UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT Cuiabá - MT 2014 MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Construção Civil Orientador: Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus Co-orientador: Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro Cuiabá - MT Maio, 2014 DEDICATÓRIA Aos meus inesquecíveis pai Orlando de Miranda Henriques Filho (in memoriam) e avô Orlando de Miranda Henriques (in memoriam). AGRADECIMENTOS Ao Deus de amor e misericórdia que nos deu o sopro da vida e nos oportunizou “ser cristão” nessa abençoada escola, o Planeta Terra. Aos benfeitores espirituais que nos envolveram em vibrações de amor e incentivo, amparando-nos em nossos momentos de dúvidas e reflexões. À família que Deus nos presenteou para viver e aprender a amar, indistintamente. Aos amigos, a família do coração, que escolhemos para caminhar juntos, amparando e amparados pelo amor incondicional de sermos simplesmente irmãos. À minha secretária do lar Elisa que dedicou carinho e atenção para manter meu conforto, nas muitas noites e dias de trabalho. Aos colegas do Mestrado pela convivência e por dividirmos juntos o mesmo sonho. Aos meus professores orientadores Prof. Dr. José Henriques Manoel de Jesus e Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro, incansáveis nas etapas dessa caminhada, doando paciência e atenção em todos os momentos da jornada. A eles, meu especial agradecimento. Aos professores da banca examinadora Prof. Dr. Luiz Airton da Silva, Profa. Drª. Marta Regina Lopes Tocchetto, Profª. Drª. Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima, pelas valiosas contribuições. Aos professores, à coordenação e à secretaria do Mestrado, pela atenção e dedicação durante o curso. Ao SindusCon-MT em nome do Presidente Eng. Cezário Neto, que acreditou e apoiou a pesquisa através de sua assessoria técnica e equipe, fundamentais para o início dos trabalhos nos canteiros de obra. Às empresas construtoras parceiras sem as quais não seria possível realizar a pesquisa; aos diretores, supervisores e coordenadores de obra que organizaram e disponibilizaram o tempo de suas equipes técnicas, nos canteiros de obra. Aos engenheiros civis e mestres de obra entrevistados e aos meus alunos da Faculdade de Engenharia Civil e estagiários, que contribuíram nos canteiros de obra com a pesquisa. A todos, minha gratidão! RESUMO Na atualidade, os resíduos da construção civil (RCC) representam um grande desafio para o setor e o seu gerenciamento, durante a produção das edificações, promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada ao modelo de gestão de cada empresa construtora. É preciso então ampliar o entendimento de gestão empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental. É necessário um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja capaz de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir positivamente, para o grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. A pesquisa se propôs a identificar e analisar o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) dentro dos canteiros de obra de edifícios residenciais, na cidade de Cuiabá, a partir da aplicação de uma ferramenta e instrumentos de análise e observação, que medisse quantitativa e qualitativamente esse gerenciamento. Também propôs avaliar o modelo de GRCC presente no canteiro de obra em relação à contribuição junto à cadeia produtiva da construção e a interrelação entre o gerenciamento do canteiro de obra e o gerenciamento de RCC, a partir de uma análise quantitativa e qualitativa das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas. Para alcançar esses objetivos foram estudadas seis empresas, entre as nove maiores com atuação no segmento, tanto regional como nacional, e que representaram mais de 50% do mercado para m2 em construção e em empreendimentos entregues em 2013. Em cada empresa foram pesquisados dois canteiros de obra, totalizando doze canteiros participantes. Na análise dos resultados obtidos percebe-se nesses canteiros ações e práticas referentes à introdução de melhorias e inovações tecnológicas simples relacionadas ao gerenciamento do canteiro de obra, embora ainda incipientes para resultados satisfatórios quanto ao gerenciamento de RCC. Ao integrar-se essas ações aos resultados obtidos para o modelo de gerenciamento de RCC implantado nos canteiros das empresas, foi possível constatar que 83% dos canteiros trabalham com modelo de gerenciamento de RCC insuficiente, sem contribuição ou impacto positivo na cadeia produtiva da construção. Face a todos os aspectos analisados, para as novas edificações na cidade de Cuiabá, os resultados indicaram um valor médio de RCC removido dos canteiros de 199 kg/m2 construído. Em comparação ao valor nacional mais difundido, 150 kg/m2 construído, o resultado da pesquisa é 25% maior; em comparação ao valor divulgado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá para elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC para novas edificações, 120 kg/m² construído, o resultado da pesquisa é 40% maior. Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Canteiros de Obra. Construção Civil. Edifícios Residenciais. ABSTRACT At present time, the construction waste (CW) represents a major challenge for the segment and its management during the production of buildings, for it promotes at the construction sites a reality linked to the management model of each construction company. It is then necessary to broaden the understanding of business management and integrate it to the concepts of environmental management. A new model for managing construction sites to be able to enable the management of CW and contribute positively to the serious problem of solid waste management in Brazilian cities is required. The research aimed to identify and analyze the management of construction waste (MCW) within the construction sites of residential buildings in the city of Cuiabá, from the application of a tool and instruments of analysis and observation, which measured quantitatively and qualitatively this management. Also aimed to identify to evaluat the model MCW present at the construction site and the interrelationship between the management of the construction site and management of construction waste, from a quantitative and qualitative analysis of simple technological improvements and innovations implemented. To achieve these goals, six of the nine largest companies in this segment, both regional and national, were studied, and which represented over 50% of the market for square meter in construction and projects delivered in 2013. In each company, two construction sites were surveyed, bringing the total to twelve participant In the analysis of the results it can be seen in these plots, actions and practices regarding the introduction of improvements, and technological innovations related to managing the construction site, although still preliminary to satisfactory results regarding the management of construction waste. By integrating these actions to the results obtained for model CW implanted in the construction sites of the companies, it was found that 83% of the constructions work with management construction waste insufficient without contribution or positive impact on the construction supply chain model. Considering all the aspects analyzed, for new buildings in the city of Cuiabá, the results indicated an average removed on construction sites of construction waste 199 kg/m2 built. Compared to the wider national value of 150 kg/m2 built, the research result is 25% higher; compared to the value reported by the Municipality of Cuiabá for developing project of construction waste management for new buildings, 120 kg/m² built, the research result is 40% higher. Keywords: Management Waste of Construction. Construction Sites. Construction. Residential Buildings. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 2012......................... 47 Figura 2 – Fluxograma geral da pesquisa ............................................................... 64 Figura 3 – Fluxograma da primeira e segunda fase para diagnóstico do canteiro de obra e avaliação do modelo de GRCC.................................................69 Figura 4 – Fluxograma geral da estrutura de pontuação e avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra ............................................. 80 Figura 5 – Tempo de trabalho na construção civil ................................................... 85 Figura 6 – Grau de escolaridade ............................................................................. 86 Figura 7 – Você faz a separação do lixo da sua casa? ........................................... 87 Figura 8 – Quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra ......................................... 88 Figura 9 – O que você entende por gerenciamento resíduos da construção civil ... 88 Figura 10 – Destino dado para os resíduos da obra ............................................... 92 Figura 11 – Periodicidade para realização da limpeza da obra............................... 92 Figura 12 – Maiores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro..95 Figura 13 – Menores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro 96 Figura 14 – Percentual das empresas às questões do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa ................................. 104 Figura 15 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões de 1 a 14 .......................................................... 107 Figura 16 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões 15 a 27 ............................................................. 108 Figura 17 – Percentual das empresas às questões do item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC ...................................................... 111 Figura 18 – Percentual das empresas às questões do item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário ....................................................... 117 Figura 19 – Percentual das empresas às questões do item 5) transporte e destinação final de resíduos............................................................... 120 Figura 20 – Grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro associado ao percentual de práticas para GRCC .................................................... 127 Figura 21 – Canteiros B1 e B2 – Percentual comparativo para melhorias e inovações ........................................................................................... 136 Figura 22 – Canteiros B1 e B2 – Comparativo final pelas médias ........................ 136 Figura 23 – Canteiros A1 e A2 – Comparativo final pelas médias ........................ 138 Figura 24 – Canteiros F1 e F2 - Comparativo pelas médias para itens de melhorias e inovações ........................................................................................ 139 Figura 25 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pelas médias......................... 139 Figura 26 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pela média ............................ 141 Figura 27 – Canteiros D1 e D2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142 Figura 28 – Canteiros E1 e E2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142 Figura 29 – Empresa C – Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Uma obra por ano para 2011, 2012 e 2013 ....................................... 149 Figura 30 – Empresa D - Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. Para três obras em 2013 .................................................................... 150 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 307/2002 alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 431/2011 e 448/2012 ........................................................................... 28 Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de materiais............................................................................................... 35 Quadro 3 – Classificação das perdas ..................................................................... 36 Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil .............. 37 Quadro 5 – Programas prioritários CBIC................................................................. 49 Quadro 6 – Exemplos de iniciativas de sustentabilidade de entidades de classe....50 Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção nacional no período 1998 a 2012 ............................................................................ 60 Quadro 8 – Síntese do universo, da amostra e dos critérios de seleção da pesquisa. .............................................................................................. 67 Quadro 9 – Distribuição dos canteiros de obra por empresa .................................. 68 Quadro 10 – Critério para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC........... 81 Quadro 11 – Melhorias e Inovações – percentual de respostas “SIM” às questões dos seis itens. Média por canteiro e por empresa ................................ 94 Quadro 12 – Percentual por canteiro para item 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa. Média por canteiro para Práticas para GRCC. ....................................................................................... 102 Quadro 13 – Percentual por canteiro para item 2) práticas relacionadas ao GRCC..................................................................................................105 Quadro 14 – Percentual por canteiro para item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC ................................................................................. 110 Quadro 15 – Percentual por canteiro para item 4) acondicionamento e/ou armazenamento de RCC.................................................................... 115 Quadro 16 – Percentual por canteiro para item 5) transporte e destinação final de resíduos ............................................................................................. 119 Quadro 17 – Percentual para itens de práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC).............................................................................................. 124 Quadro 18 – Comparativo da média por canteiro – percentuais entre melhorias e inovações x práticas para GRCC ...................................................... 125 Quadro 19 – Percentual por item - melhorias e inovações x práticas para GRCC Maior ocorrência de percentuais “insatisfatórios” (abaixo de 50%) .... 133 Quadro 20 – Percentual de melhorias e inovações x práticas para GRCC Média por canteiro e por empresa ..................................................... 135 Quadro 21 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC. Canteiros A1 e A2 - B1 e B2 -................................................ 135 Quadro 22 – Canteiros A1 e A2 - Percentual quanto as práticas para GRCC ...... 137 Quadro 23 – Canteiros A1 e A2 - Percentual para melhorias e inovações ........... 137 Quadro 24 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros F1 e F2 ................................................................. 138 Quadro 25 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros C1 e C2 ................................................................ 140 Quadro 26 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC - Canteiros D1 e D2 - E1 e E2 ................................................ 141 Quadro 27 – Resultado por canteiro para índice de geração de resíduos (IGR) .. 147 Quadro 28 – RCC destinado ou removido em kg/m2 construído (por canteiro e média geral) ....................................................................................... 147 Quadro 29 – Comparativo entre valores utilizados para RCC em kg/m2 para edificações novas ............................................................................... 148 Quadro 30 – Comparativo entre os resultados finais por canteiro ........................ 150 Quadro 31 – Comparativo entre os resultados finais de práticas para GRCC e modelo de GRCC ............................................................................... 152 Quadro 32 – Percentual obtido para melhorias e inovações x práticas para GRCC. Análise por item de maior ocorrência de percentual abaixo de 50% .. 153 Quadro 33 – Comparativo por empresa para os resultados finais. Média geral para resultados finais. ................................................................................ 153 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra ............................................................ 89 Tabela 2 – Fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obra ................................................................................... 90 Tabela 3 – Respostas a pergunta: O que poderia ser feito para a redução dos resíduos da sua obra............................................................................ 93 Tabela 4 – Maiores e menores percentuais de melhorias e inovações por item e por canteiro ................................................................................................ 97 Tabela 5 – Percentual médio para melhorias e inovações por canteiro e por empresa ............................................................................................... 97 Tabela 6 – Percentual médio por empresa para melhorias e inovações ................. 99 Tabela 7 – Média geral por item de melhorias e inovações. Média das empresas. 99 Tabela 8 – Classificação do material que gera maior índice de resíduos nos canteiros............................................................................................. 113 Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos ........................................................................................ 113 Tabela 10 – Dificuldades em relação a acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC ............................................................................ 118 Tabela 11 – RCC gerado na obra e destinado para outras obras, venda, reúso, doação ............................................................................................... 122 Tabela 12 – Dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos ............................................................................................. 122 Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada pelos engenheiros da obra ................................................ 128 Tabela 14 - Classificação das principais ocorrências de perdas e desperdícios nos canteiros............................................................................................. 130 Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios no canteiro .............................................................................................. 130 Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios .................................................................................... 131 Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa ........................................................................................ 142 Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa. Média das categorias analisadas ................... 143 Tabela 19 – Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa ............................................................................................. 144 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRAMAT Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção ARs Áreas de Reciclagem AsBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura ATT Área de Transbordo e Triagem BIM Building Information Modeling CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção CDSC/FDC Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade da Construção, Fundação Dom Cabral CIC Câmara da Indústria da Construção CNI Confederação Nacional da Indústria CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia CTR Controle de Transporte de Resíduos ECO OBRA Metodologia de Avaliação da Sustentabilidade Ambiental para Canteiros de Obra FA Frequência Absoluta FGV Fundação Getúlio Vargas FR Frequência Relativa GRCC Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil IEL Instituto Euvaldo Lodi IGR Índice de Geração de Resíduos IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna ISO Internacional Organization Standard I&T Informações e Técnicas ITQC Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MMA Ministério do Meio Ambiente MTE Ministério do Trabalho e Emprego NBR Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas NR Norma Regulamentadora OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat PIGRCC Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PIT Programa de Inovação Tecnológica na Construção PGRCC Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil P+L Produção Mais Limpa PMC Prefeitura Municipal de Cuiabá PMGRCC Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento RCC Resíduos de Construção Civil RSU Resíduos Sólidos Urbanos R1 Resposta Um R2 Resposta Dois R3 Resposta Três R4 Resposta Quatro R5 Resposta Cinco SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas Empresas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obra da Construção Civil SINDUSCON-AL Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Alagoas SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Goiás SINDUSCON-MT Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Mato Grosso SINDUSCON-MG Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Minas Gerais SINDUSCON-PR Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Paraná SINDUSCON-SP Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo WBSCD World Business Council for Sustainable Development SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19 1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 21 1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 21 2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 25 2.1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ..................... 25 2.1.1 Os Resíduos Sólidos ......................................................................... 25 2.1.2 Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente .. 27 2.1.3 A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da Construção Civil (RCC)...................................................................... 31 2.1.4 Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra .................................... 33 2.1.5 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC) nos Canteiros de Obra .............................................................................. 39 2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................. 45 2.2.1 A Cadeia Produtiva e a Sustentabilidade na Construção ............... 46 2.2.2 Construção Sustentável .................................................................... 51 2.2.3 Conceito de Inovação Tecnológica .................................................. 54 2.3 MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES EM CANTEIROS DE OBRA... 57 2.3.1 O Canteiro de Obra ............................................................................ 57 2.3.2 Melhorias e Inovações Tecnológicas Simples em Canteiros de Obra ..................................................................................................... 59 3 MATERIAS E MÉTODOS ..................................................................................... 63 3.1 AS EMPRESAS E OS CANTEIROS DE OBRA PARA A PESQUISA ........................... 66 3.2 DIAGNÓSTICO DOS CANTEIROS DE OBRA E AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA .............................................. 68 3.3 LISTAGEM E QUESTIONÁRIOS APLICADOS NOS CANTEIROS DE OBRA ................ 69 3.3.1 Aplicação da listagem modificações, melhorias e inovações tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra .............. 70 3.3.2 Elaboração da Estrutura do Questionário 1 .................................... 71 3.3.3 Elaboração da Estrutura do Questionário 2 .................................... 72 3.3.4 Elaboração da Estrutura do Questionário 3 .................................... 76 3.4 CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE RCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA............. 80 3.5 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR EMPREENDIMENTO E EMPRESA (IGR) NO PERÍODO 2011-2013 ....................................................... 82 3.5.1 Cálculo do total de RCC destinado/removido em kg/m² construído por obra e por empresa .................................................. 83 3.6 COMPARATIVO FINAL ENTRE TODOS OS ASPECTOS MEDIDOS ............................. 84 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................................... 85 4.1 PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NOS CANTEIROS DA EMPRESA ....................... 85 4.2 RESULTADOS PARA O LEVANTAMENTO DAS MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA .................... 94 4.3 RESULTADOS PARA AS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA QUANTO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) .. 100 4.3.1 Resultados para o item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa...................................................................... 101 4.3.2 Resultados para o item práticas relacionadas ao GRCC.............. 105 4.3.3 Resultados para o item plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC ................................................................................ 109 4.3.4 Resultados para o item acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC........................................................................... 115 4.3.5 Resultados para o item transporte e destinação final de resíduos ............................................................................................ 119 4.3.6 Análise geral dos resultados percentuais para as práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) ........................................ 123 4.3.7 Resultados para o item grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra ........... 127 4.3.8 Resultados para as principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros ........................... 129 4.3.9 Análise comparativa entre resultados para melhorias e inovações x práticas para GRCC .................................................... 133 4.3.10 Análise comparativa para resultados entre canteiros da mesma empresa: melhorias e inovações x práticas para GRCC .............. 135 4.4 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA DA EMPRESA ............................................................... 142 4.5 RESULTADO - IGR (M³/M²) - DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUO E QUANTIDADE DE RESÍDUO REMOVIDO EM QUILOS POR METRO QUADRADO CONSTRUÍDO (KG/M²), POR CANTEIRO ........................................................... 146 4.5.1 Evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de resíduo removido em kg/m² construído, no período 2011-2013 .. 149 4.6 COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS FINAIS ............................................... 150 5 CONCLUSÕES ................................................................................................... 155 REFERÊNCIAS........................................................................................................159 APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE ATUAÇÃO ................................................................................................... 170 B – QUESTIONÁRIO 01 – PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO APÊNDICE AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) NOS CANTEIROS DE OBRA .................................................................................. 171 C APÊNDICE – QUESTIONÁRIO PROCEDIMENTOS EM 02 CANTEIROS – DE LEVANTAMENTO OBRA PARA PRÁTICAS E GERENCIAMENTO DE DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ................................................. 173 APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO 03 – AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA DA EMPRESA .................................................................................... 178 ANEXO I – LISTAGEM MODIFICAÇÕES, MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES ..................................................................................................... 182 19 1 INTRODUÇÃO A indústria brasileira da construção assume cada vez mais sua importância no contexto mundial e atualmente o Brasil ocupa a quarta posição do mundo, em número de empreendimentos com certificados de sustentabilidade. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2012) promove-se uma verdadeira revolução nos canteiros de obra com a contratação de mulheres e com a geração de empregos com níveis cada vez maiores de qualificação, o que muda para sempre o perfil dos nossos profissionais. Mesmo diante desse quadro promissor que confirma a relevância do setor na atividade econômica do país, sua magnitude não permite que todas as mudanças necessárias sejam implementadas ao mesmo tempo, em um país de dimensão continental. O atual e aquecido mercado da construção civil ainda hoje responde pela geração de empregos com uma particularidade: a contratação, em larga escala, de pessoas com pouca escolaridade e sem experiência de trabalho. Frente à sua representativa atividade a cadeia produtiva da construção civil tem uma nova agenda a cumprir: com as mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais, fonte da matéria-prima do setor, exige-se novas formas de organização empresarial e política. O modelo a ser buscado é o do desenvolvimento humano, da inovação tecnológica e do uso e reúso equilibrado de recursos disponíveis. Tal transformação exige mudanças em termos de regulamentação, mercado, de produtos e insumos, mensuração de lucros e perdas e que se torna realidade à medida que se passa a encarar os desafios da cadeia produtiva da construção não mais sob uma lógica de custos, mas de oportunidades. Com esse panorama, com o mercado da construção civil aquecido, principalmente o segmento de construções residenciais, com o anúncio do Brasil como país-sede da Copa de Mundo, a pesquisa tem como elemento motivador a geração de resíduos da construção civil (RCC) nos canteiros de obra, especificamente na produção de edifícios residenciais localizados na área urbana da cidade de Cuiabá, Mato Grosso, uma das subsedes da Copa 2014. Na atualidade, para o setor, os resíduos da construção civil (RCC) representam um desses grandes desafios e o seu gerenciamento durante a produção das edificações promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada ao modelo de gestão de cada empresa construtora. É preciso então ampliar o 20 entendimento de gestão empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental. É necessário um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja capaz de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir, positivamente, para o grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. A partir da relevância do tema no cenário brasileiro dos RCC e dos resíduos em geral, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos envolvendo as responsabilidades dos geradores de resíduos e do poder público, bem como diretrizes para a gestão integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos no país. Buscam-se ações voltadas para soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável É necessário então atuar dentro dessa realidade ainda caótica, sob a ótica ambiental, tanto em relação à empresa como em seus canteiros de obra, e promover mudanças a partir do alcance possível de cada empresa; já não há tempo para aguardar saltos qualitativos a partir de um número cada vez mais expressivo de empreendimentos em execução e a executar em um mercado aquecido e acelerado. Torna-se necessário e urgente buscar soluções e investir, com velocidades diferentes em cada empresa, mas sempre visando o futuro para esse segmento: empreendimentos com certificado de sustentabilidade. Para os resíduos gerados nas atividades construtivas e inseridos na realidade descrita no quadro acima essa pesquisa partiu da análise dos dados de uma amostra específica, que permitiu compreender as percepções, as interpretações próprias e a apreensão do contexto de um problema que deve ser melhor definido e compreendido, através do contato direto com o objeto em questão. Buscou-se visibilidade para a seguinte questão – as práticas aplicadas pelas empresas construtoras relativas ao gerenciamento nos canteiros de obras de edifícios residenciais em Cuiabá são suficientes para a não geração e/ou redução de RCC – para as seguintes análises – as ações de inovação tecnológica na construção, quantitativas e qualitativas, implementadas pelas construtoras em Cuiabá, Mato Grosso, contribuem com o gerenciamento da obra e são suficientes para não gerar e/ou reduzir RCC; – existe por parte do mestre de obra uma percepção e um senso de observação em relação ao RCC gerado no canteiro de obra; – existe um modelo implantado para gerenciamento de RCC nos canteiros das empresas construtoras 21 visando minimizar esse tipo de resíduo e envolvendo os demais setores da empresa; o modelo implantado pelas empresas construtoras para gerenciamento de RCC nos canteiros de obra contribui e gera impactos positivos para a cadeia produtiva da construção, visando promover a sustentabilidade no setor. 1.1 OBJETIVOS Como objetivo geral o trabalho teve como desafio identificar e analisar as práticas e os procedimentos presentes e o modelo de gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) implantados em canteiros de obras de 6 (seis) empresas construtoras e incorporadoras na cidade de Cuiabá, na execução de novos edifícios residenciais, visando verificar se efetivamente contribuem para a não geração e/ou redução desses resíduos. Para esse fim foi necessário conhecer nos canteiros de obra das empresas, a) a percepção do mestre de obra em relação ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC); b) levantar e analisar as melhorias e inovações tecnológicas simples e suas interações com as práticas e os procedimentos implantados para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), bem como c) avaliar os modelos de gerenciamento de RCC presentes nos canteiros de obra. Também foi necessário: d) quantificar e analisar o índice de geração de resíduos (IGR), a partir do total de resíduos da construção civil gerado (RCC) em m³ em relação à área construída em m², tanto para os canteiros da pesquisa como também para outras duas obras concluídas no período de 2011-2013, por empresa. A partir do IGR (m³/m²) calculado, e) foi quantificado o total de resíduo removido dos canteiros em kg/m² construído e analisada a evolução de resíduo removido em kg/m² no período. Finalmente, f) comparou-se e analisou-se o valor médio de resíduo removido em kg/m² para novos edifícios nos canteiros de obra de Cuiabá, com aquele utilizado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá e com o valor mais difundido nacionalmente. 1.2 JUSTIFICATIVA As pesquisas com ênfase na preservação e conservação do meio ambiente nos meios acadêmicos e empresariais tem crescido de maneira satisfatória, contudo não foram contabilizados avanços significativos quando o tema relaciona-se com a 22 não geração e/ou redução de resíduos na origem da fonte do setor da construção civil. Os resíduos gerados nos processos construtivos, com destaque especial para o entulho, vêm demonstrando que o problema de resíduos da construção é enfrentado com solução de característica corretiva. A ocorrência do entulho no setor da construção ainda é considerada como parte integrante do processo construtivo e não como um problema. Como resultado, não se prioriza solução para esse tipo de problema e a tendência do setor é procurar atender as consequências, ou seja: os resíduos produzidos na origem do problema. Não se enquadrando em um padrão de gerenciamento único, capaz de atender a todos os processos executivos da obra, o setor mantém autonomia que permite criar soluções, gerenciar suas obras, reutilizar e/ou reciclar seus resíduos dentro de padrões empresariais próprios de atuação, decidindo quando e como deve integrar-se a processos construtivos mais eficientes. Por outro lado, a inovação em processos e produtos tem impulsionado cada vez mais a industrialização do setor, forçando as empresas da construção civil a se adaptarem a esses novos desafios impostos. Em busca de respostas eficientes e que atendam a sua competitividade, as empresas buscam adaptar-se para garantir o aumento da qualidade e produtividade. Considerando os impactos socioambientais de todas as atividades do setor e pelas pressões externas exercidas pelos que defendem o meio ambiente como patrimônio de todos, de uso comum, é necessário que se promova a sustentabilidade no segmento da construção civil com a promoção de sistemas construtivos integrados ao meio ambiente. Para tanto, a tomada de uma nova consciência pelo setor frente à realidade ambiental vigente fará com que as empresas passem a utilizar novos processos e inovações tecnológicas, como estratégia competitiva para suas organizações e com foco na redução de resíduos da construção civil (RCC). Por outro lado, devido aos riscos e incertezas inerentes às inovações tecnológicas, ainda pouco difundidas para a maior parte do setor, em razão de a cultura do segmento indicar que só depois de consolidada uma tecnologia passa a ser adotada por um número razoável de outras empresas, induz-se a uma velocidade de mudança aquém da necessidade. Contribuem também para as mudanças lentas a natureza multidisciplinar dos projetos e a dependência do 23 desenvolvimento de novos materiais e equipamentos para a produção, que constituem ainda outro tipo de obstáculo para que inovações sejam adotadas. Para a realidade do setor, caminhar em direção às exigências ambientais com uma gestão inovadora envolve terceirizados, fornecedores, a direção da empresa e todos os demais agentes de transformação em um esforço conjunto e ampliado de comprometimento na obtenção de resultados. Esses agentes, que também fazem parte do gerenciamento de RCC, necessitam que procedimentos sejam estabelecidos para o manejo e a destinação ambientalmente adequados desse tipo de resíduo, bem como que os planos de redução, reutilização e reciclagem sejam implementados e a preparação do canteiro de obra para essa finalidade seja promovida. Um canteiro de obra sempre gera impactos e danos ao meio ambiente e nessa célula representativa da construção foi realizada essa pesquisa. Considerando-se que do início de cada obra, quando é feita a escolha da área a ser utilizada para a construção até sua conclusão, o meio ambiente sofre com os efeitos adversos e as consequências geradas pela implantação do empreendimento, podese elencar entre os impactos: a geração de resíduos, a contaminação de solos e lençóis freáticos, a poluição atmosférica causada por diversos fatores como a emissão de substâncias durante processos de produção de materiais utilizados, a poluição sonora, a poluição visual, entre outros. Mesmo com informações dos impactos ambientais provocados pelo setor, ainda assim o segmento não promove a sustentabilidade na construção civil com prioridade e urgência. Embora não seja essa nossa primeira motivação, este estudo busca contribuir para que mudanças empresariais necessárias para o setor sejam visualizadas a partir da análise da realidade dos canteiros de obra das empresas, quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) e suas interações com as melhorias e inovações tecnológicas simples em canteiros de obra. Que a partir dessas interações e práticas a sustentabilidade pretendida pelo setor seja mais bem compreendida, pela promoção e divulgação das melhores práticas encontradas além das conhecidas e convencionais, como também pela melhor compreensão dos modelos implementados e suas dificuldades quanto ao GRCC. Espera-se que as dificuldades levantadas sejam o ponto de partida para as estratégias e ações a serem implementadas pelas empresas em seus canteiros de obra e, a partir dessas mudanças locais, dentro de uma análise local, sejam obtidas 24 mudanças ampliadas para o segmento e globais, para o setor da construção civil. Dessa forma, identificando-se a justa amplitude da situação-problema, sua complexidade, levantados seus dados e analisada e comparada a atual realidade dos canteiros de obra e das empresas, é esperado que se verifique se existe uma real contribuição para a não geração e/ou redução desses resíduos, não só pelas empresas como também pelo segmento vinculado à cadeia produtiva da construção. É a partir dos resultados dessa análise que se cria a expectativa em cada empresa para que se eleve os canteiros de obra à condição de uma participação efetiva nas mudanças visando à sustentabilidade do setor da construção civil: um desafio a ser enfrentado. 25 2 2.1 REVISÃO DA LITERATURA GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) 2.1.1 Os Resíduos Sólidos Está associado ao cotidiano do ser humano produzir resíduos. É inimaginável um modo de vida sem a geração de resíduos sólidos mas, diante do contínuo crescimento populacional e sua concentração cada vez maior nos centros urbanos e um modo de vida baseado em consumo, os problemas gerados por estes resíduos tornarem-se visíveis e preocupantes. Resíduo, oriundo do latim residuu, que significa aquilo que sobra de qualquer substância, entrou para o jargão dos sanitaristas na década de 1960, em substituição ao desgastado termo lixo. O substantivo resíduo, tão logo passou a fazer parte do linguajar técnico, foi seguido do adjetivo sólido, a fim de diferenciar os resíduos sólidos dos restos líquidos lançados com os esgotos sanitários, como das emissões gasosas das chaminés (NETO, 2005 apud AMARAL, 2012). Segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos são definidos como: Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (NBR 10004, ABNT 2004). Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 de 2 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010), entende-se por resíduos sólidos: Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou o economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (Art. 3 , XVI, BRASIL, 2010). 26 Resíduos representam ineficiência produtiva, custos financeiros e riscos à saúde e ao meio ambiente, portanto a redução se configura em maior segurança, maior eficiência e melhor saúde ambiental e financeira e a não geração no estado ótimo de produção, sem desperdício. Para entender resíduos, o conjunto de normas técnicas da ABNT NBR 10004/10005/10006/10007 se constitui em uma ferramenta fundamental. A NBR 10004 classifica os resíduos em dois grandes grupos: os perigosos e os não perigosos, sendo que estes últimos ainda subdividem‐se em inertes e não inertes. As amostras de resíduos sólidos se caracterizam pela heterogeneidade e a amostragem correta visa minimizar este aspecto. Conhecer o tipo de resíduo gerado em um determinado processo é fundamental para adoção de estratégias de não geração e de redução. As estratégias de minimização referem-se fundamentalmente à redução, ao reúso (uso sem processamento) e à reciclagem (uso após algum tipo de tratamento), ou seja, relaciona-se aos populares 3Rs. A redução deve ser preferencialmente adotada antes das demais (TOCCHETTO, 2012). Os resíduos sólidos são classificados pela PNRS (BRASIL, 2010) quanto à origem e à periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos podem ser classificados como: a) domiciliares, b) de limpeza urbana, c) sólidos urbanos (os englobados por “a” e “b”), d) de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços (exceto os referidos em “b”, “e”, “g”, “h” e “j”), e) dos serviços públicos de saneamento básico (exceto os referidos em “c”), f) industriais, g) serviços de saúde, h) da construção civil, i) agrossilvopastoris, j) de serviços de transportes e k) de mineração. Quanto à periculosidade classificam-se como: a) perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica e b) não perigosos: aqueles não enquadrados em “a”. A PNRS (BRASIL, 2010) considera ainda que resíduos da construção civil são aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis. Relata Viana (2010) que para os Resíduos da Construção Civil (RCC) eles obedecem primeiro à classificação de resíduos sólidos, suas normativas 27 de trato, cuidados e destinação e depois, mais especificamente, suas próprias normativas (VIANA, 2009). 2.1.2 Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente De acordo com Souza et al. (2004) o interesse em conhecer a quantidade de resíduos gerados pela indústria da construção civil já não é novidade, mas muitas vezes o assunto está inserido na discussão sobre a redução de desperdícios. A primeira referência nacional em relação ao mencionado, que suscitou uma discussão mais ampla sobre o assunto, foi a pesquisa concluída em 1986 pelo arquiteto Tarcísio de Paula Pinto que se preocupou em estudar o uso do material reciclado para produção de argamassas. O Brasil, até 2002, não contava com políticas públicas para gestão dos resíduos gerados pelo setor da construção civil e o fato de esses resíduos serem compostos de vários materiais com suas respectivas propriedades e características tornava inviável sua generalização como material. Em 2002, diante de um contexto ambiental, econômico e social que exigia regulamentação para o setor, a Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 2002) foi o ponto de partida para a legislação de RCC no Brasil. Para isso, “estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil”, [...] considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil; Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental; Considerando que os resíduos da construção civil representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos [...] (BRASIL, 2002) E na mesma Resolução define-se que Resíduos de Construção Civil, São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obra de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obra, caliça ou metralha (BRASIL, 2002). 28 Para a classificação dos RCC a Resolução nº 307/2002 do CONAMA em seu artigo 3º estabelece quatro classes de resíduos e a Resolução nº 448/2012 do CONAMA, que altera a nº 307/2002, estabelece em seu artigo 10º a destinação dos resíduos de construção civil após triagem. O Quadro 1 mostra as classificações e destinações de RCC. Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 307/2002 alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 431/2011 e 448/2012 Classificação do RCC Descrição da Classe (Resolução CONAMA 307/2002 e suas alterações) Destinação por Classe (Resolução CONAMA 448/2012) Classe A São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obra; Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterros de resíduos classe A de reservação de material para uso futuro. Classe B São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 431/11). Classe C Classe D São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 431/11). São resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela Resolução CONAMA n° 348/04). Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Deverão ser armazenados, transportados e receber destinação adequada, em conformidade com as normas técnicas específicas. Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas Fonte: CONAMA, MMA (2013). Na Resolução 448/2012 do CONAMA define-se no artigo 4º que “os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Em seu 29 parágrafo primeiro fica estabelecido que “os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei”. Para a reutilização e reciclagem de RCC define-se como reutilização o processo de reaplicação do resíduo sem transformação (sem demandar energia, sem gerar rejeitos). Para a reciclagem o processo é de reaproveitamento do RCC após ter sido transformado física ou quimicamente, com demanda energética e com geração de rejeitos, se ocorrer. Pela Resolução 307/2002 do CONAMA, o prazo estipulado até junho de 2004 para que os municípios brasileiros cumprissem suas determinações e elaborassem seus Planos Integrados de Gerenciamento de RCC não foi cumprido. Também não foi cumprido o prazo até janeiro de 2005 para que as empresas construtoras e grandes geradoras de RCC elaborassem seu Projeto de Gerenciamento de RCC para obter alvarás de licenciamento em todo o Brasil. Em 2012, com a Resolução 448/2012 (BRASIL, 2012) em vigor e que alterou a Resolução 307/2002 do CONAMA, parte dos artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º, 11º, estabeleceu-se novo prazo para cumprimento das suas determinações. Em seu artigo 6º a Resolução 448/2012 do CONAMA estabelece que deverão constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil “as diretrizes técnicas e procedimentos [...] para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das responsabilidades de todos os geradores”. Em seu artigo 8º estabelece que “os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e a destinação ambientalmente adequados dos resíduos”. A Resolução 448/2012 do CONAMA substituiu o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC) pelo Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), com data para elaboração pelos municípios até janeiro de 2013. Com prazos descumpridos mais uma vez, continuam as Prefeituras com a responsabilidade para resolver o planejamento e a administração da grande geração e deposição irregular de RCC nas cidades brasileiras e, para os geradores, de cumprir sua responsabilidade e assumir seu papel quanto ao gerenciamento de RCC. 30 A Resolução 448/2012 do CONAMA dá ênfase à necessidade de triagem dos RCC para destinação conforme sua classe, aos procedimentos necessários para manejo e destinação ambientalmente adequados desses resíduos e define área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT). ATT é a área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e para minimizar os impactos ambientais adversos. Ainda pela Resolução 448/2012 do CONAMA resíduos têm destinação por Classe e, especificamente os de Classe B deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Para a NBR 15113 (ABNT, 2004) não se recomenda a deposição de resíduos de gesso (Classe B) em aterro sanitário ou de RCC. Mesmo com essas recomendações, riscos para o meio ambiente e a saúde pública continuam ocorrendo em função de deposição irregular. Dado o montante de resíduo de gesso e o impacto por ele gerado, é importante considerar que o gesso é solúvel em água e pode contaminar os mananciais e o subsolo. Assim a disposição de gesso em aterro sanitário não é prática recomendada, exceto quando enclausurado e sem contato com matéria orgânica e água. John e Cincotto (2004 apud Fernandes 2013) relata que a segregação do resíduo de gesso no momento da geração e o controle de sua contaminação nas etapas de estoque e transporte são fundamentais para uma possível reciclagem; para isso estamos todos, construtoras, engenheiros e colaboradores, dependentes das empresas especializadas em gesso. Miranda (2005 apud Fernandes 2013) lembra que a melhor alternativa é que o gesso seja triado na origem da utilização, no canteiro. Entretanto, algumas construtoras que têm feito isso estão com dificuldade para encontrar um local para despejá-lo. Por outro lado, um dos principais usos do gesso é como revestimento de parede e esse tipo de resíduo, aderido parcialmente à base de alvenaria, não pode ser segregado nos canteiros de obra. Para Marcondes (2007) é essencial que construtoras passem a exigir em contrato, com o subempreiteiro e instalador do gesso, que seja sua a responsabilidade pela retirada e destinação do resíduo de sua atividade. O autor 31 aponta também a necessidade de políticas de devolução, a fim de desenvolver o mercado para o produto originado em um ciclo reverso. 2.1.3 A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da Construção Civil (RCC) Silva (2012) relata que a Prefeitura Municipal de Cuiabá, com base na Política Estadual de Resíduos Sólidos, Lei nº 7.862 de 19 de dezembro de 2002 e na Resolução 307/2002 do CONAMA e suas alterações, elaborou a Lei n° 4.949 de 5 de janeiro de 2007 (PMC, 2007), instituindo o sistema de gestão sustentável dos resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o plano integrado de gerenciamento de resíduos de construção civil. Relata ainda a autora que o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil foi implementado pela Lei n° 4.725 de 1 de outubro de 2008 (PMC, 2008), sendo regulamentado pela Lei n° 4.761 (PMC, 2009) apenas em fevereiro de 2009 (SILVA, 2012). A Lei n° 4.949 de 2007 (PMC, 2007) estabelece em seu artigo 10º que os geradores de grandes volumes de resíduos da construção civil, públicos ou privados, cujos empreendimentos requeiram a expedição de alvará de aprovação e execução de edificação nova, de reforma ou reconstrução, de demolição, de muros de arrimo e de movimento de terra, nos termos da legislação municipal, devem desenvolver e implementar projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil (autodeclaração de responsabilidade), em conformidade com as diretrizes da Resolução 307/2002 do CONAMA, estabelecendo os procedimentos específicos da obra para o manejo e a destinação ambientalmente adequados dos resíduos. Ainda segundo a lei, os projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil devem apresentar a caracterização dos resíduos e os procedimentos a adotar para sua minimização e para o manejo correto das etapas de triagem, acondicionamento, transporte e destinação [...]. Na mesma lei, define-se no seu artigo 3º, XIV, que grandes volumes de resíduos de construção civil e resíduos volumosos são aqueles contidos em volumes superiores a 1 (um) metro cúbico. Ainda segundo a mesma lei (PMC, 2007), artigo 10°, os geradores devem: a) especificar nos seus projetos, em conformidade com as diretrizes da legislação municipal, os procedimentos que serão adotados para as 32 outras categorias de resíduos eventualmente gerados no empreendimento, em locais tais como ambulatórios, refeitórios e sanitários; b) especificar nos seus Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, quando contratante de serviços de transporte, triagem e destinação de resíduos, os agentes responsáveis por estas etapas, definidos entre os agentes licenciados pelo Poder Público [...]. Autores como Souza et al. (2004) reportam que nos últimos anos o interesse por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se acirrado com a discussão das questões ambientais. Desperdiçar materiais seja na forma de resíduo mais comumente denominado “entulho de construção”, seja sob outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais e coloca a indústria da construção civil no centro das discussões, na busca pelo desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões. Por outro lado, para Karpinsk (2009), o RCC possui características bastante peculiares por ser produzido num setor onde há uma gama muito grande de diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do processo produtivo é recente, quando existe. Características como composição e quantidade produzida dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da indústria local de construção, como qualidade da mão de obra, técnicas construtivas empregadas e adoção de programas de qualidade. São ainda poucas as empresas construtoras que vêm elaborando e implementando eficientemente o PGRCC em seus canteiros de obra, embora algumas delas comecem a perceber que esse desperdício onera seus lucros em relação às empresas concorrentes que já investem no combate ao desperdício. (FERNANDES, 2013). Por essa razão é essencial que todos os profissionais inseridos no processo produtivo busquem em cada detalhe a melhoria dos seus projetos, dos métodos construtivos e dos materiais utilizados. Ainda contribuem a escolha pela durabilidade dos materiais usados, o consumo de agregados reciclados e a facilidade na desmontagem para manutenção, reforma e demolição. Assim, conhecer o tipo de resíduo gerado em um determinado processo é fundamental para a adoção de estratégias de não geração e de redução e o artigo 9º 33 da Resolução 307/2002 do CONAMA estabelece que os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: I. Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; II. Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução; III. Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível as condições de reutilização e de reciclagem; IV. Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; V. Destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução. Nesse contexto vale ressaltar a importância da participação ativa e consciente de todos os trabalhadores que, direta e indiretamente, estejam envolvidos com o PGRCC no canteiro de obra. Entretanto, segundo Linhares (2005), a principal dificuldade apontada pelas construtoras em sua pesquisa sobre a implantação de gestão de resíduos é a sensibilização da mão de obra quanto à segregação desses resíduos. Por outro lado, o PGRCC é parte importante para a gestão de resíduos da municipalidade e depende também do setor privado envolvido na atividade, como, por exemplo, para a coleta e o transporte dos RCC. A implementação do PGRCC bem elaborado que envolva todos os agentes abarcados na obra deve propiciar aos geradores o monitoramento de suas perdas; tanto as que saem da obra (RCC) como as que ficam incorporadas à própria construção (AGOPYAN et al., 2003). 2.1.4 Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra Os Resíduos da Construção Civil (RCC) gerados em canteiros de obra e acondicionados em caçambas, coletados por empresas transportadoras de entulho e 34 destinados a áreas definidas pelo poder público, atravessam as distâncias entre as áreas de recebimento e os centros urbanos acompanhados pela falta de conscientização dos impactos causados ao meio ambiente. Associam-se a esse fator a falta e a dificuldade de fiscalização que potencializa a clandestinidade e, quando os resíduos são dispostos irregularmente, o poder público se encarrega de coletá-los e enviá-los às áreas licenciadas. Mas a disposição clandestina coloca em risco a saúde do cidadão, degrada a paisagem urbana, compromete a drenagem urbana e a estabilidade das encostas (BLUMENSCHEIN, 2004). Por essas razões, é no processo de produção do edifício, na origem do problema com características peculiares que a geração de resíduos deve ser enfrentada. Demonstrado pelo nível de perdas e desperdícios e pela cultura vigente no setor, é comum encontrar-se em canteiros de obra de uma mesma cidade empresas que se preocupam e outras que não se preocupam com seu gerenciamento de RCC, seu destino, tampouco com sua não geração e/ou redução. Como consequência, também não priorizam a implantação de melhorias e inovações tecnológicas simples nos seus canteiros, que podem vir a contribuir com esse gerenciamento e, consequentemente, com o controle de perdas e desperdícios desse tipo de resíduo. Relata Souza et al. (2004) que para mensuração dos resíduos gerados na produção de edificações os principais trabalhos realizados para a avaliação das perdas de materiais e identificação das suas causas e origens, nos quais os resíduos são também quantificados, apresentam-se sucintamente descritos no Quadro 2 pela sua importância histórica. Na abordagem progressiva da questão dos resíduos, no Brasil, destacam-se as pesquisas de Pinto (1989) pelo pioneirismo; Picchi (1993) pela análise e estimativa das perdas financeiras na construção de edificações; Soibelman (1993) pelo número de casos estudados e pelo efetivo acompanhamento do processo de produção na quantificação das perdas; Santos (1995) pelo caráter proativo quanto à detecção e quanto às ações para a redução de perdas de materiais e Bogado (1998) que realizou estudo específico na execução da estrutura de concreto armado. Cita ainda Oliveira (2011) as pesquisas de Paliari (1999), Andrade (2000) e Sposto et al. (2001). 35 Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de materiais Nº de obra Nº de materiais Pinto (1989) 1 10 Soibelman (1993) 5 7 Picchi (1993) 3 - Santos (1995) 1 4 Bogado 1998) 1 4 Autores Parcela de perdas físicas estudadas Incorporada e entulho Incorporada e entulho Incorporada e entulho Incorporada e entulho Incorporada e entulho Tipo de abordagem Tipo de avaliação Tema central perdas de materiais Avaliação Quantitativa Sim Avaliação Quantitativa Sim Avaliação Quantitativa Não Quantitativa Não Quantitativa Não Avalição e intervenção Avalição e intervenção Fonte: Adaptado de Paliari (1999) O autor relata ainda que nas principais conclusões destes trabalhos destacase o fato que perdas de materiais não são desprezíveis, tanto na forma de material incorporado em excesso quanto na forma de entulho. A pesquisa de Picchi (1993) ao avaliar o entulho gerado e retirado dos canteiros de obras, desconsiderando as viagens compostas só por terra, estudou as perdas de materiais e componentes referente à parcela que fica incorporada ao edifício e à parcela que se transforma em entulho. A partir dessas parcelas expressas em termos de massa e volume foram estimadas as perdas, em termos de porcentagem do custo da obra. O resultado dessa pesquisa, ao acumular todo o volume de entulho gerado na obra durante toda a sua construção e dividi-lo pela área total construída, foi de uma espessura média de entulho na ordem de 8 a 12 cm e massa do entulho gerada variando entre 0,095 e 0,145 t/m², o que representou 11 a 17% da massa final do edifício, para a massa específica adotada. Souza et al. (2004) continua informando sobre a importância de detectar a ocorrência de uma faixa de valores para as perdas que foi reforçada pela pesquisa nacional “Alternativas para a redução do desperdício de materiais nos canteiros de obra”, promovida pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil (ITQC) e envolvendo 16 universidades brasileiras que pesquisaram o fluxo de materiais em 99 diferentes canteiros de obra. Souza (2004) afirma que os resíduos de construção representam uma das parcelas do excesso de consumo de materiais nos canteiros de obra e se comparar a quantidade de material teoricamente necessária com a quantidade realmente utilizada, determinam-se as perdas de materiais. Para este autor, o entulho se constitui no “lixo que sai”, ou seja, é a parcela mais visível das perdas de materiais. 36 Shingo e Skoyles (1981, 1987 apud Pucci 2006) relata que as perdas podem ser classificadas de acordo com a possibilidade de serem controladas e conforme sua natureza, como demonstra o Quadro 3. Quadro 3 – Classificação das perdas Perdas evitáveis Perdas inevitáveis Perdas por superprodução Perdas por espera Perdas por substituição Perdas no transporte Perdas no processamento em si Perdas de estoque Perdas no movimento Perdas pela elaboração de produtos defeituosos Outras Perdas segundo seu controle são aquelas onde o investimento para sua redução ultrapassa a economia gerada por ela, correspondendo, assim, a uma perda aceitável. são consequência de um processo de baixa qualidade, onde os recursos são empregados de forma inadequada. Perdas segundo sua natureza são aquelas que ocorrem quando é produzida uma quantidade maior que a necessária; por exemplo: produzir gesso em quantidade acima da consumida em um dia de trabalho; produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho, excesso de espessura de lajes de concreto armado. relacionadas com a sincronização e o nivelamento do fluxo de materiais e as atividades dos trabalhadores; podem envolver tanto perdas de mão de obra quanto de equipamentos, como, por exemplo, paradas nos serviços originadas por falta de disponibilidade de equipamentos ou de materiais. ocorre quando é utilizado um material de desempenho superior ao necessário, como um concreto com resistência maior que a especificada em projeto. tempo excessivo despendido com grandes distâncias entre os estoques e a grua ou o guincho; perdas de materiais por manuseio excessivo ou inadequado dos materiais componentes, em razão de uma má programação das atividades ou de um layout ineficiente ou pelo uso de equipamentos de transporte inadequados; quebra de materiais pelo seu duplo manuseio ou uso de equipamento de transporte inadequado. tem origem na própria natureza das atividades do processo ou na sua execução inadequada; decorrem da falta de procedimentos padronizados e da ineficiência nos métodos de trabalho, da falta de treinamento da mão de obra ou de deficiências no detalhamento e construtividade dos projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra de paredes rebocadas para viabilizar a execução das instalações, quebra manual de blocos em razão da falta de meios-blocos. ocorrem quando associadas à existência de estoques excessivos, em virtude da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros no orçamento, podendo gerar situações de falta de locais adequados para a deposição; também decorrem da falta de cuidados no armazenamento dos materiais. Podem resultar tanto em perdas de materiais quanto de capital, como, por exemplo, custo financeiro dos estoques, deterioração do cimento por causa do armazenamento em contato com o solo e/ou em pilhas muito altas. decorrem da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e podem ser geradas por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do canteiro e do posto de trabalho; falta de equipamentos decorre da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e pode ser gerada por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do canteiro e do posto de trabalho; falta de equipamentos adequados, etc. São exemplos deste tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de trabalho por causa da falta de programação de uma sequência adequada de atividades e esforço excessivo do trabalhador em função de condições ergonômicas desfavoráveis. Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabricados produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados; geralmente, originam-se da ausência de integração entre o projeto e a execução, das deficiências do planejamento e controle do processo produtivo, da utilização de materiais defeituosos e da falta de treinamento dos operários. Resultam em retrabalhos ou em redução do desempenho do produto final, como, por exemplo, falhas nas impermeabilizações e pinturas, descolamento de azulejos, erros em prumadas. englobam perdas por roubo, vandalismo, acidentes e outros eventos extraordinários. Fonte: Adaptado de PUCCI (2006) Relata Pinto (1999) que no processo construtivo o alto índice de perdas do setor é a principal causa do entulho gerado, embora nem toda perda se transforme 37 efetivamente em resíduo, pois uma parte acaba ficando na própria obra. Segundo o mesmo autor, pesquisas brasileiras sobre a perda de materiais em processos construtivos apontaram números significativos de cimento, cal, areia, concreto, argamassa, ferro, componentes de vedação e madeira. Dessa forma, é possível estimar que a cada metro quadrado construído 150 kg de resíduos sejam gerados, levando à remoção de dez caçambas de resíduos em qualquer construção de 250 m² (PINTO, 1999). Segundo Formoso (1996 apud Paliari 1999), nos últimos anos as questões referentes a políticas da qualidade tem ocupado espaço significativo nas discussões do meio profissional da construção civil, e tem tido presença constante nestas discussões a ocorrência de perdas em todo o processo de produção da edificação, sejam elas de materiais, mão de obra ou equipamentos. Com índices de perdas consideráveis para o setor, segundo pesquisas existentes sobre o assunto, é razoável que nos dias atuais, e em um mercado globalizado e competitivo, mudanças sejam inevitáveis. Lerípio (2001 apud Araújo 2002) apresenta um estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil em que se identificam os principais materiais utilizados e respectivos resíduos gerados, conforme Quadro 4. Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil Entradas Máquinas e implementos, madeira, telha, prego, cimento, areia, brita, arame galvanizado, água, energia elétrica. Energia elétrica, água, brita, cimento, areia, aço, arame recozido, madeira, pregos. Energia elétrica, água, madeira, pregos, papelão, escora metálica, cimento, areia, brita, arame recozido, aço. Cimento, areia, impermeabilizante, tinta, carboplástico, mástique asfáltico, água e energia elétrica. Água, energia elétrica, cimento, cal, tijolo. Energia elétrica, madeira, pregos, estruturas metálicas, telhas e parafusos. Cimento, areia, cal, água, energia elétrica e azulejos. Processo 1. Serviços iniciais 2. Infraestrutura 3. Superestrutura 4.Impermeabilização Saídas Aterro, aparas de madeira, restos de tijolos, restos de arame, pregos, embalagens de papelão, serragem, ruído e vibrações. Água residuária, restos de arame e aço, pó, terra, aparas de madeira, embalagens de papelão e serragem, vibrações e ruído. Água residuária, restos de arame e aço, pó, serragem, aparas de madeira, embalagens de papelão, vibrações e ruído. Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, resíduos químicos (argamassa), vibrações e ruído. 5. Alvenaria Água residuária, restos de plásticas e de papelão e ruído. tijolos, embalagens 6. Cobertura Aparas de madeira, restos de tijolos, serragem, aparas metálicas e ruído. 7. Revestimento Água residuária, restos de azulejos, embalagens plásticas e de papelão e ruído. Continua... 38 Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção... (continuação) Água, energia elétrica, madeira, parafusos, pregos, cimento, cal, areia e ferro. 8. Esquadrias Água residuária, aparas de madeira, limalhas de ferro e ruído. Canalizações elétricas e fios. 9.Instalações elétricas Aparas de canalizações e aparas de fios. Água, energia elétrica, areia, cimento, tijolo, brita, madeira, pregos, aço, arame recozido, pasta lubrificante, adesivo para PVC, tubo de PVC, massa para calefação. 10. Instalações hidrossanitárias Brita, cimento, areia, cal, água, energia elétrica, cerâmica. 11.Revestimento de pisos Vidro, cal, gesso e água. 12. Vidros Massa corrida, lixa, tinta látex, selador de base látex, tinta acrílica, tinta a óleo, solvente, água, verniz e grafiatto. Cimento, areia, brita, aço, água, energia elétrica, arame recozido, madeira, prego, cal, tijolo. Água, produtos químicos, sabão em pó, detergentes. Água, plantas ornamentais, terra preta, seixos rolados. 13. Pintura 14. Serviços externos 15. Serviços finais de acabamento 16.Paisagismo e jardinagem Embalagens plásticas e de papelão, pó, resíduos de argamassa, água residuária. Água residuária, restos de cerâmica e madeira, embalagens plásticas e de papelão, sobra de pedras naturais, pó de madeira, resíduos de cola em embalagens e ruído. Água residuária, resíduos e argamassa, embalagens plásticas e aparas e cacos de vidro. Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, vasilhames plásticos e de metal, gases, pó, embalagens de metal. Água residuária, embalagens plásticas e de papelão, aparas de arame, resíduos de tijolos, aparas de madeira, serragem e ruído. Embalagens plásticas e de papelão, sobra de estopas. Terra preta, restos de planta. Fonte: Adaptado de Araújo (2002) Comumente o conceito de perdas relaciona-se ao desperdício de materiais, porém é necessário entender que as perdas estendem-se além deste conceito e qualquer ineficiência no processo deve ser considerada como perdas: da ocorrência de desperdícios de materiais quanto à execução de tarefas desnecessárias, gerando custos adicionais sem agregar valor, até a falta de planejamento e gerenciamento adequados. O esforço para melhoria do desempenho na construção civil deve considerar o conceito mais amplo de perdas, isto é, visar à minimização do dispêndio de quaisquer recursos que não agregam valor ao produto, sejam eles vinculados às atividades de conversão ou fluxo, porém são os desperdícios que resultam em volume de resíduos. Em qualquer processo, devido à variabilidade natural, é inevitável que ocorra certo volume de perdas e a fração das perdas que excede a este limite mínimo característico da tecnologia é considerada desperdício (VIANA, 2007). 39 Para os resultados das pesquisas realizadas fica evidenciado que é no processo de produção do edifício, na origem do problema com características particulares que a geração de resíduos deve ser enfrentada. 2.1.5 Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC) nos Canteiros de Obra Segundo Karpinsk (2009), o Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257/2001 determina novas e importantes diretrizes para o desenvolvimento sustentável dos aglomerados urbanos no País. O documento prevê a necessidade de proteção e preservação do meio ambiente natural e construído, com uma justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes da urbanização, exigindo que os municípios adotem políticas setoriais articuladas e sintonizadas com o seu Plano Diretor. Uma dessas políticas setoriais que pode ser destacada é a que trata da gestão dos resíduos sólidos, nos quais se enquadram os resíduos da construção civil. Por proteção e preservação do meio ambiente entende-se toda e qualquer atividade que não altere as propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Martins (2012) relata que a Política Nacional de Resíduos Sólidos define para resíduos sólidos a gestão integrada como um conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para esses resíduos de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. Dessa forma, a integração entre o empresariado, o poder público e a sociedade civil é de suma importância para o cumprimento do gerenciamento de RCC. O gerenciamento de resíduos da construção no local de geração representa, segundo Karpinsk (2009), uma importante ferramenta para que a indústria da construção assuma sua responsabilidade com o resíduo gerado no ambiente urbano. Essa atitude conduzirá ao confinamento do resíduo, em grande parte dentro do local de origem, o que evita sua remoção para locais distantes, evitando dessa 40 forma despesas e problemas, inicialmente para empresas construtoras e posteriormente para os órgãos públicos responsáveis. Para Leite (1997), o conceito de gerenciamento refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais e envolve fatores administrativos, econômicos, ambientais de desempenho, como a produtividade e a qualidade. É a realização do que a gestão delibera, por meio da ação administrativa de planejamento e controle de todas as etapas do processo, na qual a gestão pode ser definida como atividade relacionada à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para uma determinada finalidade, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. A relação estreita entre o gerenciamento de resíduos no canteiro e a fase de concepção do projeto induz a um só caminho: toda obra deve cumprir as etapas construtivas de forma eficiente e eficaz e, para isso, toda obra necessita organizarse em nível máximo para atingir esse fim. Se o intuito do gerenciamento dos resíduos de construção civil, segundo a Resolução 307/2002 do CONAMA, é não gerar, reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, o planejamento, as responsabilidades, as práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias para esse fim passam pelo cumprimento das etapas previstas: planos e programas dos projetos em questão e projetos executivos para as construções de modo que, nas obras, seus resíduos sejam gerenciados. Também devem ser compatibilizados os projetos e as pessoas envolvidas e, na elaboração desses projetos, é possível utilizar-se de modelos que visem prevenir a geração de resíduos, em primeiro lugar, e ainda minimizar o uso de matérias-primas, como o de Produção Mais Limpa (MARTINS, 2012). Modelos de gestão ambiental voltados para as organizações como a Produção Mais Limpa, também conhecida pela sigla P+L, significam a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia e reduzir os riscos para os homens e o meio ambiente. É, antes de tudo, uma ação econômica porque baseia-se no fato de que qualquer resíduo de qualquer sistema produtivo só pode ser proveniente das matérias-primas ou insumos de produção utilizadas no processo. Todos os resíduos ontem eram matéria-prima e foram comprados e pagos como tal (MARTINS, 2012). Desta forma, analisando-se unicamente o custo econômico que envolve RCC, estaria justificado o investimento em gerenciamento de RCC pelos grandes e 41 pequenos geradores e a gestão pela municipalidade, isso sem ainda contabilizar o dano ambiental, social e de saúde pública. Goron e Tubino (2007 apud Fernandes 2013) afirma que realizar medições dentro do canteiro de obra para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) é fundamental; essas medições realizadas antes e depois podem ser comparadas evitando-se opiniões e comprovando-se objetivamente a melhoria do processo como um todo. Para Zordan (1997), é possível, além de quantificar o descarte de cada resíduo, classificá-lo por etapa construtiva e por agente envolvido no canteiro, sensibilizando-o e conscientizando-o em relação ao seu papel no processo (ZORDAN, 1997). Relata Pinto (1999) que no Brasil as estimativas para geração de RCC variam entre 230 kg/hab./ano e 760 kg/hab./ano e para mediana na amostra pesquisada cerca de 510 kg/hab./ano. Coletivamente o setor da construção é responsável por um terço do consumo de recursos naturais, incluindo 12% de todo o uso de água doce e pela produção de até 40% de resíduos sólidos ou resíduos da construção civil (RCC). Carneiro (2005) demonstra que aproximadamente 90% desses RCC são potencialmente recicláveis quando segregados na fonte geradora, prática ainda pouco usada nesse segmento. Portanto, em média, 40% dos resíduos produzidos nas cidades brasileiras são provenientes da construção civil e apenas 10% desse total são reaproveitados. Para Bidone (2001), no Brasil, em geral, para cada uma tonelada de RSU são coletadas duas toneladas de RCC. O grande volume e a massa desse entulho permanecem sem tratamento e sem aproveitamento nas cidades brasileiras, gerando um ônus para a sociedade e um grave problema de gestão ambiental para a administração das cidades. Ainda segundo Pinto (2005), dentro do total de volume gerado de RCC nos municípios, são as obras de construção, reformas e demolições realizadas pelos próprios usuários de imóveis que geram cerca de 75% do total, ou seja: eventos informais, de pequenos geradores, são aqueles que necessitam ser também disciplinados pela municipalidade, pela quantidade de RCC produzida. Assim, é importante destacar que o processo de gerenciamento de RCC torna-se cada vez mais urgente e a participação desses cidadãos junto à municipalidade precisa ser tratada com a importância que o tema exige. Promover o 42 desenvolvimento de uma sensibilização ambiental focada em conservação e preservação é fundamental e, campanhas públicas, contando com a matéria educação ambiental voltada à educação formal, multidisciplinar e em todos os níveis, é um caminho para envolver a sociedade em uma gestão de resíduos com novas regras sociais, econômicas e ambientais que promova mudanças de hábitos necessárias. Para a parcela de 25% dos grandes geradores, as empresas construtoras em geral, o gerenciamento de RCC já é considerado parte integrante de qualquer processo que vise qualidade, produtividade e redução de custos para as empresas, a partir de seus empreendimentos. Quando fala-se na melhoria da qualidade para o setor da construção civil, o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H) visa apoiar o esforço brasileiro de modernização do setor no aumento da qualidade e produtividade e redução de custos na construção habitacional. O Programa trabalha para articular os vários segmentos da cadeia produtiva: desde a indústria de materiais às empresas construtoras, bem como outras instâncias governamentais, os agentes financiadores e promotores, entre outros. Para as empresas é a oportunidade de aumentar sua competitividade por meio da redução de desperdícios, melhor formação dos profissionais, acesso a projetos, materiais e componentes de melhor qualidade e adequação às normas técnicas. A base do Programa tem início na implantação de um sistema evolutivo de qualidade, o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obra da Construção Civil – SiAC, que tem por objetivo fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de melhoria da qualidade de projetos e obra (PBQP-H, 2013). As estratégias das empresas na direção desta qualidade para o setor tem-se dado através de dois caminhos: primeiro através da implantação de programas de gestão de qualidade e posterior certificação, pelas normas da série ISO 9000, e segundo, através da implantação de programas de racionalização construtiva (BARROS, 2001). Para SABBATINI (1989), racionalização construtiva é um processo que abarca o conjunto de todas as ações que tenham por objetivo otimizar o uso dos recursos materiais, humanos, organizacionais, energéticos, tecnológicos, temporais e financeiros, disponíveis na construção em todas as suas fases. Ao incorporar-se 43 princípios de racionalização construtiva e construtibilidade de projetos, destaca-se a necessidade de se reformular como os projetos vêm sendo conduzidos ou seja, gerenciados. Relata Lima (2006) que o gerenciamento de RCC no canteiro de obra é responsável pela redução de acidentes de trabalho em razão de obras mais limpas e organizadas; melhora a produtividade e reduz o volume de RCC removido da canteiro, além de atender aos requisitos ambientais do PBQP-H e da certificação ISO 14001, para gestão ambiental nas empresas. Como resultado, há uma melhoria importante na imagem institucional da empresa junto ao público consumidor. A primeira experiência com gerenciamento de RCC em canteiros de obra tem seu marco no pioneirismo do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos em Canteiros de Obra (2005) em São Paulo, experiência essa divulgada em forma de Manual e intitulada Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil: A Experiência do SindusCon-SP. Implantada em um grupo-piloto de onze construtoras, a metodologia do Programa Obra Limpa contou com a assessoria técnica das empresas, Informações e Técnicas (I&T) e Obra Limpa Comércio e Serviços Ltda, e foi iniciada pelo grupopiloto de construtoras em janeiro de 2003 e concluída em agosto de 2004. Como vantagens identificadas após a implantação do Programa foram observadas melhorias na organização da obra, conscientização ambiental, redução de custos, melhoria na administração dos resíduos, adequação à legislação e melhoria na imagem institucional da construtora (SINDUSCON/SP, 2005). As dificuldades relatadas em SindusCon/SP (2005) para implantação desse gerenciamento no grupo-piloto foram: baixo comprometimento da direção de algumas obras (engenheiros), dificuldade na articulação com produtores e aplicadores de insumos, presença de empresas de transporte não licenciadas no Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, carência de áreas de reciclagem (ARs) e ATTs, ausência de legislação de fiscalização e penalidade, pelo não cumprimento da Resolução 307/2002 do CONAMA. A avaliação final pelo SindusCon/SP (2005) demonstrou ser positiva a iniciativa e ressaltou a necessidade da continuidade de ações junto aos órgãos municipais na definição dos Programas Municipais de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, programas estes que possibilitam a implantação das ATTs e 44 dos Aterros da Construção Civil, seja pela elaboração das legislações pertinentes ou pelo incentivo a novos negócios, como a reciclagem dos resíduos. Hoje essa iniciativa serve como referência para que a implantação da gestão ambiental de resíduos da construção civil nos canteiros de obras, assim denominada no resultado do grupo-piloto em 2005, possa tornar-se realidade. A solução passa pela efetiva participação da cadeia produtiva e envolve construtoras, incorporadoras, projetistas, transportadores, ATTs, aterros, recicladoras, fabricantes, órgãos públicos e entidades de pesquisa. A iniciativa do SindusCon/SP em 2005 promoveu a elaboração de outros manuais voltados à implementação de PGRCC pelos SindusCon`s, como os de Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Sergipe, Pernambuco, bem como por instituições, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas Empresas (SEBRAE), Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREA), Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal, entre outras iniciativas no Brasil. Para Linhares (2005) a principal dificuldade apontada pelas empresas para implantar gestão de RCC é sensibilizar a mão de obra no que se refere à segregação desses resíduos. Treinamento com educação ambiental e programas de alfabetização no próprio canteiro são iniciativas que visam atender essa questão, mas destacar como fundamental a participação ativa desses trabalhadores nas mudanças pretendidas em seus canteiros de obra talvez seja o maior desafio das empresas. Surge assim mais um desafio para o gerenciamento de RCC: capacitar trabalhadores tradicionais da construção civil para esse novo processo dentro de uma realidade de alta rotatividade e baixa qualificação da mão de obra, historicamente conhecida. O mesmo autor afirma que práticas estão sendo incorporadas em algumas empresas, como a redução da espessura de revestimento; controle do transporte e armazenamento de materiais; uso de placas de gesso acartonado sem argamassa; uso de peças metálicas pré-acabadas e moldadas conforme projeto e montadas no local, com pouca geração de resíduos e construções modulares em geral. São as implementações possíveis dentro de um processo complexo e que ainda demandará tempo para os ajustes necessários quanto ao gerenciamento de RCC, em cada empresa. 45 John (2000) relata que as mudanças para esse fim serão mais profundas que aquelas causadas pela adoção do paradigma de gestão da qualidade, e sem que toda a cadeia produtiva da construção civil sofra transformações significativas não será possível atender e entender o desenvolvimento sustentável no setor. 2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Relata a Câmara Brasileira da Indústria da Construção no Programa Construção Sustentável (CBIC, 2012), que as soluções para o desenvolvimento que o Brasil espera e precisa passam necessariamente pela Engenharia e pela Construção: a erradicação do déficit habitacional, a universalização do saneamento e a ampliação da nossa infraestrutura produtiva e logística tornará os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional e, especialistas prevêem que ocorrerá crescimento econômico mais acentuado nas economias emergentes e em desenvolvimento, portanto, consumindo mais recursos per capita. À medida que este crescimento avançar, mudanças substanciais serão necessárias em todos os países, para atender a essa nova demanda de consumo dentro dos limites do planeta. Para o estudo Vision 2050 (WBSCD, 2010), o Brasil dispõe de todas as condições para liderar esse novo processo. Nosso país possui solo abundante, sol o ano inteiro, tem a mais rica biodiversidade e a maior reserva de água doce disponível e é movido pela matriz energética mais limpa do planeta. Para o Guia CBIC (2012) são várias as abordagens em defesa do desenvolvimento sustentável por envolver diferentes áreas e inúmeras prioridades, tais como aspectos socioculturais, ambientais e econômicos, multifacetados pela diversidade dos povos e do planeta em que vivemos e que não permite uma única visão. Uma sociedade mais sustentável envolve políticas públicas, estratégias corporativas e movimentos sociais o que, por si só, deve integrar conhecimentos existentes, multidisciplinares e transversais, para alcançarmos as mudanças esperadas. Serão revisitados, necessariamente, padrões de consumo, de produção e de avaliação do bem-estar social, em atendimento a uma nova sociedade, com objetivos sustentáveis. Na análise encontrada no Guia CBIC de Boas Práticas em Sustentabilidade na Indústria da Construção (CBICa, 2012), surge uma nova pergunta: qual o papel das empresas no desenvolvimento sustentável? O que é esperado dos profissionais 46 das empresas para o desenvolvimento sustentável? Entende-se que as empresas são fundamentais por produzirem bens e serviços, gerando empregos e renda para a sociedade; que elas tem grande potencial para inovar, evoluindo em ritmo acelerado porém, elas também tem responsabilidade sobre os impactos negativos que geram. Assim, pelo potencial empreendedor e inovador e atores envolvidos, espera-se também que sejam capazes de solucionar as questões socioambientais relacionadas às próprias atividades. 2.2.1 A Cadeia Produtiva e a Sustentabilidade na Construção A sustentabilidade na Construção não encerra seu foco apenas nas empresas construtoras; os impactos provocados pelo setor têm início antes mesmo da produção de qualquer material. Têm início desde a extração de matérias-primas e se estendem até o fim da vida útil do empreendimento, dos produtos construídos. No Guia Cadeia Produtiva da Construção, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, CBIC (2011), encontra-se relatado que existem diferentes abordagens para tratar de todo este ciclo de vida e que, apesar de nomes diferentes, tem-se o mesmo objetivo: reunir todas as atividades necessárias para que um projeto de construção seja executado e tenha seus componentes corretamente destinados após o seu uso. Os principais conceitos usados para esta denominação são: Cadeia Produtiva da Construção (ABRAMAT; FGV, 2007), Construbusiness (1999) e Macrossetor da Construção (MDIC; IEL, 2005). Adota-se então o conceito de Cadeia Produtiva da Construção, termo utilizado na pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), pelo grau de detalhamento das atividades que engloba e pela atualização das informações (TELLO, 2012). Tello (2012) relata que segundo a ABRAMAT e a FGV (2007), a Cadeia Produtiva da Construção envolve todos os elos desse complexo produtivo e é composta (i) pelas construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares da construção, que realizam obras e edificações; (ii) por vários segmentos da indústria, os que produzem materiais de construção; (iii) por segmentos do comércio varejista e atacadista; e (iv) por várias atividades de prestação de serviços, tais como serviços técnico-profissionais, financeiros e seguros. A indústria da 47 Construção Civil é o núcleo dentro da cadeia produtiva. Isso ocorre não só pela sua elevada participação no valor da produção e do emprego gerados em toda a cadeia, mas também por ser o destino da produção dos demais segmentos envolvidos. Dessa maneira, a indústria da Construção Civil determina, em grande medida, o nível de atividade de todos os setores que a circundam. Observa-se na Figura 1 que a Cadeia Produtiva da Construção envolve todos os elos desse complexo produtivo e a porcentagem de 64,7% é composta pelas construtoras, incorporadoras e prestadoras de serviços auxiliares da construção, que realizam obra e edificações. Incluir essa importante fatia de participação na promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva é um desafio para o setor. Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 2012 Fonte: ABRAMAT e FGV Projetos. Banco de dados CBIC 2012 Na perspectiva econômica, a cadeia produtiva é responsável pela configuração do sistema produtivo de um país e sua importância é relevante, para que o país enfrente a crise econômica internacional. No Brasil, o crescimento real do setor foi da ordem de 15,3%, registrado entre 2009-10, e o pagamento total em impostos foi de R$ 62,5 bilhões em impostos. Assim, a Cadeia Produtiva da Construção tem um importante papel na promoção da sustentabilidade e seus impactos ambientais quando apresentados em escala global, mostram-se significativos: a) a cadeia tem emissões de gases de efeito estufa significativos – a produção de cimento é responsável por 5% e o uso de 48 energia em edifícios, 33% e b) grandes empreendimentos de infraestrutura geram pressão sobre diferentes ecossistemas (PNUD, 2012). No Brasil a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC, 2012) informa em seu Programa Construção Sustentável que há estimativa de que a construção gere atualmente entre 20% e 25% do total de resíduos da indústria brasileira. Também informa que o setor está inserido em uma atividade econômica significativamente impactante: mais de 250 milhões de toneladas anuais de recursos agregados são extraídos para construção no Brasil e pelo menos 100 milhões de toneladas de resíduos gerados, todo ano, com a quantidade variando de acordo com o nível da atividade da construção e manutenção e, até mesmo, com as práticas construtivas. O estudo da ABRAMAT e FGV destaca que, mesmo com as medidas de desoneração da sua carga tributária, o crescimento do valor total pago em impostos pela cadeia produtiva da Construção foi 16% superior à variação do índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI) entre 2009-10 (ABRAMAT; FGV, 2011). O IGP-DI mede o comportamento de preços em geral da economia brasileira, é uma média aritmética ponderada de outros índices e calculado mensalmente pela FGV. Um dos principais desafios da cadeia diz respeito à informalidade, tanto de empresas quanto de trabalhadores, uma questão central e social.; como a participação na promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva passa pelas empresas formais, essas empresas consideram ser essa uma competição injusta no presente: retiram-se recursos dessas empresas formais que poderiam ser investidos no desenvolvimento de tecnologias e processos e limita-se o desenvolvimento da cadeia produtiva (ABRAMAT; FGV, 2011). O desafio da sustentabilidade assumiu há alguns anos papel de destaque na agenda da Indústria da Construção no Brasil. O setor está cada vez mais consciente da relevância do seu papel no contexto da mitigação e adaptação dos efeitos das mudanças climáticas e da necessidade de melhoria das condições de vida no planeta. Já existem suficientes estudos em nível nacional e mundial que avaliam os impactos positivos e negativos gerados pela Indústria da Construção e do mercado imobiliário sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia (CBIC, 2012). É grande a pressão sobre as empresas da cadeia produtiva da construção para atuarem de acordo com os princípios da sustentabilidade. O governo vem trabalhando nos âmbitos federal, estadual e municipal para regular o setor e 49 estimular a melhoria de desempenho em diferentes temas. Cresce o número de municípios com legislações que obrigam os empreendimentos à medição individualizada de água e gás, aquecimento solar de água e à elaboração de um programa de gerenciamento de resíduos para a obtenção de Alvará de Construção ou Habite-se. A Norma de Desempenho NBR 15575 da ABNT aponta o desempenho mínimo exigido dos sistemas estruturais, de pisos, de vedações, de coberturas e hidrossanitários das novas edificações residenciais e orienta a concepção e execução de novos empreendimentos, além do desenvolvimento tecnológico de novos sistemas construtivos, contribuindo significativamente nesse novo processo (CBIC, 2013). Para Tello (2012) merecem destaque também as organizações que estão dedicadas à promoção da sustentabilidade no setor da Construção como o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) que desde 2007 reúne professores, pesquisadores e empresas para “induzir o setor da Construção a utilizar práticas mais sustentáveis que venham melhorar a qualidade de vida dos usuários, dos trabalhadores e do ambiente que cerca as edificações”. De modo complementar, o Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade da Construção, da Fundação Dom Cabral (CDSC/FDC), se dedica a construir estudos de caso, pesquisas e ferramentas de apoio ao desenvolvimento da gestão da sustentabilidade na cadeia produtiva da Construção. Observa-se em todo o país as iniciativas pelas entidades de classe para promoção da sustentabilidade na cadeia produtiva. Os programas prioritários da CBIC que abordam diferentes aspectos da sustentabilidade na construção (CBIC, 2012) são mostrados no Quadro 5. Quadro 5 – Programas prioritários CBIC Eixos Prioritários de Atuação da CBIC Programas CBIC Eixos Prioritários da Economia Verde Habitação de Interesse Social Moradia Digna Melhoria do bem-estar, igualdade social no acesso às condições básicas para a vida Capacitação de Mão de Obra Próximo Passo Crescimento de renda, emprego e inclusão. Inovação Tecnológica Inovação Produção de baixo carbono e uso eficiente de recursos naturais Continua... 