UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ALEXANDRE RANGEL DE SOUZA MARTINES PLANEJAMENTO OPERACIONAL NO CANTEIRO DE OBRAS SÃO PAULO 2006 2 ALEXANDRE RANGEL DE SOUZA MARTINES PLANEJAMENTO OPERACIONAL NO CANTEIRO DE OBRAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Professor M.Sc. Carlos Roberto Carneiro SÃO PAULO 2006 3 ALEXANDRE RANGEL DE SOUZA MARTINES PLANEJAMENTO OPERACIONAL NO CANTEIRO DE OBRAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho: _____________ em: ____ de _____________ de 2006. ________________________________________________ Nome do Orientador ________________________________________________ M. Sc. Carlos Roberto Carneiro Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 AGRADECIMENTOS Agradeço a meu orientador, Prof. M. Sc. Carlos Roberto Carneiro, pela compreensão e dedicação na orientação que me prestou para o conjunto deste projeto. Ganho uma vasta sabedoria minha vida profissional e pessoal. 5 RESUMO O setor da construção civil vem buscando soluções para modernizar, tanto seu processo construtivo, como os procedimentos administrativos e gerenciais, devido à competitividade das empresas do setor. A procura por melhoria das soluções, tem como foco a produtividade e a qualidade dos produtos. As características de produção do setor o colocam como um dos mais atrasados da economia, sendo que o desenvolvimento de tecnologias e processos tem ocorrido mais no sentido de racionalizar sistemas construtivos tradicionais do que implantar processos industrializados de construção. Na execução e gerenciamento de obras na maior parte das construções habitacionais, o planejamento se resume à elaboração de um orçamento e cronograma físico. Palavras Chave: Planejamento operacional; Canteiro de obra; Planejamento; Controle de obras; Administração da construção civil; 6 ABSTRACT The segment of construction has been searching solutions to modernize, as your process to construct as the procedure administrative and management, on account of the competitiveness that the companies of this section encounter. The search for the best solutions has with priority the productivity and quality of the same segment products. The production’s characteristics in the segment of construction are delayed because the development of the technologies and processes has happened more to rationalize construct’s system than implant process industrializes for the proper building. At the execution and management of the biggest buildings the plan is resumed by the elaboration of a budget and physic chronogram. key words: Operational planning Building site Planning Building’s control Construction’s administration 7 LISTA DE FIGURAS Figura – 5.1 Planejamento de Médio prazo........................................................... 24 Figura – 5.2 Estrutura analítica simplificada para um projeto de construção... 33 Figura – 5.3 Distrib. de atividade ao longo do ciclo de vida de um projeto....... 34 Figura – 5.4 Rede PERT/COM......................................................................................... 42 Figura – 5.5 Curva “S” ao longo da vida útil de uma edificação........................ 42 Figura – 5.6 Gráfico de Gantt, (Cyrela 2005.)........................................................ 44 Figura – 6.1 Localização do empreendimento...................................................... 50 Figura – 6.2 Implantação do empreendimento..................................................... 51 Figura – 6.3 Ilustração da perspectiva das torres................................................ 52 Figura – 6.4 Ilustração da planta do apartamento tipo de 176,00 m².................. 53 Figura – 6.5 Ilustração da planta do duplex inferior de 333 m²........................... 54 Figura – 6.6 Ilustração da planta do duplex superior de 333 m.......................... 55 Figura – 6.7 Cravação de perfis metálicos............................................................ 56 Figura – 6.8 Fundação em Tubulões a céu aberto............................................... 57 Figura – 6.9 Execução de Tubulão a céu aberto.................................................. 57 Figura – 6.10 Execução de estaca Franki.............................................................. 58 Figura – 6.11 Cravação de estaca Franki.............................................................. 58 Figura – 6.12 Estrutura em Concreto Armado...................................................... 59 Figura – 6.13 Alvenaria em Bloco de Concreto.................................................... 60 Figura – 6.14 Execução de alvenaria..................................................................... 60 Figura – 6.15 Projeto de canteiro provisório Obra Ventana................................ 62 Figura – 6.16 Detalhe do projeto de canteiro provisório .................................... 63 Figura – 6.17 Detalhe do projeto de canteiro provisório .................................... 63 8 Figura – 6.18 Detalhe do projeto de canteiro provisório – vestiário.................. 64 Figura – 6.19 Detalhe do projeto de canteiro provisório – refeitório.................. 64 Figura – 6.20 Detalhe do projeto de canteiro provisório – administração......... 65 Figura – 6.21 Gráfico de produção de estacas Franki......................................... 69 Figura – 6.22 Concretagem do Tubul Franki......................................................... 70 Figura – 6.23 Projeto de locação de execução da fundação da Torre A........... 71 Figura – 6.24 Logística de execução da concretagem da periferia.................... 76 Figura – 6.25 Cronograma de entrega de aço....................................................... 79 9 LISTA DE TABELAS Tabela – 6.1 Produção e controle de estacas Franki........................................... 68 Tabela – 6.2 Cronograma para confecção de forma............................................ 72 Tabela – 6.3 Planilha de calculo de tarefa para montagem de forma................. 73 Tabela – 6.4 Controle de execução de tarefas...................................................... 74 Tabela – 6.5 Programação do ciclo de concretagem .......................................... 75 Tabela – 6.5 Programação semanal de entregas.................................................. 79 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AES Redes de Atividades em Setas CPM Método de Caminho Critico EAI Estrutura Analítica de Insumos PERT Técnicas de Avaliação de Revisão de Programas WBS Estrutura Analítica de Participação 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13 2 OBJETIVOS........................................................................................................... 14 2.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 14 2.2 Objetivo Específico........................................................................................... 146 3 MÉTODO DE PESQUISA...................................................................................... 16 4 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 16 5 PLANEJAMENTO.................................................................................................. 18 5.1 Planejamento na contrução civil...................................................................... 18 5.2 Definições.......................................................................................................... 19 5.2.1 Planejamento operacional............................................................................. 20 5.2.2 Planejamento operacional médio prazo....................................................... 23 5.2.3 Planejamento operacional de curto prazo................................................... 24 5.3 Etapas do planejamento................................................................................... 26 5.3.1 Definição do escopo do Projeto.................................................................... 26 5.3.1.1 Ciclo de vida do projeto.............................................................................. 31 5.3.2 Programação de recursos............................................................................. 35 5.3.3 Orçamento/Estimativa de custo.................................................................... 37 5.3.4 Desenvolvimento de uma rede de precedências........................................ 40 5.3.5 Cronograma.................................................................................................... 42 5.3.5.1 Cronograma Físico/Financeiro................................................................... 45 5.3.6 Identificação e análise dos recursos............................................................ 47 6 ESTUDO DE CASO............................................................................................... 49 12 6.1 Descrição do empreendimento.........................................................................49 6.2 Descrições de técnicas de execução do empreendimento........................... 55 6.3 Planejamento do empreendimento.................................................................. 61 6.4 Planejamento e industrialização do canteiro.................................................. 62 6.5 Planejamento operacional................................................................................ 65 6.6 Programações.................................................................................................... 74 6.7 Treinamento da equipe..................................................................................... 77 6.8 Problemas encontrados na obra...................................................................... 77 7 CONCLUSÕES...................................................................................................... 79 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 64 13 1 INTRODUÇÃO O processo de planejamento é de grande importância para o ciclo de execução de uma obra civil. O assunto proposto, é fundamental para redução de custos, racionalização de materiais e prazos de entrega, visando um maior lucro entre as empresas do ramo. No Brasil, as empresas têm grande dificuldade em engrenar o que foi planejado com o processo de produção, perdendo valores que foram investidos inicialmente para atingir os resultados pré - estabelecidos. Antes de iniciar um planejamento operacional é necessário, ter conhecimentos do serviço a ser realizado, índices de produção da equipe dimensionada conforme necessidade do prazo e a disponibilidade dos recursos a serem utilizados antes da data prevista para o inicio do serviço. É definido como planejamento operacional um acompanhamento contínuo e direto na execução dos serviços executados em obra, colhendo dados semanalmente através de planilhas, para comparação do realizado com o previsto, a fim de garantir os prazos e corrigir possíveis interferências. As planilhas de controle e monitoramento podem ser elaboradas no próprio canteiro de obra, determinando a seqüência do serviço e atribuindo prazos finais para sua finalização. O tempo de duração do serviço é estipulado em relação à capacidade produtiva da empresa, projetando sempre um maior crescimento da produtividade nas etapas seqüenciais do serviço. É abordado neste trabalho a real necessidade do planejamento operacional para o monitoramento das etapas executivas de uma obra, do seu inicio até a entrega do produto final, otimizando os resultados e buscando uma melhoria continua. 