Quarto Ano - F4MB
Ensino Fundamental
Relatório do Primeiro Semestre de 2008
de expressão de idéias e troca de opiniões.
alexandre alanati de morais / arthur de lima neves / caetano
camara serri braga / carolina pedreira de cerqueira costa /
clara lessa pinto / danilo medeiros de souza / eduardo
gonçalves martins / eleonora acosta manela / gabriel pinheiro
colker / joão antonio braganca teixeira / joão gabriel cavalcanti
dini nielsen / julia abib lima leal / julia fragale pastusiak / lucas
lopes epifanio / lucas peres mai / luiza diniz scarpa / mariana
campello do rêgo valença / renata marques canario moreira /
rodrigo portella rocha seabra / rodrigo silva affonso / tiago
azevedo zaluar mattos /
O momento das conversas espontâneas garante às crianças a
certeza de um espaço de escuta e de expressão, sempre bem
aproveitado por todos.
E, finalmente, o momento de discutir e se informar mais sobre
algum tema de estudo trazido por nós, fecha o nosso pequeno
mas intenso tempo semanal de Tribo.
TRIBO
Andrea de Rezende Travassos
Nosso terceiro ano de Tribo. Já familiarizadas e mais maduras,
as crianças participam desses encontros de uma forma mais
organizada, aproveitando melhor essas aulas como um espaço
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O momento do relaxamento, que continua presente em todas
as Tribos, é uma oportunidade de se sentir como um ser único
e muito importante ao lado de tantos outros seres tão
singulares e essenciais, permitindo o exercício de estar no
mundo com responsabilidade e compromisso por nós e pelos
outros.
Depois do registro do desejo, do sonho vinculado à vida de
estudante nesse novo momento/ano que se inicia, trouxemos,
como todos os anos, o tema de trabalho As Regras de
Convivência da Escola. Relemos, discutimos, problematizamos
a fim de entender cada uma delas cada vez mais e melhor e
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buscar uma postura de auto-avaliação sobre as que cada um já
dá conta de respeitar e cumprir e aquelas em que é preciso um
cuidado maior.
A Campanha Escola Legal organizada pela F2M fortaleceu em
cada criança a consciência sobre a importância do respeito às
regras num espaço coletivo.
No final de junho, demos um aperitivo do tema de estudo do
próximo semestre: A criança que trabalha. Em sintonia com o
Projeto Institucional e juntos a Serafina, simpática personagem
do livro “A criança que Trabalha” de Cristina Porto, começamos
a nos aproximar desse assunto. Tema bastante triste mas de
vital importância para que, conscientes, possamos depois
conhecer o que se tem feito e o que se falta fazer para
transformar essa história real tão dura, ainda presente no Brasil
e no mundo.
PROJETO E MATEMÁTICA
Érika Ziegelmeyer
Para a produção de um texto ou numa conversa sobre um tema
determinado, o silêncio e uma certa insegurança costumavam
aparecer. Por isso, caprichamos no tempo de aquecimento,
usando muitos exemplos, oferecendo modelos para o grupo
desenvolver melhor seu potencial. Experimentamos parcerias,
arrumação em pequenos grupos e envolvemos as crianças na
tarefa de incluir todos, aceitando os diferentes momentos,
desenvolvimentos e necessidades. Sem dúvida, cuidar e
cultivar as parcerias e o crescimento do grupo, tanto no aspecto
produtivo quanto no âmbito das relações sociais, fizeram parte
dos conteúdos trabalhados.
Apresentamos o Tema Institucional “A Aventura do Trabalho”
propondo atividades de sensibilização e reflexão a partir das
imagens trazidas para a capa do caderno, das obras de
Portinari que foram utilizadas na sinalização da escola e das
músicas “Fábrica”, de Renato Russo e “Criança não trabalha”,
de Paulo Tatit e Arnaldo Antunes.
Aproveitamos a capa da agenda, com “Os operários” de Tarsila
do Amaral, para refletir sobre a origem daqueles trabalhadores
com feições e traços tão distintos. Conversamos e discutimos a
formação do povo brasileiro, desde a vinda dos europeus, o
encontro nem sempre harmônico com os índios, a vinda
compulsória dos africanos e, posteriormente, dos imigrantes.
Trabalhamos com a idéia de miscigenação, procurando
entender que, nesse processo, há contribuição de todos os
povos e etnias envolvidos.
