2- Aspectos Físicos e Biológicos de Corumbá
Aspectos Físicos e Biológicos
- Localização
O município de Corumbá, com 64.960,863 Km 2, está localizado
geograficamente na porção oeste de Mato Grosso do Sul, ocupando 18,18% da
área total do Estado.
A sede do município localiza-se na margem direita do Rio Paraguai,
definida pelas coordenadas 19°00'32" latitude Sul e 57°39'10" longitude Oeste,
e sua altitude varia entre as cotas 118 e 950 metros, através da Morraria do
Urucum, considerado um dos pontos mais altos do Estado.
Tem como municípios limítrofes: Sonora, Coxim, Rio Verde de Mato
Grosso, Aquidauana, Miranda, Bodoquena, Porto Murtinho e encravado no
município de Corumbá, o município de Ladário.
Figura 01. Divisão política do Estado do MS
São sete distritos que fazem parte do município de Corumbá, sendo:
Albuquerque, Amolar, Forte Coimbra, Nhecolândia, Paiaguás, Porto da Manga
e Porto Esperança.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
- Meio Físico
- Geologia
Em termos geológicos, Corumbá está inserido pelas seguintes formações:
Formação Santa Cruz, com idade entre 540 milhões e 1 bilhão de anos, de
natureza sedimentar; Formação Tamengo, de mesma idade da Formação
Santa Cruz, com associação de rochas sedimentares; Formação Urucum,
também com a mesma idade das anteriores, sendo uma unidade mais
homogênea litologicamente; e sobrepondo-se a todas estas unidades mais
antigas, ocorrem as coberturas quaternárias, definidas como Formação
Pantanal, que incluem as seguintes fácies sedimentares, constituindo a grande
planície inundável ao longo das várzeas dos rios pantaneiros.
- Geomorfologia
A região oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, mais especificamente a
Micro Região de Corumbá apresenta Unidades Geomorfológicas que puderam
ser distintas pela similaridade das formas de relevo e suas características
genéticas.
Desta
forma,
foram
identificadas
três
grandes
Unidades
Geomorfológicas: Serra da Bodoquena (Morros residuais); Depressão do Rio
Paraguai; e Planícies e Pantanais Mato-Grossenses. A sede do município de
Corumbá está situada na Borda Oeste do Pantanal: Maciço do urucum e
Adjacências, compreendido pela Serra da Bodoquena, que se caracteriza
Morrarias Residuais.
- Solos
As características geológicas e geomorfológicas da região são bastante
peculiares, condicionados a formação de uma ampla diversidade de solos.
Considerando a forma de ocorrência dos solos na região de Corumbá,
constata-se que nas áreas mais baixas e com topografia praticamente plana,
constituídas por aluviões do Rio Paraguai e seus afluentes, destaca-se a
ocorrência de solos com marcante hidromorfismo como Glei Húmico e Glei
Pouco Húmico, podendo ocorrer, também, algumas manchas de Vertissolos e
Solonetz Solodizado.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Nas áreas intermediárias, um pouco mais elevadas e menos sujeitas a
inundações, predominantemente com relevo plano, suave ondulado e
ondulado, destaca-se a ocorrência de Podzólico Vermelho-Escuro, Podzólico
Vermelho-Amarelo, Brunizém Avermelhado, Brunizém, Regossolo, Vertissolo e
Rendzina.
- Meio Biológico
- Vegetação
A área onde está inserido o município de Corumbá, pertence ao Bioma
Pantanal. Este é considerado como uma das maiores planícies de
sedimentação do mundo com cerca de 160.000 km², sendo parte integrante da
bacia hidrográfica do Alto Paraguai (BAP). A fitogeografia do Pantanal
compreende um mosaico de paisagens devido a uma ampla diversidade de
condições ambientais. Ao leste a principal influência é do bioma Cerrado com
ecótones de Floresta Atlântica, ao norte da Floresta Amazônica e ao oeste do
chaco. Nas áreas mais elevadas podem ocorrer fragmentos de Caatinga (MMA
2006).
O Pantanal em função de sua alta biodiversidade foi considerado em 2000
pela UNESCO como Patrimônio Mundial. A Conservação do Complexo do
Pantanal é composto por um conjunto de quatro unidades de conservação com
uma área total de 187.818 Ha. Localizado no oeste da região central do Brasil,
no canto oeste do Estado de Mato Grosso do Sul, representa um dos maiores
ecossistemas de zonas úmidas de água doce do mundo. As cabeceiras dos
dois principais sistemas fluviais da região estão localizados no que
denominamos Bacia do Alto Paraguai, onde a abundância e diversidade da
flora e fauna são ímpares.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Figura 02. Mapa de Corumbá e suas alterações da cobertura vegetal. Embrapa, 2000.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
- Unidades de Conservação da Natureza
As Unidades de Conservação da Natureza são espaços territoriais
especialmente protegidos, destinados à proteção da fauna, flora e à
preservação da diversidade do patrimônio genético e dos processos ecológicos
essenciais, possibilitando o manejo ecológico de espécies e ecossistemas
importantes. Sua criação, implantação e implementação está regulamentada
pela Lei No 9.985, de 18 de julho de 2000, que criou o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).
