Irmã Lourdes: 50 anos dedicados à vida religiosa consagrada
PÁGINA 14
Jornal da
Arquidiocese
“De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8)
Florianópolis, Jan/Fev 2009 Nº 142 - Ano XIII
Segurança Pública é
o tema da CF-2009
Três seminários comarcais prepararão
as lideranças para trabalhar o tema
da Campanha em suas comunidades
Nosso arcebispo Dom Murilo Krieger preside, no dia 25 de fevereiro, na Catedral, a celebração de lançamento da Campanha da
Franternidade de 2009, que tem como tema “Fraternidade e Segurança Pública”. Neste ano, a CF pretende suscitar o debate sobre a
segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz
nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade. Em seu
artigo, Dom Murilo reflete sobre o tema da Campanha. “Todo ato
de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência”, disse.
Nova Igreja Matriz dos Ingleses tem obras sacras de autoria do artísta sacro Cláudio Pastro
Ingleses ganha nova
Igreja Matriz
Celebração foi presidida pelo Cardeal Dom Eusébio Oscar
Scheid, que veio do Rio de Janeiro especialmente para o evento
A dedicação (consagração) da nova Igreja Matriz ao
Sagrado Coração de Jesus foi
realizada no dia 17 de dezembro. Todos os 1750 lugares
Catedral deve
ser inaugurada
em março
PÁGINA 03
Participe do
Jornal da
Arquidiocese
sentados estavam ocupados
pelos fiéis de todas as comunidades da paróquia. A construção conclui oito anos de
obras, desde 30 de junho de
Arquidiocese
perde três membros do Clero
PÁGINA 05
2000, quando Dom Eusébio,
então nosso Arcebispo, presidiu a bênção da Pedra Fundamental da construção.
Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança.
No seu projeto amoroso,
ele nos concedeu a liberdade de organizarmos
nossa vida pessoal e social. Foi aí que entrou o
pecado, a violência, a vingança. Mesmo assim,
Deus não se deixou vencer pelo mal, nunca pagou o mal com o mal. Foi
sempre um Deus do perdão. Desde a desobediência orgulhosa de Adão e Eva e do homicídio de Caim até o
assassinato de seu Filho Jesus Cristo, a reação de Deus sempre demonstrou confiança de que o ser humano pode, sim,
vencer o mal, superar os conflitos, garantir uma vida segura e
tranqüila para todos.
PÁGINAS 02, 04 e 05
PÁGINA 08
Novo secretário
da PJ assume
atividades
PÁGINA 0
7
07
Monte Verde
celebra 25 anos
de paróquia
PÁGINA 1
0
10
Centro Loyola promove cursos de
Teologia para leigos
PÁGINA 1
6
16
P O R C A R TA
POR E-MAIL
PELO SITE
Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis
[email protected]
www.arquifln.org.br
2
Opinião
Janeiro/Fevereiro 2009
Palavra do Bispo
Dom Murilo S. R. Krieger
Krieger,, SCJ
Jornal da Arquidiocese
Arcebispo de Florianópolis
Justiça e Paz
Recentes pesquisas mostram
que uma das maiores preocupações das pessoas, atualmente, diz
respeito à segurança. Nossas cidades estão se tornando cada vez
mais violentas. A violência gera o
medo e a insegurança. O medo,
esse verme que corrói o coração
por dentro, toma conta de muitos.
Quando o medo domina, a paz
desaparece. Não se garante uma
vida mais segura pelo simples
aumento do número de policiais,
de armas ou detenções. A segurança é fruto da paz e “a paz é fruto da justiça”, segundo ensinava
o profeta Isaías já no século VIII
a.C. (Is 32,17).
A partir dos valores que Jesus
veio nos ensinar, somos chamados a mostrar que outra sociedade é possível - isto é, uma socie-
dade envolvida pela cultura da
paz. A Campanha da Fraternidade
de 2009 pretende, antes de tudo,
promover em nosso país um grande debate sobre a segurança pública. A Igreja não tem respostas
técnicas para a solução dos problemas que desafiam nossa sociedade; tem, sim, uma força moral
capaz de suscitar um grande debate sobre a segurança pública
nos meios de comunicação social
e nas universidades, nos grupos
bíblicos e nas famílias.
Os objetivos específicos da CF
2009 podem ser assim resumidos:
Desenvolver nas pessoas a
capacidade de reconhecer as conseqüências da violência em sua
vida pessoal e social, para que
assumam sua própria responsabilidade.
Palavra do Papa
Bent
o XVI
Bento
Cristo: uma nova estrela
Neste ano de 2009, quarto centenário das primeiras observações
de Galileu Galilei ao telescópio, ano
dedicado de modo especial à astronomia, não podemos deixar de prestar uma atenção particular ao símbolo da estrela, tão importante na
narração evangélica dos Magos (cf.
Mt 2, 1-12). Eles eram provavelmente astrônomos. De seu lugar de observação, colocado no Oriente em
relação à Palestina, talvez na
Mesopotâmia, tinham observado o
surgir de um novo astro, e tinham
interpretado esse fenômeno celeste como anúncio do nascimento de
um rei, precisamente, segundo as
Sagradas Escrituras, do rei dos Judeus (cf. Nm 24, 17). (...)
O pensamento cristão compara
a criação com um "livro", assim dizia o próprio Galileu Galilei, considerando-a como a obra de um Autor que se expressa mediante a "sinfonia" da criação. No interior dessa
sinfonia encontra-se, a um certo
ponto, aquilo a que na linguagem
musical se denomina “solo” - isto
é, um tema confiado a um só instrumento ou a uma só voz; e é tão
importante que dele depende o significado de toda a obra. Este “solo”
é Jesus, ao qual corresponde, precisamente, um sinal real: o surgir
de uma nova estrela no firmamento.
Jesus é comparado pelos antigos
escritores cristãos a um novo sol.
Segundo os atuais conhecimentos
astrofísicos, nós deveríamos
compará-lo com uma estrela ainda
mais central, não só para o sistema solar, mas para todo o universo
conhecido. Nesse misterioso desígnio, ao mesmo tempo físico e
metafísico, que levou ao surgimento
do ser humano como coroamento
dos elementos da criação, veio ao
mundo Jesus: "nascido de mulher"
(Gl 4, 4), como escreve São Paulo.
O Filho do homem resume em si a
terra e o céu, a criação e o Criador,
a carne e o Espírito. É o centro da
criação e da história, porque nele
se unem sem se confundirem o
Autor e a sua obra.
Em Jesus terreno encontra-se o
ápice da criação e da história, mas
em Cristo ressuscitado vai-se além:
a passagem, através da morte, para
a vida eterna antecipa o ponto da
“recapitulação” de tudo em Cristo
(cf. Ef 1, 10). De fato, “tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16). E
precisamente com a ressurreição
dos mortos Ele obteve “a primazia
sobre todas as coisas” (Cl 1, 18).
“
Uma estrela
ainda mais
central, não só
para o sistema
solar, mas para
todo o universo
conhecido”.
Bent
o XVI
Bento
XVI, 06.01.2009
Denunciar as injustiças na
vida pública e nas prisões.
Demonstrar que uma das
causas da violência é a negação
dos direitos das pessoas.
Trabalhar para transformar o
modelo punitivo do sistema penal
brasileiro, a fim de que de vingativo se torne educativo.
Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e
de políticas públicas com vistas à
superação da violência e de suas
causas e à difusão da cultura da paz.
Desenvolver ações que visem
à superação das causas e dos fatores de insegurança.
Multiplicar ações solidárias
em favor das vítimas da violência.
Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos
humanos.
“A paz é fruto da justiça. Todo
ato de injustiça e desamor é pecado e fonte de violência. A violência sempre aparece quando é
negado à pessoa aquilo que lhe
é de direito a partir de sua dignidade ou quando a convivência
humana é direcionada para o
mal. A violência nega a ordem
querida por Deus” (Texto-Base da
CF 2009, 197).
Fomos criados por amor e para
o amor. Fomos criados à imagem
e semelhança de Deus, que é
amor. Só no amor nos realizaremos. Se esta Campanha da
Fraternidade conseguir envolver
nosso País com essa certeza, certamente atingirá seus objetivos isto é, estará colaborando decisivamente para a construção de
uma cultura da paz.
“
Todo ato de
injustiça e
desamor é
pecado e
fonte de
violência.
A violência
nega a ordem
querida
por Deus”.
Reflexão
Paulo, o transfigurado pela Ressurreição
“Saulo, Saulo, por que me persegues?. Respondi: Quem és tu,
Senhor? Disse-me então: Eu sou
Jesus, o Nazareno, a quem estás
perseguindo” (cfr. Atos 22, 3-16).
E Saulo não era mais o perseguidor: era o Apóstolo. Estamos no Ano
Paulino, na comemoração do bimilenário do nascimento de Paulo, o judeu e fariseu impetuoso, primeiro teólogo do Cristianismo.
Paulo penetrava as Escrituras.
Tudo o que a Lei e os Profetas falavam a respeito do Messias era
de seu conhecimento. Judeu zeloso, formado na Escola de
Gamaliel, em Jerusalém, esse cidadão romano ardia de amor pelas profecias messiânicas. Esperava, também ele, a redenção de
Israel. Como se entende seu ódio
a Jesus e aos cristãos? Acaso
Saulo não conhecia Isaías que fala
do Servo Sofredor, que dá a vida
por seu povo? Estaria iludido na
expectativa de um Messias-Rei
poderoso? E mais: meditando os
Profetas, não tinha conhecimento
da missão universal do Messias?
Sim. E por que odiava Jesus
Nazareno e os cristãos? Por aquilo que escutava dele, de sua vida
e obras, das palavras dos Apóstolos que estavam em Jerusalém,
não seria possível deduzir que o
Messias já tinha vindo?
Não, por um motivo claro: Jesus de Nazaré tinha humanamente fracassado, morrera humilhado
numa cruz e fora encerrado num
túmulo. Era, portanto, um impos-
Jornal da Ar
quidiocese de Florianópolis
Arq
Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis
4-4
799
Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 322
3224-4
4-4799
quifloripa.org.br - Site: www
.ar
quifln.org.br
E-mail: jornal@ar
jornal@arq
www.ar
.arq
22 mil exemplares mensais
tor a mais entre tantos que em Israel se fizeram passar por Messias. Seus discípulos, gente sem
eira nem beira, teriam inventado
a ressurreição para continuar a
impostura. Um judeu zeloso não
podia permitir isso, ficar alheio à
traição da Lei e dos Profetas. Se
os bons não defendem a Verdade, a mentira acaba triunfando. E
assim, o fariseu Saulo, Doutor da
Lei, toma para si a defesa das Escrituras e o desmascaramento
dos nazarenos. Com prisão e açoites abandonariam a impostura.
E então acontece o Encontro:
“Saulo, por que me persegues? Eu
sou Jesus, o Nazareno”. Nesse
momento Paulo já está convertido, ou melhor, Paulo ficou iluminado: Jesus Nazareno estava vivo,
falava com ele. Tinha ressuscitado, verdadeiramente. Vencera a
morte. Sua Luz era tão intensa que
o cegou. Essa mesma Luz o liberta da cegueira. Paulo é cristão. Se
Cristo não tivesse ressuscitado,
seria um impostor. Se Cristo ressuscitou, é o Messias de Deus. E
ele ressuscitou, disso Paulo era
agora testemunha e apóstolo.
Paulo não tinha necessidade
de uma nova catequese, pois conhecia as Escrituras. Tudo o que
essas falavam do Messias ele aplica a Jesus de Nazaré, cumprimento de todas as profecias
messiânicas. É um judeu de olhar
transfigurado: a cruz é Cruz vitoriosa, a morte foi tragada pela Vida,
Satanás foi derrotado, rasgou-se
o véu do templo, a Lei é uma Pessoa, o Senhor Jesus, o Povo de
Deus não é uma raça, mas a humanidade. Todos os povos são
enxertados na videira de Israel e
participam das promessas. O orgulho pela Lei em Paulo cede lugar à Lei da Graça, e todas as nações são chamadas à salvação.
A Sabedoria não vem do conhecimento, mas da aceitação
da Cruz redentora, loucura e escândalo, é verdade, mas salvação para os que têm fé.
O Senhor ressuscitou, Saulo
é Paulo. Se ele não ressuscitou,
Paulo também seria um farsante, o que é impossível para um
homem que incansavelmente
leva o Nome de Jesus até sua
morte em Roma.
Poucas vezes, na história, alguém teve um amor tão intenso
e grato como Paulo: sua vida é
Cristo, Cristo nele vive, sabe em
quem acreditou, combate o bom
combate, aceita toda espécie de
sofrimento e humilhação como
gratidão Àquele que o chamou
das trevas para a Luz. Tudo é
Graça no plano divino. Somente
ela explica que o Jesus perseguido procurasse Paulo no caminho
de Damasco. Um grande, infinito Amor é a história que Deus
quer viver com cada um de nós,
do mesmo modo como fez com
Paulo. O caminho de Damasco é
também o nosso caminho.
Pe. José Artulino Besen
Diretor e revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José Negri,
Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Maria Glória da Silva Luz, Guilherme
Pontes, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC
01224 JP - Departamento de Publicidade: Pe. Francisco Rohling - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino
- Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul
Jornal da Arquidiocese
Geral 3
Janeiro/Fevereiro 2009
Catedral é reaberta aos fiéis
Inauguração está prevista para março, mas depende da instalação do novo sistema de iluminação externa
para dar brilho no piso. “O fechamento será feito em dias de semana para minimizar os efeitos na
ranciscomunidade”, disse Pe. FFrancisco Wloch
Wloch, reitor da Catedral.
Nesses três anos e meio de
trabalhos de restauração, muita
coisa foi feita. Mas ainda falta
muito por fazer. “As obras que faltam serão realizadas, mas dependem de recursos. Empresas estão sendo contatadas afim de
que invistam nas obras”, disse
Pe. Chico.
