Rodrigo Pereira David Técnica de Estimação de Canal Utilizando PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Símbolos Pilotos em Sistemas OFDM Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pósgraduação em Engenharia Elétrica do Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-Rio. Orientador: Prof. Raimundo Sampaio Neto Rio de Janeiro Maio de 2007 Rodrigo Pereira David Técnica de Estimação de Canal Utilizando PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Símbolos Pilotos em Sistemas OFDM Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Prof. Raimundo Sampaio Neto Orientador Centro de Estudos em Telecomunicações – PUC-Rio Prof. José Mauro Pedro Fortes Centro de Estudos em Telecomunicações – PUC-Rio Prof. Marco Antonio Grivet Mattoso Maia Centro de Estudos em Telecomunicações – PUC-Rio Prof. Pedro Henrique Gouvêa Coelho UERJ Prof. José Eugenio Leal Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico Rio de Janeiro, 14 de maio de 2007 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador. Rodrigo Pereira David Graduou-se em Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em julho de 2002 Ficha Catalográfica PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC David, Rodrigo Pereira Técnica de estimação de canal utilizando símbolos pilotos e sistemas OFDM / Rodrigo Pereira David ; orientador: Raimundo Sampaio Neto. – 2007. 132 f. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. Inclui bibliografia 1. Engenharia elétrica – Teses. 2. Transmissão Digital. 3. OFDM. 4. Estimação de Canal. 5. Algoritmos Adaptativos. I. Sampaio Neto, Raimundo. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Elétrica. III. Título. CDD: 621.3 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Para meus filhos, Frederico e Arthur, em todos os momentos da minha vida. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Agradecimentos Ao meu orientador Professor Raimundo Sampaio Neto pela sua dedicação no ensino e por sua excelente orientação desta dissertação de Mestrado. Ao colega Aureo Serrano de Marins Neto pela contribuição fundamental para o desenvolvimento da minha dissertação. À Star One e à PUC-Rio pelos auxílios concedidos, sem os quais este trabalho não poderia ser realizado. Aos meus pais Domingos e Regina pelo amor e apoio sempre presentes. À minha esposa Alessandra pelo companheirismo e compreensão nesta etapa de minha vida. Resumo Pereira David, Rodrigo; Sampaio Neto, Raimundo (Orientador). Técnica de Estimação de Canal Utilizando Símbolos Pilotos em Sistemas OFDM. Rio de Janeiro, 2007. 132p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Este trabalho tem como finalidade explorar uma técnica de redução do erro de estimativas da resposta de freqüência discreta do canal geradas por símbolos piloto em sistemas de transmissão OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing). Nesta técnica, uma transformação linear projeta o vetor que contem as estimativas obtidas inicialmente no subespaço em que a verdadeira PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC resposta de freqüência do canal tem que estar, resultando em uma redução da variância do erro das estimativas. A aplicação conjunta desta técnica com filtragem adaptativa para a estimação da resposta de freqüência do canal também está no contexto desta dissertação. Os resultados dos experimentos são analisados em termos da taxa de erro de bit média obtida e da convergência dos algoritmos adaptativos empregados nas etapas de estimação de canal no receptor. Palavras-chave Estimação de Canal, Filtragem Adaptativa, OFDM. Abstract Pereira David, Rodrigo; Sampaio Neto, Raimundo (Advisor). Pilot Assisted Channel Estimation for Signal Detection in OFDM Systems. Rio de Janeiro, 2007. 132p. MSc. Dissertation - Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. This work studies a technique for error reduction in estimates of the discrete channel frequency response obtained with aid of pilot symbols in OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) transmission systems. In this technique the vector that contains the initial discrete channel frequency response estimate is projected into the subspace where the true channel frequency response PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC has to lie, yielding a new channel estimate with a reduced error variance. The joint application of this technique with adaptive filtering for channel estimation is also developed herein. The performance of the proposed methods is analyzed in terms of the mean bit error rate achieved and of the convergence of the adaptive channel estimation algorithms used in the receiver. Keywords Digital Transmission; OFDM; Channel Estimation; Adaptative Algorithms. Sumário PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC 1. Introdução 12 2. Técnica de Transmissão OFDM 2.1.Transmissão e Recepção do sinal OFDM 2.2. Geração e detecção dos sinais por meio de IDFT/DFT 2.3. Intervalo de guarda – sistemas CP e ZP-OFDM 2.4. Processamento do sinal OFDM na transmissão e recepção 2.5. Vantagens e desvantagens do uso da técnica a OFDM 15 20 23 25 27 29 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 3.1. Transmissão e recepção de sinais CP-OFDM 3.2. Transmissão e recepção de sinais ZP-OFDM 3.3. Modelagem dos Canais de Propagação 3.3.1. Desvanecimento Multipercurso 3.3.2. Resposta ao Impulso de um Canal Multipercurso 3.3.3. Tipos de Desvanescimento Multipercurso 3.3.4. Modelagem Canal de Propagação 32 36 41 45 46 48 53 56 4. Estimação de Canal 4.1. Estimação de canal utilizando símbolos piloto e matriz purificadora 4.1.1. Estimação de canal Pós-DFT com símbolos piloto em sistemas CP-OFDM 4.1.2. Estimação de canal Pós-DFT com símbolos piloto em sistemas ZP-OFDM 4.2. Estimação de canal Pré-DFT com símbolos piloto 4.3. Desempenho do esquema de estimação proposto nos sistemas CPOFDM e ZP-OFDM 59 61 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 5.1. Estimação de Canal Adaptativa utilizando algoritmo LS 5.1.1. Algoritmo LS Recursivo (RLS - Recursive Least Squares) 5.2. Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM 5.2.1. Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP- OFDM e ZP-OFDM para canal fixo 5.2.2. Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM para canal variante 66 69 69 74 82 88 92 99 101 111 6. Conclusão 125 7. Referências bibliográficas 128 8. Apêndice 130 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Lista de Figuras Figura 2.1 – Ortogonalidade no domínio da freqüência Figura 2.2 – Ortogonalidade no domínio do tempo Figura 2.3 – Equivalente banda básica do esquema geral de receptor ótimo utilizando correlator (projeção nas bases) Figura 2.4 – Detalhamento da transmissão e recepção para o sistema OFDM Figura 3.1 – Transmissão do sinal OFDM Figura 3.2 – Conversor Analógico/Digital Figura 3.3 – Recepção do Sinal OFDM Figura 3.4 – Modelo equivalente para recepção OFDM Figura 3.5 – Modelo discreto de transmissão CP-OPFM Figura 3.6 – Modelo discreto de recepção CP-OFDM Figura 3.7. – Sinal de transmissão ZP-OFDM Figura 3.8 – Sinal de recepção ZP-OFDM Figura 3.9 – Envoltória de um sinal em um ambiente rádio móvel Figura 3.10 – Fenômeno do Multipercurso Figura 3.11 – Envoltória do sinal recebido em um ambiente rádio móvel Figura 3.12 – Exemplo de resposta ao impulso de um canal multipercurso Figura 3.13 – Exemplo de resposta ao impulso de um canal multipercurso estacionário Figura 3.14 – Perfil de potência do retardo Figura 3.15 – Resposta impulsiva do canal em faixa estreita Figura 3.16 – Espectro de Potência Doppler Figura 4.1 – Modelo de estimação de canal Pós-DFT utilizando matriz purificadora Figura 4.2 – Magnitude da resposta em freqüência para hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T Figura 4.3 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático das Estimativas Zero-Forcing e Zero-Forcing Refinadas para Eb/No=10dB Figura 4.4 – Magnitude da resposta em freqüência para hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T Figura 4.5 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático das Estimativas Zero-Forcing e Zero-Forcing Refinadas para Eb/No=13dB Figura 4.6 – Processamentos alternativos para estimação refinada de canal Pré-DFT Figura 4.7 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação Proposta de Canal com Pilotos Figura 4.8 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação Proposta de Canal com Pilotos Figura 4.9 – CP-OFDM - Canal Fixo - Degradação do desempenho das estimativas purificadas 19 20 21 28 33 34 34 35 37 37 41 42 46 46 47 49 50 51 54 55 66 68 69 73 74 79 84 85 86 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Figura 4.10 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Degradação do desempenho das estimativas purificadas Figura 5.1 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento do canal conhecido a apriori Figura 5.2 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.3 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento do canal conhecido a apriori Figura 5.4 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.5 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento G da faixa de guarda utilizado para estimar o comprimento do canal Figura 5.6 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.7 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento G da faixa de guarda utilizado para estimar o comprimento do canal Figura 5.8 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.9 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.10 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.11 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.12 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.13 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.14 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.15 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.16 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Figura 5.17 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.18 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 87 102 103 104 105 107 108 109 110 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CC Figura 5.19 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS Figura 5.20 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 122 123 1 Introdução Este trabalho tem como finalidade explorar uma técnica de redução do erro de estimativas da resposta de freqüência discreta do canal geradas por símbolos piloto em sistemas de transmissão OFDM. A principal motivação para este trabalho é o estudo do uso de uma técnica que através de uma transformação linear projeta o vetor que contem as estimativas obtidas inicialmente no subespaço em que a verdadeira resposta de freqüência do canal tem que estar, resultando em uma redução da variância do erro das estimativas de canal em sistemas de transmissão OFDM a fim de adequá-la no PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA atual contexto de se transmitir dados em altas taxas, com significante eficiência no uso da largura de faixa de freqüências disponível, e por meio de canais de propagação ruidosos e variantes. A estimação de canal por meio de símbolos piloto pode seguir duas abordagens distintas. Na primeira abordagem, os símbolos piloto são inseridos periodicamente em todas as subportadoras dos símbolos OFDM. Por outro lado, os símbolos piloto podem ser inseridos em todos os símbolos OFDM transmitidos, com distribuição uniforme entre as subportadoras do sistema [1], [2]. A primeira abordagem, denominada estimativa de canal por meio de blocos de símbolos piloto (block pilots), foi desenvolvida para aplicação em canais de propagação com desvanecimento lento. A estimativa de canal pode ser refinada utilizando-se os conceitos de filtragem adaptativa. Dentre os métodos que podem ser aplicados, temos o LS (Least Squares) e o MMSE (Minimum Mean-Square Error) [3]. A segunda abordagem, denominada estimativa de canal combinada por meio de símbolos piloto (comb pilots), foi introduzida para satisfazer a necessidade de equalização dos sinais em ambientes de propagação que variam até mesmo durante o intervalo de duração dos símbolos OFDM. Este tipo de estimativa trabalha com algoritmos para estimar o canal nas freqüências dos símbolos piloto, de modo a interpolar o canal em toda a faixa de transmissão dos símbolos OFDM. A estimação de canal nas freqüências dos símbolos piloto pode ser feita por meio 1. Introdução 13 dos métodos LS, MMSE e LMS (Least Mean-Squares). Os tipos de interpolação empregados são: linear, de segunda ordem, passa-baixa, spline cúbica e de domínio do tempo [2]. Uma das principais contribuições deste trabalho é o desenvolvimento de uma técnica que efetivamente reduz o ruído das estimativas de resposta de freqüência do canal através de uma transformação linear. Esta transformação linear é obtida através da multiplicação da estimativa de canal inicialmente gerada, por uma matriz previamente determinada. Deste modo, a implementação do algoritmo que reduz o ruído das estimativas de resposta de freqüência do canal é simples e efetiva. A idéia da redução de ruído da estimativa de resposta de freqüência do canal em sistemas OFDM, já havia sido mencionada anteriormente [22]. No presente PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA trabalho, esta metodologia foi desenvolvida independentemente e formulada sob um novo ponto de vista de projeção em subespaços que permite um tratamento matemático mais adequado, elegante e com um maior embasamento teórico. Além disso, aqui a técnica de redução foi examinada em diferentes cenários e aplicada conjuntamente com filtragem adaptativa a fim de se obter uma redução contínua do ruído na estimação da resposta de freqüência do canal. Esta dissertação é organizada da seguinte forma. O Capítulo 2 apresenta os principais conceitos da técnica de transmissão OFDM, a transmissão digital de sinais OFDM e os sistemas CP-OFDM (Cyclic Prefix -Orthogonal Frequency Division Multiplexing ) e ZP-OFDM (Zero Padding - Orthogonal Frequency Division Multiplexing). O Capítulo 3 trata da modelagem de sinais, onde é apresentado o modelo discreto para a transmissão de sinais OFDM. Neste capítulo também são apresentados os tipos de canal de propagação utilizados nesta dissertação. O Capítulo 4 apresenta o método de estimação do canal de propagação por meio de blocos de símbolos piloto no receptor OFDM, antes e após o estágio de DFT (Discrete Fourier Transform) na recepção. Neste capítulo é proposta uma técnica de redução do ruído das estimativas de canal geradas através deste método. As simulações de desempenho são apresentadas no final do capítulo. O Capítulo 5 apresenta os conceitos de filtragem adaptativa como um método de refinamento da estimativa gerada através do método de bloco de 1. Introdução 14 símbolos piloto. É apresentada a aplicação conjunta da filtragem adaptativa com a técnica de redução de ruído da estimativa de canal, proposta no capítulo anterior. As simulações de desempenho são apresentadas no final do capítulo. Finalizando, o Capítulo 6 apresenta as conclusões desta dissertação e PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA sugestões para trabalhos futuros. 15 2 Técnica de Transmissão OFDM Na área de telecomunicações, novas aplicações estão surgindo como, por exemplo, o desenvolvimento da transmissão terrestre de TV com modulação digital, o que necessita um grande compromisso entre a taxa de bits transmitidos e a largura de banda. Para os atuais sistemas multimídia, as taxas de bits variam de alguns kbps (para voz), até 20 Mbps, para HDTV (High Definition Television), a televisão de alta definição. Ao se enfrentar esta questão, o primeiro ponto que surge é como transmitir uma grande quantidade de bits/s no ar garantindo-se a qualidade do serviço, isto é, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA que modulação poderá atender, da melhor maneira, os compromissos contraditórios (taxa de bits e largura de banda). O ambiente de propagação terrestre é severo devido à existência de muitas ondas refletidas, ou seja, um ambiente de propagação multipercurso, o que provoca desvanecimento seletivo do sinal transmitido, além de outros efeitos. Uma solução poderia ser a utilização de técnicas de equalização no receptor; no entanto, existem dificuldades práticas relacionadas à maneira de se operar esta equalização em tempo real nas taxas da ordem de Mbps e utilizando-se um hardware compacto e de baixo custo. Um candidato promissor que elimina a necessidade de complexos equalizadores é o OFDM, uma técnica de modulação que utiliza múltiplas portadoras [4]. Aplicações do tipo Wireless LAN, que utilizam taxas de transmissão desde 20Mbps até 100Mbs para as redes de alta velocidade, e outras aplicações modernas, que exigem taxas cada vez maiores, sofrem severamente com os feitos do desvanecimento seletivo. A solução utilizada pelos sistemas de transmissão serial tradicionais, que utilizam uma simples portadora, é o uso de equalização para combater a interferência entre símbolos (ISI), causada pelo espalhamento de retardo do canal, tipo de degradação comum em canais de propagação multipercurso. Entretanto, quanto maior a taxa de transmissão desejada, maior será a ISI e maior será a complexidade (maior número de taps) do equalizador. Assim uma forma mais eficiente de equalização ou uma nova técnica de transmissão deve ser buscada. Um sistema de transmissão baseado na modulação 16 2. Técnica de Transmissão OFDM multiportadora, também chamado de sistema de transmissão paralelo ou multiplexado, surge então como uma alternativa para aliviar os problemas do sistema serial, que utiliza modulação com portadora simples. A modulação multiportadora se enquadra nesse último caso e será analisada em detalhes a seguir, com o propósito de entender como ela consegue diminuir os problemas da modulação com portadora simples mencionados. Uma vantagem da técnica de transmissão paralela ou multiportadora, sobre a transmissão serial, e talvez a principal, é a redução da sensibilidade do sistema ao espalhamento de retardo do canal, e portanto, à interferência entre símbolos. Ao dividir o sinal de entrada com uma alta taxa de transmissão, R, em M sinais com uma baixa taxa ( PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA desses M novos R ), que são transmitidos por M subportadoras, cada um M sinais irá agora experimentar um desvanecimento aproximadamente plano em freqüência, ao contrário do sinal de banda larga original, que sofre o efeito severo do desvanecimento seletivo do canal rádio móvel. Analisando sob outro ponto de vista, para o sistema paralelo, o intervalo de símbolo é aumentado de um fator M reduzindo, portanto, a sensibilidade ao espalhamento de retardo do canal e à interferência entre símbolos associados [5]. A técnica de transmissão OFDM consiste na transmissão paralela de dados em subportadoras ortogonais [4], [5], [6], [7]. Em cada subportadora é transmitida uma seqüência de pulsos modulados digitalmente (modulação AM-PM), com um valor reduzido para a taxa de transmissão de símbolos. Primeiramente, é considerado o caso onde uma seqüência de bits é usada para modular um sistema de transmissão digital de única portadora (M = 1). Para símbolos de duração Ts, o sinal de transmissão ssc(t) é dado pela seguinte expressão: s sc (t ) = ℜ(m(t )e j 2πf c t ) (2-1) onde fc representa a freqüência da portadora para transmissão em rádio freqüência (RF), m(t) representa a envoltória complexa de s(t) com relação a freqüência fc e o termo ℜ denota a parte real do termo entre parênteses. 