Convidamos a turma a estudar a participação dos africanos na
construção do nosso país e da nossa cultura. Preocupados em
não limitá-los à condição de escravos, optamos por conhecê-los
em sua dimensão maior: no contexto de sua história e cultura,
para depois tentar compreender a relação do trabalho escravo.
Iniciamos nossa aventura explorando o continente africano.
Procuramos localizá-lo no mapa mundi para depois observá-lo
mais detalhadamente. Um mapa político foi dado a cada
criança, onde puderam verificar a enorme quantidade de países
que o constitui, os oceanos e mares ao redor, a linha do
Equador, os trópicos etc. Com o auxílio da Rosa dos Ventos,
brincaram de localizar alguns lugares a partir de um referencial.
Com o retroprojetor, desenhamos um grande mapa e
estudamos alguns aspectos físicos: os rios mais importantes,
as áreas de floresta, os desertos, as áreas férteis, os oásis,
procurando estabelecer algumas conexões entre esses
aspectos e o desenvolvimento econômico de algumas regiões.
O encontro com a turma foi suave e acolhedor. Aos poucos,
fomos fortalecendo nossos vínculos de afeto e confiança,
construindo a dinâmica de nossa rotina dentro das regras da
escola.
O grupo adora ouvir e inventar histórias, criar personagens e
dramatizar, mas muitas vezes se afasta demais da realidade e
demonstra bastante dificuldade na hora de se organizar
autonomamente.
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O documentário “A Origem do Homem”, do Discovery Channel,
as páginas iniciais do "Atlas Afro-brasileiro", de Raul Lody, e a
proposta de pesquisa para casa sobre esse assunto aproximounos de nossos ancestrais, possibilitando às crianças olhar esse
povo como irmãos de origem comum.
Muitas informações, histórias e mitos africanos foram
apreciados em sala: “Príncipes do destino” e“Ifá, o adivinho”, de
Reginaldo Prandi; “Sikulume - e outros contos africanos”, de
Júlio Emílio Braz; e os DVDs “Kiriku e a feiticeira”, de Michel
Ocelot; “Minha escola na Tanzânia”, produzido pelo canal
futura; “Os pigmeus”, da coleção vídeo escola; e “Pierre
Fatumbi Verger: mensageiro entre dois mundos”, de Lula
Buarque. De início, certa estranheza pairava no ar.
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Uma trilha com o Moleque Mateiro nos levou até as ruínas da
antiga fazenda de café Nassau. Na visita à Fazenda Ponte Alta,
a turma aprendeu sobre o plantio e o beneficiamento do café, e
conheceu um pouco da história dos barões do café e do
cotidiano dos escravos, além de ouvirem, atentamente, o
depoimento de uma tataraneta de escravo que trabalha naquele
hotel. Acharam graça de alguns costumes da época retratados
numa grande encenação. Ao final, junto com os personagens
Barão e Baronesa, arriscaram os passos do minueto, dança
que originou a nossa quadrilha.
Reclamaram que os traços físicos de uma personagem mais
pareciam os de um homem, que a vestimenta de um avô
parecia um vestido de mulher. Mas, aos poucos, as leituras
foram envolvendo o grupo e, junto com nossos estudos, fomos
criando uma atmosfera instigante e familiar. Uma criança
escreveu: “A gente pensa que lá é diferente porque a cultura é
diferente, mas é praticamente igual”.
Na coleção de Antonio Olinto, em “África: Arte no Tempo”,
exposta no Sesc-Madureira, foi como se a ambientação dessa
mitologia se materializasse. Um encantamento transformou o
semblante das crianças. Os búzios, os tabuleiros de
adivinhação, as indumentárias dos orixás, as diversas
máscaras e os objetos africanos pareciam pura magia,
transportando-nos para outro tempo e espaço.
As pesquisas de casa sobre os FON, DOGON, IORUBÁ,
BAMBARA E BANTO aguçaram o interesse dos pequenos.
Num breve seminário, cada grupo explicou para a turma um
pouco da organização social, econômica e familiar e, ainda,
algumas curiosidades sobre cada etnia, ampliando seus
conhecimentos e reiterando a noção de diversidade de povos
que habitam aquele continente.