50 Quadro 5 – Programas prioritários...(continuação) Construção Sustentável Construção Sustentável (PCS) Modelo de desenvolvimento sustentável da construção, produção de baixo carbono e uso eficiente de recursos naturais. Construção Sustentável e Inovação Tecnológica Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído Crescimento de renda e emprego, além de inclusão Fonte: Adaptado de Guia das Boas Práticas (CBIC, 2012). As ações realizadas ou em andamento para a promoção da sustentabilidade junto às associadas das respectivas entidades de classe estão demonstradas no Quadro 6 . Quadro 6 – Exemplos de iniciativas de sustentabilidade de entidades de classe Entidade Iniciativas SindusCon-PR Seconci-PR Programas de Saúde e Segurança Sicepot-MG QUALIC - Programa de Qualificação da Indústria da Construção Seconci-RJ Curso de Iniciação Profissional na Construção Civil SindusCon-AL Programa Caminhos da Profissão Cursos de Especialização em Engenharia Rodoviária e Pavimentação Treinamento On-line de Segurança do Trabalho Comitê de Incentivo à Formalidade Campanhas Anuais de Combate à Dengue nas Obras Mega Feirão do Emprego Programa Procompi Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Empresas Secovi-SP Caderno Condutas de Sustentabilidade no Setor Imobiliário Residencial Estudo Indicadores de Sustentabilidade no Desenvolvimento Imobiliário Urbano Projeto Ampliar e Trabalhos Conjuntos com Organismos Competentes para remediação de terrenos contaminados SindusCon-MG Cartilha – Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil Banco de Terra, Banco de Entulho e Agregado Reciclado Boletim Agenda Ambiental SindusCon-Rio SindusCon-GO Alfabetizar é Construir – Educação Fundamental nos Canteiros Manual da Construção Sustentável ECOS - Encontro sobre Construção e Sustentabilidade Seção Construção Sustentável na Revista Construir Mais Fonte: Adaptado de Guia das Boas Práticas (CBIC, 2012). Na abordagem proposta pela CBIC (CBIC, 2012) para desenvolver a sustentabilidade na cadeia produtiva da construção brasileira são esses os principais desafios: 1) valorização e desenvolvimento da mão de obra: valorização do empregado; integração da mão de obra feminina; educação e capacitação profissional; 2) inovação tecnológica para construção mais rápida, com menos resíduos e com a geração de melhor qualidade e menor consumo: a industrialização em canteiro ou fábrica, o uso de novos materiais, o desenvolvimento de novos 51 sistemas construtivos, uso do Building Information Modeling (BIM), mudanças no processo de gestão de empreendimentos com maior ênfase à fase de projeto; 3) desenvolvimento urbano sustentável: maior qualidade de vida para sua população e mais dinamismo para a sua economia. Para esses desafios estão envolvidas as questões sociais, legais, tributárias e institucionais, a serem amplamente debatidas e visando atender ao maior número possível de interessados (TELLO, 2012). 2.2.2 Construção Sustentável Em um processo de reversão para o ambiente construído surge o paradigma da construção sustentável. No âmbito da Agenda 21 a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento é definida como "um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica". Mas o conceito vai além da sustentabilidade ambiental quando pensado no contexto do desenvolvimento sustentável, integrando-se a sustentabilidade econômica e social (CORREA, 2009). Para a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura – AsBEA (CIC, 2008), Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), (CBCS, 2009) e outras instituições são princípios básicos desse tipo de construção: a) Aproveitamento de condições naturais locais; b) Utilizar o mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; c) Implantação e análise do entorno; d) Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; e) Qualidade ambiental interna e externa; f) Gestão sustentável da implantação da obra; g) Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; h) Uso de matérias-primas que contribuam com a ecoeficiência do processo; i) Redução do consumo energético; j) Redução do consumo de água; k) Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; l) Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; 52 m) Educação ambiental para conscientização dos envolvidos no processo. Relata o Guia de Sustentabilidade na Construção (CBIC, 2008) que para as construções sustentáveis concebidas e planejadas são várias as premissas consideradas, entre elas, a escolha de materiais ambientalmente corretos com origem certificada e com baixas emissões de CO2; uma menor geração de resíduos durante a fase da obra; cumprimento das normas, principalmente as de desempenho; supressão de menores áreas de vegetação; demanda de menos energia e água em todas as fases (construção e uso) e reaproveitamento amplo no fim de seu ciclo de vida, além do atendimento às normas de segurança e à formalidade das contratações. Se comparadas as práticas atuais adotadas pelas empresas de construção civil, evidencia-se a necessidade urgente de ajustes na produção do edifício, nos canteiros de obra. (CBIC, 2008). O conceito de construção sustentável passa a ser inserido em todo o ciclo de vida do empreendimento, desde sua concepção até sua requalificação (retrofit), desconstrução ou demolição e mesmo considerando que a etapa de construção é apenas uma pequena fração do ciclo de vida do edifício, é ela a responsável por todo o seu posterior desempenho. Estudos para cada fase da obra demonstrando seus impactos ambientais e como estes impactos devem ser trabalhados concluem o ciclo, para se obter um empreendimento com uma ideia sustentável, uma implantação sustentável e uma moradia sustentável (CBIC, 2008). No Guia Selo Azul Caixa (2010), conclui-se que a construção sustentável irá exigir das empresas esforço similar realizado para a implantação dos sistemas de gestão da qualidade: compromisso da direção da empresa, estabelecimento de políticas, metas progressivas e indicadores constantemente atualizados, formação de recursos humanos, evolução contínua. Seu conceito amplia do escopo tradicional: qualidade, prazo, tecnologia e custo com preocupações sociais e ambientais. Para John (2010) a principal diferença com relação à experiência de implantação dos sistemas de gestão qualidade se comparada à de construção sustentável, é que esta implicará na adoção de inovações tecnológicas, de ferramentas de projeto a materiais radicalmente novos, novos sistemas construtivos, sistemas de gestão, necessidade de planejamento do ciclo de vida, entre outros. É certo que boa parte das soluções hoje vigentes deverá evoluir drasticamente ou ser substituída por outras, a médio prazo. 53 No Guia do Programa Construção Sustentável da CBIC (2012) sete temas são considerados prioritários ou críticos: 1) água; 2) desenvolvimento humano; 3) energia; 4) materiais e sistemas; 5) meio ambiente, infraestrutura e desenvolvimento urbano; 6) mudanças climáticas; e 7) resíduos. E para o setor alcançar um estágio no qual a construção sustentável seja uma prática universalizada é necessário atuar dentro dos seguintes eixos estratégicos: fomento a políticas setoriais e públicas e à legislação; atenção ao poder de compra do estado; concepção de projetos; inovação tecnológica e gestão de pessoas e processos. Para a CBIC (2012) o Programa Construção Sustentável tem como objetivo fazer com que empresas, governos e sociedade repensem seus produtos, suas relações, serviços e estratégias, a partir das dimensões ambiental, social e econômica. Também combater e erradicar a ilegalidade e a informalidade na cadeia produtiva da construção; atuar de forma segura, eficiente e responsável junto a todos os seus públicos de interesse e ao meio ambiente; conhecer e cumprir a legislação e, voluntariamente, exceder suas obrigações naquilo que seja relevante para o bem-estar da sociedade. Por fim, comunicar-se com funcionários, fornecedores, parceiros e colaboradores para motivá-los ao protagonismo e ao desenvolvimento sustentável No conjunto de iniciativas necessárias ao avanço da construção sustentável no país, a gestão de resíduos é, provavelmente, a que mais rápido pode oferecer resultados significativos. A superação de desafios internos e externos ao longo da cadeia produtiva é urgente, no sentido de assegurar avanços no estágio atual de gestão de resíduos sólidos do setor como: a promoção e a implementação da autorregulação; o exercício efetivo e obrigatório da logística reversa e a formalização de fluxos de forma que esteja explícita a matriz de responsabilidades no pós-obra, exigindo-se a plena legalidade de atuação dos agentes transportadores e receptores. Entende-se por logística reversa “... procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada” (CBIC, 2012). A ideia de sustentabilidade impulsiona a inovação, estimula a busca por novas tecnologias e promove o surgimento de novos nichos de mercado. Faz-se necessário, para isso, que a cadeia produtiva promova a transição do modelo empresarial atual rumo às inevitáveis demandas contemporâneas (CBIC, 2011). 54 Visando estudar, analisar e definir diretrizes para o desenvolvimento, difusão e avaliação de inovações tecnológicas na construção civil brasileira, o Programa Inovação Tecnológica na Construção (PIT) parte do princípio de que os efeitos das inovações para o setor e para a sociedade como um todo são necessários, no processo de desenvolvimento econômico e social do país (CBIC, 2012). Com os Programas Construção Sustentação e Inovação Tecnológica na Construção pretende-se atingir o mais amplo espectro possível de empresas e profissionais de todos os elos da cadeia produtiva (CBIC, 2012). 2.2.3 Conceito de Inovação Tecnológica A inovação está no cerne da mudança econômica e encontra-se definida em Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2005) que, Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. (OCDE, 2005). Para Lemos (1999 apud Dosi 2000) define-se inovação como a busca, a descoberta, a experimentação, o desenvolvimento, a imitação e a adoção de novos produtos, processos e novas técnicas organizacionais. Na percepção de Erdmann (1993) as novas tecnologias tem apresentado pelo menos três metas básicas: a) a redução do esforço de trabalho; b) o aumento da produtividade; c) a melhoria da qualidade do produto. Para o Relatório de Pesquisa Projeto de Inovação Tecnológica (PIT, 2008), uma inovação pode consistir na implementação de uma única mudança significativa (radical) ou em uma série de pequenas mudanças incrementais que juntas podem constituir uma mudança significativa. Enquanto as primeiras se caracterizam pela busca de novas tecnologias e novos modelos de negócio, rompendo com os padrões anteriores, as inovações incrementais procuram melhorar continuamente os sistemas existentes, tornando-os mais baratos, melhores e mais rápidos. Em Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação, do Relatório OCDE (2005), diferenciam-se quatro tipos de inovação: de produto, de 55 processo, de marketing e organizacional. Inovações de produto e inovações de processo relacionam-se estreitamente com os conceitos de inovação tecnológica de produto e inovação tecnológica de processo. As inovações de marketing e as inovações organizacionais complementam o conjunto de inovações. Ainda segundo o Relatório (OCDE, 2005), “uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos”. No relatório de pesquisa Projeto de Inovação Tecnológica (PIT, 2008) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, considera-se ainda como inovações de produto: as inovações no produto do edifício ou em um ou mais de seus subsistemas, componentes ou materiais. Para as inovações de processo: inovações no processo de produção dos edifícios, que podem ser obtidas a partir de inovações em produtos intermediários como tipos de subsistemas, componentes ou materiais que têm impacto no processo. Inovações organizacionais: afetam a organização das empresas do setor e seus processos não diretamente relacionados à produção como implementação de softwares, criação de novos métodos para processos como planejamento, orçamento e projeto. Inovações de marketing: as que se referem a novas formas de relacionamento com os clientes, promoção dos produtos, comunicação com o mercado. Ao discutir o conceito de inovação apresentado por vários autores, Barros (1996 apud Hippert e Coutinho 2012) propõe diretrizes para a implantação de inovações tecnológicas na produção de edifícios a partir do entendimento para Inovação Tecnológica no Processo de Produção: “um aperfeiçoamento tecnológico, resultado de atividades de pesquisa e desenvolvimento internas ou externas à empresa, incorporado à cultura da empresa e aplicado efetivamente ao processo de produção do edifício, objetivando a melhoria de desempenho, qualidade ou custo do edifício ou uma sua parte”. A norma ABNT NBR 15575 “Edificações Habitacionais – Desempenho” (ABNT, 2013), que constitui importante e indispensável marco para a modernização tecnológica da construção brasileira e melhoria da qualidade de nossas habitações, define inovação tecnológica como aperfeiçoamento tecnológico resultante de atividades de pesquisa, aplicado ao processo de produção do edifício, objetivando a melhoria de desempenho, qualidade e custo do edifício ou de um sistema. 56 A inovação tecnológica na construção civil apresenta uma série de peculiaridades. Se historicamente a indústria da construção civil já foi chamada de uma “indústria de protótipos”, diferenciando-a das indústrias seriadas, foi para sugerir, com este conceito, a ideia de um processo aberto a inovações; mas não é essa a situação observada na prática (HIPPERT E COUTINHO, 2012). Relatam Junior e Amaral (2012 apud Pozzobon et al. 2004) que só por volta de 1984, após as iniciativas de racionalização da construção, as inovações tecnológicas começaram a ser mais observadas no Brasil. No caso brasileiro encontra-se uma grande semelhança entre os canteiros de obra: são baseados numa mesma estrutura organizacional e com pequena variabilidade das soluções técnicas adotadas, com pequena variedade de insumos e soluções de projeto facilitando o seu controle. Desta forma, as inovações acabam sendo inseridas a partir de tecnologias anteriormente já utilizadas e testadas por projetistas e construtores. Não há uma mudança drástica nos processos, caracterizando-se por conseguinte em inovações incrementais (AMORIM, 1995 apud HIPPERT E COUTINHO, 2012). Essa realidade não difere daquela expressa por Slaughter (1993), que indica a indústria da construção como marcada por um grande número de pequenas empresas, bem mais sensíveis às variações dos ciclos da economia e por isso não dispõem de muitos recursos para investir em inovação. Ainda segundo a autora, as empresas construtoras tendem a inovar mais do que os seus fornecedores, por conhecerem bem os processos construtivos e utilizarem-se desse conhecimento para integrar diferentes sistemas. Relata ainda que os construtores são capazes de inovar com baixo custo por terem mais acesso às informações necessárias para impulsionar as inovações, além da necessidade de resolver problemas em curtos espaços de tempo no intuito de evitar atrasos e custos extras pela falta de solução para os mesmos (SLAUGTHER, 1993). Ainda segundo Slaughter (1993), em relação às inovações desenvolvidas pelos fabricantes que fornecem para a indústria da construção civil, as mesmas são limitadas a partes dos produtos e sistemas que oferecem para evitar a ampliação da sua responsabilidade na obra; por essa razão devem ser testadas exaustivamente e obedecerem a normas técnicas antes de serem comercializadas. Portanto, as inovações dos construtores são muitas vezes pontuais, incrementais, para resolverem a baixo custo questões rotineiras, enquanto que as soluções dos 57 fabricantes devem ser amplamente testadas e se adaptarem a um tipo de situação mais comum entre os atores da indústria que venham a utilizá-la. 2.3 MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES EM CANTEIROS DE OBRA 2.3.1 O Canteiro de Obra A norma técnica NBR 12284 (ABNT, 1991) define canteiro de obra como sendo “áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhadores da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência.” Para Souza (2000) o canteiro de obra pode ser comparado a uma fábrica, sendo seu produto final o edifício. Ressalta que uma vez considerado uma fábrica, sua análise deve ser feita observando os processos de produção e também como o lugar onde os atores envolvidos na produção trabalham diariamente. Souza (2000) afirma que a construção civil possui características específicas que a difere das indústrias seriadas e destaca que a fábrica não é permanente: ela será removida e o produto ficará no local. Exige-se uso intensivo de mão de obra, as especificações não são tão detalhadas e a cada etapa da obra as atividades, profissionais e equipamentos mudam. Desta forma, projetar a fábrica de uma edificação torna-se uma missão mais complexa. Surge então a dúvida se seria pertinente pensar organizadamente em um projeto para o canteiro de obra. Categoricamente este autor afirma que sim, uma vez que buscar qualidade tornouse imprescindível para as empresas construtoras, assim como aumentar a produtividade, sem comprometer a segurança dos trabalhadores, e incrementar suas vendas. A produtividade e a segurança dos trabalhadores vinculam-se às condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e dentro dessas condições, como parte integrante da NR 18 (BRASIL, 1978) e pela relação intrínseca, pode-se destacar a ordem e a limpeza do canteiro de obra, assim estabelecida: a) O canteiro de obra deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido, notadamente nas vias de circulação, passagens e escadarias; b) O entulho e quaisquer sobras de materiais devem ser regulamente coletados e removidos. Por ocasião de sua remoção, devem ser 58 tomados cuidados especiais, de forma a evitar poeira excessiva e eventuais riscos; c) Quando houver diferença de nível, a remoção de entulhos ou sobra de materiais deve ser realizada por meio de equipamentos mecânicos ou calhas fechadas; d) É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obra; e) É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados do canteiro de obra. Como é esperado e natural que um canteiro de obra sofra alterações à medida que caminha a execução da obra, Souza (2007) ressalta que na produção das edificações mudam os materiais a serem aplicados, os serviços a serem executados, os equipamentos e a mão de obra que serão utilizados. Por essa razão, o autor destaca a importância em se observar as principais fases em que se pode subdividir o canteiro, salientando que existem diferentes critérios para esta subdivisão, que pode ser em função do tempo de que se dispõe para discutir o planejamento do canteiro. Segue uma das várias subdivisões, por fases, pelas quais pode passar um canteiro, segundo Souza (2007): a) Movimento de terra / contenção da vizinhança e fundações; b) Estrutura do(s) subsolo(s) sob a torre e a periferia; c) Estrutura do restante da torre; d) Estrutura-alvenaria; e) Estrutura-alvenaria-revestimentos argamassados; f) Finalização da obra. Souza (2007) também destaca outros momentos importantes para a definição de modificações do canteiro, quais sejam: final da estrutura, alvenaria e dos revestimentos argamassados; revestimentos em azulejo, cerâmica de piso, montagem do elevador definitivo, instalações hidráulica, elétrica, impermeabilização e pintura. Silva (2000) para definir a gestão da logística do canteiro de obra estabelece tratar-se de atividades de planejamento, organização, direção e controle dos fluxos físicos na praça de trabalho, incluída aí a implantação do canteiro, a resolução de interferências entre os serviços, a definição dos sistemas de transportes e 59 dispositivos de segurança no trabalho. O mesmo autor discute novos conceitos relativos à gestão da logística de canteiro de obra como os estudos de preparação e projeto de canteiro e as ferramentas associadas: movimentação de materiais, projetos para produção, arranjo físico do canteiro, planejamento das equipes de movimentação, diagramas e mapas de fluxos de processos e listas de verificação para controle da organização do canteiro. 2.3.2 Melhorias e Inovações Tecnológicas Simples em Canteiros de Obra Pozzobon et al. (2004) relata que desde o início da década de 1990 os esforços da construção civil brasileira objetivando melhores desempenhos tem sido notórios, incluindo-se para esse avanço a busca por qualidade e/ou certificação e/ou incrementos na produtividade, alterações na legislação trabalhista e previdenciária, além do aumento da competitividade. O trabalho apresentado por Pozzobon et al. (1999), listagem de verificação com 240 itens considerados como inovações em canteiros de obras, tratava das mudanças introduzidas na produção de edifícios e relacionadas ao gerenciamento dos canteiros. Estas mudanças provenientes de aperfeiçoamentos resultantes de pesquisa e desenvolvimento, interna ou externa à empresa, aplicadas ao processo produtivo da edificação, buscavam alcançar a melhoria de desempenho, qualidade ou custo do todo ou de uma parte. Para os autores, aplicar esta listagem posiciona o canteiro de obra e a empresa construtora em relação á qualidade e às empresas concorrentes, além de servir como sugestão para a implementação de melhorias futuras. A listagem utilizada por Pozzobon et al. (1999) com 240 itens apresenta seis categorias e os seguintes conceitos para cada uma dessas categorias: a) Apoio e dignificação da mão de obra: modificações introduzidas no canteiro que buscam valorizar e motivar o trabalhador, incentivá-lo e proporcionar um ambiente agradável e muito mais saudável, no sentido de limpeza, organização, treinamento, bem-estar físico e psicológico. Isso contribui para o aumento da produtividade e qualidade dos serviços prestados pelo mesmo e do produto final; b) Organização do canteiro: refere-se à disposição e limpeza do canteiro, racionalização, programação e controle dos processos. Mostra 60 inovações do layout de obra, procurando facilitar a circulação de pessoas e materiais. Também são listadas mudanças de visual, com as quais se procura dar um clima mais acolhedor a suas instalações através de cores, pinturas, decorações, importante para quem trabalha e para quem visita; c) Movimentação de materiais e deslocamentos internos: pode-se entender que são as questões que abordam estocagem, recebimento e transporte de materiais. Investiga novos procedimentos que facilitam o transporte de materiais, tornando o canteiro de obra mais organizado e limpo, além de oferecer segurança no trabalho, prevenindo assim acidentes tão corriqueiros em obra no geral; d) Utilização de ferramentas, máquinas e técnicas especiais: refere-se às ferramentas, máquinas e técnicas utilizadas dentro de um canteiro, na produção do edifício; e) Segurança do trabalho: refere-se a todos os tipos de atendimentos às normas técnicas e à legislação vigente para canteiro de obra; f) Comunicações internas: referem-se a todo tipo de comunicação dentro de um canteiro, seja ela visual, através de textos, gráficos, cores ou sonora, através de diversas tecnologias como walk talks, alto-falantes, telefone, entre outras. Estas ajudam a manter um padrão para a empresa, fazendo com que seus colaboradores tenham sempre uma visão mais homogênea das práticas adotadas e, assim, aumentando sua produtividade, organização e reduzindo as chances de erros ou retrabalhos, entre outros. Para a expectativa de descrever as boas práticas encontradas foram realizadas buscas e levantamentos na realidade dos canteiros de obra nacionais que podem ser citados como exemplos, sem a intenção de limitar a investigação, conforme demonstrado no Quadro 7. Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção nacional no período 1998 a 2012 Autores e Ano da Pesquisa Quantidade de Canteiros (C) e Empresas (E) Tipo da Pesquisa (Local) Principais Resultados Continua... 61 Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção... (continuação) Cruz et al. (1998) C=10 E=10 (diferentes empresas) Diagnóstico a partir de determinada listagem (Belém do Pará – PA) Considerou os aspectos logísticos relacionados à organização dos canteiros, detendo-se basicamente na área de suprimentos. Constatou que na maioria dos canteiros visitados não foram observados princípios logísticos considerados básicos, em outros setores industriais. Meira et al. (1998) e Librelotto et al.(1998) C = 07 Descrição da racionalização de canteiros a partir de uma listagem (Florianópolis – SC) Concluíram que era possível encontrar modificações, embora incipientes, no processo produtivo e na organização dos canteiros pesquisados naquela cidade. Freitas et al. (1999) C = 58 (convencionais e de alvenaria estrutural de quinze cidades brasileiras) Diagnóstico para mudanças voltadas à qualidade e produtividade, a partir da listagem de Pozzobon (1999)* (RS, SC, PR, SP, Al, CE) Os itens mais verificados foram aqueles relativos ao apoio e dignificação da mão de obra e segurança do trabalho. O item menos verificado nas obras visitadas foi relativo às inovações relacionadas à comunicação interna. Observaram que dos Estados com canteiros avaliados, o Paraná foi o que obteve maior pontuação e apresentou o maior percentual de mudanças, melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas, aproximadamente metade das mudanças listadas. Mendes Jr et al. (2002) C = 30 Analisar as maiores preocupações e traçar o perfil das empresas construtoras (Curitiba – PR) Nos assuntos organização do canteiro, movimentação dos materiais e ferramentas, máquinas e técnicas especiais, ainda há necessidade de se implantar muitos itens. A comunicação, dentro do canteiro de obra, apresentou-se com a devida importância para canteiros de grande porte. Oliveira e Freitas (2008) C = 61 Diagnóstico da implantação e uso de inovações tecnológicas e organizacionais por construtoras que executavam obras públicas (Paraná) A partir da lista de Pozzobon et al. (1999) como base e ampliação de 240 para 466 itens, a serem verificados em canteiros de obras. Observaram que as empresas que prestam serviço ao setor público não apresentam grande preocupação em inovar, provavelmente devido ao contrato já garantido após a licitação e pela falta de cobrança do Poder Público. Também se observou que as empresas que atuam nesse setor tinham grande preocupação com a manutenção de documentos (80% de conformidade com os itens da lista), certamente para lidar com as fiscalizações presentes nesse tipo de obra. Hippert e Coutinho (2012) C=9 E=9 Análises de edificações com caráter aberto às inovações e seguindo um critério de acessibilidade que permitisse o acesso do pesquisador às informações necessárias (Juiz de Fora – MG) Sugerem que a adoção de inovações independe do tipo de obra e está mais relacionada à característica da empresa, já que quatro dos canteiros pesquisados referem-se à construção de prédios do Programa Minha Casa Minha Vida e apresentaram resultados distintos quanto à aplicação de inovações. Brandstetter et al. (2012) E = 15 No período de 2009 a 2011 investigou as principais mudanças introduzidas na produção de edifícios relacionadas com a melhoria de qualidade e/ou produtividade de seus processos nas empresas (Goiânia – GO) A partir de um check list elaborado e baseado nas pesquisas já realizadas em outras localidades do país, a análise dos dados considerou tanto as inovações tecnológicas simples quanto os diferenciais de canteiro. Demonstra que ao introduzir inovações tecnológicas simples na produção do edifício, permite-se a melhoria do local de trabalho, do processo e da organização, com ações simples e de baixo custo. * Pozzobon et al. (1999) investigaram através de uma lista de verificação 240 itens considerados como inovações em canteiros de obras. As inovações estavam divididas em grandes categorias tais como: : [i] apoio e dignificação da mão de obra (43 itens); [ii] organização do canteiro (73 itens); [iii] movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 itens); [iv] utilização de ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 itens); [v] segurança do trabalho (30 itens) e; [vi] comunicações internas (28 itens). Com base na lista indicada por Pozzobon et al.(1999), Freitas et al. (1999) apresentaram os resultados da aplicação da mesma em 58 cidades brasileiras. Fonte: Adaptado de POZZOBON et al. (2004), ALVES et al (2009) e Brandstetter et al. (2012) Das pesquisas apresentadas e com resultados positivos de implementação de melhorias e inovações tecnológicas simples é possível verificar que as inovações 62 estão relacionadas às melhorias no canteiro, com ações simples e de baixo custo, mas que a adoção dessas medidas relaciona-se muito mais à característica da empresa que a outras decisões, como baixo custo e/ou melhoria no local de trabalho. 63 3 MATERIAS E MÉTODOS Essa pesquisa foi aplicada em canteiros de obra de empresas construtoras, a partir de agora chamadas empresas, responsáveis pela produção de novos edifícios residenciais em Cuiabá, para traçar um perfil das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas, suas interações com as práticas e procedimentos para Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC), bem como para avaliar o modelo de GRCC implantado em seus canteiros de obra. Também para suprir a carência de informação sobre o tema, além de subsidiar com dados e informações as empresas para tomada de decisões referente à implantação de GRCC, pela análise das boas práticas e/ou pelas dificuldades levantadas no estudo, para essa implantação. A pesquisa qualitativa, quantitativa, exploratória e de uma amostra específica permitiu compreender as percepções, as interpretações próprias e a apreensão do contexto de um problema bem delineado, mas ainda pouco explorado. Para melhor defini-lo e compreendê-lo foi pesquisado através do contato direto com o objeto em questão. A pesquisa foi realizada com a utilização de técnica de entrevista pessoal, direta, individualizada, junto ao público alvo, nos canteiros de obra das empresas. Os questionários utilizados não foram pré-testados e não houve amostra-piloto, por tratar-se de pesquisa intencional. Para a coleta de dados foi utilizado o período de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, com horário agendado pela empresa e de acordo com a disponibilidade do engenheiro responsável pela obra e do mestre de obra, em qualquer dia da semana, inclusive sábado e domingo. Para caracterização das empresas construtoras foi elaborado um formulário denominado “Caracterização da Empresa e do Setor de Atuação”. A direção da empresa indicou a área responsável e o formulário foi enviado por e-mail, para ser respondido. Seu objetivo: identificar o porte da empresa pelo faturamento, o número de empregados, o tempo de atuação, o público-alvo e outras informações relevantes das empresas e do segmento pesquisado. Trabalhou-se com obras de 4 a 25 pavimentos pertencentes a empresas de médio a grande porte pelo faturamento, com número variável de empregados e subcontratados. Foram elencados canteiros com fases de obra próximas e 64 cronogramas mais avançados, para obter-se uma visão geral do segmento estudado. Dividiu-se a pesquisa em etapas para facilitar a análise dos dados e os questionários da pesquisa foram respondidos pelo engenheiro responsável pela obra e pelo mestre de obra, em cada canteiro pesquisado. Na Figura 2, o fluxograma geral da pesquisa. Figura 2 – Fluxograma geral da pesquisa Caracterização da Empresa e do Setor de Atuação Etapa I Diagnóstico dos Canteiros de Obra Etapa II Avaliação do Modelo de GRCC Implantado nos Canteiros das Empresas Etapa III Cálculo do IGR para os anos de 2011, 2012 e 2013, da evolução do IGR e de RCC removido por canteiro. Média em kg/m² construído, por obra/empresa e para cidade de Cuiabá, nesse segmento. Resultados Etapa I Resultados Etapa II Etapa IV Comparativo e Análise dos Resultados Etapas I, II, III Resultados Etapa III As quatro etapas da pesquisa são descritas a seguir: a) Etapa I – Diagnóstico dos canteiros de obra pela aplicação de três instrumentos de coleta de dados: 1) listagem de modificações, melhorias e inovações tecnológicas simples, relacionadas ao gerenciamento do canteiro de obra, de Pozzobon et al. (1999), a partir de agora chamada de melhorias e inovações, com objetivo de identificar as melhorias e inovações tecnológicas presentes nos canteiros de obra e que contribuem com o gerenciamento da obra; 2) questionário 1 – percepção do mestre de obra em relação ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) nos canteiros de obra da empresa, a partir de agora chamado de percepção do mestre de obra, com o objetivo de identificar o senso 65 de observação, a percepção do entrevistado no canteiro de obra sobre GRCC e suas dificuldades, no dia a dia do canteiro. 3) questionário 2 – práticas e procedimentos para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) em canteiros de obra, a partir de agora chamado de práticas para GRCC, com objetivo de verificar se as principais práticas e procedimentos no canteiro de obra estão integradas ao GRCC, visando minimizar esse tipo de resíduo e envolvendo os demais setores da empresa, responsáveis pela produção do edifício. b) Etapa II – Avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra da empresa pela aplicação do: 1) questionário 3 – avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra da empresa, a partir de agora chamado de modelo de GRCC, com objetivo de avaliar a contribuição do modelo implantado e os impactos positivos gerados na cadeia produtiva da construção, pela obtenção de um valor médio por canteiro e classificação do modelo de GRCC implantado, em relação a uma conceituação predefinida. c) Etapa III – Cálculo do índice de geração de resíduos (IGR) para os anos de 2011, 2012 e 2013; da evolução do IGR por empreendimento/empresa; do valor de RCC removido em kg/m² construído por empreendimento/empresa pesquisado; do valor médio de RCC removido em kg/m² para novos edifícios: 1) A partir do total destinado/removido de RCC em m³ dos canteiros de obra pesquisados em relação ao total de m² construído, calculase o IGR por empreendimento/empresa. A partir do IGR calcula-se o total destinado/removido de RCC em kg/m² construído de cada obra. Os valores calculados por canteiro e por empresa posicionam a empresa em relação às concorrentes e também os canteiros da mesma empresa, comparativamente. 2) A partir do IGR de um empreendimento concluído e similar ao pesquisado, por empresa, para os anos de 2011, 2012 e 2013 calculou-se o total de RCC removido em kg/m² construído e avaliou-se a evolução por empresa/ano. Nesse estudo, para 66 verificar essa evolução, o valor estimado foi de redução de 10% ao ano, por kg/m² removido por empreendimento/empresa/ano. 3) O valor médio entre todos os canteiros de obra pesquisados, para RCC removido em kg/m² construído, serviu como base de análise comparativa entre o valor médio obtido para os novos edifícios residenciais na cidade de Cuiabá, o valor estabelecido pela Prefeitura Municipal de Cuiabá para Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e o valor mais difundido nacionalmente (PINTO, 2005). d) Etapa IV – Comparativo entre resultados finais – melhorias e inovações x práticas para GRCC x modelo GRCC x RCC removido (kg/m²) por meio de: 1) Análise dos resultados finais por canteiro, por empresa e para a cidade de Cuiabá, em relação à produção de novos edifícios residenciais. O formulário de caracterização da empresa e do setor de atuação, bem como os três questionários aplicados nos canteiros de obra encontram-se no Apêndice A, Apêndice B, Apêndice C e Apêndice D, respectivamente. A listagem de melhorias e inovações aplicada nos canteiros de obra encontra-se no Anexo I. 3.1 AS EMPRESAS E OS CANTEIROS DE OBRA PARA A PESQUISA Inicialmente foi adotado como universo da pesquisa todas as empresas construtoras de edifícios residenciais atuando em Cuiabá e, como critério de seleção, aquelas com obras em execução e finalizadas em 2013. Foram levantadas e identificadas as empresas com obras em execução e com obras finalizadas em 2013, em comercialização de unidades do empreendimento, com informação pública e disponível na internet. Nesse levantamento foram identificadas 24 empresas e 61 obras. As empresas foram classificadas em ordem decrescente pela quantidade de área projetada em construção e construída, em m², e identificou-se que 33 das 61 obras em execução e aquelas finalizadas em 2013, representavam 74% do total de novos edifícios residenciais na cidade de Cuiabá, dentro do universo da pesquisa. Da amostra de 74%, divididos entre 9 empresas, elencou-se 2 canteiros de obra por 67 empresa para representar a amostra da pesquisa. No Quadro 8 demonstra-se em síntese o universo, a amostra e os critérios da pesquisa. Quadro 8 – Síntese do universo, da amostra e dos critérios de seleção da pesquisa Universo da pesquisa 24 empresas Total de obras 61 obras Critério de seleção Empresas com obras concluídas em 2013 e obras em execução e entrega prevista até março de 2014 (informação pública). Tamanho da amostra 9 empresas 18 canteiros 33 obras 74% Representa 74% do universo da pesquisa e elencou-se 2 canteiros por empresa para representar a amostra. Amostra da pesquisa 6 empresas 12 canteiros 21 obras 52,3% Adesão espontânea à pesquisa com motivação e palestra associada ao convite do SindusCon-MT. Dois canteiros foram indicados por empresa, dentro dos critérios predefinidos para escolha das obras, totalizando 12 canteiros de obra. Amostra da pesquisa realizada A adesão das empresas à pesquisa foi espontânea, com motivação e através de reunião e palestra sobre a pesquisa, associado ao convite do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (SindusCon-MT), para essa finalidade. Também foi realizado contato direto com o universo das empresas da pesquisa, principalmente com as empresas não participantes da palestra. Seis empresas aderiram à pesquisa e juntas representaram 52,3% do total de m² já levantados anteriormente, 21 obras, definindo-se a amostra do estudo realizado. As seis empresas pesquisadas indicaram cada uma dois canteiros de obra, atendendo critérios predefinidos para a pesquisa. Foram os seguintes os critérios para a escolha das obras pelas empresas: a) critério número um, que as obras indicadas pela empresa estivessem sendo executadas dentro dos mesmos padrões e procedimentos técnicos, tanto para obras convencionais ou de alvenaria estrutural. Considerou-se ainda nesse critério que as diferenças entre as obras indicadas estavam relacionadas ao gerenciamento de cada canteiro e ao GRCC, objeto desse estudo. Por essa razão, dois canteiros representaram a média dos resultados pesquisados por empresa. b) critério número dois, que a escolha para os dois canteiros por empresa utilizasse como critério etapas construtivas próximas e, preferencialmente, com cronogramas de obra mais avançados em função do objeto estudado, resíduos da 68 construção civil. As empresas escolheram e indicaram seus dois canteiros de obra e procuraram atender aos critérios da pesquisa. As seis empresas construtoras participantes são de médio a grande porte pelo faturamento anual e têm atuação nesse segmento da construção civil entre 5 e 30 anos. O público-alvo atendido são consumidores para edificações de padrão baixo, normal e alto pelos critérios estabelecidos pela NBR 12721/2006 (ABNT, 2006), e parte dessas empresas também atua no segmento de edificações comerciais e industriais e com número de empregados que varia entre 100 e mais de 500. As empresas indicaram canteiros de obra com sistemas construtivos semelhantes, convencional ou alvenaria estrutural, e apenas uma empresa optou em indicar uma obra convencional e uma obra em alvenaria estrutural. As empresas foram identificadas pelas letras A, B, C, D, E, F e cada uma delas participou da pesquisa com dois canteiros de obra. Os canteiros foram numerados e identificados para cada empresa seguindo o critério de mesma letra da empresa seguida pelos números 1 e 2 para identificar o primeiro e o segundo canteiro por empresa, conforme distribuição apresentada no Quadro 9. Quadro 9 – Distribuição dos canteiros de obra por empresa Empresa Canteiros 3.2 DIAGNÓSTICO A A1 DOS B A2 B1 CANTEIROS C B2 DE C1 D C2 OBRA E D1 E D2 F E1 E2 AVALIAÇÃO DO F1 F2 MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA Para o diagnóstico dos canteiros de obra e avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros, que projetasse a realidade das empresas pesquisadas, aplicou-se a listagem de melhorias e inovações e os três questionários elaborados para a pesquisa: percepção do mestre de obra, práticas para GRCC e modelo de GRCC. Para caracterizar a realidade dos canteiros de obra das empresas, a pesquisa foi dividida em primeira e segunda fases. Na primeira fase, através da coleta de dados, buscou-se identificar e analisar a percepção do mestre de obra, as melhorias e inovações e as práticas para GRCC implantadas nos canteiros. A partir dessas 69 realidades diagnosticadas foi executada a segunda fase: avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa. Para o diagnóstico e a coleta de dados da primeira fase foram utilizados: listagem de melhorias e inovações e os questionários 1 e 2 que continham questões que antecediam a segunda fase. Na segunda fase, para avaliar o modelo de GRCC, utilizou-se o questionário 3, e a ordem de aplicação dos instrumentos de coleta de dados, das duas fases, apresentava uma sequência lógica para o entrevistado. As respostas obtidas não tinham peso relativo de importância. Os resultados obtidos foram comparados entre a listagem melhorias e inovações e o questionário 2 – práticas para GRCC, por canteiro, por empresa e analisados e discutidos. Também foram comparados, analisados e discutidos os resultados da primeira fase em relação à segunda fase. Para o questionário 1 percepção do mestre de obra, os resultados alcançados foram analisados e discutidos separadamente. A Figura 3 mostra o fluxograma da primeira e segunda fase e das análises comparativas. Figura 3 – Fluxograma da primeira e segunda fase para diagnóstico do canteiro de obra e avaliação do modelo de GRCC PRIMEIRA FASE DIAGNÓSTICO DO CANTEIRO DE OBRA Questionário 1 – Percepção do mestre de obra em relação ao GRCC nos canteiros de obra da empresa Aplicação da listagem – Levantamento de melhorias e inovações tecnológicas simples em canteiros de obra Questionário 2 – Levantamento das práticas e procedimentos para GRCC em canteiros de obra 3.3 SEGUNDA FASE Questionário 3 – Avaliação do Modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS LISTAGEM E QUESTIONÁRIOS APLICADOS NOS CANTEIROS DE OBRA A listagem aplicada nos doze canteiros consistiu em 240 perguntas com objetivo de levantar as modificações, melhorias e inovações tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra das empresas pesquisadas. Os questionários aplicados nos doze canteiros de obra continham perguntas para: 1) Levantar a percepção do mestre de obra em relação ao gerenciamento de resíduos da construção civil nos canteiros de obra da empresa; 70 2) Levantar as práticas e os procedimentos para gerenciamento de resíduos da construção civil em canteiros de obra; 3) Avaliar o modelo de gerenciamento de resíduos da construção implantado nos canteiros de obra das empresas. 