Até o momento, o investimento nas obras somou aproximadamente R$ 7 milhões. Deles, cerca de R$ 6 milhões vieram do
poder público estadual e uma
pequena parte da Prefeitura de
Florianópolis. Mais de um milhão
veio da comunidade através de
doações e promoções realizadas
pela Ação Social.
Catedral foi reaberta
para celebrações de Natal
Após a celebração, os fiéis
apreciaram a apresentação musical do tecladista açoriano Horácio
Medeir
os
Medeiros
os, especialmente convidado pelo Governo do Estado. Natural da Ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores, Medeiros
realizou cinco apresentações no
Estado: duas em Biguaçu, uma
em Brusque, outra no Teatro Pedro
Ivo Campos, no Centro Administrativo; e a última na Catedral. As
apresentações fazem parte das
comemorações dos 260 anos de
imigração açoriana no Estado.
Falta apenas a instalação do sistema de iluminação para a inauguração
O que já foi feito:
- Recuperação da cobertura (troca
do telhado e do madeiramento,
colocação de manta de alumínio);
- Instalação do novo sistema elétrico e subterrâneo;
- Instalação da tubulação para o sistema sonoro e de segurança;
- Recuperação do órgão;
- Demolição do anexo construído em
1950, que escondia a sacristia;
- Recuperação de todos os vitrais;
- Instalação de dutos para captação das águas pluviais;
- Recuperação das escadarias, padronização dos degraus, instalação de corrimãos nas escadarias
e de rampas de acesso para deficientes e idosos;
- Aplicação de mármore no hall de
entrada;
- Instalação do sistema de
Foto/JA
A Catedral havia sido fechada
no dia 20 de outubro de 2008
para se agilizarem os trabalhos.
Ela foi reaberta na noite do dia
24 de dezembro as celebrações
de Natal, e voltou a ser fechada
no dia 05 de janeiro. Na véspera
de Natal, a celebração foi presidida pelo nosso arcebispo Dom
Murilo Krieger
Krieger.
A igreja ficou lotada de fiéis,
que acompanharam a celebração. Uma das participações ilustres foi do governador do Estado,
Luiz Henrique da Silveira, acompanhado de sua esposa, Ivete
Appel da Silveira, e sua filha,
Márcia Mel.
Durante a celebração, tanto
Dom Murilo quanto Pe. Francisco de Assis Wloch, pároco da
Catedral, agradeceram a presença do Governador. O apoio
financeiro do governo do Estado
foi decisivo nos trabalhos de
restauração da Catedral, que é
um dos nosso mais importantes
monumentos históricos.
A celebração foi animada pelo
Coral Santa Cecília da Catedral,
que utilizou o órgão de tubos da
igreja, de 1924, inteiramente restaurado e recuperado.
Foto/JA
Desde o dia 23 de janeiro, a
Catedral de Florianópolis está
reaberta aos fiéis. Após ficar três
meses fechada para reformas, a
igreja foi reaber ta para a
visitação dos fiéis. A inauguração
deverá ser realizada em março,
em data a ser confirmada.
Atualmente a empresa Concrejato, que desde o início das
obras é a responsável pela restauração, está finalizando os trabalhos de pintura e da organização do museu. A inauguração depende do término das obras de
instalação do sistema de iluminação externa, que está sendo executado por uma empresa italiana, ganhadora da concorrência
pública, e é o mais atrasado.
A igreja ainda deverá ser fechada nos dias 10 a 12 de fevereiro.
Nesse período, será feita a aplicação de um material (tipo verniz)
Dom Murilo presidiu as celebrações natalinas com a Catedral lotada
climatização, que mantém a temperatura em 23º, independente
do número de pessoas;
- Instalação de desumidificadores desenvolvidos pela UFSC,
que fará o acompanhamento por
um ano;
- Pesquisa histórica e pros-pecções
para descobrir possíveis obras de
arte nas paredes;
- Cadastro de todas as obras de arte
da Catedral;
- Levantamento cadastral arquitetônico informatizado do prédio;
- Pintura interna e externa que resgata as cores de 1922;
- Rebaixamento do presbitério voltado ao original;
- Instalação de novos sistema de
iluminação externo;
O que falta fazer:
- Recuperação dos sete altares e
das imagens sacras;
- Recuperação das pinturas e do
complemento da restauração dos
bancos;
- Construção de uma nova sacristia e recuperação do mobiliário;
- Readaptação da Capela Nossa
Senhora das Dores;
- Construção de uma nova secretaria;
- Readaptação dos espaços para
novas salas de atendimento;
- Recuperação da casa paroquial;
- Recuperação do auditório;
- Restauração do Centro Social da
Catedral (antigo Cine Ritz);
- Informatização;
- Recuperação dos sinos;
- Instalação de câmeras de segurança e disponibilização do espaço virtual via internet;
Retrospecto da
restauração
No dia 25 de fevereiro de
2005, após análise de equipe
técnica especializada, uma comissão formada pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger,
pelo Pe. Francisco de Assis
Wloch, pároco da Catedral, e
lideranças da paróquia, decidiu interditar a Catedral. Foi a
primeira vez em 255 anos de
história que a igreja foi fechada por motivo de segurança.
Os problemas já haviam
sido constatados em maio de
2004, mas a decisão foi tomada com base em laudo técnico encomendado pela Catedral ao Escritório Piloto de Engenharia Civil (EPEC), da UFSC.
O laudo avaliou que problemas
de infiltração e cupins danificaram a estrutura dos arcos
que suportavam a estrutura de
madeira. Isso provocou a queda de parte do estuque do teto
e colocava em risco os fiéis
que diariamente iam à igreja.
No período da interdição,
as celebrações foram realizadas no auditório da Catedral.
Em agosto de 2005, a empresa Concrejato, especializada
em restauração de prédios e
obras históricas, iniciou os
trabalhos. Naquele primeiro
momento foram 22 meses de
interdição. Isso até o dia 08
de dezembro de 2006, quando a Catedral foi reaberta.
Nesse período, foram corrigidos os problemas de infiltração, troca do madeiramento,
do telhado e do forro. Os trabalhos continuaram na estrutura interna e externa, mas
de forma a não comprometer
os serviços religiosos.
No dia 20 de outubro de
2008, a Catedral de Florianópolis voltou a ser fechada para
os fiéis, em virtude das obras
de restauração. A interdição
durou dois meses para que
fossem executadas as obras
no piso para instalação de
moderno sistema de climatização, além da colocação dos
dutos para instalação do novo
sistema de som e de segurança, e o complemento do sistema de iluminação.
4
Tema do Mês
Neste ano, a Campanha da
Fraternidade nos convida a viver a
Quaresma na conversão pessoal e
social diante da grave questão da
insegurança. Fomos criados como
seres relacionais; dependemos
uns dos outros. Cada qual tem os
seus sonhos e necessidades, que
precisam ser valorizados, na busca da felicidade pessoal. Mas na
busca da realização desses sonhos e necessidades muitas vezes
nos defrontamos com os outros. Aí,
aparecem as tensões, conflitos, divergências, discriminações, preconceitos, que muitas vezes degeneram em atitudes e atos de violência. Pelos mais diversos motivos
- pessoais, familiares, políticos, ideológicos, religiosos etc. - somos levados a impor nossas idéias e a
buscar mais as coisas do que as
pessoas. Esquecemos que somos
feitos para o amor e a paz, e que
só as pessoas, como imagem e semelhança de Deus, podem realmente satisfazer nossa carência
de afeto. Briga-se, então, por idéias, coisas, status. É a idolatria do
ter, do poder e do prazer, que
desumaniza o ser humano. Mesmo que sejamos criados no amor,
para o bem, com um desejo inato
de Deus, voltados para a bemaventurança, muitas vezes domina-nos o espírito de maldade e violência. É aí que surge a necessidade da segurança, responsabilidade de cada pessoa, mas também
do Estado.
Jornal da Arquidiocese
Fraternidade e Segurança Pública
mentalidade e a prática, muito comuns, de querer vencer a violência com mais violência.
Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança
O SONHO DE DEUS
UMA SOCIEDADE
DE RISCO
Vivemos numa sociedade de
risco. É arriscado viver. A qualquer
instante e por qualquer motivo,
podemos perder a vida, o emprego, a saúde, a paz. Um acidente
no trânsito, um assalto, uma demissão, um filho que se torna dependente de drogas ou portador
de HIV ou narcotraficante, uma filha que é assaltada por pedófilo,
o fim de um namoro ou de um
casamento, uma doença grave ou
incurável podem nos colocar em
situação de estresse e de risco. A
atual crise financeira, a corrupção
crônica de nossos maus políticos,
a péssima administração pública
dos bens comuns, o estresse do
trânsito nos põem em situação de
risco. O aquecimento global, a
anunciada escassez de água, a
contaminação das águas, os desastres ecológicos são fenômenos
que põem em risco a sobrevivência da humanidade. Viver é fazer
malabarismos.
Nessa situação, os pobres são
sempre os mais afetados. Quanta
violência contra o nascituro e sua
Janeiro/Fevereiro 2009
mãe, contra os povos indígenas,
os afrodescendentes, os trabalhadores do campo, os defensores
dos direitos humanos, os policiais!
Quanta violência no universo das
drogas, na ação policial, no tráfico humano, na exploração sexual, no mundo do trabalho!
A SUPERAÇÃO
DOS CONFLITOS
Diante disso, é preciso reconhecer que somos capazes de
superar os conflitos. O conflito, por
si só, não é nocivo. Pode até ser
positivo, enquanto faz as pessoas
se conhecerem a si mesmas e
umas às outras em seus temperamentos e diferenças e propostas e visões de mundo. São as
posturas e as atitudes que as pessoas tomam diante dos conflitos
que podem ter consequências
desastrosas para todos os envolvidos. Daí, a necessidade de
aprendermos a superar conflitos.
Todos precisam encontrar um
modo de sair-se bem das situa-
“
A CF-2009
nos convida a
viver a Quaresma
na conversão
pessoal e social,
diante da grave
questão da
insegurança”.
ções de risco. Muitos buscam saída egoísta, pensando só em si,
pondo em risco a vida dos outros
e, muitas vezes, até a própria
vida. Querendo soluções egoístas
e imediatas, provocam ainda
mais males. Para si e para os
outros. Há quem se refugie em
religiões alienadas, indo atrás de
igrejas-empresas que vendem
bens religiosos, vendem prosperidade, cura, milagres, vendem
até Deus. Religiões de resultado
fácil, enganosas. Há quem procure resolver as coisas de modo
pessoal, na base da violência, da
vingança, pondo mais lenha na
fogueira do círculo vicioso do mal.
Há quem manipule o medo das
pessoas, para enganá-las e delas se aproveitar. Na superação
dos conflitos, o primeiro caminho,
é claro, é o diálogo, a busca do
entendimento dos pontos de vista discordantes, na base da argumentação racional. Deve-se
também valorizar as instâncias
mediadoras, seja de outras pessoas, de instituições, do Estado.
É preciso que haja um compromisso de todos na luta contra as
causa e os fatores de insegurança, de conflito, de violência. É claro que ao poder público cabe grande responsabilidade pela segurança social das pessoas, das famílias, grupos e comunidades. Mas o
Estado não existe por si, o Estado
somos nós! É preciso romper com
as visões de guerra e superar a
Deus não criou os seres humanos para a violência e a insegurança. No seu projeto amoroso, ele
nos concedeu a liberdade de organizarmos nossa vida pessoal e
social. Foi aí que entrou o pecado, a violência, a vingança. Mesmo assim, Deus não se deixou
vencer pelo mal, nunca pagou o
mal com o mal. Foi sempre um
Deus do perdão. Desde a desobediência orgulhosa de Adão e Eva
e do homicídio de Caim até o assassinato de seu Filho Jesus Cristo, a reação de Deus sempre demonstrou confiança de que o ser
humano pode, sim, vencer o mal,
superar os conflitos, garantir uma
vida segura e tranquila para todos.
Jesus de Nazaré passou na terra fazendo o bem, pregando a novidade do Evangelho. Ensinou que
as bem-aventuranças não passam
pela posse de bens e pela imposição das idéias, pela exclusão dos
outros e pela geração de mais violência, mas pela simplicidade do
fazer-se criança, do perdoar sempre, do não desprezar nenhum dos
pequenos, do dar um copo d'água.
Como Príncipe da Paz, reagiu à sua
condenação, pedindo ao Pai o perdão para seus assassinos. Os primeiros cristãos acreditaram na força da não-violência de Jesus. Paulo evangelizou o mundo da época,
servindo-se de sua fraqueza. Com
isso, em menos de duzentos anos,
os cristãos derrubaram o império
romano com tudo o que ele tinha
de exclusão e violência.
A Igreja é, hoje, portadora da
paz. A paz, que é obra da justiça (Is
32,17), uma tarefa permanente da
comunidade humana. O texto-base
da Campanha da Fraternidade deste ano diz: "Todos devem colaborar na criação e na construção de
uma ordem justa, sem a qual a paz
é ilusória e não há segurança. Isso
só é possível a partir da formação
da consciência para os valores que
fundamentam a paz, tais como a
responsabilidade, a solidariedade
e a dimensão social da própria fé"
(n. 239). Para isso, é preciso acreditar no sonho de Deus. Isso significa colocar nossa confiança nele
e descobrir que ele nos criou por
amor e para o amor, e que nós devemos viver os nossos relacionamentos a partir desse princípio criativo: o amor.
P
e. Vit
or Galdino FFeller
eller
Pe.
Vitor
Prof. de Teologia e Diretor do ITESC
or
quifloripa.org.br
Email: vit
vitor
orffeller@ar
eller@arq
Jornal da Arquidiocese
Geral 5
Janeiro/Fevereiro 2009
Segurança Pública é o tema da CF-2009
Três seminários comarcais serão realizados na Arquidiocese para dinamizar a Campanha
No dia 25 de fevereiro, às
18h15min, será realizado o lançamento oficial da Campanha da
Fraternidade de 2009, que este
ano terá como tema “Fraternidade e Segurança Pública”, e
lema “A paz é fruto da justiça”. O
evento será realizado na Catedral
de Floria-nópolis durante a celebração presidida pelo nosso Arcebispo Dom Murilo Krieger. Após
a missa, será realizada a imposição das Cinzas. No mesmo dia,
às 14h30min, Dom Murilo concede entrevista coletiva à imprensa no auditório da Cúria Metropolitana.