Nesse percurso, estudando as tradições, histórias e jeitos de
ser e viver dos africanos, fomos e voltamos no tempo e no
espaço. Ora desvendávamos culturas mais antigas, ora nos
remetíamos a situações mais recentes. A história “Bia na
África”, de Ricardo Dreguer, ajudou a construir uma imagem
mais contemporânea da África, onde antigas formas de
organização convivem com modelos modernos.
Para entender nosso modo de ser e viver, lançamos nosso
olhar para bem longe. Conhecendo um pouco mais sobre
aqueles povos de lá, encurtamos a distância. Compreendemos
melhor quem somos nós. Reconhecer nossa afro-brasilidade é
cultivar o espírito de união entre os povos e o sentimento de
gratidão por aqueles que nos ajudaram a nos constituir desta e
não de outra forma.
Matemática
O trabalho de Matemática no quarto ano faz com que as
crianças lancem mão dos recursos que já possuem para que
produzam seu próprio conhecimento, através de situações
didáticas escolhidas para favorecer, estimular e organizar os
novos conteúdos a serem aprendidos.
Começamos o semestre retomando as estratégias pessoais de
cálculos e o algoritmo da adição e da subtração, ampliando o
campo numérico. Atividades de ler, escrever, comparar,
ordenar, compor e decompor os “números grandes” foram
importantes para discutir e descobrir regras sobre o nosso
sistema de numeração decimal, sistematizando os conceitos de
valor relativo e absoluto. Os jogos envolvendo o cálculo mental
da multiplicação do 10, do 100 e do 1.000 animou a garotada.
Ler, interpretar, resolver e criar problemas continua sendo a
essência da atividade matemática, pois favorecem a construção
de novas aprendizagens e permitem o emprego de
conhecimentos já construídos. Sabendo dessa importância,
procuramos oferecer dinâmicas diferentes envolvendo a
realização e correção dessas atividades para que troquem mais
seus saberes uns com os outros.
A grande novidade do semestre ficou por conta da
sistematização da multiplicação com o aprendizado do
Ampliamos o estudo sobre o comércio e, mais uma vez,
saltamos no tempo nos transportando para 1.530 para
descobrir como, por que e para que os portugueses trouxeram
uma população tão grande de africanos para o Brasil. As
imagens de Debret ajudaram a montar um panorama dos
séculos de escravidão. Indignadas inicialmente, alguns não
entenderam direito como essa condição pôde ser aceita
socialmente. Mergulhados e empolgados com a leitura da
“História dos Escravos”, de Isabel Lustosa, e posteriormente no
romance cheio de aventura, "Tumbu", de Marconi Leal,
conheceram melhor o contexto dessa relação, sem deixar de
torcer pela igualdade de oportunidades.
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Escola Sá Pereira – Relatório Semestral 2008 – Ensino Fundamental – F4MB
algoritmo e a apresentação da tabuada. Nem todos utilizam
esse algoritmo espontaneamente, mas as propostas em cima
da tabuada têm sido recebidas com grande entusiasmo. Ao
procurar relações e descobrir algumas propriedades
multiplicativas, percebem que podem entendê-la, além de
decorá-la. Para o próximo semestre, reservamos novos
desafios. Com isso teremos muito trabalho pela frente.
INGLÊS
Rosangela Machado de Oliveira Caldas
As novidades chegaram com a elaboração de um vocabulário
novo relacionado ao Projeto Institucional. Iniciamos nosso
estudo fazendo uma pesquisa sobre as profissões dos pais. As
crianças se divertiram ao relatar para a turma curiosidades
sobre elas e ficaram animadas para nomeá-las em inglês.
Recorremos ao dicionário e, de posse da longa e diversificada
lista, fizemos painéis individuais e em grupo. Foram usados
desenhos e recortes de revistas para ilustrar o novo
vocabulário. Essa coletânea de informações se transformou em
um arquivo ao qual foi possível recorrer sempre que surgia
alguma dúvida sobre o significado ou quanto à sua grafia.
As crianças estão muito seguras e mostram muita competência
em relação às propostas apresentadas. Exploramos bastante o
texto "My Parents´ Professions", o que fez com que nossas
aulas fossem mais proveitosas. Organizamos atividades com o
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objetivo de entender e apreciar o texto, que se tornou uma fonte
inesgotável de jogos, vídeos, fichas e registros nos cadernos.
Resolvemos ‘tirar uma folguinha’ do tema do Projeto e falar
sobre "free time activities". E quando não estamos
trabalhando?! As possibilidades do que podemos fazer em
nosso tempo livre foram bem-vindas em meio a tanto trabalho.