2. Técnica de Transmissão OFDM 17 A envoltória complexa de ssc(t),pode ser representada pela seguinte equação: m(t ) = ∞ ∑d n = −∞ onde n g (t − nTs ) (2-2) dn ∈ ( Ai + jBi ) iM=1 , representa o ponto na constelação do esquema de modulação AM-PM transmitido no n-ésimo intervalo de sinalização e g(t) denota o pulso formatador do sinal na transmissão. Com o uso de pulsos formatadores de Nyquist, a largura de faixa equivalente de ruído ocupada pelo sistema de transmissão de única portadora (Bs) é dada por: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Bs = 1 2Ts (2-3) A largura de faixa ocupada por cada uma das M subportadoras OFDM (Bsub) é definida como: B sub = Bs M (2-4) Assim a taxa de símbolos de cada subportadora OFDM é reduzida por um fator igual a M, o número de subportadoras do sistema OFDM. Isto implica em um aumento da duração dos pulsos transmitidos por cada subportadora. Sendo assim, os valores de T e de Bofdm, definidos como a duração dos símbolos e a largura de faixa de um sistema de transmissão OFDM, respectivamente, são dados por: T = MTs (2-5) Bofdm = MB sub = B s (2-6) 2. Técnica de Transmissão OFDM 18 Assim o valor da banda ocupada por um sistema OFDM, dado em (2-6), é igual ao valor obtido para um sistema de transmissão de única portadora, dado em (2-4). Entretanto, por empregar uma transmissão paralela de dados em subportadoras ortogonais estreitas, a técnica de transmissão OFDM torna o sistema de transmissão mais robusto aos efeitos da seletividade em freqüência, visto que há um aumento intervalo de duração dos pulsos transmitidos em cada subportadora. O uso de pulsos de maior período torna o sistema mais imune aos efeitos de espalhamento de retardo do canal canais de propagação multipercurso. Os tipos de canal de propagação serão detalhados no próximo capítulo. A técnica OFDM constitui uma evolução da técnica FDM (Frequency Division Multiplexing), a qual se utiliza de bandas de guarda para separar os PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA espectros dos sinais de cada subportadora do sinal de transmissão. Isto resulta em desperdício de faixa de freqüências, fato inadmissível nos sistemas de transmissão atuais. Para contornar este problema, a técnica OFDM utiliza-se da sobreposição espectral de M subportadoras, com espaçamento em freqüência dado por Δf = 1 . T O termo T representa o intervalo de duração de um símbolo OFDM. Note que cada símbolo OFDM é formado por um conjunto de M subsímbolos de um esquema de modulação AM-PM, ambos de duração Ts. Verifica-se que o uso da sobreposição espectral garante um melhor aproveitamento da largura de faixa de freqüências destinada ao sistema. Apesar de haver sobreposição espectral, os espectros dos sinais de cada subportadora são matematicamente ortogonais entre si, o que permite a demodulação dos feixes de símbolos recebidos, na condição de sincronismo de portadora e de relógio na recepção. O espaçamento entre subportadoras é determinado de forma que cada subportadora seja alocada na posição dos nulos espectrais das demais, preservando a condição de ortogonalidade no domínio da freqüência. Para tanto, os pulsos utilizados na transmissão para cada subportadora devem ser retangulares com isso, de acordo com as propriedades da Transformada de Fourier, o espectro em cada um dos subcanais terá a forma de uma sinc(f) centrada na freqüência da 19 2. Técnica de Transmissão OFDM subportadora correspondente aquele subcanal. Os zeros da sinc(f) ocorrem a distâncias 1 (onde k é um inteiro), da freqüência da subportadora, de tal forma T que, se as subportadoras forem espaçadas de 1 não haverá superposição de T espectro nas freqüências centrais onde a informação estará contida. Dessa forma teremos a ortogonalidade das subportadoras e a informação poderá ser totalmente recuperada com uma demodulação/equalização no domínio da frequência. Na Figura 2.1 temos o espectro de freqüência de um sinal OFDM em banda básica mostrando a superposição entre as sincs de cada subportadora para compor o PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA espectro total: Figura 2.1 – Ortogonalidade no domínio da freqüência. Por outro lado, a ortogonalidade no domínio do tempo decorre do fato de que cada subportadora possui exatamente um número inteiro de ciclos dentro de um intervalo de duração de um símbolo OFDM. Preservada a condição de ortogonalidade observa-se que, no domínio do tempo, duas subportadoras quaisquer do sinal de transmissão OFDM em banda básica diferem exatamente de um número inteiro de ciclos, como pode ser observado na Figura 2.2. 20 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 2. Técnica de Transmissão OFDM Figura 2.2 – Ortogonalidade no domínio do tempo 2.1 Transmissão e Recepção do sinal OFDM Os sinais de cada uma das M subportadoras do sistema OFDM podem ser expressos da seguinte forma: ⎧ℜ(d i e j 2π ( f i + f c ) t ), t ∈ [0, T ] s i (t ) = ⎨ 0, t ∉ [0, T ] ⎩ com fi +1 – fi = i = 0 , 1 , 2 , ... , M - 1 (2-7) 1 e os termos complexos di representam o mapeamento dos T símbolos na constelação do esquema de modulação empregado na subportadora de ordem i. O sinal si(t) pode ser expresso como: 21 2. Técnica de Transmissão OFDM s i (t ) = ℜ(d i e i j 2π ( ) t T e j 2πf c t ),0 ≤ t ≤ T (2-8) Para cada intervalo de duração T, o sinal de transmissão OFDM, representado por sofdm(t), é formado pela combinação dos sinais modulados nas subportadoras do sistema. Para isto, um conjunto de M sub-símbolos é utilizado para formar cada símbolo OFDM, sendo que cada sub-símbolo modula apenas uma das subportadoras do sistema. Se g(t) denota a expressão do pulso formatador, definido como um pulso retangular unitário com duração T, o sinal sofdm(t) e sua envoltória complexa s(t) em relação à freqüência fc, são dados por: M −1 s ofdm (t ) = ℜ( ∑ d i g (t )e i j 2π ( ) t T e j 2πf ct ),0 ≤ t ≤ T (2-9) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA i =0 s (t ) = M −1 ∑ d i g (t )e i j 2π ( ) t T ,0 ≤ t ≤ T (2-10) i =0 A recepção do sinal OFDM pode ser implementada, baseando-se na ortogonalidade das subportadoras si(t), por meio de uma estrutura de correlatores ou filtros casados, conforme ilustrado na Figura 2.3: ∫ T ∫ T o (.) r1 = s1 + n1 b1(t) r(t) = s(t) + n(t) . . o (.) rM = sM + nM bM(t) Figura 2.3 – Equivalente banda básica do esquema geral de receptor ótimo utilizando correlator (projeção nas bases) 22 2. Técnica de Transmissão OFDM Para esta estrutura, a envoltória complexa do sinal na recepção representado por r(t), é formada pela soma da envoltória complexa s(t) do sinal de transmissão OFDM com a envoltória complexa do ruído no receptor n(t). No receptor, o sinal r(t) é correlacionado com funções base do tipo: bi (t ) = e − ( j 2πfti +θ ) ,0 ≤ t ≤ T i = 0 , 1 , 2 , ... , M - 1 (2-11) Notando-se, a partir da Figura 2.3, que ri representa a saída do i-ésimo correlator tem-se: T ri = ∫ e − ( j 2πft i +θ ) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0 ri = n i + e − jθ k k ( j 2π t ) ( j 2π t ) ⎤ ⎡ M −1 ⎤ T T − ( j 2πft +θ ) ⎡ M −1 − ( j 2πfti +θ ) i T T + n(t )⎥ dt = ∫ n(t )e +∫ e ⎢∑ d k e ⎢∑ dk e ⎥ dt 0 0 ⎣ k =0 ⎦ ⎣ k =0 ⎦ k −i t) ⎡ M −1 ⎤ T ( j 2π T dt ⎥ ⎢ ∑ d k ∫0 e ⎣ k =0 ⎦ (2-12) Sendo as funções bi(t) ortogonais: ∫ T 0 ⎧T , se i = k bi* (t )bk (t ) = ⎨ ⎩ 0, se i ≠ k (2-13) como as parcelas do somatório em (2-13) são nulas pra i ≠ k obtem-se: ri = Te-jθdi + ni (2-14) Na condição de sincronismo de portadora (θ = 0) e relógio, a saída do iésimo correlator corresponde ao símbolo mapeado na constelação do esquema AM-PM da i-ésima subportadora, acrescido de uma parcela devido ao ruído. Esta saída é encaminhada a um receptor de mínima distância. Como podemos notar pelas Figuras 2.3, uma implementação paralela é totalmente inviável na prática, já que seriam necessários bancos de M osciladores 23 2. Técnica de Transmissão OFDM e filtros analógicos, e o número de subportadoras M que justificam a escolha da técnica OFDM costuma ser da ordem das centenas ou milhares. Na década de 70, o conceito de modulação multiportadora em que se baseia OFDM já havia sido descoberto e estudado, contudo, não havendo tecnologia naquela época que permitisse a sua implementação, a idéia ficou apenas em caráter teórico. A partir da segunda metade da década de 80, com o avanço na microeletrônica e o surgimento dos DSPs, surgiram então os primeiros protótipos de sistemas com modulação OFDM, utilizando implementações baseadas em FFT (Fast Fourier Transform) [7], [8] como será visto na próxima seção. 2.2 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Geração e detecção dos sinais por meio de IDFT/DFT A abordagem matemática do sinal OFDM na transmissão e recepção recai na transformada discreta de Fourier (DFT) [5], [7], [9], [10] devido ao uso de um número finito de M subportadoras. Considere o equivalente passa-baixa de um símbolo OFDM, dado em (210), e repetido aqui por conveniência: M −1 s (t ) = ∑ d i e n j 2π ( ) t T ,0 ≤ t ≤ T (2-15) n =0 onde M representa o número de subportadoras, T é o intervalo de duração dos símbolos OFDM e os termos di denotam os sub-símbolos mapeados nas constelações dos esquemas de cada subportadora. O sinal s(t) amostrado M vezes, nos instantes t = lTs, é dado por: M −1 s (lTs ) ≡ s l = ∑ d n e j 2πl ( n ) N , l = 0,1,..M- 1 (2-16) n =0 A aplicação da DFT sobre um vetor qualquer de entrada x (de M componentes) gera um vetor X, cujas componentes são dadas por: 24 2. Técnica de Transmissão OFDM X( k ) = 1 M M −1 ∑ x(n)e − j 2πk ( n ) M ,0 ≤ k ≤ M − 1 (2-17) n=0 O fator multiplicativo 1 foi colocado em (2-17) apenas por conveniência, M sem perda de generalidade. Aplicando-se a transformada inversa de Fourier (IDFT) sobre o vetor X retorna-se ao vetor x. As componentes de x são obtidas das componentes de X por meio de: x ( n) = M −1 ∑ X(k )e − j 2πk ( n ) M ,0 ≤ n ≤ M − 1 (2-18) k =0 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Comparando (2-16) com a definição para a operação de IDFT, dada em (218), tem-se: s (lTs ) ≡ sl = M −1 ∑d n =0 n e j 2πl ( n ) N ≡ IDFT (d k ), l = 0,1,..., M − 1 (2-19) Assim a amostra da envoltória complexa do sinal de transmissão OFDM, s(t), pode ser obtida por meio da aplicação do algoritmo IDFT sobre a seqüência dk (k = 0, 1, ..., M –1), gerando M amostras de s(t), seguidas de um filtro passa- baixa para interpolar as amostras geradas. Equivalentemente, o sinal de recepção OFDM pode ser obtido amostrandose o sinal recebido a uma taxa de 1 e, aplicando-se o algoritmo de DFT sobre Ts cada bloco de M amostras recebidas. Em condições ideais do canal de propagação essa operação fornece os valores dk , uma vez que: 1 d k ≡ DFT ( s(lTs )) ≡ M ^ M −1 ∑s e l =0 l j 2π ( kl ) N (2-20) 25 2. Técnica de Transmissão OFDM 1 dk = M ^ 2π M −1 M −1 ∑ ∑d l =0 n =0 n e jM ( n−k )l 1 = M 2π j ( n−k ) M ⎡ 1 1− e M dk = dn ⎢ ∑ 2π j ( n−k ) M n =0 ⎢ ⎢⎣ 1 − e M ^ M −1 ⎛ M −1 ⎡ j 2π ( n − k ) ⎤ l ⎞ ⎟ d n ⎜ ∑ ⎢e N ⎥ ⎟ ∑ ⎜ n =0 ⎦ ⎠ ⎝ l =0 ⎣ M −1 ⎤ ⎥=d k ⎥ ⎥⎦ (2-21) (2-22) Assim foi definido o processo de geração e detecção do sinal OFDM que pode ser realizado utilizando processamento digital de sinais, lançando mão das propriedades da Transformada Discreta de Fourier (DFT) que pode ser calculada de forma rápida e eficiente através do algoritmo FFT (Fast Fourier Transform). PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 2.3 Intervalo de guarda – sistemas CP e ZP-OFDM Uma das principais vantagens do uso da técnica de transmissão OFDM é sua robustez contra o espalhamento de retardo do canal (τrms) [4]. O aumento do tempo de duração dos símbolos (T = MTs) eleva a tolerância do sistema aos efeitos do espalhamento de retardo, pois há uma redução no valor da relação entre τrms e T, tornando o sistema mais imunine a ISI, ou para sistemas OFDM, IBI (InterBlock Interference – Interferência entre Símbolos OFDM). Para reduzir os efeitos da IBI sobre o sinal recebido, um intervalo de guarda de duração Tg é introduzido em cada símbolo OFDM. Este intervalo deve ser dimensionado de forma que, na transmissão de um determinado símbolo OFDM, a resposta da convolução entre o sinal transmitido e o canal de propagação não interfira na recepção do símbolo seguinte [9]. Com a inserção do intervalo de guarda, a duração de um símbolo OFDM (Tofdm) passa a ser definida por: Tofdm = T + Tg (2-23) O intervalo de guarda pode ser formado pela extensão cíclica do símbolo ou pelo preenchimento de zeros. No primeiro caso, o intervalo de guarda é acrescentado no ínicio de cada símbolo OFDM, de forma a gerar o sinal de 2. Técnica de Transmissão OFDM 26 transmissão CP-OFDM (Cyclic Prefix – Orthogonal Frequency Division Multiplexing). No segundo caso, a inserção de zeros é feita no final de cada símbolo OFDM, e deste modo obtém-se o sinal de transmissão ZP-OFDM (Zero Padding – Orthogonal Frequency Division Multipexing). Na transmissão CP-OFDM, a extensão cíclica corresponde à inserção, no início de cada símbolo OFDM, de uma cópia do bloco formado pelas G = Tg Ts últimas amostras deste símbolo. Note que, para o receptor CP-OFDM convencional, as informações contidas no intervalo de guarda são descartadas no receptor [9], logo somente as M amostras, contidas no intervalo T, são utilizadas para o cálculo da operação de DFT. Na transmissão ZP-OFDM, o símbolo OFDM correspondente é preenchido PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA com G amostras zero, o que permite eliminar a IBI na recepção. É importante destacar que, nesta dissertação, considera-se o receptor ZP-OFDM onde as informações contidas no intervalo de guarda não são descartadas [1], mas utilizadas no cálculo da operação de DFT. O número de amostras considerado para dimensionar o tamanho do intervalo de guarda, em cada um dos sistemas, é função do valor de espalhamento de retardo do canal (τrms), que será definido no Capítulo 3. Os efeitos do canal de propagação, [10], [11], [12], [13], [14] sobre as componentes do sinal de transmissão OFDM é assunto do próximo capítulo. Entretanto, se os valores de τrms forem menores que a duração Tg, ou alternativamente o número de amostras G for maior que o comprimento em amostras do canal de propagação, definido como L, haverá ausência de interferências entre as subportadoras que compões cada símbolo OFDM. Deste modo, não haverá ICI (Inter-Carrier Interference – Interferência entre subportadoras), e assim não há perda de ortogonalidade entre as subportadoras na recepção. Na próxima sub-seção o processo de transmissão e recepção do sinal OFDM bem como os seus parâmetros de projeto. 27 2. Técnica de Transmissão OFDM 2.4 Processamento do sinal OFDM na transmissão e recepção Os principais parâmetros para o projeto de um sistema de transmissão OFDM são: a largura de faixa de freqüências (Bs), a taxa de transmissão requerida para o sistema (R) e o espalhamento de retardo do canal (τrms). O projeto do sistema de transmissão OFDM também deve considerar o espalhamento Doppler do canal [11], [12], [13], [14] definido como o deslocamento da freqüência da portadora, e a degradação da SNR (Signal-toNoise Ratio – Relação Sinal Ruído) devido ao ruído de fase e aos desvios de freqüência [15], [9]. Com base no espalhamento de retardo do canal multipercurso (τrms), define- PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA se a duração do intervalo de guarda, representado por Tg [9]. De acordo com o tipo de transmissão desejado, CP ou ZP-OFDM, aplica-se a extensão cíclica ou a inserção de zeros, respectivamente, ambas contendo G amostras. Ao adicionar o intervalo de guarda, os símbolos OFDM passam a ter duração Tofdm, dada em (223). Entretanto, deve-se atentar para o fato de que o descarte das amostras contidas no intervalo de guarda, durante o processamento do sinal CP-OFDM na recepção, insere uma degradação na SNR do sistema, dada por [10]: SNR perda = −10 log(1 − Tg Tofdm ) (2-24) Para minimizar o valor de SNRperda, a duração de um símbolo OFDM (Tofdm) deve ser muito maior que o valor do intervalo de guarda (Tg). No entanto, um alto valor para Tofdm implica na necessidade de um número maior de subportadoras para o sistema [9], aumentando a sua complexidade. Determinada a duração de cada símbolo OFDM, o número de subportadoras é obtido pela razão entre a banda disponível para o sistema (Bs) e o espaçamento entre subportadoras ( Δf = 1 ). Atendidos os requisitos relativos a τrms e a Bs taxa T de transmissão requerida para o sistema (R), bem como o desempenho em termos 28 2. Técnica de Transmissão OFDM da BER (Bit Error Rate - Taxa de Erro de Bit), são obtidos por meio da escolha de um esquema de modulação AM-PM apropriado para ser empregado nas subportadoras. O processamento dos sinais na transmissão e recepção de um sistema de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA OFDM [9] é ilustrado na Figura 2.4. Figura 2.4 – Detalhamento da transmissão e recepção para o sistema OFDM Após a codificação dos bits de entrada, o processamento do sinal de transmissão OFDM inicia-se com o mapeamento de blocos de M sub-símbolos (de duração Ts) nas constelações associadas aos esquemas de modulação de cada uma das M subportadoras do sistema, gerando a seqüência {d k }k =0 . M −1 Conforme visto da seção 2.3, a IDFT desta seqüência corresponde às amostras, tomadas a uma taxa de T = MTs. 1 , do sinal s(t), dado em (2-10) e de duração Ts 2. Técnica de Transmissão OFDM 29 As amostras da envoltória complexa do sinal de transmissão OFDM s(t), concatenadas com as amostras inseridas no intervalo de guarda, são aplicadas em um digital/analógico (D/A), de forma a gerar o sinal que irá modular a portadora de alta freqüência, cujo espectro está centrado na freqüência fc. O processamento do sinal de recepção OFDM inicia-se com a demodulação do resultado da convolução entre o sinal de transmissão em alta freqüência e a resposta impulsional do canal de propagação. O sinal demodulado é aplicado em um conversor analógico/digital (A/D), de modo a gerar as P = M + G amostras do símbolo OFDM a serem processadas pelo receptor. Primeiramente, estas amostras são aplicadas em processos de sincronização do intervalo de duração dos blocos e compensação de possíveis erros de sincronização de freqüência. Terminada esta etapa, para sistemas de transmissão PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA CP-OFDM convencional, as amostras contidas no intervalo de guarda com extensão cíclica são removidas do conjunto de amostras do sinal corrigido em freqüência. No caso do sinal ZP-OFDM, o intervalo de guarda é preservado, o que implica em um redimensionamento da operação DFT no receptor, com objetivo de contemplar a dimensão P do bloco de observações. Maiores detalhes serão vistos no próximo capítulo. Em ambos os sistemas, o bloco de amostras do sinal corrigido em freqüência é submetido à operação de DFT, de forma a obter, na recepção, as estimativas dos sub-símbolos dk transmitidos. Estas estimativas, por sua vez, são desmapeadas e, após a etapa de decodificação do canal, geram os bits de informação. 2.5 Vantagens e desvantagens do uso da técnica a OFDM Dentre as vantagens da técnica OFDM, verifica-se que sua aplicação torna o sistema de transmissão digital mais robusto aos efeitos da seletividade em freqüência [5], [9], expressos em termos do espalhamento de retardo do canal (τrms). Isto decorre do aumento no tempo de duração dos símbolos transmitidos em cada subportadora (T = MTs). 