a distribuição. Muitas pessoas, entidades Paróquia celebra 25 anos Região norte da Arquidiocese, como Balneário Camboriú, foi a que mais sofreu com as enxurradas de novembro de 2008 sociais e empresas fizeram também doações em dinheiro. Entendendo que as necessidades das famílias atingidas continuam, a equipe da ASA está mobilizando um levantamento das famílias que foram abrigadas nas paróquias de Itajaí, com o objetivo de conhecer a sua situação atual, pós-enchente, e atender suas necessidades através dessas doações, num trabalho transparente e individualizado. Agradecemos cordialmente a colaboração de todas as pessoas que se envolveram direta ou indiretamente e destacamos as Ações Sociais e seus voluntários nos abrigos. Que Deus recompense a todos os que contribuíram para que as tristezas e perdas ocasionadas pelas enchentes fossem amenizadas. Arquivo/JA Arquivo/JA Voluntários auxiliaram no recolhimento e na distribuição das doações As doações foram encaminhadas às paróquias atingidas, onde se organizou a distribuição No dia 19 de fevereiro, a paróquia São Francisco Xavier celebra jubileu A Paróquia São Francisco Xavier, em Florianópolis, estará celebrando no dia 19 de fevereiro 25 anos desde que através de um decreto assinado por Dom Afonso Niehues, nosso Arcebispo na época, foi elevada a paróquia. As comemorações do jubileu iniciam no dia 10 de fevereiro. Todos os dias, sempre na Matriz e a partir das 20h, haverá novena alusiva ao Jubileu. Apenas a novena do dia 08/02 (domingo) será às 8h da manhã. “Cada novena será organizada por uma das 11 comunidades e a celebração presidida pelos padres que trabalharam na paróquia”, disse Pe. Alcides Albon Albonyy Amaral Amaral, atual pároco. A celebração jubilar será realizada no dia 19 de fevereiro, às 20h, presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo, com a presença de todas as comunidades. História Quando, em 1964, os Padres Capuchinhos assumiram a paróquia da Santíssima Trindade, atendiam todo o norte da Ilha. A expansão demográfica fez com que logo se começasse a pensar em dividir o território. A escassez de padres dificultava a iniciativa. Através de Decreto da Cúria Metropolitana, datado de 19 de fevereiro de 1984, finalmente foi criada a Paróquia de São Francisco Xavier, com sede no Bairro Monte Verde. A Paróquia atendia todo o Norte da Ilha. Seu primeiro pároco foi o Pe. José Ar tulino Besen Artulino Besen, também professor no ITESC. A localidade já vinha sendo preparada, há tempo, para ser a sede da futura Paróquia. Irmão Celso Celso, marista marista, vinha incrementando a pastoral nesse bairro, bem antes de terem sido implantados dois conjuntos residenciais, pela Companhia Habitacional de Santa Catarina - COHAB/ SC, nas proximidades da Matriz. Com autorização da Cúria Metropolitana, Ir. Celso adquirira uma área de nove mil metros quadrados ao lado da Capela existente. Também iniciou a construção de uma nova igreja inaugurada a 1º de dezembro de 1996. A partir dela, foi criada a paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Ingleses (07/03/ 95), e a paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Canasvieiras (07/03/2004). Jornal da Arquidiocese Centenário 9 Janeiro/Fevereiro 2009 Paróquia de Ingleses inaugura nova Igreja Matriz Celebração foi presidida por Dom Eusébio Oscar Scheid, que veio especialmente para o evento Dom Eusébio, quando era ainda nosso Arcebispo: a criação da paróquia, em 06 de julho de 1998; a bênção da pedra fundamental da igreja, em 30 junho de 2000, ocasião em que a comunidade o homenageou Dom Eusébio pelos seus 40 anos de vida presbiteral. Depois, quando já Cardeal, em maio de 2006, durante o XV Congresso Eucarístico Nacional, quando os bispos celebraram nas comunidades, Dom Eusébio escolheu a igreja de Ingleses para celebrar. Na seqüência, Dom Eusébio fez a abertura das portas da igreja e ficou na entrada, junto com Dom Murilo e Dom Vito, saudando os fiéis que vinham para a celebração. Durante a celebração, Dom Eusébio ungiu o altar, e Dom Murilo e Dom Vito ungiram as doze cruzes nas paredes da igreja. Ao final, fez-se o descerramento de uma placa comemorativa. Oito anos de trabalho A dedicação da igreja é resultado de oito anos de trabalho, Foto JA Arquivo/JA Todas as comunidades da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Ingleses, Florianópolis, estiveram presentes à celebração que dedicou a sua nova Igreja Matriz. A celebração foi realizada na noite do dia 17 de dezembro. A missa foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid Scheid, que veio especialmente para a solenidade. Nosso arcebispo Dom Murilo Krieger e nosso bispo-auxiliar emérito, Dom Vito Schlickmann, além de padres e diáconos, também participaram da celebração. Antes de iniciar a celebração, ainda em frente à igreja, Dom Eusébio saudou a todos os participantes, em especial aos benfeitores da construção. Ele falou sobre a tragédia das enchentes que se abateram sobre Santa Catarina e vitimaram várias pessoas. Disse que se solidarizava com as vítimas da tragédia. Pe. Vânio da Silv a, pároco de Silva Ingleses, lembrou os momentos que marcaram a comunidade e que contaram com a presença de Os 1.750 lugares sentados da nova Igreja Matriz ficaram ocupados pelos fiéis das comunidades da paróquia desde a bênção da pedra fundamental, em 30 de junho de 2000, cio quando era pároco o Pe. Már Márcio Vignoli Vignoli. Depois do Santuário de Santa Paulina, em Vígolo, Nova Trento, o "Santuário" de Ingleses é a maior igreja da Arquidiocese, com capacidade para 1.750 pessoas sentadas. Conta com uma grande capela para adoração ao Santíssimo e missas feriais. As obras de arte do templo foram criação do artista sacro Cláudio Pastr o. A decoração segue as noastro vas orientações litúrgicas. Foto JA Foto JA Ao final da celebração, Pe.Vânio, o pároco, agradeceu a presença da comunidade O Cardeal Dom Eusébio faz a incensação da Cepela do Santíssimo 10 Paróquia Janeiro/Fevereiro 2009 Jornal da Arquidiocese Colônia Sant’Ana, atendimento aos doentes Com uma população de 16 mil habitantes, paróquia tem como desafio atender a comunidade empobrecida em Formosa e outra no Sertão. Quando criada, a paróquia contava com quatro comunidades. Atualmente são 11, mas apenas quatro com igreja. Nas outras sete, acontecem celebrações mensais nas residências. "A dificuldade está em adquirir propriedades e construir igrejas. O empobrecimento dificulta esse trabalho", disse Pe. Neri José Hof fmann Hoffmann fmann, o pároco, que continua atendendo ao hospital. Conheça algumas atividades pastorais desenvolvidas: Past oral dos Doent es - Responastoral Doentes sável por visitar os doentes em suas casas ou no hospital. São 30 voluntários, que contam com o apoio de