Fizemos ilustrações e outros registros relacionados às
atividades gostosas que podemos fazer nesse tempinho de
descanso.
Mãos à obra, novamente! Dessa vez a música "It´s been a hard
days night", cantada pelos Beatles, embalou algumas das
nossas aulas. Exploramos bastante a letra e fizemos exercícios
e descobertas relacionadas à língua inglesa. As crianças estão
muito sabidas na construção de frases e na utilização do verbo
"to Be", no plural e no singular, na substituição dos nomes
próprios por pronomes pessoais e no uso dos artigos
indefinidos.
Ao longo do semestre buscamos uma integração com o Projeto
Institucional, mas dedicamos atenção, através de fichas e
exercícios, a conteúdos específicos da língua selecionados
para cada série.
ARTES
Moema Moura Santos
Escola Sá Pereira – Relatório Semestral 2008 – Ensino Fundamental – F4MB
A partir da apreciação dos trabalhadores rurais de Portinari,
resolvemos fazer nossa versão fotográfica sobre os
trabalhadores urbanos do entorno da escola. Nos preparando
para essa tarefa, fizemos um estudo sobre os planos de
filmagem e fotografia. Desenhamos três planos diferentes de
uma mesma cena em que aparecesse um trabalhador.
Com essa divertida empreitada pelas ruas, reunimos bastante
material para nossas colagens. Ilustramos, em grupos, o
trabalho de diversos profissionais dos arredores da escola com
nossas fotografias e materiais que trouxemos de casa, como
papelão, recortes de jornais e revistas, adesivos, misturando-os
ao guache, nanquim, lápis de cor e muitos outros escolhidos
livremente pelas crianças.
Começamos o ano com uma tarefa diferente. Inspirados na
observação dos diários gráficos de artistas como Leonardo Da
Vinci, Frida Khalo, Yomar, Renato Alarcão, resolvemos
transformar o caderno de desenho em nosso diário gráfico. A
partir daí, toda a nossa percepção sobre ele foi alterada. Com
esse novo título, percebemos que poderíamos usar materiais
diferentes das nossas canetinhas e lápis. Agora, tudo que
achávamos interessante podia ser transformado em colagens.
Começamos esse processo nas aulas de artes e, depois,
levamos nosso diário para a sala de aula para darmos
continuidade ao trabalho.
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A partir de nossos estudos sobre a África, em projeto,
estudamos sobre a estamparia africana, como cada povo tem
sua própria técnica e simbologia para ilustrar os tecidos.
Ficamos fascinados pelos símbolos Adinkra, do povo de Gana e
da Costa do Marfim. Assim, fizemos nossos próprios tecidos e
símbolos. Criamos carimbos em uma folha de EVA e colamos
numa madeira. Aquarelamos o fundo do tecido e carimbamos,
sobre ele, nossos símbolos. Foi tão divertido conhecer essa
nova técnica que no fim da aula as crianças quiseram estampar
toda a roupa da professora.
MÚSICA
João Luiz Pena Santos
Começamos o ano nos reencontrando, matando a saudade e
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relembrando atividades e músicas já tocadas. Fizemos várias
atividades para resgatar o estudo da flauta doce e os conceitos
de leitura e escrita de partituras. Essas atividades serviram para
que as crianças que chegaram este ano pudessem se inteirar
do que já tínhamos feito no ano passado e, com isso, se
aproximar mais da produção da turma nas aulas de Música.
Passado esse momento, começamos a trabalhar “O Cio da
Terra”, de Chico Buarque e Milton Nascimento, cuja letra é
bastante afinada com Projeto Institucional deste ano. Ouvimos
gravações diferentes, conversamos sobre elas e também sobre
sua letra, que logo começamos a cantar. A flauta doce surgiu,
inicialmente, tocando a melodia. Quando esta já tinha sido
bastante ensaiada, vieram as outras vozes. O arranjo, por
conter canto e várias vozes de flauta diferentes, foi um grande
desafio que mobilizou as crianças durante todo o semestre.
Projetadas no telão, inspiraram as crianças em elaboradas
criações de seqüências coreográficas em pequenos grupos,
combinando a ação sugerida com alguns movimentos
sincronizados. Filmamos e trocamos impressões sobre a
produção de todos.