Conforme o texto-base publicado pela CNBB, com a Campanha
a Igreja do Brasil quer "suscitar o
debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção
da cultura da paz nas pessoas, na
família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social, que seja garantia de segurança para todos".
Violência e
Insegurança
Segundo Pe. Vanzella, Secretário Executivo da CF-2009, este
ano a Campanha "mostra a preocupação da Igreja no Brasil em
criar condições para que o Evangelho seja mais bem vivido em
uma sociedade que, a cada dia,
se torna mais violenta e insegura. Assim a Igreja contribui para
que esse processo seja revertido
através da força transformadora
do Reino de Deus".
Pe Vanzella foi o assessor do
Seminário Regional de Preparação para a CF, realizado nos dias
17 a 19 de outubro em Lages. O
evento reuniu 70 lideranças de
nove dioceses do Estado. A
Arquidiocese esteve representada por 10 lideranças.
Arquidiocese perde três
membros do clero
Nos meses de dezembro e
janeiro a Arquidiocese perdeu
três membros do seu clero por
motivo de doença.
Pe. Rogério
Dom Murilo impõe as Cinzas aos fiéis participantes da celebração de abertura da CF-2008.
À esquerda, o cartaz da Campanha deste ano
Seminários prepararão lideranças para a Campanha
Dois Seminários de formação serão realizados nas
comarcas e equipe está disponível para as paróquias
Para dinamizar a Campanha,
serão realizados três seminários
de preparação nas comarcas da
Arquidiocese. O primeiro será no
dia sete de fevereiro, sábado, a
partir das 13h30, na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú,
para as comarcas do norte da
Arquidiocese.. O segundo e terceiro serão realizados no dia 28 de
fevereiro, sábado, em dois locais:
em Rancho Queimado, das 8h às
11.30h, para a comarca de Santo Amaro, e na Paróquia São Luiz,
na Agronômica, das 13.30 às
17.30h, para as paróquias da
Grande Florianópolis. A assessoria ficará com as lideranças da
Arquidiocese que participaram do
Seminário Regional.
“A equipe também está disponível para as paróquias", dis-
se Adelir Raupp
Raupp, coordenadora
da CF na Arquidiocese. Segundo ela, já foi realizada uma assessoria na Paróquia Santa
Cruz, em São José, no dia 31/
01, e outra será realizada no dia
13 de março, na paróquia Santo Antônio, em Itapema, aberta
à comunidade.
Subsídio
Além do texto-base, a revista
os TTeológieológido ITESC, “Encontr
“Encontros
cos”
cos”, em seu primeiro número
deste ano, abordará a Campanha
da Fraternidade sob diversos pontos de vista, com artigos de vários colaboradores especializados.
Veja, também, sobre a CF 2009,
nesta edição do Jornal, a palavra
de nosso Arcebispo (p. 2) e o
Tema do Mês (p. 4).
Pe. Carlos R
ogério Gr
oh nos
Rogério
Groh
deixou no dia 11 de dezembro,
aos 37 anos de idade. Natural
de Brusque, onde nasceu a 20/
10/1971, teve despertada sua
vocação para a vida presbiteral.
Aos 14 anos entrou para o Seminário de Azambuja, onde concluiu o segundo grau e a Filosofia. Mais tarde cursou Teologia
no ITESC. Sua ordenação
presbiteral realizado-se no dia
19 de outubro de 1996. Após a
ordenação, exerceu várias atividades tanto no Seminário, quanto em paróquias. Isso até 2003,
quando foi estudar em Roma,
doutorando-se em Teologia Pastoral. Retornou no final de 2006.
No seu retorno, foi nomeado
Orientador Espiritual do Movimento Emaús. No ano seguinte,
2007, assumiu a coordenação
arquidio-cesana de Pastoral e começou a lecionar no ITESC, onde
era responsável pelo Departamento de Pastoral. Em meados
de 2008 descobriu que tinha
câncer e iniciou tratamento imediatamente. Lutou cinco meses
contra a doença, vivendo um verdadeiro Calvário.
Mesmo após sua morte, seu
site pessoal continua funcionando (www.rogeriogroh.com). Nele
é contada um pouco da história
de vida do padre através de fotos, desde a infância, até os momentos marcantes de sua vida
pessoal e presbiteral.
estava afastado das atividades
pastorais para tratamento de saúde. Natural de Serraria, em São
José, Pe. Luizinho, como era carinhosamente chamado, nasceu no
dia 22/11/46. Aos 24 anos entrou
para o seminário, cursando Filosofia e Teologia em Curitiba, PR.
Pela imposição das mãos de
Dom Afonso Niehues, foi ordenado presbítero em 07/07/73.
Após a ordenação, assumiu funções de vigário e pároco em várias comunidades da Arquidiocese.
Suas ultimas atividades foram as
de Capelão de Nossa Senhora do
Rosário, em São José, preparando a comunidade para ser paróquia, o que aconteceu em 2005.
Diácono Prim
Deixou-nos no dia 21 de janeiedr
o Nicolau Prim
ro o Diácono P
Pedr
edro
Prim.
Há anos ele lutava contra problemas pulmonares, o que por vezes o
impedia de exercer seu ministério.
Foi a Porto Alegre para submeterse a uma cirurgia e não resistiu.
Ele exercia o seu ministério na
Paróquia São José e Santa Rita
de Cássia há 12 anos, desde que
foi ordenado em 12/04/1996. É
pai do padre Luiz Prim, que em
novembro celebrou 25 anos de
sua ordenação presbiteral.
Pe. Luizinho
Pe. LLuiz
uiz Carlos R
odrigues faRodrigues
leceu no dia 10 de janeiro. Ele
Pe. Rogério faleceu aos 37 anos
6
Bíblia
Janeiro/Fevereiro 2009
Jornal da Arquidiocese
Conhecendo o livro dos Salmos (12)
Salmos 23 e 24: meu Pastor, nosso Rei
Dois breves salmos, bastante
conhecidos, podemos sintetizá-los
com as palavras acima. O salmo
23 (22) é um salmo de confiança
individual, que se concentra na fior
gura do past
pastor
or, expressando em
imagens muito concretas a total
confiança e a proteção divina experimentada pelo salmista. Já o
salmo 24 (23) é um hino litúrgico,
processional, que proclama Deus
como Senhor de toda a terra e criador do universo. Ele se digna
morar no meio do seu povo, entre
os que o procuram, sendo acolhido triunfalmente como Rei
ei, no seu
santuário.
SALMO 24(23)
O NOSSO REI
1. Do Senhor é a terra com
o que ela contém, / o universo
e os que nele habitam. 2. Pois
foi ele que a estabeleceu sobre os mares / e firmou-a sobre os rios.
Dois breves versículos, de
imensa amplidão, constituem um
breve hino de louvor que dá início
a este salmo, apropriado para a
liturgia de procissão com a Arca
da Aliança (cf 2Sm 6,1-19). O
salmista imagina a terra como
uma superfície plana, sustentada
sobre águas com colunas invisíveis. Essas colunas tinham suas
bases na profundidade dos oceanos (cf Sl 46,3-4), proeza arquitetônica que só o Senhor pode fazer. Por isso, a Ele pertence a terra e o que ela contém (v. 1), proclamação resoluta da soberania
de Deus em relação à idolatria.
SALMO 23 (22)
O MEU PASTOR
1.O Senhor é o meu pastor,
nada me falta. 2. Ele me faz
descansar em verdes prados
/ e para águas tranqüilas me
conduz. 3. Restaura minhas
forças, / guia-me pelo caminho
certo, por amor do seu nome.
Salmo belíssimo, seu núcleo
tem duas imagens importantes:
a do pastor (vv. 1-4) e a do hospedeiro (vv. 5-6). A primeira apresenta Deus como pastor, e o
salmista se vê como uma ovelha,
carinhosamente protegida (vv. 14). A segunda (vv. 5-6), compara
Deus a um anfitrião, que oferece
hospedagem segura na sua casa.
Para entender a imagem do
pastor, é preciso recordar a vida
dos pastores na terra de Jesus.
Normalmente tinham um punhado de ovelhas e cuidavam
delas com carinho, pois eram
tudo o que possuíam. À noite
costumavam deixá-las num curral, junto com as de outros pastores, sob a proteção de um vigilante. De manhã, cada pastor
chamava as suas pelo nome,
elas reconheciam a sua voz e
saíam para nova jornada. Ele
caminhava à frente delas, guiando-as pelo caminho certo (v.
3), conduzindo-as a pastagens
e fontes de água (v. 2; cf Jo
10,1-4)
Estás comigo
4. Se eu tiver de andar por
vale escuro, / não temerei mal
nenhum, pois estás comigo. /
Teu bastão e teu cajado me
dão segurança.
Na terra de Jesus há desertos,
e os pastores deviam atravessá-los
para encontrar pastagens e água.
Às vezes, tinham de caminhar bas-
Quem subirá?
tante, e eram surpreendidos pelo
entardecer. Sozinhas, as ovelhas
ficariam desorientadas. Protegidas, porém, pelo bastão e o cajado do pastor, sentem-se seguras,
mesmo atravessando um vale escuro (v. 4), pois o pastor caminhava à sua frente, conduzindo-as ao
curral. Notar o modo pessoal como
o salmista exprime sua confiança:
não temerei mal nenhum, pois estás comigo (v. 4)
A mesa farta
5. Diante de mim preparas
uma mesa, à vista dos meus
inimigos; / unges com óleo
minha cabeça, meu cálice
transborda.
Agora, a imagem se transforma. É ainda o deserto, mas já não
se trata de ovelhas. Quem fala é
alguém fugindo de inimigos e
sendo acolhido na tenda de um
chefe de beduínos, os habitantes
do deserto. Como a hospitalidade é sagrada, o fugitivo sente-se
seguro. Quando os perseguidores
chegam perto da tenda, vêem
que seu inimigo, depois de ungido com óleo perfumado, está
sendo até brindado com um cálice transbordante (v. 5). E retiramse, envergonhados.
Na casa do Senhor
6. Felicidade e graça vão
me acompanhar todos os dias
da minha vida / e vou morar
na casa do Senhor por dias
sem fim.
Nova transformação da imagem. Não é mais a tenda do
chefe de beduínos, mas a casa
do Senhor, o Templo, o local
onde o salmista se refugia. O
salmo revela, portanto, um drama mortal. Alguém, injustamente condenado, foge e se esconde no Templo, que funcionava
como lugar de refúgio (cf Ex
21,13 e 1Rs 1,50). Sentindo-se
ali acompanhado de felicidade
e graça, o salmista decide morar para sempre na casa do Senhor (v.6).
O salmo mais rezado
Provavelmente, este é o salmo
mais rezado e cantado, de todo o
saltério. E merecidamente, pela
clareza com que expressa, em
imagens que falam por si, a total
confiança em Deus. Além do sentido cristológico (Jesus é o bom
pastor, cf Jo 10,11), e do sentido
eucarístico, batismal e crismal
(mesa, água, óleo), este salmo é
uma palavra forte de fé, que se
soma a tantas outras passagens
bíblicas que nos garantem a proteção nos conflitos quotidianos. É
bom rezá-lo, porém, não apenas
individualmente, "por mim", mas
em solidariedade com os que estejam sofrendo mais do que nós.
3. Quem vai subir o monte
do Senhor, / quem vai ficar no
seu santuário? 4. Quem tem
mãos inocentes e o coração
puro, / quem não corre atrás
de vaidades, / quem não jura
para enganar o seu próximo. /
5. Este alcançará do Senhor a
bênção, / a justiça de Deus,
seu salvador. / 6. É esta a gente que o procura, / que busca
a face do Deus de Jacó.
Esses quatro versículos são já
conhecidos do Sl 15(14), que trata das condições exigidas para
participar dos festejos nas dependências do Templo. É a chamada
"liturgia da porta". Aproximando-se
o cortejo, é feita a pergunta em
coro, e a resposta menciona condições éticas (v. 4): a justiça (mãos
inocentes), a integridade (coração
puro), a rejeição dos ídolos (vaidades), e a retidão no testemunho
(não jurar falso). Essa “liturgia da
porta” polemiza contra os ritos vazios e a religião de aparências. E
termina com a promessa da bênção do Senhor, reservada àqueles
que O procuram, que buscam a
face do Deus de Jacó (vv. 5-6).
O Rei da Glória
7. Levantai, ó portas, vossos frontões, / erguei-vos, portas antigas, para que entre o
rei da glória. / 8. Quem é esse
rei da glória? / É o Senhor forte e poderoso, / o Senhor poderoso no combate. / 9.
Faça como Iliete da Luz Pereira, de Florianópolis, escreva para o Jornal da Arquidiocese, responda as questões desta página e participe do sorteio de uma Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA
- Livros e Objetos Religiosos Católicos (48-9983-4592). Jornal da Arquidiocese: rua Esteves Júnior,
447 - Centro - Florianópolis-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: [email protected]
Levantai, ó portas, vossos frontões, / erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da
glória. 10. Quem é esse rei da
glória? É o Senhor dos exércitos, é ele o rei da glória.
O terceiro momento do salmo
é o ponto culminante da liturgia,
com novo diálogo. Agora, não
uma pergunta, mas uma interpelação aos levitas, guardas das
portas. O povo pede que as portas se alteiem, levantem os frontões (v.7), para que possa entrar
o Senhor Altíssimo, o rei da glória (vv. 7), sem que ele tenha de
abaixar-se. Então sim, a pergunta final, formulada duas vezes:
Quem é esse rei da glória? (vv. 8
e 10). A “glória” é entendida aqui,
como em outras passagens da
Bíblia, não apenas como brilho ou
esplendor, mas como o poder de
Deus em ação, especialmente
sua divina ação salvadora. Assim
no Êxodo (Amanhã vereis a sua
glória, Ex. 16,6), e assim também
no quarto evangelho, na passagem onde João resume toda a
atividade salvífica de Jesus: Nós
vimos a sua glória (Jo 1,14).