14 2 OBJETIVOS Este trabalho tem por objetivo apresentar diretrizes para o planejamento operacional da construção de edifícios residenciais de múltiplos pavimentos, com o foco nas atividades relacionadas ao Engenheiro de Obras e à sua equipe. Essas diretrizes apresentarão, de forma simples e didática, um conjunto de informações e orientações para auxiliar as equipes de obra a se prepararem para a execução da obra, com base nas características da edificação, nos processos construtivos adotados e no prazo estabelecido para a construção. Tais diretrizes poderão auxiliar o Engenheiro de Obras e a sua equipe a montar as programações de curto e médio prazo, planejar a aquisição, recebimento e uso dos recursos físicos, estabelecer metas e acompanhar e controlar a evolução das atividades. Adicionalmente, pretende-se contribuir para humanizar o processo construtivo no canteiro, através da motivação dos operários e aumento da produtividade de mãode-obra. 2.1 Objetivo Geral Este estudo tem por objetivo apresentar diretrizes para o planejamento da construção de edifícios residenciais de múltiplos pavimentos, com o foco nas atividades relacionadas ao Engenheiro de Obras e à sua equipe. 15 2.2 Objetivo Específico Estudar o processo de planejamento operacional desenvolvido no canteiro de obras de edifícios residenciais de múltiplos pavimentos. Aplicar os conceitos teóricos desenvolvidos no capítulo cinco para fazer o estudo da obra Ventana da Construtora Cyrela Brazil Realty. 16 3 MÉTODO DE PESQUISA A base teórica será construída através de pesquisa a teses e dissertações, livros, artigos em revistas e internet e opiniões de profissionais que atuam na área. A aplicação dos conceitos será realizada em um estudo de caso, onde se analisará o planejamento operacional da obra Ventana da Construtora Cyrela Brazil Realty. Esta obra é um condomínio composto por 5 torres de apartamentos de médio padrão, cada uma com 24 pavimentos, cm 232 unidades residenciais que esta sendo construído numa área de terreno 11.374,00 m². 17 4 JUSTIFICATIVA A construção civil encontra - se cada vez mais industrializada no sentido da racionalização. No Brasil é caracterizada por não adotar, de forma sistematizada, métodos de planejamento operacional no canteiro de obras. Sob a perspectiva do canteiro de obras, falta coordenação entre as atividades de produção, mais ainda falta conhecimento sobre o que produzir e, conseqüentemente, sobre como produzir. Paralelamente, o setor torna-se, a cada dia, mais competitivo. Os custos estão mais apertados, os prazos menores e os produtos, mais complexos. Soma-se a isto, uma maior terceirização da mão-de-obra e uma maior exigência por parte dos clientes, sejam externos ou internos. Por conta disso, muitos são os estudos que tratam da necessidade de racionalizar o processo de construção de edifícios, associando a construção civil a grandes perdas, baixa produtividade e grande desperdício de tempo e dinheiro. Sabe-se que, muito destes problemas tem origem no canteiro de obras. Portanto, o estudo do planejamento operacional, sob a ótica do canteiro de obras, é de fundamental importância para a melhoria do processo de construção, e implicará em melhores resultados, sob diversos aspectos, para todos os envolvidos. Normalmente o planejamento se resume à elaboração de um orçamento e um cronograma físico. O objetivo é atender custos e prazos pré-definidos sem maiores critérios técnicos. À obra, cabe analisar o orçamento e o cronograma, e executar os serviços dentro do estabelecido. De forma geral, muito pouca atenção é dedicada ao processo de produção. No entanto, existe uma minoria de empresas construtoras que investe no planejamento da produção associado tanto ao desenvolvimento de novas tecnologias quanto à racionalização de processos existentes. O resultado desse investimento é a melhoria dos processos produtivos, redução de custos, maior competitividade e maior retorno de mercado para as empresas. 18 A importância desse estudo é se preocupar com planejamento e o controle da construção civil que é de fundamental importância para a sobrevivência das empresas construtoras que possuem consumidores cada vez mais conscientes e exigentes, margens de lucro mais apertadas e maior profissionalismo e exigência por parte dos investidores, além das constantes flutuações da economia. 19 5 PLANEJAMENTO O ato de planejar é tão antigo quanto o homem. Definir o que fazer, como fazer e quando fazer sempre esteve presente na rotina de todos. No entanto, as técnicas de planejamento, embasadas em critérios científicos, definição dos processos, apuração e avaliação de dados e retro-alimentação das informações é bem mais recente, estando associadas diretamente ao desenvolvimento das indústrias. No Brasil, com a criação das indústrias de base, tais como a Companhia Siderúrgica Nacional, inaugurada em 1942, e a Petrobrás, em 1953, passou a ser adotado o planejamento e o controle de projetos para gerenciamento de obras de grande porte, como por exemplo a indústria, como a automobilística, a petroquímica e a siderúrgica, além de usinas hidroelétricas, expansão da rede rodoviária, desenvolvimento de mineradoras e também a construção civil, estimulada pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico. A participação de agentes para financiar os empreendimentos exigou maior controle de custos e de prazos, enquanto que a formação de consórcios com empresas estrangeiras permitiu absorver técnicas de planejamento, de programação e controle desenvolvidos na América do Norte após a Segunda Guerra Mundial. Essas exigências e experiências permitiram que técnicas de planejamento fossem difundidas no Brasil, permitindo a melhoria dos processos de produção e o maior controle de custos e prazos. 5.1 Planejamento na construção civil O setor da construção civil, por sua vez, vem buscando soluções para modernizar, tanto seu processo construtivo, como os procedimentos administrativos e gerenciais. 20 Através da NR – 18 (Condições e meio ambiente do trabalho na construção), onde estabelece diretrizes de planejamento, administrativas e de organização que tem como objetivo a implantação preventiva de segurança nos processos de construção de um empreendimento. Conforme o item 13.8 da NR – 18 é obrigatório à implantação do PCMAT (Programa de condições e meio ambiente de trabalha na industria da construção civil) em uma obra com 20 ou mais trabalhadores, para garantir através de ações preventivas a integridade física das pessoas que atuam direta ou indiretamente na realização de uma obra ou serviço, também estabelecer um sistema de gestão em Segurança do Trabalho nos serviços relacionados à construção, através da definição de atribuições e responsabilidades à equipe que irá administrar a obra. A busca de uma melhoria deve-se ao aumento da competitividade das empresas do setor e à maior exigência por parte dos clientes, que procuram produtos melhores, mais baratos e com prazos de produção mais curtos. A procura por melhoria das soluções não se restringe à busca por melhoria dos produtos e melhor atendimento às necessidades e exigências dos clientes. Ela passa, necessariamente, pela melhoria dos processos, de modo a permitir a melhoria da produção, redução de custos, de prazos de construção, de problemas e aumento do controle produtivo. Apesar da busca por melhorias por parte de algumas empresas, as características de produção da construção civil brasileira a colocam como uma das mais atrasadas da economia, sendo que o desenvolvimento de tecnologias e processos tem ocorrido mais no sentido de racionalizar sistemas construtivos tradicionais do que implantar processos industrializados de construção. Com isso, o planejamento operacional na construção civil nacional está defasado, tanto quando comparado às outras indústrias, como se comparado à construção civil de países desenvolvidos. No âmbito da empresa e de seus empreendimentos os sistemas de planejamento operam com manipulação de dados e geração de informações, que são avaliadas. Segundo Assumpção (1996) “a necessidade de recursos financeiros, rentabilidade, 21 prazos de execução, necessidades de insumos de produção, etc, que devem atender às condições de resultado da empresa e seus empreendimentos”. 