3.3.1 Aplicação da listagem modificações, melhorias e inovações tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra Para levantamento dos dados foi aplicada a listagem de melhorias e inovações tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra convencionais e de alvenaria estrutural, apresentada no Anexo I, com 240 questões objetivas e distribuídas em seis itens para análise: 1) Apoio e dignificação da mão de obra – 43 questões; 2) Organização do canteiro – 73 questões; 3) Movimentação de materiais e deslocamentos internos – 15 questões; 4) Ferramentas, máquinas e técnicas especiais – 51 questões; 5) Segurança do trabalho – 30 questões; 6) Comunicações internas – 28 questões. Para obtenção dos resultados para os seis itens acima propostos procurou-se identificar quantitativamente as melhorias e inovações para cada um dos doze canteiros e a listagem com as 240 questões objetivas e respostas SIM, NÃO e EI (Em Implantação) foi aplicada em todos os canteiros de obra. As questões da listagem foram adaptadas à realidade, durante a entrevista, e permitiu diagnosticar cada canteiro em relação a melhorias e inovações. A aplicação da listagem em forma de entrevista foi realizada em uma única visita. Os resultados obtidos para as questões são apresentados quantitativamente para os seis itens propostos e não têm peso relativo de importância. Foi considerada apenas a resposta SIM para o resultado final e descartaram-se as respostas NÃO e EI (Em Implantação), por considerar-se para esse estudo apenas o que existe de melhorias e inovações nos canteiros, sua realidade no momento da pesquisa. Para cada um dos seis itens analisados, se todas as questões forem respondidas com SIM, representa 100% de atendimento ao item analisado. Se as respostas SIM representarem menos de 50%, o atendimento para o item analisado foi considerado “insatisfatório”. Se as respostas SIM representarem mais de 50%, o 71 atendimento para o item analisado foi considerado “satisfatório”. Quanto maior o percentual acima de 50%, maior o atendimento ao item analisado e melhor qualidade. O mesmo critério foi utilizado para a análise das médias por item, por canteiro e por empresa. Buscou-se também, pelo resultado quantitativo final obtido em cada canteiro, posicionar, comparativamente, o gerenciamento de cada canteiro de obra e de cada empresa, observando-se a qualidade alcançada, dentro da perspectiva levantada. 3.3.2 Elaboração da Estrutura do Questionário 1 A partir do questionário apresentado por Martins (2012) – Colaboradores, foi adaptado o questionário 1 – Percepção do Mestre de Obra em Relação ao GRCC, nos Canteiros de Obra. Para levantamento dos dados, dez questões foram distribuídas como mostrado no Apêndice B: 1) 8 questões de múltipla escolha; 2) 1 questão objetiva; 3) 1 questão descritiva. Com as dez questões foi levantada a percepção de 11 mestres de obra para GRCC nos 12 canteiros pesquisados, sendo que em um canteiro não foi possível entrevistar o mestre de obra. Na aplicação do questionário procurou-se obter respostas em relação a: a) Tempo de trabalho na construção civil e grau de escolaridade, 2 questões – para conhecer o perfil dos entrevistados na pesquisa e compreender os resultados obtidos nas perguntas do questionário; b) Separação do lixo na residência, 1 questão – para levantar a percepção sobre educação ambiental e a responsabilidade em realizar a separação do resíduo na fonte geradora; c) Gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), 6 questões – para levantar o entendimento, o senso de observação, a percepção do entrevistado no canteiro de obra sobre gerenciamento de RCC e suas dificuldades, no dia a dia do canteiro. d) Medidas para redução do RCC da obra, 1 questão – com resposta espontânea, para analisar a percepção para soluções diante do problema do GRCC. 72 3.3.3 Elaboração da Estrutura do Questionário 2 A partir dos questionários de Gehlen (2008) - Sobre Boas Práticas em Canteiros de Obra; de Oliveira (2011) - Práticas e Procedimentos de Gestão Ambiental Presentes nos Canteiros da Empresa, Gestão da Matéria Prima, Gestão de Resíduos e de Tavares (2009) - Gestão dos Resíduos no Canteiro de Obra, foi adaptado o questionário 2 – Levantamento de Práticas e Procedimentos para Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil em Canteiros de Obras. Para levantamento dos dados foram elaboradas 89 questões, distribuídas como mostrado no apêndice C : 1) 66 questões objetivas; 2) 14 questões descritivas; 3) 5 questões de múltipla escolha; 4) 4 questões para escolha pela importância que ocorrem. Essas questões foram agrupadas em sete itens, para análise: 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa – 10 questões; 2) Práticas e procedimentos relacionadas ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) – 27 questões; 3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos da construção civil (RCC) – 15 questões; 4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC – 11 questões; 5) Transporte e destinação final de resíduos – 19 questões; 6) Grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes para GRCC no canteiro de obra – 2 questões; 7) Principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros – 5 questões. Os resultados obtidos para as questões são apresentados quantitativamente para os cinco itens propostos e não têm peso relativo de importância. Foi considerada apenas a resposta SIM para o resultado final e foram descartadas as respostas NÃO, por considerar-se para este estudo apenas o que existe de práticas e procedimentos para GRCC nos canteiros, sua realidade no momento da pesquisa. 73 Para os cinco primeiros itens analisados, se todas as questões forem respondidas com SIM, representa 100% de atendimento ao item analisado. Se as respostas SIM representarem menos de 50%, o atendimento para o item analisado foi considerado “insatisfatório”. Se as respostas SIM representarem mais de 50%, o atendimento para o item analisado foi considerado “satisfatório”. Quanto maior o percentual acima de 50%, maior o atendimento ao item analisado e melhor qualidade. O mesmo critério foi utilizado para a análise das médias por item, por canteiro e por empresa. Para os cinco primeiros itens propostos, procurou-se identificar em cada canteiro de obra: 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa – a clareza nas diretrizes ambiental e de qualidade propostas pela empresa construtora; 2) Práticas e procedimentos relacionadas ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) – se as principais práticas e procedimentos no canteiro de obra relacionadas a resíduos estão integradas ao GRCC, visando minimizar RCC e envolvendo os demais setores responsáveis pela produção do edifício: projeto, planejamento, orçamento, logística, controle e monitoramento, treinamento, terceirizados, diretrizes ambientais da empresa, além do próprio canteiro de obra, entre outros; 3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos da construção civil (RCC) – se a empresa elaborou um plano de GRCC para seus canteiros de obra, se as etapas caracterização e triagem de RCC estão de acordo com a legislação vigente e identifica como as etapas estão sendo realizadas no canteiro de obra; 4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC – se essa etapa está de acordo com a legislação vigente e identifica como está sendo realizada no canteiro de obra; 5) Transporte e destinação final de resíduos – se essas etapas estão de acordo com a legislação vigente, se são monitoradas pela empresa construtora e gerenciadas quanto a reutilização, reciclagem e outras destinações finais para os RCC e identifica como está sendo realizada no canteiro de obra. 74 Para o item 6) Grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes para GRCC no canteiro de obra, primeiro identificou-se o grau de dificuldade para GRCC, pela percepção do engenheiro responsável pela obra quanto ao gerenciamento de RCC, e escolha de uma das cinco opções formuladas. Em seguida, foram identificadas as medidas eficientes para GRCC no canteiro pesquisado, sob a ótica do engenheiro responsável pela obra. O engenheiro, além de identificar as medidas, indicou a hierarquia de aplicação dessas medidas. Para o item 7) Principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros – buscou-se identificar as principais ocorrências de perdas e desperdícios e seu nível de importância de ocorrência, bem como quais inovações tecnológicas estão implantadas e relacionadas à minimização de RCC, no canteiro. Na obtenção dos resultados referentes às Práticas para GRCC, questionário 2 aplicado nos doze canteiros, foram realizadas cinco análises: i. Primeira análise – o resultado final obtido em cada um dos cinco primeiros itens de práticas para GRCC e a média obtida, por canteiro e por empresa, avalia a qualidade dessas práticas, compara e posiciona o canteiro de obra e a empresa em relação às empresas concorrentes, bem como avalia os canteiros da mesma empresa. Os resultados das questões 1.10 - A empresa possui qual Programa ou Certificado? e 6.1 - Grau de dificuldade para GRCC, bem como o resultado obtido pela aplicação da listagem melhorias e inovações, também fazem parte da primeira análise, por canteiro, por empresa e para avaliação geral dos resultados. ii. Segunda análise – os resultados obtidos para Dificuldades Relacionadas ao GRCC em cada canteiro, questões descritivas, foram apresentados pela frequência de ocorrência e posiciona as empresas para suas dificuldades específicas e para as comuns, nesse segmento da construção. iii. Terceira análise – os resultados obtidos para ocorrências relacionadas a perdas e desperdícios em cada canteiro, questões com escolha pela importância que ocorrem, foram apresentados pela frequência de ocorrência e posicionam as empresas quanto às ocorrências de perdas e desperdícios, específicas e comuns, nesse segmento da 75 construção. O resultado obtido para inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios foi apresentado em forma de listagem, para disseminar a informação sobre inovações presentes nos canteiros. iv. Quarta análise – o resultado obtido para medidas hierarquizadas eficientes para GRCC foi apresentado em forma de listagem com as medidas distribuídas pelas respectivas prioridades indicadas nas respostas. Entende-se que medidas eficientes são encaminhamentos para serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas, para decisão a curto e médio prazo e com objetivo de obter soluções para a empresa; esses resultados foram associados aos obtidos pela empresa na terceira análise (iii). v. Quinta análise – o resultado obtido para o índice de geração de resíduo (IGR) informa a quantidade de m³ de resíduo destinado/removido por m² construído por canteiro e compara e posiciona o canteiro e a empresa em relação às empresas concorrentes, bem como em relação aos seus próprios canteiros. Com esse resultado calculou-se o valor de RCC destinado/removido em kg/m² construído, por canteiro, e fez-se a comparação de todos os resultados. O valor médio de todos os canteiros de obra para RCC removido em kg/m² representou o valor para a cidade de Cuiabá, para novas edificações residenciais. Calculou-se também o IGR para uma obra por empresa, nos anos de 2011, 2012 e 2013, e comparando-se os valores obtidos por obra concluída/ano, verificou-se a evolução do IGR para um decréscimo esperado de 10% por empresa/ano. Os resultados de outras questões do questionário 2 foram incluídos na análise descritiva dos resultados finais da pesquisa. A estrutura do questionário 2 segue uma lógica, por tema, com sequência facilitadora para o entrevistado. É fundamental que o entrevistador esteja preparado para a entrevista, com conhecimento sobre o tema principal, gerenciamento de RCC. O entrevistador deve munir-se de todo material técnico que possa esclarecer as dúvidas do engenheiro entrevistado e motivá-lo para a entrevista, incluído aí a legislação vigente. 76 A entrevista foi realizada em uma única visita e, quando possível, o canteiro foi fotografado nesse dia. Quando necessário, fez-se uma segunda visita para sanar dúvidas, e nessa visita fotografou-se o canteiro, caso não tenha sido ainda registrado. Com o registro fotográfico foi estabelecida a memória do canteiro pesquisado para garantir coerência, nas análises finais da pesquisa. 3.3.4 Elaboração da Estrutura do Questionário 3 A partir da metodologia de avaliação da sustentabilidade ambiental para canteiros de obra durante a fase de execução de uma edificação, denominada ECO OBRA, de OLIVEIRA (2011), foi adaptado o questionário 3 - Avaliação do Modelo de Gerenciamento de RCC Implantado nos Canteiros da Empresa – com 23 questões reunidas em quatro categorias, como mostrado no apêndice D: 1) Categoria 1, trata da relação da implantação do edifício com seu entorno, com três questões; 2) Categoria 2, trata das escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção, com dez questões; 3) Categoria 3, trata da otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício, com três questões; 4) Categoria 4, trata da otimização das etapas de gerenciamento de RCC, com 7 questões. Para as 23 questões apresentadas, a metodologia propõe até cinco opções de respostas e apenas uma delas deve ser escolhida. A metodologia de avaliação propõe, ainda, para os critérios de pontuação das respostas (R1), (R2), (R3), (R4) e (R5), o mesmo padrão do autor OLIVEIRA (2011). As notas para as respostas são 0,0 (zero), 2,5 (dois e meio), 5,0 (cinco), 7,5 (sete e meio) e 10,0 (dez) respectivamente para (R1), (R2), (R3), (R4) e (R5), como demonstrado com a questão 6 da avaliação. Para as empresas que deixaram alguma questão da avaliação em branco, o critério de pontuação foi considerar a resposta como R1, de valor 0,0 (zero). “Questão 6 - O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP?” (R1) Não possui selo da ABCP – Nota 0,0 (zero) (R2) Não possui selo da ABCP mas adquire eventualmente com selo – Nota 2,5 (R3) Compra com selo e sem selo da ABCP – Nota 5,0 77 (R4) Possui selo da ABCP mas adquire eventualmente sem selo – Nota 7,5 (R5) Possui selo ABCP – Nota 10,0 A Avaliação do Modelo de GRCC de cada canteiro, a partir das respostas obtidas, analisa as ações e implementações pela empresa com impactos ambientais positivos para não geração e/ou redução de RCC, integrando o canteiro de obra e a empresa à cadeia produtiva da construção e conceitua o canteiro, avaliando seu modelo de gerenciamento de RCC, a partir de sua contribuição para com as mudanças necessárias no setor, em relação a RCC. Para cada uma das quatro categorias propostas para análise procurou-se identificar em cada canteiro de obra: i. Relação da implantação do edifício com seu entorno – a avaliação da relação da implantação do canteiro de obra no terreno e os impactos causados sobre o entorno da obra (OLIVEIRA, 2011). A avaliação é o resultado das questões: Questão 1 - É pensado na prevenção do risco de inundação nas áreas suscetíveis, limitando a propagação de poluentes que contribuem para o entupimento das galerias de águas pluviais? Questão 2 - Durante a implantação de um novo empreendimento há grande liberação de material particulado que prejudica o meio ambiente da vizinhança. Existe algum procedimento para minimizar este impacto? Questão 3 - São tomadas medidas preventivas para evitar risco de contaminação sanitária aos vizinhos do novo empreendimento? ii. Escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção – durante a produção do edifício vários sistemas e processos construtivos, bem como produtos podem ser utilizados, em busca de prazos menores de execução, de maior racionalização construtiva, na redução de impactos ambientais de exploração das matérias-primas, na garantia da qualidade, na utilização de materiais reciclados e/ou com certificação de qualidade. A avaliação foi feita nessa categoria pela escolha do sistema construtivo que priorizasse a durabilidade na escolha dos produtos de construção e na adaptabilidade, pensando em não gerar e/ou reduzir RCC (OLIVEIRA, 2011). A avaliação é o resultado das questões: 78 Questão 4 - Os produtos especificados para os sistemas e processos construtivos do empreendimento são provenientes de empresas que possuem o selo de qualidade ISO 14000? Questão 5 - O produto selecionado quando não possui selo de qualidade tem que possuir pelo menos uma das opções abaixo? Questão 6 - O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP? Questão 7 - É feita uma seleção adequada dos materiais e fornecedores levando em consideração a redução dos impactos ambientais na sua produção, especialmente aquelas relacionadas à emissão de gases contribuintes? Questão 8 - A empresa tem conhecimento das características ambientais da fabricação e utilização dos diversos tipos de cimento? Solicita um cimento que cause menos impacto ambiental durante o processo de fabricação? Questão 9 – Em média, a empresa compra os materiais de construção de fabricantes e fornecedores em geral localizados em um raio menor de 800 km do local da obra? Questão 10 - A empresa compra madeira certificada ou de reflorestamento? Questão 11 - A empresa sabe a procedência dos agregados? Os agregados utilizados nos canteiros de obra são materiais reciclados? Questão 12 - A empresa utiliza sistema de aço cortado dobrado? Caso não utilize este sistema, a empresa reutiliza os resíduos de aço? Questão 13 - Durante a execução do revestimento cerâmico de piso ou de parede, a empresa executa projetos detalhados de paginação a fim de evitar desperdício? Se não, é feito um estudo de início de partida para execução do revestimento? O resíduo do revestimento cerâmico é aproveitado para alguma outra finalidade? As embalagens dos revestimentos cerâmicos são recicladas ou reutilizadas dentro ou fora do canteiro? iii. Otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício – nessa categoria, a avaliação visa verificar a não geração e/ou redução desses resíduos durante a produção do edifício, incluídos aí a redução dos incômodos, como poluição e consumo exagerado causados pelos canteiros (OLIVEIRA, 2011). A avaliação é o resultado das questões: 79 Questão 14 - Durante as etapas de execução são tomadas medidas para reduzir a produção de resíduos na origem ou tem reaproveitamento dentro do canteiro de obra de pelo menos 50% dos resíduos durante a fase de construção? Questão 15 - A empresa utiliza a ferramenta P+L (Produção mais Limpa) ou algum outro tipo de ferramenta para diagnosticar as causas das perdas e geração de resíduos? Questão 16 - É feita uma definição e implementação de estratégia de meios permitindo limitar os incomôdos do canteiro com medidas justificadas e satisfatórias, tais como: incômodos sonoros, incômodo visual, incômodos devido à circulação de veículos, incômodos devido ao material particulado, à lama, aos derramamentos de concreto? Questão 17 - É feita uma definição e implementação de uma estratégia de meios permitindo limitar a poluição causada pelo canteiro com medidas justificadas e satisfatórias tais como: poluição do solo e subsolo, poluição da água, poluição do ar? iv. Otimização das etapas do gerenciamento de RCC – nessa categoria busca-se avaliar se no canteiro estão implantadas as etapas para o gerenciamento de resíduos gerados, bem como seu tratamento e controle. Avalia-se ainda se a empresa prepara os colaboradores para essa tarefa. A avaliação é o resultado das questões: Questão 18 - A empresa ministra palestra de conscientização sobre resíduos da construção civil e seu gerenciamento nos canteiros de obra? Questão 19 - A empresa classifica os resíduos provenientes da fase de execução por sua natureza? Questão 20 - Durante as etapas construtivas de uma edificação sempre há geração de resíduos. É feita a classificação de resíduos pela etapa de produção de serviços? Questão 21 - Existem medidas para favorecer a triagem na fonte geradora? Estimular a triagem de resíduos na fonte geradora? Questão 22 - A empresa/canteiro de obra conhece a destinação final dos seus resíduos? Questão 23 - O canteiro de obra consegue cumprir e assegurar quais dessas etapas para o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC): 80 Caracterização, Triagem, Acondicionamento/Armazenamento Temporário, Transporte, Destinação Final? A entrevista foi realizada em uma única visita e as questões que se relacionavam com setores da empresa como suprimentos/compras e qualidade foram encaminhadas à empresa pelo engenheiro responsável pela obra e as respostas enviadas por e-mail. Todas as entrevistas foram realizadas pela autora nos canteiros de obra. 3.4 CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE RCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA Para o resultado final da Avaliação do Modelo de GRCC, calculou-se a média dos resultados obtidos nas quatro categorias avaliadas e foi gerada uma nota média final, para o modelo de GRCC implantado no canteiro de obra. Essa nota média final por canteiro foi comparada ao critério de pontuação e à conceituação preestabelecidos e a classificação foi obtida, para o modelo de GRCC implantado em cada canteiro de obra. A Figura 4 apresenta o fluxograma geral para avaliação do modelo de GRCC implantado no canteiro de obra. Figura 4 – Fluxograma geral da estrutura de pontuação e avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra Nota da Categoria 1 Nota da Categoria 2 Nota da Categoria 3 Nota da Categoria 4 Cálculo da Média das 4 Categorias Nota Final para Avaliação do Modelo de GRCC Implantado no Canteiro de Obra O Quadro 10 apresenta o critério de pontuação, conceituação e classificação para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC, implantado no canteiro de obra. 81 Quadro 10 – Critério para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC Pontuação para Avaliação do Gerenciamento de RCC Conceituação e Classificação do Modelo de Gerenciamento de RCC se Média < 5,0 Insuficiente (I) 5,0 ≤ Média < 7,5 Regular (R) 7,5 ≤ Média < 9,0 Bom (B) Média ≥ 9,0 Muito Bom (MB) Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2011) Pelo mesmo critério de classificação, para um canteiro de obra com uma pontuação média igual ou superior a 7,5 considera-se que a aplicação do modelo de gerenciamento de RCC no canteiro gera impactos ambientais positivos e contribui para a não geração e/ou redução de RCC, inclusive na cadeia produtiva da construção, mas com possibilidade de melhoria para o modelo. Para as categorias 1, 2, 3 e 4 avaliadas a pontuação igual ou superior a 7,5 reflete as ações possíveis e já realizadas no canteiro de obra. Para as pontuações médias inferiores a 7,5 e maiores que 5,0 a metodologia de avaliação considera que cada canteiro deve ser analisado, para detectar e encontrar soluções possíveis em cada obra, dentro da realidade do canteiro e da empresa, qualificando-o para um melhor gerenciamento de RCC. Para os canteiros classificados com pontuação inferior a 5,0 considera-se que esses canteiros geram impactos ambientais negativos em relação a resíduos da construção civil e que estratégias e ações para reduzir esses impactos devem ser analisadas e implementadas com urgência pelas empresas. Em uma avaliação final, a classificação obtida pelo canteiro de obra para o modelo de GRCC implantado deve ser associada: a) ao grau de dificuldade declarado pelo engenheiro responsável pela obra, para GRCC; b) ao levantamento das dificuldades relacionadas a GRCC; c) à hierarquia de medidas eficientes para o GRCC e declaradas pelo engenheiro responsável pela obra. Entende-se que o resultado obtido pela aplicação da ferramenta de análise dessa pesquisa, que classifica o modelo de GRCC para obras em execução, serve como unidade de medida da atividade em relação à sustentabilidade ambiental do 82 canteiro de obra e constata os padrões observados para o GRCC. A partir desse indicador para GRCC, do grau de dificuldade declarado, das dificuldades e da hierarquia de medidas levantadas, é possível compreender o resultado, reavaliar a atividade e buscar soluções dentro da realidade de cada empresa e para os atuais e futuros canteiros de obra. É possível construir um banco de dados para a empresa acompanhar os resultados das novas estratégias implementadas em seus canteiros, e mensurar ganhos e perdas, quantitativas, qualitativas e financeiras. 3.5 EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR EMPREENDIMENTO E EMPRESA (IGR) NO PERÍODO 2011-2013 Para construir o índice de geração de resíduos (IGR) e analisar sua evolução por empresa, foi estabelecido para análise o período de 2011 a 2013, que representou um período atual para um tema atual. Para o cálculo do índice de geração de resíduos (IGR) para a obra pesquisada e em execução foi considerado o total de RCC destinado/removido em m³ até a conclusão da obra e o total de área construída em m² do empreendimento. Todo RCC em m³ para cálculo do IGR tem destinação final comprovada pelo documento CTR (Controle de Transporte de Resíduos) e o volume em m³ do total destinado/removido até a fase da obra pesquisada, acrescido do volume total estimado em m³ até o final da obra, foi levantado pela pesquisa junto aos engenheiros responsáveis pela obra ou áreas responsáveis da empresa. A destinação final, do total do volume em m³, para todas as obras é a área de transbordo e triagem (ATT) da empresa ECOAMBIENTAL, em Cuiabá, como declarado para a pesquisa. Para o cálculo do IGR por empreendimento/empresa e por ano pesquisado, foi utilizada a equação (1). IGR empresa/ obra/ ano = Volume final RCC gerado e destinado a ATT (m3 ) (1) Área total construída do empreendimento (m2 ) Para o cálculo do IGR das obras, considerou-se os dois canteiros pesquisados por empresa. Para o cálculo do IGR 2011 e 2012 foram escolhidas obras similares, residenciais de múltiplos pavimentos, uma obra por ano pesquisado, para compor a análise do período e os dados foram fornecidos pelas empresas. 83 Para os IGR’s obtidoss, calculou-se a quantidade de RCC removido em kg/m² construído e verificou-se o comportamento de RCC destinado/removido por canteiro e por empresa, tanto das obras em execução como das obras concluídas no período 2011-2013. Também foi possível associar o resultado de RCC em kg/m², por canteiro e por empresa, à avaliação final do modelo de GRCC implantado nos canteiros, ampliando a análise para suporte às decisões e estratégias empresarias para o tema estudado. 3.5.1 Cálculo do total de RCC destinado/removido em kg/m² construído por obra e por empresa A partir do resultado do IGR por empreendimento em m³/m² foi calculado o total de RCC destinado/removido por obra, em kg/m² construído. Durante a pesquisa foi considerado para esse cálculo que os resíduos foram retirados da obra em caçambas de 5 m³. Para calcular a quantidade de RCC removido em cada canteiro em kg/m2 construído foi utilizado o peso médio de uma caçamba de 5 m3 de RCC retirado da obra, ou seja: 5.000 kg ou 5 toneladas. O peso médio da caçamba de 5 m3 de RCC foi informado pelas empresas ECOAMBIENTAL (ATT de Cuiabá) e por uma transportadora de RCC. Considerou-se então para esse cálculo que 1 m³ de RCC pesa, em média, 1000 kg/m3. Com os valores calculados em kg/m² por canteiro, foi obtido o valor médio de RCC em kg/m², e considerou-se esse valor como representativo para a cidade de Cuiabá e para o segmento de novas edificações residenciais de múltiplos pavimentos. O valor obtido pela pesquisa, que utilizou dados fornecidos pelas obras, foi comparado: a) Ao valor referência da Prefeitura Municipal de Cuiabá indicado no modelo para Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, novas edificações, na obtenção de alvará de obra; b) Ao valor nacional calculado por Pinto (2005) que utiliza registros de Prefeituras Municipais no Brasil e está relacionado à aprovação de projetos de edificação (alvarás de construção). 84 3.6 COMPARATIVO FINAL ENTRE TODOS OS ASPECTOS MEDIDOS A análise comparativa entre os resultados finais de melhorias e inovações, práticas para GRCC, modelo de GRCC e o total de RCC removido em kg/m², entre as empresas que atuam no segmento de construção de novas edificações residenciais de múltiplos pavimentos na cidade de Cuiabá, procurou identificar o nível de qualidade para o setor, pelos valores médios obtidos na pesquisa. 85 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A apresentação dos resultados e discussões segue a sequência de aplicação nos canteiros de obra tanto para a listagem melhorias e inovações e como para os questionários 1, 2 e 3. Os resultados foram apurados e apresentados concomitantemente às discussões e obedecendo à sequência de aplicação já citada. Os resultados também seguem a ordem dos subtítulos apresentados na listagem e questionários. Segue-se aos resultados apurados para o índice de geração de resíduo - IGR (m³/m²) e para a quantidade de resíduo removido em quilogramas por metro quadrado construído (kg/m²), por canteiro, um outro resultado: evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de resíduo removido em kg/m² construído, no período 2011-2013. 4.1 PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NOS CANTEIROS DA EMPRESA Para conhecer a percepção do mestre de obra em relação a educação ambiental, responsabilidade em realizar a separação do resíduo na fonte geradora e gerenciamento de resíduos da construção civil, foi aplicado o questionário 1 aos mestres nos canteiros da empresa, e os resultados são apresentados na sequência das questões propostas. Para a questão 1) tempo de trabalho na construção civil para os mestres de obra, apresenta-se os resultados na Figura 5. É possível observar que a maioria dos entrevistados, 55%, trabalha na construção civil entre 20 e 30 anos. Figura 5 – Tempo de trabalho na construção civil 55% 27% 9% 9% 0 1 a 5 anos 5 a 10 anos 10 a 20 anos 20 a 30 anos Mais de 30 anos 86 Em seguida aparecem os mestres que trabalham na construção entre 10 e 20 anos, 27%. Com esses resultado é possível observar que a maioria dos mestres entrevistados tem experiência de trabalho na construção civil na faixa entre 10 e 30 anos e representam 82% da mão de obra empregada nos canteiros em que foram feitas as entrevistas. Para a questão 2) grau de escolaridade, os mestres de obra em sua maioria, 42%, possuem fundamental completo e 25% técnico completo. Esses entrevistados reunidos representam 67% do nível de escolaridade dos mestres de obra nos canteiros e outros 25% têm fundamental incompleto. Fica evidenciado que nos canteiros de obra pesquisados trabalha-se com maioria da mão de obra com grau de escolaridade completo, como demonstra a Figura 6. Figura 6 – Grau de escolaridade 42% 25% 25% 8% 0% 0% As percepções dos entrevistados para a questão 3) separação do lixo residencial estão mostradas na Figura 7. O resultado demonstra que 55% dos entrevistados não faz a separação do lixo da sua casa e justificam informando que as Prefeituras dos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, onde residem, não fazem a coleta seletiva e, consequentemente, não adiantaria separar o lixo porque não tem para quem repassar lixo separado. Um entrevistado cita a falta de cobrança pela Prefeitura para a separação e outro aguarda a implantação da coleta seletiva para iniciar a separação de seu lixo residencial. Esses resultados indicam que o grau de informação sobre a responsabilidade do gerador do resíduo na separação do lixo, 87 para promover uma ação ambientalmente adequada, segundo os mestres, ainda está vinculado a terceiros. Figura 7 – Você faz a separação do lixo da sua casa? 55% 45% SIM NÃO Os outros 45% dos mestres entrevistados separam o lixo residencial e a justificativa para fazer essa separação está relacionada a limpeza e higiene, ao meio ambiente e reciclagem e recicladores, o que evidencia o grau de informação a que esses colaboradores estão expostos. Analisando esse resultado de 45% e cruzando com o nível de escolaridade dos entrevistados, encontramos os que fazem a separação: a) 100% do nível médio ou técnico completo; b) 33% do nível fundamental incompleto; c) 20% do fundamental completo. Esses resultados evidenciam que quanto melhor o grau de escolaridade, melhor também o grau de informação para gerar atitudes e percepções em relação ao meio ambiente. A questão 4) solicita a opinião do mestre para a quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra: 55% dos entrevistados opinaram como grande a quantidade de lixo gerado e 27% opinaram como muito grande. Dentro do universo de 55%, grande quantidade, 67% dos mestres declaram preocupação média, 17% preocupação grande e outros 17% a preocupação é muito grande em relação á quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra. Para 27% dos mestres de obra que acham a quantidade de lixo gerada muito grande, 100% declaram ter uma grande preocupação com o assunto. De maneira geral, a maioria dos mestres de obra acham que a quantidade de lixo gerada na obra está entre grande (55%) e muito grande (27%), o que evidencia um bom nível de percepção, observação e consciência ambiental. Os resultados correspondem à Figura 8. 88 Figura 8 – Quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra 55% 27% 9% 9% 0% Muito Grande Grande Normal Pequena Muito Pequena Na pergunta 5) o que você entende por gerenciamento de resíduos da construção civil, todas as respostas disponibilizadas são corretas mas não completas. Pode-se optar por escolher mais de uma resposta e, nesse caso, elas podem ser complementares. E a escolha pode recair sobre a resposta completa, apenas uma das opções, onde o conceito de gerenciamento de resíduos da construção civil atende aos seus objetivos em relação à operacionalização do processo. Das respostas obtidas o que é possível analisar é que a grande maioria dos entrevistados, 65%, não sabe a completa definição de GRCC e respondem tratar-se ou de limpeza do canteiro de obra (36%) e/ou destino correto dos resíduos (29%), como mostrado na Figura 9. Figura 9 – O que você entende por gerenciamento de resíduos da construção civil 29% 14% Amazenamento em caçambas e containers Destino correto Limpeza do canteiro de obras Todas as alternativas acima 7% Separação dos vários tipos de lixos 14% 36% A B C D E Esse resultado é muito importante porque evidencia para as empresas que para implantar gerenciamento de resíduos da construção civil em seus canteiros de obra, de maneira correta, é necessário promover seus mestres de obra à condição 89 de multiplicadores da correta informação, para atender toda a equipe de colaboradores diretamente vinculada ao mestre e ao processo operacional do GRCC. Para a questão 6) quais fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra, os resultados são apresentados na Tabela 1 com frequência absoluta (FA) e frequência relativa (FR). A análise da Tabela 1 para as respostas dadas a essa questão, dificuldades para separação dos resíduos, considera o grande número de opções que os mestres de obra tiveram para escolha de mais de uma opção como resposta, bem como para o grau de preocupação. Assim, tornou-se possível inferir pelos resultados demonstrados e muito próximos, que os nove fatores propostos são importantes ou que não existe clareza para os entrevistados sobre quais fatores mais dificultam. O fator que ocupa o primeiro lugar é a falta de conscientização ambiental por parte dos colaboradores na execução dos serviços na obra, com 14%, o que evidencia a boa escolaridade dos mestres de obra para obtenção dessa percepção, confirmando resultado anterior. Tabela 1 – Fatores que execução dos serviços na obra dificultam a separação dos resíduos Fatores a) b) c) d) e) f) g) h) i) Diminui a produção na obra Trabalho não remunerado Falta de tempo Falta de conscientização ambiental Falta de regras da empresa Falta de incentivos Ausência de treinamento Faltam locais específicos para acondicionamento na obra Outras prioridades da obra Total gerados FA 5 4 5 6 5 5 4 5 4 43 durante a FR(%) 12 9 12 14 12 12 9 12 9 100 O resultado de 14% para falta de conscientização ambiental por parte dos colaboradores também sugere ausência de uma política de educação ambiental no canteiro que propicie mudanças de forma continuada, integrando com clareza GRCC aos serviços executados na obra. Fatores com mesmo resultado em 12%, tais como: diminui a produção na obra, falta de tempo, falta de regras da empresa, falta de incentivos e de locais específicos para acondicionamento na obra, sugerem que os mestres não estão familiarizados com GRCC e confirma o resultado anterior: GRCC é percebido como 90 limpeza do canteiro e destinação final dos resíduos. Esse resultado de 12% também evidencia que os fatores vinculados à empresa: diminui a produção na obra, falta de tempo, de regras e de incentivos, bem como falta de locais para acondicionamento. Quando essas dificuldades são comparadas à definição de gerenciamento de RCC, sugere ausência de um plano de GRCC no canteiro. Todos os fatores que apresentam resultados entre 12% e 14%, quando somados, representam 74% de todas as dificuldades apresentadas. Os resultados com valor igual a 9%, tais como: trabalho não remunerado, ausência de treinamento e outras prioridades da obra, contribuíram para incluir todos os nove fatores como importantes em razão da variação mínima e máxima, 9% e 14%, entre os resultados. Para os mestres, o grau de preocupação pesquisado alcançou 32% para todos os fatores e foi considerado muito grande. Para a questão 7) fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obra, seus resultados são apresentados na Tabela 2 com frequências absoluta (FA) e relativa (FR). Destacaram-se como fatores preponderantes para dificuldade com o correto armazenamento dos resíduos, a falta de espaço no canteiro de obra com 18% e a ausência de treinamento e a falta de conscientização ambiental com 13%. Confirmou-se resultado da questão 2, escolaridade dos mestres de obra, pela percepção dos mesmos quanto à falta de conscientização ambiental dos colaboradores. Fica evidenciada a falta de planejamento na implantação do canteiro para resultados como a falta de espaço no canteiro e a falta de treinamento. Tabela 2 – Fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obra Fatores FA FR(%) 8 18 a) Falta de espaço no canteiro de obra 5 11 b) Falta de infraestrutura necessária 3 7 c) Falta de recursos financeiros 6 13 d) Ausência de treinamento 6 13 e) Falta de conscientização ambiental 4 9 f) Falta de regras da empresa 4 9 g) Falta de incentivos 3 7 h) Trabalho não remunerado 3 7 i) Custos de caçambas, containers etc. 3 7 j) Outras prioridades da obra Total 45 100 A falta de infraestrutura necessária, com 11%, confirma o resultado anterior da questão 6): faltam locais específicos para acondicionamento na obra. Na tabela 2 91 os quatro fatores entre 18% e 11%: falta de espaço no canteiro de obra, ausência de treinamento, falta de conscientização ambiental e falta de infraestrutura necessária somados totalizam 55% das dificuldades encontradas e confirmam resultados obtidos na questão 6. Com resultados abaixo de 10% aparecem a falta de regras e de incentivos, falta de recursos financeiros, trabalho não remunerado, custo de caçambas e outras prioridades da obra, quando somados, representam 45% das dificuldades. Evidencia-se que o resultado de 45% para esses seis fatores pode ser consequência do resultado anterior de 55% para os outros quatro fatores a), b), d), e): falta de espaço no canteiro de obra, falta de infraestrutura necessária, ausência de treinamento e de conscientização ambiental. Para os mestres de obra o maior resultado para grau de preocupação é de 38% para preocupação muito grande envolvendo os dez fatores pesquisados e o fator falta de espaço no canteiro de obra ocupa 13% desse total. Na questão 8) qual deveria ser o destino dado para os resíduos da obra, 20% indicaram empresas de coleta como destino, 18% reutilização na própria obra, 15% reciclagem, 12% aterros de inertes e 10% ecopontos do município. O resultado surpreende positivamente tanto pela percepção e conscientização ambiental como pela confirmação da própria definição de GRCC. Esses resultados citados, somados, representam 75% dos destinos para RCC escolhidos pelos entrevistados, conforme destacados na Figura 10. Surpreende negativamente que 25% deles indiquem destinos incorretos (colunas claras da Figura 10) tais como: terrenos baldios, aterro sanitário, lixeira, margem de córrego, rio, lagoa, o que pode ser indício quanto ao nível de compreensão em relação ao tratamento final para resíduos gerados na obra, embora 15% apontem a reciclagem como destino. O grau de preocupação pesquisado entre os mestres para essa questão apontou uma preocupação muito grande em relação aos fatores de destino para RCC, atingindo 53%. Os resultados estão indicados na Figura 10. 92 Figura 10 – Destino dado para os resíduos da obra 20% 18% 15% 12% 10% Ecopontos do município Aterros sanitários Lixeiras Aterros de inertes Margem de rios, córregos, lagoas Reciclagem 5% Pedreiras desativadas ou em funcionamento 5% Empresas de coleta 5% Terrenos baldios 5% Reutilização na própria obra 5% A B C D E F G H I J Na questão 9) quando a limpeza da obra deve ser feita, 42% dos entrevistados responderam todos os dias, o que confirmou o entendimento de GRCC na questão 5, para limpeza da obra (36%). Outros 21% responderam quando necessário e reforçam o resultado anterior para a percepção da importância de um ambiente de trabalho limpo e saudável. Somados, esses resultados totalizam 63% das opiniões dos mestres de obra. Os demais resultados sugerem falta de entendimento dos entrevistados para a relação entre a limpeza, o canteiro e o GRCC e surpreendeu que 22% (colunas claras da Figura 11) optaram por limpeza uma vez por semana e a cada 15 dias como mostra a Figura 11. Figura 11 – Periodicidade para realização da limpeza da obra 42% 11% 11% Uma vez a Uma vez Duas vezes cada quinze por semana por semana dias A B 21% 16% C Todos os dias Quando necessário D E Para a questão 10) o que poderia ser feito para a redução dos resíduos da sua obra, as respostas espontâneas indicaram que 40% dos entrevistados visualizaram como solução o treinamento e indicaram treinamentos específicos. 93 Sugere o resultado que por não compreenderem com clareza GRCC também não conseguem especificar que tipo de treinamento é o adequado, embora seja muito positivo que a maioria dos mestres de obra solicite treinamento. As respostas são fiéis ao questionário aplicado e estão apresentadas na Tabela 3. Tabela 3 – Respostas à pergunta: O que poderia ser feito para a redução dos resíduos da sua obra? Treinamento (40%) a) Treinamento dos colaboradores. b) Profissionalização da mão de obra do mercado. c) Cursos, palestras, pelo SindusCon-MT. d) Treinamento específico para diminuir o retrabalho na execução do serviço. e) Dar um treinamento para a equipe saber fazer uma boa reutilização do material em execução. f) Mais treinamento e palestras para os funcionários sobre RCC. g) Treinamento específico para reciclagem. h) Aplicar coleta seletiva, treinamento para coleta. i) Conscientização do desperdício, treinamento específico com baias. Treinamento e investimento. Processo construtivo e estoque (17%) j) Mudar, alterar o processo construtivo para não gerar resíduos. k) Maior qualidade na execução dos serviços durante as fases da obra. l) Usar o material apropriado para execução do serviço. m) Melhoramento no armazenamento dos materiais a ser aplicado. Comprometimento de todos que estão na obra com a redução dos resíduos (17%) a) Comprometimento de todos que estão na obra com a redução dos resíduos. b) Uma obra limpa é uma boa obra para ser gerenciada, facilita todos os serviços. c) Conscientização do desperdício. d) Falta conscientização dos funcionários, pois os mesmos não se preocupam com a produção do serviço deles; não existe preocupação com RCC. Planejamento da obra e de serviços (13%) a) Mais planejamento da obra para execução dos serviços. b) Planejamento desde o projeto até a execução. Outros (13%) a) Reutilização de RCC, reciclagem de RCC (blocos estruturais, aço, alvenaria vermelha, restos de concreto) usar mais em aterros, acesso de obra, na própria obra. b) Para reduzir não há o que fazer. O que pode ser feito é procurar armazenar corretamente: separar os RCC. c) Ter uma empresa de coleta. Os três maiores resultados referentes aos grupos: treinamento (40%), processos construtivos e estoque (17%) e comprometimento de todos (17%), quando somados totalizam 74% das soluções pensadas pelos entrevistados para redução de RCC na obra. Interessante observar que processos construtivos e estoque são temas vinculados tecnicamente a GRCC, além do treinamento, e que o comprometimento de todos é resultado esperado para equipes treinadas. 94 4.2 RESULTADOS PARA O LEVANTAMENTO DAS MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA Com a aplicação da listagem de Pozzobon et al. (Anexo I) foi realizado o levantamento das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas nos canteiros de obra e para os resultados obtidos na pesquisa o critério predefinido foi considerar apenas as respostas “SIM” na elaboração de gráficos e tabelas. Os resultados “NÃO” e “EI (em implantação)” foram descartados. Os resultados obtidos, como mostrado no Quadro 11, foram analisados por canteiro e por empresa, o que permitiu posicionar os canteiros da empresa por comparação, bem como a empresa construtora em relação às empresas concorrentes quanto a melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas para gerenciamento da obra e que, de agora em diante, passa a ser chamada de melhorias e inovações e a empresa construtora, de empresa. Os resultados estão apresentados no Quadro 11 e as análises foram realizadas a partir desses resultados. Quadro 11 – Melhorias e Inovações – percentual de respostas “SIM” às questões dos seis itens. Média por canteiro e por empresa Empresa Itens melhorias e inovações/Canteiro 1.Apoio e dignificação da mão de obra (43 questões) A B C D E F A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Média geral 70 47 86 58 72 58 77 63 63 52 72 60 65 82 58 88 49 73 51 64 61 56 36 74 37 61 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13 59 80 53 80 49 84 65 61 49 53 43 57 40 60 5.Segurança do trabalho (30 questões) 78 86 88 59 97 70 80 80 73 72 70 62 76 6.Comunicações internas (28 questões) 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39 53 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 62 2.Organização do canteiro (73 questões) 3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 questões) 4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 questões) Média por canteiro (%) Média por empresa (%) 81 70 68 66 65 52 52 62 Com os resultados obtidos calculou-se a média por canteiro e por empresa, considerando os seis itens que compõem o levantamento das melhorias e inovações. Foram destacados em azul os melhores resultados por item e por canteiro e destacados em vermelho e sublinhados os menores resultados por item e por canteiro. Observou-se em melhorias e inovações que entre os melhores resultados por canteiro e empresa, os itens segurança do trabalho e comunicações internas apresentaram resultados idênticos de 97% nos canteiros C1 e A1, empresas C e A, 95 respectivamente. Em ordem de percentual decrescente os melhores resultados por item são para o canteiro B1 da empresa B com três resultados: movimentação de materiais e deslocamentos internos com 93%, organização do canteiro com 88% e apoio e dignificação da mão com 86% e o canteiro C1 da empresa C com dois resultados: ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 84%, além de segurança do trabalho com 97%. A Figura 12 apresenta os maiores percentuais obtidos para os seis itens de melhorias e inovações que variaram entre 84% e 97% e concentraram-se nos canteiros A1, B1 e C1; os melhores canteiros avaliados por item e por empresa. Por item, o canteiro B1 ficou com três dos maiores resultados, o canteiro C1 com dois e o canteiro A1 com um. A1 Comunicações internas C1 Segurança do trabalho B1 Movimentação de materiais e deslocamentos internos B1 Organização do canteiro B1 Apoio e dignificação da mão de obra C1 Empresa/Canteiro Figura 12 – Maiores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 97 97 93 Itens de Inovações 88 86 84 75 80 85 90 95 100 Maiores (%) por item/empresa/canteiro A média obtida por canteiro para os seis itens confirmou e classificou os mesmos canteiros, A1, B1 e C1, com as três melhores médias para melhorias e inovações, 81%, 86% e 75% respectivamente, entre os doze canteiros pesquisados. O canteiro B1 ficou com a maior média entre eles, 86%, conforme mostrado no Quadro , o que sugere a relação entre os maiores resultados por item de melhorias e inovações e o percentual médio obtido por canteiro. Entre os menores resultados para melhorias e inovações por canteiro foram observados em ordem crescente de percentual: movimentação de materiais e deslocamentos internos com 13% no canteiro F2 da empresa F. Comunicações 96 internas com 32% e organização do canteiro com 36% no canteiro E2 da empresa E; ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 40% no canteiro F2 da empresa F; apoio e dignificação da mão de obra com 47% no canteiro A2 da empresa A e segurança do trabalho com 59% no canteiro B2 da empresa B, como mostra a Figura 13. B2 Segurança do trabalho A2 Apoio e dignificação da mão de obra F2 Ferramentas, máquinas e técnicas especiais E2 Organização do canteiro E2 Comunicações internas F2 Empresa/Canteiro Figura 13 – Menores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro Movimentação de materiais e deslocamentos internos 59 47 40 Itens de Inovações 36 32 13 0 10 20 30 40 50 60 70 Menores (%) por item/empresa/canteiro Os menores resultados para os itens de melhorias e inovações variaram entre 13% e 59% e quatro desses percentuais concentraram-se nos canteiros E2 e F2: o canteiro F2 ficou com dois dos menores resultados e o canteiro E2 com outros dois. Os canteiros A2 e B2 com um menor resultado respectivamente, conforme mostrado na Figura 13. As empresas A e B apresentaram resultados contraditórios: o menor resultado apresentado entre os doze canteiros para os itens apoio e dignificação da mão de obra, 47%, está no canteiro A2, e para segurança do trabalho, 59%, no canteiro B2. Resultados de 70% e 88% para esses itens são encontrados nos canteiros A1 e B1, respectivamente. O resultado sugere níveis muito diferentes de atendimento aos mesmos itens de melhorias e inovações, dentro da mesma empresa. A empresa D manteve para os itens de melhorias e inovações um padrão para as médias obtidas nos canteiros D1 e D2, 69% e 61% respectivamente. Os canteiros não apresentam resultados contraditórios nem grande diferença a maior ou a menor entre os itens pesquisados. 