Senhor dos exércitos
O salmista identifica o “rei da
glória” como o Senhor forte e poderoso, poderoso no combate (v.
8), Senhor dos exércitos (v. 10).
Um conceito, portanto, militante,
de Deus, aliado do seu povo na
guerra (cf 1Sm 1,3 e 4,4). Mais
tarde, os “exércitos” passaram a
ser o conjunto ordenado das estrelas do céu, e a tradução
litúrgica dessa expressão no
“Santo" da missa passou a ser
“Senhor do universo”. De qualquer forma, a expressão “rei da
glória” encerra uma crítica ao
poder absolutizado. E, identificando Jesus, designa o rei que
reina não pela força, mas pela
verdade (cf Jo 18,37).
Pe. Ne
ereira
Neyy Brasil P
Pereira
Professor de Exegese Bíblica no ITESC
email: [email protected]
Para refletir:
1) Quais as duas imagens
que sobressaem no Sl
23(22)?
2) Por que o Sl 23(22) é "o
mais rezado e cantado"?
3) Que lhe chama a atenção
nos versículos iniciais do
Sl 24(23)?
4) Como entender a expressão "rei da glória"?
5) E a expressão "Senhor dos
exércitos"?
Jornal da Arquidiocese
Juventude 7
Janeiro/Fevereiro 2009
PJ tem novo secretário
Nos próximos três anos, Guilherme Pontes vai coordenar a PJ na Arquidiocese
Protagonismo juvenil
O trabalho procurou ressaltar
a importância da participação dos
jovens na vida eclesial, levando
em conta as realidades e conjunturas. Isso, sem desconsiderar a
responsabilidade com a evangelização da juventude por parte das
lideranças, em especial o clero.
Formação
Os espaços de formação proporcionados ofereceram condições pedagógicas e pastorais em
Foto/JA
Desde o dia 21 de janeiro de
2009, a Pastoral da Juventude da
Arquidiocese conta com um novo
secretário liberado. É Guilherme
Pontes. Ele foi eleito na Assembléia Arquidiocesana da PJ, realizada no dia 07 de novembro, na
Paróquia São Francisco Xavier, no
Monte Verde, em Florianópolis,
com a presença de jovens de outras paróquias e da equipe de
assessoria da PJ.
No seu trabalho, ele contará
com o apoio de uma coordenação
arquidiocesana da PJ. Ele substieira R
odrigues
Oliveira
Rodrigues
odrigues,
tui Cleber de Oliv
que nos últimos dois anos esteve
à frente dos trabalhos. Na entrevista abaixo, ele faz uma avaliação desses dois anos.
Estamos iniciando um novo
momento da Pastoral da Juventude de nossa Arquidiocese. A
escolha de um novo Secretário,
de uma nova coordenação
Arquidiocesana e a construção
conjunta de nosso Plano de
Ação significa um novo começo e um fortalecimento de nosCleber (esq.) passa a coordenação para Guilherme
todos os níveis de trabalho com
os jovens. Percebemos avanços,
embora ainda se sinta a falta de
voluntários que estejam dispostos a se capacitar e acompanhar
essa pastoral.
Setor Juventude
O “Setor Juventude” não decolou, principalmente pela ausência de um Projeto Pastoral que
leve em conta a diversidade dos
grupos de jovens, inseridos no
seu contexto eclesial. Fazem-se
necessárias linhas claras que orientem essa articulação e, por
parte dos padres e membros de
grupos ou movimentos, mais
abertura ao diálogo.
É preciso ter claro que o “Setor Juventude” não é uma estrutura, mas um espaço de partilha
entre as diversas experiências
de trabalho. As chances surgirão
quando o “Setor Juventude” for
visto como uma possibilidade de
crescimento, levando em conta
a diversidade juvenil.
“Vamos rearticular os grupos de jovens
com a coordenação da PJ”
Com uma história na base da
Pastoral da Juventude, Guilherme
Pont
es
ontes
es, 22 anos, assume a secretaria arquidiocesana. Pelos próxiFoto JA
Com 22 anos, Guilherme coordenará a PJ nos próximos três anos
com o auxílio de uma equipe
Carta ao Clero, Religiosos
e Religiosas, lideranças
paroquiais, e aos jovens
mos três anos, ele pretende incentivar a acompanhar os grupos de
jovens já existentes nas paróquias
e formar novos grupos. Sua participação na PJ iniciou aos 13 anos, na
sua Paróquia São Francisco Xavier,
no Monte Verde, em Florianópolis.
Lá ele foi coordenador do grupo “Jesus Força Jovem”. Quando eleito,
era o coordenador paroquial da PJ.
Nos três anos que estará a
frente dos trabalhos, contará com
o auxílio de uma equipe de coordenação formada por quatro jovens: Uesley Zaia; Leonardo
Contin; Claiton Becker; Samira de
Aquino Leite. Eles auxiliarão nos
trabalhos e lhe darão o suporte
necessário.
JA - Nos próximos três anos
você estará à frente da Pastoral
da Juventude. Como surgiu esta
oportunidade?
Guilherme - Mesmo não estando em meu projeto de vida, a
oportunidade de coordenar a
Pastoral da Juventude em nossa
Arquidiocese foi surgindo e então
aceitei, por acreditar que é o momento de "lançarmos redes em
águas mais profundas".
JA - Quais as suas propostas
para estes três anos?
Guilherme - Durante a Assembléia Arquidiocesana de Pastoral
definimos apenas as ações para
o primeiro semestre de 2009. Os
dois anos e meio restantes serão
planejados na Assembléia a ser
realizada em junho. Até lá, nosso
objetivo é rearticular as paróquias com a PJ da Arquidiocese.
sa identidade. Que possamos
voltar às bases, rearticular-nos
em nível arquidiocesano e auxiliar de verdade nossos jovens.
Para isto, serão necessários esforços conjuntos de todos nós:
bispos, padres, irmãs, lideranças paroquiais e especialmente dos jovens.
“Escutar, Falar e Fazer” no meio
da juventude (cf Tg 1, 19-25)
Para escutar é preciso estar próximo, ir ao encontro dos
jovens, e essa será nossa primeira meta. Através de um roteiro de visitas às paróquias,
vamos até lá, onde estão os
nossos jovens. Ver a realidade
em que vivem, seus anseios e
dificuldades. Através da "Caravana da PJ" (como será chamada), pretendemos estar junto
com as coordenações paroquiais e com os grupos de jovens,
para conhecê-los, ouvi-los e
motivá-los.
Para ouvir, também faremos reuniões arquidiocesanas
com jovens representantes das
paróquias. Quantas vezes ouvimos que o nosso grande problema é a comunicação? Um
plano de comunicação, que
será implantado, possibilitará o
diálogo constante com os próprios jovens, com os coordenadores jovens e com o Clero.
Vamos utilizar, sobretudo,
as novas formas de comunicação que atingem o jovem diariamente, ou seja, a Internet.
Esta será nossa ferramenta
principal. Criaremos uma página da Pastoral da Juventude,
que será o mestre de cerimônias da PJ. Será um site dinâmico, interativo. Também utilizaremos o ORKUT, Fotolog, MSN
e outras dessas ferramentas
que fazem parte da vida do jovem. Através do "Jornal da
Arquidiocese" e do Informativo
da Pastoral da Juventude, vamos fazer com que notícias importantes cheguem ao jovem
com rapidez.
Mãos na massa. Temos
muito a ser feito e, em conjunto, o faremos. Como atividades
permanentes, podemos citar:
assessorias específicas; oficinas da PJ nas paróquias; Escola da Juventude; Curso de
Assessores; Dia Nacional da
Juventude. Também teremos
reuniões sistemáticas com os
representantes das paróquias.
É preciso planejar o que
queremos. Isso faremos em
nossa Assembléia Arquidiocesana da Juventude, que
acontecerá em Julho, na casa
de retiros "Caminho de Nazaré",
em Enseada de Brito.
Sabemos que não é fácil a
articulação e mobilização dos
jovens. Mas a pastoral da juventude, através de sua nova
Coordenação Arquidiocesana,
está disposta a viver uma
nova etapa na sua caminhada. E para isso, precisamos
da ajuda e apoio dos nossos
Bispos, Padres, Religiosos e
Religiosas, das Lideranças
Paroquiais e, evidentemente,
de nossa juventude.
Guilherme P
ont
es
Pont
ontes
Secretário Arquidiocesano da Pastoral da Juventude
Fé e Trabalho.
Assim construiremos um mundo melhor.
.
8
Centenário
Janeiro/Fevereiro 2009
Jornal da Arquidiocese
ASA e a continuidade da ajuda
Participação das comunidades com doação de roupas e
mantimento foi determinante para o sucesso da campanha
intitulada “Fui atingido pelas enchentes e me socorreste!”
Arquivo/JA
“Solidariedade é um dom
que Deus nos deu,
que não é feita apenas de
palavras, mas principalmente de atitudes. Solidariedade
é reconhecer o outro como
nosso próximo, e amá-lo
assim como nos amamos.”
Em novembro de 2008 fomos chamados a nos unir em
favor daqueles que foram atingidos pelas enchentes, especialmente em Itajaí, na Arquidiocese. A Campanha “Fui atingido pelas enchentes e me socorreste” resultou no recebimento de doações de roupas,
alimentos, materiais de limpeza e higiene, que foram organizadas e encaminhadas diariamente para as paróquias que
serviram de abrigo às famílias
atingidas. Houve também a colaboração das Ações Sociais
das Paróquias das regiões não
atingidas, que juntamente com
seus voluntários, organizavam
as doações para facilitar a distribuição.
Muitas pessoas, entidades
Paróquia celebra 25 anos
Região norte da Arquidiocese, como Balneário Camboriú, foi a que
mais sofreu com as enxurradas de novembro de 2008
sociais e empresas fizeram também doações em dinheiro. Entendendo que as necessidades
das famílias atingidas continuam, a equipe da ASA está mobilizando um levantamento das
famílias que foram abrigadas
nas paróquias de Itajaí, com o
objetivo de conhecer a sua situação atual, pós-enchente, e
atender suas necessidades
através dessas doações, num
trabalho transparente e individualizado.
Agradecemos cordialmente a
colaboração de todas as pessoas que se envolveram direta ou
indiretamente e destacamos as
Ações Sociais e seus voluntários
nos abrigos. Que Deus recompense a todos os que contribuíram
para que as tristezas e perdas
ocasionadas pelas enchentes
fossem amenizadas.
Arquivo/JA
Arquivo/JA
Voluntários auxiliaram no recolhimento e na
distribuição das doações
As doações foram encaminhadas às paróquias
atingidas, onde se organizou a distribuição
No dia 19 de fevereiro, a paróquia
São Francisco Xavier celebra jubileu
A Paróquia São Francisco
Xavier, em Florianópolis, estará
celebrando no dia 19 de fevereiro 25 anos desde que através de
um decreto assinado por Dom
Afonso Niehues, nosso Arcebispo na época, foi elevada a paróquia. As comemorações do jubileu iniciam no dia 10 de fevereiro. Todos os dias, sempre na
Matriz e a partir das 20h, haverá novena alusiva ao Jubileu.
Apenas a novena do dia 08/02
(domingo) será às 8h da manhã.
“Cada novena será organizada por uma das 11 comunidades e a celebração presidida
pelos padres que trabalharam
na paróquia”, disse Pe. Alcides
Albon
Albonyy Amaral
Amaral, atual pároco. A
celebração jubilar será realizada
no dia 19 de fevereiro, às 20h,
presidida pelo nosso arcebispo
Dom Murilo, com a presença de
todas as comunidades.
História
Quando, em 1964, os Padres
Capuchinhos assumiram a paróquia da Santíssima Trindade,
atendiam todo o norte da Ilha. A
expansão demográfica fez com
que logo se começasse a pensar em dividir o território. A escassez de padres dificultava a
iniciativa.
Através de Decreto da Cúria
Metropolitana, datado de 19 de
fevereiro de 1984, finalmente foi
criada a Paróquia de São Francisco Xavier, com sede no Bairro
Monte Verde. A Paróquia atendia todo o Norte da Ilha. Seu primeiro pároco foi o Pe. José
Ar
tulino Besen
Artulino
Besen, também professor no ITESC.
A localidade já vinha sendo
preparada, há tempo, para ser a
sede da futura Paróquia. Irmão
Celso
Celso, marista
marista, vinha incrementando a pastoral nesse bairro,
bem antes de terem sido implantados dois conjuntos residenciais, pela Companhia Habitacional de Santa Catarina - COHAB/
SC, nas proximidades da Matriz.
Com autorização da Cúria
Metropolitana, Ir. Celso adquirira uma área de nove mil
metros quadrados ao lado da
Capela existente. Também iniciou a construção de uma nova
igreja inaugurada a 1º de dezembro de 1996.
A partir dela, foi criada a
paróquia Sagrado Coração de
Jesus, em Ingleses (07/03/
95), e a paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em
Canasvieiras (07/03/2004).
Jornal da Arquidiocese
Centenário 9
Janeiro/Fevereiro 2009
Paróquia de Ingleses inaugura nova Igreja Matriz
Celebração foi presidida por Dom Eusébio Oscar Scheid, que veio especialmente para o evento
Dom Eusébio, quando era ainda
nosso Arcebispo: a criação da paróquia, em 06 de julho de 1998;
a bênção da pedra fundamental
da igreja, em 30 junho de 2000,
ocasião em que a comunidade o
homenageou Dom Eusébio pelos
seus 40 anos de vida presbiteral.