5.2 Definições Existem inúmeras definições para planejamento. Diversos autores entendem o ato de planejar de forma diferente. Por exemplo, Bernardes (2003), descreve planejamento como um processo de tomada de decisão que resulta em um conjunto de ações necessárias para transformar o estágio inicial de um empreendimento em um estágio final desejado. E complementam que essas ações fixam padrões de desempenho em relação ao qual o progresso do empreendimento é mensurado e analisado durante a fase de controle da produção. Bernardes (2003), afirma também, que o planejamento pode ser considerado a definição de um futuro desejado e de meios eficazes de alcançá-lo. Outra definição é de Varalla (2003), que entende planejamento como “um processo de previsão de decisões, que envolve o estabelecimento de metas e a definição dos recursos necessários para atingi-las”. Segundo este autor, as principais atividades que caracterizam o processo de planejamento são: • Definição das pessoas envolvidas e as suas responsabilidades; • Definição e coleta das informações a serem utilizadas (projetos das diferentes disciplinas envolvidas, especificações técnicas, orçamento); • Estabelecimento do prazo para realizar o planejamento; • Definição do grau de detalhe que se deseja atingir; • Definição dos recursos necessários para realizar o planejamento (técnicas e ferramentas para executar o planejamento). É preciso estabelecer uma supervisão para o acompanhamento do que foi planejado é definido como controle, que pode ser encarado como um processo de supervisão 22 exercido pela chefia sobre os trabalhadores e a verificação dos resultados das atividades desses trabalhadores, a função controle pode incluir ações corretivas, em tempo real, nos locais de trabalho, considerando alguns padrões especificados previamente. O planejamento estabelece metas, o controle garante o cumprimento destas metas, avalia a sua conformidade com o planejado, e fornece informações para a preparação de planos futuros, tem como função à redução dos problemas operacionais. O controle necessariamente não fica diretamente no local de trabalho, mas tem que ser informado de todo problema encontrado para melhorar futuros planejamentos e comparar os objetivos a serem alcançados. São três os níveis hierárquicos do planejamento: estratégico, tático e operacional. O planejamento estratégico é feito pela alta direção da empresa, tem como meta analisar alternativas de investimento para atingir seus objetivos de mais longo prazo, através da manipulação de dados, gera informações ao nível da empresa. As decisões estratégicas, que definem os objetivos de longo prazo, são determinadas pela alta direção da empresa, a partir da definição do produto. As decisões deste nível englobam as diretrizes da produção, segundo Assumpção (1996), envolvem definições que são tomadas no sentido de equacionar os meios e procedimentos que serão utilizados para executar a obra, que são: • Data de inicio e de conclusão das principais etapas da obra: • Plano de ataque à obra, com a definição das seqüências e trajetórias de execução; • Monitora – se o planejamento através de um controle, que compara que compara o que foi planejado e o executado com a determinando as causas fundamentais da ocorrência de problemas ou falhas; • Localização do canteiro e plano para sua movimentação; • Estratégia para suprimento de mão-de-obra para produção – execução de serviços com mão-de-obra própria ou de empreiteiros; 23 • Estratégia para suprimento de materiais – compras por lote, estoque mínimo; • Estratégia para compra de equipamentos especiais – elevadores, ar condicionado, instrumentação e outros. O plano de longo prazo destina-se a manter informada a alta gerência, sobre as atividades que estão sendo realizadas no canteiro de obra. É estabelecido no nível macro, apresenta um baixo grau de detalhamento devido à incerteza existente no ambiente produtivo e ao aumento do horizonte de planejamento, e identifica os objetivos principais do empreendimento, e através de metas gerais descreve todo o trabalho que deve ser executado. Dificilmente alguma empresa construtora inicia a execução de uma obra sem um plano de longo prazo, mesmo que o faça de modo informal. Planejamento Tático ou de médio prazo, subsidia decisões que levam a escolha dos empreendimentos a serem implementados, no Planejamento Tático como mostra a figura 5.1, enumeram-se os meios e suas limitações para que essas metas sejam alcançadas. Bernardes (1987), o planejamento tático refere-se à identificação de recursos, à estruturação do trabalho, além do recrutamento e treinamento do pessoal. Figura 5.1 – Planejamento de Médio prazo 24 5.2.1 Planejamento operacional O Planejamento Operacional, refere-se à seleção do curso das ações através dos quais as metas são alcançadas, estabelece a definição detalhada das atividades, momentos e prazos para execução e alocação de recursos, na sua hierarquia superior discute estratégias e metas de produção, e na inferior é responsável pelo planejamento das operações ou ordens de produção, os controles são estruturados para operar com o registro das informações no nível de sua ocorrência. As atividades ocorrem em períodos de curta duração. Deve ser estabelecido como um processo dentro da organização, de tal modo que comprometa a direção da empresa. O Planejamento Operacional, pode ser então definido como um conjunto de técnicas e conceitos de planejamento voltados diretamente para as atividades de produção, ou seja, para as atividades de construção nos canteiros de obras. Para melhor entender o Planejamento Operacional no canteiro de obras, detalha-se a seguir, as principais etapas deste processo: • Conhecimento do projeto a ser realizado; • Definição de como realizar as suas diversas fases; • Identificar as atividades a ser executada, através do projeto básico ou detalhado; • Ordenar as atividades através de uma seqüência lógica, em função da metodologia e processo de execução definida para o projeto; • Estabelecer marcos e objetivo, sendo o financeiro com a evolução do custo em relação ao orçamento, e o físico com a elaboração do cronograma e programações de curto e médio prazo; • Determinar a duração de cada atividade; • Determinar o prazo de execução do projeto; • Alocação dos recursos necessários (financeiros, físicos e temporais) a cada uma das etapas construtivas; • Estabelecimento de objetivos e metas; 25 • Determinar a estimativa básica de custo do projeto; • Determinar o sistema de controle do projeto; • Monitoramento e controle da evolução do processo em relação ao que foi previsto. 5.2.2 Planejamento operacional médio prazo É considerado como um segundo nível de planejamento tático, o enlace entre o planejamento de longo prazo e o planejamento operacional. É o planejamento da engenharia. Esse planejamento é considerado essencial para a melhoria da eficácia do plano de curto prazo, pois esse nível de planejamento permite analisar os fluxos de trabalho, visando um sequenciamento que reduza a parcela das atividades que não agregam valor ao processo produtivo. Na elaboração do plano de médio prazo identificamos as atividades que devem ser executadas, disponibilizando recursos que devem ser identificados antes da data prevista para a realização das atividades, permitindo que os mesmos possam ser providenciados, implicando em um fluxo continuo da produção, evitando interrupções no processo. Esse tipo de plano descreve o processo de construção, incluindo a especificação de métodos construtivos. A quantificação dos recursos disponíveis, as restrições relacionadas ao desenvolvimento dos trabalhos, também são considerados nesse nível de planejamento. Para Bernardes (2003), o plano de médio prazo pode servir a outros propósitos: 26 • Ordena o fluxo de serviços na melhor seqüência possível, de forma a facilitar o cumprimento dos objetivos do empreendimento; • Para atender ao fluxo de trabalho estabelecido, facilita a identificação da carga de trabalho e dos recursos necessários; • Uma vez estabelecido o fluxo de trabalho ajusta os recursos disponíveis; • Possibilita que o método de trabalho seja planejado de maneira conjunta, possibilitando que trabalhos interdependentes sejam agrupados; • Identifica operações que podem ser executadas de maneira conjunta por equipes diferentes de produção; Caso haja alguns problemas com os pacotes designados às equipes de produção, identifica um estoque de pacotes de trabalho que poderão ser executados. Na elaboração do plano de médio prazo são estabelecidas quais as atividades que devem ser incluídas, e quais serão postergadas. O plano de médio prazo é fundamentado na análise do plano de longo prazo. 5.2.3 Planejamento operacional de curto prazo Dirigido para a produção, deve ser desenvolvido para proteger a produção contra os efeitos da incerteza, inclui a definição detalhada das atividades, com prazos e respectivas datas de inicio e término das mesmas, estabelece o compromisso dos responsáveis pela produção com as metas estabelecidas pelo planejamento. Para elaborar o plano de curto prazo é ideal que se tenham os dados referentes à produtividade das atividades que fazem parte do escopo a ser analisado, garantindo mais confiabilidade ao planejamento. A análise das atividades deve ser feita no plano semanal, pertence a pacotes de trabalho que serão executados na semana seguinte a elaboração. 27 Na primeira coluna registra-se a atividade, e nas demais colunas os dias da semana com o numero de funcionários necessários à execução das atividades, na coluna realizado registra-se a finalização da tarefa, e identifica-se o problema caso houver, na coluna de problemas. Identifica-se na planilha em um espaço as atividades reserva, que são complementares às atividades principais que fazem parte do planejamento. O ciclo de curto prazo pode ser adotado diário, semanal ou quinzenal. No monitoramento do planejamento de curto prazo procede-se à análise da metas estabelecidas, bem como o registro das causas pelas quais as mesmas não foram cumpridas conforme o planejamento. Segundo Bernardes (2003), para que se possa elaborar esse tipo de plano alguns requisitos necessitam ser cumpridos, de tal modo que se crie planos passiveis de serem atingidos. Os requisitos são: • Definição: os pacotes de trabalho devem ser suficientemente especificados para definição do tipo e da quantidade de material a ser utilizado, sendo possível identificar ao término da semana aqueles que foram completados; • Disponibilidade: quando forem solicitados os recursos devem estar disponíveis; • Sequenciamento: a colocação dos pacotes de trabalho deve obedecer a um seqüência de execução; • Tamanho: a elaboração dos pacotes de trabalho da semana deve corresponder à capacidade produtiva de cada equipe de produção. • Aprendizagem: analisar as causas do atraso dos pacotes que não forem cumpridos nas semanas anteriores, de modo a se estabelecer ações corretivas necessárias, e identificar os pacotes passiveis de serem atingidos. 28 5.3 Etapas do Planejamento Para a execução de um bom planejamento devemos respeitar suas etapas de maior importância, pesquisando cada etapa e adequar ao que é necessário para aquilo que for executar obtendo melhores soluções para as dificuldades que possa vim a surgir. 