97 Dentro da realidade das empresas pesquisadas os maiores resultados encontrados para os seis itens pesquisados, de melhorias e inovações, variaram de 97% a 84%. Pode-se considerar para esses estudo que, além do atendimento “satisfatório” pelo critério preestabelecido, os valores também indicam ser esses percentuais os de maior qualidade de atendimento. De forma similar, para os menores resultados variando entre 13% e 59%, pode-se considerar que são indicadores de menor qualidade de atendimento, conforme mostra a Tabela 4. Tabela 4 – Maiores e menores percentuais de melhorias e inovações por item e por canteiro Maior Menor 1 Itens melhorias e inovações C C percentual Percentual 1. Apoio e dignificação da mão de obra (43 q²) 47 B1 86 A2 2. Organização do canteiro (73 q) 36 B1 88 E2 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos (15 q) B1 93 F2 13 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais (51 q) 5. Segurança do trabalho (30 q) 6. Comunicações internas (28 q) 1 Canteiro C1 C1 A2 84 97 97 F2 B2 E2 40 59 32 2 questões Para os seis valores com o menor percentual por item de melhorias e inovações encontram-se cinco resultados que indicam, de acordo com critério preestabelecido, que o atendimento é “insatisfatório” por apresentarem resultados abaixo de 50%; são eles: apoio e dignificação da mão de obra (47%), organização do canteiro (36%), movimentação de materiais e deslocamentos internos (13%), ferramentas, máquinas e técnicas especiais (40%) e comunicações internas (32%). Apenas o item segurança do trabalho apresentou percentual acima de 50% e o atendimento ao item, pelo mesmo critério, é “satisfatório”. Por outro lado, ao considerar-se que o menor resultado para o item segurança do trabalho foi de 59% entre os doze canteiros pesquisados, sugere esse valor que embora “satisfatório”, pode ser inserido no conjunto de menor qualidade de atendimento. Ao comparar-se a média dos seis itens de melhorias e inovações por canteiro para as empresas A, B, C, E e F, observa-se que existe uma diferença percentual significativa entre os canteiros da mesma empresa; para os canteiros da empresa D seus resultados apresentam-se mais regulares, como apresentado na Tabela 5. Tabela 5 – Percentual médio para melhorias e inovações por canteiro e por empresa Empresa A B C D E F Canteiro A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Média por canteiro 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 Média por empresa 70 68 66 60 52 52 98 Ao comparar-se os canteiros por empresa, a maior diferença encontrada ocorreu na empresa B, onde encontra-se o canteiro B1, maior resultado avaliado com 86% e o canteiro B2 com 51%. Pode-se inferir que os resultados não são coerentes se colocados em um mesmo processo para melhorias e inovações, dentro de uma mesma empresa. Na empresa A com o segundo melhor canteiro avaliado também surpreendem os resultados: A1 com 81% e A2 com 59%. Pode-se também considerar que não são resultados coerentes se considerados dentro de um mesmo processo e na mesma empresa. Na empresa C está o terceiro canteiro melhor avaliado para melhorias e inovações, C1 com 75%, e a tendência é a mesma que das empresas A e B: o canteiro C2 apresenta 56% de resultado. Pelos resultados observa-se que as empresas A, B e C com os três melhores canteiros avaliados em atendimento a melhorias e inovações para gerenciamento da obra, possuem um segundo canteiro com um baixo resultado comparado e a variação para esses menores percentuais varia entre 51% e 59%. Esses percentuais indicam que o grau de melhorias e inovações para gerenciamento da obra presente em um canteiro não está sendo observado em outro canteiro, na mesma empresa. A empresa E apresenta o canteiro E1 com 59% e o canteiro E2 com 46% e a empresa F apresenta o canteiro F1 com 62% e o canteiro F2 com 42%. As empresas E e F também apresentam percentuais não coerentes para seus canteiros. Nesse caso, os mais altos percentuais em cada canteiro atendem 59% e 62, respectivamente, para melhorias e inovações no gerenciamento da obra. Embora o atendimento seja “satisfatório” pelos critérios preestabelecidos na pesquisa, maior que 50%, quando esses valores são comparados aos melhores canteiros sugere uma menor qualidade de atendimento para essas empresas. Apenas a empresa D apresentou resultados com pequena variação entre seus dois canteiros, D1 com 69% e D2 com 61%; se comparados os resultados, é possível entender que os canteiros atendem 69% e 61% de melhorias e inovações para gerenciamento da obra de forma “satisfatória”. Os percentuais sugerem ainda que há um maior controle e monitoramento por parte da empresa D sobre seus canteiros, embora os resultados possam ser melhorados. As médias obtidas para canteiros da mesma empresa e que apresentam diferenças significativas nas empresas A, B, C, E e F indicam existir resultados díspares em alguns dos seis itens de melhorias e inovações e que alteraram, para muito mais ou para muito menos, essas médias. 99 Na Tabela 6 apresenta-se a média percentual por empresa, resultado dos dois canteiros, em relação a melhorias e inovações e na ordem de classificação do maior ao menor percentual obtido, apresentam-se as empresas A, B, C, D, E, F. Com o melhor resultado a empresa A, média de 70%; as empresas B, C e D têm resultados de 68%, 66% e 60%, respectivamente. A média para as empresas E e F é a mesma, 52%, e também o menor valor entre as seis empresas pesquisadas. Para todas as empresas e canteiros pesquisados a média geral é de 62%. Tabela 6 – Percentual médio por empresa para melhorias e inovações Empresa A B C D E F Média geral Média por empresa 70 68 66 60 52 52 62 Na Tabela 7 apresenta-se o resultado da média geral por item de melhorias e inovações e a média geral das empresas; considerando-se uma ordem de classificação do maior ao menor percentual por item atendido, tem-se: segurança do trabalho com 76%; apoio e dignificação da mão de obra com 65%, organização do canteiro com 61%, ferramentas, máquinas e técnicas especiais com 60%, movimentação de materiais e deslocamentos internos com 59% e comunicações internas com 53%. O item comunicações internas, menor resultado com 53%, trata das questões relacionadas a todo tipo de comunicação dentro de um canteiro seja ela visual, através de textos, gráficos, cores ou sonora e através de diversas tecnologias como walktalks, telefone, entre outras. Mantém um padrão para a empresa e faz com que seus colaboradores tenham uma visão mais homogênea das práticas adotadas, aumentando a produtividade e a organização e reduzindo as chances de erros ou retrabalhos, entre outros. Tabela 7 – Média geral por item de melhorias e inovações. Média das empresas Média geral Ordem de Itens / Melhorias e inovações (%) Classificação 1.Apoio e dignificação da mão de obra 65 2 2.Organização do canteiro 61 3 3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos 59 5 4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 60 4 5.Segurança do trabalho 76 1 6.Comunicações internas 53 6 Média das empresas 62 - 100 A comunicação interna é canal de difusão de novas ideias e um facilitador no dia a dia entre os colaboradores e a empresa, visando agilidade e eficácia nessa interlocução. Atender apenas 53% desse item sugere que não se considera a comunicação interna relevante para a empresa e seus empreendimentos ou, ainda, por não ter sido medida essa comunicação através de uma ferramenta de análise, as empresas não estavam atentas quanto à necessidade de visibilidade e facilidade de comunicação nas suas obras, principalmente quanto a manter uma numerosa equipe de colaboradores, uma característica nesses canteiros, em sintonia com as ações planejadas pela empresa para os canteiros. Esse item interfere diretamente em todos os demais itens de melhorias e inovações e, se bem atendido, integra com clareza as atividades nas obras. A média geral dos itens apoio e dignificação da mão de obra, com 65%, organização do canteiro, com 61%, ferramentas, máquinas e técnicas especiais, com 60%, e movimentação de materiais e deslocamentos internos, com 59%, são resultados que sugerem atenção aos percentuais de atendimento aos itens de melhorias e inovações, em relação a logística no canteiro, qualidade e produtividade. O item segurança do trabalho, maior resultado, com 76%, sugere cumprimento da legislação vigente e fiscalização externa permanente. Em média, os doze canteiros e as empresas atendem 62% de melhorias e inovações para o gerenciamento das obras. 4.3 RESULTADOS PARA AS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA QUANTO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) A aplicação do questionário 2 com critérios previamente definidos foi realizado e o levantamento e os resultados anotados para elaboração das tabelas, gráficos e listagens. Os resultados foram analisados por item, por canteiro e por empresa e permitiu posicionar o canteiro de obra e a empresa construtora em relação às empresas concorrentes quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), como também comparou os resultados para canteiros da mesma empresa. Os resultados para análise foram distribuídos em nove itens: 4.3.1) Resultado do item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa; 4.3.2) Resultado do item práticas relacionadas ao GRCC; 4.3.3) Resultado do item plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC; 4.3.4) Resultado para 101 acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC; 4.3.5) Resultado para transporte e destinação final de resíduos; 4.3.6) Resultado do grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra; 4.3.7) Resultado das principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações tecnológicas implantadas, para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros; 4.3.8) Comparativo entre resultados de melhorias e inovações x práticas para GRCC; 4.3.9) Comparativo entre resultados de melhorias e inovações x práticas para GRCC para canteiros da mesma empresa. Os resultados apresentados por canteiro, para os itens 4.3.1) Resultado do item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa; 4.3.2) Resultado do item práticas relacionadas ao GRCC; 4.3.3) Resultado do item plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC; 4.3.4) Resultado para acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC e 4.3.5) Resultado para transporte e destinação final de resíduos, foram analisados e comparados com o resultado final de Práticas e Procedimentos em Canteiros de Obra quanto ao GRCC ou Práticas para GRCC. O resultado final de Práticas para GRCC por canteiro é a média dos resultados dos cinco itens, 4.3.1) a 4.3.5). Ao final das análises por item encontra-se apresentada a tabela geral, com os resultados de todos os itens e a média, por canteiro. Para a análise de cada item foi considerado também o resultado da média por canteiro, para as Práticas para GRCC. 4.3.1 Resultados para o item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa Observa-se pelo Quadro 12 que o resultado percentual por canteiro para o item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa apresenta sete canteiros – B1, B2, C1, C2, E1, E2 e F2 – com valores inferiores a 50% e variando entre 11% e 44%, ou seja, sete canteiros com atendimento “insatisfatório” (58%). Os canteiros A2 e F1 foram avaliados com 67%; D1 e D2 com 78% e 89% respectivamente e A1 com 100%. Esses cinco canteiros apresentam resultado “satisfatório” (42%) e o canteiro A1 atende 100% ao item. 102 Quadro 12 – Percentual por canteiro para item 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa. Média por canteiro para Práticas para GRCC Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat (PBQP-H) Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 Canteiros 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa Práticas para GRCC (média por canteiro) S1 S S S N N S S S S N N N2 A1 N A2 N B1 N B2 N C1 N C2 N D1 N D2 S E1 S E2 N F1 N F2 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 ¹SIM ²NÃO Na análise do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa, sete percentuais estão abaixo de 50%, como mostra o Quadro 12. Esses valores quando comparados ao resultado de Práticas para GRCC (média por canteiro) correspondem a sete percentuais entre 28% e 57%, sugerindo assim uma primeira tendência de integração de resultado na avaliação final do canteiro. A análise do item 1) mostrou percentuais regulares entre canteiros de cinco empresas, mesmo para os “insatisfatórios”; a exceção dos resultados está nos canteiros F1 e F2 que apresentam diferença percentual significativa entre eles. Analisando-se os resultados do item 1) em relação às questões sobre a empresa possuir o Programa PBQP-H e/ou Certificado ISO 9001, verificou-se que o PBQP-H está implantado em quatro empresas, A, B, D e E, com tempo variando entre 3 e mais de 10 anos e todas possuem nível A no Programa. A empresa E possui também o Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 e as empresas C e F não têm implantado o PBQP-H. Os resultados estão apresentados na Quadro 12. Dos oito canteiros com PBQP-H apenas cinco participam com percentuais “satisfatórios”, são eles: A1 com 100%, A2 com 67%, D1 com 78%, D2 com 89% e F1 com 67%. Portanto, as empresas A e D participam desse resultado com seus dois canteiros e as empresas B e E não participam e apresentam resultados “insatisfatórios” e muitos baixos. Os canteiros da empresa E surpreendem negativamente por ser a única a contar com o Programa PBQP-H e o Certificado ISO 9001. A empresa F participa do resultado “satisfatório” com um canteiro e não possui PBQP-H. Os resultados para as empresas B e E são contraditórios, considerando-se implantados o PBQP-H e/ou ISO 9001. Em uma análise geral os resultados sugerem que o programa de qualidade PBQP-H nas empresas B e E ainda não foi totalmente assimilado pelos colaboradores ou que ainda a informação não foi disseminada de forma adequada pela própria empresa. Cruzando esse resultado com o baixo atendimento ao item 103 comunicações internas para a maioria dos canteiros em melhorias e inovações, a análise sugere coerência nos resultados obtidos. Os percentuais da empresa A apresentam-se díspares entre canteiros e a empresa D mantém regularidade entre seus percentuais e conduzem a uma questão em relação às demais empresas: como e por que essas diferenças ocorrem em uma mesma empresa? Além dessa questão, uma outra é integrada à primeira e questiona os resultados abaixo de 50% para os canteiros das empresas com PBQPH e/ou ISO 9001, considerando-se que o item 1) relaciona-se estreitamente com o Programa e o Certificado. Como o resultado geral para o item analisado, por canteiro, apresenta sete canteiros com resultado “insatisfatório” (58%) e cinco com resultado “satisfatório” (42%), pode-se inferir que os colaboradores necessitam entender ou serem sensibilizados para as diretrizes ambiental e de qualidade da empresa ou ainda que a sua implantação e disseminação seja realizada de forma adequada ou que se implementem essas políticas, de modo a contribuir com as práticas para GRCC. Para analisar o resultado geral das nove questões pesquisadas para os doze canteiros para o item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa, foi respeitada a mesma ordem das questões do questionário 2. Para a primeira questão, se a política existente na empresa menciona aspectos relacionados à prevenção do meio ambiente, 42% dos entrevistados responderam que sim. A segunda questão, se os objetivos e metas estabelecidos pela empresa incluem referências à preservação ambiental, 58% dos entrevistados responderam que sim. Para essas duas questões há respostas sim e respostas não que ocorrem na mesma empresa; essa divergência pode indicar desconhecimento das políticas, objetivos e metas estabelecidas. Os resultados estão apresentados na Figura 14. Para 42% dos entrevistados não há procedimentos que incluem medições de algum aspecto ambiental e nessa questão há divergências em três empresas, com respostas sim e não. Difícil é admitir que uma empresa solicite a um canteiro uma medição e a outro não. Para 58% dos entrevistados a empresa está preparada para minimizar o consumo de recursos (conservar, evitar o desperdício) e para maximizar a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes). Nas duas questões houve divergência de respostas entre sim e não dentro da mesma empresa. 104 9 A empresa está preparada para buscar a qualidade na criação do ambiente construído (aumentar a qualidade)? 8 A empresa está preparada para criar um ambiente saudável e não tóxico com compras para produtos que agridam menos o meio ambiente, não tóxicos? 7 A empresa está preparada para proteger o meio ambiente para toda ação com probabilidade de impacto ambiental? 6 A empresa está preparada para usar recursos renováveis ou recicláveis (renovar, reciclar)? 5 A empresa está preparada para maximizar a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes)? 4 A empresa está preparada para minimizar o consumo de recursos (conservar, evitar o desperdício)? 3 Há procedimentos que incluem medições de algum aspecto ambiental? 2 Os objetivos e metas estabelecidos incluem referências à preservação ambiental 1 Figura 14 – Percentual das empresas às questões do item 1) percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa A política existente na empresa menciona aspectos relacionados à prevenção do meio ambiente 92 (%) 50 33 25 58 58 42 58 42 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Para 25% dos entrevistados a empresa está preparada para usar recursos renováveis ou recicláveis (renovar, reciclar) e um entrevistado respondeu sim e outro não na mesma empresa. Afirmam 33% dos entrevistados que as empresas estão preparadas para proteger o meio ambiente para toda ação com probabilidade de impacto ambiental e 50% dos entrevistados responderam que a empresa está preparada para criar um ambiente saudável e não tóxico com compras para produtos que agridam menos o meio ambiente. Os entrevistados de três empresas, em seis canteiros, discordam entre si e as respostas foram sim e não. Respostas divergentes sugerem ausência de clareza entre os engenheiros responsáveis pelas obras quanto às políticas ambiental e objetivos e metas da empresa; ou ainda que o baixo resultado no atendimento ao item comunicações internas de melhorias e inovações, um problema identificado na maioria dos canteiros, interfere significativamente nos resultados seguintes. Para 92% dos entrevistados a empresa busca a qualidade na criação do ambiente construído (aumentar a qualidade). A Resolução 307/2002 do CONAMA em seus considerandos estabelece “a necessidade de implementação de diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil” e, para as empresas, essas diretrizes passam pela integração entre as práticas ambiental e de qualidade no canteiro de obra. 105 4.3.2 Resultados para o item práticas relacionadas ao GRCC Os resultados para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC, por canteiro, estão indicados no Quadro 13. Três canteiros apresentam percentuais “insatisfatórios”: A2 com 35%, B2 com 38% e F2 com 23%. Nove canteiros apresentam percentuais “satisfatórios”: A1 com 77%, B1 com 92%, C1 com 50%, C2 com 62%, D1 com 73%, D2 com 69%, E1 e E2 com 54% e F1 com 73%. No resultado geral, três canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (25%) e sete “satisfatório” (75%). Ao analisar-se os canteiros das empresas A, B e F observa-se que os resultados apresentam uma diferença muito significativa entre eles. Se por um lado um canteiro é bem avaliado com resultado “satisfatório”, ao mesmo tempo também outro canteiro é mal avaliado com resultado “insatisfatório”. Esses resultados são contraditórios ao considerar-se que são práticas relacionadas ao GRCC e aplicadas pela mesma empresa, em seus canteiros de obra. A empresa C também apresenta resultados com diferença relevante entre seus canteiros, mas dentro de resultados “satisfatórios”; as empresas D e E mantêm regularidade para os resultados percentuais entre seus canteiros e avaliados como “satisfatórios”. Qualquer um dos resultados satisfatórios pode ser melhorado. Dentro de uma mesma empresa, resultados com diferença significativa para percentuais de atendimento ao item 2) em seus canteiros de obra sugerem diferentes práticas relacionadas ao GRCC, o que é contraditório se relacionado à mesma empresa. Quadro 13 – Percentual por canteiro para item 2) práticas relacionadas ao GRCC Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 2)Práticas relacionadas ao GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23 Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Verifica-se pelo Quadro 13 que os três canteiros com percentuais “insatisfatórios” em 2) Práticas relacionadas ao GRCC, apresentam também percentuais abaixo de 50% para o resultado final, Práticas para GRCC (média por canteiro), como também já apresentavam os canteiros B2 e F2 para o item 1), anterior, resultados “insatisfatórios”. A análise sugere que há uma tendência entre os resultados, como analisado no item 1), levando canteiros de menor percentual em 106 um item a tender a um outro menor resultado, no item subsequente. Os canteiros B2 e F2 apresentam avaliação “insatisfatória” para os dois itens analisados. Para apresentar o resultado geral das 27 questões pesquisadas em todos os canteiros, para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC, analisou-se as questões na mesma a ordem que foram formuladas e os resultados estão apresentados nas Figuras 15 e 16 em duas etapas sequenciais: primeiro as questões de 1 a 14 na Figura 15 e na sequência, as questões de 15 a 27 na Figura 16. À primeira questão, se o canteiro realiza compatibilização de projetos antes do início das obras, 58% dos entrevistados responderam que sim e essa questão é considerada como uma etapa fundamental na produção do edifício, para não gerar e/ou reduzir RCC. Para 67% dos entrevistados existe projeto de implantação do canteiro e para 50% dos entrevistados procura-se minimizar a supressão da vegetação local durante o planejamento do canteiro. Na questão sobre projeto de implantação do canteiro os resultados para três empresas foram respostas sim e não, demonstrando ou ausência de informação ou canteiros de mesma empresa com implantação de obras distintas. Na questão sobre minimizar a supressão da vegetação local, os resultados das seis empresas foram respostas sim e não, repetindo a ocorrência anterior descrita. Para 92% dos entrevistados a logística do canteiro visa reduzir as distâncias de transporte, porém o resultado dos canteiros de uma empresa foi resposta sim e não. Para 67% dos entrevistados realiza-se controle de perdas nos canteiros e existe o projeto de controle da qualidade interna da construção. Para essas duas questões o resultado para os canteiros de uma empresa foram respostas sim e não, sugerindo que canteiros de uma mesma empresa podem ter controles diferentes ou não ter esses controles. 107 Figura 15 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC - questões de 1 a 14 (%) 14 13 12 11 10 9 8 Possui projeto de controle da qualidade interna da construção? 67 7 Realiza controle de perdas nos canteiros? 67 Dá preferência a fornecedores locais? 67 5 Possui sistema de prevenção contra contaminação do solo? Possui procedimentos para garantir a compra sócio e ambientalmente responsável? 4 Realiza tratamento de efluentes dos canteiros? A logística do canteiro visa reduzir as distâncias de transporte? 3 São lançados resíduos na rede coletora pluvial? Durante o planejamento do canteiro procura minimizar a supressão da vegetação local? 2 São lançados resíduos na rede coletora de esgoto? Possui projeto de implantação do canteiro? 1 Existem procedimentos especiais para o manuseio e descarte das substâncias tóxicas utilizadas no canteiro? 6 17 Existe alguma coleta especial de resíduos? Realiza compatibilização de projetos antes do início das obras? 33 67 17% dos entrevistados 50 17 67 92 50 67 58 0 Para 50 10 existe 20 30 40 sistema 50 de 60 70 80 90 prevenção 100 contra contaminação do solo, embora as respostas sejam de canteiros de empresas distintas, o que sugere que os outros canteiros, da mesma empresa, trabalham de forma diferente. Responderam 50% dos entrevistados que se realiza tratamento de efluentes dos canteiros e lança-se resíduos na rede coletora pluvial, embora em um canteiro de uma empresa foi respondido sim e não. Para 67% dos entrevistados lançam-se resíduos na rede coletora de esgoto e o resultado para canteiros de duas empresas foram respostas sim e não.As divergências de respostas nos resultados para as três últimas questões indicam possibilidade de práticas diferentes, em canteiros da mesma empresa. Afirmaram 33% dos entrevistados que existe procedimento especial para o manuseio e descarte das substâncias tóxicas utilizadas no canteiro, mas essas respostas são de quatro canteiros de diferentes empresas. Para 17% dos entrevistados existe alguma coleta especial de resíduos. Para essas duas questões todas as respostas pertencem a canteiros de empresas diferentes e essas incoerências entre afirmativas e negativas sugerem práticas diferentes, em canteiros da mesma empresa. 108 O resultado percentual para o item 2) práticas relacionadas ao GRCC para as questões 15 a 27, é mostrado na Figura 16. 27 26 25 24 23 21 Há coleta seletiva no canteiro? 20 Existe a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro? São acompanhadas as entregas de materiais, em especial do concreto usinado, evitando o despejo de resíduos em calçadas e ruas? 19 Existe rotina que garanta a limpeza do canteiro mantendo-o em boas condições de higiene e segurança? É vetada a estocagem de materiais nas calçadas e vias públicas, mesmo temporariamente? 18 A mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos da construção civil no canteiro? Existe procedimento para estocagem dos materiais? 17 A empresa já desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada ao meio ambiente junto aos colaboradores? Existem procedimentos especiais para estocagem de materiais evitando que sejam carregados pela chuva, por exemplo? 16 Os subempreiteiros estão incluídos no treinamento dos colaboradores? Os procedimentos para estocagem de materiais contemplam minimizar a geração de poeira em estoque? 15 Os subempreiteiros recebem alguma orientação que contribua para a redução do desperdício de materiais na execução das tarefas? 22 Figura 16 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas ao GRCC questões 15 a 27 A empresa já recebeu reclamações da comunidade vizinha às suas obras com relação a emissão de poeira? 67 42 42 (%) 83 100 25 33 83 92 67 100 50 58 0 20 40 60 80 100 120 Na questão 15, 58% dos entrevistados responderam que foram recebidas reclamações da comunidade vizinha às suas obras com relação à emissão de poeira, o que amplia e integra GRCC ao entorno da obra, necessitando-se de práticas relacionadas ao GRCC que minimizem essa questão. O resultado em canteiros de três empresas foram respostas sim e não e pelas observações a campo, esse percentual poderia ser maior. Para 50% dos entrevistados existe procedimento para estocagem de materiais para minimizar a geração de poeira em estoque, embora os resultados em canteiros de três empresas foram respostas sim e não. Essa divergência pode sugerir práticas diferentes em canteiros da mesma empresa. Para 100% dos entrevistados existe procedimento para estocagem de materiais, evitando-se que sejam carregados pela chuva. Responderam 67% dos entrevistados que existe procedimento para estocagem dos materiais, mas a observação a campo indica que esse procedimento 109 precisa ser revisado em pelo menos quatro dos oito canteiros em que os entrevistados responderam sim a essa questão. Em um canteiro de uma empresa houve respostas sim e não, divergentes para a questão. Afirmaram 92% dos entrevistados que se veta a estocagem de materiais nas calçadas e vias públicas, mesmo temporariamente. O resultado de 92% corresponde ao observado durante as visitas a campo: em apenas um canteiro havia material estocado nas calçadas e via pública. Para 83% dos entrevistados as entregas de materiais são acompanhadas, em especial as do concreto usinado, para evitar despejo de resíduos em calçadas e ruas. Para 33% dos entrevistados existe coleta seletiva no canteiro, porém dois canteiros de duas empresas divergiram com respostas sim e não e sugerem ações distintas, em canteiros da mesma empresa. Em três canteiros de três empresas diferentes foi respondido que existe a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro e em todos os canteiros, 100% dos entrevistados, existe rotina que garante a limpeza do canteiro mantémdo-o em boas condições de higiene e segurança. Para 83% dos entrevistados a mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos da construção civil no canteiro. Afirmaram 42% dos entrevistados que a empresa já desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada ao meio ambiente junto aos colaboradores e que os subempreiteiros estavam incluídos no treinamento dos colaboradores. Para 67% dos entrevistados orienta-se os subempreiteiros para que eles contribuam para a redução do desperdício de materiais na execução das tarefas. Todas as divergências encontradas por empresa com respostas sim e não evidenciam ou propõem práticas e procedimentos relacionadas ao GRCC distintos, para canteiros da mesma empresa. 4.3.3 Resultados para o item plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC Os resultados para o item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC por canteiro estão indicados na Quadro 14. Para sete canteiros os resultados são “insatisfatórios” para atender ao item analisado: A2 com 42%, B2 com 0%(zero), C2 com 17%, D1 com 33%, E2 com 17%, F1 com 25% e F2 com 8%. O canteiro que apresentou percentual 0,0 (zero) demonstra que não houve respostas “sim”. Para 110 cinco canteiros os resultados são “satisfatórios” para o item analisado: A1 com 58%, B1 com 50%, C1 com 58%, D2 com 67% e E1 com 50%. Qualquer um dos resultados “satisfatórios” pode ser melhorado, embora possam ser destacados os resultados dos canteiros B1 e E1, por serem os mais baixos entre todos. No resultado geral sete dos canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (58%) e cinco “satisfatório” (42%). Observa-se nesse item que para canteiros da mesma empresa há diferenças significativas nos resultados, a exemplo das empresas A, B, C, D, E e F. A empresa F mesmo com resultado “insatisfatório” em seus dois canteiros, ainda assim apresenta diferença relevante em seus percentuais, o que sugere para o item analisado ações distintas nos canteiros. Quadro 14 – Percentual por canteiro para item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC Canteiros 3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8 Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Para os canteiros das empresas A, B, C, D e E também é possível observar que os percentuais de atendimento ao item apresentam-se com diferenças relevantes; o resultado para um canteiro é “satisfatório” mas “insatisfatório” em um outro canteiro. Os resultados sugerem que há abordagem distinta para o plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC nos canteiros de uma mesma empresa; esses resultados são contraditórios. Os canteiros B2 e F2 apresentam avaliação “insatisfatória” para os três itens até aqui analisados. Os canteiros C2 e E2 apresentam avaliação insatisfatória para os itens 1) e 3), esse último referente à análise desse item. Verifica-se pelo Quadro 14 que cinco canteiros com percentuais “insatisfatórios” dentre os sete avaliados apresentam também percentuais abaixo de 50% para o resultado final em Práticas para GRCC (média por canteiro). A análise sugere que há uma tendência entre os resultados levando canteiros de menor percentual em um item a tender a um outro menor resultado, no item subsequente, como já observado nas análises dos itens anteriores. Para apresentar o resultado geral das doze questões pesquisadas em todos os canteiros para o item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC por 111 canteiro, analisou-se as questões na mesma a ordem que foram formuladas e os resultados estão apresentados na Figura 17. 12 11 10 9 8 É realizada algum tipo de classificação dos resíduos gerados, ou seja, há triagem no canteiro? Os colaboradores estão preparados para caracterizar os resíduos? 17 67 17 0 A empresa possui listagem dos tipos de resíduos gerados em suas obras? 33 A empresa contratou a elaboração do PGRCC? 33 2 O canteiro utiliza resíduos de outras indústrias na sua própria produção? A empresa possui listagem dos produtos perigosos ou poluentes utilizados em suas obras? Monitora a execução do PGRCC? 1 6 Existe a separação dos resíduos em classes A, B, C, D? 0 5 É utilizado código de cores para identificar os diferentes tipos de resíduos? O canteiro possue um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) ? (%) 50 4 É possível classificar os resíduos gerados? 83 3 É feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio canteiro? 7 Figura 17 – Percentual das empresas às questões do item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 25 17 33 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Na primeira questão, se o canteiro possui um plano de GRCC para seus canteiros de obra, 33% dos entrevistados afirmaram que sim e que para sua implantação considerou-se prioritariamente a exigência de órgãos fiscalizadores e secundariamente a melhoria e controle nos processos construtivos da empresa. Na segunda questão, se há monitoramento do plano, 17% dos entrevistados informaram que sim e em outros dois canteiros das mesmas empresas informaram que não e complementaram dizendo que os atuais planos foram elaborados por terceiros. A divergência encontrada sobre monitoramento do plano em dois canteiros de uma mesma empresa sugere que um canteiro pode não ter compreendido com clareza o monitoramento ou ainda que não há monitoramento em um canteiro e apenas em um outro. Cruzando esses resultados com o de melhorias e inovações, para o menor resultado para o item comunicações internas, evidencia-se possibilidade de coerência na divergência. No canteiro A2 o entrevistado declarou dificuldade para a implementação do plano de GRCC em razão de o documento não apresentar a clareza necessária em explicar “como fazer”, no canteiro. Com os resultados é possível deduzir que 67% dos engenheiros não contam com o apoio de um plano de GRCC a ser aplicado no gerenciamento da obra e que 112 33% dos engenheiros contam com um plano em fase de implantação e adaptação. Em metade desses, 11%, não há monitoramento dos resultados. Para 67% dos entrevistados não existe plano de GRCC e é possível deduzir que as práticas existentes e relacionadas ao GRCC são iniciativa dos gestores da obra, dentro da realidade de cada canteiro. Para a questão sobre a empresa possuir as listagens dos tipos de resíduos gerados em suas obras, incluindo os perigosos e poluentes, 33% dos entrevistados responderam que se trabalha com a listagem de seus resíduos, porém para as respostas sobre listagem de produtos perigosos, um entrevistado em um canteiro divergiu para canteiros de uma mesma empresa. Nenhum canteiro utiliza resíduos de outra indústria na sua própria produção. Dos quatro canteiros com plano de GRCC apenas em dois foi declarado que seus colaboradores estão preparados para caracterizar resíduos, os outros dois divergiram e declararam que não. Na questão sobre se realizam algum tipo de classificação para os resíduos gerados, 67% dos entrevistados afirmaram que sim. Em apenas dois canteiros foi declarado que há separação de resíduos em classes e em nenhum canteiro o código de cores é utilizado para identificar os diferentes tipos de resíduos. Perguntou-se aos entrevistados como é feita a separação do RCC no canteiro e as respostas obtidas foram: a) “pelos grandes volumes”, b) “não separa, vai tudo na caçamba”, c) “separa papelão, madeira, metal”, d) ”separa em caçambas bota fora”, e) “tentou separar, mas sem êxito”, f) “separação de entulho? de produtos perigosos?, perguntas como resposta”. O percentual obtido de 67% com os entrevistados respondendo sim à questão que trata da classificação dos resíduos gerados não corresponde à realidade observada durante as visitas aos canteiros, como também as observações feitas às caçambas de entulho nos canteiros. Essa divergência sugere que não há clareza para os entrevistados quanto ao tema: classificação dos resíduos gerados no canteiro. Para 50% dos entrevistados é possível classificar resíduos gerados e para 83% dos entrevistados é feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio canteiro e especificaram os seguintes resíduos: a) ”cerâmico/uso de taliscas”, b) “argamassa/aterro”, c) ”entulho de bloco de concreto”, d) ”sobra de argamassa de reboco”, e) ”restos de tijolos para reaterro”, f) “argamassa para massa de contrapiso, g) ”apenas madeira”, h) ”resíduos de argamassa usinada e cimento para 113 estabilização de talude e acessos”, h)”gesso-arremates/cerâmica- arremates/madeira-proteções, i) “eps e madeira”, j) material do bandejão para contenção de talude, restos de madeira em estruturas”. Os entrevistados, por declaração espontânea, informaram que o reaproveitamento de resíduo gerado no canteiro é mínimo. Dentro dessa realidade de 67% dos canteiros sem plano de GRCC, sem caracterização e sem triagem de RCC, perguntou-se que materiais geram maior índice de resíduos e o resultado indicou que são os resíduos das classes A e B, com predominância para classe A, confirmando resultados de pesquisas anteriores sobre perdas, desperdícios e RCC em canteiros de obras. O resultado dos materiais que geram maior índice de resíduos em todos os canteiros foi listado pela classificação do maior ao menor índice, na Tabela 8. Tabela 8 – Classificação do material que gera maior índice de resíduos nos canteiros Classificação 1 2 3 3 3 4 4 4 4 5 Materiais que geram maior índice de resíduos no canteiro Blocos (concreto e cerâmico) Argamassa Concreto Cerâmica (revestimento piso e parede) Gesso Agregados (areia e brita) Cimento Chapas de compensado para formas Material hidráulico (tubos e conexões PVC) Outros Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em relação ao item 3) plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC. O resultado dos doze canteiros é mostrado na Tabela 9, em forma de listagem. Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC, caracterização e triagem de resíduos Plano de GRCC a) Ter controle na destinação e saber como é feito o beneficiamento na ATT b) Conscientização dos funcionários envolvidos com o PGRCC c) Falta conhecimento do Plano, falta de treinamento adequado para os funcionários, d) Plano de ação mais claro e) Dificuldade na implementação do Plano elaborado f) Planejamento do Plano para gerar orçamento específico g) Não ter o Plano de GRCC e um plano de ação h) Pouco conhecimento sobre o assunto i) Falta palestra técnica sobre RCC na obra j) Falta projeto e orientação técnica sobre o assunto k) Falta informação aos colaboradores referente a como deve ser feito l) Falta treinamento para conscientização dos funcionários Continua... 114 Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC... (continuação) m) Falta instrução e orientação sobre o processo n) Associar a cultura e o conhecimento do colaborador ao treinamento e ao comprometimento Caracterização e Triagem o) Falta orientação sobre o processo para caracterização p) Falta treinamento para caracterização q) Desconhecimento geral para triagem e falta informação específica r) Treinamento para triagem s) Falta conhecimento específico ou mão de obra específica t) Falta treinamento, mas está a caminho u) Consciência dos colaboradores sobre desperdício v) Conscientização da base do processo, da pessoa que executa a triagem na prática w) Falta empenho de colaboradores e fornecedores x) Não tem mão de obra destinada para esse serviço y) Rotatividade da mão de obra z) Reverter em bonificação para o funcionário que trabalha na triagem (investimento) aa) Dificuldade de controle e separação dos resíduos bb) Não caracterizar o resíduo cc) Falta espaço para separação dos materiais dd) Falta de local para fazer a caracterização ee) ff) gg) hh) ii) jj) kk) Dificuldade com a mistura de diversos materiais (madeira, massa, alvenaria, fiação etc.) Dificuldade com os pequenos volumes das classes B, C, D Falta interesse da empresa em implantar Falta cobrança pela empresa O PGRCC não ser prioridade para os gestores da obra (plano) Custo da triagem Falta orçamento específico para gerenciar a atividade Pelo resultado mostrado na Tabela 9 para Plano de GRCC, especificamente para os canteiros que contam com o Plano, os itens de a) a f) sugerem que ainda não há clareza suficiente na sua implementação e nos treinamentos necessários para seus resultados. Para a maioria dos canteiros a dificuldade indicada pelos entrevistados é não ter um plano de GRCC para seu canteiro de obra, item g). Pelo resultado mostrado na Tabela 9 para Caracterização e Triagem observou-se que os entrevistados relataram um total de 32 dificuldades, sendo 16 ou 52% relacionadas à falta de treinamento geral e específico, palestra técnica sobre RCC e conscientização da mão de obra sobre desperdício. Cada entrevistado a sua maneira e em todos os canteiros, 100% dos entrevistados, indicou a falta de treinamento para os colaboradores da obra como a maior dificuldade, itens de a) a p). Em 42% dos entrevistados foram indicadas dificuldades com a mão de obra em relação ao empenho dos colaboradores, a não ter mão de obra específica para esse serviço, a rotatividade da equipe, a falta de incentivo financeiro (bonificação) para esse fim, itens q) a w). Para 17% dos entrevistados, existem dificuldades com a falta de espaço no próprio canteiro para essa finalidade, conforme itens cc) e dd). Para 115 58% dos entrevistados outras dificuldades também são elencadas, como a falta de orçamento para gerenciar a atividade, a falta de cobrança pela empresa, falta de interesse da empresa em implantar, dificuldade com os pequenos volumes das classes B, C e D, conforme itens aa), bb), ee) a kk). Os resultados sugerem que os colaboradores nos doze canteiros não estão preparados para caracterização, ou seja, identificar e quantificar os resíduos e para triagem, respeitando as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º da Resolução 307/2002 do CONAMA. Esses resultados cruzados com as respostas das questões 7, 8 e 9 sobre caracterização e triagem, cujos percentuais de respostas “SIM” são 17%, 67% e 17%, indicam divergência na realidade dos canteiros ou ainda que, por falta de treinamento, as respostas estão relacionadas com o entendimento atual de caracterização e triagem de RCC. Os demais resultados estão vinculados à falta de um plano de GRCC, da atual realidade nas empresas em relação ao tema GRCC e às repercussões dessa realidade em seus canteiros de obra. 4.3.4 Resultados para o item acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC Os resultados para o item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC, por canteiro, estão mostrados no Quadro 15. Cinco canteiros apresentam resultado “insatisfatório” ao item analisado: A2 com 30%, C1 com 40%, C2 com 30%, E2 com 40% e F2 com 30%. Para sete canteiros os resultados para o item analisado são “satisfatórios” para: A1 com 80%, B1 com 50%, B2 com 50%, D1 com 70%, D2 com 70%, E1 com 70% e F1 com 50%. Qualquer um dos resultados satisfatórios pode ser melhorado, mas podem ser destacados os resultados dos canteiros B1, B2 e F1, por serem os mais baixos entre todos. No resultado geral cinco dos canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (42%) e sete “satisfatório” (58%). Quadro 15 – Percentual por canteiro para item 4) acondicionamento e/ou armazenamento de RCC Canteiros 4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC Práticas para GRCC (média por canteiro) A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 116 Observa-se para os canteiros da mesma empresa que há diferenças significativas nos resultados das empresas A, E e F, o que sugere para o item analisado ações distintas para acondicionamento e/ou armazenagem de RCC por canteiro. A empresa C, mesmo com percentuais insatisfatórios para seus dois canteiros, apresenta certa regularidade em seus resultados. As empresas B e D apresentam percentuais entre seus canteiros de igual valor, 50% e 70% respectivamente, sugerindo regularidade no resultado da análise do item. A empresa D apresenta o melhor resultado entre todos, em seus canteiros de obra. O canteiro F2 continua apresentando avaliação insatisfatória para todos os quatro itens até aqui analisados. Três canteiros, C1, C2 e E2, apresentaram avaliação insatisfatória para o item 1), já analisado anteriormente e também no resultado do item 4). O canteiro A2 apresenta avaliação insatisfatória para o item 2), já analisado anteriormente e também no resultado do item 4). Três canteiros, A2, C2 e E2 apresentam avaliação insatisfatória para o item 3), já analisado anteriormente e também no resultado do item 4). Verifica-se pelo Quadro 15 que os cinco canteiros com percentuais “insatisfatórios” apresentam também percentuais abaixo de 50% para o resultado final em Práticas para GRCC (média por canteiro). A análise sugere que há uma tendência entre os resultados, levando canteiros de menor percentual em um item a tender a um outro menor resultado no item subsequente, como já observado nas análises realizadas. Para apresentar o resultado geral das dez questões pesquisadas em todos os canteiros para o item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário por canteiro, analisou-se as questões na mesma a ordem que foram formuladas e os resultados estão apresentados na Figura 18. Na primeira questão, se utiliza acondicionamento e/ou armazenamento para assegurar tanto quanto seja possível as condições de reutilização e reciclagem dos resíduos, 42% dos entrevistados responderam que sim. Perguntado se os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que garantam a vedação e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo, 67% dos entrevistados declararam que sim, mas apenas 42% dos entrevistados declararam que os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza, grau de risco e outras orientações necessárias. Questionados se é possível acondicionar os resíduos perigosos adequadamente, 42% dos entrevistados 117 responderam que sim. Com resultados que sugerem práticas para resíduos perigosos sem relação com as normas técnicas vigentes, é possível inferir que há possibilidade de vazamento e/ou contaminação de solo e riscos com o manuseio em pelo menos sete dos canteiros. 