outros 12 ministros da Eucaristia. O trabalho principal é ser presença da Igreja. As visitas acontecem mensalmente e são programadas. Colônia Sant'Ana é uma comunidade com muitas pessoas com doenças mentais que vivem com as famílias. Dauri Domingos realiza as visitas há 13 anos. “As famílias nos recebem muito bem, se preparam para nos receber e ficam muito felizes com a nossa presença”, disse. Cat eq uese - A Pastoral CateCateq equese quética funciona muito bem. No último ano 180 crianças e adolescentes fizeram a primeira comunhão e 147 a crisma. Para este ano, mais de 400 já estão inscritos. Todas as terças-feiras, às 18h, é realizada a Foto/JA O nome da comunidade de Colônia Sant'Ana, em São José, costuma ser associado ao hospital psiquiátrico. Construído em 1941, ele trouxe benefícios e alguns problemas para os moradores. O preconceito por morar em uma localidade com uma instituição que atende pacientes com distúrbios mentais sempre perseguiu os moradores e ainda hoje continua. A comunidade cresceu. O hospital, que no passado representava a maior parte da população da comunidade, reduziu o atendimento. Hoje, a maior parte da população é de pessoas que migraram para a região pela proximidade da capital, buscando melhores condições de vida. Desde a construção do Hospiovidêntal, as Irmãs da Divina Pr Pro cia estiveram presentes na comunidade. Elas solicitaram um padre capelão que atendesse à comunidade religiosa e aos pacientes do hospital. Vieram os Padres Franciscanos ranciscanos. As irmãs ficaram até 1993, os freis até 2005. Depois de funcionar como Curato por 31 anos, a comunidade foi elevada a paróquia através de decreto do nosso arcebispo Dom Murilo, em 12 de fevereiro de 2005. Com 16 mil habitantes, ela tem como maior desafio atender a população empobrecida distribuída em quatro favelas: duas delas perto da Matriz, uma custos das comunidades. A principal festa é a de Sant'Ana, realizada no dia 26 de julho, reunindo milhares de pessoas nos três dias do evento. Liturgia - As celebrações são bastante participadas, sobretudo pelos moradores mais antigos. Nos últimos anos, a paróquia cresceu muito e é um desafio fazer com que os novos moradores participem, mesmo com as visitas às casas. Quatro equipes, uma por igreja, cuidam da liturgia nas celebrações. Elas participam de duas formações por ano: em março e agosto, com especialista convidado para prestar a formação. A primeira capela da comunidade foi construída em 1923. Depois, a antiga deu lugar a uma nova construção, que nos anos seguintes passou por reformas e ampliação. A última obra foi há cerca de 10 anos nas escadarias missa das crianças, em que os pais também são convidados. Os catequistas participam das formações oferecidas pela Coordenação Arquidiocesana. Os coordenadores participam de formações na comarca e repassam os conhecimentos em suas comunidades. Dízimo - A comunidade tem consciência da oferta do Dízimo e o trabalho caminha bem. São 350 famílias que fazem a oferta mensal através de carnês. Em todas as celebrações uma equipe fica à disposição para receber a oferta. Todo o valor é aplicado nos trabalhos pastorais. O valor recebido nas festas e aluguéis é utilizado na administração dos Dimensão Social - O trabalho social é realizado através da Creche Frei Antônio. Criada há mais de 30 anos pelo Frei Antônio Frink en OFM para acolher as cririnken anças da comunidade, atualmente a creche atende cerca de 300 crianças, do berçário aos seis anos, o dia inteiro. A creche é administrada pela Ação Social. O prédio foi construído em um terreno da paróquia. No início, funcionava como espaço de formação profissional para os jovens e creche. Aos poucos se transformou em apenas creche. A manutenção financeira é feita através de repasses feitos pela Prefeitura e 15% do dízimo da Matriz. Uma história construída a partir do Hospital Psiquiátrico A construção da primeira capela na localidade data de 1923. A comunidade teve seu crescimento acentuado com a instala- ção do Hospital Colônia Sant'Ana, inaugurado em 10 de novembro de 1941. O hospital constitui-se num marco histórico da assistênFoto/JA Hospital já chegou a ter 2.300 internados, hoje tem pouco mais de 500 cia psiquiátrica no Estado. Ele concentrou o atendimento aos doentes mentais que estavam nos manicômios em Joinville e em Azambuja, Brusque. Quando da inauguração, o Hospital contava com 300 leitos, para onde foram trazidos os doentes dos dois "asilos". Com as ampliações que ocorreram nos anos seguintes, chegou a 1.070 leitos. No auge, atendeu mais de 2.300 pacientes, com um número bastante reduzido de funcionários. Era um caos. "Com o tempo, foram reduzidos os atendimentos e as internações. Atualmente abriga cerca de 500 pacientes", disse João Ernesto de Andrade (Mariquita), funcionário aposentado e voluntário da paróquia. Desde o início das atividades, as Irmãs da Divina Pr Pro ovidência estiveram presentes, assumindo quase todos os trabalhos. Chegaram a formar uma comunidade com 23 religiosas. Além do hospital, elas auxiliavam na comunidade. Cuidavam da Catequese, Liturgia e Ação Social. Uma das exigências da permanência das Irmãs na instituição era a presença de um padre capelão que atendesse às religiosas e aos pacientes do hospital. Essa solicitação foi atendida pelos Padres Franciscanos. Em 1972 foi criada a Fundação Hospital, que passou a administrar o Hospital. Com a falta de pessoal, aos poucos as Irmãs foram se retirando do Hospital até que em 1993 saíram definitivamente. Frei Antônio FFrink rink en OFM rinken OFM, que veio a ser o primeiro Reitor do Curato, foi o capelão que mais se destacou pelos serviços prestados por cerca de 22 anos, não só ao Hospital e à comunidade religiosa, como a todos os residentes nas cercanias do hospital. A 10 de junho de 1974, um Decreto de Dom Afonso Niehues criou o Curato de Sant'Ana, que funcionava, na realidade, como quase uma paróquia. A comunidade foi elevada a paróquia no dia 12 de fevereiro de 2005. A paróquia contava com quatro comunidades: duas desmembradas da Paróquia São Francisco de Assis, em Forquilhinhas, São José, e próprio Curato e a comunidade de Pagará. Como primeiro pároco, foi nomeado o Pe. Neri José Hof fmann Hoffmann fmann, que nela continua prestando seus serviços. Jornal da Arquidiocese GBF 11 Janeiro/Fevereiro 2009 GBF - vivendo a Fraternidade Divulgação/JA Novo livreto da Quaresma/Páscoa dos GBF dá início a uma nova jornada comunitária a caminho da Ressurreição Estamos iniciando mais um Tempo Litúrgico. O novo Livreto da Quaresma/Páscoa dos GBF dá inicio a uma nova jornada, reconhecendo a presença de Deus em todas as pessoas e nos momentos vividos "A caminho da Ressurreição", uma vida nova em Cristo. O Livreto torna-se um rico