2. Técnica de Transmissão OFDM 30 Uma outra vantagem é a capacidade de eliminar a IBI (interferência entre símbolos OFDM), e em muitos casos a ISI (interferência entre subsímbolos), ao se utilizar o intervalo de guarda em cada símbolo OFDM transmitido. Por empregar a transmissão paralela de dados em subportadoras de largura de faixa estreita, a técnica OFDM permite aproximar as respostas em freqüência das parcelas do canal ao caso ideal de planura na resposta em amplitude e linearidade na resposta em fase. O conjunto resultante de canais paralelos estreitos no domínio da freqüência caracteriza um cenário de desvanecimento plano, o que vem a simplificar as necessidades de equalização. Os sistemas de transmissão OFDM apresentam maior robustez ao ruído impulsivo, devido ao aumento no tempo de duração dos símbolos. Caso hajam erros provocados por ruído de rajada, os símbolos podem ser recuperados na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA recepção por meio de esquemas apropriados de codificação, como o uso de técnicas de interleaving [16]. Dentre as desvantagens da técnica OFDM, verifica-se a incompatibilidade do uso do esquema convencional de transmissão em canais seletivos em freqüência com desvanecimento, uma vez que a informação transmitida em uma subportadora pode ser perdida, na presença de um desvanecimento profundo, caso do sistema CP-OFDM [9]. Por conta disto, métodos de codificação são combinados com técnicas de interleaving [16], para combater os efeitos do desvanecimento. No caso do interleaving no domínio do tempo, os bits são enviados em instantes distintos, com intervalos maiores que o tempo de coerência do canal, que será introduzido no Capítulo 3. Este método é aplicável em ambientes caracterizados por apresentar desvanecimento rápido. Entretanto, isto implica em retardo na transmissão de dados o que muitas vezes é intolerável. O interleaving no domínio da freqüência é recomendado para ambientes com alto grau de espalhamento. Os bits codificados são enviados em bandas de freqüências distintas, separadas pela largura de faixa de coerência do canal. Outra desvantagem da técnica OFDM é o problema de picos de potência [17]. A envoltória complexa do sinal de transmissão OFDM pode apresentar altas excursões de amplitude. O sinal OFDM em banda básica é formado pela soma de M sinais complexos modulados em diferentes freqüências. Em alguns casos, estes 2. Técnica de Transmissão OFDM 31 sinais poderão se somar ou anular em fase, resultando em um alto valor para a PAPR (Peak-to-Average Power Ratio) do sistema. Neste cenário, o amplificador de potência do transmissor irá introduzir distorções não-lineares que por sua vez irão destruir a ortogonalidade entre subportadoras. A técnica OFDM também é vulnerável a desvios de freqüência, como também a problemas de sincronização na freqüência [15]. Os desvios de freqüência provocam a perda da ortogonalidade entre as subportadoras do sistema. Já os erros de sincronização provocam um deslocamento de fase nos símbolos estimados. A sensibilidade de sistemas OFDM com relação aos desvios de freqüência das subportadoras e ruído de fase são analisados em [15]. Em particular, o OFDM é mais sensível a estes tipos de degradação do que os sistemas de transmissão de única portadora, sendo que a sensibilidade cresce PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA com o tamanho da constelação empregada, devido ao fato dos símbolos OFDM serem de maior duração (T = MTs), além da presença de interferências quando há perda de ortogonalidade entre as subportadoras. Neste capítulo foram apresentados os principais conceitos da técnica de transmissão OFDM onde foram abordados os detalhes do processo de transmissão de sinais CP-OFDM e ZP-OFDM, bem como as vantagens de desvantagens do uso da técnica OFDM. No próximo capítulo são apresentados os modelos discretos para a transmissão de sinais CP-OFDM e ZP-OFDM , juntamente com a definição dos tipos de canal de propagação utilizados nesta dissertação. 32 3 Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM A técnica de transmissão OFDM efetua a transmissão paralela de dados em subportadoras ortogonais de banda estreita. O n-ésimo símbolo OFDM é formado por blocos de sub-símbolos da forma [1], [6], [18]: d(n) = [ d1(n) d2(n) : : : dM(n)]T (3-1) onde M representa o número de subportadoras do sistema e os termos di(n) representam os sub-símbolos mapeados na constelação do esquema de modulação PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA AM-PM empregado. Nesta dissertação os termos di(n) são considerados, sem perda de generalidade, com energia unitária (Es = 1) e i.i.d. (estatisticamente independentes e igualmente distribuídos). A duração dos símbolos OFDM, definida como T, pode ser expressa em função de Ts, a duração dos sub-símbolos em cada subportadora. O valor de T e dado por: T = MTs (3-2) As principais implementações de um sistema de transmissão OFDM são CP e ZP-OFDM. Estes sistemas utilizam-se de intervalos de guarda com extensão cíclica e inserção de zeros, respectivamente. Com a inserção do intervalo de guarda, a duração de um símbolo OFDM (Tofdm) passa a ser definida por: Tofdm = T + Tg (3-3) Nesta Seção é apresentado o modelo discreto de transmissão de sinais OFDM. Este modelo é utilizado para descrever a transmissão de sinais dos sistemas CP e ZP-OFDM. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 33 Para formar o n-ésimo símbolo de transmissão OFDM, aplica-se a operação de IDFT de N pontos sobre o vetor de subsímbolos d(n) de dimensão Mx1. A figura 3.1 ilustra o processo discreto de geração do sinal de transmissão de apenas um símbolo OFDM, onde se supôs n = 0, sendo este índice suprimido temporariamente por conveniência de notação. Note-se ainda que a inserção de um intervalo de guarda não é considerado aqui. Isto será feito mais adiante, nas sub-seções 3.1 e 3.2. {di } M IDFT i =1 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA dM ... d2 d1 WM {si }iM=1 ∑ s p(t − iT ) D/A H d M i =1 s i s = WMH d Figura 3.1 – Transmissão do sinal OFDM Na Figura 3.1, o termo WMH representa a matriz para a operação de IDFT, de dimensão MxM. Os elementos da matriz WMH são dados por: ik Wi ,k = 1 j 2π N e i,k = 0,..., M – 1 N (3-4) No instante n, o vetor s(n) = WMH d(n) de dimensão Mx1, representa o sinal de transmissão OFDM no "domínio do tempo". O sinal de transmissão OFDM em banda básica, definido como s(t), é obtido por meio da aplicação do vetor s na entrada do conversor digital/analógico, que é detalhado na Figura 3.2. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM sM s2 s1 M s(t ) = ∑ si p (t − iTs ) ... Ts 34 i =1 Formatador p(t) MTs M ∑ s δ (t − iT ) i =1 i s Figura 3.2 – Conversor Analógico/Digital PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA O pulso p(t) representa o pulso formatador para o sinal de transmissão OFDM e o sinal de transmissão s(t) é definido no intervalo 0 ≤ t ≤ T. A Figura 3.3 ilustra o processo de recepção do sinal OFDM: hc(t) hd(t) r(t) = z(t) + no(t) r(lTs) s(t) n(t) t=lTs ; i=1,...,M Figura 3.3 – Recepção do sinal OFDM Na Figura 3.3, o sinal z(t) é definido por z(t) = ∑ s h(t − iT ) i s onde h(t) é i dado pela convolução entre o pulso formatador p(t), o filtro de detecção hd(t) e a resposta impulsional do canal de propagação hc(t). Assim h(t)= p(t) ∗ hd(t) ∗ hc(t). De igual modo, o sinal n(t) representa a filtragem do ruído gaussiano branco n(t) pelo filtro de detecção hd(t), sendo expresso por no(t) = n(t) ∗ hd(t). Os sinais z(t) e no(t) são usados para representar o sinal de observação r(t). No instante de amostragem t = lTs tem-se: r (lTs ) = z (lTs ) + no (lTs ) (3-5) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 35 onde as amostras de no(t) são estatisticamente independentes. Esta suposição é verdadeira quando, por exemplo o filtro de detecção hd(t) é casado ao pulso formatador p(t) e o pulso resultante da convolução hd(t) ∗ p(t) atende ao primeiro critério de Nyquist que evitaria interferência entre símbolos em canais não dispersivos. Neste caso, as amostras de no(t) tomadas à intervalos de sub-símbolos Ts são descorrelatadas e conseqüentemente independentes visto que o ruído n(t) é gaussiano. Em (3-5), o índice l referencia uma amostra obtida para o símbolo OFDM considerado durante o intervalo 1 ≤ l ≤ M. Usando-se a notação h(l) ≡ h(lTs), o sinal z(t) pode ser expresso, nos instantes de amostragem, da seguinte forma: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA z(l)≡ z(lTs) = ∑ s h((l − i)T ) = ∑ s h i i s l −i = sl ∗ hl (3-6) i i Considerando que cada amostra z(l) é resultado da convolução discreta da seqüência sl com a seqüência hl, o modelo discreto para a recepção do sinal OFDM é representado na Figura 3.4. Filtro discreto {sl }lM=1 {zl }lM=1+ L {rl }lM=1+ L h(l) s = WM Hd z Duração de L amostras n r=z+n Figura 3.4 – Modelo equivalente para recepção OFDM Para um instante genérico n e considerando-se por enquanto a transmissão e recepção de um único símbolo OFDM, o sinal que chega ao receptor, representado pelo vetor z(n), é dado por: z(n) = H s(n) = H WMH d(n) (3-7) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 36 onde o termo H representa a matriz de convolução discreta para o canal h(l). A matriz H representa uma matriz Toeplitz de dimensão MxM cuja primeira coluna é dada por: [h0...hL-1 01...0M-L]T O sinal de observação, representado pelo vetor r(n) é dado por: r(n) = z(n) + n(n) (3-8) onde n(n) representa um vetor de ruído gaussiano na recepção com média nula e matriz covariância Kn = σ2 I. Assim tendo descrito o modelo discreto de transmissão OFDM, nas PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA próximas seções este modelo é particularizado para os sistemas CP e ZP-OFDM. 3.1 Transmissão e recepção de sinais CP-OFDM No instante n, o sinal de transmissão CP-OFDM scp(n) é obtido ao se adicionar um intervalo de guarda ao sinal de transmissão original s(n) = WMH d(n). Este intervalo de guarda é formado por um conjunto de G amostras da extensão cíclica do sinal s(n). Assim o número de amostras transmitidas por símbolo CP-OFDM é igual a P = M + G. A Figura 3.5 ilustra o processo discreto de geração do sinal de um símbolo de transmissão CP-OFDM [1], [19] onde se supôs n = 0, sendo este índice suprimido temporariamente por conveniência de notação: 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 37 {si }iP= P−G +1 {di } M {s } P CP ,i i =1 i =1 dM ... d2 d1 IDFT . . . S/P WMH . . . P/S {si }iM=1 Figura 3.5 – Modelo discreto de transmissão CP-OPFM No instante n o sinal de transmissão scp(n) de dimensão Px1 é dado por: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA scp(n) = Mcp d(n) (3-9) ⎡ WcpH ⎤ onde Mcp= ⎢ H ⎥ e a matriz WcpH é formada pelas últimas G linhas da matriz ⎣ WM ⎦ IDFT WMH. Considerando o vetor hL = [ho h1 . . . hL-1]T a resposta impulsional do canal de comprimento L e sendo o ncp (n) um vetor de ruído na recepção, modelo discreto de recepção de um símbolo CP-OFDM, para o instante n = 0, é representado na Figura 3.6: {s } Filtro discreto P cp ,l l =1 hL(l) scp = Mcpd {z } zcp Duração de L amostras {r } P cp ,l l =1 P cp ,l l =1 rcp= zcp+ ncp ncp Figura 3.6 – Modelo discreto de recepção CP-OFDM Remoção do prefixo cíclico {rl }lM=1 {xl }lM=1 WM r xcp=WMr 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 38 Em geral, M > G ≥ L-1 e em um sistema real, há transmissão contínua de símbolos CP-OFDM e, devido à presença do canal, considera-se que há superposição entre os símbolos CP-OFDM recebidos. Deste modo n-ésima observação de dimensão Px1 pode ser expressa como [1]: rcp(n)= HMcpd(n) + HibiMcpd(n-1) + ncp(n) (3-10) A matriz H representa uma matriz Toeplitz de dimensão PxP cuja primeira coluna é dada por: [h0...hL-1 01...0P-L]T A matriz Hibi é uma matriz Toeplitz triangular superior de dimensão PxP, que representa a incidência de IBI (Inter Block Interference) sua primeira linha é dada por [01...0P-L+1 hL-1 ...h1] [1]. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Após a remoção da extensão cíclica no receptor e, desde que G ≥ L-1, a nésima observação de dimensão Mx1 pode ser expressada como [1]: r(n) = [0 MxG I MxM ]rcp(n) = Circ(h)WMH d(n) + n(n) (3-11) Em (3-10) n(n) é um vetor de ruído de dimensão Mx1com média nula e matriz covariância: Kn = [0 MxG I MxM ] Kncp [0 MxG I MxM ] = σ2 I T (3-12) Assim a adição e remoção do prefixo cíclico, por meio de matrizes pré definidas, não altera as estatísticas do vetor ruído. O termo Circ(h) representa uma matriz circulante de dimensão MxM cuja primeira coluna dada pelo vetor h = [h0...hL-1 01...0M-L]T 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM ⎡ ho ⎢ M ⎢ ⎢hL − 2 ⎢ Circ(h) = ⎢ hL −1 ⎢ 0 ⎢ ⎢ M ⎢ 0 ⎣ 0 0 O O O O hL −1 L O O O 39 O O O O O O O O O O 0 hL −1 hL − 2 L L O h1 ⎤ M ⎥⎥ hL −1 ⎥ ⎥ 0 ⎥ M ⎥ ⎥ 0 ⎥ h0 ⎥⎦ MxM (3-13) Assim o uso do intervalo de guarda com extensão cíclica permite tratar a operação de convolução linear entre a resposta ao impulso do canal e o sinal de transmissão CP-OFDM como uma convolução circular [1],[19]. Após a demodulação com a matriz DFT representada por WM, o sinal PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA recebido no domínio da freqüência é dado por [1]: xcp(n)= WM Circ(h) WMH d(n) + WM n(n) (3-14) xcp(n)=D(q)d(n) + n’(n) (3-15) Em (3-14) a matriz circulante Circ(h) foi diagonalizada pela pré/pós multiplicação das matrizes IDFT e DFT, pelo fato de que qualquer matriz circulante é diagonalizável pela operação da Transformada Discreta de Fourier [7], [8]. As componentes da matriz diagonal D(q) resultante são formadas pelas componentes da resposta em freqüência do canal q = M WM h. As estatísticas de um vetor gaussiano branco não se alteram com a aplicação de uma transformação ortogonal (WM), de modo que em (3-14), n’(n) representa um vetor gaussiano branco com média nula e matriz covariância Kn’ = σ2 I. Assim os vetores n(n) e n´(n) são equivalentes. Para canais seletivos em freqüência invariantes no tempo (pelo menos durante o período de um símbolo OFDM) a matriz circulante Circ(h) pode ser gerada após a operação DFT no receptor, pois as componentes de h são constantes durante o bloco de M subsímbolos que formam um símbolo OFDM. Deste modo a operação de multiplicar o vetor de observação r(n), dado por (3-11), pela matriz DFT WM resulta em uma matriz diagonal D(q), observado em (3-15), cuja 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 40 diagonal principal são formadas pelas componentes de q. Deste modo verifica-se através de (3-15) que o i-ésimo subsímbolo de cada bloco fica ponderado por um fator complexo correspondente a resposta em freqüência do canal na i-ésima subportadora. Conseqüentemente o canal multipercurso, no domínio do tempo, é transformado em um conjunto de canais paralelos e estreitos, no domínio da freqüência, cada qual representando as distorções sofridas pelo sinal nas subportadoras do sistema caracterizando assim um cenário de desvanecimento plano [1]. Assim para canais fixos o processo de equalização pós-DFT é simplificado pois cada sub-símbolo necessita de um equalizador de apenas 1 tap visando eliminar as distorções multiplicativas provocadas pelo canal na seqüência xcp(n). Entretanto observa-se que um sub-símbolo di(n) pode não ser recuperado na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA recepção se houver um nulo na resposta de freqüência associado q(i)=0 implicando em uma limitação para os sistemas de transmissão CP-OFDM. Os equalizadores ZF (Zero Forcing) e MMSE supõem o conhecimento ideal do canal de propagação no receptor e são representados pelas matrizes G cp zf e G cp mmse de dimensões MxM. Considerando que subsímbolos CP-OFDM possuem energia unitária, pertencentes a uma constelação AM-PM balanceada e que o vetor de ruído n(n) possui matriz covariância Kn = σ2 I as matrizes são dadas por: -1 G cp zf = D(q) (3-16) [ H G cp D(q)D(q) H + σ 2 I mmse = D(q ) ] −1 (3-17) As matrizes de equalização apresentadas em (3-16) e (3-17) multiplicam as observações em (3-15) antes da detecção de sinais, implementada com receptor de mínima distância. No Capítulo 4, esses equalizadores são usados como figura de mérito para avaliação do desempenho da estimativa Pós-DFT e Pré-DFT do canal de propagação. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 41 3.2 Transmissão e recepção de sinais ZP-OFDM No instante n, o sinal de transmissão ZP-OFDM szp(n) é obtido ao se adicionar um intervalo de guarda, composto por uma seqüência de G zeros [1],[19], ao sinal de transmissão original s(n) = WMH d(n) de dimensão Mx1. Assim o número de amostras transmitidas por símbolo OFDM é igual a P = M + G. A figura 3.7 ilustra o processo discreto de geração do sinal de um símbolo de transmissão ZP-OFDM [1], [19] onde supôs-se n = 0, sendo este índice suprimido temporariamente por conveniência de notação: {di } PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA M l =1 IDFT S/P dM ... d2 d1 . . . WMH . . . P/S {0}Gi=1 Figura 3.7 – Sinal de transmissão ZP-OFDM O sinal de transmissão szp(n) de dimensão Px1 é dado por : szp(n) = Mzp d(n) (3-18) onde: ⎡W H ⎤ Mzp= ⎢ M ⎥ , combina a operação de IDFT(modulação de múltiplas ⎣ 0 ⎦ portadoras) e a técnica de inserção de zeros (zero padding) . {s } P ZP ,i i =1 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 42 Assim como na seção anterior considerando-se o vetor hL = [ho h1 . . . hL-1]T a resposta impulsional do canal de comprimento L e sendo nzp (n) o vetor de ruído na recepção, o modelo discreto de recepção de um símbolo ZP-OFDM, para o instante n = 0, é representado na figura 3.8: {s } Filtro discreto P zp ,l l =1 Duração de L amostras {x } P zp ,l l =1 hL(l) szp = Mzpd PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA {r } {zl }lP=1 rzp= zzp + nzp zzp P zp ,l l =1 WP xzp = WPrzp nzp Figura 3.8 – Sinal de recepção ZP-OFDM Assim como no sinal CP-ODFM, considera-se que há superposição entre os símbolos ZP-OFDM recebidos, e a n-ésima observação do sistema ZP-OFDM, de dimensão Px1, pode ser expressa como [1]: rzp(n)= HMzpd(n) + HibiMzpd(n-1) + nzp(n) (3-19) Uma característica da técnica ZP-OFDM está no fato de, dado a condição de G ≥ L-1 , a matriz de zeros de dimensão GxM contida na parte inferior de Mzp, definida em (3-18), elimina a interferência entre símbolos ZP-OFDM no vetor de observação rzp(n), uma vez que: HibiMzp = 0 (3-20) Deste modo (3-19) se torna: rzp(n)= HMzpd(n) + nzp(n) (3-21) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 43 Assim o sistema ZP-OFDM possui máximo ganho de diversidade, vindo a recuperar a perda presente nos sistemas CP-OFDM. Isto vem do fato do sistema ZP-OFDM ser capaz de remover as interferências entre símbolos OFDM mantendo a operação de convolução linear entre o canal de propagação e seqüência de símbolos transmitidos. No CP-OFDM, o uso do intervalo de guarda com extensão cíclica permite tratar a convolução linear entre a resposta impulsional do canal e o sinal transmitido como uma operação de convolução circular. Como foi visto na seção anterior o uso do intervalo de guarda com extensão cíclica no CP-OFDM permite tratar o canal multipercurso como um conjunto de canais paralelos estreitos representando as distorções sofridas pelo sinal nas subportadoras do sistema. Esta propriedade do sistema CP-OFDM pode ser PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA observada também em sistemas ZP-OFDM. Visto que o uso do intervalo de guarda preenchido por zeros permite eliminar a contribuição das G últimas colunas da matriz de convolução discreta para o canal H, do cálculo da interferência entre símbolos OFDM observada na detecção de símbolos ZPOFDM. Assim a aplicação da matriz H em (3-21) é equivalente a operação de convolução circular entre a resposta impulsional do canal e o sinal ZP-OFDM transmitido, szp. Assim a matriz H pode ser diagonalizada por meio da operação de DFT de P pontos. Esta operação é feita a partir da matriz de DFT WP de dimensão PxP. Este processamento das observações rzp(n) feito no receptor é ilustrado na figura 3.2.2. Assim aplicando a DFT de P pontos em (3-21) tem-se: xzp(n) = WPHMzpd(n) + WP nzp(n) = WPH WPH WP Mzpd(n) = D(q)Vd(n) + n(n) onde q = (3-22) P WP h cuja componentes são a resposta em freqüência do canal para cada uma das P subportadoras, D(q) é uma matriz diagonal de dimensão PxP, cuja diagonal é formada pelos elementos de q e V é uma matriz estruturada, de dimensão PxM, obtida através do produto matricial WP Mzp. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 44 Através de (3-20) verifica-se, que o l-ésimo subsímbolo fica ponderado por uma fator complexo que é o resultado do produto da l-ésima componente de q e a l-ésima linha da matriz V. Assim no sistema ZP-OFDM os subsímbolos não são zerados diretamente pela resposta em freqüência do canal, diferentemente do sistema CP-OFDM. Portanto os subsímbolos que se situam em subportadoras cuja resposta de freqüência do canal são nulos podem ser recuperados. Para sistemas ZP-OFDM, equalizadores ZF e MMSE também são usados como figura de mérito para avaliação do desempenho da estimativa Pós-DFT e Pré-DFT do canal de propagaçã apresentado no Capítulo 4. Os equalizadores ZF e MMSE supõem o conhecimento ideal do canal de propagação no receptor e são zp representados pelas matrizes G zp zf e G mmse de dimensões PxP. Considerando que subsímbolos CP-OFDM possuem energia unitária, pertencentes a uma constelação PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA AM-PM balanceada e que o vetor de ruído n(n) possui matriz covariância Kn = σ2 I as matrizes são dadas por: † G zp zf = (D(q)V) (3-23) [ zp G mmse = V H D(q) H D(q)VV H D(q) H + σ 2 I ] −1 (3-24) onde a operação (.)