10 O entulho é transportado para o térreo por equipamento adequado? 9 Os resíduos estão protegidos da chuva ou tem cobertura com lona? 8 Os resíduos estão armazenados em locais que eliminam a possibilidade de mistura com solo argiloso? 7 Os resíduos ficam depositados em local adequado de forma a não prejudicar a segurança e circulação de materiais e pessoas? 6 Existem baias de resíduos seguindo sua classificação? 5 Existe área de armazenamento temporário dentro do canteiro? 4 É possível acondicionar os resíduos perigosos adequadamente? 3 Os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza, grau de risco e outras orientações necessárias? 2 Os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que garantam a vedação e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo 1 Figura 18 – Percentual das empresas às questões do item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário Utiliza-se acondicionamento e/ou armazenamento para assegurar tanto quanto seja possível as condições de reutilização e reciclagem dos resíduos? 100 (%) 33 8 75 25 8 42 42 67 42 0 20 40 60 80 100 120 Apenas em um canteiro o entrevistado declarou ter área de armazenamento temporário dentro do canteiro e em três canteiros os entrevistados informaram que se trabalha com baias de resíduos, seguindo sua classificação. É possível deduzir pelos resultados que essas áreas são facilitadoras no gerenciamento de resíduos e que a maioria dos canteiros visitados, nove deles, não conta com esse elemento de apoio no GRCC. Pela observação durante as visitas aos canteiros quando não existe um plano de GRCC formalizado, a ausência de elementos como esse que integram o plano de GRCC leva a ações improvisadas e o resultado não é satisfatório nos canteiros. Os resultados para o item 4), quando comparado com quem declarou ter o plano de GRCC e quem não tem o plano de GRCC no canteiro apresenta, em ambos os casos, percentuais baixos. Na questão 7, se os resíduos ficam depositados em local adequado de forma a não prejudicar a segurança e circulação de materiais e pessoas, 75% dos entrevistados responderam que sim e observou-se a campo que há uma maior preocupação quando o assunto envolve segurança do trabalho, conforme já 118 demonstrado no resultado de melhorias e inovações para o item segurança do trabalho, o mais bem avaliado. Sugere que se houver fiscalização por órgãos externos no canteiro há um maior empenho por parte de todos os envolvidos no canteiro, incluído aí a empresa. Quanto aos resíduos estarem armazenados em locais que eliminam a possibilidade de mistura com solo argiloso apenas em um canteiro, o entrevistado respondeu que sim. Quanto aos resíduos estarem protegidos da chuva ou terem cobertura com lona, apenas 33% dos entrevistados responderam que sim. Os resultados cruzados com a existência de área temporária no canteiro confirmam a ausência dessas áreas e das baias na maioria dos canteiros e, consequentemente, improvisação nessas atividades. Em todos os canteiros, 100% dos entrevistados afirmaram que os resíduos são transportados para o térreo por equipamento adequado utilizando uma ou mais dessas opções: duto de descida de resíduo, elevador final, cremalheira, minicarregadeira, gerica, big-bag (bolsa grande com rodas), mas sem executar caracterização, triagem, acondicionamento e/ou armazenamento temporário desses resíduos de forma adequada. Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em relação ao item 4) acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC e o resultado dos doze canteiros é mostrado na Tabela 10, em forma de listagem. Tabela 10 – Dificuldades em relação a acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC Em relação aos colaboradores a) Embora treinados, continuam considerando resíduo como lixo, misturando os resíduos b) Falta de conhecimento c) Falta de treinamento d) Falta de equipe para esse serviço e) Controle de retirada dos resíduos Em relação ao canteiro a) Espaço físico não determinado nos canteiros b) Dimensionamento do canteiro, local apropriado no canteiro c) Falta de espaço na obra, no canteiro d) Falta de um layout na obra que proporcione isto Em relação ao fornecedores a) Consciência de organização dos fornecedores Foi declarado por 42% dos entrevistados que mesmo com treinamento há dificuldade na atividade e falta treinamento e equipe para esse fim. Em um canteiro foi citada pelo entrevistado a falta de consciência dos fornecedores quanto à 119 organização dentro com canteiro e 33% dos entrevistados indicam a falta de um projeto para implantar no canteiro o espaço para acondicionamento e/ou armazenamento temporário, embora 67% dos entrevistados tivessem respondido anteriormente que existe projeto de implantação do canteiro. 4.3.5 Resultados para o item transporte e destinação final de resíduos Os resultados para o item 5) transporte e destinação final de resíduos, por canteiro, estão mostrados no Quadro 16. Cinco canteiros apresentam resultado “insatisfatório” ao item analisado: B2 com 43%, C1 com 14%, E1 com 43%, E2 com 29%, F1 com 43%. Para sete canteiros os resultados para o item analisado são “satisfatórios” para: A1 com 57%, A2 com 71%, B1 com 57%, C2 com 100%, D1 com 57%, D2 com 57% e F2 com 57%. Qualquer um dos resultados satisfatórios pode ser melhorado mas destacam-se os resultados dos canteiros A1, B1, D1, D2 e F2, por serem os mais baixos entre todos. No resultado geral, cinco dos canteiros apresentam resultado “insatisfatório” (42%) e sete “satisfatório” (58%). Quadro 16 – Percentual por canteiro para item 5) transporte e destinação final de resíduos Canteiros 5) Transporte e destinação final de resíduos Práticas para GRCC (média por canteiro) A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Observa-se para os canteiros da mesma empresa que há diferenças significativas nos resultados das empresas A, B, C, E e F, que sugere para o item analisado ações distintas para transporte e destinação final de resíduos, por canteiro. A empresa D apresenta percentuais de atendimento “satisfatório” para seus dois canteiros e regularidade em seus resultados. As empresas B, C, e F apresentam percentuais de atendimento “satisfatório” em um canteiro e “insatisfatório” em outro, o que sugere ações distintas para o item analisado e resultados contraditórios dentro de uma mesma empresa. Os canteiros A1 e A2, embora apresentem percentuais de atendimento “satisfatório” para o item, apresentam diferença em seus resultados, o que sugere ações distintas em canteiros de uma mesma empresa, não apresentando coerência de resultado. O canteiro F2 apresenta o primeiro percentual de atendimento “satisfatório” nesse item analisado. Dois canteiros, C1 e E2, apresentaram avaliação 120 “insatisfatória” para o item 1), analisado anteriormente, e no resultado do item 5). O canteiro E2 apresenta avaliação “insatisfatória” para o item 3), analisado anteriormente, e no resultado do item 5). Verifica-se pelo Quadro 16 que os três canteiros com percentuais “insatisfatórios” também apresentam em Práticas para GRCC (média por canteiro), resultado abaixo de 50%. A análise sugere que há uma tendência entre os resultados levando canteiros de menor percentual em um item a tender a um outro menor resultado no item subsequente, como já observado nas análises realizadas. Para apresentar o resultado geral das oito questões pesquisadas em todos os canteiros, para o item transporte e destinação final de resíduos por canteiro, analisou-se as questões na mesma ordem que foram formuladas e os resultados estão apresentados na Figura 19. Nos doze canteiros, 100% dos entrevistados responderam que destinam seus resíduos gerados na obra para a área de transbordo e triagem (ATT) da empresa Ecoambiental em Cuiabá, exceto saco de cimento e gesso. Há resíduos que são doados, vendidos ou reutilizados, como madeira, papelão, plástico, metal e outros e que representam, em média, menos de 5% do total de resíduos gerados. 8 ATT de Cuiabá é a destinação de RCC gerado na obra? 7 A empresa monitora a quantidade de resíduos gerados e retirados da obra em relação a quantidade planejada no PGRCC ? 6 A empresa monitora a destinação final de seus resíduos? 5 Há reutilização de resíduos entre as obras em execução da construtora? 4 A construtora utiliza transporte próprio para os resíduos gerados? 3 empresas Os transportadores são devidamente licenciados para essa atividade? 2 das Os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizam todos os equipamentos de proteção individual (EPI`s) para sua segurança? 1 Figura 19 – Percentual destinação final de resíduos O transporte é executado com prévio conhecimento dos seus riscos e suas características de manuseio? às questões do item 5) 100 transporte e (%) 17 25 50 50 100 92 67 0 20 40 60 80 100 120 Na maioria dos canteiros não há caracterização, triagem e acondicionamento e/ou armazenamento temporário adequados e, por essa razão, os resíduos são misturados e descartados em caçambas, por transportadoras. Sete canteiros 121 utilizam uma transportadora de caçamba e cinco utilizam duas transportadoras para a destinação final dos resíduos. Para as questões que envolvem transporte de resíduos e os transportadores, 67% dos entrevistados responderam que o serviço é executado com prévio conhecimento dos seus riscos e suas características de manuseio. Para 92% dos entrevistados os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizam todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) para sua segurança. Para 100% dos entrevistados todos os transportadores são devidamente licenciados para essa atividade. Para 50% dos entrevistados há reutilização de resíduos entre obras da empresa, embora em pequena quantidade, e também utilizam transporte próprio para resíduos. Perguntado qual resíduo transportam, informaram madeira, pedaços de ferro, entulho de tijolos, sobra de bloco de concreto e areia e outros. Para 25% dos entrevistados há monitoramento da destinação final de seus resíduos e 75% dos entrevistados declararam que a partir da saída do resíduo da obra não há responsabilidade da empresa sobre os resíduos. Para 17% dos entrevistados há monitoramento da quantidade de resíduos gerados e retirados da obra em relação à quantidade planejada no PGRCC, sendo esses dois canteiros integrantes dos quatro canteiros que trabalham com plano de GRCC. Nos doze canteiros pesquisados, 100% dos entrevistados destinam seus resíduos à ATT de Cuiabá, único local de destinação do município para a maior quantidade de entulho da obra. Nos doze canteiros pesquisados, os resíduos gerados na obra e destinados para outras obras, bem como para doação, reutilização, venda e outros, representam menos de 5% do total gerado e foram listados na Tabela 11. As estimativas por resíduo foram fornecidas pelos engenheiros responsáveis pelas obras. Pelos dados colhidos é possível deduzir ser incipiente o resultado percentual de reutilização de resíduos em outras obras ou com venda, reutilização no próprio canteiro ou doação e outras destinações, em relação ao total de RCC gerado na obra e destinado à ATT. Importante destacar que a iniciativa, mesmo com resultado incipiente, deve ser considerada válida. 122 Tabela 11 – RCC gerado na obra e destinado para outras obras, venda, reúso, doação Resíduo Aço Madeira Alumínio Cerâmico Argamassa PVC / Fiação Lata de tintas Restos de tijolos para aterro Concreto Concreto Areia Brita Cimento Gesso, cerâmico (arremate) Argamassa de reboco, pedaços de ferro (vergas), argamassa usada para massa de contrapiso, resíduo de argamassa usinada e cimento para estabilização de talude e acessos Destino Vende, reutiliza, doa Reúso, doa Vende Reúso Reúso Doa Reúso, doa Reúso Reúso Reúso Reúso Reúso Reúso Reúso Reúso % 95 a 100 20 a 100 100 20 a 80 80 a 95 10 a 90 80 a 100 90 95 95 95 90 100 30 citados e não estimados Foi solicitado aos entrevistados que indicassem as atuais dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos e o resultado dos doze canteiros é mostrado na Tabela 12, em forma de listagem. Tabela 12 – Dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de resíduos Em relação aos transportadores a) b) c) d) e) f) g) Cumprimento de prazos e horários A contratada para transporte não consegue atender no tempo necessário O atendimento da locadora de caçambas, a espera, a agenda Demora no atendimento pela demanda da cidade Não atende à demanda das construtoras Mau atendimento de maneira geral, coleta não cumpre a programação Empresa não coleta todos os materiais. Falta empresas para aumentar a concorrência Em relação à ATT e outras destinações em Cuiabá a) b) c) d) e) f) Problema na área administrativa da ATT: caçamba retida; nota fiscal não chega para pagamento Ter um local adequado para destinação final dos RCC na cidade de Cuiabá Empresas capacitadas em recolher e/ou receber resíduos Resíduos separados na obra mas sem destinação: papelão, gesso, EPS, PVC, outros Destinação do gesso e do saco de cimento Falta de opções para destinação de RCC Outras dificuldades a) Destinação da água de limpeza de betoneira, central de concreto b) Destinação das telas de proteção de fachada para descarte (retalhada e doada) c) Madeira de forma e desforma, o que não aproveita gera um problema de descarte d) Pouca quantidade de caminhões na empresa para enviar resíduos às obras e) Empenho de colaboradores f) Custos desses serviços g) Julga importante ter esse conhecimento para gerenciar a obra e RCC da obra h) Não tem conhecimento dessa área i) Organização dos resíduos j) Treinamento específico 123 Relataram dificuldades em relação aos transportadores de resíduos 58% dos entrevistados, no cumprimento de prazos, horários, demanda de serviço e a não coletar todos os resíduos gerados. Em relação à ATT de Cuiabá foi observado por um entrevistado que existem problemas administrativos na empresa ECOAMBIENTAL (ATT) repercutindo no gerenciamento da obra. Para resíduos separados na obra como papelão, gesso, EPS, PVC, saco de cimento, 42% dos entrevistados informaram que a dificuldade está na falta de destinação final em Cuiabá, além da falta de mais uma opção para destinação de RCC. Em outras dificuldades relatadas 83% dos entrevistados indicaram a falta de opção ou conhecimento para destinar água de betoneira, central de concreto, telas de proteção da fachada, madeira, além de dificuldades com a organização de resíduos para transporte, o custo desses serviços e a mão de obra que se apresenta com baixo comprometimento e não qualificada para o serviço. As dificuldades presentes nos canteiros de obra demonstram o estágio atual do GRCC, a percepção dos engenheiros em relação às necessidades para gerenciamento da obra e de RCC, a relação direta do tema com a equipe de colaboradores e terceiros e sugere uma demanda reprimida que necessita de um olhar criterioso por parte dos envolvidos e da empresa em busca de solução ou considerar-se, ainda, que se elevar o nível da questão das dificuldades a um conjunto de necessidades comuns para GRCC em Cuiabá, a discussão passa então a envolver todo o setor e aqueles diretamente vinculados: construtoras, transportadoras, recicladores, órgãos públicos, ATT, SindusCon-MT, entre outros, em busca de soluções comuns que bem atendam o setor. 4.3.6 Análise geral dos resultados percentuais para as práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) Os resultados percentuais para os itens de práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao GRCC (Práticas para GRCC) estão demonstrados no Quadro 17. Em relação às práticas para GRCC (média por canteiro), observa-se que os resultados “satisfatórios” são aqueles que atendem aos canteiros A1 com 74%, B1 com 57%, D1 com 62%, D2 com 70% e E1 e F1 com 52%. Apenas os dois 124 canteiros, A1 e D2, conseguem manter em todos os resultados por item percentuais “satisfatórios”, sendo portanto, os canteiros mais bem avaliados entre todos. Quadro 17 – Percentual para itens de práticas e procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat1 Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 Itens de Práticas para GRCC / Canteiros 1) Percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa (9 questões) S2 N A1 S N A2 S N B1 S N B2 N3 N C1 N N C2 S N D1 S N D2 S S E1 S S E2 N N F1 N N F2 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22 2) Práticas relacionadas ao GRCC (27 questões) 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23 3) Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC (12 questões) 4) Acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC (10 questões) 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8 80 30 50 50 40 30 70 70 70 40 50 30 5)Transporte e destinação final de resíduos (8 questões) 57 71 57 43 14 100 57 57 43 29 43 57 Resultados de Práticas para GRCC (média por canteiro) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Empresas Resultados de Práticas para GRCC (média por empresa) A B C D E F 62 45 40 66 45 40 1 PBQP-H 2Sim 3Não Os canteiros B1, com 57%, e D1, com 62% de média por canteiro, respectivamente, apresentam um percentual “insatisfatório” em um item cada um, e seus resultados finais colocam D1 como o terceiro canteiro mais bem avaliado e B1 como o quarto canteiro mais bem avaliado. A empresa D, com o segundo e terceiro melhores canteiros avaliados, mostra regularidade em seus resultados e, consequentemente, em suas práticas para GRCC. Os canteiros E1 e F1, com 52% de média, apresentam dois percentuais “insatisfatórios” em dois itens cada um, e seus resultados finais colocam os dois canteiros, E1 e F1, em 5º lugar como mais bem avaliados. Observa-se em todos os canteiros avaliados a tendência mostrada nas análises anteriores: resultados de menor valor para itens subsequentes, portanto, práticas interferindo negativamente em ações subsequentes. Os canteiros com percentuais de atendimento “insatisfatório”, A2 com 49%, B2 com 33%, C1 com 35%, C2 com 44%, E2 com 37% e F2 com 28%, apresentam no mínimo dois e no máximo quatro resultados por item abaixo de 50%. O canteiro com o menor resultado é F2, seguido de B2, C1, E2 e C2. A empresa C, com o terceiro e o quinto canteiros com os menores percentuais “insatisfatórios”, mostra regularidade negativa em seus resultados e, consequentemente, em suas práticas para GRCC. Comparou-se os resultados das médias obtidas por canteiro para as práticas para GRCC com os obtidos para melhorias e inovações, como mostra o Quadro 18. 125 Quadro 18 – Comparativo da inovações x práticas para GRCC. Canteiros Melhorias e inovações (média do canteiro) Práticas para GRCC (média por canteiro) média por canteiro - percentuais entre melhorias e A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 42 74 49 57 33 35 44 62 70 52 37 52 28 Apenas o canteiro A1 conseguiu manter sua posição entre os mais bem avaliados, mesmo com decréscimo no resultado percentual. Os canteiros B1 e C1, com percentuais de 57% e 35% respectivamente, afastaram-se dos melhores resultados e os canteiros D1 e D2 mantiveram a regularidade de melhorias e inovações em práticas para GRCC, 62% e 70% respectivamente. Nos demais canteiros – A2, B2, C1, C2, E2 e F2 – os resultados variam entre 28% e 49% e quando comparados esses resultados com os de melhorias e inovações, que estão entre 42% a 59%, confirmam-se os baixos percentuais médios nos dois resultados para os mesmos canteiros. Alguns canteiros da mesma empresa aprsentam diferenças significativas entre eles, como mostrou o Quadro 18. Quando comparam-se os percentuais médios para melhorias e inovações com os de práticas para GRCC, por canteiro, é possível perceber que a tendência para os menores percentuais obtidos em melhorias e inovações é apresentar outros menores resultados quanto às práticas para GRCC. Observa-se essa tendência nos canteiros A2, B2, e C2 que alteram resultados “satisfatórios” para “insatisfatórios” ou ainda E2 e F2 que reduzem seus resultados, já abaixo de 50% e “insatisfatórios”. Com esses resultados é possível inferir que o percentual de atendimento alcançado por um canteiro em melhorias e inovações evidencia a tendência para os resultados subsequentes quanto às práticas para GRCC. Sugerem ainda os resultados que para conseguir-se bons resultados quanto às práticas para GRCC, deve-se observar primeiro como está sendo atendido o canteiro de obra quanto às melhorias e inovações. Também é possível observar variações significativas de percentuais entre canteiros da mesma empresa, como ocorrido nos canteiros B1 e C1 que apresentam percentuais de atendimento “satisfatório” para melhorias e inovações de 86% e 75%, respectivamente, mas em práticas para GRCC apresentam 57% e 35%, respectivamente. De fato, nesses dois últimos percentuais, as divergências podem estar apenas concentradas nas práticas para GRCC e é possível deduzir que melhorias e inovações têm seus itens atendidos satisfatoriamente. 126 Ocorre diferença significativa entre outros canteiros da mesma empresa, como em F2 com resultados insatisfatórios, com 42% e 28%, sugerindo em todos os casos citados não ser possível manter o padrão de atendimento para as duas frentes de gerenciamento, de obra e GRCC, simultaneamente. Finalmente, é possível inferir que os resultados alcançados no momento da pesquisa refletem as práticas e os procedimentos possíveis para GRCC, dentro da realidade do gerenciamento de cada canteiro de obra. Os cinco canteiros – A1, D1, D2, E1 e F1 – apresentam percentuais de atendimento “satisfatórios” tanto para melhorias e inovações como para práticas para GRCC e seus resultados demostram regularidade, sem diferenças significativas, embora em quatro canteiros, A1, D1, E1 e F1, os percentuais para práticas quanto ao GRCC sejam de menor valor conforme a tendência já analisada. Destaca-se mais uma vez a regularidade da empresa D e seus resultados que sugerem que os canteiros D1 e D2 devem trabalhar sob controle e monitoramento, o que pode justificar a regularidade dos percentuais obtidos para melhorias e inovações e práticas para GRCC, embora para a empresa exista sempre a possibilidade de melhoria para os resultados obtidos. Os resultados obtidos quanto às práticas para GRCC, média por empresa, apresentam percentuais de atendimento “satisfatório” para as empresas A, com 62%, e D, com 66%. As empresas B, C, E e F apresentam percentuais de atendimento “insatisfatórios”: B e E com 45% e E e F com 40%. A empresa D foi a mais bem avaliada quanto às práticas para GRCC. De forma geral e a partir dos resultados obtidos é possível deduzir que o gestor e a equipe de colaboradores à frente da obra intervêm de forma pessoal, passando a existir diferenças tanto quantitativa como qualitativa para o gerenciamento do canteiro dentro de uma mesma empresa, ou ainda que a responsabilidade da empresa com os resultados obtidos é proporcional ao controle e monitoramento de seus programas implantados, de seus resultados e das correções necessárias, ou ainda que a ausência desse controle contribui para resultados diferentes dentro de uma mesma empresa. As divergências de valores obtidos por canteiro sugerem que cada equipe, em cada canteiro, diante de suas próprias necessidades, responde com maior ou menor grau de dificuldade e reflete esse resultado para a empresa. 127 4.3.7 Resultados para o item grau de dificuldade e hierarquia de medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra Os resultados para o item grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro de obra refletem a percepção do engenheiro responsável pela obra em relação ao GRCC e são mostrados na Figura 20. Associou-se na mesma Figura 20 os percentuais obtidos quanto às práticas para GRCC (média por canteiro). Figura 20 – Grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro associado ao percentual de práticas para GRCC 80 74 70 70 62 57 60 52 49 50 52 44 Percentual para Práticas para GRCC 40 (média por canteiro) 33 37 35 28 30 20 10 Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Alto Muito Alto Médio Alto Grau de Dificuldade quanto ao GRCC no canteiro de obra Médio 0 A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Após responder as questões sobre melhorias e inovações e práticas para GRCC, o engenheiro responsável pela obra declarou seu grau de dificuldade quanto ao GRCC e o resultado foi comparado ao percentual obtido em práticas para GRCC no canteiro de obra; comparando-se, foi verificada a percepção do engenheiro e a tendência entre os resultados. Em nove canteiros foi declarado pelos engenheiros entrevistados que o grau de dificuldade quanto ao GRCC é “Alto”; em dois canteiros foi declarado como de grau “Médio”; em um canteiro o entrevistado considerou o grau de dificuldade como “Muito Alto”. Para os entrevistados com grau de dificuldade “Alto” em nove canteiros, o percentual obtido em práticas para GRCC variou entre 28% e 70%. Em cinco desses canteiros os percentuais de atendimento quanto às práticas para GRCC são “insatisfatórios”: A2 com 49%, B2 com 33%, C1 com 35%, C2 com 44% e F2 com 128 28%. Nos outros quatro canteiros os percentuais de atendimento são “satisfatórios”: B1 com 57%, D1 com 62%, D2 com 70% e E1 com 52%. Os resultados sugerem coerência entre a percepção do engenheiro e os percentuais de atendimento quanto às práticas para GRCC, medida nos canteiros. Em dois canteiros que os entrevistados declararam grau de dificuldade como “Médio” e os percentuais de atendimento quanto às práticas para GRCC foram “satisfatórios”: A1 com 74% e F1 com 52%. Em um canteiro, E2, o entrevistado declarou grau de dificuldade como “Muito Alto” e o percentual de atendimento às práticas de GRCC foi de 37%, “insatisfatório”, o que sugere coerência entre os resultados. Apesar de os percentuais de atendimento serem “satisfatórios” quanto às práticas para GRCC nos canteiros A1, B1, D1, D2, E1 e F1, pode-se inferir que ocorreram problemas que foram percebidos pelos engenheiros e são declarados no grau de dificuldade quanto ao GRCC, como Médio e Alto, mesmo associado aos resultados para as práticas para GRCC como “satisfatórios”. Quanto ao resultado para a hierarquia de medidas eficientes a GRCC para atender os canteiros de obra, foi obedecida a prioridade informada pelos engenheiros. Foram listadas todas as medidas com prioridade número um, todas as medidas com prioridade número dois, e assim sucessivamente até a prioridade quatro. Em três canteiros B2, C1, C2 não foram indicadas medidas e o resultado dos nove canteiros está mostrado na Tabela 13, em forma de listagem. Observa-se que há uma sequência lógica de prioridades, desde a solicitação da elaboração do plano de GRCC até a promoção de sua melhoria com a colaboração de todos os envolvidos com o plano, passando pela premiação para os melhores resultados, além de treinamento geral e específico e aquisição de inovações tecnológicas para a produção do edifício. Tabela 13 – Hierarquia pelos engenheiros, na obra de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada Prioridade 1 a) Desenvolver um plano de GRCC e um planejamento para o plano de ação b) Apresentar o plano de GRCC a todos os colaboradores c) Treinar e preparar os colaboradores d) Escolher um engenheiro para o setor de qualidade e incluir o GRCC e) Ter um maior investimento no orçamento da obra para GRCC Continua... 129 Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade informada... (continuação) f) Dividir com os fornecedores a responsabilidade sobre RCC como saco de cimento, gesso, outros (logística reversa) g) Produzir planos de GRCC mais claros, facilitando sua execução no canteiro de obra h) Criar um sistema de reciclagem de RCC para produção de areia enriquecida para outras obras (moinho) Prioridade 2 i) Contratar colaboradores especializados no tema GRCC j) Ter responsáveis para a área de GRCC no canteiro k) Organizar o canteiro para armazenamento de resíduos para as classes A, B, C, D l) Disponibilizar novos produtos disponíveis no mercado para todas as obras, por exemplo, formas de alumínio m) Estudar a viabilidade de novos produtos para a produção do edifício n) Monitorar a destinação final dos resíduos Prioridade 3 o) Contratar consultoria especializada no assunto p) Definir metas e premiar as obras com melhores resultados q) Acompanhar um ciclo de produção de serviço r) Destinar uma equipe para realizar serviço de triagem s) Estudar paginação em função dos ambientes, por exemplo, cerâmica/acabamento t) Evitar alteração de projeto pós-execução Prioridade 4 u) Apresentar os resultados provocados pelo plano de GRCC v) Promover a melhoria do Plano de GRCC com a participação de todos w) Ter empresas de reciclagem em Cuiabá para receber resíduos recicláveis Os resultados sugerem uma percepção clara pela área técnica e executiva da empresa, embora não esgote o tema no atendimento ao canteiro de obra em relação a GRCC. A hierarquia de medidas pode servir como elemento motivador para fomentar a discussão do tema na empresa. Entende-se também que medidas eficientes são encaminhamentos para serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas para decisão a curto e médio prazo, com objetivo de obter soluções para a empresa. 4.3.8 Resultados para as principais ocorrências de perdas e desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros O resultado percentual para as principais ocorrências de perdas e desperdícios nos doze canteiros de obras classifica em primeiro lugar a falta de projeto ou má qualidade dele e a incompatibilidade entre projetos, com 50% cada uma e seis indicações pelos entrevistados. Em segundo lugar, com quatro indicações cada uma, 33%, a alteração do projeto, correções de inconformidade com as especificações durante a execução, transporte no canteiro, 130 estoque/armazenamento no canteiro. A falta de programação/controle de materiais, o processamento em si (acima do estimado) e as correções de falhas construtivas pós-entrega dentro do prazo de garantia, que aparece em terceiro lugar com três indicações cada uma, 25%. Os resultados são apresentados na Tabela 14. Tabela 14 - Classificação das principais ocorrências de perdas e desperdícios nos canteiros Principais ocorrências de perdas e desperdícios no canteiro 1) 1) 2) 2) 3) 4) 5) 6) 7) Falta de projeto ou má qualidade do projeto Incompatibilidade entre projetos Alteração do projeto Correções de inconformidade com as especificações durante a execução Transporte no canteiro Estoque/armazenamento no canteiro Falta de programação/controle de materiais Processamento em si (acima do estimado) Correções de falhas construtivas pós-entrega e dentro do prazo de garantia Classificação (%) 50 50 33 33 33 33 25 25 25 Os resultados sugerem que as causas das principais perdas e desperdícios que ocorrem nos canteiros de obra têm origem no projeto, no gerenciamento e durante a execução da obra. Dessa forma, é possível relacionar essas ocorrências e suas origens com os impactos subsequentes no GRCC. O resultado para a classificação quanto as maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas e desperdícios no canteiro, apresentado na Tabela 15, classificou em primeiro lugar a falta de comprometimento dos subempreiteiros, com 50% e seis indicações dos entrevistados. Em segundo lugar, a rotatividade das equipes, com 42% e cinco indicações; em terceiro lugar, com 33% e quatro indicações cada uma, o absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) e a falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção. Em quarto lugar, com 25% e três indicações cada uma, a falta de comprometimento da equipe de empregados próprios; falta de controle sobre a produção das etapas de serviços e falta de programação para mão de obra. Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios no canteiro Maiores dificuldades existentes em relação a mão de obra para não gerar e/ou perdas/desperdícios no canteiro 1) Falta de comprometimento dos subempreiteiros 2) Rotatividade das equipes 3) Absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) Classificação (%) 50 42 33 Continua... 131 Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a mão... (continuação) 3) 4) 4) 4) Falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção Falta de controle sobre a produção das etapas de serviços Falta de programação para mão de obra Falta de comprometimento da equipe de empregados próprios 33 25 25 25 A maior dificuldade em relação a mão de obra apontada pelos entrevistados é a falta de comprometimento dos subempreiteiros; em lado oposto e ocupando o último lugar a falta de comprometimento da equipe de empregados próprios. Deduzse assim que o número de subempreiteiros nos canteiros é muito significativo frente aos empregados próprios para justificar a classificação ou que ainda, a avaliação sobre o subempreiteiro tem padrão diferente em relação a própria equipe Por outro lado, ao considerar-se a rotatividade das equipes aliada a uma mão de obra que não realiza as obrigações de seu trabalho e a falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção, retorna-se com a origem das dificuldades para a direção da empresa e para o gerenciamento do canteiro de obra, contrariando o primeiro resultado, referente aos subempreiteiros. Em busca de solução e dentro dessa realidade, o assunto deve ser analisado em relação ao gerenciamento do canteiro tendo em vista que essas dificuldades, na sequência, impactam o GRCC. Diante da falta de projeto, planejamento e controle do produto, dos sistemas de produção e das etapas de serviço, é preciso haver um olhar criterioso da empresa. Contradiz o primeiro resultado referente aos subempreiteiros porque é a empresa e o gerenciamento da obra que acompanham, monitoram e fiscalizam a produção do edifício. Essas dificuldades têm impacto subsequente no GRCC. Quanto às inovações tecnológicas implantadas para minimizar perdas e desperdícios nos canteiros de obra, apresentadas na Tabela 16, as mesmas foram agrupadas em forma de listagem e são fiéis as indicações dos engenheiros entrevistados. Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios a) Tijolo cerâmico paletizado, processo de paletização em geral b) Paletes para tijolos c) Aço Corta e Dobra d) Centrais de fabricação específicas no canteiro e) Central de pré-moldados f) Confecção de pré-moldados no canteiro para atender churrasqueiras, shafts g) Padronização de esquadrias confeccionadas no canteiro, no projeto para múltiplos de 6 Continua... 132 Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar... (continuação) h) i) j) k) l) m) n) o) p) q) r) s) t) u) v) w) x) y) z) aa) bb) cc) dd) ee) ff) gg) hh) ii) jj) Uso de escoramento metálico de laje Uso de escoras metálicas, longarinas e outras, para forma Confecção de kits elétrico e hidráulico para montagem nas unidades Montagem de kit cerâmico, piso com quantidade estimada de uso mas sem os acabamentos (caixa fechada paletizada e enviada ao andar/torre) Peças de marmoraria chegam ao canteiro cortadas para montagem Substituição da estrutura da cobertura em madeira para perfis metálicos Proteção de periferia na produção da torre Construção de baias para acondicionamento separado Uso de concreto industrializado (usinado) Massa pronta para revestimento interno Argamassa usinada para reboco e alvenaria Argamassa de reboco usinada e transportada em masseiras Argamassa industrializada com redução no uso de equipamento Utilização de argamassa estabilizada Não aplicar massa na junta vertical Produção de argamassa para reboco externo com argamassadeiras Utilização de retardador de pega do gesso Distância otimizada entre a produção e o ponto de lançamento (produção) Transporte horizontal de materiais através de empilhadeiras e minicarregadeiras Uso de carrinho paleteiro hidráulico Uso de peneira elétrica para areia Separar madeira para reúso Reciclar madeira Utilizar restos de EPS no contrapiso Aproveitamento do bandejão no uso posterior para contenção de taludes Compra de tapumes com madeirites reciclados Aproveitamento dos restos de madeira para guarda-corpo e outras estruturas Reaproveitamento de formas metálicas em várias obras Reaterro com argamassa de alvenaria e reboco interno e externo Os resultados sugerem que as inovações tecnológicas implantadas podem ser agrupadas como sistema paletizado, aço corta e dobra, central de fabricação de pré-moldados no canteiro, escoramento metálico, confecção e montagem de kits para produção de serviço, concreto usinado e argamassa industrializada e estabilizada, transporte de material por equipamento e distância otimizada até o ponto de produção, reutilização de materiais. Deve-se destacar que as inovações listadas não ocorrem simultaneamente em um mesmo canteiro, o que pode justificar algumas das ocorrências de perdas e desperdícios, bem como as dificuldades com a mão de obra, encontradas nos canteiros. A listagem não esgota as inovações tecnológicas implantadas nos canteiros e serve como incentivo à implementação de outras melhorias e inovações tecnológicas. 133 4.3.9 Análise comparativa entre resultados para melhorias e inovações x práticas para GRCC Para os resultados dos itens de melhorias e inovações foi possível verificar que o item com maior ocorrência de percentual de atendimento “insatisfatório”, abaixo de 50%, é o de comunicações internas. Em práticas para GRCC, os resultados indicam dois itens com maior ocorrência de percentual de atendimento “insatisfatório”: percepção das políticas ambiental e de qualidade e plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC. Os resultados correspondem ao Quadro 19. Quadro 19 – Percentual por item - melhorias e inovações Maior ocorrência de percentuais “insatisfatórios” (abaixo de 50%) Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho 6.Comunicações internas Média por canteiro Média por empresa Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC A B x práticas C para D GRCC E F A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 70 82 47 58 86 88 58 49 72 73 58 51 77 64 63 61 63 56 52 36 72 74 60 37 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13 80 78 53 86 80 88 49 59 84 97 65 70 61 80 49 80 53 73 43 72 57 70 40 62 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 70 A 68 B 66 C 65 D 52 E 42 52 F A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 1.Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22 2.Práticas relacionadas a GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23 3.Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8 4.Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5.Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro Média por empresa 80 57 74 30 71 49 50 57 57 50 43 33 40 14 35 70 57 62 70 57 70 70 43 52 40 29 37 50 43 52 30 57 28 62 45 30 100 44 40 66 45 40 Os percentuais “insatisfatórios” para o item comunicações internas variam entre 32% e 48% e sugerem intervir nos percentuais insatisfatórios do item percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa, que variam entre 11% e 33%. Para que a percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa tenha a clareza necessária no canteiro de obra é fundamental o apoio de comunicações internas. Se há inexistência dessas políticas ou por comunicações internas pouco eficientes, o que se pode inferir é que os resultados insatisfatórios refletem a falta dessa integração. O resultado dos canteiros A2 e F1 com 67% cada um em percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa contra 48% de resultado em comunicações internas em cada canteiro, pode ser considerado como uma percepção superavaliada pelo engenheiro entrevistado ou ainda que essa percepção 134 pode estar equivocada, ou que a avaliação pelo engenheiro para comunicações internas esteja também equivocada. De forma inversa, o canteiro B1, com 70% de atendimento para comunicações internas, mostra resultado de 33% em percepção das políticas ambiental e de qualidade. Os resultados de forma geral são contraditórios. Os percentuais “insatisfatórios” para o item Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC, variam entre 0,0 (zero) e 42% e sugerem coerência com a percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa para os canteiros B2, C2, E2 e F2. Na ausência de uma diretriz pela direção da empresa ou de uma diretriz clara sobre suas políticas e, não havendo modelo de GRCC no canteiro, o que se observa para o item são resultados abaixo de 50%, ou seja: a realidade do canteiro dentro do que é possível fazer no dia a dia. Para os canteiros A1, A2, C1, D1 e F1 os resultados indicam diferença significativa entre os itens, ora com percentuais de atendimento “satisfatório” ora “insatisfatório”, o que pode significar que um dos itens não foi bem avaliado ou ainda que não há clareza quanto à integração desses itens nas práticas do canteiro, o que retorna ao problema de comunicações internas. Os resultados para os canteiros D2 e E1 são os mais regulares entre todos. Os resultados “satisfatórios”, nessa análise, são apoiados por outros resultados acima de 50% e o item comunicações internas pode ser considerado de integração. Por ele passam as informações do dia a dia do canteiro, como diretrizes da empresa, segurança, execução, motivação, tempo de resposta, produção de serviço, entre muitas outras. Merece ser observado com rigoroso critério, principalmente quando apresenta resultados “insatisfatórios”. Os resultados comparativos sugerem que itens de melhorias e inovações, vinculado ao gerenciamento do canteiro de obra, integram e contribuem significativamente para os percentuais de atendimento obtidos em itens quanto às práticas para GRCC. A maior média para melhorias e inovações por empresa fica com a empresa A, com 70%, e a maior média quanto as práticas para GRCC fica com empresa D, com 66%. A menor média para melhorias e inovações fica com as empresas E e F, com 52% e a menor média quanto às práticas para GRCC fica com as empresas C e F, com 40%. A empresa F apresenta os menores resultados nas duas avaliações, 52% e 40%. Os resultados são mostrados no Quadro 20. 135 Quadro 20 – Percentual de Média por canteiro e por empresa MELHORIAS E INOVAÇÕES Média por canteiro Média por empresa PRÁTICAS PARA GRCC Média por canteiro Média por empresa A1 81 melhorias A2 59 B1 86 A2 49 B1 57 70 A1 74 62 e inovações B2 51 C1 75 B2 33 C1 35 68 45 C2 56 D1 69 C2 44 D1 62 66 x práticas D2 61 E1 59 D2 70 E1 52 65 GRCC E2 46 F1 62 E2 37 F1 52 52 66 40 para F2 42 52 45 F2 28 40 4.3.10 Análise comparativa para resultados entre canteiros da mesma empresa: melhorias e inovações x práticas para GRCC Ao comparar-se os resultados para canteiros da mesma empresa, encontrouse em melhorias e inovações para os canteiros B1 e B2 da empresa B a maior diferença percentual: 86% e 51%, respectivamente. Em práticas para GRCC, para os canteiros A1 e A2 da empresa A, encontrou-se a maior diferença percentual entre seus resultados: 74% e 49%, como mostra o Quadro 21. Quadro 21 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros A1 e A2 - B1 e B2 Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho 6. Comunicações internas Média por canteiro Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 2. Práticas relacionadas a GRCC 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5. Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro A1 70 82 80 80 78 97 81 A1 100 77 58 80 57 74 A A A2 47 58 60 53 86 48 59 B1 86 88 93 80 88 79 86 A2 67 35 42 30 71 49 B1 33 92 50 50 57 57 B B B2 58 49 53 49 59 39 51 B2 33 38 0 50 43 33 O canteiro B1, entre os doze canteiros pesquisados, é o mais bem avaliado em melhorias e inovações, com 86%. Para alcançar esse resultado seus valores percentuais por item variaram entre 79% e 93%, “satisfatórios”, conforme mostrado no Quadro 21. Ao comparar-se os canteiros B1 e B2 observou-se que os resultados para três dos itens: organização do canteiro; ferramentas, máquina e técnicas especiais e comunicações internas, apresentam diferença significativa de 88% para 49%; 80% para 49% e 79% para 39%, todos “insatisfatórios” no canteiro B2. 136 Ao comparar-se os demais itens: movimentação de materiais e deslocamentos internos; apoio e dignificação da mão de obra; segurança do trabalho, os percentuais passam de 93% para 53%; 86% para 58%; 88% para 59%, com diferença significativa mas resultados “satisfatórios”. Quanto às práticas para GRCC, os canteiros B1 e B2 apresentam padrões diferentes de resultados para cada obra, como analisado em melhorias e inovações: B1 com 57% e B2 com 33%, como mostra o Quadro 21. A tendência é de resultados com diferença significativa entre os canteiros da empresa B. A empresa B não consegue manter o resultado apresentado em B1 de 86% para B2, 51%, o que sugere para os dois canteiros padrões diferentes para melhorias e inovações em cada obra. A Figura 21 mostra os resultados comparativos analisados para os canteiros B1 e B2. 