material para alimentar nossa espiritualidade quaresmal e pascal numa profunda reflexão, despertando-nos para uma sincera conversão pessoal, comunitária e social à luz da Palavra de Deus, na certeza de que Ele está entre nós. A Equipe de elaboração preocupou-se em destacar como fio condutor do Livreto a "Dignidade humana", buscando trabalhar a dimensão quaresmal e pascal e atendendo ao apelo da Campanha da Fraternidade. Na celebração inicial e nos 14 encontros, além da espiritualidade que é própria dos Grupos, o Livreto traz uma reflexão sobre o Tema: Fraternidade e Segurança Pública, e o Lema: "A paz é fruto da justiça", no meio urbano e rural, na família e na escola, nos cárceres e nos meios de comunicação social. Com coragem e perseverança, os Grupos Bíblicos em Família estarão em comunhão com a Igreja no Brasil e com as pastorais, movimentos e organismos de nossa Igreja Arquidiocesana, contribuindo para a promoção do respeito à dignidade humana, da paz e da justiça social, na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Uma maneira de abraçar a vivência da caridade, do amor fraterno e da solidariedade nos GBF é fazer acontecer a "Igreja nas casas", num tempo em que a sociedade e a Igreja no mundo todo vivem o grande desafio da Cultura da Paz. GBF assumindo compromissos Contam alguns animadores e animadoras dos GBF que a experiência vivida no tempo do Advento/Natal de 2008 foi muito válida, e que as ações concretas sugeridas nos livretos dos três tempos litúrgicos deveriam ser assumidas com mais empe- nho, para despertar nas pessoas a vida em comunidade e o compromisso cristão. Essas experiências também acontece- ram em outras paróquias da Arquidiocese. Acompanhe o relato de duas experiências vividas no Natal. Grupos Bíblicos em FFamília amília da paróq uia São João paróquia Ev angelista - Biguaçu Evangelista “Os encontros em preparação para o Natal em nossa Paróquia São João Evangelista foram muito bem participados e com todo apoio do Pároco e dos Vigários. Cada comunidade realizou seu encerramento com a apresentação dos enxovais de bebê conseguidos durante os encontros. Ainda preparamos as encenações natalinas, os momentos de confraternização e partilha e o tradicional amigo secreto”. “Quem está com Cristo não teme nada nem ninguém”, diz Papa “Num mundo cheio de medos, quem está com Cristo não teme nada nem ninguém, porque Ele é o verdadeiro Senhor do mundo e, se estamos unidos a Cristo, não precisamos temer inimigos ou adversidades”. Essas foram as palavras pronunciadas pelo Papa Bento XVI, na audiência geral da quarta-feira, 14-1, enquanto meditava as duas epístolas de São Paulo: as Car tas aos Colossenses e aos Efésios. Falando da Pessoa de Cristo, Bento XVI afirmou que “tanto numa como noutra carta, Jesus Cristo é designado como ‘Cabeça’. E prosseguiu, “Ele é antes de mais nada o Chefe, que dirige e guia a comunidade cristã, e é também a Cabeça, pois comunica a sua vida a todos os membros do seu Corpo. Mas Cristo é também considerado o Chefe das potências celestes e do cosmos. Cristo, que nos amou e se entregou por nós, está acima de todo e qualquer poder que pretendesse humilhar o ser humano. Unidos a Cristo, não devemos, portanto, temer o que quer que seja”. Libertação GBF da Paróquia de Forquilhinhas organizam enxoval para as gestantes Grupos Bíblicos em FFamília amília da paróq uia São FFrancisco rancisco de paróquia Assis - FFor or quilhinha. orq Os GBF da paróquia, contam com aproximadamente 60 grupos atuantes, com o apoio do Pároco e de outros padres. “Os encontros de preparação para o Natal foram bem participativos, lançamos a campanha do enxoval de bebê e arrecadamos muitas roupinhas, fraldas etc. Tudo foi repassado para a coordenação da Ação Social da Paróquia, que pode ajudar várias gestantes carentes da comunidade. Sentimos a alegria das famílias no dia do encerramento, podendo ajudar a quem necessita. Foi uma experiência maravilhosa”. Membros de um Grupo Bíblico em Família da Paróquia de Biguaçu O Santo Padre observou que “para o mundo pagão esta revelação de São Paulo constituía uma libertação. Também os pagãos de hoje vêem o mundo cheio de poderes perigosos, mas quem está com Cristo não teme nada nem ninguém, concluiu o Papa, exortando: “Num mundo cheio de medos, também nós, cristãos, havemos de aprender que Cristo, para além de toda e qualquer dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo”. TUDO EM 5 X SEM JUROS = Jóias - Relógios - Óculos = = Diversas Marcas = Florianópolis - Fone Centro, Shopping Itaguaçu e Shopping Iguatemi Santa Catarina (48) 3222-8680 12 Artigos Janeiro/Fevereiro 2009 Jornal da Arquidiocese Centenário Pe. Manoel João Luís da Silva - Padre Lagunense Divulgação/JA Manoel João Luís da Silva nasceu em Laguna no dia 19 de dezembro de 1827. Passou a adolescência, dos 12 aos 15 anos, como caixeiro em Imaruí, na casa de seu padrinho. Alimentando o desejo de ser padre, conseguiu uma pensão dos cofres provinciais catarinenses e em maio de 1846 foi para o Rio de Janeiro. Matriculou-se no Seminário São José do Rio Comprido, prestigioso e sério centro de formação humana e intelectual. Ali foi ordenado presbítero em 4 de agosto de 1853, pela imposição das mãos do bispo Dom Manoel do Monte Rodrigues de Araújo, Conde de Irajá, sob cuja jurisdição se encontrava o território catarinense. No mesmo ano, em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, celebrou sua Primeira Missa na Matriz de Laguna, pregando do altar de Nossa Senhora do Parto, sua madrinha. Trazia consigo a provisão de Vigário colado (vitalício) de Santo Antônio dos Anjos, assinada em 15 de setembro. Sua posse coincidiu com a Primeira Missa. Na histórica Laguna, Pe. Manoel, “Padre Maneca”, viveu e Busto do Pe. Manoel está colocado na praça em frente à Igreja de Santo Antônio dos Anjos, onde ele realizou a maior parte de seu ministério exerceu o ministério por longos 57 anos, até 1911. Nesse mesmo tempo foi vigário interino de Santana de Vila Nova (1856), colado de Nossa Senhora da Piedade de Tubarão (1855), encarregado de São João Batista de Imaruí (1876-1877) e de Santana do Mirim (1899). Ingressando na política, foi Deputado Provincial, como Su- plente convocado à Legislatura (1858-1859). 