5.3.1 Definição do escopo do Projeto Segundo Vargas (2003), projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência clara e lógica de eventos, com inicio, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. Para Dinsmore (2000), projeto é um esforço temporário realizado para criar um produto ou serviço único, diferente, de alguma maneira, de todos os outros produtos e serviços, com inicio e fim definidos, que utiliza recursos, é dirigido por pessoas e obedece a parâmetros de custo, tempo e qualidade. O projeto cria um produto ou serviço, com inicio e fim definidos, gerenciando recursos humanos, tempo, custo, comunicação, riscos, qualidade, com metas claras e definidas, e tem suas características mais detalhadas a partir do entendimento maior de um produto ou serviço. Segundo Dinsmore (2000), gerenciamento de projetos se refere à aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de satisfazer seus requisitos, e é realizado com o uso de processos tais como iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar. Em um ambiente de trabalho altamente competitivo, ocorrem mudanças caracterizadas pela velocidade, é imprescindível se adequar à nova realidade, para 29 isso é necessário acompanhar a evolução do mercado, sendo assim estão criadas as condições que justificam a existência de um projeto. O escopo do projeto inclui os processos requeridos para assegurar que o projeto inclua todo o trabalho requerido, e apenas o trabalho requerido, para que seja realizado com sucesso. Segundo Vargas (2003), o escopo do projeto tem como objetivo principal definir e controlar os trabalhos a serem realizados pelo projeto de modo a garantir que o produto, ou serviço desejado, seja obtido através da menor quantidade de trabalho possível, sem abandonar nenhuma premissa estabelecida no objetivo do processo. No que se refere o escopo, existe uma diferença entre escopo do projeto e escopo do produto. Segundo Vargas (2003), “os ciclos de vida de projetos e processos são similares, exceto por um fator, o ciclo de vida dos projetos são predefinidos, e o produto tem seu ciclo de vida enquanto for lucrativo e interessante”. É definido como escopo de um projeto, como o trabalho a ser desenvolvido para entregar um determinado produto dentro de todas as suas especificações e funções. Segundo Dinsmore (2000), para se ter um projeto bem planejado e controlado, sob o enfoque técnico, é necessário: • Conhecer a situação: levantar dados e informações, através de entrevistas, fluxo de dados, questionários, documentações, observações e checklist. • Definir objetivos: preparar definição do escopo ou especificação funcional, em caso de unidade física, a capacidade nominal das unidades deverá ser especificada. No caso de sistemas ou projetos de mudança, o resultado final deverá ser quantificado. • Fixar estratégia: estabelecer a metodologia geral ou plano básico para se conduzir o projeto. • Identificar atividades: subdividir o projeto em pacotes de trabalho a serem gerenciados e controlados. A estrutura analítica é genericamente aplicável a todos os projetos. Determinar a seqüência em que as atividades são executadas, e devem ser conectadas por uma rede de interdependência. 30 • Identificar recursos: determinar os recursos humanos disponíveis para desenvolver o projeto, analisando a qualificação, tempo de utilização e quantidade requeridos. • Estabelecer tempo para cada atividade e fixar datas: com base nos recursos, calcular o tempo de duração de cada atividade. Estabelecer o calendário de atividades, todas as atividades terão datas programadas para o inicio e término. • Rever tudo: ajustar as necessidades de prazo global com a disponibilidade de recursos. Executar com lógica, trabalhos em paralelo. Segundo Dinsmore (2000, pág. 52 e 53) “A elaboração de um projeto necessita da preparação de um plano sumário do Projeto (Project Charter), ou seja, documento que autoriza e reconhece formalmente sua necessidade, suas premissas e a existência de um projeto”. “O Project Charter é também chamado de proposta de projeto, responde o porque do projeto, qual sua necessidade, o que se deseja alcançar no projeto, a visão ou à vontade dos clientes⁄patrocinadores, prazo, recursos necessários, orçamento disponível, principais marcos e resultados esperados”. Dinsmore (2000) diz que o Project Charter deve conter: • Titulo do projeto; • Justificativa do projeto; • Principais “stakeholders”, patrocinador, nome do gerente do projeto e suas responsabilidades; • Requisitos e necessidades, expectativas da administração e impactos sobre o negócio; • Premissas e restrições; • Objetivos; • Lista dos resultados principais a serem alcançados; • Fases, resultados e marcos; • Medidas de desempenho; • Riscos e desafios; 31 • Estimativa de recursos. O plano do projeto é elaborado na fase de planejamento, bem no inicio de seu ciclo de vida, e reúne os produtos de todos os processos de planejamento em um único documento, que serve de base para a implementação do projeto, com base coerente e consistente. Nele deve constar: • O termo de abertura do projeto aprovado; • Estratégia de gerenciamento do projeto; • Estrutura analítica do projeto (WBS); • Rede de atividades e cronogramas; • Recursos e custos; • Riscos, limitações e restrições e como lidar com eles; • Forma de medição de performance de prazo e custo; • Matriz de responsabilidades; • Controle de mudanças; • Planos auxiliares. Dinsmore (2000) afirma que para detalhamento do Projeto, é necessário elaborar o escopo, ou seja, a forma hierárquica para divisão dos projetos em atividades mensuráveis e controláveis, que é conhecida como Estrutura Analítica, Work Breakdown Structure (WBS), e é usada para definir todo trabalho exigido para alcançar os objetivos do projeto, é um meio gerencial para atingir um fim. Figura 5.1 apresenta uma estrutura analítica de um projeto que é idêntico ao organograma de uma empresa. 32 Projeto de Construção Área A 01.00 Construção Civil A 01.01 Terraplenagem 01.01.01 Fundações e Estrutura 01.01.02 Acabamentos Arquitetônicos 01.01.03 Área B 02.00 Construção Civil A 02.01 Eletromecânica A 01.02 Eletrotécnica e Controle 01.02.01 Tubulações 01.02.02 Equipamentos 01.02.03 Eletromecânica A 02.02 Terraplenagem 02.01.01 Fundações e Estrutura 0201.02 Acabamentos Arquitetônicos 02.01.03 Testes PréOperacionais 01.02.04 Eletrotécnica e Controle 02.02.01 Tubulações 02.02.02 Equipamentos 02.02.03 Testes PréOperacionais 02.02.04 Figura 5.2 – Estrutura analítica simplificada para um projeto de construção, (Dinsmore, 2000) Os projetos devem ser divididos em tarefas, para serem planejadas e controladas, estas tarefas não devem ser tão pequenas, precisam ser de tamanho suficiente para poderem ser realizadas. Na estrutura analítica, as atividades são subdivididas a níveis que permitem que as pessoas possam controlá-las. A estrutura analítica é dividida em fases, até que a dimensão da atividade corresponda ao tamanho de tarefas controláveis, chamadas de pacotes de trabalho. Os pacotes de trabalho são tarefas que se caracterizaram por documentos, subprojetos, equipamentos, materiais ou serviços a serem realizados. O tamanho do projeto, sua complexidade e filosofia operacional, define o número de níveis de decomposição da estrutura analítica. 33 É importante notar que uma WBS não guarda qualquer relação com a ordem de execução das atividades que representa, contém apenas uma descrição estruturada dessas atividades e sua organização. O conhecimento profundo do projeto é condição necessária para o planejamento eficaz. Sem conhecer o projeto de forma detalhada, não é possível definir adequadamente quais são as tarefas a serem executadas, estabelecer objetivos e metas, definir as prioridades, detalhar os procedimentos e práticas para as suas etapas, quantificar os serviços e alocar os recursos necessários, definir os responsáveis, gerir os riscos e, conseqüentemente, é impossível monitorar e controlar a evolução do projeto. 5.3.1.1 Ciclo de vida do projeto Os recursos e esforços necessários no ciclo de vida de um projeto são apresentados para melhor visualização na figura 5.2. Figura 5.3 - Distribuição de atividade ao longo do ciclo de vida de um projeto (Dinsmore, 2000). Segundo Dinsmore (2000, pág. 72 e 73), as fases do ciclo de vida do projeto (empreendimento) são caracterizadas pelas seguintes atividades: 34 • Fase de iniciação (concepção) inclui identificação de necessidades, estabelecimento de viabilidade, procura das alternativas, desenvolvimento de orçamentos e cronogramas iniciais, nomeação da equipe e preparação da proposta. • Fase de planejamento envolve a realização de estudos e análises, a programação de recursos humanos, materiais e financeiros, o detalhamento do projeto e a preparação do plano do projeto, para se obter aprovação para a fase de execução. • Fase de execução⁄controle inclui o cumprimento das atividades programadas. Inclui a monitoração e o controle das atividades programadas e as modificações dos planos no que for necessário, com a comparação do status atual do projeto com o que foi previsto pelo planejamento, de modo a propor ações corretivas e preventivas no menor espaço de tempo após a detecção de problemas. • Fase de encerramento inclui a conclusão das atividades do projeto, treinamento do pessoal operacional, o comissionamento e a re-alocação dos membros da equipe do projeto. Se houver atraso na fase de implantação do projeto, o cronograma da fase operacional será afetado, atrasando a geração de receita prevista. Pode ocorrer uma ampla recompensa, se forem aplicados recursos com o objetivo de agilizar o projeto, devido à antecipação da receita operacional. Analisando-se a figura 5.2 do ciclo de vida, se houver qualquer erro cometido nas fases anteriores à execução/controle, fica evidente durante esta fase, pois é a fase que materializa tudo aquilo que foi planejado anteriormente. O custo do tempo do projeto determina o quanto o prazo do projeto deve ser acelerado. A programação em série, na qual cada estágio é terminado antes de iniciar-se o seguinte, é realizada caso o tempo não for um fator importante. Se houver necessidade de aperfeiçoar o tempo, é melhor fazer a programação em fases superpostas, a programação em fases é conhecida como superposição de etapas. 35 Projetos conduzidos com atividades superpostas exigem muita habilidade na aplicação das ferramentas e práticas do gerenciamento de projetos. Os sistemas de planejamento no setor da construção civil devem ser estruturados a partir do entendimento das relações de conflito e instabilidade que ocorrem, entre a empresa e o mercado de trabalho, bem como no ambiente da empresa. Segundo Assumpção, (1996). No âmbito da empresa e de seus empreendimentos os sistemas de planejamento operam com manipulação de dados e geração de informações, que são avaliadas, para responder por: necessidade de recursos financeiros, rentabilidade, prazos de execução, necessidades de insumos de produção, etc, que devem atender às condições de resultado da empresa e seus empreendimentos. 