86 58 53 Segurança do trabalho Comunicações internas 39 Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 49 79 59 Movimentação materiais, deslocamentos internos 49 88 80 Organização do canteiro 51 93 88 86 Apoio e dignificação da mão de obra 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Média por canteiro Resultados (%) Figura 21 – Canteiros B1 e B2 – Percentual comparativo para melhorias e inovações 1 2 3 4 5 6 B1 B2 A empresa B não consegue manter os padrões apresentados no canteiro B1 para B2 tanto para melhorias e inovações quanto para práticas para GRCC e o resultado final comparativo pelas médias é apresentado na Figura 22. Figura 22 – Canteiros B1 e B2 – Comparativo final pelas médias Resultados (%) 100 86 80 57 60 51 33 40 Melhorias e inovações Práticas para GRCC 20 0 B1 B2 Empresa B/Canteiros 137 O canteiro A1, entre os doze canteiros pesquisados, é o mais bem avaliado quanto às práticas para GRCC, com média de 74%; para alcançar esse resultado seus percentuais por item variaram entre 57% e 100%, “satisfatórios”, conforme mostrado no Quadro 22. Quadro 22 – Canteiros A1 e A2 - Percentual quanto às práticas para GRCC Empresa/Canteiro A PRÁTICAS PARA GRCC A1 A2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 2. Práticas relacionadas a GRCC 77 35 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 80 30 5. Transporte e destinação final de resíduos 57 71 Média por canteiro 74 49 Ao comparar-se os canteiros A1 e A2 observou-se que os resultados para os três itens: acondicionamento e/ou armazenamento de RCC; práticas relacionadas a GRCC e percepção das políticas ambiental e de qualidade apresentam diferença significativa de 80% para 30%; 77% para 35% e 100% para 67%, respectivamente, com dois resultados abaixo de 50%, “insatisfatórios”. Ao comparar-se os demais itens: plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC e transporte e destinação final de resíduos, os percentuais passam de 58% para 42%; 57% para 71%. A empresa não consegue manter os padrões apresentados no csnteiro A1 de 74% para o canteiro A2, 49%, o que sugere para os dois canteiros padrões diferentes quanto as práticas para GRCC, em cada obra. Para melhorias e inovações, como mostra o Quadro 23, os canteiros A1 e A2 mantêm a tendência para padrões diferentes de resultados para cada obra, com média percentual para A1 de 81% e para A2 de 59%. Quadro 23 – Canteiros A1 e A2 - Percentual para melhorias e inovações Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho 6. Comunicações internas Média por canteiro A A1 70 82 80 80 78 97 81 A2 47 58 60 53 86 48 59 A empresa A não consegue manter os padrões apresentados no canteiro A1 para A2 tanto para melhorias e inovações quanto para práticas para GRCC e o resultado final comparativo pelas médias é apresentado na Figura 23. 138 Resultados (%) Figura 23 – Canteiros A1 e A2 – Comparativo final pelas médias 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 81 74 59 49 Melhorias e inovações Práticas para GRCC A1 A2 Empresa A/Canteiros O canteiro F2, entre os doze canteiros pesquisados, apresenta para melhorias e inovações a menor média percentual, 42%. Para alcançar esse resultado seus valores percentuais por item variaram entre 13% e 62%, “satisfatórios” e “insatisfatórios”, como mostra o Quadro 24. Quadro 24 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros F1 e F2 Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1.Apoio e dignificação da mão de obra 2.Organização do canteiro 3.Movimentação de materiais e deslocamentos internos 4.Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5.Segurança do trabalho 6.Comunicações internas Média por canteiro Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC 1.Percepção das políticas ambiental e de qualidade 2.Práticas relacionadas a GRCC 3.Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 4.Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5.Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro F1 72 74 50 57 70 48 62 F1 67 73 25 50 29 52 F F F2 60 37 13 40 62 39 42 F2 22 23 8 30 43 28 Segundo o Quadro 24, ao comparar-se os canteiros F1 e F2, observou-se que as diferenças percentuais foram significativas para quatro dos itens: movimentação de materiais e deslocamentos internos; organização do canteiro; comunicações internas; ferramentas, máquinas e técnicas especiais. Os resultados foram respectivamente de 50% para 13%; 74% para 37%; 48% para 39%; 57% para 40% e cinco desses resultados ficaram abaixo de 50%, “insatisfatórios”. Ao comparar-se os demais itens: apoio e dignificação da mão de obra e segurança do trabalho, os percentuais passam de 72% para 60% e 70% para 62%. 139 A empresa F apresenta para melhorias e inovações o seu melhor resultado no canteiro F1, com 62% e para F2, com 42%, o menor percentual entre os canteiros analisados. A empresa não consegue manter os padrões apresentados no canteiro F1 para F2, o que sugere canteiros com padrões diferentes para melhorias e inovações em cada obra. A Figura 24 mostra os resultados comparativos analisados para os canteiros F1 e F2. 80 70 60 50 40 30 20 10 0 74 72 62 70 60 57 50 42 62 48 40 37 39 Apoio e dignificação da mão de obra Organização do canteiro Movimentação materiais, deslocamentos internos Ferramentas, máquinas e técnicas especiais Segurança do trabalho Comunicações internas 13 Média por canteiro Resultados (%) Figura 24 – Canteiros F1 e F2 - Comparativo pelas médias para itens de melhorias e inovações 1 2 3 4 5 6 F1 F2 Quanto às práticas para GRCC, a empresa F não consegue manter percentuais “satisfatórios” no canteiro F1, para todos os itens, e apresenta apenas resultados “insatisfatórios” para o canteiro F2. O resultado final comparativo pelas médias é apresentado na Figura 25. Figura 25 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pelas médias Resultados (%) 70 62 60 52 50 42 40 28 30 20 Melhorias e inovações Práticas para GRCC 10 0 F1 F2 Empresa F/Canteiros Os canteiros C1 e C2 da empresa C quanto às práticas para GRCC, entre os doze canteiros pesquisados, apresentam resultado final de 35% e 44%, 140 “insatisfatório”. Para alcançar esses resultados seus valores percentuais por item variaram entre 11% e 100%, “satisfatórios” e “insatisfatórios”, conforme Quadro 25. Quadro 25 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros C1 e C2 Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação materiais, deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho 6. Comunicações internas Média por canteiro Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 2. Práticas relacionadas a GRCC 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5. Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro C C1 72 73 87 84 97 39 75 C1 11 50 58 40 14 35 C2 58 51 47 65 70 46 56 C C2 11 62 17 30 100 44 Ao comparar-se os canteiros C1 e C2, observou-se que as diferenças percentuais foram significativas para dois dos itens: plano de GRCC, caracterização e triagem e transporte e destinação final de resíduos, com variação de 58% para 17% e 14% para 100%. Com variação menor, os itens: práticas relacionadas a GRCC e acondicionamento e/ou armazenamento de RCC, de 50% para 62% e 40% para 30%. O item percepção das políticas ambiental e de qualidade tem o mesmo percentual de 11% para os dois canteiros. Para melhorias e inovações os canteiros C1 e C2 mantêm a tendência para padrões diferentes de resultados para cada obra, com média percentual para C1 de 75% e para C2 de 56%. Seus maiores percentuais por item ficam com segurança do trabalho nos dois canteiros, 97% e 70% respectivamente, e os menores percentuais para comunicações internas, 39% e 46% respectivamente, como mostrado na Quadro 25. A empresa C apresenta resultados finais “insatisfatórios” quanto às práticas para GRCC para os canteiros C1 e C2, o que sugere um baixo padrão de atendimento para essas práticas. A Figura 26 mostra o comparativo final pelas médias, para as práticas dos canteiros F1 e F2. 141 Resultados (%) Figura 26 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pela média 80 70 60 50 40 30 20 10 0 75 56 44 35 Melhorias e inovações Práticas para GRCC C1 C2 Empresa C/Canteiros Os canteiros D1 e D2, E1 e E2 das empresas D e E, entre os doze canteiros pesquisados, são os que apresentam resultados percentuais mais regulares, tanto para melhorias e inovações quanto em relação às práticas para GRCC. Os canteiros D1 e D2 mantêm regularidade em todos os seus itens, com exceção do item plano de GRCC, caracterização e triagem que apresenta D1 com 33% e D2 com 67%, como mostra o Quadro 26. Quadro 26 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para GRCC Canteiros D1 e D2 - E1 e E2 Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação materiais, deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho 6. Comunicações internas Média por canteiro Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 2. Práticas relacionadas a GRCC 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5. Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro D1 77 64 73 61 80 57 69 D1 78 73 33 70 57 62 D D D2 63 61 53 49 80 61 61 E1 63 56 53 53 73 54 59 D2 89 69 67 70 57 70 E1 44 54 50 70 43 52 E E E2 52 36 40 43 72 32 46 E2 44 54 17 40 29 37 O canteiro E1 mantém maior regularidade que o canteiro E2 e os resultados para melhorias e inovações, 59%, aproxima-se de práticas para GRCC, com 52%. Para o canteiro E2 as médias percentuais apresentam-se abaixo de 50%: para melhorias e inovações, 46% e quanto às práticas para GRCC, 37%. As Figuras 27 e 28 mostram o comparativo final pelas médias para os canteiros D1 e D2, E1 e E2. A regularidade apresentada pelos canteiros foi 142 vinculada aos percentuais apresentados por item e sem tendência a grandes variações entre canteiros, embora regularidade não represente o melhor resultado. Figura 27 – Canteiros D1 e D2 – Comparativo final pelas médias 72 Resultados (%) 70 69 70 68 66 64 62 62 Melhorias e inovações 61 Práticas para GRCC 60 58 56 D1 D2 Empresa D/Canteiros Figura 28 – Canteiros E1 e E2 – Comparativo final pelas médias 70 59 Resultados (%) 60 52 46 50 37 40 Melhorias e inovações 30 Práticas para GRCC 20 10 0 E1 4.4 Empresa E/Canteiros E2 RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA DA EMPRESA Para avaliação do modelo de GRCC implantado nos doze canteiros de obra, apresenta-se na Tabela 17 um resumo de todas as respostas obtidas pelo questionário, por canteiro. A sigla R1 equivale à resposta número um (R1) no questionário e assim sucessivamente até R5, que equivale à resposta cinco. O questionário aplicado encontra-se no Apêndice D. Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa Canteiros / Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros de obra da empresa Questões A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 1 R5 R5 R5 R3 R1 R3 R3 R3 R3 R5 R3 R1 Continua... 143 Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado... (continuação) 2 R1 R2 R1 R2 R2 R1 R3 R1 R1 R1 R2 R2 3 R4 R4 R4 R1 R3 R4 R5 R5 R4 R3 R2 R5 4 R1 R1 R3 R3 R1 R1 R3 R3 R1 R1 R3 R3 5 R5 R1 R2 R2 R1 R4 R2 R2 R2 R2 R2 R2 6 R5 R5 R5 R5 R5 R4 R5 R5 R5 R5 R5 R5 7 R1 R1 R2 R2 R1 R1 R1 R1 R2 R1 R4 R4 8 R1 R1 R5 R5 R2 R1 R3 R3 R1 R1 R2 R2 9 R2 R5 R5 R2 R2 R4 R4 R2 R2 R5 R3 R3 10 R5 R1 R5 R1 R1 R2 R4 R4 R4 R1 R4 R4 11 R1 R2 R5 R1 R1 R1 R4 R1 R1 R1 R2 R1 12 R5 R2 R5 R1 R2 R5 R5 R5 R2 R2 R1 R2 13 R5 R2 R4 R3 R2 R2 R4 R3 R1 R2 R4 R3 14 R5 R1 R5 R2 R1 R2 R2 R2 R1 R2 R4 R1 15 R5 R1 R1 R3 R1 R1 R2 R1 R1 R1 R4 R1 16 R5 R2 R1 R5 R3 R4 R3 R3 R3 R2 R3 R1 17 R5 R1 R1 R1 R1 R4 R2 R3 R1 R1 R3 R1 18 R5 R1 R1 R1 R1 R1 R3 R3 R2 R1 R3 R1 19 R4 R1 R4 R1 R1 R1 R1 R1 R4 R1 R2 R1 20 R1 R1 R4 R1 R1 R1 R2 R1 R1 R1 R1 R1 21 R5 R2 R4 R1 R1 R1 R1 R1 R2 R1 R1 R1 22 R5 R5 R1 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5 R5 23 R3 R3 R2 R1 R1 R1 R3 R2 R3 R1 R3 R1 Na Tabela 18 apresentam-se as notas de cada questão do questionário e a média atribuída às quatro categorias avaliadas: 1) relação da implantação do edifício com seu entorno; 2) escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção; 3) otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício; 4) otimização das etapas do gerenciamento de RCC. O resultado da avaliação do modelo implantado no canteiro de obra é medido em uma pontuação de 0,0 (zero) a 10,0 (dez), pela média dessas categorias, conforme modelo predefinido. Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa. Média das categorias analisadas Canteiros / Média das Categorias Questões / Notas A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 1) Relação da implantação do edifício com seu entorno (1 a 3) 5,8 6,7 5,8 2,5 2,5 4,2 6,7 5,0 4,2 5,0 3,3 4,2 1 2 3 10,0 0,0 7,5 10,0 2,5 7,5 10,0 0,0 7,5 5,0 2,5 0,0 0,0 2,5 5,0 5,0 0,0 7,5 5,0 5,0 10,0 5,0 0,0 10,0 5,0 0,0 7,5 10,0 0,0 5,0 5,0 2,5 2,5 0,0 2,5 10,0 2) Escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção (4 a 13) 5,3 2,8 7,8 3,8 2,0 4,0 6,3 4,8 2,8 2,8 5,0 4,8 4 5 6 7 0,0 10,0 10,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 5,0 2,5 10,0 2,5 5,0 2,5 10,0 2,5 0,0 0,0 10,0 0,0 0,0 7,5 7,5 0,0 5,0 2,5 10,0 0,0 5,0 2,5 10,0 0,0 0,0 2,5 10,0 2,5 0,0 2,5 10,0 0,0 5,0 2,5 10,0 7,5 5,0 2,5 10,0 7,5 Continua... 144 Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos... (continuação) 8 9 10 11 12 13 0,0 2,5 10,0 0,0 10,0 10,0 0,0 10,0 0,0 2,5 2,5 2,5 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 7,5 10,0 2,5 0,0 0,0 0,0 5,0 2,5 2,5 0,0 0,0 2,5 2,5 0,0 7,5 2,5 2,5 10,0 2,5 5,0 7,5 7,5 7,5 10,0 7,5 5,0 2,5 7,5 0,0 10,0 5,0 0,0 2,5 7,5 0,0 2,5 0,0 0,0 10,0 0,0 0,0 2,5 2,5 2,5 5,0 7,5 2,5 0,0 7,5 2,5 5,0 7,5 0,0 2,5 5,0 3) Otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício (14 a 17) 10,0 0,6 2,5 4,4 1,3 4,4 3,1 3,1 1,3 1,3 6,3 0,0 14 15 16 17 10,0 10,0 10,0 10,0 0,0 0,0 2,5 0,0 10,0 0,0 0,0 0,0 2,5 5,0 10,0 0,0 0,0 0,0 5,0 0,0 2,5 0,0 7,5 7,5 2,5 2,5 5,0 2,5 2,5 0,0 5,0 5,0 0,0 0,0 5,0 0,0 2,5 0,0 2,5 0,0 7,5 7,5 5,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,1 2,9 4,2 3,3 1,7 1,7 3,8 2,9 4,6 1,7 3,8 1,7 18 19 20 21 22 23 10,0 7,5 0,0 10,0 10,0 5,0 0,0 0,0 0,0 2,5 10,0 5,0 0,0 7,5 7,5 7,5 0,0 2,5 0,0 0,0 0,0 10,0 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 5,0 0,0 2,5 0,0 10,0 5,0 5,0 0,0 0,0 0,0 10,0 2,5 2,5 7,5 0,0 2,5 10,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 5,0 2,5 0,0 0,0 10,0 5,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 Pontuação Final Avaliação do modelo de GRCC 7,0 3,2 5,1 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2,7 4,6 2,6 4) Otimização das etapas gerenciamento de RCC (18 a 23) do A pontuação final obtida em cada canteiro para avaliação do modelo de GRCC implantado, foi comparada ao critério de conceituação e classificação do modelo de GRCC predefinido e os resultados apresentados na Tabela 19. Tabela 19 – Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa Canteiros Pontuação final para Avaliação do modelo de GRCC Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da empresa A1 7,0 Regular A2 B1 3,2 5,1 Insuficiente Regular B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2,7 4,6 2,6 Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Conforme está destacado na Tabela 19, os canteiros A1 e B1 classificaram-se com modelo de GRCC “regular”, com pontuações finais de 7,0 e 5,1, respectivamente. Os outros dez canteiros classificaram-se com modelo de GRCC “insuficiente” e pontuação final inferior a 5,0. 145 Para as quatro categorias avaliadas e mostradas na Tabela 18 apenas os canteiros A1 e B1 obtiveram pontuação maior que 7,5 nas categorias: 2) escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção (nota 7,8) e 3) otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício (nota 10,0). A pontuação igual ou maior a 7,5 reflete as ações possíveis e já realizadas nesses canteiros. Para os dez canteiros classificados com modelo de GRCC “insuficiente”, as menores pontuações são indicativos para atenção e análise pela empresa. Para as quatro categorias analisadas os resultados sugerem para a categoria 1) relação da implantação do edifício com seu entorno, com doze canteiros com médias inferiores a 7,5, que as empresas não prestam a devida atenção sobre os impactos ambientais negativos que possam causar quando da implantação de seu empreendimento naquele local predefinido. Na categoria 2) escolhas dos sistemas e processos construtivos e produtos de construção, com onze canteiros com médias inferiores a 7,5, o resultado sugere que não há por parte das empresas preocupação com a escolha na aquisição de materiais com certificação ISO 14000, por não ter relação de obrigação com essa escolha, ou ainda que suas parcerias para fornecedores e serviços não guardam relação com a gestão ambiental e que se estabelece preço como fator de decisão. Também não considera a distância na aquisição de materiais e sim preço, o que contribui para o aumento dos impactos ambientais negativos durante a execução da obra, principalmente quanto à emissão de poluentes na atmosfera, e consequentemente não há preocupação com perdas e desperdícios durante a fase de execução, o que sugere ausência de escolha para sistemas e processos construtivos que contribuam com os produtos de construção. Nessa categoria o canteiro B1 atingiu média de 7,8. Para a categoria 3) otimização e valorização de RCC gerados durante a produção do edifício, com onze canteiros com médias inferiores a 7,5, os resultados sugerem que não há preocupação em diagnosticar as causas para perdas e geração de resíduos durante a fase de execução da obra e, em consequência, não há medida para reduzir a produção de RCC na origem ou reaproveitar no próprio canteiro. Também não há estratégias para reduzir incômodos ou limitar a poluição por RCC durante a fase de execução. Nessa categoria o canteiro A1 atingiu média de 7,8. 146 Na categoria 4) otimização das etapas do gerenciamento de RCC, com doze canteiros com médias inferiores a 7,5, os resultados sugerem que o gerenciamento está focado nas atividades de transporte e destinação final dos resíduos, ou seja: remover RCC do canteiro. Observou-se interesse mínimo em reaproveitar os resíduos referentes às perdas das etapas construtivas como também dificuldades em cumprir a Resolução 307/2002 do CONAMA que estabelece a separação dos resíduos por classe específica, com projeto para o canteiro com baias de resíduos. Como nenhum dos modelos de GRCC implantados nos doze canteiros atingiu pontuação igual ou maior a 7,5 como média final, os resultados sugerem que as ações e implementações realizadas pelas empresas ainda não geram impactos ambientais positivos que integrem o canteiro de obra e a empresa à cadeia produtiva da construção, a partir de sua contribuição com a não geração e/ou redução de RCC para as mudanças necessárias para o setor. Considera-se impacto ambiental positivo a alteração benéfica causada por atividades, serviço e/ou produtos de uma intervenção do ser humano sobre o meio ambiente, contribuindo para que o impacto humano sobre a natureza seja positivo e não negativo. O resultado de cada modelo avaliado sugere que as empresas precisam adequar-se quanto à aplicação de práticas ambientalmente sustentáveis voltadas a canteiros de obras. Os resultados obtidos na avalição do modelo de GRCC sugerem um distanciamento entre as práticas realizadas nos canteiros e as práticas ambientalmente sustentáveis pretendidas pelo setor. 4.5 RESULTADO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUO - IGR (M³/M²) - E QUANTIDADE DE RESÍDUO REMOVIDO EM QUILOS POR METRO QUADRADO CONSTRUÍDO (KG/M²), POR CANTEIRO O índice de geração de resíduos foi construído a partir do volume (m3) de RCC gerado em cada canteiro, incluído aí o volume estimado até a conclusão da obra. Esse valor total em m3 foi dividido pelo total da área construída em cada canteiro para obtenção do IGR em m3/m2. Os valores obtidos em cada canteiro para RCC gerado, bem como para o estimado, foram informados pelo engenheiro responsável pela obra ou pela área responsável da empresa. Os valores foram calculados considerando que o volume total por obra foi destinado em caçambas de 5 m3 e os IGRs calculados estão apresentados no Quadro 27. 147 Quadro 27 – Resultado por canteiro para índice de geração de resíduos (IGR) Canteiros 3 2 IGR (m /m ) A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 0,216 0,042 0,153 0,226 0,144 0,011 0,178 0,242 N/I N/I 0,020 0,236 1 Não informado Não foram disponibilizados para os canteiros de obra E1 e E2 o volume de RCC gerado e destinado em m3, o que inviabilizou o cálculo do IGR. Os canteiros C2 e F1 não informaram a quantidade de RCC estimada até o final da obra e apenas o volume gerado e destinado até a fase da pesquisa, o que justifica os baixos valores obtidos: 0,011 m3/m2 e 0,020 m3/m2 respectivamente; esses dois valores foram descartados. Para o canteiro A2 os valores solicitados foram informados, mas o cálculo do IGR indicou um desvio muito alto em relação aos demais IGRs calculados por canteiro, e esse valor também foi descartado. Para calcular a quantidade de resíduos removidos em cada canteiro em kg/m2 construído foi utilizado o peso médio de uma caçamba de 5 m3 de RCC retirado da obra, ou seja: 5.000 kg ou 5 toneladas. O peso da caçamba de 5 m3 de RCC foi informado pelas empresas Ecoambiental (ATT em Cuiabá) e por uma transportadora de RCC. Considerou-se então para esse cálculo que 1 m³ de RCC pesa, em média, 1000 kg/m3. No Quadro 28 apresenta-se o resultado final de RCC destinado em kg/m2 construído, por canteiro, e a média de RCC destinado ou removido em kg/m2 construído, para os sete canteiros. 2 Quadro 28 – RCC destinado ou removido em kg/m construído (por canteiro e média geral) Média A1 B1 B2 C1 D1 D1 F2 Canteiros 2 (kg/m ) 2 RCC destinado em kg/m construído 216 153 226 144 178 178 242 199 O resultado da média de RCC destinado ou simplesmente resíduo removido do canteiro em kg/m2 sugere um valor médio de 199 quilos por metro quadrado construído (kg/m2) para edificações novas de obras residenciais de múltiplos pavimentos em Cuiabá, como mostrado no Quadro 28. O levantamento dos dados fornecidos pelas empresas abrangeu cerca de 24 meses, período médio de execução das obras pesquisadas, diluindo-se nesse período as variações circunstanciais da atividade construtiva como o período de chuvas intensas que ocorre anualmente entre os meses de novembro e março em Cuiabá. Para a média calculada de RCC de 199 kg/m2 construído é mostrado no Quadro 29 o comparativo entre o valor utilizado como referência pela Prefeitura 148 Municipal de Cuiabá para elaboração de Projeto de GRCC; o valor utilizado nacionalmente e calculado por Pinto (2005) para quantidade de resíduos a ser removida durante as construções relativa às edificações novas; e o valor calculado na pesquisa para edificações novas na cidade de Cuiabá. 2 Quadro 29 – Comparativo entre valores utilizados para RCC em kg/m para edificações novas 1 PMC apud Souza (2005) Pinto (2005) Pesquisa 120 kg/m² 150 kg/m² 199 kg/m² Comparando-se em relação ao valor calculado pela pesquisa 40% menor 25% menor - 1 Prefeitura Municipal de Cuiabá Comparando-se os valores, os resultados mostram que o valor-referência da Prefeitura Municipal de Cuiabá é 40% menor que o da pesquisa e o valor referência calculado por Pinto é 25% menor que o valor da pesquisa. Cruzando o valor médio calculado de RCC removido, 199 kg/m2, em relação ao resultado da pesquisa para as principais ocorrências de perdas e desperdícios nos canteiros de Cuiabá, obtém-se como resultado: a falta de projeto ou a má qualidade de projeto junto com a incompatibilidade entre projetos, como os primeiros responsáveis, e em segundo lugar, correções de inconformidade com as especificações durante a execução, transporte no canteiro e estoque/armazenamento. Para as dificuldades existentes no canteiro em relação a mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios, são elencadas como três primeiras maiores dificuldades a falta de comprometimento dos subempreiteiros, a rotatividade das equipes e absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho). Os resultados cruzados sugerem que o valor médio calculado de RCC removido de 199 kg/m2 para edificações novas em Cuiabá mantém relação com as dificuldades levantados “in loco”, como fatores contribuintes para o valor obtido. O valor-referência da Prefeitura Municipal de Cuiabá está indicado no modelo disponibilizado pela Prefeitura, AII – Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, e foi encontrado por Souza (2005) apud Rosa Maria Sposto (2006). O valor calculado por Pinto (2005) utiliza registros de diversas Prefeituras Municipais do país relacionados à aprovação de projetos de edificação (alvarás de construção). O valor da pesquisa utiliza dados fornecidos pelas obras. 149 4.5.1 Evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de resíduo removido em kg/m² construído, no período 2011-2013 Apenas as empresas C e D forneceram seus dados para análise da evolução do IGR no período 2011-2013 para uma obra similar à pesquisada e concluída nos dois últimos anos. A empresa C forneceu os dados para o período solicitado e a empresa D forneceu dados de três obras em 2013 e justificou que esses dados passaram a ser medidos a partir de 2013. A empresa F justificou não ter esses dados por não realizar essa medição e as empresas A, E e F não disponibilizaram os dados. Os dados fornecidos pela empresa B para 2011 e 2012 foram descartados por apresentarem desvio de 500% em relação aos dados de 2013 colhidos “in loco”. Ao analisar-se a empresa C, obteve-se para a evolução do IGR um valor 25% menor, ou seja: RCC removido em 2012 passou de 191 kg/m² para 144 kg/m² em 2013, superando a média esperada pela pesquisa de decréscimo de 10% ao ano. Entre os anos de 2011 e 2012 houve acréscimo de 12%, como mostra a Figura 29. RCC removido em kg/m² construído para uma obra/ano Figura 29 – Empresa C – Evolução Uma obra por ano para 2011, 2012 e 2013 200 168 do IGR RCC removido em kg/m² construído. 191 144 100 Empresa C 0 2011 2012 2013 Na análise da empresa D com dados de obras de 2013 a evolução do IGR é de 4% entre RCC removido: 178 kg/m² em uma obra para 171 kg/m² em outra obra. Pela média das obras em 2013 a evolução do IGR foi de 29% a menor, superando a média esperada da pesquisa de 10% ao ano, como mostra a Figura 30. 150 RCC removido em kg/m² construído para três obras em 2013 Figura 30 – Empresa Para três obras em 2013 400 D - Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. 300 178 200 0 2013 2013 171 Empresa D 2013 Com esses resultados não é possível inferir nenhuma tendência para a evolução dos IGRs por empresa e, consequentemente, também não é possível verificar a tendência para RCC removido do canteiro em kg/m² construído, no período de 2011 a 2013. É correto afirmar que a maioria das empresas pesquisadas não tem esses dados. A empresa C é a única em que se pode verificar a tendência. 4.6 COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS FINAIS O Quadro 30 mostra o comparativo por canteiro entre os resultados finais das análises já realizadas. Quadro 30 – Comparativo entre os resultados finais por canteiro Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 Melhorias e inovações (%) 81 59 86 51 75 56 69 61 59 Práticas para GRCC (%) 74 49 57 33 35 44 62 70 52 Modelo de GRCC (média) 7,0 3,2 5,1 3,5 1,9 3,6 4,9 3,9 3,2 2 1 RCC removido (kg/m ) 216 153 226 144 178 242 - E2 46 37 2,7 - F1 62 52 4,6 - F2 42 28 2,6 236 1 Valores descartados ou não fornecidos Em relação à quantidade removida de RCC em kg/m2: os canteiros A1 e B1, modelo de GRCC “regular”, quando comparados aos demais canteiros com modelo de GRCC “insuficiente”, os resultados demonstram que foram removidos 216 kg/m2 no canteiro A1 e 153 kg/m2 em B1. Esses valores que estão associados a modelo de GRCC “regular” são maiores que os valores do canteiro C1, que removeu 144 kg/m2. 151 Comparando-se individualmente: A1, com 216 kg/m², remove maior quantidade de resíduos que os canteiros C1 e D1, 144 kg/m2 e 178 kg/m2 respectivamente. O canteiro B1, também com modelo de GRCC “regular”, remove 153 kg/m2 e esse valor é maior que o do canteiro C1, 144 kg/m2. Assim, para dois canteiros com modelo “regular” há outros dois canteiros com modelo “insuficiente” que removem menos RCC em kg/m2. Os resultados sugerem que a classificação em relação ao modelo não é indicativo de menor remoção de RCC em kg/m2 construído. Comparou-se ainda os resultados das práticas para GRCC nos canteiro A1 e B1, modelo “regular”, com os demais canteiros com modelo “insuficiente”. O canteiro A1, com 74%, supera positivamente todos os outros resultados dos demais canteiros. O canteiro B1, com 57%, supera positivamente oito resultados obtidos nos canteiros, com exceção para os canteiros D1 e D2, 62% e 70% respectivamente. Destacam-se como resultados no canteiro A1: apresentar modelo de GRCC “regular”, atender 74% quanto às práticas para GRCC e remover 216 kg/m2 construído de RCC. O canteiro B1 apresentou modelo de GRCC “regular”, 57% de atendimento quanto às práticas para GRCC e removeu 153 kg/m2 construído de RCC. Destacam-se como resultados para os canteiros C1 e D1: apresentarem modelos de GRCC “insuficientes”, atenderem 35% e 62% respectivamente quanto às práticas para GRCC e removerem 144 kg/m2 e 178 kg/m2 construído de RCC. Os canteiros B2, D2 e F2 apresentaram modelo de GRCC “insuficiente”, atenderam 33%, 70% e 28% quanto às práticas para GRCC e removeram 226 kg/m², 242 kg/m² e 236 kg/m² construído de RCC, respectivamente. Os resultados comparativos, Quadro 30, sugerem que a classificação do modelo quando associado às práticas para GRCC, por canteiro, nem sempre indica para modelo de GRCC “regular” um menor valor de RCC removido em kg/m2, como demonstrado para o canteiro A1. Importante destacar que os comparativos de RCC removido em kg/m2 não invalidam os resultados positivos e superiores dos canteiros A1 e B1, em relação aos demais canteiros, embora esse item deva ser considerado como uma das prioridades na análise da empresa, em relação aos seus resultados. A principal diferença observada a campo entre os canteiros A1 e B1 e que sugere imprimir ao canteiro A1 os melhores resultados individuais em geral, está relacionado à decisão em ter uma mínima rotatividade em sua equipe de obra. No canteiro B1 essa mínima rotatividade é meta e está sendo trabalhada como 152 prioridade. Esses resultados cruzados com as dificuldades com a mão de obra para não gerar perdas e desperdício no canteiro está coerente: é a rotatividade da mão de obra a dificuldade comum e uma das que mais dificulta o segmento da construção civil a obter resultados satisfatórios. Ao comparar-se a média de RCC removido para os modelos “regular”, mesma classificação, os canteiros A1 e B1 apresentam média de 185 kg/m2 e os outros cinco canteiros, modelo de GRCC “insuficiente”, apresentam média de 205 kg/m2. A diferença entre as duas médias calculadas, 10% ou 20 kg/m², sugere que o modelo “regular” em comparação ao modelo “insuficiente” pode gerar uma redução média de RCC removido de 20 kg/m2 construído. No Quadro 31 comparou-se os resultados entre as práticas para GRCC e o modelo de GRCC implantado. Verificou-se que todos os valores abaixo de 50% quanto às práticas para GRCC também obtiveram para o modelo de GRCC uma média calculada abaixo de 5,0; seis canteiros apresentam esses resultados: A2, B2, C1, C2, E2, F2. Para quatro canteiros, D1, D2, E1 e F1, os resultados quanto às práticas para GRCC foram acima de 50%, porém a média calculada para modelo de GRCC abaixo de 5,0. Assim, dez canteiros apresentaram modelos de GRCC “insuficientes”, o que sugere existir uma relação entre os resultados. Somente para os canteiros A1 e B1, com práticas para GRCC acima de 50%, seus modelos de GRCC também apresentaram médias acima de 5,0. Quadro 31 – Comparativo entre os resultados finais de práticas para GRCC e modelo de GRCC Canteiros A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 Melhorias e inovações (%) Práticas para GRCC (%) Modelo de GRCC (média) 2 RCC removido (kg/m ) 81 74 7,0 216 59 49 3,2 1 - 86 57 5,1 153 51 33 3,5 226 75 35 1,9 144 56 44 3,6 - 69 62 4,9 178 61 70 3,9 - 59 52 3,2 - 46 37 2,7 - 62 52 4,6 - 42 28 2,6 236 1 Valores descartados ou não fornecidos Os resultados da avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros servem para avaliar os impactos ambientais positivos causados pelo canteiro e pela empresa na cadeia produtiva da construção. Consegue-se inferir que se o resultado não atinge a nota mínima preestabelecida de 7,5 o modelo de GRCC implantado ainda não contribui com a cadeia produtiva, principalmente quanto às mudanças esperadas para o setor da construção. 153 Reunindo-se os valores obtidos, analisou-se a totalidade dos resultados para todos os canteiros e empresas, conforme demonstrado no Quadro 32. Quadro 32 – Percentual obtido para melhorias e inovações Análise por item de maior ocorrência de percentual abaixo de 50% Empresa/Canteiro MELHORIAS E INOVAÇÕES 1. Apoio e dignificação da mão de obra 2. Organização do canteiro 3. Movimentação de materiais e deslocamentos internos 4. Ferramentas, máquinas e técnicas especiais 5. Segurança do trabalho A B x práticas C para D GRCC. E F A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 70 82 47 58 86 88 58 49 72 73 58 51 77 64 63 61 63 56 52 36 72 74 60 37 80 60 93 53 87 47 73 53 53 40 50 13 80 78 53 86 80 88 49 59 84 97 65 70 61 80 49 80 53 73 43 72 57 70 40 62 6. Comunicações internas 97 48 79 39 39 46 57 61 54 32 48 39 Média por canteiro Média por empresa Empresa/Canteiro PRÁTICAS PARA GRCC 81 59 86 51 75 56 69 61 59 46 62 A1 A2 B1 B2 C1 C2 D1 D2 E1 E2 F1 F2 1. Percepção das políticas ambiental e de qualidade 100 67 33 33 11 11 78 89 44 44 67 22 2. Práticas relacionadas a GRCC 77 35 92 38 50 62 73 69 54 54 73 23 3. Plano de GRCC, caracterização e triagem de RCC 58 42 50 0 58 17 33 67 50 17 25 8 4. Acondicionamento e/ou armazenamento de RCC 5. Transporte e destinação final de resíduos Média por canteiro Média por empresa 80 57 74 30 71 49 50 57 57 50 43 33 40 14 35 70 57 62 70 57 70 70 43 52 40 29 37 50 43 52 30 57 28 70 A 68 B 62 66 C 45 65 D 30 100 44 40 52 E 66 45 42 52 F 40 Para melhorias e inovações ao analisar-se as médias por empresa no Quadro 32, os resultados variaram entre 52% e 70%. Para práticas para GRCC os resultados variaram entre 40% e 62% e acompanharam a tendência de valores menores à medida que as análises avançam de melhorias e inovações para práticas para GRCC. Ao analisar-se por empresa as médias para modelo de GRCC, os resultados variaram entre 3,6 e 5,1 e para RCC removido dos canteiros em kg/m2 construído, os resultados variaram entre 144 kg/m2 e 236 kg/m2, como mostrado no comparativo por empresa para os resultados finais no Quadro 33. Quadro 33 – Comparativo por empresa para os resultados finais. Média geral para resultados finais A B C D E F Média Geral Empresa Melhorias e inovações (%) Práticas para GRCC (%) Modelo de GRCC (média) 2 RCC removido (kg/m ) 70 62 5,1 216 68 45 4,3 190 66 40 2,8 144 65 66 4,4 210 52 45 3,0 1 - 52 40 3,6 236 62 50 3,9 199 1 Valor não fornecido Os resultados sugerem que as seis empresas em Cuiabá atendem seus canteiros de obra com melhorias e inovações entre resultados que variam de 70% a 52% (A, B, C, D, E, F). Quanto às práticas de GRCC, os resultados para as seis empresas variam entre 62% e 40% (A, B, C, E, F). Para o modelo de GRCC 154 implantado o valor médio para as empresas encontra-se entre 5,1 e 2,8 (A,B, C, D, E, F) e para resíduos removidos dos canteiros os resultados estão entre 236 kg/m2 e 190 kg/m2 para cinco das seis empresas pesquisadas (A, B, C, D, F). O melhor resultado de melhorias e inovações fica com a empresa A, 70%; quanto às práticas para GRCC, o melhor resultado é da empresa D, 66%; o melhor modelo de GRCC implantado fica com a empresa A, média de 5,1 e o menor volume de RCC removido em kg/m2 foi encontrado na empresa C, 144 kg/m2, como mostra o Quadro 33. Para as empresas A, C e F considerou-se para RCC removido em kg/m2 o valor fornecido apenas de um canteiro como média da empresa, por descarte do segundo valor e conforme justificado anteriormente. A média geral obtida pelas empresas pesquisadas sugere que o setor trabalha em seus canteiros de obra em Cuiabá com melhorias e inovações atendidas a 62%; práticas para GRCC atendidas em 50%; modelo de GRCC implantado e avaliado em 3,9, “insuficiente” e com remoção de RCC de 199 kg/m2 construído. 155 5 CONCLUSÕES Considerando os resultados obtidos, as obras analisadas contam com 82% dos mestres de obra com experiência entre 10 e 30 anos de trabalho na construção civil, qualificados quanto ao grau de escolaridade, e a pesquisa constatou que quanto mais qualificado, melhor é seu grau de informação para gerar atitudes e percepções em relação ao meio ambiente. Com um bom nível de percepção, observação e consciência ambiental, os mestres indicam que a geração de lixo (resíduos) nas obras é muito grande, embora esse fato expresse para a maioria uma média preocupação. Trabalha-se nos canteiros com mestres de obra, em sua grande maioria, que desconhecem a definição de gerenciamento de RCC e entendem tratar-se apenas de limpeza da obra e/ou destino correto do RCC, o que sugere ausência de um Plano de GRCC para as obras. Dessa forma, para atender à numerosa equipe de colaboradores diretamente vinculada ao mestre de obra e ao processo operacional do GRCC, incluindo-se aí fornecedores e terceirizados, é necessário promovê-lo à condição de multiplicador da correta informação, ou seja: implementar um processo operacional de qualidade para o GRCC passa, necessariamente, pelos mestres de obra como elos fundamentais no processo. O gerenciamento do canteiro de obra, quando medido e analisado a partir das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas, demonstrou que canteiros de uma mesma empresa apresentam resultados com diferença significativa e medidas díspares. Por um princípio gerencial para resultados satisfatórios, as empresas aplicam o mesmo processo de qualidade e produtividade em suas obras. Entretanto, na análise dos resultados obtidos para as seis empesas pesquisadas, observou-se que apenas uma empresa obteve regularidade em seus padrões, sem tendência a grandes variações entre seus canteiros, embora regularidade não represente melhor resultado. De forma geral, a comunicação interna nos canteiros apresentou o pior resultado e como é o canal de difusão de novas idéias e facilitador no dia a dia entre colaboradores e a empresa, sugere o resultado que por não ter sido medida e avaliada essa comunicação, as empresas não estavam atentas quanto à necessidade de visibilidade e facilidade de comunicação nas suas obras, principalmente quanto a manter uma numerosa equipe de colaboradores, uma 156 característica nesses canteiros, em sintonia com as ações planejadas pela empresa. Deduziu-se que esse item interferiu diretamente em todos os demais itens de melhorias e inovações tecnológicas simples e que, se bem atendido, integra com clareza e facilita as atividades nas obras. A partir desses resultados deduziu-se também que o gestor e a equipe de colaboradores que está à frente de cada obra inteferiram de forma pessoal, o que apresentou diferenças tanto quantitativa como qualitativa, para o gerenciamento do canteiro, dentro de uma mesma empresa, ou ainda que a responsabilidade da empresa com os resultados obtidos é proporcional ao controle e monitoramento de seus programas implantados, de seus resultados e das correções necessárias, ou ainda que a ausência desse controle contribuiu para resultados diferentes, dentro de uma mesma empresa. Ao constatar-se nos canteiros que a maioria deles não apresentou resultado satisfatório para a percepção das políticas ambiental e de qualidade da empresa, não tinha plano de gerenciamento de resíduos da construção civil implementados e as práticas e procedimentos relacionadas ao GRCC eram distintas e com resultados díspares, entre canteiros da mesma empresa, mais uma vez pode-se deduzir que as práticas relacionadas ao GRCC são iniciativa dos gestores da obra, dentro da realidade de cada canteiro. Apenas uma empresa, que já mantinha seus resultados dentro de um padrão regular, conseguiu apresentar o mesmo padrão para os resultados quanto ao GRCC. Em relação às respostas para os resultados apurados, algumas são contraditórias, como a afirmação por 83% dos entrevistados que a mão de obra está preparada para não gerar e/ou reduzir RCC em contraposição a uma outra resposta, em que a pesquisa solicitou que indicasse as dificuldades para o GRCC, e uma das maiores dificuldades apontadas foi a falta de treinamento da mão de obra. Em contrapartida, a hierarquia de medidas eficientes solicitadas pela pesquisa para GRCC propõe uma sequência lógica de prioridades: da solicitação da elaboração do plano de GRCC até a promoção de sua melhoria com a colaboração de todos. Os resultados sugerem uma percepção clara pela área técnica da empresa, embora não esgote o tema no atendimento ao canteiro de obra em relação a GRCC. A hierarquia de medidas pode servir como elemento motivador para fomentar a discussão do tema na empresa, associado ao grau de dificuldade apontado pela maioria dos gestores da obra, de alto a muito alto para GRCC . 157 Entende-se como medidas eficientes apontadas pelos gestores das obras encaminhamentos para serem analisados, revisados, acrescentadas novas medidas para decisão a curto e médio prazo, com objetivo de obter soluções para a empresa. Ao associar-se as medidas e as análises entre o gerenciamento do canteiro de obra e o gerenciamento de resíduos da construção civil, ficou evidenciado que resultados “insatisfatórios” obtidos quanto à organização do canteiro e sua logística e comunicações internas tendem a interferir com mesmo grau insatisfatório nos resultados para GRCC. O contrário também é verdadeiro: resultados “satisfatórios” tendem a outros resultados também satisfatórios, ou seja: antes da implementação de qualquer Plano de GRCC é condição primeira identificar, analisar e medir como está o gerenciamento do canteiro de obra, sem o que não será viável implementar GRCC para resultados positivos. A preparação da mão de obra para atuar nesses processos é fundamental e a interrelação medida na pesquisa é facilitadora, tanto para as decisões estratégicas nas empresas visando qualidade e produtividade em seus canteiros de obra como para identificar após implantação, onde encontram-se os gargalos na execução de suas obras e onde há experiências satisfatórias, a serem replicadas para outros canteiros. Para o modelo de gerenciamento de RCC implantado nos canteiros de obras das empresas foi possível constatar, pelas análises, que 82% dos canteiros trabalham com modelo de gerenciamento de RCC insuficiente, sem contribuição ou impacto positivo para a cadeia produtiva da construção. Face a todos os aspectos analisados para as novas edificações na cidade de Cuiabá, os resultados indicaram um valor médio de geração de RCC de 199 kg/m2 construído. Em comparação ao valor nacional mais difundido, de 150 kg/m2 construído, o resultado da pesquisa é 25% maior e comparando-se ao valor divulgado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá para elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC para novas edificações, o valor da pesquisa é 40% maior. As dificuldades presentes nos canteiros de obra demonstram o estágio atual para GRCC, a percepção dos engenheiros em relação às necessidades para gerenciamento da obra e gerenciamento de RCC, a relação direta do tema com a equipe de colaboradores e terceiros e sugere uma demanda reprimida que necessita de um olhar criterioso por parte dos envolvidos e da empresa em busca de solução. Alguns indicativos apontados pela pesquisa como solução passam pela valorização do projeto de layout do canteiro de obra, pela inserção de orçamento 158 específico para gerenciamento de RCC, pela capacitação dos colaboradores e terceiros para esse fim, representando assim tomadas de decisão para temas comuns entre as empresas. Pode-se considerar ainda que ao elevar o nível da questão das dificuldades a um conjunto de necessidades comuns, para GRCC em Cuiabá, a discussão passa então a envolver todo o setor e aqueles diretamente vinculados: terceiros, fornecedores, transportadoras, recicladores, Prefeitura Municipal de Cuiabá, ATT, SindusCon-MT, entre outros, em busca de soluções que pela importância e urgência poderiam ser consorciadas. Ao concluir este estudo, um trabalho iniciado como um desafio diante da complexidade do tema e associado às práticas nos canteiros de obra, encerra-se uma primeira etapa e disponibiliza-se às empresas participantes um caminho mapeado por canteiro, com análises que possibilitam implementar estratégias e ações ao alcance de cada empresa e dentro da realidade de cada canteiro. Da mesma forma, para empresas não participantes da pesquisa, as análises são referências atuais para soluções e dificuldades enfrentadas pelo segmento estudado. Os questionários aplicados foram necessários para traduzir a complexidade do tema e servir como instrumento facilitador na resolução da situação-problema. Todos os questionários podem ser aplicados separadamente, sequenciais ou não, mas só a integração entre os mesmos permite observar a situação-problema em sua justa amplitude. Para futuros trabalhos são diversas as possibilidades de pesquisa que abordem: a) a percepção dos colaboradores quanto ao GRCC em canteiros de obra; b) o aprimoramento em canteiros de obra para caracterização, triagem e acondicionamento e/ou armazenamento temporário de RCC; c) os resultados das implantações de planos de GRCC em canteiros de obra; d) estudo de mercado para implantação de uma bolsa de RCC em Cuiabá; e) relação entre o padrão de construção e um melhor gerenciamento de resíduos da construção civil. 159 REFERÊNCIAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004: Resíduos Sólidos – classificação. 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Lei n° 4.949 de 05 de janeiro de 2007, Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos e o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, nos termos da Resolução Conama n° 307 e dá outras providencias. Publicado na Gazeta Municipal, no 825 , 05 de janeiro de 2007, Cuiabá, MT. _______. Secretaria Municipal de Meio Ambiente, SMADES. Decreto n° 4.725 de 01 de outubro de 2008. Dispõe sobre a implementação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, instituído pela Lei n°4.949, de 05 de janeiro de 2007 e dá outras providencias. ________. Secretaria Municipal de Meio Ambiente. SMADES. Decreto n° 4.761 de 19 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre a regulamentação da Lei n° 4.949, de 05 de janeiro de 2007. Institui o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, incorporado ao Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos de Construção Civil e de Resíduos Volumosos, nos termos da Resolução Conama n° 307, de 05 de julho de 2002. 168 PUCCI, R. B. Logística de Resíduos da Construção Civil Atendendo à Resolução CONAMA 307. 2006. 137 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Departamento de Engenharia de Transportes, São Paulo, 2006. ROTH, Caroline das Graças. Resíduos Sólidos da Construção de Edificações. 2008. 126 p. Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, Paraná, 2008. SABBATINI, F. H. Desenvolvimento de Métodos, Processos e Sistemas Construtivos: Formulacao e Aplicacao de uma Metodologia. 1989. 321p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989. SANTOS, A. 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Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 1997. 170 APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE ATUAÇÃO CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE ATUAÇÃO Prezado(a) Senhor(a), nossa pesquisa está sendo realizada para identificar e avaliar o modelo implantado para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), nos canteiros das empresas construtoras de obras residenciais de múltiplos pavimentos na cidade de Cuiabá. Esta pesquisa está sendo realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental/PPGEEA/UFMT para uma dissertação de mestrado. A sua colaboração é fundamental para o êxito do trabalho. Todos os questionários tem base acadêmica e não será feita qualquer identificação da empresa na apresentação dos resultados. Por sua relevante participação, nossos agradecimentos. 1.Quem responde o questionário/cargo?____________________________________________ 2.Razão Social________________________________________________________________ 3.Endereço da matriz___________________________________________________________ 4.Endereço da unidade__________________________________________________________ 5.Número de empregados da empresa (colocar por função empresarial) Em obra Administrativo Próprios_______________ Próprios_______________ Terceirizados___________ Terceirizados___________ 6.Porte da empresa (pelo número de empregados existentes) ( )Micro - 0 a 9 empregados ( )Médio - 100 a 499 empregados ( )Pequeno - 10 a 99 empregados ( )Grande - 500 ou mais empregados 7.Porte da empresa (faturamento anual) ( )Pequeno – até R$ 2.133.222,00 ( )Médio – superior a R$ 2.133.222,00 e inferior a R$ 12.000.000,00 ( )Grande – superior a R$ 12.000.000,00 8.Segmento(s) de atuação na construção civil ( ) Estruturas metálicas e instalações industriais ( ) Empreitada de mão de obra ( ) Edificações comerciais, industriais e de serviços ( ) Empreitada de serviços ( ) Edificações residenciais ( ) Infraestrutura ( ) Edificações públicas ( ) Outro Segmento ( ) Projetos de engenharia e arquitetura ( ) Incorporação e vendas de imóveis Especificar :____________________ 9.Público Alvo Quanto ao tipo de empreendimento residencial de múltiplos pavimentos ( ) de alto padrão ( ) de padrão normal ( ) de padrão popular Quanto ao segmento da demanda ( ) classe alta ( ) classe média ( ) população de baixa renda 10.Tipo de clientes que a empresa atende ( ) outras construtoras ( ) incorporadoras de edifícios ( ) órgão público ( ) consumidor final ( ) pessoa jurídica do setor privado ( ) outros: _______________________ 11. Tempo de atuação da empresa no mercado:__________ano(s) e _________mes(es) 1 12. Quantidade de obra/empreendimentos - (nº/m²) - número total de obra / total em m² 1 Entregues em 2011(nº/m²) ______________ Entregues em 2012 (nº/m²)?______________ Em execução em 2013 (nº/m²)?___________________________________________________ Em execução com entrega prevista em 2014 (nº/m²)?__________________________________ 171 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 01 – PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) NOS CANTEIROS DE OBRA CONSTRUTORA: OBRA: 1.Quanto tempo de trabalho na construção civil? 2.Qual seu grau de escolaridade? Menos de 3 meses Entre 3 e 6 meses Entre 6 meses e 1 ano Entre 1 a 5 anos Entre 5 a 10 anos Entre 10 a 20 anos Entre 20 a 30 anos Mais de 30 anos Fundamental Incompleto Fundamental Completo Médio ou Técnico Incompleto Médio ou Técnico Completo Superior Incompleto Superior Completo 3.Você faz separação do lixo da sua casa? ( )SIM ( )NÃO Por que?________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 4.Em sua opinião , a quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra é: (escolha sua opção e atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação). Opção Nota Muito Grande Grande Normal Pequena Muito Pequena 5.O que você entende por gerenciamento de resíduos da construção civil? (escolha e marque as alternativas) Separação dos vários tipos de lixos Amazenamento em caçambas e containers Destino correto Limpeza do canteiro de obras Todas as alternativas acima 6.Em sua opinião, quais os fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a execução dos serviços na obra? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação). Fatores Diminui a produção na obra Trabalho não remunerado Falta de tempo Falta de conscientização ambiental Falta de regras da empresa Falta de incentivos Ausência de treinamento Faltam locais específicos para acondicionamento na obra Outras prioridades da obra Nota (Produz menos na obra) (Não recebe nada por isso) (Não tem tempo para fazer) (Não é import. p/a natureza) (A empresa não obriga) (Empresa não solicita, premia) (Falta treinamento p/ isso) (Faltam locais próprios na obra) (Atividades mais importantes) 172 CONSTRUTORA: OBRA: 7.Quais os fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no canteiro de obras? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação). Falta de espaço no canteiro de obras Falta de infraestrutura necessária Falta de recursos financeiros Ausência de treinamento Falta de conscientização ambiental Falta de regras da empresa Falta de incentivos Trabalho não remunerado Custos de caçambas, containers,etc Outras prioridades da obra (Falta de locais adequados) (Falta de dinheiro e investimentos para isso) (Falta treinamento para isso) (Não é importante para a natureza) (A empresa não obriga) (A empresa não solicita, premia) (Não recebe nada por isso) (Depósitos apropriados são caros) (Existem atividades mais importantes) 8.Em sua opinião, qual deveria ser o destino dado para os resíduos da obra? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação). Reutilização na própria obra Terrenos baldios Empresas de coleta Pedreiras desativadas ou em funcionamento Ecopontos do município Aterros sanitários Lixeiras Aterros de inertes Margem de rios, córregos, lagoas Reciclagem (Usar de novo na obra) (Terrenos abandonados) (Exemplo: catadores cadastrados) (Pedreiras fechadas) (Postos de coleta do município) (Onde se deposita o lixo orgânico da cidade) (Cestos de lixo) (Terrenos que podem receber o resíduo sólido, exceto gesso) (Tratar papéis, embalagens, plásticos,concreto. etc) 9.Em sua opinião, a limpeza da obra deve ser feita? (escolha e marque as alternativas. Atribua uma nota 1, 2, 3, 4, 5. Nota 1 = menor preocupação, Nota 5 = maior preocupação). Uma vez a cada quinze dias Uma vez por semana Duas vezes por semana Todos os dias Quando necessário 10.Em sua opinião, o que pode ser feito para a redução dos resíduos da sua obra? 173 APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO 02 – LEVANTAMENTO CANTEIROS DE OBRA PARA GERENCIAMENTO DE DE PRÁTICAS RESÍDUOS E DA PROCEDIMENTOS EM CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) CARACTERIZAÇÃO DA OBRA Quem responde o questionário/cargo?__________________________________________________ Nome da Obra_____________________________________________________________________ Localização(endereço)_______________________________________________________________ Tipo residencial múltiplos pavimentos Nº de torres_______ Nº de pavimentos______ Área construída(m²)__________ Data início da obra____________ Data fim da obra_____________ 1.PERCEPÇÃO DAS POLÍTICAS AMBIENTAL E DE QUALIDADE DA EMPRESA 1. A política existente na empresa menciona aspectos relacionados à prevenção do meio ambiente? 2.Os objetivos e metas estabelecidos incluem referências à preservação ambiental? 3.Há procedimentos que incluem medições de algum aspecto ambiental? A empresa está preparada? (questões 4 a 9) 4.Para minimizar o consumo de recursos (conservar, evitar o desperdício)? 5.Para maximizar a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes)? 6.Usar recursos renováveis ou recicláveis (renovar, reciclar)? 7.Proteger o meio ambiente para toda ação com probabilidade de impacto ambiental? 8.Criar um ambiente saudável e não tóxico com compras para produtos que agridam menos o meio ambiente, não tóxicos? 9.Buscar a qualidade na criação do ambiente construído (aumentar a qualidade)? 10.A empresa possui qual Programa ou Certificação ? A quanto tempo? ( )Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat/PBQP-H.................. ( )Nível A ( )Nível B ( )Nível C ( )Nível D Tempo______________ ( )Certificado de Gestão de Qualidade ISO 9001 Tempo______________ ( )Outros Citar_________________________________ Tempo______________ 2.PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS RELACIONADAS A GRCC NOS CANTEIROS 1.Realiza compatibilização de projetos antes do início das obras? 2.Possui projeto de implantação do canteiro? 3.Durante o planejamento do canteiro procura minimizar a supressão da vegetação local? 4.A logística do canteiro visa reduzir as distâncias de transporte? 5.Possui procedimentos para garantir a compra sócio e ambientalmente responsável? 6.Dá preferência a fornecedores locais? 7.Realiza controle de perdas nos canteiros? 8.Possui projeto de controle da qualidade interna da construção? 9.Possui sistema de prevenção contra contaminação do solo? 10.Realiza tratamento de efluentes dos canteiros? 11.São lançados resíduos na rede coletora pluvial? 12.São lançados resíduos na rede coletora de esgoto? 13.Existem procedimentos especiais para o manuseio e descarte das substâncias tóxicas utilizadas no canteiro? 14.Existe alguma coleta especial de resíduos? 15.A empresa já recebeu reclamações da comunidade vizinha às suas obras com relação a emissão de poeira? 16.Os procedimentos para estocagem de materiais contemplam minimizar a geração de poeira em estoque? SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO NÃO SIM NÃO 174 2.PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS RELACIONADAS A GRCC NOS CANTEIROS (CONTINUAÇÃO) 17.Existem procedimentos especiais para estocagem de materiais evitando que sejam SIM NÃO carregados pela chuva, por exemplo? 18.Existe procedimento para estocagem dos materiais? SIM NÃO 19.É vetada a estocagem de materiais nas calçadas e vias públicas, mesmo SIM NÃO temporariamente? 20.São acompanhadas as entregas de materiais, em especial do concreto usinado, SIM NÃO evitando o despejo de resíduos em calçadas e ruas? 21.Há coleta seletiva no canteiro? SIM NÃO 22.Existe a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar, reciclar) implantada no canteiro? SIM NÃO 23.Existe rotina que garanta a limpeza do canteiro mantémdo-o em boas condições de higiene e segurança? SIM NÃO 24.A mão de obra foi preparada para não gerar e/ou reduzir resíduos da construção SIM NÃO civil no canteiro? 25.A empresa já desenvolveu algum treinamento ou ação educativa voltada ao meio SIM NÃO ambiente junto aos colaboradores? 26.Os subempreiteiros estão incluídos no treinamento dos colaboradores? SIM NÃO 27.Os subempreiteiros recebem alguma orientação que contribua para a redução do SIM NÃO desperdício de materiais na execução das tarefas? 3.PLANO DE GRCC, CARACTERIZAÇÃO E TRIAGEM DE RCC 1.A obra possue um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil SIM NÃO (PGRCC) para os canteiros da empresa? 2.Monitora a execução do PGRCC? SIM NÃO 3.A empresa contratou a elaboração do PGRCC? SIM NÃO 4.Para implantação do PGRCC o que foi considerado? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior importância 2, 3, ....) ( )Exigência de órgãos fiscalizadores ( )Melhoria e controle nos processos construtivos da empresa ( )Melhor imagem da empresa junto aos seus clientes ( )Para acompanhar as mudanças de mercado ( )Em respeito ao meio ambiente ( )Outro. Especifique_________________________________ 5.A empresa possui listagem dos tipos de resíduos gerados em suas obras? SIM NÃO 6.A empresa possui listagem dos produtos perigosos ou poluentes utilizados em suas SIM NÃO obras? 7.O canteiro utiliza resíduos de outras indústrias na sua própria produção? SIM NÃO 8.Os colaboradores estão preparados para caracterizar os resíduos? SIM NÃO 9.É realizada algum tipo de classificação dos resíduos gerados, ou seja, há triagem no SIM NÃO canteiro? 10.Existe a separação dos resíduos em classes A, B, C, D? SIM NÃO 11.É utilizado código de cores para identificar os diferentes tipos de resíduos? SIM NÃO 12.Se não, é possível classificar os resíduos gerados? SIM NÃO 13.Como é feita essa separação?________________________________________________ 14.É feito o reaproveitamento de algum resíduo no próprio canteiro? SIM NÃO 15.Quais suas maiores dificuldades em relação ao plano, caracterização e triagem dos resíduos? a)_______________________________________________________________________________ b)_______________________________________________________________________________ c)_______________________________________________________________________________ d)_______________________________________________________________________________ e)_______________________________________________________________________________ f)_______________________________________________________________________________ 175 4.ACONDICIONAMENTO E/OU ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO DE RCC 1.Utiliza-se acondicionamento e/ou armazenamento para assegurar tanto quanto seja SIM NÃO possível as condições de reutilização e reciclagem dos resíduos? 2.Os resíduos perigosos são acondicionados em recipientes que garantam a vedação SIM NÃO e prevenção de vazamento e/ou contaminação do solo? 3.Os resíduos estão devidamente identificados quanto a sua natureza, grau de risco e SIM NÃO outras orientações necessárias? 4.Se não, é possível acondicionar os resíduos perigosos adequadamente? SIM NÃO 5.Existe área de armazenamento temporário dentro do canteiro? SIM NÃO 6.Existem baias de resíduos seguindo sua classificação? SIM NÃO 7.Os resíduos ficam depositados em local adequado de forma a não prejudicar a SIM NÃO segurança e circulação de materiais e pessoas? 8.Os resíduos estão armazenados em locais que eliminam a possibilidade de mistura SIM NÃO com solo argiloso? 9.Os resíduos estão protegidos da chuva ou tem cobertura com lona? SIM NÃO 10.O entulho é transportado para o térreo por equipamento adequado? SIM NÃO Quais?_______________________________________________________________ 11. Quais suas maiores dificuldades em relação a acondicionamento e armazenamento temporário dos resíduos? a)_______________________________________________________________________________ b)_______________________________________________________________________________ c)_______________________________________________________________________________ 5.TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RCC 1.O transporte é executado com prévio conhecimento dos seus riscos e suas SIM NÃO características de manuseio? 2.Os colaboradores envolvidos com essa atividade utilizam todos os equipamentos de SIM NÃO proteção individual (EPI`s) para sua segurança? 3.Os transportadores são devidamente licenciados para essa atividade? SIM NÃO 4.A construtora utiliza transporte próprio para os resíduos gerados? SIM NÃO 5.Há reutilização de resíduos entre as obras em execução da construtora? SIM NÃO 6.Que tipo de resíduo, para que serviço?_________________________________________________ 7.Quem realiza esse transporte? ( )Transportador licenciado ( ) Construtora 8.A empresa monitora a destinação final de seus resíduos? SIM NÃO 9.A empresa monitora a quantidade de resíduos gerados e retirados da obra em relação a quantidade planejada no PGRCC? SIM NÃO 10.Quantas empresas transportadoras são utilizadas para transportar os resíduos gerados? ( )01 ( )02 ( )03 ( )04 11.Especifique as classes de resíduos por transportadora___________________________________ 12.Com que frequência os resíduos são coletados e transportados da obra para sua destinação final? ( )diária ( )semanal ( )quinzenal ( )mensal ( )outra__________________________ 13.Para os resíduos gerados na obra quais as destinações finais desses resíduos? (marque as X na opção, nas classes e no uso) Opção ( )Aplicação na própria obra? Classe (A) (B) (C) (D).........( )Reutilização Classe (A) (B) (C) (D)........( )Reciclagem ( )Usos diversos em outras obras? Classe (A) (B) (C) (D).........( )Reutilização Classe (A) (B) (C) (D)........( )Reciclagem ( )Destinação final? Classe (A) (B) (C) (D).........( ) ATT ( )__________________________________ 14.Qual a fase da obra e percentual já executado?_______________________________________ 15.Qual a quantidade de RCC destinado até a fase da obra atual (m³)?______________________ 176 5.TRANSPORTE E DESTINAÇÃO FINAL DE RCC (CONTINUAÇÃO) 16.Qual a quantidade estimada de RCC a ser destinada até final da obra (m³) ?_______________ 17.Quais resíduos são vendidos, reutilizados, reciclados, doados, outros usos (cite). Indique % de aproveitamento do resíduo Resíduo Vendido Reutiliza Recicla Doado Outros % Aproveitam. Percepção do total da ação em relação ao total de resíduos gerados na obra (%) = 18.Quais resíduos são mais difíceis de descartar ? Porque? 19.Quais suas maiores dificuldades em relação a transporte e destinação final dos resíduos? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)________________________________________________________________________________ 6. GRAU DE DIFICULDADE E INDICAÇÃO DE MEDIDAS EFICIENTES PARA GERENCIAMENTO DE RCC 1.Classifique o grau de dificuldade para o gerenciamento de RCC no seu canteiro de obra (marque a alternativa) ( ) Muito alto ( ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo ( ) Muito Baixo 2.Qual seria a hierarquia de medidas eficientes para o gerenciamento de RCC no seu canteiro? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)________________________________________________________________________________ g)________________________________________________________________________________ h)________________________________________________________________________________ 7.PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE PERDAS E DESPERDÍCIOS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA 1.Quais as principais ocorrências de perdas e desperdícios no canteiro? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente) ( )Falta de projeto ou má qualidade do projeto ( )Incompatibilidade entre projetos ( )Alteração do projeto ( )Compras superdimensionadas ( )Falta de programação/controle de materiais ( )Processamento em si (acima do estimado) ( )Transporte no canteiro ( )Estoque/armazenamento no canteiro ( )Correções de falhas construtivas pós-entrega e dentro do prazo de garantia ( )Correções de inconformidade com as especificações, durante a execução 177 7.PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DE PERDAS E DESPERDÍCIOS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA (CONTINUAÇÃO) 2.Quais as maiores dificuldades existentes no seu canteiro em relação a mão de obra, perdas e desperdícios ? (numerar na ordem que ocorrem, sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente) ) ( )Absenteísmo (habitualmente não realiza obrigações referentes ao seu trabalho) ( )Falta de comprometimento dos subempreiteiros ( )Falta de comprometimento da equipe de empregados próprios ( )Rotatividade das equipes ( )Falta de controle sobre a produção das etapas de serviços ( )Falta de programação para mão de obra ( )Falta de projeto do produto e de planejamento dos sistemas de produção 3.O que falta para preparar a mão de obra para não gerar e/ou reduzir RCC? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ 4.Quais os materiais que geram maior índice de resíduos na sua obra? (numerar na ordem que ocorrem sendo 1 a maior ocorrência, 2, 3, .... sucessivamente ) ( )Concreto ( )Cimento ( )Agregados (areia e brita) ( )Blocos(de concreto e cerâmico) ( )Argamassa ( )Telha cerâmica ( )Chapas de compensado para formas ( )Cal Hidratada ( )Cerâmica (revestimento piso e parede) ( )Vidros ( )Tintas(PVA e acrílicas) ( )Material Elétrico ( )Material Hidráulico(tubos conexões PVC) ( )Gesso ( )Madeira 5.Que inovações tecnológicas foram implantadas no canteiro para minimizar perdas e desperdícios? a)________________________________________________________________________________ b)________________________________________________________________________________ c)________________________________________________________________________________ d)________________________________________________________________________________ e)________________________________________________________________________________ f)_________________________________________________________________________________ g)________________________________________________________________________________ h)________________________________________________________________________________ i)_________________________________________________________________________________ GOSTARIA DE FAZER ALGUM COMENTÁRIO SOBRE O TEMA DA PESQUISA? INFORMACÃO COMPLEMENTAR - OBRAS CONCLUÍDAS PELA EMPRESA 2012 - Nº de torres/pavimentos_____Área construída(m²)_______RCC total destinado(m³)__________ 2011 - Nº de torres/pavimentos_____Área construída(m²)_______RCC total destinado(m³)__________ 178 APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO 03 – AVALIAÇÃO RESÍDUOS DA DO MODELO CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) IMPLANTADO NOS DE GERENCIAMENTO CANTEIROS DE OBRA DE DA EMPRESA CONSTRUTORA: OBRA: 1.É pensado na prevenção do risco de inundação nas áreas suscetíveis, limitando a propagação de poluentes que contribuem para o entupimento das galerias de águas pluviais? (R1) A empresa não implantou (R2)A empresa lança as águas pluviais nos meios fios (R3) A empresa lança as águas pluviais nas galerias de águas pluviais (R4)A empresa lança o excesso de água em áreas permeáveis do solo (R5)A empresa aplica todas as estratégias acima citadas 2.Durante a implantação de um novo empreendimento há grande liberação de material particulado que prejudica o meio ambiente da vizinhança. Existe algum procedimento para minimizar este impacto? (R1)A empresa não aplica estratégias de minimização de emissão de material particulado (R2) A empresa aplica algum procedimento para redução da emissão de material particulado (R3)A empresa utiliza algum sistema construtivo diferenciado visando reduzir a emissão de materiais particulados (R4)A empresa consegue medir a emissão de materiais particulados (R5)A empresa aplica estratégias de redução da emissão de materiais particulados com base na medição realizada 3.São tomadas medidas preventivas para evitar risco de contaminação sanitária aos vizinhos do novo empreendimento? (R1) A empresa não implantou medida de prevenção (R2)A empresa faz a coleta adequada do lixo orgânico (R3) A empresa executa fossa séptica caso não exista rede de esgoto (R4)A empresa segue as duas soluções acima (R5)Se o canteiro de obra não causar nenhum risco sanitário à sua vizinhança 4.Os produtos especificados para os sistemas e processos construtivos do empreendimento são provenientes de empresas que possuem o selo de qualidade ISO 14000? (R1) A empresa não adquire materiais de empresas certificadas pela ISO 14000 (R2) A empresa adquire pelo menos 5 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R3) A empresa adquire pelo menos 10 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R4) A empresa adquire pelo menos 15 produtos de empresa certificada ISO 14000 (R5) A empresa adquire mais de 20 produtos de empresa certificada ISO 14000 5.O produto selecionado quando não possui selo de qualidade tem que possuir pelo menos uma das opções abaixo? ( a )aprovação técnica pelo IPT ou pelo selo SINAT do PBQP-H ( b )certificado segundo uma das modalidades de certificação do produto definidas pelo Inmetro (modelo 1 a modelo 8) ( c )a empresa construtora que vai usar o produto deve possuir sistema de gestão que garanta a sua inspeção no ato do recebimento, de modo a recusar produtos não conformes. ( d )devem estar em conformidade com um dos quatro critérios acima Respostas (R1) A empresa não possui nenhuma exigência (R2) A empresa possui uma das exigências (R3) A empresa possui duas das exigências (R4) A empresa possui três das exigências (R5) A empresa possui três das exigências e possui selo de qualidade e/ou certificação 179 6.O cimento utilizado no canteiro de obra possui selo da ABCP? (R1) Não possui selo da ABCP (R2) Não possui selo da ABCP mas adquire eventualmente com selo (R3) Compra com selo e sem selo da ABCP (R4) Possui selo da ABCP mas adquire eventualmente sem selo (R5) Possui selo ABCP 7.É feita uma seleção adequada dos materiais e fornecedores levando em consideração a redução dos impactos ambientais na sua produção, especialmente aquelas relacionadas à emissão de gases contribuintes (R1) A empresa não faz seleção de materiais e fornecedores que leva em consideração a redução de impactos ambientais (R2) A empresa tem cadastro de fornecedores considerados ambientalmente corretos (R3) A empresa possui uma relação de materiais que causem baixo impacto ambiental (R4) A empresa seleciona os fornecedores levando em consideração a limitação dos impactos ambientais (R5) A empresa só utiliza materiais com estas características de redução dos impactos ambientais 8.A empresa tem conhecimento das características ambientais da fabricação e utilização dos diversos tipos de cimento? Solicita um cimento que cause menos impacto ambiental durante o processo de fabricação? (R1) A empresa não tem conhecimento do processo de fabricação (R2) A empresa conhece o processo de fabricação e os impactos que são gerados durante o processo de fabricação (R3) A empresa faz um controle de uso do cimento no canteiro evitando desperdício (R4) A empresa utiliza cimento de baixo impacto ambiental (R5) Se atender todas as três exigências anteriores 9.Em média, a empresa compra os materiais de construção de fabricantes e fornecedores em geral localizados em um raio menor de 800km do local da obra? (R1) A empresa não tem conhecimento da distância de procedência dos materiais adquiridos no canteiro de obra (R2) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 2000 Km (R3) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 1500 Km (R4) A empresa adquire materiais de fornecedores com distância superior a 1000 Km (R5) A empresa adquire materiais de fornecedores dentro do raio de 800 Km 10.A empresa compra madeira certificada ou de reflorestamento? (R1) A empresa não compra madeira certificada ou de reflorestamento (R2) A empresa apresenta alguma maneira de otimizar a utilização da madeira em obra, como exemplo um projeto de forma que contenha um número de reaproveitamento das peças evitando cortes desnecessários (R3) A empresa apresenta estratégias de reaproveitamento da madeira (R4) A empresa só compra madeira certificada ou de reflorestamento (R5) Segue todas as especificações acima citadas 11.A empresa sabe a procedência dos agregados? Os agregados utilizados nos canteiros de obra são materiais reciclados? (R1) A empresa não tem conhecimento (R2) A empresa apresenta alguma maneira de otimizar a utilização do agregado, mas desconhece a procedência e não utiliza materiais reciclados. (R3) A empresa utiliza agregado reciclado (R4) A empresa consegue transformar os resíduos classe A como agregado (R5) A empresa segue todos os itens citados 180 12.A empresa utiliza sistema de aço cortado dobrado? Caso não utilize este sistema, a empresa reutiliza os resíduos de aço? (R1) A empresa não utiliza sistema industrializado e não tem nenhum conhecimento para possibilidade de reaproveitamento das pontas de aço (R2) A empresa utiliza uma parte dos resíduos de aço no canteiro e a parte total restante dos resíduos é vendida. (R3) A empresa utiliza todo o resíduo de aço no canteiro e em outras etapas de execução (R4) A empresa utiliza todo o resíduo de aço no canteiro (R5) A empresa sempre utiliza sistema de aço cortado e dobrado – sistema industrializado 13.Durante a execução do revestimento cerâmico de piso ou de parede, a empresa executa projetos detalhados de paginação a fim de evitar desperdício? Se não, é feito um estudo de início de partida para execução do revestimento? O resíduo do revestimento cerâmico é aproveitado para alguma outra finalidade? As embalagens dos revestimentos cerâmicos são reciclados ou reutilizados dentro ou fora do canteiro? (R1) Não existe projeto de paginação e não é feito um estudo adequado de início de assentamento (R2) É feito um estudo de início de assentamento de revestimento cerâmico com a intenção de reduzir as perdas do revestimento cerâmico (R3) Um projeto de paginação foi utilizado para execução de revestimento a fim de reduzir desperdícios (R4) Todo resíduo de revestimento cerâmico não é tratado como resíduo e descartado; é reaproveitado na obra como talisca de reboco e na execução de banheiros de canteiros de obra de outros empreendimentos. (R5) Segue uma padronização de reaproveitamento dos resíduos das cerâmicas assim como das embalagens dos revestimentos, buscando reduzir os impactos ambientais e buscar algum retorno financeiro com este reaproveitamento 14.Durante as etapas de execução são tomadas medidas para reduzir a produção de resíduos na origem ou tem reaproveitamento dentro do canteiro de obra de pelo menos 50% dos resíduos durante a fase de construção? (R1) A empresa não toma medidas para reduzir a produção de resíduos (R2)A empresa apresenta um plano de execução das etapas de serviço focando a otimização dos materiais a fim de reduzir a geração de resíduos (R3)A empresa apresenta um plano de reaproveitamento de resíduos de classe A (R4)A empresa já consegue reciclar ou reutilizar todos os resíduos de classe A (R5)A empresa segue todos os itens acima 15.A empresa utiliza a ferramenta P+L (Produção mais Limpa) ou algum outro tipo de ferramenta para diagnosticar as causas das perdas e geração de resíduos? (R1) A empresa não utiliza ferramenta para diagnosticar as causas das perdas (R2)A empresa executa um diagnóstico das etapas de serviço (R3) A empresa possui índices de perdas considerado aceitável servindo de Benchmark (R4)A empresa após a elaboração do diagnóstico das perdas, aplica ações para reduzir essas perdas. (R5)A empresa consegue realmente reduzir essas perdas com apresentação de resultados práticos 16.É feita uma definição e implementação de estratégia de meios permitindo limitar os incomôdos do canteiro com medidas justificadas e satisfatórias? Tais como: incômodos sonoros, incômodo visual, incômodos devido à circulação de veículos, incômodos devido ao material particulado, à lama, aos derramamentos de concreto? (R1) Nenhuma medida é tomada (R2) Pelo menos uma medida é tomada (R3) Pelo menos duas medidas são tomadas (R4) Pelo menos três medidas sào tomadas (R5) Acima de três medidas são tomadas 17.É feita uma definição e implementação de uma estratégia de meios permitindo limitar a poluição causada pelo canteiro com medidas justificadas e satisfatórias tais como: poluição do solo e subsolo, poluição da água, poluição do ar? (R1)A empresa não implantou medidas de redução da poluição, acima citados (R2) A empresa implantou uma medida (R3) A empresa implantou duas medidas (R4) A empresa implantou três medidas (R5) A empresa implantou mais de três medidas 181 18.A empresa ministra palestra de sensibilização e conscientização sobre resíduos da construção civil e seu gerenciamento nos canteiros de obras? (R1)A empresa não possui um planejamento de palestras com esta finalidade (R2)A empresa ministra uma palestra por ano (R3)A empresa ministra pelo menos duas palestras no ano (R4)A empresa ministra pelo menos três palestras no ano (R5)A empresa ministra mais que quatro palestras no ano 19.A empresa classifica os resíduos provenientes da fase de execução por sua natureza? (R1) A empresa não faz a segregação e classificação dos resíduos (R2)A empresa elabora um projeto de canteiro com as áreas destinadas a resíduos (R3)A empresa elabora um projeto de canteiro com as áreas destinadas a resíduos e segue a Resolução do CONAMA 307 (R4)A destinação do entulho classe A tem a destinação do órgão competente (R5)O resíduo é reciclado no próprio canteiro com a finalidade de diminuir o impacto ambiental negativo da geração de entulho. 20.Durante as etapas construtivas de uma edificação sempre há geração de resíduos. É feita a classificação de resíduos de produção de serviços? (R1)O resíduo gerado não é medido por etapa construtiva (R2)No projeto de canteiro existe um local reservado para destinação de resíduos(baias de resíduos) (R3)O entulho é separado e mensurado por serviços executados (R4)Se a empresa consegue medir em qual etapa de serviço está sendo gerado mais entulho?_____________________________________________________________________ (R5)O resíduo é reciclado ou reutilizado no próprio canteiro com a finalidade de diminuir o impacto ambiental negativo de geração de entulho 21.Existem medidas para favorecer a triagem na fonte geradora? Estimular a triagem de resíduos na fonte geradora? (R1) Nenhuma medida é aplicada no canteiro de obra (R2)No projeto de canteiro existe um local reservado para destinação de resíduos (baias de resíduos) (R3)Existe uma equipe para separação dos entulhos (R4)Se houver as baias de resíduos e se a empresa já tem algum contato com empresas de reciclagem para que possam fazer a coleta e fazer a reciclagem (R5)Se os três itens anteriores forem seguidos 22. A empresa/canteiro de obra conhece a destinação final dos seus resíduos? (R1) A empresa não tem conhecimento do local de descarga dos resíduos (R5)A empresa tem conhecimento do local legalizado de descarga dos resíduos 23. O canteiro de obras consegue cumprir e assegurar quais dessas etapas para o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC): Caracterização, Triagem, Acondicionamento/Armazenamento Temporário, Transporte, Destinação Final? (R1)Não existe gerenciamento de RCC no canteiro de obra (R2)Existe para duas das etapas (R3)Existe para três das etapas (R4)Existe para quatro das etapas (R5)Existe gerenciamento de RCC para todas as etapas no canteiro de obra 182 ANEXO I – LISTAGEM MODIFICAÇÕES, MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES 1. APOIO E DIGNIFICAÇÃO DA MÃO DE OBRA 1. Sala de aula no canteiro S N EI 23. Uniformes S N EI 2. Sala para palestras, vídeos, S N EI 24. Crachá S N EI manisfestações artísticas, jogos S N EI 25 S N EI 3. Consultório médico e dentário S N EI 4. Plano de saúde S N EI 5. Café da manhã S N EI 6. Refeições S N EI 7. Refeitório limpo e organizado S N EI Refeitório com mesas individuais S N EI 8. 9. Manual de recepção do operário no canteiro 26. Noções de educação, cidadania e S N EI civilidade 27. Integração entre operários das S N EI diversas obras da empresa 28. Visita a outras obras S N EI e assentos em número suficiente 29. Polivalência dos operários S N EI para os usuários 30. Eliminação da hora extra S N EI 31. Trabalho em grupos S N EI 32. Pagamento por tarefa grupal S N EI Refeitório com piso de concreto S N EI cimentado ou equivalente 10. Aquecedor de marmita ou fogão S N EI 33. Aumento do salário base S N EI 11. Refrigerador S N EI 34. Premiação por tarefas e S N EI 12. Depósito com tampa para detritos S N EI 13. Lavatório próximo ao refeitório ou S N EI cumprimento de etapas 35. Treinamento interno e externo no seu interior S N EI da mão de obra 14. Água potável protegida do calor ou S N EI 36. Formação de instrutores junto S N EI aos mestres 15. Chuveiro elétrico no banheiro S N EI 16. Banheiros limpos S N EI 17. Banheiros com piso de concreto S N EI 37. Especialização dos serventes S N EI para cumprir tarefas profissionais 38. Utilização de técnicos em cimentado ou equivalente S N EI edificações ao invés de mestres 18. Banheiros volantes nos andares S N EI 39. Cesta básica para operário S N EI 19. Papel higiênico e cesta para lixo S N EI 40. Transporte dos operários S N EI 41. Plano de carreira S N EI 20. Vestiário com bancos e/ou cabides S N EI 42. Medalhas por distinção S N EI 21. Engenheiro residente S N EI 43. Cartazes valorizando operários S N EI 22. Armários individuais S N EI 5. Portão exclusivo para pedestres S N EI 6. Campanhia no portão de entrada S N EI 2. 1. ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO Uso de canteiro de obra alugado S N EI Nas proximidades da obra 2. Sinalização promocional de 3. Tapumes com pintura decorativa S N EI marketing de pedestres 7. S N EI Tapumes e/ou portões transparentes com vidro ou tela S N EI apropriado para entrada de e/ou logomarca da empresa 4. Portão com roldanas ou similar caminhões S N EI 8. Caminho calçado e coberto ou Túnel de entrada a área edificada S N EI 183 9. Sinalização dos locais de apoio no S N EI 35. Canteiro limpo, sem caliça e S N EI 36. Reaproveitamento de madeira canteiro 10. Delimitação dos acessos para Sobras de madeira visitantes 11. Delimitação dos fluxos dos S N EI S N EI e/ou aço S N EI operários 37. Lixo separado por natureza dos S N EI materiais 12. Sala para clientes e visitas S N EI 38. Separação de sobras por serviço, 13. Capacetes para visitantes S N EI 39. Caixas para desperdícios nos 14. Apartamento modelo S N EI andares e/ou depósito central 15. Maquete S N EI 40. Equipamento de limpeza 16. Utilização da visualização do S N EI disponível e visível S N EI por empregado, por dia projeto em multimídia pelo cliente 41. Box para agregados com piso de 17. Organização de salas e escritórios S N EI 18. Localização adequada dos S N EI barracos 19. Utilização de instalações S N EI S N EI preexistentes para instalações S N EI Piso cimentado S N EI 46. Central de formas S N EI 47. Central para pré-fabricação de S N EI 48. Acesso aos materiais por todos os S N EI 49. Prumadas de suprimento elétrico S N EI S N EI hidráulico provisório S N EI definitivo S N EI Controles levados para obra 52. Rede de suprimento hidráulico S N EI S N EI orçamento operacional S N EI definitivo 53. Caixas de distribuição de energia serviços S N EI volantes em cada andar 54. Identificação dos andares da obra S N EI 55. Diagramação de paredes S N EI envolvendo a posição de tijolos, 30. Controle de custos S N EI 32. Utilização da técnica da Linha de S N EI Balanço portas e instalações elétricas 56. Identificação das quantidades S N EI exatas de material em cada local, S N EI Qualidade visíveis e acessíveis Implantação de canteiro S N EI 51. Rede de suprimento elétrico S N EI 34. Padronização e manuais de S N EI 45. Central de aço protegida e S N EI 27. Orçamento, programação e 33. Instrumentos de controle de 44. Central de concreto 50. Prumadas de suprimento 26. Projeto de formas 29. Controle de materiais por S N EI S N EI tamanho A4 28. Programação semanal dos 43. Estrado sob o estoque de cimento provisório visível 25. Projetos e especificações em S N EI lados do mestre 24. Documentação técnica em local 42. Uso de kanban para controle de esquadrias, hidráulicos e pintura S N EI do Eng. residente 23. Ventilador e/ou aquecedor na sala concreto e drenagem componentes pré-moldados, pré-fabricado ou alvenaria, com 22. Ar condicionado no escritório S N EI organizada da obra 21. Barraco de obra confortável em S N EI massadas Provisórias móveis (containers) 20. Aproveitamento de construções S N EI marcação destas quantidades em plantas e placas nos locais S N EI 57. Identificação do tipo de Acabamento em cada peça S N EI 184 58. Indicação da altura do piso pronto S N EI 66. Controle de níveis de estoque 59. Contrapiso zero e emboço de teto S N EI 67. Materiais nas caixas originais S N EI 68. Etiquetas com nome de materiais S N EI zero 60. Execução prévia do contrapiso e S N EI forro anterior à alvenaria 61. Almoxarifado S N EI 62. Quadro de localização dos itens S N EI armazenados no canteiro 63. Quadro de endereços e telefones S N EI e equipamentos 69. Silos para materiais perecíveis S N EI 70. Execução do manual do usuário a S N EI partir da obra executada 71. Manual do usuário em vídeo S N EI 72. Uso de documentação para S N EI dos fornecedores 64. Controle de qualidade de controle de qualidade de execução S N EI recebimento de materiais e e recebimento de serviço 73. Equipes de manutenção para componentes 65. Estocagem do tipo PEPS S N EI S N EI Percorrer as obras já concluídas S N EI (primeiro que entra, primeiro que sai) 3. MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS E DESLOCAMENTOS INTERNOS 1. Compactação do canteiro S N EI 2. Área de recebimento de materiais S N EI 3. Execução de contrapiso antes das com piso firme e consolidado 10. Tubo de descarga de lixo desmontável 11. Transporte de materiais em S N EI alvenarias para o trânsito de Delimitação dos fluxos dos 12. Gaiola para transporte de tijolos Proteção dos caminhos de S N EI 13. Guincho de coluna adaptado em Escada de obra projetada S N EI transporte de materiais em pequenas quantidades S N EI 14. Mão francesa projetada para fora segundo Blondel 7. Rampas com inclinação menor Rampas com travas para ajudar a 9. Utilização de gravidade para S N EI da obra para recebimentos pela S N EI que 10% 8. S N EI torres metálicas para o circulação de material 6. S N EI pela grua transportes 5. S N EI pequenos containers Carrinhos 4. S N EI grua 15. Uso de dumper em obras S N EI S N EI espalhadas freiar o carrinho S N EI transporte de agregados 4. FERRAMENTAS, MÁQUINAS E TÉCNICAS ESPECIAIS 1. Adensador de brita S N EI 2. Alisador de concreto S N EI 3. Haste com imã S N EI 4. Limpeza de carrinhos e S N EI ferramentas 5. Carrinho com rodas para S N EI colocação da masseira 6. Carrinho para transporte de blocos S N EI de concreto 7. Carrinho para transporte de tijolos S N EI 185 8. 9. Carrinho de mão com motor S N EI 33. Escoras metálicas com tripé Carrinho com fundo reto e S N EI estáveis sem o apoio do desmontável 10. Carrinho mais estreito S N EI trabalhador S N EI 34. Ferramentas como pás, martelos, 11. Gerica com 3 rodas S N EI serrotes e colheres 12. Uso de polainas para maior S N EI redimensionadas conforto S N EI 35. Martelos e pés de cabra com calço S N EI 13. Empunhaduras para latas de tintas S N EI 36. Equipamentos e ferramentas S N EI 14. Pallets S N EI 15. Grua S N EI nomeados e revivificados 16. Triturador de argamassa S N EI 17. Esquadros grandes S N EI 38. Máquina de abrir rasgos S N EI 18. Gabarito para banheiro S N EI 39. Máquinas de corte de blocos e S N EI 37. Serra elétrica com coifa de proteção, empunhadura de metal 19. Cone removível para passagem de S N EI tubulação 20. Locação da obra feita pelo eixo e S N EI cerâmicas 40. Realização de cortes em centrais S N EI 41. Balança para aferir entrega de S N EI Partindo do centro 21. Fio de prumo imerso em água ou S N EI materiais S N EI 42. Esticador para prender a linha na S N EI 43. Escantilhão metálico óleo S N EI execução da alvenaria 22. Execução de alvenaria sem junta vertical 23. Mangueira de nível modelo Encol S N EI 44. Caixas coloridas para dosagem de S N EI S N EI massa 24. Nível a laser S N EI 45. Misturador de massa nos andares S N EI 25. Nível e teodolito para definição da S N EI 46. Masseiras adaptadas para o S N EI geometria da obra 26. Régua de alumínio para transporte de argamassa S N EI verificação de prumo e 47. Caixa de massa de Gilbreth S N EI 48. Bisnagas para colocação de S N EI enchimento de parede argamassa 27. Rolo para chapisco S N EI 49. Meia cana de tubulação plástica 28. Aldaimes com altura regulável S N EI Para distribuição de argamassa 29. Andaime fachadeiro S N EI 50. Forma metálica para distribuição 30. Mão francesa para as platibandas S N EI de argamassa na alvenaria 31. Cavaletes para andaimes retráteis S N EI e dobráveis 32. Tábuas para andaimes coloridas e S N EI S N EI estrutural 51. Controle no empréstimo de S N EI S N EI ferramentas cintadas 5. 1. 2. SEGURANÇA DO TRABALHO Manual de uso de EPIs S N EI Estojo com materiais para S N EI primeiros socorros 3. Extintores para combate de 4. Uso de botinas e capacetes por Uso de cinto de segurança com cabo fixado na construção pelos trabalhadores em qualquer S N EI princípios de incêndio todos os trabalhadores 5. Serviço externo a mais de 2 m de altura S N EI S N EI 186 6. Dispositivo chama-lixo na S N EI 19. Escada ou rampa provisória para desforma de estrutura de concreto 7. Posto de trabalho do guincheiro transposição de pisos com S N EI Isolado com cobertura de proteção desnível superior a 40 cm 20. Andaimes com guardacorpo e 8. Torre do guincho com tela S N EI 9. Rampas de acesso à torre com S N EI S N EI 22. Proteção gradeada para as lâmpadas dos patamares das plataforma do elevador no térreo escadas S N EI 23. Caixa protegida com pontos elevador 12. Indicação da carga máxima no S N EI 24. Cordas delimitando o espaço de . de pessoas 25. Tela de arame, nylon ou outro S N EI o movimento de cargas S N EI 14. Delimitação e sinalização das S N EI S N EI presa ao guardacorpo ou rodapé 27. Execução antecipada de alvenaria 28. Rede elétrica pelo piso com S N EI 29. Rede aérea considerando altura S N EI de todos caminhões S N EI segurança COMUNICAÇÕES INTERNAS Nome do engenheiro e mestre na S N EI 12. Acompanhamento visual da placa de obra 2. S N EI 30. Campanha de motivação à 18. Corrimão provisório para escadas 1. S N EI proteção S N EI vãos 6. S N EI externa Fechamento provisório resistente 17. Vedação de poços, buracos e S N EI trabalho rodapé mínimo de 1,20 m de altura . S N EI trabalho 26. Telas delimitando o espaço de de elevador com guardacorpo e 16. Aberturas de pisos de lajes com S N EI material de resistência equivalente áreas de perigo 15. Fechamento provisório para poço S N EI elétricos em cada pavimento elevador e proibição do transporte 13. Grua com alarme sonoro avisando S N EI montagem amortecimento para a 11. Sinalização de descida do S N EI rodapé em todo perímetro 21. Bandeja salva-vidas de fácil guardacorpo e rodapé 10. Pneus ou outra espécie de S N EI Maquete da obra para facilitar a S N EI execução S N EI 13. Utilização de cores na 14. Plantas plastificadas e visíveis Execução S N EI comunicação com o trabalhador 3. Telefone em obra S N EI 4. Fax S N EI 5. Máquina copiadora S N EI 6. Computador S N EI 7. Uso de walk-talk S N EI 16. Tarefas e metas visíveis S N EI 8. Tubofone S N EI 17. Missão e objetivo da empresa S N EI Sinalização para guincho (andar e S N EI 9. material necessário) S N EI 11. Identificação de operários e S N EI Atividades por pavimento para todos 15. Programas de obra visíveis para S N EI Todos visível 18. 10. Alto-falante em obra S N EI S N EI 187 19. Manual de operações da empresa S N EI 25. Caixa de sugestões na empresa S N EI 26. Gráficos de produtividade e disponível a todos 20. Biblioteca técnica no canteiro e/ou obra Acessível a todos 21. Jornais, revistas e periódicos S N EI Consumo para diversos insumos S N EI 27.. Colocação de cartazes ilustrados Disponíveis S N EI pela obra com os traços mais 22. Jornal informativo da obra S N EI 23. Edição de vídeo da obra S N EI 24. Mural para manifestação dos S N EI operários S N EI utilizados 28. Realização de reuniões semanais com os mestres e encarregados S N EI