12ª Filho de Laguna Era alto, magro, claro e corado, olhos azuis, cabelos grisalhos. Inteligente e preparado, todos o respeitavam. Nail Ulisséa, historiadora lagunense, descreveu Pe. Manoel como “filho de Laguna, in- teligência brilhante, caráter exuberante, orador sacro magnífico, uma bonita voz de tenor e extremamente hábil em angariar simpatia. É indiscutível que a população lhe devotava uma amizade e um carinho que chegava às raias da veneração, e com isso conseguiu manter acesa a luz da fé em seus paroquianos. Em 1904, quando completou seu jubileu de ouro sacerdotal, teve a maior homenagem que Laguna já prestou a um de seus filhos. Ao encerramento das festividades, subiu ao púlpito, junto ao altar de Nossa Senhora do Parto, sua madrinha, e a quem dedicara sua primeira missa, para agradecer ao povo e formulou a mais bela peça oratória de sua carreira. Dirigiu-se aos paroquianos pedindo perdão por não os ter dirigido melhor, pedindo, entre lágrimas, que esquecessem todas as faltas que havia cometido. O auditório chorava juntamente com ele” (cf. Três séculos da Matriz, 1976, p. 193). A tradição oral fala de uma verdadeira confissão pública dos pecados. Vigário Geral Com a criação da diocese de Florianópolis, em 1908, os anti- gos padres “brasileiros”, formados no Padroado imperial, patriarcas em sua comunidade, não eram bem vistos pelo novo bispo e pelo clero alemão e italiano, particularmente por serem casados. Buscou-se aposentá-los. Foi o que Dom João Becker sugeriu ao Pe. Manoel, que detinha o título vitalício de vigário colado, portanto inamovível: deu-lhe o título de Vigário Geral Honorário da Diocese de Florianópolis em 30 de abril de 1911. No dia seguinte, 1º de maio, Pe. Manoel renunciou ao título de vigário colado. Já apresentava sinais de doença e muita fraqueza, acentuadas pela promoção/punição da Igreja que o afastara do rebanho. Em 26 de junho do mesmo ano pediu a confissão e o viático. Três dias depois, na festa de São Pedro e São Paulo, morria placidamente. Chorando seu velho pastor e pai espiritual, quase toda a Laguna acompanhou seu enterro. Padre Manoel João Luís da Silva vivera 84 anos, 57 como vigário de Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Deve-se muito a ele o forte catolicismo lagunense e das adjacências. Pe. José Ar tulino Besen Artulino Ecumenismo Que cesse a violência, e a injustiça. Defendamos a vida. Nós, cristãos, judeus e muçulmanos da cidade de Florianópolis, SC, estamos fortemente comprometidos com a promoção do diálogo a favor da verdade e da justiça, da cooperação entre os povos, as culturas e as religiões. Imbuídos pelo espírito da paz e da fraternidade, estamos convencidos de que é sempre possível encontrar métodos pacíficos e justos para a solução de conflitos, desde que exista sinceridade e clareza de intenções por parte dos beligerantes. Tal é o que temos demonstrado em dois significativos encontros entre judeus, cristãos e muçulmanos, realizados no Instituto Teológico de Santa Catarina, em 2005 e 2007, como também nas reuniões de diálogo entre cristãos e muçulmanos, realizados também na sede da comunidade muçulmana de Florianópolis. Temos acompanhado com aflição a situação de guerra recentemente agudizada em território palestino. Percebemos que há violência, há mortes, há muito sofrimento de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, sobretudo da parte palestina. Pessoas inocentes estão sendo desrespeitadas em seus direitos de viver em paz e com dignidade. E lastimamos profundamente que povos de uma mesma raiz semita e abraâmica se agridam, mesmo que com motivos que lhes pareçam "justos". Lutamos por uma cultura da paz: haverá paz na medida em que as pessoas acreditarem na paz. Lutamos pela justiça: haverá justiça na medida em que saibamos ser justos em todos os nossos projetos e nossos atos. Acreditamos na vivência e convivência em segurança para todos os seres humanos. Nossa fé nos permite crer que a justiça, a paz e o perdão são possíveis. Em nome das iniciativas, humildes mas sinceras, de diálogo e convivência entre judeus, cristãos e muçulmanos, já realizadas na cidade de Florianópolis, quero expressar minha posição contrária às políticas de agressão praticadas na terra Palestina. E ofereço minha singela contribuição para que judeus e muçulmanos possam continuar a conviver em paz em qualquer lugar do mundo, como a história mostra ser possível em nosso ambiente, dentre muitos outros. Conclamo os irmãos judeus e palestinos residentes em Florianópolis a continuarmos firmes nos esforços de diálogo, respeito mútuo, convivência pacífica, cooperação por uma cidade melhor. E podemos assim acreditar que isso é possível também no Oriente Médio. Alcançar a paz é uma prioridade para toda a humanidade. Urge apoiar todos os projetos concretos que buscam alcançar esse objetivo entre pessoas, povos, culturas, religiões, no respeito da verdade e da justiça. Aos líderes da comunidade internacional, imploramos que trabalhem com afinco para promover o diálogo e a paz, esquecendo os interesses geopolíticos das potencias centrais. E nos comprometemos a continuar trilhando os caminhos do diálogo, da cooperação e da convivência pacífica entre povos, culturas e religiões no chão onde nos encontramos, para que a bênção do Deus único nos fortaleça na prática da justiça e defesa da vida de todas as suas criaturas. Florianópolis, 20 de janeiro de 2009 P e. Elias W olf Pe. Wolf olfff Coordenador da Comissão Regional para o Diálogo Ecumênico e Interreligioso Regional Sul IV da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Leia mais: www.itesc.ecumenismo.com Jornal da Arquidiocese Missão 13 Janeiro/Fevereiro 2009 Semana Missionária em Florianópolis Assuntos abordados Os assuntos abordados naqueles cinco dias deixaram os participantes mais esclarecidos sobre a identidade missionária da Igreja, identidade que retomou sua força na importante conferência de Aparecida. Panorâmica missionária aulo No primeiro dia, o Pe. P Paulo De Coppi - diretor do Missão Jovem - apresentou uma ampla panorâmica sobre a situação missionária no mundo de hoje, destacando as problemáticas e as perspectivas que se abrem para a Igreja no terceiro milênio . No debate que se seguiu, diversas pessoas se expressaram: Roselaine - catequista de Saudade, SC, impressionada com o que ouviu, destacou: "Ao conhecer a realidade da situação atual da evangelização do mundo, a responsabilidade se torna bem maior para a nossa Igreja e para cada batizado'. Mônica - Cidade de Deus, RJ: “Cheguei aqui desanimada, mas, depois dessa belíssima palestra, sinto que esse ardor missionário precisa ser reacendido em meu coração. Os desafios existem, para que os superemos”. Divugação/JA De 5 a 10 de Janeiro, a Equipe do jornal “Missão Jo Jovvem em”” realizou a IV Semana de Conscientização Missionária. Pela sua abrangência e conteúdos considerei interessante participar com vocês os ecos desse acontecimento entre os participantes. Desta IV Semana de conscientização Missionária participaram padres, seminaristas e lideranças de dezenas de dioceses do Brasil. As nossas igrejas locais são insistentemente chamadas a se tornarem cada vez mais missionárias. Esses encontros já colheram frutos concretos: diversas pessoas, padres