5.3.2 Programação de recursos Com a duração total do projeto determinado, através de suas atividades, é preciso disponibilizar todos os recursos necessários, nas quantidades previstas, para a execução de cada atividade. A alocação de recursos serve para saber em que quantidade e quando um determinado tipo de insumo será necessário durante a execução de uma obra, os recursos têm que ser disponibilizados, de forma racional. Os recursos, como materiais, têm que estar disponíveis algum tempo antes do inicio da atividade. A elaboração de um cronograma de compras de materiais, deve levar em conta a quantidade de material necessária à execução da atividade, bem como o prazo de antecedência que a aquisição demanda. Os recursos como mão-de-obra, são crescentes no inicio da atividade, mantêm-se estável após seu inicio, e declina à medida que a atividade se aproxima do fim. 36 Na distribuição de recursos ao longo da obra, deve-se evitar a sucessão de picos e vales na sua distribuição, procurando-se nivelar o recurso alocado. Os recursos devem ser programados nos três níveis de planejamento apresentados, durante a execução do empreendimento e devem ser classificados em três classes distintas Bernardes (2003) que são: • Recursos classe 1: a programação de compra, aluguel e/ou contratação destes recursos deve ser elaborada a partir do planejamento de longo prazo, caracterizam-se, por longo ciclo de aquisição e baixa repetitividade desse ciclo. O lote de compra corresponde, geralmente, ao total da quantidade de recursos a serem utilizados. Como exemplo temos a compra de elevadores, contratação de instaladoras de elétrica e hidráulica, pintura, e a locação de grua e ou cremalheira; • Recursos classe 2: a programação de compra, aluguel e/ou contratação destes recursos deve ser elaborada a partir do planejamento de médio prazo, caracterizam-se, por um ciclo de aquisição inferior a 30 dias e por uma freqüência media de repetição desse ciclo. Os lotes de compra são, geralmente, frações da quantidade total do recurso. Como exemplo temos a compra de madeira, aço, contratação de terraplanagem, cravação de perfil, locação de material metálico de escoramento, equipamentos como bombas submersas. • Recursos classe 3: a programação de compra, aluguel e/ou contratação destes recursos deve ser elaborada a partir do planejamento de curto prazo, caracterizam-se por um ciclo relativamente curto. A compra em geral e realizada a partir do controle de estoque da obra e do almoxarifado. Caracterizam-se, geralmente, por um pequeno ciclo de aquisição e pela alta repetitividade desse ciclo. Como exemplo temos a compra de prego, arame recozido, espaçadores de forma, locação de equipamentos de compactação do solo, furadeiras, serras manuais. A falta de algum destes recursos ocasiona a parada da obra e conseqüentemente interrupção do fluxo dos serviços. A previsão do uso de recursos, bem como dispor destes é de fundamental importância no processo de planejamento. 37 5.3.3 Orçamento/Estimativa de custo Orçamento, segundo Limmer (2003), é a determinação dos gastos necessários para a realização de um projeto, com os gastos traduzidos em termos quantitativos, e de acordo com um plano de execução previamente estabelecido. O orçamento da obra é elaborado antes que a obra aconteça, durante o estudo de viabilidade do empreendimento, trata-se de uma ferramenta de orientação para o gerenciamento da empresa, cujos dados obtidos e agrupados em um sistema de informações coletadas em obras passadas, serve de referência na elaboração das previsões orçamentárias da empresa, portanto tem que ser a mais perfeita possível, mais próxima da realidade. O principal objetivo do orçamento é servir de referência para o planejamento e o controle da produção, para orientar e controlar a gestão de suprimentos. O orçamento de um projeto deve satisfazer, segundo Limmer (2003) aos seguintes objetivos: • Definir o custo de execução de cada atividade ou serviço; • Constituir-se em documento contratual; • Servir de referência nos rendimentos obtidos dos recursos empregados na execução do projeto; • Fornecer informações para o desenvolvimento de coeficientes confiáveis a empresa executora do projeto. Existem dois tipos de custos, os custos diretos e os custos indiretos, que se vinculam a sua identificação com o produto e são definidos: • Custo Direto é definido por Limmer (2003), como gasto feito com insumos como mão-de-obra, materiais, equipamentos e meios, incorporados ou não ao produto, está diretamente vinculado com o processo construtivo. • Custo Indireto é o gasto de difícil alocação a uma determinada atividade ou serviço, como exemplo temos os custos de energia elétrica, água, telefone, depreciação de equipamentos, seguro de obra, mão-de-obra indireta com 38 encargos sociais (administração, supervisão), sendo diluído a certo grupo de atividades ou ao projeto todo. Existem dois métodos de orçamento que são: correlação e quantificação, a qualidade da informação depende do grau de detalhamento do projeto, em função da qualidade foram estabelecidos estes dois métodos. O método de correlação é baseado na estimativa do custo por correlação deste com uma ou mais variáveis de medida da grandeza do produto, cujo custo se quer determinar. Este método admite dois processos que são: • Processo de correlação simples, o custo de produtos semelhantes, e de um mesmo tipo, mas com dimensões diferentes, tem um custo proporcional à sua dimensão característica, que pode ser considerada como sua variável livre ou característica. • Processo de correlação múltipla, em que o projeto é decomposto em partes, e o seu custo total seja a soma do custo de cada uma das m partes, em que tiver sido desdobrado. Temos por exemplo: o custo de uma edificação é a soma dos custos de sua fundação, da sua estrutura, das suas paredes de alvenaria, e demais componentes. O método de quantificação abrange dois processos: o da quantificação de insumos e o da composição do custo unitário. O levantamento das quantidades de todos os insumos básicos necessários à execução da obra, podem ser reduzidos a três grupos: mão-de-obra, materiais e equipamentos, tanto os incorporados ao projeto como os usados para sua construção, é conhecido como quantificação de insumos. A partir da quantificação dos materiais obtidos dos levantamentos feitos em cima dos projetos e especificações, podendo contar com uma razoável precisão. Deve-se levar em conta na elaboração da quantificação o tipo de material, as perdas que os materiais estão sujeitos em função da qualidade da mão-de-obra que ira aplicá-lo, transporte, estocagem e qualidade do material. 39 A quantificação da mão-de-obra e equipamentos depende da tecnologia adotada, do processo de execução, fatores culturais, fatores climáticos e atmosféricos, qualidade do equipamento, etc. Segundo Limmer (2003), a composição do custo unitário baseia-se na decomposição do produto (o projeto a ser executado) em conjuntos ou partes, de acordo com centros de custo ou de apropriação, estabelecidos em função de uma Estrutura Analítica de Partição (WBS) do projeto e de uma Estrutura Analítica de Insumos (ou de Custos) (EAI), sendo que temos a primeira detalhada a nível de pacotes de trabalho, e a segunda no nível de tipos de insumos ou de custos. A proporcionalidade entre o custo total de um serviço e a quantidade do mesmo a ser produzida, permite estabelecer o custo total de um serviço como sendo igual ao produto de sua quantidade, obtida por medição, pelo custo de produção de uma unidade do serviço. O custo unitário pode ser obtido através do histórico da empresa para empreendimentos semelhantes entregues anteriormente, ou, custos unitários e índices de custo obtidos em publicações de órgãos públicos, revistas especializadas que publicam seus próprios índices. Para o orçamento ou estimativa de custo do projeto, são usadas planilhas, cada empresa tem seu modelo próprio de planilha, que podem ser divididas em centros de custo. Com base nestas planilhas de orçamentação podemos montar o cronograma financeiro, ou de custos, que é amarrado ao cronograma de execução das suas diferentes atividades. 40 5.3.4 Desenvolvimento de uma rede de precedências Na elaboração da etapa de preparação dos planos são usadas algumas técnicas como redes de atividades em setas (AES). Para elaboração de uma rede AES, são utilizadas duas técnicas de origem diversa: A PERT e a CPM. Segundo Limmer (2003), a técnica PERT (Técnica de Avaliação e Revisão de Programas) foi desenvolvida em 1957 para uso do Departamento de Defesa dos Estados Unidos na execução de um míssil lançado de um submarino. A técnica PERT é chamada de probabilística. A técnica CPM (Critical Path Method - Método do Caminho Critico), foi desenvolvida também em 1957 pela E.I. Dupont de Neymours, uma empresa de produtos químicos que, ao expandir seu parque fabril, resolveu planejar suas obras por meio da técnica de redes, considerando para as atividades durações obtidas em projetos muito semelhantes executados por ela anteriormente. Assim, para uma dada atividade, a Dupont possuía em seus arquivos o registro do prazo e das condições em que fora executada, possibilitando a elaboração da rede com uma única determinação de prazo para cada atividade. Como para cada atividade é feita uma única determinação de prazo de duração, baseada em experiência pregressa o CPM é chamado de determinístico. Com o tempo, as duas técnicas foram se fundindo, passando-se a usar a denominação PERT/CPM para este tipo de redes onde as atividades são representadas por setas. Um dos recursos amplamente usados na visualização do planejamento é a representação gráfica da correlação entre variáveis. A representação gráfica é a melhor alternativa para um entendimento mais fácil, conforme figura 5.3. 41 Início a = Evento = Atividade b “A” d “B” “D” c e “C” “E” f Fim g Figura – 5.4 Rede PERT/CPM (Dinsmore,2000) A representação de valores por intervalo de duração da atividade, é conhecida sob a forma de histograma. Para se montar um histograma em relação a um par de eixos cartesianos, marca-se a unidade do intervalo de tempo no eixo das abscissas, desenha-se na vertical uma barra de comprimento igual à média dos valores correspondentes ao inicio e ao fim do período considerado. O histograma mostra, a distribuição de um recurso ao longo do tempo de sua utilização. Uma forma de se representar à distribuição de um recurso, de forma cumulativa, é a curva S, que representa de forma gráfica, os valores acumulados, período a período, e é usada amplamente no planejamento, programação e controle de projetos. Figura – 5.4 Curva “S” ao longo da vida útil de uma edificação, (Barrie e Paulson, 1978) 42 5.3.5 Cronograma Para acompanhamento do desenvolvimento físico dos serviços com previsão de mão-de-obra, materiais e equipamentos, podemos usar o Cronograma, que é uma ferramenta de planejamento. Segundo Limmer (2003), cronograma é a representação gráfica da execução de um projeto, indicando os prazos em que deverão ser executadas as atividades necessárias, mostradas de forma lógica, para que o projeto termine dentro de condições previamente estabelecidas, as atividades de um projeto consomem recursos de mão-de-obra, materiais e equipamentos distribuídos ao longo do tempo. A elaboração destes cronogramas é de suma importância, pois, mostram durante a execução do projeto em que medida cada tipo de recurso será necessário. Para se planejar atividades ao longo do tempo há outra forma, que é o cronograma de barras, também denominado gráfico de Gantt. O cronograma de barras é construído listando-se as etapas de execução em uma coluna, com as suas respectivas durações, representadas por barras horizontais, em colunas adjacentes, com extensão de acordo com a unidade de tempo adotada no projeto, conforme figura 5.5. A desvantagem do cronograma de barras é não mostrar com clareza a interdependência de atividades, outra desvantagem, são as datas de inicio e fim das atividades, devem ser definidas antes de se desenhar o cronograma, pois em caso de mudança causará seu redesenhamento. O uso do cronograma de barras tem fundamental importância na técnica de alocação e nivelamento de recursos, bem como na representação de cronogramas de mão-de-obra, materiais e equipamentos. 