diogo navarro
work in progress
© 2014 EDIÇÃO DO MUNICIPIO DE OEIRAS
centro cultural palácio do egipto
2
Diogo Navarro work in progress
Para quem desconhece a obra de Diogo Navarro, esta exposição
poderá significar uma perfeita surpresa. Não será o caso para aqueles
cuja presença deste artista plástico no universo de galerias e salas de
exposições é já familiar.
Diz-me quem com ele convive que Navarro se funde com a arte, pois
fraterniza com ela desde manhã até à noite, dia após dia, num tempo e num
espaço de incessante busca pela compreensão do próprio e do mundo que
o rodeia.
Ao longo de muitos anos de actividade autárquica já me pude aperceber da
importância e das potencialidades que os munícipes detêm na intervenção
cultural através das artes, o que só confirma aquilo que um dia disse o
notável escritor (e beirão) Virgílio Ferreira, cujo centenário de nascimento
se cumprirá em Janeiro de 2016:
absolutamente inequívoco. E, num concelho que “Marca o Ritmo”, é isso
que os equipamentos culturais necessitam: qualidade.
Cumpre agora o palácio do Egipto cinco anos após a sua requalificação só por si extraordinariamente valiosa dado o valor patrimonial e histórico
do edifício - que contemplou igualmente um plano bem traçado quanto à
sua ocupação. E, aqui chegado, permitam-me que felicite todos aqueles
que, ao longo destes últimos cinco anos tornaram possível organizar, neste
magnífico espaço, em parceria com entidades e instituições de grande
prestígio como o são a Culturgest ou a Fundação Millennium BCP, para
apenas citar estas, exposições de excelente qualidade, que ajudaram,
naturalmente, a projectar a galeria do palácio do Egipto para o grupo “das
mais conceituadas a nível nacional”.
Aos que organizaram ou ajudaram a organizar esta exposição, aqui ficam os
meus sinceros agradecimentos.
«O termos razão antes de tempo, é possivelmente o único tempo em que
vale a pena ter razão».
De facto, assegurar e prosseguir no município uma programação expositiva
de qualidade nas suas galerias, designadamente na galeria do palácio do
Egipto, dá-nos razão pois acreditamos que o papel das artes é cada vez
mais indissociável do desenvolvimento, e cada vez mais indissociável
da humanização dos espaços, objecto tantas vezes, e com seriedade,
reclamada pelos munícipes. Não há dúvida que a arte e a cultura dignificam,
reforçam e credibilizam projectos.
“WORK IN PROGRESS” - título da exposição de Diogo Navarro que poderá
ser visitada até 29 de Junho – fomenta a introspecção e permite-nos
conhecer melhor o próprio autor. Mas “WORK IN PROGRESS” é também
um modo de percorrermos memórias, sítios e vivências passadas. Foi esta
a maneira encontrada por Navarro para nos brindar uma mão cheia de
pretextos para cogitar sobre aquilo que invade a nossa realidade diária,
já que ele pinta precisamente a urbanidade com um nível de qualidade
O Presidente da Câmara Municipal de Oeiras
Paulo Vistas
centro cultural palácio do egipto
4
Diogo Navarro work in progress
É para o município de Oeiras motivo de grande orgulho poder receber na
prestigiada galeria de arte do Palácio do Egipto, a exposição “Work in
progress” do artista plástico, Diogo Navarro, alguém para quem arte é vida,
para quem arte simboliza intensidade, movimento e sobretudo liberdade
criativa. Mas para Navarro, a arte expressa também a necessidade
de encontros e de reencontros através de linguagens várias, que vão
da pintura abstracta à figurativa, do vídeo à instalação e de temas tão
desiguais, tão contrários e tão desconexos como o mar, uma bailarina, ou
os lustres do Palácio Real da Ajuda. Engano nosso, pois há sempre mil e um
vínculos e elos nas redes artísticas, e aquilo que parecerá desunido não o
está realmente. Basta verificar a excelência com que Navarro entrecruza
toda a sua obra, mostrando como o processo de criação é algo comum e
semelhante entre todas as peças que produz! Ora é isso que vai permitir ao
espectador, “perder-se” pelo mundo do artista, que se deixou, ele mesmo,
perder e encontrar pelo Mundo.