Depois, quando já Cardeal, em
maio de 2006, durante o XV Congresso Eucarístico Nacional,
quando os bispos celebraram
nas comunidades, Dom Eusébio
escolheu a igreja de Ingleses para
celebrar.
Na seqüência, Dom Eusébio
fez a abertura das portas da igreja e ficou na entrada, junto com
Dom Murilo e Dom Vito, saudando os fiéis que vinham para a celebração. Durante a celebração,
Dom Eusébio ungiu o altar, e
Dom Murilo e Dom Vito ungiram
as doze cruzes nas paredes da
igreja. Ao final, fez-se o descerramento de uma placa comemorativa.
Oito anos de trabalho
A dedicação da igreja é resultado de oito anos de trabalho,
Foto JA
Arquivo/JA
Todas as comunidades da
Paróquia Sagrado Coração de
Jesus, em Ingleses, Florianópolis, estiveram presentes à celebração que dedicou a sua nova
Igreja Matriz. A celebração foi realizada na noite do dia 17 de dezembro.
A missa foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Sebastião
do Rio de Janeiro, Dom Eusébio
Oscar Scheid
Scheid, que veio especialmente para a solenidade. Nosso
arcebispo Dom Murilo Krieger e
nosso bispo-auxiliar emérito,
Dom Vito Schlickmann, além de
padres e diáconos, também participaram da celebração.
Antes de iniciar a celebração,
ainda em frente à igreja, Dom
Eusébio saudou a todos os participantes, em especial aos benfeitores da construção. Ele falou
sobre a tragédia das enchentes
que se abateram sobre Santa
Catarina e vitimaram várias pessoas. Disse que se solidarizava
com as vítimas da tragédia.
Pe. Vânio da Silv
a, pároco de
Silva
Ingleses, lembrou os momentos
que marcaram a comunidade e
que contaram com a presença de
Os 1.750 lugares sentados da nova Igreja Matriz ficaram ocupados pelos fiéis das comunidades da paróquia
desde a bênção da pedra fundamental, em 30 de junho de 2000,
cio
quando era pároco o Pe. Már
Márcio
Vignoli
Vignoli. Depois do Santuário de
Santa Paulina, em Vígolo, Nova
Trento, o "Santuário" de Ingleses
é a maior igreja da Arquidiocese,
com capacidade para 1.750 pessoas sentadas. Conta com uma
grande capela para adoração ao
Santíssimo e missas feriais. As
obras de arte do templo foram criação do artista sacro Cláudio
Pastr
o. A decoração segue as noastro
vas orientações litúrgicas.
Foto JA
Foto JA
Ao final da celebração, Pe.Vânio, o pároco, agradeceu a presença da comunidade
O Cardeal Dom Eusébio faz a incensação da Cepela do Santíssimo
10
Paróquia
Janeiro/Fevereiro 2009
Jornal da Arquidiocese
Colônia Sant’Ana, atendimento aos doentes
Com uma população de 16 mil habitantes, paróquia tem como desafio atender a comunidade empobrecida
em Formosa e outra no Sertão.
Quando criada, a paróquia contava com quatro comunidades. Atualmente são 11, mas apenas quatro com igreja. Nas outras sete,
acontecem celebrações mensais
nas residências. "A dificuldade está
em adquirir propriedades e construir igrejas. O empobrecimento
dificulta esse trabalho", disse Pe.
Neri José Hof
fmann
Hoffmann
fmann, o pároco, que
continua atendendo ao hospital.
Conheça algumas atividades
pastorais desenvolvidas:
Past
oral dos Doent
es - Responastoral
Doentes
sável por visitar os doentes em suas
casas ou no hospital. São 30 voluntários, que contam com o apoio de
outros 12 ministros da Eucaristia.
O trabalho principal é ser presença
da Igreja. As visitas acontecem mensalmente e são programadas. Colônia Sant'Ana é uma comunidade
com muitas pessoas com doenças
mentais que vivem com as famílias. Dauri Domingos realiza as visitas há 13 anos. “As famílias nos recebem muito bem, se preparam
para nos receber e ficam muito felizes com a nossa presença”, disse.
Cat
eq
uese - A Pastoral CateCateq
equese
quética funciona muito bem. No último ano 180 crianças e adolescentes fizeram a primeira comunhão e
147 a crisma. Para este ano, mais
de 400 já estão inscritos. Todas as
terças-feiras, às 18h, é realizada a
Foto/JA
O nome da comunidade de Colônia Sant'Ana, em São José, costuma ser associado ao hospital
psiquiátrico. Construído em 1941,
ele trouxe benefícios e alguns problemas para os moradores. O preconceito por morar em uma localidade com uma instituição que
atende pacientes com distúrbios
mentais sempre perseguiu os moradores e ainda hoje continua.
A comunidade cresceu. O hospital, que no passado representava a maior parte da população
da comunidade, reduziu o atendimento. Hoje, a maior parte da
população é de pessoas que migraram para a região pela proximidade da capital, buscando melhores condições de vida.
Desde a construção do Hospiovidêntal, as Irmãs da Divina Pr
Pro
cia estiveram presentes na comunidade. Elas solicitaram um padre
capelão que atendesse à comunidade religiosa e aos pacientes
do hospital. Vieram os Padres
Franciscanos
ranciscanos. As irmãs ficaram
até 1993, os freis até 2005.
Depois de funcionar como
Curato por 31 anos, a comunidade foi elevada a paróquia através
de decreto do nosso arcebispo
Dom Murilo, em 12 de fevereiro
de 2005. Com 16 mil habitantes,
ela tem como maior desafio atender a população empobrecida
distribuída em quatro favelas:
duas delas perto da Matriz, uma
custos das comunidades. A principal festa é a de Sant'Ana, realizada no dia 26 de julho, reunindo milhares de pessoas nos três
dias do evento.
Liturgia - As celebrações são
bastante participadas, sobretudo
pelos moradores mais antigos.
Nos últimos anos, a paróquia cresceu muito e é um desafio fazer
com que os novos moradores participem, mesmo com as visitas às
casas. Quatro equipes, uma por
igreja, cuidam da liturgia nas celebrações. Elas participam de
duas formações por ano: em março e agosto, com especialista convidado para prestar a formação.
A primeira capela da comunidade foi construída em 1923. Depois, a antiga
deu lugar a uma nova construção, que nos anos seguintes passou por reformas e ampliação. A última obra foi há cerca de 10 anos nas escadarias
missa das crianças, em que os pais
também são convidados. Os catequistas participam das formações
oferecidas pela Coordenação
Arquidiocesana. Os coordenadores
participam de formações na
comarca e repassam os conhecimentos em suas comunidades.
Dízimo - A comunidade tem
consciência da oferta do Dízimo
e o trabalho caminha bem. São
350 famílias que fazem a oferta
mensal através de carnês. Em
todas as celebrações uma equipe fica à disposição para receber
a oferta. Todo o valor é aplicado
nos trabalhos pastorais. O valor
recebido nas festas e aluguéis é
utilizado na administração dos
Dimensão Social - O trabalho
social é realizado através da Creche Frei Antônio. Criada há mais
de 30 anos pelo Frei Antônio
Frink
en OFM para acolher as cririnken
anças da comunidade, atualmente a creche atende cerca de 300
crianças, do berçário aos seis
anos, o dia inteiro. A creche é
administrada pela Ação Social.
O prédio foi construído em um
terreno da paróquia. No início, funcionava como espaço de formação profissional para os jovens e
creche. Aos poucos se transformou em apenas creche. A manutenção financeira é feita através
de repasses feitos pela Prefeitura
e 15% do dízimo da Matriz.
Uma história construída a partir do Hospital Psiquiátrico
A construção da primeira capela na localidade data de 1923.
A comunidade teve seu crescimento acentuado com a instala-
ção do Hospital Colônia Sant'Ana,
inaugurado em 10 de novembro
de 1941. O hospital constitui-se
num marco histórico da assistênFoto/JA
Hospital já chegou a ter 2.300 internados, hoje tem pouco mais de 500
cia psiquiátrica no Estado. Ele
concentrou o atendimento aos
doentes mentais que estavam
nos manicômios em Joinville e
em Azambuja, Brusque.
Quando da inauguração, o
Hospital contava com 300 leitos,
para onde foram trazidos os doentes dos dois "asilos". Com as
ampliações que ocorreram nos
anos seguintes, chegou a 1.070
leitos. No auge, atendeu mais de
2.300 pacientes, com um número bastante reduzido de funcionários. Era um caos. "Com o tempo,
foram reduzidos os atendimentos
e as internações. Atualmente
abriga cerca de 500 pacientes",
disse João Ernesto de Andrade
(Mariquita), funcionário aposentado e voluntário da paróquia.
Desde o início das atividades,
as Irmãs da Divina Pr
Pro
ovidência
estiveram presentes, assumindo
quase todos os trabalhos. Chegaram a formar uma comunidade
com 23 religiosas. Além do hospital, elas auxiliavam na comunidade. Cuidavam da Catequese,
Liturgia e Ação Social. Uma das
exigências da permanência das
Irmãs na instituição era a presença de um padre capelão que atendesse às religiosas e aos pacientes do hospital. Essa solicitação
foi atendida pelos Padres Franciscanos. Em 1972 foi criada a Fundação Hospital, que passou a
administrar o Hospital. Com a falta de pessoal, aos poucos as Irmãs foram se retirando do Hospital até que em 1993 saíram definitivamente.
Frei Antônio FFrink
rink
en OFM
rinken
OFM, que
veio a ser o primeiro Reitor do
Curato, foi o capelão que mais se
destacou pelos serviços prestados
por cerca de 22 anos, não só ao
Hospital e à comunidade religiosa,
como a todos os residentes nas
cercanias do hospital. A 10 de junho de 1974, um Decreto de Dom
Afonso Niehues criou o Curato de
Sant'Ana, que funcionava, na realidade, como quase uma paróquia.
A comunidade foi elevada a
paróquia no dia 12 de fevereiro de
2005. A paróquia contava com
quatro comunidades: duas desmembradas da Paróquia São
Francisco de Assis, em Forquilhinhas, São José, e próprio Curato
e a comunidade de Pagará. Como
primeiro pároco, foi nomeado o
Pe. Neri José Hof
fmann
Hoffmann
fmann, que nela
continua prestando seus serviços.
Jornal da Arquidiocese
GBF 11
Janeiro/Fevereiro 2009
GBF - vivendo a Fraternidade
Divulgação/JA
Novo livreto da Quaresma/Páscoa dos
GBF dá início a uma nova jornada
comunitária a caminho da Ressurreição
Estamos iniciando mais um
Tempo Litúrgico. O novo Livreto da
Quaresma/Páscoa dos GBF dá
inicio a uma nova jornada, reconhecendo a presença de Deus em
todas as pessoas e nos momentos vividos "A caminho da Ressurreição", uma vida nova em Cristo.
O Livreto torna-se um rico material para alimentar nossa espiritualidade quaresmal e pascal
numa profunda reflexão, despertando-nos para uma sincera conversão pessoal, comunitária e social à luz da Palavra de Deus, na
certeza de que Ele está entre nós.
A Equipe de elaboração preocupou-se em destacar como fio
condutor do Livreto a "Dignidade
humana", buscando trabalhar a
dimensão quaresmal e pascal e
atendendo ao apelo da Campanha da Fraternidade.
Na celebração inicial e nos 14
encontros, além da espiritualidade
que é própria dos Grupos, o Livreto
traz uma reflexão sobre o Tema:
Fraternidade e Segurança Pública,
e o Lema: "A paz é fruto da justiça", no meio urbano e rural, na família e na escola, nos cárceres e
nos meios de comunicação social.
Com coragem e perseverança, os Grupos Bíblicos em Família estarão em comunhão com a
Igreja no Brasil e com as pastorais, movimentos e organismos
de nossa Igreja Arquidiocesana,
contribuindo para a promoção do
respeito à dignidade humana, da
paz e da justiça social, na construção de uma sociedade mais
justa e solidária.
Uma maneira de abraçar a
vivência da caridade, do amor fraterno e da solidariedade nos GBF é
fazer acontecer a "Igreja nas casas",
num tempo em que a sociedade e
a Igreja no mundo todo vivem o
grande desafio da Cultura da Paz.
GBF assumindo compromissos
Contam alguns animadores
e animadoras dos GBF que a experiência vivida no tempo do Advento/Natal de 2008 foi muito
válida, e que as ações concretas sugeridas nos livretos dos
três tempos litúrgicos deveriam
ser assumidas com mais empe-
nho, para despertar nas pessoas a vida em comunidade e o
compromisso cristão. Essas experiências também acontece-
ram em outras paróquias da
Arquidiocese. Acompanhe o relato de duas experiências vividas
no Natal.
Grupos Bíblicos em FFamília
amília
da paróq
uia São João
paróquia
Ev
angelista - Biguaçu
Evangelista
“Os encontros em preparação
para o Natal em nossa Paróquia
São João Evangelista foram muito bem participados e com todo
apoio do Pároco e dos Vigários.
Cada comunidade realizou seu
encerramento com a apresentação dos enxovais de bebê conseguidos durante os encontros. Ainda preparamos as encenações
natalinas, os momentos de confraternização e partilha e o tradicional amigo secreto”.
“Quem está
com Cristo não
teme nada
nem ninguém”,
diz Papa
“Num mundo cheio de
medos, quem está com Cristo não teme nada nem ninguém, porque Ele é o verdadeiro Senhor do mundo e, se
estamos unidos a Cristo, não
precisamos temer inimigos
ou adversidades”. Essas foram as palavras pronunciadas pelo Papa Bento XVI, na
audiência geral da quarta-feira, 14-1, enquanto meditava
as duas epístolas de São
Paulo: as Car tas aos
Colossenses e aos Efésios.