43 Figura – 5.5 Gráfico de Gantt, (Cyrela 2005.) Na elaboração do Cronograma de mão-de-obra, é necessário para a execução de cada atividade, dispor do levantamento dos tipos e quantidades de serviços. Podemos elaborar no caso especifico da mão-de-obra, um quadro de cálculo do efetivo, aonde teremos a descrição do serviço, unidade, quantidade, equipe básica, produtividade, número de equipes, prazo total e efetivo. Cronograma de materiais e equipamentos tem a finalidade de dispor ao departamento de suprimentos, com antecedência, todos os dados referentes aos fornecimentos necessários à execução das atividades do projeto. Na elaboração destes cronogramas, necessitamos que o cronograma físico de execução da obra figura 4, tecnologia construtiva, e o processo de execução estejam definidos. Temos o seguinte roteiro para elaborar o Cronograma de materiais: • Relacionar todas as atividades dessa fase de projeto; 44 • Relacionar todos os tipos de materiais e respectivas quantidades por atividade; • Distribuir a quantidade de cada tipo linearmente ou, então, percentualmente; • Montar o cronograma, indicando por período de consumo ou pela data de entrega dos lotes. O cronograma de equipamentos é elaborado com base no cronograma físico, levase em conta o tempo de uso de cada equipamento,o número de equipamentos por atividade e elabora-se o cronograma sob a forma de um cronograma de barras. Para elaboração do cronograma há um constante jogo entre efetivo e prazo, em que entra a experiência e conhecimento do planejador, conhecimento dos projetos e das especificações, do dimensionamento das equipes e restrições que poderá enfrentar o planejador. Será de grande utilidade e implica em um planejamento com dados mais confiáveis, se houver um banco de dados com o registro dos índices de produtividade das equipes de execução para cada tipo de serviço. A elaboração de um banco de dados serve como baliza para o planejador, no que se refere ao controle do volume de produção por parte do mesmo em relação aos seus funcionários, orientando se o volume se encaixa na sua referência de mercado, se está sendo lucrativo, permitindo que se treine ou remaneje de função o funcionário que ficar abaixo do índice histórico. Em empreendimentos com repetitividade de atividades, como prédios altos, o método de planejamento é elaborado com outra técnica denominada de linha de balanço. Segundo Bernardes (2003) essa técnica está mais diretamente relacionada aos conceitos básicos da lean construction, visto que ela procura explicitar os ritmos de produção e os fluxos de trabalho, conferindo, assim, maior visibilidade ao processo produtivo. 45 A visibilidade está diretamente vinculada ao conceito de linha de balanço, na medida que é possível inferir sobre a maneira como a produção será desenvolvida em termos de tempo e espaço. Pode-se, com isso, de uma maneira eficiente, identificar possíveis interferências do fluxo de mão de obra no processo produtivo. Um exemplo seria a aplicação do revestimento externo de um prédio de vários andares, com pavimentos todos iguais. Para o desenvolvimento do cronograma, há a necessidade de análise de recursos necessários, restrições do cronograma, durações e seqüências de atividades para criar o cronograma. 5.3.5.1 Cronograma Físico/Financeiro Segundo Halpin e Woodhead (1998), o projeto é dividido em subdivisões para fins de detalhamento de estimativa de custos que podem ser denominadas: • Estimativa de contas • Itens lineares • Contas de custos • Pacotes de trabalho O Centro de custo é a divisão dos pacotes de trabalho. “Pacotes de trabalho é um escopo de trabalho bem definido que normalmente termina com um produto pronto”, (HALPIN E WOODHEAD, 2003). As despesas da conta de custos desenvolvidas a partir de dados de campo são comparadas com os custos estimados como constantes da estimativa de contas, para determinar se os custos estão excedendo, estão abaixo, ou estão concordando com os valores estimados no pré-orçamento. A estimativa de contas é definida para 46 prover os valores da meta para as contas de custo que serão usadas para coletar custos assim construídos enquanto o trabalho está em andamento. A comparação do custo orçado enquanto o trabalho está em andamento, com base na execução das atividades, usando-se como parâmetro o plano de médio prazo, permite ao gerente da obra conferir se o ritmo de trabalho programado é compatível com os recursos financeiros disponíveis. Com relação ao cronograma físico-financeiro, podemos salientar que: • Representa os desembolsos relativos à execução do empreendimento; • Consiste em distribuições dos valores do orçamento ao longo do tempo, de acordo com as datas de vencimento das faturas e pagamentos das notas; • Serve de base para o fluxo de caixa, representando as saídas de dinheiro; • Baseado no regime de caixa; • Termina após a conclusão da obra; 5.3.6 Identificação e análise dos recursos Deve - se analisar as necessidades dos recursos a serem utilizados e as possibilidades reais de contar com eles na hora prevista, ou seja, analisar as restrições que podemos encontrar na hora de ter de alocar os recursos, com base nos dados disponíveis (definição do produto, definição do método de produção, metas estabelecidas pela direção da empresa). Entende - se como restrições, as dificuldades que podem dificultar o processo de produção como a falta de recursos relacionados à dificuldade de acesso a obra, seja por áreas situadas no quadrilátero dos Jardins, ou até mesmas vias de acesso não pavimentadas. O arranjo físico do canteiro pode dificultar o processo de produção, pois necessitamos de áreas de suporte a produção bem localizada, para recebimento dos insumos, processamento e estoque dos materiais. 47 Ė importante definir os equipamentos a serem utilizados e o tempo de sua utilização, layout do canteiro, equipes de produção e materiais necessários à obra. Deve - ser feitas as seguintes definições básicas: • Quais os equipamentos adequados ao processo de produção, tanto na hora da sua montagem, utilização e desmobilização. • Quais os equipamentos inicialmente alocados que deveriam ser substituídos por outros. • Qual o sistema de garantia de qualidade a ser aplicado durante o processo de produção. • Quais os materiais e componentes necessários para a execução dos serviços. • Quais os serviços da obra a serem contratados. • Quais os prazos de antecedência com que devem ser solicitados os materiais e as contratações para garantir que, na hora de serem necessários, estejam disponíveis no canteiro. • Quais os controles da qualidade a ser usado. • De que maneira serão feitas às medições. • Quem será o responsável pelos levantamentos em obra com fins de controle. • Como será feito o processamento dos dados. A análise das necessidades dos recursos a serem utilizados, como materiais, equipamentos, depende da definição das alternativas técnicas. 48 6 ESTUDO DE CASO O empreendimento Ventana que será realizado o estudo de caso se situa na Av. Dona Helena Pereira de Moraes, nº 415 da Construtora Cyrela Brazil Realty, na figura 6.1 a seguir mostra localização do empreendimento para melhor visualização. 49 Figura – 6.1 Localização do empreendimento (Fonte Cyrela, 2005) 6.1 Descrição do empreendimento O estudo de caso trata de uma obra de edifícios residenciais verticais de médio padrão, composto por 5 torres de 24 pavimentos cada, num total de 232 unidades em uma área de terreno de 11.374,00 m², conforme figura 6.2 que mostra a disposição das unidades do empreendimento. Sua área comum possui piscina, playground, sala de jogos virtuais, salão de festas e academia de ginástica oferecendo uma grande diversidade de divertimento aos moradores, possui o bom projeto paisagístico que se completa com a vista dos parques que estão ao seu 50 redor. O empreendimento foi lançado em julho de 2004, suas obras tiveram ínicio em março de 2005 e tem término previsto para julho de 2007. Figura – 6.2 Implantação do empreendimento (Cyrela). Projetistas: Projeto arquitetônico Marcio Curi e Azevedo Antunes Projeto estrutural França e Associados Projeto de fundações e consultoria Consultrix Projeto de paisagismo Benedito Abbud Projeto decoração Débora Aguiar Projeto de Instalações Prolux Engenharia A figura 6.3 mostra ilustração perspectiva das fachadas das torres em estilo contemporâneo. 51 Figura – 6.3 Ilustração da perspectiva das torres (Cyrela, 2005). As torres possuem apartamentos tipo com área de 176,00m² , 142,00m², 114,000m² e 113,00m², do conforme ilustração da planta da figura 6.3, e apartamentos duplex com uma área de 333,00m², 171,00m² e 129,00m² ilustrados nas figuras 6.5 e 6.6, os apartamentos possuem 4 dormitórios, sendo 1 suíte e 1 suíte master. Os apartamentos tipo têm como opção 2 ou 3 vagas de garagem e os apartamentos duplex possuem 4 vagas, todas separadas em 2 subsolos. 52 Figura – 6.4 Ilustração da planta do apartamento tipo de 176,00 m² (Cyrela, 2005). 53 Figura – 6.5 Ilustração da planta do duplex inferior de 333 m² (Cyrela, 2005). 54 Figura – 6.6 Ilustração da planta do duplex superior de 333 m² (Cyrela, 2005). 