O município de Corumbá em função de sua localização, cravado em um
dos biomas mais preservados do mundo, o Pantanal, possui inúmeras
Unidades de Conservação com o objetivo da conservação e preservação deste
ecossistema peculiar.
Figura 03. Mapa de Biomas Brasileiros. IBGE, 2005.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Desta forma, Corumbá possui implementado em seu território nove
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN’s), totalizando uma área
protegida de 77.575 Ha, conta ainda com dois Parques Municipais Naturais,
com área protegida total de 1.312 Ha. Já no âmbito estadual de implementação
de Unidades de Conservação nos limites do município de Corumbá existe o
Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (PEPRN), com um total de 77.847
Ha, compreendido nos municípios de Aquidauana (maior porção) e Corumbá,
onde cerca de 15.000 Ha estão inseridos em território corumbaense, além do
PEPRN como Unidade de Conservação Estadual, o município conta com a
Área Especial de Interesse Turístico denominada Estrada Parque Pantanal,
com uma área de 6.000 Ha, onde uma pequena porção desta área está
inserido em Ladário.
Tabela. Unidades de Conservação em Corumbá/MS
Categoria de Unidades de
Conservação
Unidades de Conservação
RPPN
Santa Cecília II
RPPN
Poleiro Grande
RPPN
Acurizal
RPPN
Penha
RPPN
Reserva Natural Eng. Elieser Batista
RPPN
Arara Azul
RPPN
Paculândia
RPPN
Alegria
RPPN
Nhumirim
Subtotal de áreas protegidas na categoria Reserva Particular do Patrimônio
Natural
Parque Municipal
Parque Municipal Natural Piraputangas
Parque Municipal (urbano)
Ecoparque Municipal Cacimba da Saúde
Subtotal de áreas protegidas na categoria Parque Municipal
Parque Estadual
Parque Estadual do Pantanal do Rio
Negro
Subtotal de áreas protegidas na categoria Parque Estadual (Corumbá)
Área Especial de Interesse Turístico
Estrada Parque Pantanal
Subtotal de áreas protegidas na categoria Área Especial de Interesse Turístico
TOTAL DE ÁREAS PROTEGIDAS (Ha)
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Área (Ha)
8.866
16.529
13.843
12.260
12.600
3.369
8.310
1.128
670
77.575
1.252
60
1.312
77.847
15.000
6.000
6.000
99.887
Figura 04. Unidades de Conservação inseridas no município de Corumbá
Perfil Socioeconômico de Corumbá
- Praças e Áreas Verdes
No perímetro urbano de Corumbá ocorrem dezenove praças formais,
trinta e quatro praças informais, além de um Parque Municipal, denominadas
Áreas Verdes, importantes para a qualidade de vida da população da cidade,
conforme mapa abaixo:
Figura 05. Perímetro urbano de Corumbá – Áreas Verdes
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Recursos Hídricos
- Hidrografia
Os principais cursos d’água que compõe a região são: Córregos das
Pedras, Banda Alta, Piraputangas, São Domingos, Arigolândia e Urucum, onde
nascem nas morrarias do Maciço do Urucum. A drenagem é relativamente
pobre se comparada com a hidrografia das demais áreas altas da Bacia do Alto
Paraguai.
O rio Paraguai é um rio da América do Sul que banha quatro países.
Nasce na Chapada dos Parecis, no estado brasileiro de Mato Grosso e banha
também o estado de Mato Grosso do Sul, sendo afluente do rio Paraná. O rio,
ao contrário da percepção popular comum, não define a fronteira Bolívia-Brasil,
mas sim parte da fronteira Brasil-Paraguai e da fronteira Argentina-Paraguai.
Dentro do território brasileiro, o rio Paraguai percorre cerca de 1.693 km
desde as nascentes até a desembocadura do rio Apa. A navegabilidade do rio
em terras do Brasil dá-se satisfatoriamente a partir de Cáceres (passando por
Corumbá) até a foz do rio Apa. Seu trajeto tem extensão total de cerca de
1.323 km. Desta forma, o rio Paraguai exerce uma forte tendência de
navegabilidade comercial para o município de Corumbá, para escoamento de
produtos, principalmente mineral, até a foz com o Oceano Atlântico, situado na
Argentina.