Envolvidos com os estudos sobre África, vimos e comentamos
algumas danças através de vídeos no "youtube". Depois da
oficina de dança africana, que as crianças vivenciaram numa ao
SESC, exercícios de sensibilização foram propostos inspirando
novos movimentos baseados nos elementos da natureza: água,
terra, fogo e ar. Em seguida, peneiras, leques e bastões foram
usados para improvisações. Apresentamos o resultado dessa
experimentação na Mostra de Artes. Para fecharmos o
semestre, preparamos uma quadrilha para nossa festa junina.
A partitura, mais complexa que as anteriores, foi também
estudada e serviu de apoio e referência nos ensaios. Com o
decorrer do tempo, ficou clara a importância da atenção e da
concentração na música e na regência para que o arranjo
pudesse ser ensaiado e apresentado.
Durante as aulas, além dos ensaios, assistimos a vídeos,
ouvimos gravações, exercitamos a percepção musical e a
concentração em vários exercícios e brincadeiras.
Conter a agitação das crianças e direcionar essa energia para
processos mais produtivos foram grandes desafios que, aos
poucos, temos conseguido superar.
Durante o semestre, a turma mostrou um comportamento
instável, alternando aulas muito produtivas, nas quais
predominava uma postura colaborativa e interessada, com
outras bastante improdutivas, nas quais pôde-se observar certo
desinteresse e atitude inadequada. A desatenção, as
brincadeiras e conversas paralelas se mostraram como
obstáculos a serem ultrapassados. Com o passar do tempo, a
turma foi começando a funcionar melhor e a organização em
pequenos grupos ajudou. Embora precise manter o esforço
para melhorar nesses aspectos, o resultado do que já se
conquistou pôde ser visto na apresentação da turma na Mostra
de Artes.
EXPRESSÃO CORPORAL
Ana Cecilia Pinheiro Guimarães
No início do ano, lembramos, juntos, os critérios e as regras
para o bom andamento das aulas. Falamos dos cuidados e da
responsabilidade para com o próprio corpo e o dos colegas.
Começamos a pensar sobre o Projeto Institucional, procurando
situar o corpo dentro do tema Trabalho. Refletimos sobre como
se move o corpo em cada função de trabalho ou profissão.
Depois de improvisar, livremente, com os movimentos de
algumas das profissões, começamos a nos deter nas
qualidades desses movimentos. Dedicamos algumas aulas à
apreciação estética dos gestos, experimentando as diferenças
de qualidade como força, peso, flexibilidade, equilíbrio.
As reproduções das obras de Portinari, que foram utilizadas na
sinalização da escola, serviram de base para nosso estudo.
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CORAL
Fernando Ariani, Raimundo Niccioli e Rosângela
Nosso coral é mais uma oportunidade de exercitar o trabalho
coletivo.
Todos participam congregando diversas características, tanto
musicais como de personalidade, festejando toda essa
diversidade.
Buscamos o aprendizado e o exercício da linguagem musical,
desenvolvendo os diversos fatores que se fazem necessários à
prática coral concentração, domínio do corpo, do ritmo, da
respiração e a percepção musical.
Com exercícios e o repertório que está sendo preparado,
exercitamos a consciência e o controle da respiração como
mola mestra do canto e da música. Buscamos desenvolver a
técnica vocal, para desenvolver e dominar, cada vez mais, o
instrumento natural de cada um. Os objetivos são abrir os
ouvidos, utilizar, lúdica e intuitivamente os fundamentos
musicais como registros (graves e agudos), usar a energia
adequada para executá-los e perceber os intervalos, impulsos e
apoios, harmonia vocal, dinâmica (alterações de intensidade) e
agógica (alterações do tempo musical).
Dividimos o repertório em duas vertentes: músicas novas
(Homenagem ao Malandro, de Chico Buarque, e O Dia em que
a Terra Parou, de Raul Seixas, que foram pesquisadas e
arranjadas em função do projeto deste ano "Aventura do
Trabalho") e músicas que já faziam parte do repertório
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anteriormente, que cumprem o papel essencial de favorecer a
acolhida dos alunos do Quarto Ano, que iniciam a atividade. Os
do Quinto Ano, já experientes na atividade, têm uma função
importante nesse momento.
parte de quem conta quanto de quem ouve. E é justamente
deste estado, ou seja, da atenção absoluta, que as imagens
vão se desprendendo do texto e se transformando em cena.