e leigos chegaram até a decisão de doarem alguns anos de sua vida como missionários em outros países. Missão Universal No segundo dia, o Pe. Braz Brazmissionário do PIME, formado nas Filipinas, apresentou uma ampla visão da missão universal e as diversas possibilidades de engaja-mento. Dirigindo-se aos padres diocesanos, que pretendem realizar uma experiência missionária em outros continentes, apontou duas modalidade de realização: como presbítero "Fidei Donum", engajando-se numa diocese de missão, ou como missionário "Associado ao PIME". Nessa segunda modalidade, ele realizará sua missão junto com os missionários do PIME, desfrutando de sua experiência missionária e tendo igualdade de direitos e deveres. No debate que se seguiu, sentiu-se que a palestra tocou profundamente os participantes a ponto de alguém se declarar disposto a realizar, mais adiante, essas experiências missionárias mais exigentes. Houve também quem se dispusesse a colaborar na animação missionária em sua diocese ". Missão Continental rancisco Wloch O Pe. FFrancisco Wloch, pároco da Catedral e sub-secretário do Regional Sul IV,SC, foi quem apresentou a Missão Continental. A idéia nasceu na Conferência de Apare-cida e foi definitivamente lançada no 3º CAM (Congresso Missionário Americano) em Quito (Equador). Partindo de sua experiência e Celebração com os participantes da Semana Missionária - 2009 da realidade pastoral de nossas igrejas, Pe. Francisco apresentou, em grandes linhas, o grande desafio da realização da Missão Continental, convocada com urgência para evangelizar a massa de católicos batizados, mas não suficientemente evangelizados, para que assumam sua missão no mundo. No debate a seguir, Priscila declarou: "Acredito na Missão Continental, sim, e também que ela precisa começar em mim, por nós lideranças, que nos dizemos seguidores de Cristo. Por pessoas motivadas, alegres, entusiastas e conduzidas pelo Espírito de Deus. Tenho desejado isso no meu coração. Esta formação foi uma providência e uma resposta de Deus para mim". Missão, Diálogo Ecumênico e Inter-religioso Divugação/JA Pe. Elias W olf Wolf olfff, prof. no ITESC, foi quem desenvolveu esse tema. Pe. Elias agradou e suscitou uma série de perguntas sobre a problemática que o tema envolvia. Foi geral o sentimento de que os católicos são chamados a sair do individualismo religioso, a buscar entendimento e criar comunhão com os outros cristãos. Qual deveria ser a nossa atitude para com as outras religiões? Devemos ter em conta o pluralismo religioso e, sem perder a nossa identidade, convencer-nos de que os católicos devem estar abertos ao diálogo. Dessa forma ficariam enriquecidos com os valores que o Espírito, ao longo da história, foi semeando nas outras culturas e religiões. Missão nas pequenas coisas do dia-a-dia As celebrações sempre fizeram parte do dia-a-dia de todos os participantes O tema foi apresentado pelo Pr of. Carlos Mar endal. Sem dúProf. Marttendal vida, a sua foi considerada uma das melhores palestras do encontro. Ele tocou o coração de todos e fez repensar a vida de cada par ticipante. Priscila, coord. da catequese de Osório, RS, testemunhou: "Só por esta palestra, teria valido a pena vir a Florianópolis. Carlos me fez lembrar fatos de minha vida, de coisas e pessoas que foram importantes e eu não sabia. Que Deus tem maneiras misteriosas de agir em nossa vida, e que cada dia é dia de eu aprender o valor das pequenas coisas". A dinâmica do vaso de barro que se deixa quebrar para se dar de presente aos outros... foi uma síntese da espiritualidade missionária. O Profº Carlos nos transmitiu uma paz e amor muito grandes. Fiquei encantada por sua pessoa". O jeito de ser missionário Volnei Lazzari Lazzari, da Equipe do “Missão Jovem”, apresentou esta última palestra, muito elogiada pela forma simples, motivadora e dinâmica por ele usada.Volnei apresentou as características dos discípulos que Jesus havia chamado: * Pedro: autêntico, decidido, sincero. * André: prático, convida as pessoas a se encontrarem com Jesus. * João: fiel, amável, confiável. Salomão, seminarista de Caratinga,MG, concluiu: "Após a palestra de Volnei, penso que se eu não conseguir ser autêntico como Pedro ou tão amante como João, que eu seja ao menos um apresentador como André. Que a motivação seja a minha grande estrela do Oriente para o meu caminho de missão. Avaliação do Encontro Priscila Hirose, dias após o termino da Semana, enviou-nos, de Osório,RS, o seguinte testemunho: "Esse encontro, pela experiência de todos os momentos: acolhida, reflexões, passeios, oração, partilha, formação, alegria... proporcionou-me tempo de cuidar um pouco de mim antes de cuidar dos outros como venho fazendo na minha atividade pastoral. Já sinto a falta de todas as pessoas com quem convivi nesses dias. Foi um grupo marcante. Quero também mencionar que encontrei, nas pessoas que organizaram esse encontro, um grande testemunho de amor à missão, o que me alegrou profundamente. Teria muitas coisas a dizer, mas não encontro palavras. Levo a alegria de ser missionária." Pe. P aulo De Coppi - PIME Paulo Missionários da Arquidiocese Agradecemos ao Pe. V Valdir aldir cino A tílio Gercino Atílio Staehelin e ao Pe. Ger Piazza que, após a missão realizada no Mato Grosso do Sul, MS, voltaram para a Arquidiocese, para aqui assumirem outro trabalho. Estão de férias entre nós também o Pe. Josemar Silv a e o Pe. Jacob Ar cher Silva Archer cher, missionários na Bahia. Bem vindos e bom descanso! Da Guiné Bissau chegou a missionária Ir Ir.. Elisabe odrigues Elisabette R Rodrigues odrigues, MI. Ela está descansando na casa dos pais no Alto Aririú, Palhoça E para nos surpreender, a nossa caríssima missionária leiga Célia Ber Berttoldo Sar Sarttori ori, após 5 anos de missionária em Porto Murtinho,MS, também está de volta para descansar e se preparar para nova missão na Guiné Bissau. Ela partirá em março com Dom Pedro Zilli PIME, bispo de Bafatá. A todos e todas agradecemos pelo extraordinário testemunho missionário que estão oferecendo à nossa Igreja Arquidiocesana. Que seu exemplo favoreça o aparecer de novas vocações missionárias. 