Plena de contrastes, assumidos pelo próprio criativo, ressalta em “Work in
progress” a ideia de um discurso expositivo apostado em fazer da riqueza
de elementos estéticos e da diversidade de códigos e simbologias, as
suas principais características, para além, claro está, da emoção que esta
exposição provoca, e do talento que se observa em Diogo Navarro, a quem
felicito, desde já, por ter escolhido Oeiras para expor.
A todos quantos organizaram ou ajudaram a organizar esta exposição, aqui
fica igualmente o meu muito obrigada!
Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Oeiras
Marlene Rodrigues
centro cultural palácio do egipto
6
Diogo Navarro work in progress
Desvendar a essência da linguagem e do processo criativo é a minha nova
Manhiça, Quehá e o músico Elvis Eloy, que foi para mim a grande revelação
proposta.
neste processo de encontros e ligações. “Buya Caya” foram palavras
Diogo Navarro work in progress
escritas pelos artistas na tela, que significam “volta para casa”, naquilo que
centro cultural palácio do egipto
8
Recentemente realizei em Moçambique, onde nasci, uma viagem com um
é uma expressão de saudade. Buya significa “volta” e Caya” é “casa”. Com
realizador de cinema, Philippe Teixeira Tambwe, que também, como eu, tem
a ligação a esta pintura e a estas palavras mágicas encontrei o sentido da
ligações a Africa, no caso dele ao Congo Belga. Depois mostrei o resultado
obra que iria realizar, posteriormente, no mar, num barco de um pescador, à
de algumas experiências desta viagem numa exposição no Museu de
qual chamei “Caya”.
História Natural e da Ciência em Lisboa, à qual dei o nome de “Link of the
Worlds”, expondo através de vídeos e pintura dois mundos: o da realidade e
De referir que sem esta vertente complementar do cinema não teria sido
da ficção, bem como todas as ligações entre eles.
possível registar tão autenticamente os momentos do Work-in-progress, e
também não teria sido possível fazer o contacto directo com a terra e as
Senti a ligação à terra, à natureza e às gentes através da linguagem
gentes, terra onde tenho as minhas raízes e faço a ponte entre dois mundos,
dos artistas. O contacto com os artistas foi como uma ponte entre estes
o real e o da ficção. Tudo isto certamente acontece pela facilidade que o
dois mundos, e constituiu a melhor forma de entender as realidades ora
cinema tem de ir a locais de difícil acesso, registar situações de que só ele
transformadas em ficções ora em espaços de um tempo distante. De alguma
é capaz, o que o tornou, para mim, uma ferramenta muito importante para
maneira, foi como viajar no tempo, com instantes dentro de outros momentos
poder criar todas estas ligações que depois transformei em pintura.
da história que pareciam já ter sido vividos, numa espécie de déjà vu.
Viajei no tempo, confirmando que o facto de ter vivido os primeiros cinco
anos da minha vida em Moçambique terá certamente moldado a minha
forma de ver a natureza. Os sons, cheiros, cores, a humidade, o calor, o
espaço, o instinto, a cultura, a música, as gentes… Fui reencontrar todos
estes sentidos, e muito mais, nesta viagem.
Deste modo, ficam muitas histórias por contar até se chegar ao resultado da
obra final; ligando a obra à sua história, fica aquela completa com o Workin-progress. Assim, apresento nesta exposição uma série de pinturas de
temáticas diferentes com os respectivos processos criativos, quase criando
uma exposição - minha e da minha criação - dentro da exposição.
Novidade absoluta, nela apresento uma pintura de grandes dimensões
realizada em conjunto com outros três artistas plásticos, Butcheca, Vasco
Diogo Navarro de Castro nasceu em 1973, em Moçambique.
Em 1979 vem viver para Lisboa. Estudou pintura (Soc. Nac. Belas Artes),
técnica de gravura, design gráfico e realidade virtual. Nos últimos quinze
anos dedicou-se exclusivamente à pintura. Participou em 50 exposições
colectivas e em 25 individuais.
A sua obra está representada em algumas colecções particulares e
públicas:
- Lapa Palace, em Lisboa.
- Grupo Sonae.
- Museu das Telecomunicações, em Lisboa.
- Grupo Portugal Telecom.
- Turf Club, em Lisboa.
- Museu da Água, em Lisboa.
- Museu do Mar, em Cascais.
- Museu Nacional de História Natural, em Lisboa.
- Museu Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
- Embaixada de Portugal da Santa Sé (Vaticano), em Roma.
- Embaixada de Portugal em Malta.
- Embaixada de Portugal em Chipre.
