Educação
Infantil
Informe EI
Julho 2014
Ajudar a aprender
Patrícia Konder Lins e Silva*
O pensamento das crianças pequenas
é egocêntrico. Os esquemas cognitivos
que elas possuem geram uma inter­
pretação particular da realidade e a
dificuldade para compreender pontos
de vista diferentes dos seus. Acreditam
que todos enxergam e interpretam o
mundo de modo idêntico a elas. Isso
afeta os diálogos, porque há uma inabi­
lidade para trocar ideias. Os monólogos
coletivos são mais comuns do que os
diálogos. Mas, mesmo que suas opiniões
pareçam surpreendentes, é importante
conversar com a criança e estimulá-la a
expressar seu pensamento, num exercício
de desenvolvimento intelectual e moral.
A conversa não tem o objetivo de
corrigir, mas o de pensar alto com a
criança, encorajando–a sintonizar com
seu próprio raciocínio, a verbalizar suas
ideias, a prestar atenção no que os
outros dizem, a escutar. É preciso ter
executou, e relembrar com quem brincou
ampliam a aprendizagem e trazem à
consciência suas crenças, julgamentos
e suposições.
Dar a atenção
devida à fala da
criança a ajuda a
exercitar a expressão
do seu pensamento e
a valorizá-lo.
Ser desafiada e incentivada a exprimir
o que pensa desenvolve a confiança
da criança em suas possibilidades
de opinar e estimula a capacidade
de escutar, tão difícil nas crianças pe­
quenas. Perguntar sobre suas opiniões
a desafia a estruturar seu pensamento e
fazer-se entender.
paciência para permitir que completem
seu raciocínio, que nem sempre é claro
e fluente.
Dar a atenção devida à fala da criança
a ajuda a exercitar a expressão do seu
pensamento e a valorizá-lo. Conversar
sobre seu dia na escola e as tarefas que
As conversas com as crianças têm que
ser levadas a sério, com bom humor
e interesse, sem infantilização, sem
diminutivos, com palavras complexas e
diversas que ajudam no enriquecimento
do vocabulário.
*Patrícia Konder Lins e Silva é pedagoga e diretora da
Escola Parque.
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