14 Geral Janeiro/Fevereiro 2009 Foto JA Irmã Lourdes 50 anos dedicados à vida religiosa Há 50 anos elas deu o seu “sim” e dedicou a sua vida aos irmãos. No dia 08 de dezembro de des Barbosa Ri1958, Irmã Lour Lourdes beir o fez os seus votos temporáribeiro os. Para celebrar a data, foi realizada uma missa na residência episcopal com a presença dos funcionários, local onde há 17 anos a Irmã presta os seus serviços. Na entrevista que segue, ela fala sobre o despertar de sua vocação, lembra a história do Instituto das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, sobre os 27 anos dedicados ao atendimento dos bispos, da falta de vocações religiosas e deixa uma mensagem para os jovens. JA - Como foi despertada sua vocação para a vida religiosa? Irmã Lour des - Aos 8 ou 9 Lourdes anos, em Lagoinha, minha terra natal, no interior do Estado de São Paulo. A motivação veio a partir de uma religiosa que todos os anos rezava o terço na comunidade. Por morar no sítio, achava que seria muito difícil eu ser religiosa. Não tínhamos colégio. Meu pai pagava aulas particulares para estudarmos. Graças ao apoio do Pe. Francisco Elói de Almeida, fui convidada pela Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico a conhecer o Instituto. Fui e fiquei dois meses em experiência. Depois passei a postulante, vesti o hábito e fui para o noviciado. No dia 08 de dezembro de 1958, fiz a primeira profissão temporária. Doze Irmãs fizeram os votos junto comigo. Fiquei mais três anos até que fiz os votos perpétuos, com mais oito irmãs. Nessa época os votos eram feitos sempre no dia 8 de dezembro. JA - Fale um pouco sobre a sua congregação. Irmã Lour des - O Instituto das Lourdes Pequenas Missionárias de Maria Imaculada nasceu em São José dos Campos, SP. A cidade era conhecida pelos benefícios que trazia para a cura da tuberculose e grande número de pessoas a procuravam. Em 1922 a jovem professora paulista, Dulce Rodrigues dos Santos, com 21 anos, foi encaminhada para se curar da tuberculose. Sentindo o chamado para a vida religiosa, logo que teve a saúde restabelecida, começou a visitar os doentes e levar-lhes a Palavra de Deus. O trabalho chegou ao conhecimento de Dom Epaminondas Nunes d'Ávila e Silva, 1º Bispo de Taubaté, Diocese a que, então, pertencia São José dos Campos. Ele muito desejava organizar uma associação religiosa que assistisse aos tuberculosos e viu na jovem Dulce essa possibilidade. Assim, o instituto foi criado em 15 “ Dos 50 anos de vida religiosa, 27 foram dedicados ao atendimento de bispos Deus pede uma doação total. Se não houver esse compromisso, a vocação não deslancha”. de agosto de 1932. Vinte anos depois, em 1952, o papa Pio XII assinou o "decreto de Louvor", tornando-a Congregação de Direito Pontifício. Entrei na congregação nessa época. Hoje estamos presentes em cinco Estados do Brasil, em Portugal e em Roma, Itália. Além do atendimento aos doentes, também atendemos os padres idosos e pessoas idosas da comunidade em regime de pensionato. Em Santa Catarina, temos quatro casas: em Joinville, atendendo ao Hospital Regional Hans Dieter Schmidt; em Rio d'Oeste, no Hospital de Caridade Luiz Bertoli; em Itajaí, no Hospital Marieta Konder; e em Retalhos do Cotidiano Gotas Todos os dias vejo o mar. Majestoso, às vezes calmo, às vezes irritado. Nunca havia pensado no número de gotas de água que ele contém. Então lembrei-me de um santo: Francisco de Sales, que viveu no século XVII. Da contemplação do mar e da meditação sobre o amor de Deus, resultou a oração: “Abismai esta gotinha, que é o espírito que me destes, Senhor, no mar de vossa bondade, de onde procede”. Riso Aluguel Espalhados pela cidade, vários outdoors com uma mensagem interessante: “Odeio pagar aluguel”. Quando passarmos para a outra margem, oxalá possamos dizer como o salmista: “Habitarei na casa do Senhor pelos tempos infinitos” (Sl 22[23],6). Com tudo de graça. E com paz e felicidade plenas! É Deus quem nos capacita para fazermos o bem (cf. 2Cor 3,5). E há homens e mulheres muito capazes que preferem passar por incapazes quando isso pode ajudar, de alguma forma, um irmão. São santos. Fazem um bem enorme. "Contanto que eu consiga o triunfo da caridade a todo o custo, pouco se me dá de passar por um incapaz", dizia João XXIII! “Poleirite” Tantos de nós parece que sofremos de uma doença cujo nome é pouco conhecido: “poleirite”! Queremos estar sempre no poleiro, por cima, em posição de mando, de 'autoridade', esquecidos de que o poleiro só serve para as aves pousarem e dormir... Se Deus nos deu a oportunidade do poleiro, não façamos dele outra coisa que não ocasião de descer para servir. É no chão da vida que encontramos verdadeiramente os irmãos, e não nos poleiros; é no chão da vida, servindo os irmãos, que encontramos a plataforma para nos guindarmos aos céus! JA - Dos seus 50 anos de vida religiosa, 27 deles foram dedicados ao atendimento de bispos. Pode falar sobre esse trabalho? Irmã Lour des - De 1981 a 91 Lourdes trabalhei na residência episcopal em São José dos Campos, quando Dom Eusébio era o bispo local. Quando ele veio para Florianópolis, eu o acompanhei e aqui fiquei durante o período em que foi Arcebispo. Continuei com Dom Murilo. Antes havia trabalho em vários locais, sobretudo na administração dos refeitórios de hospitais. O atendimento aos bispos é um trabalho im- portante porque eles precisam de nós, assim como precisamos deles. Sem a Eucaristia nossa vocação é morta. E eles precisam de alguém que cuide de suas coisas, suas roupas, suas vestes litúrgicas, administre a casa. Durante o dia, temos momentos de oração e meditação, e diariamente participamos da Eucaristia. Isso faz parte da vida religiosa. A pessoa que não vai à missa constantemente perde o espírito religioso. JA - A senhora é de um tempo em que eram abundantes as vocações religiosas. A que se deve a falta de interesse dos jovens por seguir a vida religiosa? Irmã Lour des - De uns anos Lourdes para cá diminuíram bastante as vocações. Apesar disso, minha Congregação ainda atrai jovens generosas. Neste ano, quatro irmãs farão a primeira profissão, outras três os votos perpétuos e uma outra celebrará Bodas de Prata. Deus pede uma doação total. Se não houver esse compromisso, a vocação não deslancha. Os grupos de jovens deveriam contribuir com mais vocações para a vida consagrada. JA - Que mensagem deixa para os jovens que sentem o chamado para a vida consagrada? Irmã Lour des - Eles devem Lourdes procurar o grupo vocacional da comunidade onde moram. Ser religioso, religiosa, padre, vale a pena. É uma graça muito grande a vida religiosa e sacerdotal. Carlos Martendal Carro Beija-Flor Saindo do convento, ela encontrou o beija-flor caído, sem ânimo para voar. Acolheu-o na mão, colocou água com açúcar no bico e deitou-o com carinho num lugar em que pudesse descansar. Pouco depois, recuperado, ele voou. E ela alegrou-se! Beija-Flor 2 O que Irmã Rosely fez, mostrou um pouco do jeito de ser do Pai. Às vezes, nós somos esses beija-flores caídos e sem ânimo para voar. Então, quando mais precisamos, por alguém o Pai nos dá "água com açúcar", coloca num lugar onde a recuperação um dia nos alcança e, no tempo certo, no tempo dEle, permite que voemos de novo. O último vôo será para Seus braços paternos. Então muito se alegrará. E nós com Ele! Foto/JA “Os fariseus riam de Jesus” (Lc 16,14). Ah, se eles tivessem rido para Jesus... Como seria diferente! Também o riso revela o que vai no coração... Capacidade Florianópolis, no arcebispado. Jornal da Arquidiocese Sem rodas, sem vidros, todo enferrujado, lá vai ele, em cima do carro-guincho. A quantas pessoas serviu, o velho Gol mais que desbotado, quantas conversas ouviu, por quantas paisagens andou... Milhares de quilômetros rodados, sempre servindo, sem nunca reclamar do calor, ou do frio, ou dos buracos. Cumpriu sua missão em silêncio. Vai agora para o ferro-velho, onde logo será prensado e vendido. Daqui a pouco, parte dele estará, talvez, em outro carro novo, como ele mesmo um dia já fora. Ninguém o reconhecerá... Lá vai ele, o velho carro! Porta Estou lendo o Apocalipse: “Quem abrir a porta, eu entro em sua casa e janto com ele, e ele comigo” (3,20). E recordo João Paulo II: “Abram as portas para Cristo!”