- Embaixada de Portugal em Kinshasa.
- Embaixada de Portugal em Praga.
- Embaixada de Portugal em Kiev.
- Embaixada dos Estados Unidos da América em Lisboa.
- Primeiro Prémio na exposição Internacional “The Image of Russia” em
2012 pela Academia de Belas Artes da Rússia, em Moscovo.
- Em 2013, curta metragem em Moçambique.
O caminho para o mar
Diogo Navarro work in progress
Esta é a viagem de uma tela que passa de mãos em mãos até chegar às
mãos de um artista, criando assim um ensaio de uma pintura ficcionada na
vila de Paço de Arcos, local de encontro de águas doces e salgadas e fonte
de muitos sonhos.
centro cultural palácio do egipto
10
Caminho para o Mar, 2008, acrílico s/ tela,110x160cm
Buya Caya
Diogo Navarro work in progress
Penso que esta obra “Buya Caya” foi o grande elo de todas as histórias em
Moçambique, através da qual viajei no tempo, para o passado, presente e
futuro.
centro cultural palácio do egipto
12
Para o passado com o reencontrar de imagens desenhadas aos 4 anos de
idade, que editei num livro de autor, e que mostrei aos artistas, revelandolhes a minha ligação com aquela misteriosa/imaginária terra. África foi
o mote para se começarem a pintar histórias de cada artista na tela que
levara para o estúdio do Butcheca. Contei a estes artistas que desde cedo
tive no meu atelier o mapa de Africa, e que queria que fosse através deste
mapa que cada um acrescentasse um pouco do seu olhar naquele momento
preciso. E assim foi que, com a música do Elvis Eloy, começámos a pintar
como se fossemos parte de uma orquestra, em sintonia.
No presente, o grande significado foi a ligação entre linguagens e estilos
que se uniram através de uma vontade comum, o encontro de mundos
distintos unidos pela arte. E no fechar de um ciclo, nesse momento senti
que acabara de reencontrar África. Desenhei um círculo à volta de África
criando uma forma de união de linguagens e estilos e, simbolizando a nossa
roda da vida, a que nasce e parte de onde nascemos.
Para o futuro, uma das palavras escritas na tela “Caya” igual a “casa”, foi
como um presságio: sem esta palavra não teria feito a ligação ao mar e
aos pescadores. Este elo com os pescadores foi consumado através de
uma rede de pesca que, puxada pelas nossas mãos, criou um símbolo de
congregação de factos e de pessoas. Neste mar fui encontrar dentro de um
barco uma boia de sinalização na qual pintei África e a palavra “Caya”, que
coloco na água simbolicamente, representando para mim uma mensagem
de libertação, nos novos sentidos que irá encontrar aquela boia, que por
mares sem fim encontrará outros destinos, outras histórias, outras ilusões.
Buya Caya, 2013, acrílico s/ tela, 207x256cm
Shot B
Diogo Navarro work in progress
Neste vídeo usa-se a música e o graffiti como uma ferramenta de
educação e como uma mensagem positiva de expressão social que, bem
divulgada, pode chegar a “um milhão de gente”, como diz o artista e amigo
moçambicano, sem que seja banalizada e associada ao vandalismo, a que o
graffiti é tantas vezes, com maior ou menor razão, associado.
centro cultural palácio do egipto
14
Buya Caya, 2013, acrílico s/ tela, 207x256cm
Kwela
Diogo Navarro work in progress
Sem se dar por ela talvez seja a palavra mais importante neste trabalho,
significa “sobe”.
centro cultural palácio do egipto
16
Depois de “Buya Caya” (volta para casa), que expressa uma saudade
de alguém que foi para fora e agora quer-se de volta, dizendo “Kwela” é
como se já tivéssemos carregado forças e já se pudesse seguir o caminho
de volta, numa nova missão. Esta missão de transmitir através da arte as
ligações entre culturas e povos, entre a realidade e a ficção, entre o sonho
e as ilusões…
À Deriva, 2014, técnica mista s/ tela, 100x90cm
centro cultural palácio do egipto
18
Mar de Espuma, 2014, técnica mista s/ tela, 100x170cm
Diogo Navarro work in progress
A Jangada, 2014, técnica mista s/ tela, 100x170cm
centro cultural palácio do egipto
20
A Mensagem, 2014, técnica mista s/ tela, 140x100cm
Diogo Navarro work in progress
Kwela (Sobe), 2014, técnica mista s/ tela, 200x500cm
centro cultural palácio do egipto
22
A Viagem, 2013, plástico, 400x300cm
Diogo Navarro work in progress
Kwela (Sobe), 2014, técnica mista s/ tela, 200x500cm
Diogo Navarro work in progress
A Rede
centro cultural palácio do egipto
24
É antiga a simbologia da rede de pesca como forma de ligação dos homens:
quando puxada por braços e mãos é efetivamente como um símbolo de
congregação de factos e de pessoas. É nela que o passado e o presente
partilham as mesmas margens daquele mar, no qual barcos ou cascos
velhos contam histórias ao entardecer, com os tons quentes e camadas
espessas de tinta sobrepostas que pintam a sua memória, que também é
minha.