Tamanha importância do rio Paraguai, sendo considerado o principal rio
da Bacia do rio Paraguai, uma das doze Macros Bacias Hidrográficas do Brasil.
Os afluentes do rio Paraguai que banham os limites municipais de
Corumbá são: rio Correntes, rio Piquiri, rio Cuiabá, rio Taquari, rio Negrinho, rio
Paraguai Mirim, rio Negro, rio Miranda, rio Verde, rio Aquidaban e rio
Nabileque.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
Figura 06. Bacia Hidrográfica do Paraná
- Climatologia
O clima de Corumbá, segundo a classificação de Köppen, cuja
sistemática se fundamenta nos regimes térmico e pluviométrico e na
distribuição das associações vegetais (Vianello & Alves, 1991), pode-se
classificar ao tipo climático Awa, ou seja, clima tropical de altitude,
megatérmico (a temperatura média do mês mais frio é superior a 18oC), com
inverno seco e chuvas no verão.
Desta forma, o clima de Corumbá é o tropical, no verão é quente e fica
em torno de 32 graus e no inverno é frio e seco, com média de 21 graus. O
índice pluviométrico anual está entre 1000 e 1400 mm, sendo de novembro a
março os meses mais chuvosos (em torno de 68% do total pluviométrico anual)
e no período de junho a agosto o de maior estiagem (apenas 7% do total
pluviométrico anual). O clima da região pode ser dividido em quatro estações:
seca (de junho a setembro), enchente (de outubro a dezembro), cheia (de
janeiro a março) e vazante (abril e maio). Os fatores que influenciam as
condições climáticas são a latitude, altitude, topografia, distância do mar,
correntes oceânicas, tipo de densidade de vegetação e condições do solo.
Perfil Socioeconômico de Corumbá
- Pluviometria e Temperatura
Tabela. Dados meteorológicos coletados na Estação Climatológica de
Corumbá/MS (2013)
o
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
ANO
Temp. média mensal ( C)
Máxima
Mínima
Média
32,6
23,3
27,2
32,6
23,3
27,0
32,1
23,3
26,9
30,7
21,5
25,3
28,3
19,6
23,2
26,6
17,4
21,4
26,8
17,3
21,6
28,8
18,3
22,8
30,2
19,7
24,4
32,7
22,0
26,4
33,2
22,8
27,1
33,1
23,5
27,7
30,6
21,0
25,1
Insolação
(horas)
199,9
178,6
199,5
208,0
200,7
188,7
240,0
184,3
144,0
223,0
226,2
215,8
2.408,1
Umidade
do Ar (%)
78,3
80,3
81,6
78,5
80,9
79,2
72,4
72,6
72,5
71,8
75,7
77,0
76,8
Chuva
Total (mm)
191,0
137,0
134,1
77,0
53,0
26,0
19,0
30,3
47,0
88,0
116,0
152,1
1.070,0
Dias de
Chuva
16
13
12
8
6
4
2
3
5
8
10
13
100
Tabela. Balanço hídrico climático normal de Ladário/MS, CAD = 100mm (P =
chuva; ETP = evapotranspiração potencial; DEP = deficiência hídrica; EXC = excedente
hídrico), 2013.
Mês
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
ANO
P
(mm)
191
137
134
77
53
26
19
30
47
88
116
152
1070
ETP
(mm)
157
137
145
107
80
57
69
83
96
135
150
167
1388
DEF
(mm)
0
0
7
22
22
26
45
49
47
46
33
15
318
Perfil Socioeconômico de Corumbá
EXC
(mm)
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
- Ventos
A velocidade do vento é medida na estação meteorológica de Corumbá,
assim como nas duas outras estações existentes dentro do Pantanal, a 10
metros de altura.
A distribuição de frequência mensal do vento, no decorrer do ano,
mostra que a predominância, na estação de Corumbá, é de leste, o que em
meteorologia significa que o vento sopra de leste. A estação meteorológica de
Corumbá registra que as maiores velocidades médias do vento ocorrem entre
os meses de abril e setembro, no período seco de outono-inverno, justamente
quando são registrados os menores índices pluviométricos, e quando a
pressão atmosférica é mais alta, significando que nesta época do ano há
condições mais favoráveis para uma melhor dispersão de poluentes.
Os dados registrados na estação meteorológica de Corumbá para o
período mais chuvoso mostram que a direção predominante do vento neste
período também é de leste, soprando a partir de áreas mais altas localizadas
no planalto. Porém, são também significativas as percentagens obtidas pelas
direções N e NE, mostrando claramente a atuação dos sistemas tropicais que
atuam sobre a região de Corumbá.
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