. E Bento XVI: “Abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a verdadeira vida”. É uma luta de cada dia, essa abertura. Tão mais fácil é fechar-Lhe as portas. Mas, e aí? Como se fica? Perde-se o rumo, o gosto pela vida verdadeira vai embora, tudo se torna meio sem graça... Abramos, abramos as portas a Quem quer viver conosco os dias de 2009. Então, sim, será um feliz Ano Novo! Jornal da Arquidiocese Mundo 15 Janeiro/Fevereiro 2009 Estado da Cidade do Vaticano completa 80 anos Irmã Dulce é reconhecida como Venerável A Congregação para a Causa dos Santos do Vaticano anunciou voto favorável e unânime sobre as virtudes heróicas da onServa de Deus Dulce Lopes P Pontes es. Os votos serão transmitidos ao Papa Bento XVI que poderá conceder à Serva de Deus o título de Venerável. O anúncio foi transmitido no Brasil pelo arcebispo Dom Geraldo Majella Agnelo e o decreto será publicado logo após a assinatura de Sua Santidade. O título é o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu em grau heróico as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade e permite que a causa de beatificação da freira cumpra sua última etapa: a confirmação do milagre que deve passar pela última análise até o final deste ano. Com o anúncio do título, resta agora apenas a comprovação do milagre. A expectativa é de que até o início de 2010 essa fase esteja concluída e os fiéis possam aguardar o anúncio da beatificação. A Campanha da Fraternidade 2009 (CF), promovida pela CNBB, terá sua abertura no dia 25 de fevereiro, na Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). Esta é a segunda vez que a abertura da CF não é feita em Brasília. Em 2007, a Campanha abordou o tema “Amazônia” e teve sua abertura em Belém (PA). De acordo com o secretárioexecutivo da CF, P adre José Adalber anzella dalbertto V Vanzella anzella, a abertura da CF será durante a Missa da Quarta-feira de Cinzas (25/02), às 9h, na Basílica de Aparecida, seguida de uma entrevista coletiva. "Aparecida foi escolhida por ser o Santuário Nacional, já que a Campanha da Fraternidade também é nacional", resume o secre- Divulgação/JA Para celebrar a data, será lançada uma edição especial de sete selos e um folheto comemorativo. Os selos terão a imagem dos sete Papas desde a sua criação em 1929, pelo Tratado de Latrão (Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI). O folheto, por sua vez, irá reproduzir um mapa do Estado e custará 2,80 euros. No calendário das comemorações, consta também uma mostra que será exposta a partir do dia 12 de Fevereiro. Entre os documentos e objetos da exposição, há o texto original do Tratado de Latrão. Ainda em Fevereiro, os Correios do Vaticano irão lançar também quatro selos, celebrando o santuário de Nossa Senhora da Europa, localizado em Gibraltar, pequeno território britânico ao sul da península ibérica. Abertura da CF será na Basílica de Aparecida Pela segunda vez Basília de Aparecida sediará a abertura da Campanha tário. A Missa será presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis, e a homilia será proferida pelo secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa. Segurança Pública é um dos principais problemas A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) divulgou neste início de ano o seu relatório anual que traça um panorama das violações dos direitos humanos no mundo. Em cerca de 600 páginas, a ONG faz o levantamento das violações dos direitos humanos em mais de 90 países. No Brasil a “crise da segurança pública” é um dos destaques. Aproximadamente 50 mil homicídios ocorrem a cada ano no país. Além do problema da violência urbana, as condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos in- dígenas e camponeses sem-terra e a impunidade fazem parte do relatório da ONG internacional. De acordo com as estatísticas oficiais, o número de presos subiu para 440 mil. Aproximadamente 43% desses presos ainda não foram devidamente julgados. Correios lançam selo para Dom Helder No início de fevereiro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) lançará o selo comemorativo do centenário de nascimento de Dom Helder Câmara Câmara. A desenhista vencedora do concurso é Silvania Branco, que criou a imagem do bispo com a silhueta da Igreja das Fronteiras ao fundo. A Igreja das Fronteiras, do Recife (PE), foi onde Dom Helder viveu e morreu, e ainda há, para completar o selo, as figuras em silhueta dos pobres que constantemente estavam por ali, esperando a palavra e a ajuda do “bispo da Justiça”. “Este é o primeiro selo de Vaticano lança canal no YouTube Silvania Branco como artista. Ela começa lançando para o mundo a imagem e o ambiente em que viveu o ‘Profeta da Paz’, na sua iluminada vida de 90 anos conosco, encantado agora como um santo, no céu”, diz Valdemir França, da Assessoria de Comunicação do Regional Nordeste 2, da CNBB. De acordo com Valdemir, o selo do centenário foi uma aspiração maior de todos os que, unidos, pensaram esse centenário: “Desde os primeiros contatos com os Correios, em Pernambuco, em 2007, já se sentia o interesse de que o selo fosse uma realidade, defendida em Brasília e capaz de contagiar todo o Brasil, pela beleza de levar a todos os lugares da terra a imagem do homem que o mundo amou de forma definitiva”, completa. O diretor da Sala de imprensa do Vaticano apresentou, no dia 23/01, simultâneamente à mensagem de Bento XVI para o 43º Dia Mundial das Comunicações Sociais, o novo canal do Vaticano no “YouTube”. Padre Federico Lombardi definiu como “uma evolução natural que responde à necessidade da presença da Igreja no mundo”. E que esse canal é “o início de um caminho de desenvolvimento e compromisso tanto na oferta dos conteúdos como no seu aspecto técnico”. Cotidianamente serão colocados vídeos sobre a atividade do Papa e sobre eventos que acontecem no Vaticano, numa média de