A Rede, 2013, técnica mista s/ madeira, 150x300cm
Diogo Navarro work in progress
A viagem de Comboio
centro cultural palácio do egipto
26
Uma viagem sem destino onde se misturam raças e pessoas que saem
em paragens diferentes como na vida. Na viagem a música de Elvis
conduz o motor do comboio ao ritmo de sons africanos misturados com
a ocidente influência do rock e blues. Os passageiros acotovelavam-se
pacificamente com sacos e legumes, bebés enrolados em capulanas que
amamentavam os sonhos de mães, mulheres idosas em que brilhavam
os olhos com a sabedoria de um sorriso. Numa das paragens da viagem,
em Muamba, fomos ao encontro de um mercado de legumes, de onde
caminhamos até um pequeno café. Estava vazio e com duas raparigas
que sorriam envergonhadas por trás do balcão e que nos serviram umas
cervejas para acompanhar as histórias que a viola de Elvis guardava para
momentos mágicos, enquanto falávamos das dificuldades que passara no
seu percurso artístico e como foi buscar forças à música para ultrapassar a
perda da sua mulher. Entrando em depressão até, com a bebida a ajudar à
decadência humana, não perdeu forças porque a música lhe deu inspiração
para lutar pelos três filhos que ficara sozinho para criar, e por lhes querer
deixar uma imagem e exemplo de respeito, o que conseguiu sem sacrifício
dos seus ideais. Saímos do café para o mercado, neste passamos entre
duas filas paralelas com legumes espalhados, criando os efeitos coloridos
que enquadraram o que se iria passar a seguir. Como se estivéssemos
dentro de um cortejo em que todos olham para nós, fomos de encontro a
uma banca onde o desafio provocado por uma vendedora local se tornara
num acontecimento que quebrara a rotina de uma espera de clientes que só
aparecem duas vezes ao dia vindos do comboio, redundando numa dança
ritual e espontânea, como se tivessem estado à nossa espera para uma
celebração da vida. Elvis entrou numa frequência contagiante com uma
dança animada entre risos e palmas de mulheres que, até então, estavam
ali presentes apenas para sobreviver às dificuldades do dia-a-dia. Foi um
momento de inspiração, de dádiva e de entrega que reflecte aquilo que só
a arte consegue comunicar.
Com o Elvis Eloy descobri a sua máscara e o que está por trás dela, a sua
vida pessoal no seu bairro e as suas performances, e porque veste a pele
de Elvis Presley. Aqui o Work-in-progress faz sentido, para se poder entrar
no mundo interior deste artista.
Esta viagem de comboio também foi uma limpeza do supérfluo, onde a
simplicidade e o silêncio nos preenchem a alma. Aquele mundo é real e no
entanto, para muitos, nem na ficção existe: só fazendo uma viagem assim,
sem destino, se vê, tantas vezes, a realidade de um povo.
Nesta viagem de comboio cruza-se uma nova ligação, a bóia dos
pescadores que já aparecera noutras paragens, que está agora na mesma
carruagem onde o Elvis faz a sua performance musical, casualmente
arrumada na prateleira por cima dos bancos, seguindo outra viagem,
outros sonhos, outros mundos.
Linha-férrea, 2013, técnica mista s/ madeira, 150x300cm
centro cultural palácio do egipto
28
Fragmentos do Tempo, 2013, carris metálicos, 400x100cm
Diogo Navarro work in progress
Diogo Navarro work in progress
Rússia
centro cultural palácio do egipto
30
Fazer em poucos traços a imagem da Rússia foi o resultado de uma
experiencia de duas semanas em Moscovo e São Petersburgo. A convite do
Governo Russo, dezasseis artistas de diferentes escolas de arte da Europa
foram desafiados a criar uma imagem ou percepção da Rússia actual.