Assim, vai surgindo o teatro.
Montamos um repertório aparentemente pequeno, mas
razoavelmente complexo, a várias vozes, incluindo alguma
encenação, e que foi trabalhado no sentido de se realizar o
melhor possível, dentro das limitações reais de idade das
crianças.
O trabalho de contação de histórias com o quarto ano foi se
tornando possível à medida em que eles foram se apropriando
do que estavam contando. Afinal, aquela história contava como
todas as outras histórias passaram a ser contadas. “Não
queremos dizer que o que vamos contar agora é verdade. É
apenas uma história; deixe-a ir e vir” – assim começava a fala
da narradora, logo no início.
Fizemos grandes conquistas até chegarmos à apresentação da
Mostra de Artes. Na avaliação do evento as crianças disseram:
“Não imaginava que ficaria tão bom” ... “No dia, me concentrei e
deu tudo certo!” ... “A gente estava concentrado porque tinha
muita gente lá” .
É gratificante constatar o entusiasmo demonstrado por elas.
Estavam felizes e realizadas com o resultado da cantoria.
Os alunos entenderam, enfim, que o segredo de uma boa
história está em como se conta. Não importa tanto se ela é
verdadeira ou não. O que importa é se ela está sendo contada
com verdade. E isso, eles conseguiram.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Renato Lent Santos
TEATRO
Raquel Liborio
Coube às F4 a tarefa de aprender a contar histórias, à maneira
como ainda fazem os tradicionais Griôs Africanos, ou seja, em
forma ritual, reunidos em roda, em volta da fogueira, como
forma de reverenciar o seu povo. À medida em que as aulas de
Projeto foram se desenvolvendo, começamos a escolher qual
história iríamos contar nas aulas de Teatro. Assistimos a uma
animação chamada "O Baú das Histórias", da coleção Crianças
Criativas, que nos trouxe a narrativa de um homem aranha
africano. Essa história conta, justamente, como Ananse
resgatou as histórias que antes pertenciam apenas a Nyame, o
deus do céu. Parecia perfeita para o que queríamos!
Definida a história, começamos a aprender a contá-la, primeiro
por nós e para nós, depois por nós, para nós e para os outros.
Os alunos eram, ao mesmo tempo, atores e contadores, ou
seja, atores / narradores. Dessa forma, pudemos trabalhar a
narrativa e a delicada relação que existe entre narração e ação
dramática.
Pudemos verificar, também, o quanto contar histórias é um ato
coletivo, pois agrega, humaniza e organiza as pessoas em
torno de algo comum. Contar histórias é um ato de apreciação;
requer escuta, sensibilidade, atenção e imaginação, tanto da
Nossas crianças chegaram aos recreios ansiosas para saber se
vai ter pátio sobre rodas, quando?, e o torneio de futebol e
queimado?, e as olimpíadas?. Como tudo vem a seu tempo, as
coisas começaram a acontecer.
O pátio sobre rodas aconteceu logo, e as crianças, felizes,
trouxeram seus patins, patinetes e skates a fim de curtir um
recreio diferente. Um circuito foi montado para desafiá-las,
testando seu equilíbrio, atenção, destreza, percepção do
espaço e o cuidado com os outros. Nos casos de excesso de
velocidade, ultrapassagens perigosas, tráfego na contramão e
avanço de sinal, eram multadas ficando um minuto do lado de
fora e estimuladas a trocar de brinquedo com um colega ou
emprestá-lo aos que não haviam trazido.
O sucesso foi grande e, não raro, pudemos ouvir: “Eu amei!”,
“Eu adorei!”, “Vai ter outro?!”
As preferências se dividem entre o futebol e o queimado,
embora gostem de jogar outros jogos. Em alguns momentos,
necessitam de palavras de incentivo a fim de desafiarem a si
próprios. Em relação à organização dos times, obtiveram uma
considerável melhora, o que resultou numa otimização do
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tempo de jogo.
O torneio de futebol e queimado se realizou e, através dele,
nossas meninas e meninos puderam testar e treinar suas
habilidades e colocar à prova suas emoções.
As torcidas estavam afinadas e animadas, e as crianças
tiveram a oportunidade de exercitar o respeito, o cuidado com o
outro e a cooperação com o grupo, além de lidar com as
vitórias e derrotas.
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