† indica a matriz pseudoinversa. As matrizes de equalização apresentadas em (3-23) e (3-24) multiplicam as observações em (3-22) antes da detecção de sinais, implementada com receptor de mínima distância. É importante ressaltar que as equalizadores apresentadas em (3-23) e (3-24) são de mínima norma. O equalizador dado por (3-23) requer a computação da pseudoinversa de D(q)V, de dimensão PxM, que de maneira geral requer uma complexidade computacional considerável. Isto motiva o desenvolvimento de esquemas de equalização de baixa complexidade, porém sub-ótimos, para receptores ZP-OFDM. Um esquema subótimo para o equalizador ZF apresentado em (3-23) é dado por: 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM † -1 G zp zf = V D(q) 45 (3-25) Como V = WP Mzp temos que: V† = [MzpHWPHWPMzp]-1MzpHWPH = MzpHWPH = VH (3-26) Assim (3-25) se torna: H -1 G zp zf = V D(q) (3-27) Como a matriz V não é dependente do canal sua pseudoinversa V†, que PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA conforme (3-24) é igual a VH, pode ser pré computada, assim do ponto de vista operacional, é necessário somente inverter a matriz diagonal D(q), supondo o conhecimento ideal do canal. Este esquema reduz bastante a complexidade do equalizador porém não é de de norma mínima pois, em geral, V†D(q)-1≠ (D(q)V)† [1]. Outra penalidade existente é na detecção de subsímbolos localizados nas subportadoras cujas freqüências correspondem a nulos da resposta de freqüência do canal, devido a amplificação do ruído [1]. 3.3 Modelagem dos Canais de Propagação Um canal de radiopropagação móvel pode ser caracterizado através de três fenômenos principais: atenuações com a distância, dadas pelos modelos de predição de atenuação, desvanecimentos em larga escala, resultantes do efeito de sombreamento (prédios e morros obstruindo a passagem do sinal) e desvanecimentos em pequena escala associados ao efeito multipercurso. Os dois primeiros fenômenos, atenuação com a distância e efeito sombreamento, podem ser tratados conjuntamente e vistos como uma variação no nível médio do sinal. Já o desvanecimento em pequena escala devido ao multipercurso pode ser entendido como sendo variações rápidas da amplitude do sinal com o tempo sobre o nível 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 46 médio anterior. A Figura 3.9 ilustra um sinal típico de um ambiente móvel considerando os três efeitos mencionados. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Figura 3.9 – Envoltória de um sinal em um ambiente rádio móvel 3.3.1 Desvanecimento Multipercurso O desvanecimento multipercurso se caracteriza por rápidas flutuações sofridas na amplitude da envoltória de um sinal num canal rádio móvel, durante um curto intervalo de tempo. Esse tipo de desvanecimento é causado pelo tão conhecido fenômeno do multipercurso [14]. A Figura 3.10 ilustra o fenômeno do multipercurso. Figura 3.10 – Fenômeno do Multipercurso 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 47 Em um ambiente rádio móvel urbano típico (que são aqueles de maior interesse), as antenas dos receptores móveis ficam bem abaixo do nível dos prédios de tal forma que não existe linha de visada direta entre transmissor (antena rádio base) e receptor (móvel). Os principais mecanismos de propagação pelos quais as ondas de rádio alcançam a antena receptora são as reflexões nas superfícies dos prédios e as difrações nos contornos dos mesmos, como está ilustrado na Figura 3.8. Em uma típica situação de multipercurso várias ondas de rádio alcançam a antena do receptor através dos mais diversos caminhos e direções, e portanto, chegam com os mais diversos atrasos. Essas ondas se combinam fasorialmente na antena do receptor interferindo umas com as outras ora de forma construtiva ora de forma destrutiva, tendo como resultado uma onda cuja amplitude e fase podem PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA variar enormemente. A Figura 3.11 ilustra um sinal com as rápidas variações na envoltória devido ao multipercurso. Este sinal está normalizado com relação às atenuações em grande escala, de tal forma que o nível médio pode ser considerado constante, o que permite o enfoque apenas no desvanecimento em pequena escala. Figura 3.11 – Envoltória do sinal recebido em um ambiente rádio móvel Se considerarmos o movimento relativo entre transmissor e receptor, cada componente do sinal que chega à antena do receptor experimenta um desvio de freqüência, de tal forma que o espectro de freqüência do sinal recebido sofre um espalhamento. Esse fenômeno pode ser visto como uma manifestação no domínio da freqüência do desvanecimento na envoltória do sinal recebido no domínio do tempo. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 48 Suponha que o móvel esteja se movendo a uma velocidade constante v e que uma das ondas componentes do multipercurso chegue até a antena do móvel, fazendo um ângulo de θ graus com a direção do movimento. Essa componente então irá sofrer um desvio de frequência dado por: f = ν cos θ λ (3-28) onde λ é o comprimento de onda da portadora . O máximo desvio Doppler irá então acontecer para as componentes do sinal PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA que chegarem na mesma direção do movimento do receptor ( θ = 0° e θ = 180° ): fd = ν (3-29) λ 3.3.2 Resposta ao Impulso de um Canal Multipercurso As variações em pequena escala de um sinal rádio móvel podem ser diretamente relacionadas à resposta ao impulso do canal. A resposta ao impulso é uma caracterização do canal em faixa larga, como veremos mais adiante. O canal rádio móvel pode ser modelado como sendo um filtro linear com resposta ao impulso variante no tempo, onde essas variações são devidas ao movimento do receptor [14]. O fato de o canal poder ser modelado como um filtro é conseqüência direta de o sinal resultante no receptor ser dado pela soma de amplitudes e atrasos das várias ondas componentes do multipercurso que chegam, num dado instante de tempo. Definindo hc(t,τ) como a resposta do canal multipercurso, no instante t, a um impulso aplicado no instante t - τ e si (t) o sinal transmitido, então o sinal resultante da ação do canal em s(t) é dada por: ∞ so (t) = ∫ h(t ,τ ) s (t − τ )dτ −∞ (3-30) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 49 Sabendo que o sinal recebido em um canal multipercurso consiste numa série de versões atenuadas, atrasadas e defasadas, do sinal original então a resposta impulsiva em banda base de um canal multipercurso pode ser expressa por: L −1 hc (t ,τ ) = ∑ ai (t ,τ ) exp[ j (2π . f c .τ i (t ) + φi (t ,τ ) )]δ (τ − τ i (t ) ) (3-31) i −0 onde ai(t,τ) e τi(t) são respectivamente as amplitudes reais e os atrasos do i-ésima componente do multipercurso no instante t. O termo 2π . f c .τ i (t ) + φ i (t ,τ ) representa o deslocamento de fase devido à propagação no espaço livre do i-ésima componente. A Figura 3.12 ilustra um exemplo de uma possível resposta ao PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA impulso de um canal multipercurso. Figura 3.12 – Exemplo de resposta ao impulso de um canal multipercurso Pode-se simplificar (3-31) considerando que os atrasos τi(t) são invariantes no tempo: L −1 hc (t ,τ ) = ∑ hi (t )δ (τ − τ i ) i =0 onde hi (t ) = ai (t ) exp[ j (2π . f c .τ i + φi (t ) )] (3-32) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 50 Se assumirmos que a resposta impulsiva do canal é invariante no tempo, ou pelo menos estacionária no sentido amplo em um curto intervalo de tempo, então a resposta ao impulso do canal pode ser simplificada para: L −1 hc (τ ) = ∑ hiδ (τ − τ i ) (3-33) i =0 Na Figura 3.13 temos um possível exemplo da resposta impulsiva invariante PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA no tempo, dada pela expressão (3-33): h(τ) h1 τ1 h2 τ2 h3 τ3 h4 τ4 τ Figura 3.13 – Exemplo de resposta ao impulso de um canal multipercurso estacionário A medição ou predição de hc(t) é feita utilizando-se um pulso de teste p(t) que aproxime a função impulso no transmissor, isto é p(t) ≅ δ(t-τ). Este processo de obtenção de uma aproximação para a resposta ao impulso do canal é chamado de sondagem do canal, enquanto que a resposta obtida é denominada perfil de potência do retardo. A Figura 3.14 mostra um exemplo de um perfil de potência do retardo, P(τ), obtida para um dado canal. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 51 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Figura 3.14 – Perfil de potência do retardo A partir do perfil de potência do retardo podemos definir um conjunto de parâmetros que servem para caracterizar o canal rádio móvel. Os principais parâmetros são os parâmetros de dispersão no tempo, a saber, o retardo médio e o espalhamento de retardo do canal (delay spread) e a banda de coerência do canal (Bcoer). O retardo médio é definido como o primeiro momento do perfil de potência do retardo: +∞ τ = E (τ ) = ∫ τP(τ )dτ −∞ +∞ (3-34) ∫ P(τ )dτ −∞ O espalhamento de retardo do canal é definido como a raiz quadrada do segundo momento central (variância) do perfil de potência do retardo: τ rms ⎡ +∞ ⎤ 2 ⎢ ∫ (τ − τ ) P(τ )dτ ⎥ ⎥ = E (τ − τ ) 2 = ⎢ − ∞ + ∞ ⎢ ⎥ P(τ )dτ ⎢ ⎥ ∫ ⎢⎣ ⎥⎦ −∞ 1/ 2 (3-35) 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 52 A banda de coerência Bcoer do canal é apenas uma definição baseada no espalhamento de retardos. A banda de coerência é uma medida estatística da faixa de freqüências na qual o canal pode ser considerado “plano”, isto é, com aproximadamente ganho constante e fase linear. Em outras palavras, a banda de coerência representa a faixa de freqüência do canal na qual duas componentes de freqüência tem uma grande probabilidade de terem suas amplitudes correlatadas [14]. A definição da intensidade dessa correlação é apenas um critério a ser escolhido. Por exemplo, para correlações maiores que 0.9 (90%) a banda de coerência pode ser expressa aproximadamente por [14]: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Bcoer = 1 50τ rms (3-36) onde τrms é dado em (3-35) O tipo de desvanecimento sofrido por um sinal ao atravessar um canal rádio móvel depende da relação entre natureza do próprio sinal transmitido e as características do canal [14]. Dependendo da relação entre os parâmetros do sinal tais como, largura de banda, intervalo de símbolo, etc., e os parâmetros de caracterização do canal tais como, espalhamento de retardos e espalhamento Doppler, diferentes tipos de sinais sofrem diferentes tipos de desvanecimento. O canal de radiopropagação móvel pode ser caracterizado por dois fenômenos independentes, cuja manifestação depende da natureza do sinal a ser transmitido (faixa estreita ou faixa larga). O espalhamento de retardos do canal ocasiona dispersão no tempo e seletividade na freqüência, enquanto que o espalhamento Doppler causa dispersão na freqüência e seletividade no tempo. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 53 3.3.3 Tipos de Desvanescimento Multipercurso Desvanescimento Plano: Se o canal possui ganho constante e resposta em fase linear em uma faixa de freqüências maior do que a largura de banda do sinal a ser transmitido, então este sinal ao atravessar o canal sofre o que chamamos de desvanecimento plano [14]. Colocando de outra forma, o desvanecimento plano ocorre se a largura de banda do sinal Bs for menor do que a banda de coerência Bcoer do canal ou, de forma equivalente, se o espalhamento de retardo do canal for desprezível se comparado ao intervalo do símbolo Ts. As condições para o desvanecimento plano são, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA portanto: B S << Bcoer (3-37a) ou TS >> σ τ (3-37b) Nesse caso, o sinal recebido em faixa estreita pode ser expresso da seguinte forma: r (t ) = I (t ) cos ω C t − Q(t ) sen ω C t (3-38) r (t ) = A cos(ω C t + θ ) (3-39) onde I(t) e Q(t), as componentes em fase e quadratura do sinal recebido podem ser representados como variáveis aleatórias gaussianas de média zero e variância σ, A é a envoltória do sinal recebido é dada por A = I (t ) + Q(t ) e a fase θ do sinal 2 recebido é dada por θ = tg −1 Q(t ) : I (t ) 2 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 54 Pode-se mostrar que neste caso A e θ são variáveis aleatórias com distribuição Rayleigh de parâmetro σ e distribuição uniforme em [0, 2π], onde a distribuição Rayleigh é dada por: A2 ) p r ( A) = 2 exp(− σ 2σ 2 A R≥0 (3-40) No caso de desvanecimento plano (transmissão em faixa estreita), toda a estatística de retardos descrita na seção anterior passa a ser desprezível já que PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA TS >> σ τ e a resposta impulsiva do canal é ilustrada na Figura 3.15. Fig. 3.15 – Resposta impulsiva do canal em faixa estreita Portanto, apenas o fenômeno de dispersão na freqüência / seletividade no tempo devido ao efeito Doppler se manifesta no caso de transmissão em faixa estreita. O que temos na realidade é o espalhamento Doppler no domínio da freqüência e seu efeito dual no domínio do tempo, o desvanecimento Rayleigh. Um modelo mais vastamente utilizado na literatura para caracterizar o espalhamento Doppler é o modelo de desvanecimento plano de Clarke, descrito por [11], [12], [13], [14].: S( f ) = f ≤ fd 1.5 ⎛ f − fC ⎝ fd π . f d 1 − ⎜⎜ ⎞ ⎟⎟ ⎠ 2 (3-41) onde fd é o desvio Doppler máximo dado em (3-29) e fc é a frequência da portadora de RF. A Figura 3.16 mostra o espectro Doppler em RF do modelo de Clarke. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 55 freqüência,f Figura 3.16 – Espectro de Potência Doppler Desvanescimento Seletivo: Se o canal possui ganho constante e resposta em fase linear em uma faixa de freqüências menor do que a largura de banda do sinal a ser transmitido, então este PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA sinal ao atravessar o canal irá sofrer o que chamamos de desvanecimento seletivo [14]. Colocando de outra forma, o desvanecimento seletivo ocorre se a largura de banda do sinal for maior do que a banda de coerência do canal ou, de forma equivalente, se o espalhamento de retardo do canal for da mesma ordem de grandeza ou até maior do que o intervalo do símbolo do sinal. Desta forma, as condições para o desvanecimento seletivo são: B S > Bcoer (3-42a) ou TS < τ rms (3-42b) No caso do desvanecimento seletivo, ou transmissão em faixa larga, ocasiona dispersão no tempo/seletividade na freqüência. Assim, agora são levados em consideração o espalhamento de retardo do canal e as estatísticas de retardo. O canal, no caso do desvanecimento seletivo, é também chamado de canal dispersivo no tempo e sua resposta impulsiva é então dada pela expressão (3-33) e pela Figura (3.13). 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 56 3.3.4 Modelagem do Canal de Propagação Os canais de propagação considerados nesta dissertação são os que provocam desvanecimento seletivo: canal de propagação multipercurso fixo (com seletividade em freqüência e sem efeito Doppler) e canal de propagação multipercurso variante no tempo (com seletividade em freqüência e efeito Doppler), que são tratados respectivamente como: canal fixo e canal variante. Como visto anteriormente r(t) representa o sinal OFDM recebido em banda básica e pode ser expresso através de: ∞ r(t) = ∫ hc (t ,τ ) s (t − τ )dτ + n(t ) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA −∞ (3-43) A resposta do canal de propagação ao impulso adotado nesta dissertação foi definido em (3-32) e é reescrito aqui por conveniência: L −1 hc (t ,τ ) = ∑ hi (t )δ (τ − τ i ) (3-44) i =0 onde o termo τi representa o retardo associado ao i-ésimo percurso, o qual é aproximado como um múltiplo do intervalo de duração de sub-símbolos Ts. A variância de cada ganho, assim como os retardos, são geralmente determinados por meio de medidas de propagação[14]. A seqüência de coeficientes de um canal variante pode ser representada por: hi(n) = pi αi(n) i = 0,1,...,L-1 (3-45) Os termos αi(n) são variáveis aleatórias complexas gaussianas, obtidas através da filtragem de um ruído gaussiano branco complexo por um filtro F(f) , cuja função de transferência é dada por (3-41). Este processo corresponde a geração de seqüências de variáveis aleatórias de Rayleigh correlatadas e com E[| α l2 (n) |] =1. 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 57 Para esta dissertação os pesos pl utilizados para representar o canal são dados por: p0 = 0.8677, p1 = 0.4339, p2 = 0.2169 e p3 = 0.1085. Para canais variantes, o produto fdTs indica a rapidez do desvanecimento atuante no canal e quanto menor for o valor de fdTs mais rápida é a variação temporal do canal. A fim de avaliar a rapidez do desvanecimento em cada símbolo OFDM, deve utilizar o produto fdTofdm dado por: fdTofdm = P fdTs = (M + G) fdTs (3-46) onde M é o número de subportadoras do símbolo OFDM e G é o número de amostras considerado para o intervalo de guarda. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Quando não há variações temporais durante o intervalo de duração Tofdm de um símbolo OFDM, tampouco de um número elevado de símbolos OFDM, este canal é classificado como um canal de propagação multipercurso fixo (canal fixo). Se as variações de um canal de propagação ocorrem durante o intervalo de duração dos símbolos OFDM, este é classificado como canal de propagação multipercurso variante no tempo (canal variante). Neste caso, a representação do canal pela matriz de convolução discreta H, definida em (3-7), somente é válida quando a variação do canal for suficientemente lenta (fdTofdm reduzido e.g. 10-5, 10-4) de modo que não haja variações significativas no canal durante um período Tofdm de um símbolo OFDM. Assim nesta dissertação o canal foi modelado de forma que as variações do canal ocorram somente entre os símbolos OFDM de forma que durante o período Tofdm o canal se mantém fixo. Isto permite que o modelo de representação do canal por matrizes circulantes, descrito nas seções 3.1 e 3.2, possam ser diagonalizadas após a operação de DFT no receptor OFDM, continue válido o que não ocorreria caso o canal variasse durante o período Tofdm pois neste caso o canal não poderia ser representado por uma matriz circulante e por conseqüência não poderia ser diagonalizada após operação DFT, tornando inválido o modelo de transmissão OFDM adotado nesta dissertação. Este modelo de canal variante faz com que o n-ésimo símbolo OFDM tenha uma resposta de freqüência de canal q(n) permitindo que os equalizadores ZF e MMSE possam ser utilizados como figura de mérito para avaliação do esquema de estimação de canal 3. Modelo discreto de transmissão de sinais OFDM 58 variante descrito no Capítulo 5. Neste caso supõe-se que o receptor tem conhecimento da resposta de freqüência de canal q(n) para cada instante n de forma que para o sistema CP-OFDM os equalizadores ZF e MMSE ideais são dados por: -1 G cp zf (n) = D (q(n)) (3-47) [ H D(q(n))D(q(n)) H + σ 2 I G cp mmse (n) = D(q ( n)) ] −1 (3-48) e para sistemas ZP-OFDM por: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA † G zp zf (n) = (DP(q(n))V) (3-49) [ zp G mmse (n)= V H D(q(n)) H D(q(n))VV H D(q(n)) H + σ 2 I ] −1 (3-50) 59 4 Estimação de Canal As técnicas de modulação M-PSK, utilizada nesta dissertação para mapear sub-símbolos s(n), podem ser classificadas em duas categorias: diferencial e coerente. Utilizando o método de modulação diferencial para mapear os símbolos M-PSK das subportadoras OFDM, não há necessidade de se estimar o canal, já que a informação está codificada na diferença de fase entre dois símbolos consecutivos. Essa é uma técnica comumentemente utilizada em sistemas rádio móveis para reduzir a complexidade no receptor, já que um estimador de canal não se faz necessário. Modulação diferencial é utilizada no padrão Europeu para PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA difusão de áudio digital, o DAB (Digital Audio Broadcast) e também no padrão americano IS-136 usado para comunicação celular baseada em TDMA. A modulação diferencial possui duas desvantagens principais: uma perda adicional de 3 dB na relação SNR, e portanto um desempenho inferior se comparada à modulação coerente e uma ineficiência para usar constelações com vários níveis de amplitude (multiamplitude). A modulação coerente, por outro lado, permite o uso de constelações multiamplitude de maneira eficiente, sendo assim adequada para as transmissões a altas taxas [20], [21]. A estrutura do seu receptor é mais complexa já que deve incluir um estimador de canal. Para canais “com par de fios” (wired channels) como é o caso do canal telefônico por exemplo, certamente a modulação coerente será a melhor escolha, pois o canal dificilmente muda com o tempo. Contudo, para os canais rádio móveis, altamente variantes no tempo, a eficiência desse tipo de modulação faz com que ela passe a ser uma alternativa interessante para as transmissões com taxas elevadas, como é o caso da difusão de vídeo digital, DVB (Digital Video Broadcast). Portanto, passa a ser atraente o estudo de estimadores de canal a serem usados em esquemas com modulação coerente. Esse estudo inclui análise de técnicas para estimação do canal e análise do desempenho do estimador. Em um sistema OFDM, cada subcanal se comporta como um canal de portadora simples em um ambiente com desvanecimento plano. Assim, de uma maneira geral, os sistemas OFDM podem aproveitar as mesmas técnicas de 4. Estimação de Canal 60 estimação de canal desenvolvidas para os sistemas de única portadora, usando-as para cada uma de suas subportadoras. Existem dois métodos principais para estimação do canal: o método baseado em pilotos, símbolos de treinamento ou sequências de treinamento, também chamado método DA (Data-Aided design) ou PSAM (Pilot Symbol Assisted Modulation); e o método DD, “Decisão-Direta” (Decision-Directed), que se baseia em decisões anteriores para realizar a estimação [2]. O primeiro é espectralmente ineficiente enquanto que o segundo sofre de propagação de erros. Neste capítulo são abordados os principais conceitos para se obter a estimativa da resposta de freqüência do canal de propagação para a recepção de sinais CP e ZP-OFDM. Uma estimativa dinâmica de canal é necessária antes da detecção de sinais, uma vez que os canais de propagação, em sistemas de comunicações móveis, são seletivos em freqüência e variantes no tempo [11], [12], [13], [14]. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA As técnicas de estimação de canal abordadas neste capítulo utilizam-se de símbolos piloto [1], [2], [6]. Os símbolos pilotos são definidos como um conjunto de sub-símbolos s(n), gerados para transmissão, os quais são conhecidos pelo receptor. Isto possibilita o mapeamento da resposta do canal em cada subportadora do sistema, sendo esta empregada na detecção dos sinais CP e ZPOFDM. São analisadas duas abordagens para estimação de canal com símbolos piloto, sendo que ambas consideram o uso do primeiro símbolo OFDM, em cada bloco de símbolos transmitidos, como o conjunto de símbolos piloto usado na obtenção da resposta em freqüência do canal. A primeira abordagem, apresentada na Seção 4.1, obtém a estimativa da resposta de freqüência do canal após a demodulação do símbolo OFDM pela operação DFT, estimativa essa que é obtida no inicio de cada bloco de símbolos OFDM, sendo utilizada ao longo do bloco. Canais rádio móveis grealmente são modelados como canais de multipercurso com resposta ao impulso finita (FIR) e o intervalo de guarda geralmente tem uma duração maior que o comprimento da resposta impulsional do canal. Com base neste fato é apresentado um método para refinamento da estimativa inicialmente obtida. Na Seção 4.2 é apresentada uma abordagem alternativa onde a resposta de freqüência do canal é estimada antes da demodulação do símbolo OFDM. 4. Estimação de Canal 61 Por outro lado na Seção 4.3 estuda-se a possibilidade de utilização de métodos adaptativos para rastrear as variações de canal dentro de cada bloco de símbolos OFDM. Por fim são apresentados resultados de desempenho para as técnicas propostas e para os experimentos realizados nesta dissertação. 4.1 Estimação de canal utilizando símbolos piloto e matriz purificadora Para se estimar a resposta de freqüência do canal, supõe-se aqui que símbolos piloto são inseridos em todas as subportadoras dos primeiros símbolos de transmissão CP e ZP-OFDM, caracterizando o uso de blocos de símbolos piloto. Uma outra possibilidade seria distribuir os símbolos piloto uniformemente PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA pelas subportadoras do sistema. Neste caso devem-se empregar critérios adequados para a detecção de sinais [1], [2]. A estimativa de canal por meio de blocos de símbolos piloto foi desenvolvida para detecção de sinais propagados em canais variantes lentos no tempo, que apresentam valor reduzido para o produto fdTofdm. A idéia do esquema de estimação de canal em blocos proposto nesta dissertação baseia-se no conhecimento a priori do comprimento da resposta impulsional do canal hL(n). Tendo esse conhecimento prévio podemos determinar quais componentes do vetor estimativa de canal ĥ(n) apresentam apenas contribuição do ruído e assim não têm nenhuma informação do canal [22]. Desta forma quando o comprimento do canal é L e o comprimento do símbolo OFDM é N, uma maneira de melhorar a qualidade da estimativa é manter as L primeiras componentes de ĥ(n) e zerar as outras N-L componentes. Assim estamos eliminando da estimativa do canal no tempo componentes apenas ruidosas. Após este processo de decimação e preenchimento com zeros do vetor ĥ(n) aplica-se uma DFT retornando a estimativa para o domínio da freqüência. Quando o comprimento do canal é um parâmetro desconhecido pode-se utilizar o comprimento G da faixa de guarda do sistema OFDM como um limite superior, tendo em vista que o tamanho da faixa de guarda é projetado para ser maior que o comprimento do canal. 4. Estimação de Canal 62 As estimativas Pós-DFT refinadas da resposta de freqüência do canal para sistemas CP e ZP-OFDM passam pelas seguintes etapas de refinamento: mudança para o domínio do tempo da estimativa inicial, decimação das componentes ruidosas, zero padding da estimativa resultante e retorno para o domínio da freqüência. Como estas operações são lineares podemos obter uma matriz que opera uma transformação linear na estimativa inicial tendo como resultado a estimativa purificada tanto no sistema CP-ODFM quanto no sistema ZP-OFDM. Isto é feito a seguir. Como visto anteriormente o n-ésimo símbolo OFDM no receptor após a operação de DFT pode ser expresso como: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA x(n) = S(n)q(n) + WN n(n) (4-1) Onde WN é a matriz DFT normalizada N x N, sendo N = M para os sistemas CP e N = P para os sistemas ZP-OFDM, a matriz S(n) = D(s(n)) é uma matriz diagonal contendo as componentes do vetor s(n), que são quantidades complexas em geral, supostamente conhecidas e determinada a partir dos símbolos piloto.O vetor q(n), de dimensão N, contem a resposta de freqüência do canal em cada uma das N subportadoras: q = DFT[ho h1 . . . hL 01 0 . . . 0N-L ] = [ N WN h TL ] T 0T , e n(n) é vetor de ruído gaussiano branco com matriz covariância Kn = σ2 I. Supondo S(n) inversível a estimativa Zero-forcing da resposta de freqüência ∧ do canal de cada bloco OFDM, q zf(n), é dada por: ∧ q zf(n) = S-1(n)x(n) = q (n) + S-1(n) WN n(n) = q (n) + nzf(n) (4-2) onde o ruído da estimativa ZF : nzf(n) = S-1(n) WN n(n) (4-2a) 4. Estimação de Canal 63 tem matriz covariância dada por: Kzf = S-1 WN E[n nH] WNH (S-1)H (4-3) resultando em : Kzf = S-1σ2 I (S-1)H = σ2 S-1(S-1)H (4-4) onde o índice de tempo n foi suprimido para a facilidade de notação. Passando a ∧ estimativa da resposta de freqüência do canal q zf para o domínio do tempo: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA ĥ= 1 ∧ N WN H q zf (4-5) tem-se: ⎡ ⎤ ĥ = ⎢h L ⎥ + ⎢⎣ 0 ⎥⎦ 1 N WN H nzf (4-6) onde hL é a resposta impulsional do canal com L componentes. Finalmente chamando 1 N WN H nzf de ñzf a expressão final para ĥ : ⎡ ⎤ ĥ = ⎢h L ⎥ + ñzf ⎢⎣ 0 ⎥⎦ (4-7) Verifica-se a partir de (4-6) que as N-L últimas componentes de ĥ possuem apenas contribuições ruidosas não tendo nenhuma informação sobre o canal [22]. Assim estas componentes podem ser decimadas e substituídas por zeros, originando uma nova estimativa ĥ d: 4. Estimação de Canal ⎡I ĥ d = ⎢ LXL ⎣ 0 64 0⎤ ĥ 0⎥⎦ (4-8) Deste modo somente as L primeiras componentes de ĥd, contendo as componentes do canal ruidosas, contribuem na operação IDFT no retorno para o domínio da freqüência, refinando assim a estimativa final como pode ser visto mais adiante através da análise das matrizes de covariância das estimativas. Aplicando-se então a matriz DFT na estimativa ĥd resulta de (4-8) e (4-5) que: ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA q final = ⎡I N WN ⎢ LXL ⎣ 0 ⎡I N WN ⎢ LXL ⎣ 0 0⎤ 0⎥⎦ 0⎤ ĥ= 0⎥⎦ 1 N ∧ WNH q zf (4-9) ou ainda, ∧ q ∧ H final = Wo Wo q zf (4-10) onde Wo é uma matriz N x L que contem as L primeiras colunas da matriz DFT normalizada WN: ⎡I ⎤ Wo = WN ⎢ LxL ⎥ ⎣ 0 ⎦ (4-11) Utilizando-se (4-10) e (4-2) tem-se que: ∧ q final = Wo WoH q + Wo WoH nzf e, como q = ⎡h ⎤ N WN ⎢ L ⎥ = ⎣0 ⎦ N Wo hL (4-12) (4-12a) 4. Estimação de Canal 65 resulta, uma vez que WoH Wo = I ∧ q final = q + Wo Wo H nzf = q + nfinal (4-13) A matriz covariância do ruído nfinal = Wo WoH nzf da estimativa refinada é então: Kq final = Wo Wo H Kzf Wo Wo H (4-14) onde Kzf é dada por (4-4). A partir de (4-10) pode-se observar que o processo de refinamento da estimativa da resposta de freqüência de cada bloco OFDM pode ser obtido através ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA de uma transformação linear da estimativa inicial q zf: ∧ ∧ q final = B q zf (4-15) onde B = Wo Wo H é a matriz NxN purificadora que refina a estimativa inicia, possuindo a seguinte estrutura: ⎡ L ⎢N ⎢ ⎢ B21 B= ⎢ ⎢ B31 ⎢ . ⎢ ⎢ BN 1 ⎣ B12 L N B32 . BN 2 ⎤ . . B1N ⎥ ⎥ . . B2 N ⎥ ⎥ . . B3 N ⎥ . . . ⎥ L ⎥ ⎥ . . N ⎦ (4-16) A transformação linear, dada em (4-15), pode ser interpretada como uma ∧ projeção da estimativa de resposta de freqüência do canal q zf no subespaço gerado por Wo (G(Wo)). Note-se que de acordo com (4-12a), a verdadeira resposta de freqüência do canal q tem que pertencer a G(Wo). O subespaço 4. Estimação de Canal 66 G(Wo) possui dimensão L ≤ N, tendo a matriz que projeta um vetor v ∈ CN no subespaço G(Wo) a forma Wo (WoH Wo)-1 WoH = Wo WoH = B. No apêndice A é mostrado que a multiplicação pela matriz B reduz a ∧ variância do ruído branco nzf da estimativa de canal q zf por um fator L , N ∧ purificando assim a estimativa q zf. Abaixo segue um diagrama em blocos ilustrando o processo de estimação de canal Pós-DFT nos sistema OFDM utilizando matriz purificadora: ∧ r(n) DFT x(n) S-1 ∧ q zf (n) q final (n) WN PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA B Figura 4.1 – Modelo de estimação de canal Pós-DFT utilizando matriz purificadora A seguir são apresentadas às estimativas do canal na freqüência para os sistemas CP e ZP-OFDM utilizando matriz purificadora. 4.1.1 Estimação de canal Pós-DFT com símbolos piloto em sistemas CP-OFDM Utilizando os resultados já apresentados na seção anterior, para sistemas CP-OFDM (N = M) temos: xcp(n) = Scp(n) q (n) + WM n(n) (4-17) com Scp(n) = D(s) onde s(n) = b(n) cujas componentes bi(n) são símbolos piloto de uma constelação M-PSK com norma unitária e q = DFT[ho h1 . . . hL 01 0 . . . 0M-L] 4. Estimação de Canal 67 ∧ De acordo com (4-2) estimativa zero-forcing q zf(n) da resposta de freqüência do canal de cada bloco OFDM: ∧ q zf(n) = q(n) + nzf (n) (4-18) onde a matriz covariância de nzf (n) pode ser calculado a partir de (4-4) e PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA suprimindo-se a variável n resulta: Kzf = σ2 Scp-1(Scp-1)H (4-19) Kzf = σ2 D(|bi|-2) = σ2 I (4-20) Melhoria da estimativa de canal Pós-DFT para o sistema CP-OFDM: Aplicando a matriz purificadora B na estimativa inicial qzf(n): ∧ ∧ q final = B q zf (4-21) onde B = Wo WoH e Wo tem dimensão M x L. A matriz covariância do ruído ∧ em q final é obtida substituindo-se (4-20) em (4-21) resultando em: Kq final = σ2 Wo WoH = σ2 B (4-22) A partir de (4-16), é fácil verificar que no presente caso a diagonal da matriz B em (4-22) possui componentes iguais a ∧ L . Deste modo, q final é uma M estimativa com ruído colorido cujas componentes possuem variâncias iguais a σ2 L . Comparando-se Kzf, em (4-20), com Kq final, em (4-22), observa-se que as M variâncias das componentes de ruído da estimativa inicial foram reduzidas por um fator de L , pelo procedimento da purificação. M 4. Estimação de Canal 68 Abaixo segue um comparativo dos erros médio quadráticos das componentes das estimativas de resposta de freqüência do canal, em um sistema CP-OFDM, descrito por hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T, ilustrado na Figura 4.2, utilizando o método de blocos de pilotos descrito em (4-2) e a estimativa refinada, descrita em (4-15). As curvas de erro médio quadrático foram a média de 900 experimentos cada qual composto pela transmissão e recepção de 1 símbolo piloto onde cada símbolo é formado por M + L subsímbolos QPSK. O número de subportadoras é M = 40 e o intervalo de guarda possui dimensão L = 10, sendo considerado um Eb/No=13dB em todos os experimentos: magnitude da resposta em frequencia do canal 2 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 1.8 1.6 1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0 5 10 15 20 subportadoras 25 30 35 Figura 4.2 – Magnitude da resposta em freqüência para hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T 40 4. Estimação de Canal 69 erro medio quadratico das estimativas da resposta em frequencia do canal 0.04 estimativas zero-forcing estimativas zero-forcing refinadas 0.035 0.03 0.025 0.02 0.015 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.01 0.005 0 5 10 15 20 25 Numero de subportadoras CP-OFDM 30 35 Figura 4.3 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático das Estimativas ZeroForcing e Zero-Forcing Refinadas para Eb/No=13dB 4.1.2 Estimação de canal Pós-DFT com símbolos piloto em sistemas ZP-OFDM Para sistemas ZP-ODFM (N = P), os símbolos OFDM no receptor após a operação de DFT são expressos como: xzp(n) = Szp(n)q(n) + WP n(n) (4-23) onde Szp(n) = D(szp(n)) (4-23a) ⎡W H ⎤ com szp(n) = WP ⎢ M ⎥ b(n) = Vb(n) ⎣ 0 ⎦ (4-23b) 40 4. Estimação de Canal 70 sendo b(n) o vetor de dimensão Mx1 contendo os símbolos pilotos, extraídos de uma constelação M-PSK com norma unitária. ∧ Novamente de acordo com (4-2), a estimativa q zf (n) zero-forcing de canal é dada por: ∧ q zf(n)= q(n) + Szf-1(n) WP n(n) = q(n) + nzf (n) (4-24) Note que as componentes de szp em (4-23b), no caso geral, não possuem normas iguais podendo inclusive conter zeros tornando assim a matriz diagonal Szp não inversível. No entanto se os símbolos pilotos bi são feitos iguais as componentes de szp resultam também iguais, com norma não nula, garantindo assim a inversibilidade da matriz Szp, além de evitar que as componentes da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA matriz covariância do vetor de ruído nzf tenham variâncias diferentes. Para verificar isso considera-se um vetor b de símbolos pilotos iguais: ⎡b ⎤ ⎢b ⎥ ⎢ ⎥ ⎢.⎥ bMx1 = ⎢ ⎥ ⎢.⎥ ⎢.⎥ ⎢ ⎥ ⎣⎢b ⎦⎥ (4-25) Substituindo (4-25) em (4-23b) e suprimindo-se a variável n, resulta: ⎡ WMH b ⎤ szp = WP ⎢ ⎥ ⎣ 0Gx1 ⎦ (4-26) Como a soma das componentes de cada linha de WMH é igual a zero, excetuando-se a primeira linha cujo somatório é igual a M , (4-26) se torna: 4. Estimação de Canal 71 ⎡ ⎢ ⎡1 ⎤ ⎢ ⎢0 ⎥ ⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎢.⎥ ⎡b M ⎤ ⎢ szp = WP ⎢ ⎥ = b M WP ⎢ . ⎥ = b M ⎢ ⎢ ⎥ ⎣ 0 P −1x1 ⎦ ⎢ ⎢.⎥ ⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎢⎣0⎥⎦ ⎢ ⎣⎢ 1 ⎤ ⎥ P⎥ 1 ⎥ P⎥ . ⎥ ⎥ . ⎥ . ⎥ 1 ⎥ ⎥ P ⎦⎥ (4-27) e, portanto: M bI P PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Szp = D(szp)= (4-28) Utilizando-se (4-28) e (4-4) tem-se que, no caso ZP, o ruído da estimativa zero-forcing tem matriz covariância dada por: Kzf = σ2 P I M (4-29) Melhoria da estimativa de canal Pós-DFT para o sistema ZP-OFDM: ∧ Aplicando a matriz purificadora B na estimativa inicial q zf (n) resulta em: ∧ ∧ q final = B q zf (4-30) onde B = Wo WoH e Wo agora tem dimensão P x L ∧ e a matriz de covariância do ruído em q final é obtida substituindo (4-29) em (4- 14) resultando: Kq final = σ2 P P Wo WoH = σ2 B M M (4-31) 4. Estimação de Canal 72 ou ainda Kq final ⎡ L ⎢ P ⎢ P ⎢ B 21 2 =σ M ⎢ ⎢ B31 ⎢ . ⎢ ⎢ B P1 ⎣ B12 L P B32 . BP 2 ⎤ ⎡ L . . B1P ⎥ ⎢M ⎥ ⎢ ⎢ B21 . . B2 P ⎥ ⎥ = σ2 ⎢ . . B3 P ⎥ ⎢ B31 ⎥ ⎢ . . . . ⎥ ⎢ L ⎥ ⎢ BP1 . . ⎣ P ⎦ B12 L M B32 . BP 2 ⎤ . . B1P ⎥ ⎥ . . B2 P ⎥ ⎥ (4-32) . . B3 P ⎥ . . . ⎥ L ⎥ . . ⎥ M ⎦ ∧ Assim q final é uma estimativa com ruído colorido cujas componentes possuem variâncias iguais a σ2 L . É interessante notar que apesar das M componentes do vetor de ruído presente nas estimativas iniciais zero forcing do PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA CP e do ZP-OFDM possuírem variâncias diferentes, como pode ser verificado em (4-20) e (4-29), após a aplicação da matriz purificadora as componentes dos ruídos presentes nas estimativas finais dos dois sistemas tem variâncias iguais a σ2 L . M Abaixo segue um comparativo dos erros médios quadráticos das componentes das estimativas de resposta de freqüência do canal, em um sistema ZP-OFDM, descrito por hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T, ilustrado na Figura 4.4, utilizando o método de blocos de pilotos descrito em (4-2) e a estimativa refinada, descrita em (4-15). As curvas de erro médio quadrático foram a média de 900 experimentos cada qual composto pela transmissão e recepção de 1 símbolo piloto onde cada símbolo é formado por M + L subsímbolos QPSK. O número de subportadoras é M = 40 e o intervalo de guarda possui dimensão L = 10, sendo considerado um Eb/No=13dB em todos os experimentos: 4. Estimação de Canal 73 magnitude da resposta em frequencia do canal 2 1.8 1.6 1.4 1.2 1 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.8 0.6 0.4 0 5 10 15 20 25 subportadoras 30 35 40 45 Figura 4.4 – Magnitude da resposta em freqüência para hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T 50 4. Estimação de Canal 74 erro medio quadratico das estimativas da resposta em frequencia do canal 0.04 estimativas zero-forcing estimativas zero-forcing refinadas 0.035 0.03 0.025 0.02 0.015 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.01 0.005 0 5 10 15 20 25 30 35 Numero de subportadoras ZP-OFDM 40 45 Figura 4.5 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático das Estimativas ZeroForcing e Zero-Forcing Refinadas para Eb/No=13dB 4.2 Estimação de canal Pré-DFT com símbolos piloto Nesta seção é apresentada uma abordagem alternativa para a estimação da resposta de freqüência do canal. Esta abordagem também utiliza blocos de pilotos, porém a estimativa do canal é obtida antes dos símbolos OFDM recebidos serem processados pela matriz DFT no receptor. O n-ésimo símbolo OFDM no receptor antes da operação de DFT pode ser expresso como: r(n) = Pc(n)h(n) + n(n) (4-33) 50 4. Estimação de Canal 75 onde Pc é uma matriz circulante cuja 1°coluna contem a IDFT dos símbolos piloto,ou seja, Pc = Circ(WNH s(n)) onde o vetor s(n), conforme apresentado em (4-1), possui componentes complexas determinadas a partir dos símbolos piloto. O vetor h(n), de dimensão N, é dado por: ⎡ ⎤ h = ⎢h L ⎥ ⎢⎣ 0 ⎥⎦ (4-34) onde hL de dimensão L contem a resposta impulsiona do canal. Por fim n(n), em (4-33), é vetor de ruído gaussiano branco com matriz covariância Kn = σ2 I. Supondo Pc(n) inversível, a estimativa zero-forcing da resposta impulsional PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA do canal é dada por: ĥzf = Pc-1r (4-35) onde o índice de tempo n foi suprimido para facilidade de notação. Passando a estimativa da resposta impulsional do canal ĥzf para o domínio da freqüência obtemos a estimativa da resposta de freqüência do canal: ∧ q zf = N WN ĥzf (4-36) Para mostrar que a estimativa Pré-DFT dada por (4-36) é idêntica à estimativa Pós-DFT dada por (4-2) utilizaremos a propriedade utilizada no Capítulo 3, onde uma matriz circulante é diagonalizada pela pré e pósmultiplicação pelas matrizes DFT e IDFT normalizadas. Aplicando esta propriedade em Pc temos: Pc = Circ (WNH s) = N WNH D(s) WN = N WNH S WN onde S = D(s) é mesmo que em (4-1) e conseqüentemente temos: (4-37) 4. Estimação de Canal 1 Pc-1 = 76 WNH S-1WN N (4-38) Substituindo (4-38) e (4-35) em (4-36) obtêm-se: ∧ N WN Pc-1r = q zf = N WN 1 N WNH S-1WN r = S-1WN r (4-39) ∧ A estimativa q zf dada por (4-39) é a idêntica a estimativa Pós-DFT obtida através de (4-2) cujo processo de obtenção é ilustrado na Figura 4.1. Assim, analogamente ao caso Pós-DFT, para se obter a estimativa refinada basta ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA multiplicar q zf pela matriz purificadora B obtendo: ∧ ∧ q final = B q zf (4-40) Resultado igual ao obtido na estimativa refinada Pós-DFT dada em (4-15). Uma maneira alternativa de se gerar esta estimativa pode ainda ser obtida por meio da utilização do mesmo método de purificação da estimativa inicial apresentado na Seção 4.1. Tendo em vista que a estimativa inicial ĥzf dada em (435) possui N componentes onde apenas as L primeiras contêm informação do canal, e portanto, as N-L últimas componentes são ruidosas. Assim conforme visto na Seção 4.1, para se refinar a estimativa ĥzf , as suas N-L últimas componentes são decimadas e preenchidas com zeros (vale ressaltar que conforme apresentado na Seção 4.2, quando comprimento