55 6.2 Descrições de técnicas de execução do empreendimento Devido às dimensões do terreno e a grande variação no solo, constatada na sondagem, o empreendimento teve dois tipos de fundação Tubulão a céu aberto figura 6.9 e 6.10 e estaca Franki figura 6.11 e 6.12, também houve cravações de perfis metálicos pra execução de cortinas de concreto figura 6.8. Figura – 6.7 Cravação de perfis metálicos (Cyrela, 2005) 56 Figura – 6.8 Fundação em Tubulões a céu aberto (Cyrela, 2005) Figura – 6.9 Execução de Tubulão a céu aberto (Cyrela, 2005) 57 Figura – 6.10 Execução de estaca Franki (Cyrela, 2005). Figura – 6.11 Cravação de estaca Franki (Cyrela, 2005). 58 O empreendimento é executado de um modo geral por um sistema construtivo convencional, sua estrutura e de concreto armado conforme figura 6.13, a alvenaria é de bloco de concreto (figura 6.14 e 6.15) revestido internamente com gesso, ressaltando apenas o Térreo, 1º, 25º pavimentos e as áreas molhadas que são de emboço e é revestido externamente por massa seguido de pintura. Figura – 6.12 Estrutura em Concreto Armado (Cyrela, 2005). 59 Figura – 6.13 Alvenaria em Bloco de Concreto (Cyrela, 2006). Figura – 6.14 Execução de alvenaria (Cyrela, 2006). 60 6.3 Planejamento do empreendimento O Diretor Técnico é responsável pela área de engenharia que compreende os departamentos de: Engenharia, Suprimentos, Planejamento, Recursos Humanos, Projetos e Qualidade. A Diretoria Técnica define o sistema construtivo, bem como os equipamentos de transporte. A obra recebe um cronograma macro, elaborado pelo departamento de planejamento e aprovado pela diretoria, utilizando o programa Project. O cronograma foi desenvolvido tendo por base o orçamento do empreendimento, e o projeto de prefeitura. A elaboração do cronograma macro é baseada na estimativa de duração dos serviços, obtida na execução de obras anteriores. O engenheiro de obra, com base no cronograma macro, prepara o cronograma de médio prazo, com um nível de detalhamento maior das atividades, por centro de custo. A estimativa de duração dos serviços é determinada pela experiência do engenheiro, sendo que a etapa de execução da estrutura laje tipo, determina o ritmo de duração de execução das demais atividades. O plano de médio prazo foi detalhado nas etapas do cronograma que compõem o caminho critico da obra, sendo dado um tratamento especial no detalhamento dos pacotes de trabalho e tarefas necessários para execução do térreo interno e externo, vistoria dos bombeiros. O térreo por se tratar de área de execução complexa, com interface de muitas atividades e a vistoria dos bombeiros por abranger uma etapa estratégica, que envolve a entrega dos sistemas de segurança em pleno funcionamento, ligações das concessionárias, para obtenção do alvará e conseqüentemente de sua posse. 61 6.4 Planejamento na industrialização do canteiro de obras O canteiro de obras é onde será feita toda atividade produtiva dos serviços, tendo como produto final o edifício. Definido também através das normas como: • “a área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”(NR 18); • “o conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência” (NBR-12284). PLACAS BANC SERR ADA DE A ENTRADA 6 ÁREA DESTINADA AO STAND DE VENDAS MA DEIR A ENTRADA 5 GUARITA BOMBA CONCRETO ESTOCAGEMDE AÇO BLOCO C1 ENTRADA 4 BOMBA CONCRETO ENTRADA 3 ESTOCAGEMDE AÇO BLOCO B1 E B2 BOMBA CONCRETO ENTRADA 2 BOMBA CONCRETO ESTOCAGEMDE AÇO BLOCO A BOMBA CONCRETO CIMENTO AREIA BRITA 3 BRITA 2 BRITA 1 ESTOCAGEMDE AÇO BLOCO C2 WC BANDEJÃO SALADE ARUITETURA ENCARREGADOS MESTRE WC WC ADM ENGENHARIA ENTRADA 1 REFEITÓRIO BEBEDOURO SALA DE REUNIÃO RESERVATÓRIOS D'ÁGUA MICTÓRIO ALMOXARIFADO CYRELA VESTIÁRIO PAV. INFERIOR Figura – 6.15 Projeto de canteiro provisório Obra Ventana (Martines, 2005). Para um bom planejamento é necessário um projeto inicial de canteiro (figura 6.16), usando como orientação o PCMAT (Programa de condições do meio ambiente no trabalho na indústria da construção civil) que possui diretrizes e procedimentos que a obra deve adotar para a segurança do trabalhador para desenvolver um bom ambiente de trabalho. 62 O projeto de canteiro provisório assim chamado foi utilizado na locação da obra auxiliando os seguintes itens: • o armazenamento de materiais como mostra a figura 6.17 a onde o aço foi estocado próximo ao corpo do prédio, facilitando o transporte para o seu local de utilização e as baias de areia, brita e cimento figura 6.18; • execução dos serviços da fase inicial; • locação de vias de fluxo para transportes verticais e horizontais; ESTOCAGEM DE AÇO BLOCO B1 E B2 Figura – 6.16 Detalhe do projeto de canteiro provisório (Martines, 2005). CIMENTO AREIA BRITA 3 BRITA 2 BRITA 1 Figura – 6.17 Detalhe do projeto de canteiro provisório (Martines, 2005). • e no dimensionamento da administração (figura 6.19) da obra e da área de vivencia dos trabalhadores, tais como vestiário (figura 6.20), refeitório (figuras 6.21). 63 MICTÓRIO VESTIÁRIO Figura – 6.18 Detalhe do projeto de canteiro provisório – vestiário (Martines, 2005). BANDEJÃO REFEITÓRIO BEBEDOURO Figura – 6.19 Detalhe do projeto de canteiro provisório – refeitório (Martines, 2005). 64 WC ENCARREGADOS SALA DE ARUITETURA MESTRE WC WC ADM ENGENHARIA SALA DE REUNIÃO Figura – 6.20 Detalhe do projeto de canteiro provisório - administração (Martines, 2005). O canteiro de obras modifica – se conforme a necessidade de cada etapa da obra, sendo previsto o dimensionamento de vestiários, almoxarifado, depósitos para estocagem de materiais e a locação da administração da obra, neste empreendimento houve quatro revisões de projetos de canteiro. 6.5 Planejamento operacional do empreendimento Devido ao fato da obra ter iniciada com três meses de atraso, por particularidades do empreendimento, houve necessidade de controlar rigorosamente a equipe de produção a fim de diminuir possíveis interferências que prejudicassem a execução dos serviços, acarretando ainda mais o atraso no cronograma inicial, e para aumentar a produtividade da mão-de-obra e atingir metas mais arrojadas. O planejamento operacional do estudo de caso foi elaborado e detalhado com base no caminho critico do cronograma macro, a fim de diminuir as etapas de execução de cada serviço pré-estabelecidos e controlar rigorosamente sua execução, para que o mesmo serviço não seja refeito por algum tipo de erro de execução, para não se obter mais nenhum atraso. Foi criado também um cronograma de contratações de materiais e equipamentos conforme a necessidade de utilização solicitando ao 65 departamento de suprimentos com até 60 dias de antecedência da necessidade da obra, prevendo uma folga para que estivesse disponível todo material e equipamento com um certo período antes do ínicio de cada serviço, evitando a paralisação por falta dos materiais ou equipamentos. Após a checagem dos materiais, equipamentos e mão-de-obra, iniciaram – se os planejamentos operacionais para a execução de cada serviço, utilizando e o índice de produtividade da mão-de-obra coletado através de dados históricos de obras realizadas anteriormente e o cronograma, foi previsto então, as metas para atingir as datas desejadas de término de cada serviço e prevendo recuperar em cada etapa do serviço o atraso inicial do empreendimento. O planejamento operacional descreve a produção detalhada correspondente a quinze dias de trabalho da etapa de cada serviço a ser realizado juntamente com as datas de inicio e termino de cada etapa e do serviço. O planejamento é entregue através de ata de reunião a equipe de produção, composta pelo Mestre da obra, Engenheiro de Produção, Estagiários, Encarregados e responsáveis de empreiteiras caso o serviço seja executado por terceiros, cujo acompanhamento detalhado é feito no próprio local de execução dos serviços e em reuniões. As reuniões são realizadas diariamente, e tem a função de analisar o cronograma de produção, posicionar sobre a execução do dia-a-dia, as interferências que podem acarretar o atraso dos serviços e as incompatibilidades de projetos. O acompanhamento dos serviços é feito através de uma planilha, onde contém a seqüência de execução do serviço, o monitoramento da qualidade e data do termino de cada etapa do serviço. O planejamento operacional foi utilizado desde a etapa da fundação e é usado em sua fase atual de acabamento. 66 6.6 Estudos e viabilidades dos planejamentos executados no empreendimento Na etapa da fundação tiveram dois planejamentos para sua execução, um para estaca Franki (torres C1 e C2) e outro para Tubulões a céu aberto (torres A, B1 e B2). Para a cravação das estacas Franki foram utilizados dois bate – estaca batizados de C1 e C2, o planejamento foi elaborado através de uma planilha onde mostrava o dia de execução, a quantidade prevista e a quantidade de estacas realizadas, conforme tabela 6.1. 67 Tabela – 6.1 Produção e controle de estacas Franki (Martines, 2005). Através da planilha de controle das estacas, foi criado um gráfico de produtividade comparando a metragem de cravação das estacas em relação aos dias trabalhados dos dois equipamentos, para futuros planejamentos, conforme figura 6.22. 68 Figura – 6.21 Gráfico de produção de estacas Franki (Martines, 2005). Em relação à fundação para Tubulões foram necessários duas equipes com oito poceiros, para garantir um ciclo de concretagem de oito Tubulões a cada dois dias. Traçando uma estratégia em que cada equipe inicia a execução do serviço pela extremidade do corpo do prédio, deixando para o final a fundação localizada no meio, isso ajudou o transito dos caminhões de concreto dentro do próprio gabarito onde se executava os tubulões, conforme figura 6.23, facilitando a descarga do concreto. A figura 6.24 mostra a locação do gabarito do corpo do prédio e o inicio de execução. 69 Figura – 6.22 Concretagem do Tubulão (Cyrela, 2005). 70 _ _ _ __ / _ _ _ __ / _ _ _ _. _ __ _ _ / _ __ _ _ / _ __ _. Figura – 6.23 Projeto de locação de execução da fundação da Torre A (Martines, 2005). Enquanto a fundação estava sendo realizada, adotou – se uma estratégia em que uma equipe de carpinteiros trabalhava na execução dos blocos de fundação conforme o término da fundação de cada bloco de infra estrutura, seguindo um planejamento de concretagem. Paralelamente com a execução dos serviços de fundação, foi estabelecido um cronograma para o término da confecção da forma de madeira para a estrutura de 71 concreto armado, como mostra a tabela 6.2, para que fosse concluída com o termino dos blocos de fundação de cada torre. Tabela – 6.2 Cronograma para confecção de forma (Martines, 2005). Após a conclusão de todos blocos da fundação, foram formadas as equipes de carpintaria para realização da estrutura, baseado na área de contato da forma com o concreto lançado, através de um índice de produtividade que relaciona a hora trabalhada de um carpinteiro pela metragem quadrada de forma executada. É também considerado neste cálculo um ciclo de cinco dias trabalhados para a realização da estrutura de um pavimento tipo, como mostra a tabela 6.3. A equipe de carpintaria é atarefada, ou seja, é determinado um prazo para a execução da forma do pavimento e em troca eles recebem uma quantidade de horas prêmio, essas horas são proporcionais ao tempo de duração da execução do serviço. A tabela 6.4 mostra a planilha usada para o controle da tarefa de cada pavimento realizado, com as datas de ínicio e término e a quantidades de horas que cada carpinteiro irá receber. 