Falando da Pessoa de
Cristo, Bento XVI afirmou que
“tanto numa como noutra
carta, Jesus Cristo é designado como ‘Cabeça’. E prosseguiu, “Ele é antes de mais
nada o Chefe, que dirige e
guia a comunidade cristã, e
é também a Cabeça, pois comunica a sua vida a todos os
membros do seu Corpo. Mas
Cristo é também considerado o Chefe das potências celestes e do cosmos. Cristo,
que nos amou e se entregou
por nós, está acima de todo
e qualquer poder que pretendesse humilhar o ser humano. Unidos a Cristo, não devemos, portanto, temer o que
quer que seja”.
Libertação
GBF da Paróquia de Forquilhinhas organizam enxoval para as gestantes
Grupos Bíblicos em FFamília
amília
da paróq
uia São FFrancisco
rancisco de
paróquia
Assis - FFor
or
quilhinha.
orq
Os GBF da paróquia, contam
com aproximadamente 60 grupos atuantes, com o apoio do
Pároco e de outros padres.
“Os encontros de preparação
para o Natal foram bem participativos, lançamos a campanha do
enxoval de bebê e arrecadamos
muitas roupinhas, fraldas etc. Tudo
foi repassado para a coordenação
da Ação Social da Paróquia, que
pode ajudar várias gestantes carentes da comunidade. Sentimos
a alegria das famílias no dia do encerramento, podendo ajudar a
quem necessita. Foi uma experiência maravilhosa”.
Membros de um Grupo Bíblico em Família da Paróquia de Biguaçu
O Santo Padre observou
que “para o mundo pagão
esta revelação de São Paulo
constituía uma libertação.
Também os pagãos de hoje
vêem o mundo cheio de poderes perigosos, mas quem
está com Cristo não teme
nada nem ninguém, concluiu
o Papa, exortando: “Num
mundo cheio de medos, também nós, cristãos, havemos
de aprender que Cristo, para
além de toda e qualquer dominação, é o verdadeiro Senhor do mundo”.
TUDO EM 5 X SEM JUROS
= Jóias - Relógios - Óculos =
= Diversas Marcas =
Florianópolis - Fone
Centro, Shopping Itaguaçu e Shopping Iguatemi Santa Catarina (48)
3222-8680
12
Artigos
Janeiro/Fevereiro 2009
Jornal da Arquidiocese
Centenário
Pe. Manoel João Luís da Silva - Padre Lagunense
Divulgação/JA
Manoel João Luís da Silva nasceu em Laguna no dia 19 de dezembro de 1827. Passou a adolescência, dos 12 aos 15 anos,
como caixeiro em Imaruí, na casa
de seu padrinho.
Alimentando o desejo de ser
padre, conseguiu uma pensão
dos cofres provinciais catarinenses e em maio de 1846 foi para
o Rio de Janeiro. Matriculou-se
no Seminário São José do Rio
Comprido, prestigioso e sério
centro de formação humana e intelectual.
Ali foi ordenado presbítero em
4 de agosto de 1853, pela imposição das mãos do bispo Dom
Manoel do Monte Rodrigues de
Araújo, Conde de Irajá, sob cuja
jurisdição se encontrava o território catarinense.
No mesmo ano, em 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição, celebrou sua Primeira
Missa na Matriz de Laguna, pregando do altar de Nossa Senhora do Parto, sua madrinha. Trazia consigo a provisão de Vigário
colado (vitalício) de Santo Antônio dos Anjos, assinada em 15 de
setembro. Sua posse coincidiu
com a Primeira Missa.
Na histórica Laguna, Pe.
Manoel, “Padre Maneca”, viveu e
Busto do Pe. Manoel está colocado na praça em frente à Igreja de Santo
Antônio dos Anjos, onde ele realizou a maior parte de seu ministério
exerceu o ministério por longos
57 anos, até 1911.
Nesse mesmo tempo foi vigário interino de Santana de Vila
Nova (1856), colado de Nossa
Senhora da Piedade de Tubarão
(1855), encarregado de São João
Batista de Imaruí (1876-1877) e
de Santana do Mirim (1899).
Ingressando na política, foi
Deputado Provincial, como Su-
plente convocado à
Legislatura (1858-1859).
12ª
Filho de Laguna
Era alto, magro, claro e corado,
olhos azuis, cabelos grisalhos. Inteligente e preparado, todos o respeitavam. Nail Ulisséa, historiadora lagunense, descreveu Pe.
Manoel como “filho de Laguna, in-
teligência brilhante, caráter exuberante, orador sacro magnífico, uma
bonita voz de tenor e extremamente hábil em angariar simpatia. É
indiscutível que a população lhe
devotava uma amizade e um carinho que chegava às raias da veneração, e com isso conseguiu manter acesa a luz da fé em seus paroquianos. Em 1904, quando completou seu jubileu de ouro sacerdotal, teve a maior homenagem
que Laguna já prestou a um de
seus filhos. Ao encerramento das
festividades, subiu ao púlpito, junto ao altar de Nossa Senhora do
Parto, sua madrinha, e a quem
dedicara sua primeira missa, para
agradecer ao povo e formulou a
mais bela peça oratória de sua
carreira. Dirigiu-se aos paroquianos
pedindo perdão por não os ter dirigido melhor, pedindo, entre lágrimas, que esquecessem todas as
faltas que havia cometido. O auditório chorava juntamente com ele”
(cf. Três séculos da Matriz, 1976,
p. 193). A tradição oral fala de uma
verdadeira confissão pública dos
pecados.
Vigário Geral
Com a criação da diocese de
Florianópolis, em 1908, os anti-
gos padres “brasileiros”, formados no Padroado imperial, patriarcas em sua comunidade, não
eram bem vistos pelo novo bispo
e pelo clero alemão e italiano,
particularmente por serem casados. Buscou-se aposentá-los. Foi
o que Dom João Becker sugeriu
ao Pe. Manoel, que detinha o título vitalício de vigário colado,
portanto inamovível: deu-lhe o título de Vigário Geral Honorário da
Diocese de Florianópolis em 30
de abril de 1911. No dia seguinte, 1º de maio, Pe. Manoel renunciou ao título de vigário colado.
Já apresentava sinais de doença e muita fraqueza, acentuadas
pela promoção/punição da Igreja
que o afastara do rebanho. Em 26
de junho do mesmo ano pediu a
confissão e o viático. Três dias
depois, na festa de São Pedro e
São Paulo, morria placidamente.
Chorando seu velho pastor e
pai espiritual, quase toda a Laguna acompanhou seu enterro. Padre Manoel João Luís da Silva vivera 84 anos, 57 como vigário de
Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Deve-se muito a ele o forte
catolicismo lagunense e das
adjacências.
Pe. José Ar
tulino Besen
Artulino
Ecumenismo
Que cesse a violência, e a injustiça. Defendamos a vida.
Nós, cristãos, judeus e muçulmanos
da
cidade
de
Florianópolis, SC, estamos fortemente comprometidos com a promoção do diálogo a favor da verdade e da justiça, da cooperação
entre os povos, as culturas e as
religiões. Imbuídos pelo espírito
da paz e da fraternidade,
estamos convencidos de que é
sempre possível encontrar métodos pacíficos e justos para a solução de conflitos, desde que
exista sinceridade e clareza de
intenções por parte dos beligerantes.
Tal é o que temos demonstrado em dois significativos encontros entre judeus, cristãos e muçulmanos, realizados no Instituto Teológico de Santa Catarina,
em 2005 e 2007, como também
nas reuniões de diálogo entre
cristãos e muçulmanos, realizados também na sede da comunidade
muçulmana
de
Florianópolis.
Temos acompanhado com
aflição a situação de guerra recentemente agudizada em território palestino. Percebemos que
há violência, há mortes, há muito sofrimento de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, sobretudo da parte palestina. Pessoas inocentes estão sendo desrespeitadas em seus direitos de viver em paz e com dignidade. E lastimamos profundamente que povos de uma mesma
raiz semita e abraâmica se agridam, mesmo que com motivos
que lhes pareçam "justos".
Lutamos por uma cultura da
paz: haverá paz na medida em
que as pessoas acreditarem na
paz. Lutamos pela justiça: haverá justiça na medida em que saibamos ser justos em todos os
nossos projetos e nossos atos.
Acreditamos na vivência e convivência em segurança para todos
os seres humanos. Nossa fé nos
permite crer que a justiça, a paz
e o perdão são possíveis.
Em nome das iniciativas, humildes mas sinceras, de diálogo
e convivência entre judeus, cristãos e muçulmanos, já realizadas
na cidade de Florianópolis, quero
expressar minha posição contrária às políticas de agressão praticadas na terra Palestina. E ofereço minha singela contribuição
para que judeus e muçulmanos
possam continuar a conviver em
paz em qualquer lugar do mundo,
como a história mostra ser possível em nosso ambiente, dentre
muitos outros. Conclamo os irmãos judeus e palestinos residentes em Florianópolis a continuarmos firmes nos esforços de diálogo, respeito mútuo, convivência
pacífica, cooperação por uma cidade melhor. E podemos assim
acreditar que isso é possível também no Oriente Médio.
Alcançar a paz é uma prioridade para toda a humanidade.
Urge apoiar todos os projetos
concretos que buscam alcançar
esse objetivo entre pessoas, povos, culturas, religiões, no respeito da verdade e da justiça.
Aos líderes da comunidade internacional, imploramos que trabalhem com afinco para promover
o diálogo e a paz, esquecendo
os interesses geopolíticos das
potencias centrais.
E nos comprometemos a continuar trilhando os caminhos do
diálogo, da cooperação e da convivência pacífica entre povos, culturas e religiões no chão onde nos
encontramos, para que a bênção
do Deus único nos fortaleça na
prática da justiça e defesa da vida
de todas as suas criaturas.
Florianópolis, 20 de
janeiro de 2009
P
e. Elias W
olf
Pe.
Wolf
olfff
Coordenador da Comissão Regional
para o Diálogo Ecumênico e
Interreligioso
Regional Sul IV da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Leia mais: www.itesc.ecumenismo.com
Jornal da Arquidiocese
Missão 13
Janeiro/Fevereiro 2009
Semana Missionária em Florianópolis
Assuntos abordados
Os assuntos abordados naqueles cinco dias deixaram os
participantes mais esclarecidos
sobre a identidade missionária
da Igreja, identidade que retomou
sua força na importante conferência de Aparecida.
Panorâmica missionária
aulo
No primeiro dia, o Pe. P
Paulo
De Coppi - diretor do Missão Jovem - apresentou uma ampla panorâmica sobre a situação
missionária no mundo de hoje,
destacando as problemáticas e
as perspectivas que se abrem
para a Igreja no terceiro milênio .
No debate que se seguiu, diversas pessoas se expressaram:
Roselaine - catequista de Saudade, SC, impressionada com o
que ouviu, destacou: "Ao conhecer a realidade da situação atual
da evangelização do mundo, a
responsabilidade se torna bem
maior para a nossa Igreja e para
cada batizado'.
Mônica - Cidade de Deus, RJ:
“Cheguei aqui desanimada, mas,
depois dessa belíssima palestra,
sinto que esse ardor missionário
precisa ser reacendido em meu
coração. Os desafios existem,
para que os superemos”.
Divugação/JA
De 5 a 10 de Janeiro, a Equipe
do jornal “Missão Jo
Jovvem
em”” realizou
a IV Semana de Conscientização
Missionária. Pela sua abrangência
e conteúdos considerei interessante participar com vocês os
ecos desse acontecimento entre
os participantes.
Desta IV Semana de conscientização Missionária participaram
padres, seminaristas e lideranças
de dezenas de dioceses do Brasil. As nossas igrejas locais são insistentemente chamadas a se tornarem cada vez mais missionárias. Esses encontros já colheram frutos concretos: diversas
pessoas, padres e leigos chegaram até a decisão de doarem alguns anos de sua vida como missionários em outros países.
Missão Universal
No segundo dia, o Pe. Braz
Brazmissionário do PIME, formado
nas Filipinas, apresentou uma
ampla visão da missão universal
e as diversas possibilidades de
engaja-mento. Dirigindo-se aos
padres diocesanos, que pretendem realizar uma experiência
missionária em outros continentes, apontou duas modalidade de
realização: como presbítero "Fidei
Donum", engajando-se numa
diocese de missão, ou como missionário "Associado ao PIME".
Nessa segunda modalidade, ele
realizará sua missão junto com
os missionários do PIME, desfrutando de sua experiência
missionária e tendo igualdade de
direitos e deveres. No debate que
se seguiu, sentiu-se que a palestra tocou profundamente os participantes a ponto de alguém se
declarar disposto a realizar, mais
adiante, essas experiências
missionárias mais exigentes.
Houve também quem se dispusesse a colaborar na animação
missionária em sua diocese ".
Missão Continental
rancisco Wloch
O Pe. FFrancisco
Wloch, pároco da Catedral e sub-secretário
do Regional Sul IV,SC, foi quem
apresentou a Missão Continental.
A idéia nasceu na Conferência de
Apare-cida e foi definitivamente
lançada no 3º CAM (Congresso
Missionário Americano) em Quito (Equador).
Partindo de sua experiência e
Celebração com os participantes da Semana Missionária - 2009
da realidade pastoral de nossas
igrejas, Pe. Francisco apresentou,
em grandes linhas, o grande desafio da realização da Missão
Continental, convocada com urgência para evangelizar a massa
de católicos batizados, mas não
suficientemente evangelizados,
para que assumam sua missão
no mundo. No debate a seguir,
Priscila declarou: "Acredito na
Missão Continental, sim, e também que ela precisa começar em
mim, por nós lideranças, que nos
dizemos seguidores de Cristo. Por
pessoas motivadas, alegres, entusiastas e conduzidas pelo Espírito de Deus. Tenho desejado
isso no meu coração. Esta formação foi uma providência e uma
resposta de Deus para mim".
Missão, Diálogo Ecumênico e Inter-religioso
Divugação/JA
Pe. Elias W
olf
Wolf
olfff, prof. no ITESC,
foi quem desenvolveu esse tema.
Pe. Elias agradou e suscitou uma
série de perguntas sobre a problemática que o tema envolvia.