do canal é um parâmetro desconhecido utilizase o comprimento G da faixa de guarda como limite superior): ⎡I ĥ final = ⎢ LXL ⎣ 0 0⎤ ĥzf 0⎥⎦ (4-41) 4. Estimação de Canal 77 Substituindo (4-35) e (4-38) em (4-41) tem-se: ⎡I ĥ final = ⎢ LXL ⎣ 0 0⎤ -1 ⎡I Pc r = ⎢ LXL ⎥ 0⎦ ⎣ 0 0⎤ 1 WNH S-1WN r ⎥ 0⎦ N (4-42) Passando a estimativa refinada da resposta ao impulso do canal para o domínio da freqüência obtêm-se: ∧ q final = ⎡I N WN ⎢ LXL ⎣ 0 0⎤ 1 WNH S-1WN r 0⎥⎦ N ∧ q final = Wo WoH S-1WN r = B S-1WN r (4-43) (4-44) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Substituindo (4-35) em (4-44) resulta que: ∧ ∧ q final =B q zf (4-45) Resultado igual ao obtido em (4-40). Estes processamentos alternativos para geração da estimativa refinadas pré-DFT estão ilustradas na Fig. 4.5. Tendo em vista o conhecimento a priori do comprimento do canal ou a faixa de guarda G como um limite superior para estimativa do comprimento do canal, podemos utilizar em (4-31) uma matriz circulante truncada Po de dimensão N x L onde as últimas N-L colunas são suprimidas deste modo o vetor r pode ser expresso como: r(n) = Po(n) hL(n) + n(n) ⎡I ⎤ onde Po = Pc ⎢ LxL ⎥ ⎣ 0 ⎦ impulsional do canal. (4-46) e hL(n) é vetor de dimensão Lx1 contendo a resposta 4. Estimação de Canal 78 Assim podemos calcular a estimativa zero-forcing de hL(n) através de : ĥL = Po†r = (PoH Po)-1PH r (4-47) onde Po† é a matriz pseudoinversa de Po. A estimativa em (4-47) apresenta a vantagem de ter a dimensão igual à do canal. Assim para se obter a estimativa da resposta de freqüência do canal em cada uma das N subportadoras do símbolo OFDM temos que completar com N-L zeros, o vetor ĥL obtido por meio de (4-47), e passar para o domínio da freqüência o vetor resultante: ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA q final = ⎡I ⎤ N WN ⎢ LxL ⎥ ĥL ⎣ 0 ⎦ (4-48) Substituindo (4-47) em (4-48) obtemos: ∧ q final = N Wo Po†r (4-49) Esta estimativa já está refinada e é idêntica, como será mostrado mais adiante nesta seção, as estimativas Pós e Pré-DFT obtidas respectivamente em (415) e (4-40), ao sistema CP-OFDM e ZP-OFDM (caso utilize pilotos iguais). Assim a abordagem Pré-DFT de obtenção da estimativa da resposta em freqüência do canal definida por (4-49) tem a vantagem de não necessitar da matriz purificadora de canal para refinar a estimativa e tendo em vista que termo (PoH Po) em (4-47) possui dimensão LxL, exige uma inversão de matriz com dimensão menor que as abordagem Pré-DFT anteriores onde é necessário a inversão da matriz Pc que possui dimensão NxN. 4. Estimação de Canal 79 A Figura 4.6 ilustra os três processos alternativos para obtenção da estimativa refinada Pré-DFT discutidos nesta seção: ∧ r ĥzf Pc-1 ∧ q zf q final N WN 1 Decima as N -L componentes e completa com zeros B ∧ q final N WN 1 ĥL PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Po† Completa as N -L componentes com zeros N WN ∧ q final 1 Figura 4.6 – Processamentos alternativos para estimação refinada de canal Pré-DFT Para verificar que o processamento que utiliza a matriz pseudoinversa Po† conduz à mesma estimativa dada por (4-40). No caso de sistemas CP-OFDM ( N = M): ⎡I ⎤ Po = Pc ⎢ LxL ⎥ = ⎣ 0 ⎦ ⎡I ⎤ M WMH ScpWM ⎢ LxL ⎥ ⎣ 0 ⎦ (4-50) onde Scp é dado em (4-17) assim: ⎡I⎤ (PoH Po) = M [I 0] WMH ScpH WM WMH ScpWM ⎢ ⎥ ⎣0 ⎦ (4-51) (PoH Po) = M WoH ScpH ScpWo = M WoH D(|bi|2) Wo (4-52) 4. Estimação de Canal 80 Como bi são símbolos de uma constelação M-PSK com norma unitária temos: (PoH Po)-1 = (M WoH Wo )-1 = 1 I LxL M (4-53) Substituindo (4-53) em (4-49) tem-se: ∧ q final = N Wo (PoH Po)-1PoH r = Wo [I 0] WMH ScpH WM r ∧ q final = Wo WoH ScpH WM r = B ScpH WM r (4-54) (4-55) Tendo em vista que os símbolos piloto bi possuem norma unitária tem-se PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA que ScpH Scp = I, ou seja ScpH = Scp-1. Deste modo a estimativa de canal Pré-DFT para sistemas CP-OFDM dada por (4-55) é a mesma estimativa de canal Pós-DFT obtida em (4-21). Para o caso ZP-OFDM (N = P). ⎡I ⎤ Po = Pc ⎢ LxL ⎥ = ⎣ 0 ⎦ ⎡I ⎤ P WPH SzpWP ⎢ LxL ⎥ ⎣ 0 ⎦ (4-56) onde Szp, para o caso de subsímbolos pilotos iguais, é dado em (4-28). Assim: ⎡I⎤ (PoH Po) = P [I 0] WMH SzpH WM WMH SzpWM ⎢ ⎥ ⎣0 ⎦ (PoH Po) = P WoH SzpH SzpWo = P WoH D( (PoH Po) = M WoH D(|b|2) Wo (PoH Po)-1 = M (WoH Wo )-1 = M 2 |b| ) Wo P (4-57) (4-58) (4-59) 1 I LxL M (4-60) 4. Estimação de Canal 81 Substituindo (4-60) em (4-49) tem-se: ∧ q final = P Wo (PoH Po)-1PoH r = ∧ q final = Wo WoH D( Como Szp = D( PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA D( P Wo [I M 0] WPH SzpH WP r P b * )WP r M (4-62) M b ) e b possuem norma unitária tem-se: P P b * )Szp = I M e portanto D( (4-61) (4-63) P b * ) = Szp-1 M (4-64) Assim finalmente substituindo (4-64) em (4-62): ∧ q final = B Szp-1 WP r (4-65) A estimativa de canal Pré-DFT para sistemas ZP-OFDM dada por (4-65) é a mesma estimativa de canal Pós-DFT obtida em obtida em (4-30). Conforme ressaltado, este resultado é válido se forem utilizados blocos de pilotos iguais o que garante a condição dada em (4-64). Para sistemas CP-OFDM não há esta restrição. Nesta seção foram apresentados três esquemas Pré-DFT, ilustrados na figura 4.5, para estimação de canal. Os dois esquemas que utilizam a matriz circulante Pc geram estimativas de canal idênticas às estimativas Pós-DFT obtidas na Seção 4.1 para os casos CP-OFDM e ZP-OFDM. O terceiro esquema que utiliza a matriz circulante truncada Po também apresenta as mesmas estimativas de canal obtidas na Seção 4.1 para o caso CP-OFDM. Já para o sistema ZP-OFDM isto é verdade se forem utilizados pilotos iguais. 4. Estimação de Canal 82 Foi verificado então que as estimativas Pré-DFT e Pós-DFT apresentam resultados idênticos para ambos sistemas CP e ZP-OFDM. Por conveniência será utilizado o esquema de estimação Pós-DFT no restante desta dissertação. Vale ressaltar que os resultados obtidos, caso o esquema de estimação Pós-DFT fosse utilizado, seriam idênticos. 4.3 Desempenho do esquema de estimação proposto nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM Nesta Seção são apresentadas resultados do desempenho do sistema OFDM que utiliza o esquema de estimação Pós-DFT, dado em (4-15), que utiliza matriz PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA purificadora, considerando-se como comparação esquema de estimação de canal sem purificação, introduzido em (4-2), para sinais CP-OFDM e ZP-OFDM, em um canal de propagação fixo descrito por hL = [0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T. Estes resultados foram obtidos por meio de rotinas de simulação dos conceitos teóricos desenvolvidas em MATLAB. As curvas obtidas são o resultado da média de 100 experimentos cada qual composto da transmissão e recepção de 100 símbolos OFDM, onde cada símbolo é formado por M + G subsímbolos QPSK, onde o primeiro símbolo OFDM é utilizado como símbolo piloto. O número de subportadoras é M = 40 e o intervalo de guarda possui dimensão G = 10. ∧ Para sistemas CP-OFDM as estimativas q zf dada em (4-18) e a estimativa ∧ q final dada em (4-21), geradas a partir do símbolo piloto, são usadas, nos resultados aqui apresentados, para detecção dos sinais do bloco de símbolos recebidos, segundo critério ZF [29] e conforme o equalizador descrito em (3-16). Sendo assim, o sinal ycp(n), dado na saída do equalizador é dado por: ∧ ycp(n) = D( q )-1xcp(n) (4-66) 4. Estimação de Canal ∧ 83 ∧ onde q = q zf para estimativas não purificadas e ∧ ∧ q = q final para estimativas purificadas e xcp(n) é definido em (4-17). Conforme discutido no Capítulo 3, o sinal ycp(n), em (4-66), é utilizado na detecção de sinais, implementado com receptor de mínima distância. ∧ Para sistemas ZP-OFDM as estimativas q zf dada em (4-24) e a estimativa ∧ q final dada em (4-30), geradas a partir do símbolo piloto (cujas componentes são iguais), são usadas, nos resultados aqui apresentados, para detecção dos sinais do bloco de símbolos recebidos, conforme o equalizador descrito em (3-14). Sendo assim, o sinal ycp(n), dado na saída do equalizador é dado por: ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA yzp(n) = (DP( q )V)† xzp(n) ∧ ∧ (4-67) Onde q = q zf para estimativas não purificadas e ∧ ∧ q = q final para estimativas purificadas, V é definido em (3-22) e xcp(n) é definido em (4-23). Conforme discutido no Capítulo 3, o sinal ycp(n), em (4-66), é utilizado na detecção de sinais, implementado com receptor de mínima distância. Para sistemas CP-OFDM, os equalizadores ZF e MMSE nas curvas de desempenho, são definidos em (3-16) e (3-17). No caso de sistemas ZP-OFDM, a detecção utiliza os equalizadores ZF e MMSE em (3-23) e (3-24). Em ambos os casos, considera-se o conhecimento perfeito do canal no receptor. Assim os dois equalizadores são considerados como figura de mérito para comparação com o desempenho dos equalizadores ZF dados em (4-66) e (4-67). Para sistemas CP-OFDM, as curvas de desempenho obtidas, sem compensação da degradação imposta pelo canal de propagação, são resultado da detecção das observações definidas em (3-15), usando um detector de mínima distância. De igual modo, para sistemas ZP-OFDM as curvas de desempenho obtidas, sem compensação de canal, resultam da detecção das observações definidas em (3-22) multiplicadas por VH, conforme o equalizador subótimo apresentado em (3-25), porém sem compensação de canal. 4. Estimação de Canal 84 Para computação das estimativas purificadas para os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM foi considerado o conhecimento a priori do comprimento L = 4 canal. Assim a matriz Wo possui L colunas para os dois sistemas. Abaixo são apresentadas curvas para taxa de erro de bit média em função da relação sinal ruído: Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - -5 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto pos-dft) piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 Figura 4.7 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação Proposta de Canal com Pilotos 8 9 10 4. Estimação de Canal 85 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto pos-dft) piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 4.8 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Estimação Proposta de Canal com Pilotos Comparando-se as curvas de desempenho, nas Figuras 4-7 e 4-8, verifica-se que em ambos os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM houve uma redução do nível de Eb/No requerido para uma dada probabilidade de erro de aproximadamente 3dB, quando a estimativa de canal purificada é utilizada na detecção dos símbolos. No presente caso onde o comprimento L do canal é conhecido nota-se que a curva da estimativa purificada tem praticamente o mesmo desempenho das curvas dos equalizadores ZF e MMSE onde o canal é conhecido no receptor. A fim de se verificar a perda de desempenho caso se utilize o comprimento da faixa de guarda G como estimativa do comprimento de canal quando este é um parâmetro desconhecido em sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM. São apresentadas curvas para taxa de erro de bit média em função da relação sinal ruído para estimativas purificadas que utilizam matriz Wo com G = 10 colunas e Wo com L = 4 colunas para sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM: 10 4. Estimação de Canal 86 Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo - equalizaçao zf pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - equalizaçao mmse pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - piloto pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - matriz Wo com L colunas) qpsk(awgn e canal fixo - matriz Wo com G colunas) -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/N0 (dB) 6 7 8 9 Figura 4.9 – CP-OFDM - Canal Fixo - Degradação do desempenho das estimativas purificadas 10 4. Estimação de Canal 87 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo - equalizaçao zf pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - equalizaçao mmse pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - piloto pos-dft) qpsk (awgn e canal fixo - matriz Wo com L colunas) qpsk(awgn e canal fixo - matriz Wo com G colunas) 10 -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 4.10 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Degradação do desempenho das estimativas purificadas Comparando-se as curvas de desempenho, nas Figuras 4-9 e 4-10, quando se utiliza comprimento G = 10 da faixa de guarda na obtenção das estimativas purificadas há uma ligeira perda de desempenho em relação às estimativas purificadas quando se utiliza o comprimento real do canal L = 4 como era de se esperar. Esta perda de desempenho tende a aumentar à medida que a relação entre G e L aumenta. Assim é importante que o comprimento da faixa de guarda seja bem dimensionado para o ambiente de propagação onde os sistemas CP e ZPOFDM serão utilizados. No próximo capítulo serão estudados métodos para adaptativos para reduzir a variância das estimativas de canal fixo e rastreamento das variações temporais de canais variantes dentro de cada bloco de símbolos OFDM. 10 88 5 Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto No capítulo anterior foram apresentados métodos para estimação de canal utilizando símbolos piloto em sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM. As estimativas de canal, obtidas no inicio do bloco de símbolos OFDM recebidos, são utilizadas em equalizadores ZF ou MMSE, sendo os sinais na saída deste equalizadores utilizados na detecção dos sub-símbolos OFDM. A estimativa de canal inicial é então utilizada pelos equalizadores ao longo de todo bloco de símbolos OFDM. Esta seção aborda métodos para redução da variância do erro da estimativa inicialmente obtida ao longo do bloco de símbolos OFDM. Isto é especialmente PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA importante para canais variantes no tempo, pois neste caso a variância do erro da estimativa inicial aumenta gradativamente ao longo do bloco de símbolos OFDM. ∧ A estimativa do canal utilizando matriz purificadora q final em (4-15) é obtida através de um símbolo piloto OFDM. A matriz covariância Kq final das estimativas é dada então por (4-14). Para canais fixos, as componentes desta matriz variâncias podem ser diminuídas se a estimativa de canal for o resultado da média de N estimativas obtidas independentemente. Chamando a média de N ∧ ∧ ∧ ∧ estimativas independentes q final(1) , q final(2), ..., q final(N) de q médio ∧ q médio = 1 N N ^ ∑ q final (n) = n =1 1 N N ∑ (q + nfinal (n)) = q + n =1 1 N tem-se que: N ∑n n =1 final ( n) (5-1) Onde q é a resposta de freqüência do canal dado em (4-12a) e nfinal dado em (4∧ 13) é o ruído da estimativa q final. Considerando que os vetores de ruído no somatório em (5-1) são estatisticamente independentes e têm média nula, a matriz ∧ covariância de q médio é dado por: 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto Kq médio = 1 N2 ∑ E[n ] H final ( n)n final (n) = n 89 N 1 Kq final = Kq final 2 N N (5-2) Assim as variâncias das componentes da média das estimativas do canal são reduzidas por um fator de 1 . N Assim o uso de N símbolos piloto, ao invés de apenas um símbolo piloto, no início de cada bloco de símbolos OFDM, x(n) definido em (4-1), transmitidos tem a vantagem de produzir uma estimativa com uma variância menor, à custa da redução do troughput, pois neste caso utiliza-se N símbolos somente para transmissão de símbolos piloto. Uma maneira alternativa para obter a redução da variância da estimativa do PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA canal sem a utilização de N símbolos piloto pode ser feita utilizando um símbolo ∧ piloto no início do bloco OFDM para gerar a estimativa de canal refinada q final, estimativa esta que é, então, utilizada como condição inicial para o método de decisão direta (decision directed) utilizado para obtenção das estimativas de canal em cada símbolo x(n) do bloco OFDM. A estimativa de canal de cada símbolo x(n) é utilizada para se estimar um vetor ŝ(n) contendo os valores complexos transmitidos em cada subportadora do símbolo OFDM posterior. O vetor ŝ(n) é ∧ finalmente utilizado para gerar uma estimativa do canal q adap(n) no n-ésimo símbolo x(n) da seguinte forma: ∧ q adap(n) = 1 n ^ −1 B n ^ −1 B S ( i ) x ( i ) = ∑ ∑ S(i) x(i) n + 1 i =0 n + 1 i =0 (5-3) onde B é a matriz purificadora definida após (4-15), para sistemas CP-OFDM x(n) = xcp(n),definido em (4-17) e para sistemas ZP-OFDM x(n) = xzp(n), definido em (4-23).A matriz Ŝ(n) = diag(ŝ(n)) onde ŝ(n) é dado por: ∧ ^ ŝ(n) = disc[D( q adap(n-1))-1 x(n)] = d(n) para sistemas CP-OFDM e por: , n = 1 , 3... (5-4a) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto ∧ † ^ ŝ(n) = Vdisc[(D( q adap(n-1)V) x(n)] = V d(n) 90 , n = 1 , 3... (5-4b) para sistemas ZP-OFDM. A função disc[z] retorna, para cada componente de z, o símbolo da constelação M-PSK utilizado, pelo critério de mínima distância, resultando em um ^ vetor d(n) . No instante inicial n = 0 tem-se: Ŝ(0) = S(0) (5-5) onde S é a matriz diagonal contendo os símbolos piloto definida em (4-1).Para sistemas CP-OFDM S = Scp ,definida em (4-17), e para sistemas ZP-OFDM, S = PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Szp, definida em (4-23b). ∧ Pode-se observar a partir de (5-3) que a estimativa q adap(n) no instante ∧ inicial n = 0 é igual a estimativa do canal refinada q final gerada a partir do símbolo piloto inicial. Comparando-se (5-3) com (4-15) e (4-2) nota-se que B Ŝ(i)-1x(i) é uma ∧ aproximação da estimativa de canal purificada q final(i) pois Ŝ(i) pode diferir de S(i) visto que as componentes de Ŝ(i) contêm estimativas dos símbolos transmitidos nas subportadoras do símbolo OFDM no instante i. Deste modo ∧ ∧ q adap(n) pode ser visto como uma aproximação de q médio, no instante n. Assim, a ∧ ∧ estimativa de canal q adap(n) tem a variância reduzida em relação a q adap(0), a estimativa obtida a partir do símbolo piloto, tendo o fator de redução um limite inferior de 1 . n +1 Para um bloco de símbolos OFDM recebido, as estimativas de canal são calculadas para cada instante n e refinadas utilizando as estimativas calculadas anteriormente constituindo-se assim um método adaptativo para redução da variância. É importante ressaltar que em situações de baixa relação sinal-ruído os erros em ŝ(n), dado em (5-4), podem se propagar continuamente, aumentando o erro da estimativa em (5-3). 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 91 O método de redução da variância da estimativa apresentada em (5-1) e (5∧ 3) é uma aproximação da média estatística da estimativa de canal q final (n). A média estatística de uma seqüência de variáveis aleatórias de média constante pode ser vista como a componente DC da mesma, deste modo a operação que a retorna a média estatística de uma variável aleatória pode ser vista como uma filtragem passa-baixa perfeita que retorna a componente DC da seqüência. Assim a aproximação da média estatística em (5-1) e (5-3) pode ser entendida como um processo de filtragem da estimativa de canal visando reduzir o ruído da estimativa. Para o caso de canal fixo com resposta de freqüência q, a média da estimativa de canal é a própria resposta em freqüência do canal q como pode ser visto em (4-1). Deste modo a filtragem da estimativa de canal utilizando (5-1) e (5-3) converge no sentido da média quadrática, para o valor correto q. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Para canais variantes no tempo, o método de redução da variância da estimativa do canal apresentado em (5-1) deve ser modificado para se adaptar as variações temporais do canal. A introdução de um fator de esquecimento 0 < λ < ∧ 1, em (5-3), faz com as estimativas de canal q final(n) nos instantes n mais recentes tenham maior peso no somatório que as estimativas em instantes n mais distantes do presente, “esquecendo” assim o passado: ∧ q adap(n) = n ∑λ i =0 n-i ^ n ^ B S(i ) −1 x(i ) = B∑ λ n-i S(i ) −1 x(i ) (5-6) i =0 Para canais com variações temporais rápidas o valor de λ deve ser reduzido para que uma maior quantidade de estimativas passadas, que tenham variado significativamente em relação à estimativa atual, sejam descartadas. Porém isto torna a redução da variância da estimativa menor, pois o número de termos significativos no somatório em (5-6) diminui Para canais com variações lentas, a resposta de freqüência do canal, q(n), varia pouco ao longo bloco de símbolos OFDM assim λ pode ser escolhido próximo à unidade fazendo com que a redução da variância da estimativa de canal no instante n seja bem próxima a redução obtida para canais fixos. Alternativamente, analisando o somatório em (5-6) verifica-se que se trata da operação de convolução discreta da seqüência 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 92 BŜ(n)-1x(n) com a seqüência λnu(n), onde u(n) representa a seqüência degrau unitário. Esta convolução discreta equivale a passar a seqüência BŜ(n)-1x(n) por um filtro passa-baixas discreto com um pólo λ. Assim a banda do filtro passabaixas deve ser suficiente para acomodar as variações temporais de q(n) evitandose distorção do espectro, e estreita o suficiente para reduzir a variância do ruído em BŜ(n)-1x(n). Assim como a banda desse filtro é inversamente proporcional a λ, se o canal varia rápido a banda do filtro deve ser aumentada e conseqüentemente λ deve ser diminuído. Caso o canal varie mais lentamente reduz-se a banda do filtro aumentando λ. Para canais fixos o valor de λ é igual a unidade torna (5-7) igual a (5-3) e conforme n aumenta, (5-7) tende para um passa-baixas ideal que retorna somente a componente DC da seqüência BŜ(n)-1x(n), ou seja a média estatística da seqüência BŜ(n)-1x(n) que é a resposta em freqüência do canal q. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Assim foi apresentado em (5-6) um método adaptativo para redução da variância do erro da estimativa, obtida a partir de uma estimativa inicial. Analisando (5-6) é observado que a redução da variância da estimativa é obtida através da média ponderada das estimativas de canal Ŝ(n)-1x(n), obtidas através do método decision-directed, e são posteriormente refinadas pela matriz purificadora B. Um procedimento adaptativo para reduzir a variância do ruído da estimativa de canal a partir de uma estimativa inicial com um desempenho superior ao uso da média ponderada, dada em (5-6), pode ser obtido utilizando-se o algoritmo LS (Least Squares) para aproximar a solução MMSE (solução de Wiener) [3], [8], [21]. 5.1 Estimação de Canal Adaptativa utilizando algoritmo LS A idéia por atrás do algoritmo LS é minimizar a função custo Least Squares ponderado definido como [3], [8], [21]: ∧ C( q ) = n ∑λ i =0 n-i e(i ) 2 (5-7) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 93 onde 0 < λ ≤ 1, introduzido em (5-6) é um fator de esquecimento que efetivamente limita o número de amostras de entrada na função custo, tendo a mesma função que em (5-6), ou seja, dar um peso maior as entradas nos instantes mais recentes. O vetor erro e(i) é a diferença entre o vetor observado x(i) e o vetor ∧ que observaríamos se q(n) = q (n) e se não houvesse ruído. É provado que algoritmos baseados na função custo (5-7), chamados de algoritmos LS possuem a taxa de convergência mais rápida que outros algoritmos adaptativos como o LMS [8]. Para o modelo de estimação do canal introduzido nesta dissertação o vetor erro é dado por: ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA e(i) = x(i) - Ŝ(i) q (5-8) ∧ onde Ŝ(i), é definido após (5-3) e q (n) é a estimativa resposta de freqüência do canal no domínio da freqüência (não necessariamente purificada pela matriz B). Substituindo (5-8) em (5-7) tem-se: ∧ C( q (n)) = n ∑λ n-i ^ ^ 2 x(i ) - S(i ) q(n) (5-9) i =0 ∧ A função custo C( q (n)) é minimizada calculando seu gradiente em relação ∧ as componentes de q (n) e igualando o resultado a zero: ∧ ∇C( q (n)) = n ∑λ i =0 n-i ^ ^ ^ ⎡^ ⎤ 2⎢S(i ) H S(i ) q(n) − S(i ) H x(i )⎥ ⎣ ⎦ n n ^ ∧ ⎡^ ⎤^ ⎡^ ⎤ ∇ C( q (n)) = 0 ∴ ∑ λ n-i ⎢S(i ) H S(i )⎥ q( n) = ∑ λ n-i ⎢S(i ) H x(i )⎥ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ i =0 i =0 Esta igualdade pode ser escrita sob forma de matrizes: (5-10) (5-11) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto ∧ R(n) q (n) = P(n) n onde R(n)= ∑λ n-i i =0 94 (5-12) ⎡^ H ^ ⎤ ⎢⎣S(i ) S(i )⎥⎦ e P(n) = n ∑λ n-i i =0 ⎡^ H ⎤ ⎢⎣S(i ) x(i )⎥⎦ ∧ De (5-12) tem-se que o vetor q (n) que minimiza a função custo em (5-9) é dada por: ∧ q (n) = R(n)-1P(n) (5-13) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA ∧ A estimativa de canal q (n) é a estimativa minimiza a soma dos erros quadráticos obtidos para um certo número de entradas passadas que é determinado pelo fator de esquecimento λ obtida para cada instante n através de (5-13), sendo uma aproximação da solução de Wiener [8]. De fato, λ dá um peso maior as ∧ amostras mais recentes, de modo que C( q (n)) tende a esquecer o passado, fazendo com que pequenas variações temporais podem ser rastreadas. Para canais fixos o valor de λ deve ser igual à unidade. Em um ambiente de canal variante o valor λ não tem influência na taxa de convergência, porém determina a capacidade de rastreamento do algoritmo [8]. A fim de obter uma maior velocidade de convergência em (5-13), ∧ multiplica-se estimativa de canal q (n) em cada instante n, pela matriz purificadora B fazendo com que a variância da estimativa de canal seja reduzida em cada instante n: ∧ ∧ q adap (n) = B q (n) = B R(n)-1P(n) ∧ Assim q adap (n) pode ser expresso como: (5-14) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto ^ ⎡ n ⎤⎤ ⎡^ q adap (n) = B ⎢∑ λ n-i ⎢S(i ) H S(i )⎥ ⎥ ⎣ ⎦⎦ ⎣ i =0 ∧ −1 ⎡ n n-i ⎡ ^ H ⎤⎤ ⎢∑ λ ⎢S(i ) x(i )⎥ ⎥ ⎣ ⎦⎦ ⎣ i =0 95 (5-15) Um desenvolvimento análogo pode ser feito utilizando uma estimativa de ∧ canal q (n) com uma restrição dada por: ∧ q (n) = N Wo ĥL(n) (5-16) onde ĥL(n) é a estimativa da resposta impulsional do canal com L componentes, ou seja, com o mesmo comprimento da resposta impulsional do canal h(n). Isto ∧ significa que a estimativa de canal q (n) fica restrita ao sub-espaço gerado por Wo, ou seja ao subespaço onde a verdadeira resposta de freqüência tem que estar, em PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA ∧ outras palavras q (n) está purificado. Assim a função a ser minimizada passa a ser então: C(ĥL(n)) = n ∑λ n-i i =0 ^ ^ 2 x(i ) - S(i ) N Wo h L (n) (5-17) Minimizando-se (5-17) em relação a ĥL e utilizando-se (5-16) obtêm-se uma ∧ estimativa de canal q adap (n) já purificada dada por: ^ ⎡ n ⎤⎤ ⎡ H ^ q adap(n)=Wo ⎢∑ λ n-i ⎢ Wo S(i ) H S(i ) Wo ⎥ ⎥ ⎦⎦ ⎣ ⎣ i =0 ∧ −1 ⎡ n n-i ⎡ H ^ H ⎤⎤ ⎢∑ λ ⎢ Wo S(i ) x(i )⎥ ⎥ (5⎣ ⎦⎦ ⎣ i =0 18) Conforme visto em (5-4a), para sistemas CP-OFDM, as componentes da matriz diagonal Ŝ(n) são símbolos M-PSK com norma unitária, deste modo temse: Ŝ(n)H Ŝ(n) = I (5-19) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 96 conseqüentemente: WoH Ŝ(n)H Ŝ(n)Wo = I (5-20) Assim substituindo (5-19) e (5-20) em (5-15) e (5-18) respectivamente obtêm-se, para sistemas CP-OFDM, obtêm-se uma expressão simplificada para ∧ q adap (n): −1 ⎤ ⎡ n ⎡ n ⎡ H ^ ⎤⎤ q adap (n) = Wo ⎢∑ λ n-i ⎥ ⎢∑ λn-i ⎢ Wo S(i ) H x (i )⎥ ⎥ = ⎣ ⎦⎦ ⎦ ⎣ i =0 ⎣ i =0 ∧ −1 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA ⎡ n ⎤ ⎡ n ⎡^ ⎤⎤ B ⎢∑ λ n-i ⎥ ⎢∑ λn-i ⎢S(i ) H x (i )⎥ ⎥ = ⎣ ⎦⎦ ⎣ i =0 ⎦ ⎣ i =0 ⎤ ⎡ 1 − λ ⎤ ⎡ n n-i ⎡ ^ H λ ⎢S(i) x (i )⎤⎥ ⎥ = B⎢ n +1 ⎥ ⎢∑ ⎣ ⎦⎦ ⎣1 − λ ⎦ ⎣ i =0 (5-21) Assim a partir de (5-21) observa-se que para sistemas CP-OFDM, a ∧ estimativa de canal purificada q adap (n) que aproxima a solução de Wiener obtida, minimizando a função de custo para estimativas de canal geral, dada em (5-9), e posteriormente multiplicando o resultado pela matriz de purificação B gera o mesmo resultado que minimizando a função de custo para estimativas de canal pré-purificadas dada em (5-17). Para sistemas ZP-OFDM, as componentes da matriz diagonal Ŝ(n) são o resultado da combinação linear de símbolos M-PSK com norma unitária, conforme visto em (5-4b) assim a condição dada em (5-19) não é mais válida. ∧ Neste caso q adap (n) deve ser obtido através de (5-15) ou (5-18) que geram resultados bastante semelhantes. Assim nesta dissertação a expressão dada (5-15) é utilizada pela menor complexidade computacional, pois exige uma inversão de uma matriz diagonal PxP (Ŝ(n)H Ŝ(n)) enquanto que (5-18) exige uma inversão de uma matriz não diagonal PxP (WoH Ŝ(n)H Ŝ(n) Wo). 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 97 5.1.1 Algoritmo LS Recursivo (RLS - Recursive Least Squares) Na subseção anterior foi derivado uma expressão (5-14) para determinar a ∧ estimativa da freqüência de canal q (n), que minimiza a função custo dada em (59), repetida aqui por conveniência: ∧ q (n) = R(n)-1P(n) que pode ser resolvida recursivamente como será visto a seguir. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Expressando primeiramente P(n), dada em (5-12), em termos de P(n) e P(n-1) : n P(n) = ∑ λn-i ⎡⎢S(i) H x(i)⎤⎥ = i =0 ^ ⎣ ⎦ n −1 ∑ λn-i ⎡⎢S(i) H x(i)⎤⎥ + λ0 S(i) H x(i) i =0 ^ ⎣ ^ ⎦ ^ P(n) = λ P(n-1) + S(n) H x(n) (5-22) (5-23) Similarmente para R(n), dado em (5-12), em termos de R(n) e R(n-1): n ^ ^ ^ ⎡^ ⎤ n −1 ⎡^ ⎤ ⎡^ ⎤ R(n)= ∑ λ n-i ⎢S(n) H S(n)⎥ = ∑ λ n-i ⎢S(n) H S(n)⎥ + λ0 ⎢S(n) H S(n)⎥ ⎣ ⎦ i =0 ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ i =0 ^ ^ R(n) = λ R(n-1) + S(n) H S(n) (5-24) (5-25) Como R(n) é uma matriz diagonal o cálculo de sua inversa é simples, não sendo necessário assim desenvolver uma forma recursiva para calcular diretamente R(n)-1 como é feito nos algoritmos RLS convencionais [8], [21]. 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 98 Para sistemas CP-OFDM, observa-se através de (5-20), que a matriz R(n)-1 não varia com n sendo definida por: ⎡ 1− λ ⎤ R(n)-1 = ⎢ I n +1 ⎥ ⎣1 − λ ⎦ (5-26) ∧ Assim para se obter q adap (n), em sistemas CP-OFDM, é necessário calcular recursivamente a matriz P(n). Desta forma substituindo (5-23) em (5-21) obtêm-se a expressão recursiva: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA ^ ∧ ⎡ 1− λ ⎤ ⎡ 1− λ ⎤ [λ P (n-1) + S ( n ) H x ( n) ] = B ⎢ P(n) (5-27) q adap (n)= B ⎢ n +1 ⎥ n +1 ⎥ ⎣1 − λ ⎦ ⎣1 − λ ⎦ ∧ onde as condições iniciais para q adap (0) e P(0) são obtidas partir do símbolo piloto no início do bloco de símbolos CP-OFDM recebidos: ∧ q adap (0) = BS-1x(0) (5-28) P (0) = SH x(0) (5-29) onde S é a matriz diagonal contendo os símbolos piloto definida em (4-1). Para sistemas ZP-OFDM, R(n) não é constante, tendo assim que ser ∧ calculada recursivamente. Desta forma q adap (n) é obtida substituindo (5-23) e (525) em (5-15) resultando em: ^ ∧ ^ -1 q adap(n)=B[λ R(n-1) + S(n) H S(n) ] = BR(n)-1P(n) ^ [λ P(n-1) + S(n) H x(n) ] = (5-30) 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 99 ∧ onde as condições iniciais para q adap (0), R(0) e P(0) são obtidas partir do símbolo piloto no início do bloco de símbolos ZP-OFDM recebidos: ∧ q adap (0) = BS-1x(0) (5-31) P (0) = SH x(0) (5-32) R(0) = SHS (5-33) Assim foi desenvolvido em (5-27) e (5-30), um algoritmo recursivo RLS, PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA para sistemas CP e ZP-OFDM respectivamente que retorna para cada instante n a estimativa da resposta de freqüência do canal que minimiza a função custo em (59) a partir de uma estimativa inicial, purificada pela matriz B, obtida pelo símbolo piloto no início do bloco de símbolos CP e ZP-OFDM recebidos. O desempenho deste esquema adaptativo de estimação de canal para sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM, é mostrado na próxima seção. 5.2 Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM Nesta Seção são apresentados os resultados do desempenho do esquema de estimação de canal adaptativa Pós-DFT, obtidas através de (5-14) que utiliza matriz purificadora, utilizando o algoritmo RLS apresentado na subseção 5.1.1, considerando-se como comparação o esquema de estimação de estimação de canal adaptativa RLS sem purificação, obtidos a partir de (5-13), para sinais CP-OFDM e ZP-OFDM, em um canal de propagação fixo descrito por hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T. A fim de se observar o desempenho do esquema de estimação RLS em ambientes de propagação com variações temporais são utilizados canais de propagação variantes, descrito na subseção 3.3.4, onde o valor de fdTofdm é 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 100 variado a fim de se verificar o desempenho do esquema de estimação RLS em diferentes velocidades de desvanecimento atuante no canal. Os resultados das simulações foram obtidos por meio de rotinas de simulação dos conceitos teóricos desenvolvidas em MATLAB. As curvas obtidas são o resultado da média de 100 experimentos cada qual composto da transmissão e recepção de 100 símbolos OFDM, onde cada símbolo é formado por M + G sub-símbolos QPSK, onde o primeiro símbolo OFDM é utilizado como símbolo piloto. O número de subportadoras é M = 40 e o intervalo de guarda possui dimensão G = 10. Para sistemas CP-OFDM, os equalizadores ZF e MMSE, nas curvas de desempenho, definidas em (3-16) e (3-17) para canais fixos e (3-47) e (3-48) para canais variantes. No caso de sistemas ZP-OFDM, a detecção utiliza os PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA equalizadores ZF e MMSE em (3-23) e (3-24) para canais fixos e (3-49) e (3-50) para canais variantes. Em ambos os casos, é considerado o conhecimento perfeito do canal no receptor para os casos de canal fixo e variante. Assim os dois equalizadores são considerados como figura de mérito para comparação com o desempenho dos equalizadores ZF dados por: ∧ ycp(n) = D( q adap (n))-1xcp(n) (5-34) para sistemas CP-OFDM e ∧ yzp(n) = (DP( q adap (n))V)† xzp(n) (5-35) para sistemas ZP-OFDM Para sistemas CP-OFDM, as curvas de desempenho obtidas, sem compensação da degradação imposta pelo canal de propagação, são o resultado da detecção das observações definidas em (3-15), usando um detector de mínima distância. De igual modo, para sistemas ZP-OFDM as curvas de desempenho obtidas, sem compensação de canal, resultam da detecção das observações 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 101 definidas em (3-22) multiplicadas por VH, conforme o equalizador subótimo apresentado em (3-25), neste caso sem compensação de canal. 5.2.1 Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM para canal fixo Nesta subseção são apresentados os resultados das simulações para sinais CP-OFDM e ZP-OFDM, em um canal de propagação fixo descrito por hL = [ 0.8677 0.4339 0.2169 0.1085 ]T. Primeiramente é considerado o conhecimento a priori do comprimento do canal L = 4, deste modo a matriz Wo possui L colunas para os sistemas CP e ZP-OFDM. O valor de λ foi 0,999, bem PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA próximo a unidade, visto que o canal é fixo. Abaixo são apresentadas, para os sistemas CP e ZP-OFDM, curvas para taxa de erro de bit média em função da relação sinal ruído e o erro médio quadrático das estimativas de canal produzidas pelos esquemas de estimação RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora, para um valor de Eb/No = 13dB, para ambos os sistemas: 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 102 Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - -5 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.1 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento do canal conhecido a apriori 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 103 CP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.4 piloto RLS piloto RLS purificado 1.2 Erro Medio Quadratico 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos CP-OFDM 70 80 90 Figura 5.2 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 104 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 -2 Taxa de Erro de Bit (TEB) 10 -3 10 -4 10 -5 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA -6 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -7 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.3 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento do canal conhecido a apriori 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 105 ZP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.6 piloto RLS piloto RLS purificado 1.4 Erro Medio Quadratico 1.2 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos ZP-OFDM 70 80 90 Figura 5.4 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Observando as curvas de desempenho, nas Figuras 5-1 e 5-3, que em ambos os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM as curvas de desempenho utilizando o esquema de estimação RLS de canal com matriz purificadora, são praticamente coincidentes com as curvas dos equalizadores ZF e MMSE onde o canal é conhecido no receptor. Além disso, o valor de Eb/No requerido para uma dada probabilidade de erro para o esquema de estimação RLS utilizando matriz purificadora é 2 dB menor que o esquema de estimação RLS sem matriz purificadora para sistemas CP-OFDM e 1dB menor para sistemas ZP-OFDM. O melhor desempenho do esquema de estimação RLS com matriz purificadora pode ser verificado nas figuras 5-2 e 5-4 onde o erro médio quadrático das estimativas RLS purificadas e não purificadas são apresentadas para um valor de Eb/No = 13dB. Verifica-se que a estimativa inicial no esquema 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 106 RLS purificado, para o sistema CP-OFDM e ZP-OFDM, possui um erro médio quadrático L vezes menor que o erro médio quadrático da estimativa inicial do M esquema RLS não purificada. No caso RLS purificado o erro médio quadrático converge para zero em aproximadamente 20 símbolos enquanto que no caso RLS não purificado o erro médio quadrático não converge para zero ficando um erro residual em ambos os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM. A fim de se verificar a perda de desempenho caso se utilize o comprimento da faixa de guarda G = 10 como estimativa do comprimento de canal quando este é um parâmetro desconhecido em sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM, neste caso a matriz Wo possui G colunas, são apresentadas curvas para taxa de erro de bit média em função da relação sinal ruído para estimativas pelos esquemas de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA estimação RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora e o erro médio quadrático das estimativas de canal produzidas pelos esquemas de estimação RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora para os dois sistemas: 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 107 Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - -5 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.5 – CP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento G da faixa de guarda utilizado para estimar o comprimento do canal 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 108 CP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.4 piloto RLS piloto RLS purificado 1.2 Erro Medio Quadratico 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos CP-OFDM 70 80 90 Figura 5.6 – CP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 109 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal fixo) qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo qpsk (awgn e canal fixo - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.7 – ZP-OFDM - Canal Fixo - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS-comprimento G da faixa de guarda utilizado para estimar o comprimento do canal 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 110 ZP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.6 piloto RLS piloto RLS purificado 1.4 Erro Medio Quadratico 1.2 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos ZP-OFDM 70 80 90 Figura 5.8 – ZP-OFDM - Canal Fixo – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora. A perda de desempenho pode ser verificada através das figuras 5-6 e 5-8 onde são apresentadas os valores de erros médios quadráticos das estimativas RLS purificadas e não purificadas para um Eb/No=13dB para os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM respectivamente. Verifica-se que a estimativa inicial no esquema RLS purificado, para o sistema CP-OFDM e ZP-OFDM, possui um erro médio quadrático G vezes menor que o erro médio quadrático da estimativa inicial do M esquema RLS não purificada. No esquema de estimação com matriz purificada o valor de erro médio quadrático converge para zero em aproximadamente 50 símbolos. No entanto esta perda de desempenho no erro médio quadrático quando se utiliza o comprimento G da faixa de guarda ao invés do comprimento L do canal não é perceptível no desempenho da taxa de erro bit média visto que 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 111 observando as curvas de desempenho, nas figuras 5-5 e 5-6, que em ambos os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM as curvas de desempenho utilizando o esquema de estimação RLS de canal com matriz purificadora, são praticamente iguais às curvas dos equalizadores ZF e MMSE onde o canal é conhecido no receptor como no caso anterior onde o comprimento L = 4 era conhecido, o que indica que o esquema de estimação de canal RLS utilizando matriz purificadora é pouco sensível a estimativas conservadoras do comprimento do canal. Assim se o comprimento da faixa de guarda for bem dimensionado, sendo seu comprimento G maior que o comprimento L do canal, a matriz Wo pode ser feita com G colunas não sendo necessário o conhecimento a priori do canal. Na próxima subseção será apresentado o desempenho do esquema de estimação de canal RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora para PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA canais variantes utilizando G como estimativa do comprimento do canal. 