Pintei duas imagens, uma sobre Moscovo e outra sobre São Petersburgo
que apresento em anexo. Estas imagens representam a simplicidade e
densidade dos materiais, e um sentimento de força, dinamismo e equilíbrio.
O cimento representa essa força e densidade espiritual, a sua cor o lado
estéril e austero. Na gestualidade, uma liberdade paradoxal que contrapõe
o regime e as vontades de mudança. Nas linhas simples, a generosidade de
um povo e a história de uma cultura antiga.
São Petersburgo, 2012, técnica mista s/ tela, 130x200cm
Palácio da Ajuda
Diogo Navarro work in progress
Esta foi uma instalação/criação marcada pela presença dos imensos lustres
de cristal, contraponto brilhante e monocromático à arte que produzo, e pela
relação com uma época da qual a minha pintura, contemporânea, funciona
ou é um contraponto.
centro cultural palácio do egipto
32
Lustre I, 2012, acrílico s/ cartão, 105x76cm
centro cultural palácio do egipto
34
Lustre IV, 2012, acrílico s/ tela, 140x100cm
Diogo Navarro work in progress
Lustre VI, 2012, acrílico e plástico s/ cartão, 280x225cm
Diogo Navarro work in progress
Atelier
centro cultural palácio do egipto
36
Ensaios de uma dança com a tela que desafia os equilíbrios do homem,
a consciência e resistência de uma mente enamorada que percorre,
intensamente, o sabor das cores e das formas, gestos que se esquecem e
renovam a cada pincelada: assim a ilusão de efémera sensação de prazer
do tempo, que escapa, talvez ilusoriamente, à subjectividade e relatividade
deste mesmo tempo. No regresso à natureza vejo sinais de coisas simples
e banais.
Luz de Mar, 2011, técnica mista s/ tela, 160x200cm
centro cultural palácio do egipto
38
Sol na Terra, 2011, técnica mista s/ tela,160x200cm
Diogo Navarro work in progress
Evolução, 2009, técnica mista s/ tela, 200x160cm
centro cultural palácio do egipto
40
Segredos, 2011, técnica mista s/ tela, 160x110cm
Diogo Navarro work in progress
Diogo Navarro work in progress
A Fábrica
centro cultural palácio do egipto
42
Foi numa fábrica de metalurgia em Pêro Pinheiro, a António Jacinto
Figueiredo, onde se constroem máquinas e estruturas enormes, foi neste
ambiente que o meu espírito artístico de alguma maneira foi provocado ou
tocado dar largas à imaginação. Primeiro, tive de descobrir e aprender a
relação e reacção entre materiais para a criação de possíveis obras de
arte nesse mundo que desconhecia. Com paletes de madeira, serradura,
areia branca fina, limalhas de alumínio, cobre, misturando colas e resinas,
transformei matéria em arte através de um processo experimental. Novas
formas, novas técnicas, uma linguagem única, a experimentação.
A ponte, 2013, técnica mista s/ tela, 90x120cm
centro cultural palácio do egipto
44
Carro de Brincar, 2013, técnica mista s/ madeira, 99x95cm
Diogo Navarro work in progress
Bailarina I, 2013, técnica mista s/ madeira, 120x80cm
centro cultural palácio do egipto
46
Bailarina II, 2013, técnica mista s/ madeira, 120x80cm
Diogo Navarro work in progress
Diogo Navarro work in progress
centro cultural palácio do egipto
48
FICHA TÉCNICA
Edição Município de Oeiras ©
Iniciativa e organização Município de Oeiras
Capa Diogo Navarro
Design Gabinete Comunicação, Susana Ferreira e Rosa Duarte Pascoal
Textos Diogo Navarro; Vasco Graça Moura; André Dourado
Fotografia Leonardo Springer; Diogo Navarro; João Lima
Filme Vídeo Lena Zimmerhackel; Rodrigo Câmara Borges; Philippe Teixeira Tambwel
Outros artistas Francisca Fernandes (pianista); Vasco Eloy Elvis (guitarrista); Shot-B (rapper, grafitti); Butcheca, Vasco Manhiça, Queá (artistas plásticos)
Impressão 500 exemplares
Depósito Legal 000000/13
ISBN 978-989-608-171-3
Data da Edição Abril de 2014
Download

catálogo - Diogo Navarro