uma ou duas notícias por dia. Os conteúdos estarão disponíveis em inglês, espanhol, alemão e italiano. A página de entrada do canal terá diversos links, para permitir navegar e contactar com informação e documentação ampla sobre o Papa, o Vaticano e a Igreja Católica. Padre Lombardi afirma que “em todo o mundo há pessoas atentas e sensíveis, interessadas na mensagem, nas propostas, nas posições sobre os grandes problemas do mundo vindas da Igreja Católica”. Esta é uma oferta “não só aos católicos, mas para o público em geral”. Pe. Federico Lombardi sublinha ainda que este não é um trabalho exclusivo do Vaticano. “Estamos naturalmente em contato com toda a Igreja espalhada pelo mundo e por isso, formamos uma ‘rede dentro da rede’”. Henrique de Castro, Diretor da “Media Solutions di Google”, afirmou que a Igreja Católica percebeu a oportunidade que a Internet e as novas tecnologias têm para oferecer, de forma a difundir a sua mensagem, e já aderiu. O canal da Internet representa uma perfeita combinação entre a continuidade e a inovação e sobretudo contribui para manter unida a Igreja católica espalhada pelo mundo. Pe. Lombardi concluiu a apresentação dessa iniciativa referindo que “o Papa foi pessoalmente informado e aprovou-a com a sua habitual gentileza e cordialidade”. 16 Geral Janeiro/Fevereiro 2009 Jornal da Arquidiocese Louvor de Verão reúne 15 mil Em sua 18ª edição, evento realizado em Camboriú mais uma vez o evento superou as expectativas dos organizadores deram acompanhar a Feira de Produtos Religiosos e a exposição vocacional, uma novidade nesta edição. Congregações religiosas montaram barracas para divulgar os seus carismas na busca de vocacionados. O evento contou com a pregação de Jacira Mourão Mourão, leiga do Rio de Janeiro, com muita experiência e já com várias passagens pela Arquidiocese. Ela começou a pregar aqui em 1995, convidada pelo Pe. Márcio, então ainda seminarista. “Muito me alegra ver como a Renovação cresceu aqui. Vejo avivamento, crescimento espiritual, nos ministérios e nas coordenações”, disse Jacira. A sua pregação foi divida em três partes: na primeira, tratou sobre o tempo de reconstrução - reconstrução de vidas, de esperança; na segunda, falou sobre a restauração da visão espiritual - quando o homem verdadeiramente vê Jesus e faz uma verdadeira conversão pessoal, Adoração ao Santíssimo foi um dos como São Paulo; e na terceira parte, sobre “somos momentos marcantes do “Louvor” Foto JA Mais de 15 mil pessoas estiveram reunidas no dia 25 de janeiro no Ginásio de Esportes de Camboriú, para participar do XVIII Louvor de Verão. Promovido pela Renovação Carismática Católica da Arquidiocese, o evento teve como tema "Enviou-me para que recobres a vista e fiques cheio do Espírito Santo" (At 9,17 c). O Ginásio ficou completamente lotado, mesmo com a ampliação que recebeu desde a última edição. Durante o dia, além de participar das pregações e da animação do Ministério de Música Divino Oleiro, os participantes pu- Jacira Mourão orientou o evento que reuniu mais de 15 mil pessoas e que a cada ano supera as expectativas dos organizadores templo de Deus” - somos chamados a guardar o sagrado. Um dos momentos marcantes do Louvor foi a Adoração ao Santíssimo, conduzida pelo Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira, pároco de Sagrado Coração de Jesus, em Antônio Carlos. A celebração de encerramento, às 16h, foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger Krieger. Na sua homilia, ele refletiu sobre a conversão de São Paulo. Fazendo a pergunta: “O que fez de Paulo um Apóstolo?”, a resposta veio dividida em três pontos: ter visto o Senhor; ter sido enviado; e ter dedicado totalmente sua vida para bem exercer a missão recebida. “Poderíamos colocar grandes faixas na frente de nossas igrejas com os dizeres: ‘A Igreja precisa de novos apóstolos Paulos’”, disse Dom Murilo. Pós-Graduação em Juventude conclui formação Foto JA 17 jovens concluíram a ultima etapa do curso Nos dias 17 a 31 janeiro, lideranças ligadas à juventude participaram da terceira e última etapa do curso de pós-graduação Latu Sensu. A formação foi proo TTeológico eológico movida pelo Institut Instituto de Santa Catarina - ITESC, em parceria com a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, de Belo Horizonte - MG, com a Coordenação Regional de Pastoral (Sul IV da CNBB) e a Coordenação Regional das PJs. Com o tema “Juventude, Religião e Cidadania”, dos 23 inscritos, 17 concluíram a formação, quatro deles da Arquidiocese. Eles terão até julho deste ano para apresentar as monografias. “Foi uma experiência inovadora e muito produtiva. Tivemos bons formadores e com uma visão bastante ampla da juventude, não apenas católica”, avaliou Cleber Rodrigues, um dos cursistas. Com um total de 450 horas, este foi o primeiro curso de pósgraduação em juventude no Brasil. O sucesso da primeira edição está motivando a realização do próximo curso, que deverá ser realizado no próximo ano. Dos participantes da Pós-Graduação, 17 concluíram a formação Centro Loyola promove cursos de Teologia para leigos O Centro Loyola está abrindo as inscrições para os cursos emática, Bíblia de Teologia Sist Sistemática, I e Bíblia II, Liturgia e Sacrament os, Espiritualidade, Ética mentos, cristã, e Cat eq uese Cateq equese uese. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 03 de março. Elas devem ser feitas na sede da instituição. Com duração de 160 horas/ aula, os cursos são divididos em duas etapas, com aulas às segundas e terças-feiras, das 19h30 às 22h, sempre no ITESC. Os cursos de Teologia, Bíblia I, Bíblia II, Catequese, serão às segundas-feiras, (início 02/03). Já os cursos de Liturgia e Sacramentos, Espiritualidade, Ética Cristã, serão às terças-feiras. (início 03/03) Os cursos destinam-se a leigos e leigas leigas, também religiosos e religiosas religiosas, que tenham cursado o ensino médio (antigo segundo grau) e que estejam engajados em alguma comunidade eclesial, com tempo e disposição para leituras de textos e elaboração de um pequeno trabalho no final de cada disciplina cursada. O investimento é de R$ 40,00 a matrícula e R$ 40,00 a mensalidade. Ao final, o certificado de conclusão terá uma taxa de R$ 10,00. Os cursos só funcionarão com turmas de, no mínimo, 35 alunos. No ato da inscrição, o aluno escolherá 1ª e 2ª opção de cursos de interesse. o Mais informações no Centr Centro Lo vir’ Loyyola ‘Amar e Ser Servir’ vir’, na sede do ITESC, avenida Dep. Antônio Edu Vieira,1524, Pantanal, em Florianópolis, ou pelo fone/fax (48) 3234-2449, pelo e-mail contat o@centr olo contato@centr o@centrolo oloyyolafpolis.org.br olafpolis.org.br,, ou ainda pelo site: www www.. centr olo centrolo oloyyolafpolis.org.br olafpolis.org.br.