5.2.2 Desempenho do esquema de estimação de canal adaptativo RLS nos sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM para canal variante Nesta subseção são apresentados os resultados das simulações para sinais CP-OFDM e ZP-OFDM, em um canal de propagação variante, com as características descritas na sub-seção 3.1.1, onde é descrito que as variações temporais do canal ocorrem somente entre símbolos OFDM, de modo que as características do canal permanecem fixas dentro do intervalo de duração Tofdm do símbolo OFDM. Para se verificar o desempenho do esquema de estimação RLS para diferentes velocidades de desvanecimento do canal são utilizados três valores para fdTofdm: 10-5, 10-4 e 10-3 de forma que a velocidade do canal aumenta gradativamente desde o mais lento (10-5) até o mais rápido (10-3). O valor de λ foi ajustado para acompanhar as variações do canal, quanto mais lento o canal mais próximo da unidade deve ser este valor. Para os valores fdTofdm = 10-5 , 10-4 e 10-3, os valores de λ utilizados foram 0,99, 0,95 e 0,75 respectivamente, para ambos os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM. Para o esquema de estimação de canal com matriz purificadora o comprimento do intervalo de guarda G é utilizado como estimativa do 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 112 comprimento do canal. Assim a matriz Wo possui G colunas para os sistemas CP e ZP-OFDM. Abaixo são apresentadas curvas para taxa de erro de bit média em função da relação sinal ruído e curvas de erro médio quadrático para estimativas obtidas pelos esquemas de estimação RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora a para os sistemas CP-OFDM e ZP-OFDM: Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 -2 Taxa de Erro de Bit (TEB) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - -5 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.9 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS. 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 113 CP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.4 piloto RLS piloto RLS purificado 1.2 Erro Medio Quadratico 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos CP-OFDM 70 80 90 Figura 5.10 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 114 Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.11 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 115 CP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.4 piloto RLS piloto RLS purificado 1.2 Erro Medio Quadratico 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos CP-OFDM 70 80 90 Figura 5.12 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 116 Sistema de Transmissao CP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.13 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 117 CP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.4 piloto RLS piloto RLS purificado 1.2 Erro Medio Quadratico 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos CP-OFDM 70 80 90 Figura 5.14 – CP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 118 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 -2 Taxa de Erro de Bit (TEB) 10 -3 10 -4 10 -5 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - 10 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA -6 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -7 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.15 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 119 ZP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.6 piloto RLS piloto RLS purificado 1.4 Erro Medio Quadratico 1.2 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos ZP-OFDM 70 80 90 Figura 5.16 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-5 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 120 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.17 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 121 ZP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.8 piloto RLS piloto RLS purificado 1.6 1.4 Erro Medio Quadratico 1.2 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos ZP-OFDM 70 80 90 Figura 5.18 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-4 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 122 Sistema de Transmissao ZP-OFDM 0 10 -1 10 Taxa de Erro de Bit (TEB) -2 10 -3 10 -4 10 qpsk (awgn) qpsk (awgn e canal variante) qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante qpsk (awgn e canal variante - -5 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 10 equalizaçao zf pos-dft) equalizaçao mmse pos-dft) piloto RLS pos-dft) RLS piloto pos-dft purificado) -6 10 0 1 2 3 4 5 Eb/No (dB) 6 7 8 9 Figura 5.19 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 - Estimação de Canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS 10 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 123 ZP-OFDM - Piloto Adaptativo RLS Pos-DFT - Eb/No = 10 dB 1.6 piloto RLS piloto RLS purificado 1.4 Erro Medio Quadratico 1.2 1 0.8 0.6 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA 0.4 0.2 0 0 10 20 30 40 50 60 Numero de Simbolos ZP-OFDM 70 80 90 Figura 5.20 – ZP-OFDM - Canal Variante fdTofdm=10-3 – Erro Médio Quadrático entre as estimativas de canal com Pilotos utilizando algoritmo RLS com matriz purificadora e sem matriz purificadora Observando as curvas de desempenho para os sistemas CP-OFDM e ZPOFDM verifica-se que as curvas de desempenho utilizando o esquema de estimação RLS de canal com matriz purificadora, são praticamente coincidentes com desempenhos das curvas dos equalizadores ZF e MMSE onde o canal é conhecido no receptor. Para os canais mais lentos, fdTofdm = 10-5 e 10-4, o valor de Eb/No requerido para uma dada probabilidade de erro para o esquema de estimação RLS utilizando matriz purificadora é aproximadamente 2 dB menor que o mesmo esquema de estimação sem matriz purificadora para sistemas CP-OFDM e 1dB menor para sistemas ZP-OFDM mantendo assim a mesma relação observada mesmo no caso de canal fixo. Isto pode ser verificado analisando as curvas de erro médio quadrático para canais variantes mais lentos, fdTofdm = 10-5 e 10-4. Nestas figuras observa-se que os valores de erro médio quadrático das 100 5. Estimação de Canal Adaptativa com Símbolos Piloto 124 estimativas RLS purificadas convergem para aproximadamente zero em 20 símbolos similarmente ao caso de canal fixo e as estimativas RLS não purificadas apresentam um erro residual um pouco maior que no caso do canal fixo. Assim o compromisso de se aumentar a banda do filtro, por meio da redução de λ, para tentar acompanhar as variações da resposta de freqüência do canal sem aumentar demasiadamente a variância do ruído da estimativa é melhor atendido pelo esquema de estimação com matriz purificadora. Isto é mais notável para canais mais rápidos, como o canal com fdTofdm = 10-3. Observa-se nas figuras 5-13 e 5-19, que as curvas de desempenho utilizando o esquema de estimação de canal com matriz purificadora continuam praticamente coincidentes aos desempenhos das curvas dos equalizadores ZF e MMSE. Porém o Eb/No requerido para uma dada probabilidade de erro neste caso PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA para o esquema de estimação utilizando matriz purificadora é aproximadamente 5 dB menor que o esquema sem matriz purificadora para sistemas CP-OFDM e 4dB menor para sistemas ZP-OFDM, aumentando assim a vantagem observada no caso de canal fixo. Isto pode ser verificado através das figuras 5-14 e 5-20, onde os erros médios quadráticos das estimativas purificadas e não purificadas para fdTofdm = 10-3 estão apresentadas. Nestas figuras observa-se que os valores de erro médio quadrático das estimativas RLS purificadas apresentam um pequeno valor residual de erro após convergência enquanto que para as estimativas não purificadas estes valores não convergem no intervalo de observação utilizado nas simulações. Assim, para canais rápidos o compromisso de se aumentar a banda do filtro, por meio da redução de λ, para tentar acompanhar as variações da resposta de freqüência do canal sem aumentar demasiadamente a variância do ruído da estimativa só pode ser atendido pelo esquema que utiliza matriz purificadora. 6 Conclusão O presente trabalho buscou apresentar uma técnica de redução do ruído das estimativas de canal geradas a partir de bloco de símbolos piloto em sinais dos sistemas CP e ZP-OFDM. Primeiramente, foi feita uma análise dos principais conceitos da técnica de transmissão OFDM, onde foi detalhado o processo de geração dos sinais CP e ZPOFDM. Foi introduzido em seguida um modelo discreto para transmissão e recepção de sinais CP-OFDM, que consideram os efeitos causados pelo canal de propagação de múltiplos percursos e com desvanecimento. O modelo discreto de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA sinais permitiu identificar, na recepção dos sinais, a abordagem para se aplicar a técnica de estimação de canal, utilizando bloco de símbolos OFDM, no tratamento das observações. Para a estimação de canal em sistemas CP e ZP-OFDM, foi apresentado, no Capítulo 4, o desenvolvimento teórico de duas abordagens distintas de estimação de resposta de freqüência do canal utilizando bloco de símbolos piloto. Na primeira abordagem, a estimativa de freqüência do canal é calculada, após a operação de DFT no receptor, no início de cada bloco de B símbolos e aplicada, segundo o critério de equalização ZF, na detecção dos símbolos do bloco correspondente. Na segunda abordagem a estimativa de freqüência do canal também é calculada segundo critério ZF no início de cada bloco de B símbolos, porém as estimativas são calculadas antes da operação DFT no receptor. Para as estimativas obtidas através das duas abordagens de estimação de canal utilizando blocos de símbolos piloto foi proposto um método de redução do ruído destas estimativas. Este método constitui-se de uma operação de transformação linear, obtida através da multiplicação das estimativas pela matriz purificadora B, que projeta as estimativas no subespaço onde resposta de freqüência do canal q pertence, quando se tem o conhecimento a priori do comprimento do canal. Verificou-se que, para canais fixos, o desempenho do uso das estimativas purificadas pela o método de redução do ruído, nos equalizadores ZF utilizados na detecção dos sinais CP e ZP-OFDM, é bem superior ao uso das 6. Conclusão 126 estimativas não purificadas ficando este desempenho bem próximo aos dos equalizadores ZF e MMSE onde se utiliza a verdadeira resposta de freqüência do canal. A fim de obter uma redução continua do ruído das estimativas de canal ao longo do bloco de símbolos OFDM foi proposto a aplicação conjunta de filtragem adaptativa com a técnica de redução de ruído da estimativa. Nesta abordagem sugere o uso da estimativa purificada, pela matriz B, como condição inicial para o processo adaptativo de refinamento das estimativas subseqüentes. A estimação adaptativa das respostas de freqüência de canal é implementada segundo critério ZF e o algoritmo RLS, por meio da técnica de decisão direta (decision directed). As estimativas obtidas em cada n-ésima iteração são purificadas através da multiplicação da matriz B e utilizadas nos equalizadores ZF utilizados na detecção PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA dos n-ésimos sinais CP e ZP-OFDM. Foi verificado que, em caso de canais fixos, para ambos os sistemas CP e ZP-OFDM o uso de refinamento adaptativo em conjunto com a matriz purificadora B introduz uma melhoria no desempenho se comparado com o uso da estimativa purificada pela matriz B sem a realimentação. Para ambos os sistemas CP e ZP-OFDM, o desempenho fica praticamente idêntico aos dos equalizadores ZF e MMSE onde se utiliza a verdadeira resposta de freqüência do canal. Além disso, foi verificado que este método é pouco sensível a estimações conservadoras do comprimento do canal. Assim não é necessário ter o conhecimento a priori do canal podendo ser utilizado o comprimento da faixa de guarda no método de redução do ruído da estimativa, o que facilita bastante o dimensionamento da matriz purificadora B. A aplicação conjunta de filtragem adaptativa junto com a técnica de redução de ruído da estimativa apresenta vantagem adicional de poder ser utilizada em canais variantes lentos, onde na a variação de canal dentro do intervalo de duração de um símbolo OFDM. Neste tipo de ambiente de propagação o desempenho do uso das estimativas geradas por este método em equalizadores ZF, em termos de número de bits errados também, é praticamente igual ao dos equalizadores ZF e MMSE onde a resposta de freqüência do canal é conhecida em cada instante n. Neste caso o parâmetro λ do algoritmo adaptativo RLS deve ser bem ajustado de forma a acompanhar as variações de canal sem aumentar a variância do ruído das estimativas. 6. Conclusão 127 Nesta dissertação foi visto que o uso da matriz purificadora em estimativas de resposta de freqüência do canal, para sistemas OFDM, produzidas por métodos de bloco de símbolos piloto (block pilots) reduz a variância do erro da estimativa produzido pelo ruído aditivo. Uma sugestão para trabalho futuro seria o estudo do uso da matriz purificadora em estimativas produzidas por métodos de estimativa de canal combinada utilizando símbolos piloto (comb pilots) onde além do erro produzido pelo ruído aditivo existe o erro produzido pela interpolação utilizada PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA para gerar as estimativas de resposta em freqüência do canal. 7 Referências bibliográficas [1] MUQUET, B.; WANG, Z.; GIANNAKIS, G. B.; DE COURVILLE, M; DUHAMEL, P. Cyclic Prefix or Zero Padding for Wireless Multicarrier Communications? IEEE Transactions on Communications, p.2136–2148, December 2002. [2] COLERI, S.; ERGEN, M.; PURI, A.; BAHAI, A. Channel Estimation Techniques Based on Pilot Arrangement in OFDM Systems. IEEE Transactions on Broadcasting, p. 223–229, September 2002. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA [3] HAYKIN, S. Adaptive Filter Theory. Prentice-Hall, 2002. [4] Zou, W.Y., Wu, Y. COFDM: an overview, vol. 41. IEEE Transactions on Communications, pp. 1-8, Março, 1995. [5] CHANG, R. W.; GIBBY, R. A. A Theoretical Study of Performance of an Orthogonal Multiplexing Data Transmission Scheme. IEEE Transactions on Communication Technology, p.529–540, August 1968. [6] NETO, A. S. M.; Equalização e Estimação de Canal em Sistemas de Transmissão OFDM, Setembro 1995. Dissertação de Mestrado - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro [7] WEINSTEIN, S.B., EBERT, P.M. Data transmission by frequency division multiplexing using the discrete Fourier transform, vol. COM-19. IEEE Transactions on Communication Technology, p.628-634, Outubro, 1971. [8] BENEDETTO, S.; BIGLIERI, E.; CASTELLANI, V. Digital Transmission Theory, New Jersey, Prentice Hall, 1987 [9] PRASAD, R.; VAN NEE, R. OFDM for Wireless Multimedia Communications. Artech House, 2000. [10] HARADA, H.; PRASAD, R. Simulation and Software Radio for Mobile Communications. Artech House, 2002. [11] SKLAR, B. Rayleigh Fading Channels in Mobile Digital Communications Systems - Part I: Characterization. IEEE Communications Magazine, p.90–100, July 1997. [12] SKLAR, B. Rayleigh Fading Channels in Mobile Digital Communications Systems - Part II: Mitigation. IEEE Communications Magazine, p.102–109, July 1997. 7. Referências bibliográficas 129 [13] RAPPAPORT, T. S. Wireless Communications: Principles and Practice. Prentice-Hall, 1999. [14] J. D. Parsons, The Mobile Radio Propagation Channel, Wiley, 1992; [15] POLLET, T.; VAN BLADEL, M.; MOENECLAEY, M. BER Sensitivity of OFDM Systems to Carrier Frequency Offset and Wiener Phase Noise. IEEE Transactions on Communications, p.191–193, April 1995. [16] WICKER, S. B. Error Control Systems for Digital Communications and Storage. Prentice-Hall, 1995. [17] OCHIAI, H.; IMAI, H. On the Distribution of the Peak-to-Average Power Ratio in OFDM Signals. IEEE Transations on Communications, p.282–289, February 2001. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA [18] WANG, Z.; GIANNAKIS, G. B. Wireless Multicarrier Communications: Where Fourier Meets Shannon. IEEE Signal Processing Magazine, p.29–47, May 2000. [19] MUQUET, B. Novel Receiver and Decoding Schemes for Wireless OFDM Systems with Cyclic Prefix or Zero Padding. PhD thesis, ´Ecole Nationale Sup´erieure des Téléecommunications, June 2001. [20] OPPENHEIM, A. V.; SCHAFER, R. W. Discrete-Time Signal Processing. Prentice-Hall, 1989. [21] S. HAYKIN, Communication Systems- 3/e, Wiley, 1994. [22] VAN DE BEEK, J.-J.; EDFORS, O.; SANDELL, M.; WILSON, S.K.; BORJESSON, P.O. On channel estimation in OFDM systems. IEEE 45th Vehicular Technology Conference. Volume 2, p.815-816, July 1995. 8 Apêndice ∧ Temos que q zf é uma estimativa da resposta de freqüência do canal de propagação q de dimensão N: ∧ ∧ q zf = q + ( q zf – q) = q + nzf (A-1) onde nzf é o ruído da estimativa dado em (4-2), cujo valor médio quadrático é dado por: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA σzf2 = E[||nzf||2] = E[nzfH nzf] = tr(E[nzf nzfH]) (A-2) onde a função tr[z] retorna o traço da matriz z. Como a resposta de freqüência do canal é q = N Wo hL, então q pertence ao subspaço gerado por Wo (G(Wo)) se B é a matriz que projeta um qualquer vetor vetor v ∈ CN, no subespaço G(Wo) então B tem a forma B = Wo (WoH Wo)-1 WoH ∧ e a projeção de q zf em G(Wo) é : ∧ ∧ q zfP = B q zf = Bq + Bnzf = q + nzfP (A-3) onde nzfP = B nzf é a projeção do vetor erro no subspaço G(Wo) de dimensão L ≤ N, cujo valor médio quadrático é menor que o valor médio quadrático de nzf dado em (A-2), ou seja: E[||nzfP||2] ≤ E[||nzf||2]. (A-4) Isto pode ser verificado a partir da identidade: nzf = (I – B) nzf+ Bnzf , (A-5) resultando que ||nzf||2 = ||Bnzf||2 + || (I – B)nzf||2 - 2Re[((I – B) nzf) H Bnzf] (A-6) 8. Apêndices 131 Mas, 2Re[((I – B) nzf) H Bnzf] = 2Re[nzfH (I – BH) Bnzf] = 2Re[nzfH (B – BH B)nzf] = 2Re[nzfH (B – B)nzf] = 0 (A-7) onde utilizou-se o fato de que B é uma matriz de projeção, BH = B e B2 = B. Substituindo (A-7) em (A-6) e levando em conta que o termo || (I – B)nzf||2 ≥ 0 tem-se que: ||Bnzf||2 = ||nzf||2 - || (I – B)nzf||2 ∴ ||Bnzf||2 ≤ ||nzf||2 (A-8) Comprovando assim a afirmativa dada em (A-4) demonstrando que a projeção da ∧ PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA estimativa q zf em G(Wo), obtida através da multiplicação da matriz B reduz o erro médio quadrático da estimativa. A seguir será calculado o valor dessa redução no caso em que o erro da estimativa é branco. ∧ Tem-se que o valor médio qudrático de q zfP é dado por: E[||nzfP||2] = E[nzfHBH B nzf] = tr(E[BH nzfHnzfB]) = tr(BHRzfB]) (A-9) onde Rzf é a matriz autocorrelação de nzf . Para o caso em que nzf, de N componentes, é um vetor de ruído gaussiano branco temos que a matriz correlação Rzf é igual a matriz covariância Kzf = σ2I assim o valor médio quadrático de nzf é: E[||nzf||2] = Nσ2 (A-10) Conseqüêntemente a variância de nzfP é dada por: E[||nzfP||2] = tr(BH Rzf B]) = σ2 tr(BH B]) = σ2 tr(B) (A-11) 8. Apêndices 132 Caso se tenha o conhecimento prévio do comprimento do canal, Wo possui L colunas vi ortogonais, cada uma possuindo norma unitária tem-se que a matriz B pode ser expressa como: B = Wo (WoH Wo)-1 WoH = Wo WoH = L ∑v v i H (A-12) i i Substituindo (A-12) em (A-11) obtem-se: E[||nzfP||2] = σ2 tr(B) = σ2 ∑ tr[v v L i i H i ] =σ ∑ v 2 L 2 i = σ2 L (A-13) i PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410293/CA Finalmente tem-se: ⎛L⎞ E[||nzfP||2] = σ2 N ⎜ ⎟ ⎝N⎠ (A-14) Comprovando assim que a matriz B reduz a variância do ruído da estimativa de ∧ canal q zf , dado por (A-10), por um fator L . N