72 Tabela – 6.3 Planilha de cálculo de tarefa para montagem de forma (Cyrela, 2005). 73 Tabela – 6.4 Controle de execução de tarefas (Cyrela, 2005). Na execução das lajes do subsolo e térreo, antes de iniciar a execução das lajes dos pavimentos tipo (os pavimentos iguais que não possuem grandes variações na sua execução e no projeto). As lajes do subsolo e do térreo são lajes de difícil execução, devido a grande variação da sua forma de madeira, do pé-direito duplo, ou seja, a altura de piso a piso de um pavimento para o outro ser maior que 4 metros e também por ser o inicio da formação das equipes de cada torre, em que cada funcionário esta se adaptando ao ritmo da obra. O planejamento operacional, como mostra a tabela 6.5, foi feito para estabelecer um critério rigoroso de controle para que cada equipe executa – se esses pavimentos no mesmo período de duração, e não deixar de cumprir o prazo do cronograma. 74 Tabela – 6.5 Programação do ciclo de concretagem (Cyrela, 2005). Para o planejamento da estrutura da periferia, foi elaborado um projeto de execução, dividido em trechos com áreas equivalentes para o reaproveitamento do material, numeradas, mostrando a seqüência de execução, e com as datas previstas para 75 concretagem de cada trecho, como mostra a figura 6.25. Para definir a seqüência de execução, considerou a real necessidade da obra para utilização das áreas de estocagem de materiais e melhorar a locomoção dos trabalhadores e dos materiais dentro do canteiro da obra. Para o cumprimento do prazo do cronograma macro da periferia, foi planejado duas frentes de trabalho chamadas de equipes A e B para sua execução. 2A 1A 3A 5A 4A 6A 7 5B 4B 2B 6B 3B 1B Figura – 6.24 Logística de execução da concretagem da periferia (Martines, 2005). 76 6.7 Programações Devido o empreendimento executar as cincos torres simultâneas, houve a necessidade de se planejar e controlar o fluxo de materiais no canteiro de obra, realizando programações semanais para blocos de vedação e mensais para o fornecimento de concreto e aço, de modo a se obter uma distribuição em que evite as entregas de diferentes materiais no mesmo dia ou até no mesmo horário, não deixando ocasionar congestionamento dentro do canteiro. O cronograma de entrega de aço foi elaborado conforme a seqüência de execução da estrutura de concreto, o controle era feito através de um projeto onde mostra os pavimentos, as datas previstas e realizadas de entrega, como mostra figura 6.26. Para o monitoramento do fornecimento, foi criada uma planilha semanal de fluxo de entrega, tabela 6.5, alterada semanalmente conforme as programações prevista para próxima semana, esta planilha fica de fácil acesso à administração e a portaria da obra. 77 CYRELA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Executado em: Previsto para: _____/_____/_____. _____/_____/_____. Laje Barrilete _____/_____/_____. _____/_____/_____. Laje C. de Maq. C.M águ Cx.d a Bar. La _____/_____/_____. _____/_____/_____. 3° _____/_____/_____. _____/_____/_____. 22° _____/_____/_____. _____/_____/_____. 21° _____/_____/_____. _____/_____/_____. 4° je 2 2 Laje 24°pa vto. Laje 23°pa vto. 22°pa vto. 21°pa Laje Laje vto. 20°pa vto. Laje Laje vto. Laje 17°pa _____/_____/_____. ° _____/_____/_____. _____/_____/_____. 18° _____/_____/_____. _____/_____/_____. 17° _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. 16° _____/_____/_____. 19 Laje vto. 19°pa 18°pa _____/_____/_____. 20° vto. _____/_____/_____. _____/_____/_____. 4° _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. 12° _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. ° _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. 8° aje _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. je 4° _____/_____/_____. _____/_____/_____. e 3° _____/_____/_____. _____/_____/_____. _____/_____/_____. 1° _____/_____/_____. _____/_____/_____. o _____/_____/_____. _____/_____/_____. Laje 16°pa 15° vto. 15°pa 1 Laje vto. Laje vt 14°pa 13°pa o. Laje vto. Laj 12°pa 13° ° e 11 vto. 10 Laje 11°pa vto. Laje vt 10°pa o. 9°pavt L 9° o. La 8°pavt je 7° o. 6° Laje 7°pavt o. 6°pavt Laje o. La 5°pavt o. Laj 4°pavt o. 3°pavt Laje o. 2°pavto. Laje 5° 2° Terre 1°pavto. Té Previsto para: Executado em: S _____/_____/_____. 1°S _____/_____/_____. S _____/_____/_____. 2°S _____/_____/_____. La je rreo Laje 1° S .S 2° S .S PIS S _____/_____/_____. _____/_____/_____. s _____/_____/_____. _____/_____/_____. S O 2° Bloco ulão Tu b _____/_____/_____. _____/_____/_____. Figura – 6.25 Cronograma de entrega de aço (Martines, 2005). 78 Tabela – 6.6 Programação semanal de entrega (Martines, 2005). 79 6.8 Treinamento da equipe A implantação de um planejamento operacional com sucesso é viabilizado através de toda equipe da linha de produção, composta pelo Engenheiro de produção, Estagiários, Mestre, Encarregados e Operários da empresa. A equipe formada por funcionários da própria empresa, tem maiores chances de garantir as metas, pois já domina o processo construtivo utilizado na empresa. O sucesso da implantação também depende do treinamento e a divulgação do plano aos funcionários envolvidos com o trabalho. A cooperação entre os operários e a fiscalização, proporcionando uma melhoria em todo o processo. O treinamento permite verificar se o funcionário esta realmente envolvido com o processo de desenvolvimento das atividades e reciclar as técnicas de execução utilizadas nos serviços. O programa de treinamento deve preparar a equipe para tomada de decisão a fim de minimizar os problemas no canteiro. 6.8 Problemas ocorridos na execução do planejamento da obra Depois de finalizado o planejamento operacional na etapa da fundação para Tubulões, deu ínicio a execução do serviço, devido ao grande número de Tubulões, a empresa responsável por sua execução, estava com um rendimento abaixo da meta pré – estabelecida, foi então tomada à decisão de contratar uma segunda empresa para ajudar a executar as torres B1 e B2 que não estavam atingindo as metas previstas no planejamento. Após a contratação nova empresa foi ajustado o novo planejamento dos Tubulões, realizando metas acima do previsto e terminando a fundação com seis dias de antecedência ao planejamento inicial. 80 Outro problema ocorrido na etapa da fundação foi na execução da estaca Franki, que teve atraso nas duas frentes de trabalho para o termino da fundação do corpo do prédio. A torre C1 teve um atraso de nove dias, tendo como o principal fator na demora da realização da mobilização do equipamento bate – estaca. E um outro atraso de quatro dias na torre C2 devido à quebra do bate – estaca. A principal sugestões para resolver os problemas que por ventura possa acontecer no planejamento operacional de um serviço é o estabelecimento de um vínculo entre o planejamento e a estratégia, tendo como uma base de informações consistente para as tomadas de decisões, antevendo eventuais dificuldades e possibilitando um mecanismo de defesa ou ataque nos principais problemas que possam acontecer. 81 7 CONCLUSÕES O estudo realizado pode fornecer informações valiosas sobre o processo de um planejamento operacional dentro de uma obra. Através da revisão bibliográfica e do estudo de caso, notou-se a importância que deve se tomar quando se trata de planejar. Trata-se de uma tarefa que exige muito planejamento, metas, registros e treinamentos, numa tentativa constante de se buscar os melhores meios para que se tenha uma obra com produtividade e qualidade. Com o auxilio da NR-18 pode desenvolver um canteiro adequado para uma melhor acomodação dos funcionários e prevenir medidas preventivas de acidentes de trabalho na execução dos serviços. Através da procura para atingir melhores metas e cumprir o cronograma do empreendimento, nota-se que em determinados serviços a maioria das obras não conhece com exatidão a capacidade produtiva da mão-de-obra de que dispõe. O resultado é a geração de um alto grau de insegurança e dúvidas quanto à execução das tarefas em campo. Uma melhor alocação de mão-de-obra pode trazer grandes vantagens no custo do serviço, caso planejado de forma adequada, pode ser feito com um número menor de operários, ou seja, se a equipe de execução do serviço iniciar na data correta e executar o serviço da forma como foi planejado não tem a necessidade de locar mais funcionários para ajudar a atingir o que foi previsto no planejamento inicial. Antes do ínicio de todo serviço é necessário que se faça um estudo preliminar de suas características, analisando o projeto e suas particularidades detalhando ao máximo cada etapa construtiva, verificando quaisquer interferência que possa prejudicar o seu desenvolvimento e compatibilizando o material/equipamentos juntamente com a mão-de-obra. 82 Somente através de uma melhor organização do processo, eliminando reservas de mão-de-obra ociosa e otimizando cada recurso disponível pode-se obter o resultados satisfatórios. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSUMPÇÃO,J. Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil Modelo para Planejamento Estratégico da Produção.São Paulo:Curso de Doutorado em Engenharia pela Universidade de São Paulo,1996.Tese Doutorado BERNARDES,M. Planejamento e Controle da Produção para Empresas de Construção Civil.Rio de Janeiro:Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.,2003.190 pág. Barrie e Paulson, Controle de custos, São Paulo 1978 CYRELA CONSTRUTORA – Empreendimento Ventana Disponível em : http://www.cyrela.com.br/ventana (acesso em 06 de abril de 2006) CYRELA CONSTRUTORA,Empreendimento Ventana, São Paulo 2005. DINSMORE,P. Gerenciamento de Projetos.Rio de Janeiro:Qualitymark Editora Ltda,2004.150 pág ENGWHERE - Engenharia Disponível em: http://www.engwhere.com.br/engenharia/programas.htm. Acesso em 03 maio 2006. FORTES,R. Planejamento de Obras.São Paulo:Nobel,1988.184 pág. GOLDMAN,P. Introdução ao Planejamento e Controle de Custos na Construção Civil Brasileira.São Paulo:Pini,1997.180 pág. HALPIN,D.WOODHEAD,R. 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