Foi geral o sentimento de que os
católicos são chamados a sair do
individualismo religioso, a buscar
entendimento e criar comunhão
com os outros cristãos. Qual deveria ser a nossa atitude para
com as outras religiões? Devemos ter em conta o pluralismo
religioso e, sem perder a nossa
identidade, convencer-nos de que
os católicos devem estar abertos
ao diálogo. Dessa forma ficariam
enriquecidos com os valores que
o Espírito, ao longo da história, foi
semeando nas outras culturas e
religiões.
Missão nas pequenas
coisas do dia-a-dia
As celebrações sempre fizeram parte do dia-a-dia de todos os participantes
O tema foi apresentado pelo
Pr
of. Carlos Mar
endal. Sem dúProf.
Marttendal
vida, a sua foi considerada uma
das melhores palestras do encontro. Ele tocou o coração de
todos e fez repensar a vida de
cada par ticipante. Priscila,
coord. da catequese de Osório,
RS, testemunhou: "Só por esta
palestra, teria valido a pena vir
a Florianópolis. Carlos me fez
lembrar fatos de minha vida, de
coisas e pessoas que foram importantes e eu não sabia. Que
Deus tem maneiras misteriosas
de agir em nossa vida, e que
cada dia é dia de eu aprender o
valor das pequenas coisas". A
dinâmica do vaso de barro que
se deixa quebrar para se dar de
presente aos outros... foi uma
síntese da espiritualidade
missionária. O Profº Carlos nos
transmitiu uma paz e amor muito grandes. Fiquei encantada
por sua pessoa".
O jeito de ser missionário
Volnei Lazzari
Lazzari, da Equipe do
“Missão Jovem”, apresentou esta
última palestra, muito elogiada
pela forma simples, motivadora
e dinâmica por ele usada.Volnei
apresentou as características dos
discípulos que Jesus havia chamado: * Pedro: autêntico, decidido, sincero. * André: prático,
convida as pessoas a se encontrarem com Jesus. * João: fiel,
amável, confiável.
Salomão, seminarista de
Caratinga,MG, concluiu: "Após a
palestra de Volnei, penso que se
eu não conseguir ser autêntico
como Pedro ou tão amante como
João, que eu seja ao menos um
apresentador como André. Que a
motivação seja a minha grande
estrela do Oriente para o meu
caminho de missão.
Avaliação do Encontro
Priscila Hirose, dias após o
termino da Semana, enviou-nos,
de Osório,RS, o seguinte testemunho: "Esse encontro, pela experiência de todos os momentos: acolhida, reflexões, passeios, oração, partilha, formação,
alegria... proporcionou-me tempo de cuidar um pouco de mim
antes de cuidar dos outros como
venho fazendo na minha atividade pastoral. Já sinto a falta de
todas as pessoas com quem
convivi nesses dias. Foi um grupo marcante. Quero também
mencionar que encontrei, nas
pessoas que organizaram esse
encontro, um grande testemunho de amor à missão, o que me
alegrou profundamente. Teria
muitas coisas a dizer, mas não
encontro palavras. Levo a alegria
de ser missionária."
Pe. P
aulo De Coppi - PIME
Paulo
Missionários da Arquidiocese
Agradecemos ao Pe. V
Valdir
aldir
cino A
tílio
Gercino
Atílio
Staehelin e ao Pe. Ger
Piazza que, após a missão realizada no Mato Grosso do Sul,
MS, voltaram para a Arquidiocese, para aqui assumirem outro trabalho. Estão de férias entre nós também o Pe. Josemar
Silv
a e o Pe. Jacob Ar
cher
Silva
Archer
cher, missionários na Bahia. Bem vindos
e bom descanso! Da Guiné
Bissau chegou a missionária Ir
Ir..
Elisabe
odrigues
Elisabette R
Rodrigues
odrigues, MI. Ela
está descansando na casa dos
pais no Alto Aririú, Palhoça
E para nos surpreender, a
nossa caríssima missionária
leiga Célia Ber
Berttoldo Sar
Sarttori
ori,
após 5 anos de missionária em
Porto Murtinho,MS, também
está de volta para descansar e
se preparar para nova missão
na Guiné Bissau. Ela partirá em
março com Dom Pedro Zilli PIME, bispo de Bafatá.
A todos e todas agradecemos pelo extraordinário testemunho missionário que estão
oferecendo à nossa Igreja
Arquidiocesana. Que seu exemplo favoreça o aparecer de novas vocações missionárias.
14
Geral
Janeiro/Fevereiro 2009
Foto JA
Irmã Lourdes
50 anos dedicados à vida religiosa
Há 50 anos elas deu o seu
“sim” e dedicou a sua vida aos irmãos. No dia 08 de dezembro de
des Barbosa Ri1958, Irmã Lour
Lourdes
beir
o fez os seus votos temporáribeiro
os. Para celebrar a data, foi realizada uma missa na residência
episcopal com a presença dos funcionários, local onde há 17 anos
a Irmã presta os seus serviços.
Na entrevista que segue, ela
fala sobre o despertar de sua vocação, lembra a história do Instituto das Pequenas Missionárias
de Maria Imaculada, sobre os 27
anos dedicados ao atendimento
dos bispos, da falta de vocações
religiosas e deixa uma mensagem para os jovens.
JA - Como foi despertada sua
vocação para a vida religiosa?
Irmã Lour
des - Aos 8 ou 9
Lourdes
anos, em Lagoinha, minha terra
natal, no interior do Estado de
São Paulo. A motivação veio a
partir de uma religiosa que todos
os anos rezava o terço na comunidade. Por morar no sítio, achava que seria muito difícil eu ser
religiosa. Não tínhamos colégio.
Meu pai pagava aulas particulares para estudarmos. Graças ao
apoio do Pe. Francisco Elói de
Almeida, fui convidada pela Madre Maria Teresa de Jesus
Eucarístico a conhecer o Instituto. Fui e fiquei dois meses em
experiência. Depois passei a
postulante, vesti o hábito e fui
para o noviciado. No dia 08 de
dezembro de 1958, fiz a primeira profissão temporária. Doze Irmãs fizeram os votos junto comigo. Fiquei mais três anos até que
fiz os votos perpétuos, com mais
oito irmãs. Nessa época os votos
eram feitos sempre no dia 8 de
dezembro.
JA - Fale um pouco sobre a
sua congregação.
Irmã Lour
des - O Instituto das
Lourdes
Pequenas Missionárias de Maria
Imaculada nasceu em São José
dos Campos, SP. A cidade era
conhecida pelos benefícios que
trazia para a cura da tuberculose
e grande número de pessoas a
procuravam. Em 1922 a jovem
professora paulista, Dulce Rodrigues dos Santos, com 21 anos,
foi encaminhada para se curar da
tuberculose. Sentindo o chamado para a vida religiosa, logo que
teve a saúde restabelecida, começou a visitar os doentes e levar-lhes a Palavra de Deus. O trabalho chegou ao conhecimento
de Dom Epaminondas Nunes
d'Ávila e Silva, 1º Bispo de
Taubaté, Diocese a que, então,
pertencia São José dos Campos.
Ele muito desejava organizar uma
associação religiosa que assistisse aos tuberculosos e viu na jovem Dulce essa possibilidade.
Assim, o instituto foi criado em 15
“
Dos 50 anos de vida religiosa, 27 foram dedicados ao atendimento de bispos
Deus pede uma doação total. Se
não houver esse compromisso, a
vocação não deslancha”.
de agosto de 1932. Vinte anos
depois, em 1952, o papa Pio XII
assinou o "decreto de Louvor",
tornando-a Congregação de Direito Pontifício. Entrei na congregação nessa época. Hoje estamos
presentes em cinco Estados do
Brasil, em Portugal e em Roma,
Itália. Além do atendimento aos
doentes, também atendemos os
padres idosos e pessoas idosas
da comunidade em regime de
pensionato. Em Santa Catarina,
temos quatro casas: em Joinville,
atendendo ao Hospital Regional
Hans Dieter Schmidt; em Rio
d'Oeste, no Hospital de Caridade
Luiz Bertoli; em Itajaí, no Hospital Marieta Konder; e em
Retalhos do Cotidiano
Gotas
Todos os dias vejo o mar. Majestoso, às vezes calmo, às vezes
irritado. Nunca havia pensado no
número de gotas de água que ele
contém. Então lembrei-me de um
santo: Francisco de Sales, que viveu no século XVII. Da contemplação do mar e da meditação sobre
o amor de Deus, resultou a oração: “Abismai esta gotinha, que é
o espírito que me destes, Senhor,
no mar de vossa bondade, de
onde procede”.
Riso
Aluguel
Espalhados pela cidade, vários outdoors com uma mensagem
interessante: “Odeio pagar aluguel”. Quando passarmos para a
outra margem, oxalá possamos
dizer como o salmista: “Habitarei
na casa do Senhor pelos tempos
infinitos” (Sl 22[23],6). Com tudo
de graça. E com paz e felicidade
plenas!
É Deus quem nos capacita
para fazermos o bem (cf. 2Cor
3,5). E há homens e mulheres
muito capazes que preferem
passar por incapazes quando
isso pode ajudar, de alguma forma, um irmão. São santos. Fazem um bem enorme. "Contanto
que eu consiga o triunfo da caridade a todo o custo, pouco se
me dá de passar por um incapaz", dizia João XXIII!
“Poleirite”
Tantos de nós parece que sofremos de uma doença cujo
nome é pouco conhecido:
“poleirite”! Queremos estar sempre no poleiro, por cima, em posição de mando, de 'autoridade',
esquecidos de que o poleiro só
serve para as aves pousarem e
dormir... Se Deus nos deu a oportunidade do poleiro, não façamos
dele outra coisa que não ocasião
de descer para servir. É no chão
da vida que encontramos verdadeiramente os irmãos, e não nos
poleiros; é no chão da vida, servindo os irmãos, que encontramos a plataforma para nos guindarmos aos céus!
JA - Dos seus 50 anos de vida
religiosa, 27 deles foram dedicados ao atendimento de bispos.
Pode falar sobre esse trabalho?
Irmã Lour
des - De 1981 a 91
Lourdes
trabalhei na residência episcopal em São José dos Campos,
quando Dom Eusébio era o bispo local. Quando ele veio para
Florianópolis, eu o acompanhei
e aqui fiquei durante o período
em que foi Arcebispo. Continuei
com Dom Murilo. Antes havia trabalho em vários locais, sobretudo na administração dos refeitórios de hospitais. O atendimento aos bispos é um trabalho im-
portante porque eles precisam
de nós, assim como precisamos
deles. Sem a Eucaristia nossa
vocação é morta. E eles precisam de alguém que cuide de
suas coisas, suas roupas, suas
vestes litúrgicas, administre a
casa. Durante o dia, temos momentos de oração e meditação,
e diariamente participamos da
Eucaristia. Isso faz parte da vida
religiosa. A pessoa que não vai à
missa constantemente perde o
espírito religioso.
JA - A senhora é de um tempo
em que eram abundantes as vocações religiosas. A que se deve
a falta de interesse dos jovens por
seguir a vida religiosa?
Irmã Lour
des - De uns anos
Lourdes
para cá diminuíram bastante as
vocações. Apesar disso, minha
Congregação ainda atrai jovens
generosas. Neste ano, quatro irmãs farão a primeira profissão,
outras três os votos perpétuos e
uma outra celebrará Bodas de
Prata. Deus pede uma doação total. Se não houver esse compromisso, a vocação não deslancha.
Os grupos de jovens deveriam
contribuir com mais vocações
para a vida consagrada.
JA - Que mensagem deixa
para os jovens que sentem o chamado para a vida consagrada?
Irmã Lour
des - Eles devem
Lourdes
procurar o grupo vocacional da
comunidade onde moram. Ser
religioso, religiosa, padre, vale a
pena. É uma graça muito grande
a vida religiosa e sacerdotal.
Carlos Martendal
Carro
Beija-Flor
Saindo do convento, ela encontrou o beija-flor caído, sem
ânimo para voar. Acolheu-o na
mão, colocou água com açúcar
no bico e deitou-o com carinho
num lugar em que pudesse descansar. Pouco depois, recuperado, ele voou. E ela alegrou-se!
Beija-Flor 2
O que Irmã Rosely fez, mostrou um pouco do jeito de ser
do Pai. Às vezes, nós somos esses beija-flores caídos e sem
ânimo para voar. Então, quando mais precisamos, por alguém o Pai nos dá "água com
açúcar", coloca num lugar onde
a recuperação um dia nos alcança e, no tempo certo, no
tempo dEle, permite que voemos de novo. O último vôo será
para Seus braços paternos.
Então muito se alegrará. E nós
com Ele!
Foto/JA
“Os fariseus riam de Jesus”
(Lc 16,14). Ah, se eles tivessem
rido para Jesus... Como seria diferente! Também o riso revela o
que vai no coração...
Capacidade
Florianópolis, no arcebispado.
Jornal da Arquidiocese
Sem rodas, sem vidros, todo
enferrujado, lá vai ele, em cima do
carro-guincho. A quantas pessoas
serviu, o velho Gol mais que desbotado, quantas conversas ouviu, por
quantas paisagens andou... Milhares de quilômetros rodados, sempre servindo, sem nunca reclamar
do calor, ou do frio, ou dos buracos.
Cumpriu sua missão em silêncio. Vai
agora para o ferro-velho, onde logo
será prensado e vendido. Daqui a
pouco, parte dele estará, talvez, em
outro carro novo, como ele mesmo
um dia já fora. Ninguém o reconhecerá... Lá vai ele, o velho carro!
Porta
Estou lendo o Apocalipse:
“Quem abrir a porta, eu entro em
sua casa e janto com ele, e ele comigo” (3,20). E recordo João Paulo
II: “Abram as portas para Cristo!”. E
Bento XVI: “Abri de par em par as
portas a Cristo e encontrareis a verdadeira vida”. É uma luta de cada
dia, essa abertura. Tão mais fácil é
fechar-Lhe as portas. Mas, e aí?
Como se fica? Perde-se o rumo, o
gosto pela vida verdadeira vai embora, tudo se torna meio sem graça... Abramos, abramos as portas
a Quem quer viver conosco os dias
de 2009. Então, sim, será um feliz
Ano Novo!
Jornal da Arquidiocese
Mundo 15
Janeiro/Fevereiro 2009
Estado da Cidade
do Vaticano completa 80 anos
Irmã Dulce é reconhecida como Venerável
A Congregação para a Causa
dos Santos do Vaticano anunciou voto favorável e unânime
sobre as virtudes heróicas da
onServa de Deus Dulce Lopes P
Pontes
es. Os votos serão transmitidos
ao Papa Bento XVI que poderá
conceder à Serva de Deus o título de Venerável.
O anúncio foi transmitido no
Brasil pelo arcebispo Dom Geraldo Majella Agnelo e o decreto será
publicado logo após a assinatura
de Sua Santidade. O título é o reconhecimento de que Irmã Dulce
viveu em grau heróico as virtudes
cristãs da fé, esperança e caridade e permite que a causa de beatificação da freira cumpra sua última etapa: a confirmação do milagre que deve passar pela última
análise até o final deste ano.
Com o anúncio do título, resta
agora apenas a comprovação do
milagre. A expectativa é de que até
o início de 2010 essa fase esteja
concluída e os fiéis possam aguardar o anúncio da beatificação.
A Campanha da Fraternidade
2009 (CF), promovida pela CNBB,
terá sua abertura no dia 25 de
fevereiro, na Basílica Nacional de
Nossa Senhora Aparecida, em
Aparecida (SP). Esta é a segunda
vez que a abertura da CF não é
feita em Brasília. Em 2007, a
Campanha abordou o tema “Amazônia” e teve sua abertura em
Belém (PA).
De acordo com o secretárioexecutivo da CF, P adre José
Adalber
anzella
dalbertto V
Vanzella
anzella, a abertura da
CF será durante a Missa da Quarta-feira de Cinzas (25/02), às 9h,
na Basílica de Aparecida, seguida de uma entrevista coletiva.
"Aparecida foi escolhida por ser
o Santuário Nacional, já que a
Campanha da Fraternidade também é nacional", resume o secre-
Divulgação/JA
Para celebrar a data, será
lançada uma edição especial de
sete selos e um folheto comemorativo. Os selos terão a imagem
dos sete Papas desde a sua criação em 1929, pelo Tratado de
Latrão (Pio XI, Pio XII, João XXIII,
Paulo VI, João Paulo I, João Paulo
II e Bento XVI). O folheto, por sua
vez, irá reproduzir um mapa do
Estado e custará 2,80 euros.
No calendário das comemorações, consta também uma mostra que será exposta a partir do
dia 12 de Fevereiro. Entre os documentos e objetos da exposição,
há o texto original do Tratado de
Latrão.
Ainda em Fevereiro, os Correios do Vaticano irão lançar também quatro selos, celebrando o
santuário de Nossa Senhora da
Europa, localizado em Gibraltar,
pequeno território britânico ao sul
da península ibérica.
Abertura da CF será na
Basílica de Aparecida
Pela segunda vez Basília de Aparecida sediará a abertura da Campanha
tário. A Missa será presidida pelo
Arcebispo de Aparecida, Dom
Raymundo Damasceno Assis, e a
homilia será proferida pelo secretário geral da CNBB, Dom Dimas
Lara Barbosa.
Segurança Pública é um dos principais problemas
A organização não-governamental Human Rights Watch
(HRW) divulgou neste início de
ano o seu relatório anual que traça um panorama das violações
dos direitos humanos no mundo.
Em cerca de 600 páginas, a
ONG faz o levantamento das violações dos direitos humanos em
mais de 90 países. No Brasil a
“crise da segurança pública” é
um dos destaques. Aproximadamente 50 mil homicídios ocorrem
a cada ano no país.
Além do problema da violência urbana, as condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos in-
dígenas e camponeses sem-terra e a impunidade fazem parte do
relatório da ONG internacional.
De acordo com as estatísticas oficiais, o número de presos
subiu para 440 mil. Aproximadamente 43% desses presos
ainda não foram devidamente
julgados.
Correios lançam selo para Dom Helder
No início de fevereiro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) lançará o selo comemorativo do centenário de nascimento de Dom Helder Câmara
Câmara. A desenhista vencedora do concurso
é Silvania Branco, que criou a imagem do bispo com a silhueta da
Igreja das Fronteiras ao fundo.
A Igreja das Fronteiras, do Recife (PE), foi onde Dom Helder viveu e
morreu, e ainda há, para completar
o selo, as figuras em silhueta dos
pobres que constantemente estavam por ali, esperando a palavra e
a ajuda do “bispo da Justiça”.
“Este é o primeiro selo de
Vaticano lança
canal no YouTube
Silvania Branco como artista. Ela
começa lançando para o mundo
a imagem e o ambiente em que
viveu o ‘Profeta da Paz’, na sua iluminada vida de 90 anos conosco,
encantado agora como um santo,
no céu”, diz Valdemir França, da
Assessoria de Comunicação do
Regional Nordeste 2, da CNBB.
De acordo com Valdemir, o selo
do centenário foi uma aspiração
maior de todos os que, unidos, pensaram esse centenário: “Desde os
primeiros contatos com os Correios, em Pernambuco, em 2007, já
se sentia o interesse de que o selo
fosse uma realidade, defendida em
Brasília e capaz de contagiar todo
o Brasil, pela beleza de levar a todos os lugares da terra a imagem
do homem que o mundo amou de
forma definitiva”, completa.
O diretor da Sala de imprensa do Vaticano apresentou, no dia
23/01, simultâneamente à mensagem de Bento XVI para o 43º
Dia Mundial das Comunicações
Sociais, o novo canal do Vaticano
no “YouTube”. Padre Federico
Lombardi definiu como “uma evolução natural que responde à necessidade da presença da Igreja
no mundo”. E que esse canal é
“o início de um caminho de desenvolvimento e compromisso
tanto na oferta dos conteúdos
como no seu aspecto técnico”.
Cotidianamente serão colocados vídeos sobre a atividade do
Papa e sobre eventos que acontecem no Vaticano, numa média de
uma ou duas notícias por dia. Os
conteúdos estarão disponíveis em
inglês, espanhol, alemão e italiano.
A página de entrada do canal terá
diversos links, para permitir navegar e contactar com informação e
documentação ampla sobre o Papa,
o Vaticano e a Igreja Católica.
Padre Lombardi afirma que
“em todo o mundo há pessoas
atentas e sensíveis, interessadas
na mensagem, nas propostas, nas
posições sobre os grandes problemas do mundo vindas da Igreja
Católica”.
Esta é uma oferta “não só aos
católicos, mas para o público em
geral”. Pe. Federico Lombardi sublinha ainda que este não é um
trabalho exclusivo do Vaticano.
“Estamos naturalmente em contato com toda a Igreja espalhada
pelo mundo e por isso, formamos
uma ‘rede dentro da rede’”.
Henrique de Castro, Diretor da
“Media Solutions di Google”, afirmou que a Igreja Católica percebeu a oportunidade que a Internet
e as novas tecnologias têm para
oferecer, de forma a difundir a sua
mensagem, e já aderiu. O canal
da Internet representa uma perfeita combinação entre a continuidade e a inovação e sobretudo
contribui para manter unida a Igreja católica espalhada pelo mundo.
Pe. Lombardi concluiu a apresentação dessa iniciativa referindo que “o Papa foi pessoalmente
informado e aprovou-a com a sua
habitual gentileza e cordialidade”.
16
Geral
Janeiro/Fevereiro 2009
Jornal da Arquidiocese
Louvor de Verão reúne 15 mil
Em sua 18ª edição, evento realizado em Camboriú mais uma vez o evento superou as expectativas dos organizadores
deram acompanhar a Feira de
Produtos Religiosos e a exposição
vocacional, uma novidade nesta
edição. Congregações religiosas
montaram barracas para divulgar
os seus carismas na busca de
vocacionados.
O evento contou com a pregação de Jacira Mourão
Mourão, leiga do
Rio de Janeiro, com muita experiência e já com várias passagens
pela Arquidiocese. Ela começou
a pregar aqui em 1995, convidada pelo Pe. Márcio, então ainda
seminarista. “Muito me alegra ver
como a Renovação cresceu aqui.
Vejo avivamento, crescimento espiritual, nos ministérios e
nas coordenações”, disse
Jacira.
A sua pregação foi divida em três partes: na primeira, tratou sobre o tempo de reconstrução - reconstrução de vidas, de esperança; na segunda, falou
sobre a restauração da visão espiritual - quando o
homem verdadeiramente
vê Jesus e faz uma verdadeira conversão pessoal,
Adoração ao Santíssimo foi um dos
como São Paulo; e na terceira parte, sobre “somos
momentos marcantes do “Louvor”
Foto JA
Mais de 15 mil pessoas estiveram reunidas no dia 25 de janeiro no Ginásio de Esportes de
Camboriú, para participar do XVIII
Louvor de Verão. Promovido pela
Renovação Carismática Católica
da Arquidiocese, o evento teve
como tema "Enviou-me para que
recobres a vista e fiques cheio do
Espírito Santo" (At 9,17 c).
O Ginásio ficou completamente lotado, mesmo com a ampliação que recebeu desde a última
edição. Durante o dia, além de
participar das pregações e da animação do Ministério de Música
Divino Oleiro, os participantes pu-
Jacira Mourão orientou o evento que reuniu mais de 15 mil pessoas e
que a cada ano supera as expectativas dos organizadores
templo de Deus” - somos chamados a guardar o sagrado.
Um dos momentos marcantes
do Louvor foi a Adoração ao
Santíssimo, conduzida pelo Pe.
Silvano Valdemiro de Oliveira,
pároco de Sagrado Coração de
Jesus, em Antônio Carlos.
A celebração de encerramento, às 16h, foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Murilo Krieger
Krieger.
Na sua homilia, ele refletiu sobre
a conversão de São Paulo. Fazendo a pergunta: “O que fez de Paulo um Apóstolo?”, a resposta veio
dividida em três pontos: ter visto
o Senhor; ter sido enviado; e ter
dedicado totalmente sua vida
para bem exercer a missão recebida. “Poderíamos colocar grandes faixas na frente de nossas
igrejas com os dizeres: ‘A Igreja
precisa de novos apóstolos
Paulos’”, disse Dom Murilo.
Pós-Graduação em Juventude conclui formação
Foto JA
17 jovens concluíram a ultima etapa do curso
Nos dias 17 a 31 janeiro, lideranças ligadas à juventude participaram da terceira e última etapa do curso de pós-graduação
Latu Sensu. A formação foi proo TTeológico
eológico
movida pelo Institut
Instituto
de Santa Catarina - ITESC, em
parceria com a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, de Belo
Horizonte - MG, com a Coordenação Regional de Pastoral (Sul IV
da CNBB) e a Coordenação Regional das PJs.
Com o tema “Juventude, Religião e Cidadania”, dos 23 inscritos, 17 concluíram a formação,
quatro deles da Arquidiocese.
Eles terão até julho deste ano
para apresentar as monografias.
“Foi uma experiência inovadora e
muito produtiva. Tivemos bons
formadores e com uma visão bastante ampla da juventude, não
apenas católica”, avaliou Cleber
Rodrigues, um dos cursistas.
Com um total de 450 horas,
este foi o primeiro curso de pósgraduação em juventude no Brasil. O sucesso da primeira edição
está motivando a realização do
próximo curso, que deverá ser
realizado no próximo ano.
Dos participantes da Pós-Graduação, 17 concluíram a formação
Centro Loyola promove cursos de
Teologia para leigos
O Centro Loyola está abrindo as inscrições para os cursos
emática, Bíblia
de Teologia Sist
Sistemática,
I e Bíblia II, Liturgia e Sacrament
os, Espiritualidade, Ética
mentos,
cristã, e Cat
eq
uese
Cateq
equese
uese. As inscrições já estão abertas e vão até
o dia 03 de março. Elas devem
ser feitas na sede da instituição.
Com duração de 160 horas/
aula, os cursos são divididos em
duas etapas, com aulas às segundas e terças-feiras, das
19h30 às 22h, sempre no ITESC.
Os cursos de Teologia, Bíblia
I, Bíblia II, Catequese, serão às
segundas-feiras, (início 02/03).
Já os cursos de Liturgia e Sacramentos, Espiritualidade, Ética
Cristã, serão às terças-feiras.
(início 03/03)
Os cursos destinam-se a
leigos e leigas
leigas, também religiosos e religiosas
religiosas, que tenham
cursado o ensino médio (antigo segundo grau) e que estejam engajados em alguma comunidade eclesial, com tempo
e disposição para leituras de
textos e elaboração de um pequeno trabalho no final de cada
disciplina cursada.
O investimento é de R$
40,00 a matrícula e R$ 40,00
a mensalidade. Ao final, o certificado de conclusão terá uma
taxa de R$ 10,00. Os cursos
só funcionarão com turmas
de, no mínimo, 35 alunos. No
ato da inscrição, o aluno escolherá 1ª e 2ª opção de cursos
de interesse.
o
Mais informações no Centr
Centro
Lo
vir’
Loyyola ‘Amar e Ser
Servir’
vir’, na sede
do ITESC, avenida Dep. Antônio
Edu Vieira,1524, Pantanal, em
Florianópolis, ou pelo fone/fax
(48) 3234-2449, pelo e-mail
contat
o@centr
olo
contato@centr
o@centrolo
oloyyolafpolis.org.br
olafpolis.org.br,,
ou ainda pelo site: www
www..
centr
olo
centrolo
oloyyolafpolis.org.br
olafpolis.org.br.
Download

Edição 142, Ano XIII, Janeiro e Fevereiro de 2009.