AVALIAÇÃO: SINÔNIMO DE AMEDRONTAR OU AUXILIAR? Mariana Simões Ferreira* Sonaly Pereira de Souza Machado** Resumo O presente artigo resulta de pesquisas bibliográficas realizadas a partir dos estudos abordados no curso de Pós-graduação em Supervisão e Inspeção Escolar pela ASSEVIM/ Instituto Passo1. O mesmo relata a importância das pessoas compreenderem o verdadeiro sentido da avaliação no contexto escolar, sem que a mesma tenha como intuito excluir ou unificar os discentes e estabelecer aos docentes a seguirem uma linha tradicional em sua prática pedagógica. A presente investigação busca retratar os diferentes modos de avaliação para o professor e aluno, tendo em vista o desenvolvimento de ambos a partir da subjetividade de cada um. A análise do trabalho revela que a avaliação é permanente e constante, principalmente no meio escolar, porém, a mesma tem como principal função colaborar com o avanço no planejamento do professor que pensa no melhor para que seus alunos desenvolvam: a experiência, a criticidade, a autonomia, a responsabilidade e o respeito ao próximo. Este trabalho poderá contribuir para os professores e alunos e todas as outras pessoas que dialogam sobre a avaliação como auxílio na prática educativa. Palavras-chave: Avaliação. Professor. Aluno. INTRODUÇÃO A maioria das crianças antes de irem a escola, pela primeira vez, mostram-se bastante felizes e com muita vontade de começar a estudar. Sempre comentam com a família como imaginam ser a escola, o que fará lá, se brincará, quais atividades fará e falam com carinho da “tia”, referindo-se a professora. Ao entrar na escola tudo é muito surpreendente, pois, pela primeira vez estão saindo do seio familiar. Lembro-me até hoje como foi o meu primeiro dia escolar. Cheguei até a sala de aula, a professora do “pré” me recebeu com muito afeto, olhei tudo ao meu redor, hoje sei que era um ambiente acolhedor, mas para uma criança de seis anos de idade no seu primeiro dia de aula foi um pouco assustador, pois, não sabia o que aconteceria. Ao passar dos dias foi ficando mais tranqüilo, apesar de naquela época não se trabalhar muito a ludicidade no ambiente escolar eu gostava de ir à escola, de ficar com os meus colegas e com a minha professora. * Pós Graduanda em Supervisão e Inspeção Escolar pela ASSEVIM/ Instituto Passo1. Uberaba, MG. E-mail: [email protected]. ** Mestre em Educação pela Universidade de Uberlândia/ UFU. Gestora e docente no curso a distância de Pedagogia para portadores de Licenciatura Plena e Curso Normal Superior, da Universidade de Uberaba UNIUBE/ MG. Professora convidada do Instituto Passo 1 Uberaba/ MG. Assessora de gabinete da Secretaria Municipal de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de Uberaba/ MG. E-mail: [email protected] 2 No ano seguinte, com outra professora, após alguns dias de ter iniciado as aulas, ela comentou sobre a avaliação e disse que quem não se saísse bem na “prova” não passaria de ano. Quando alguns alunos perturbavam a aula a professora dizia que não que a “prova” não estava fácil e que esses alunos ficariam com zero. Eu já estava bastante preocupada. Hoje entendo que naquela época para se sair bem nas avaliações tinha que decorar o conteúdo e a professora tentava impor respeito aos alunos através da nota. Depois de algum tempo a professora marcou a avaliação e minha mãe, em casa, me “tomava a lição” e também me amedrontava dizendo que eu tinha que tirar nota dez em todas as provas, pois, era minha obrigação. Chegada a hora da prova deu um “frio na barriga”, minhas mãos ficaram geladas e percebi que não gostava de fazer aquilo. Saí-me bem porque era boa de memória, mas o aprendizado era mínimo. Muitos alunos ficaram desinteressados de continuarem indo a escola depois da avaliação, pois, a mesma não fazia sentido para eles. Por isso, o professor deve estar bem atendo às suas atitudes e ser consciente da importância que ele tem na vida de um aluno. No ensino Tradicional, o professor sabe tudo e o aluno apenas recebe o conhecimento sem questionar, as carteiras são enfileiradas, apenas o professor fala e o autoritarismo está presente no espaço escolar. Este método tem como objetivo homogeneizar os alunos sem desenvolver a identidade e autonomia. As avaliações e palmatórias serviam para atemorizar os alunos e o professor encontra-se perdido em meio à autoridade e o autoritarismo. Por isso, concordo com Morais et al (1996) que afirma, Hoje está posto um desafio que precisa começar a ser enfrentado no exato espaço da sala de aula. O de se recuperar o sentido da autoridade nas relações pedagógicas, sem qualquer concessão a autoritarismos, que destes já estamos fartos. (MORAIS, 1996, p. 23) Certamente as crianças vão mostrando-se felizes ou descontentes em ir à escola dependendo da maneira que lhe é proposto o ensino-aprendizagem, por isso, é importante que os professores saibam passar para as crianças a sua proposta pedagógica de acordo com o interesse dos alunos e envolvendo a ludicidade. Voltando ao tempo, os adultos não viam as crianças como seres pensantes, como pessoas que também aprendiam, refletiam e que faziam leitura das ações dos adultos e as traziam através da compreensão deles, para as suas brincadeiras. Graças a vários estudos e pesquisas podemos desenvolver o nosso modo de pensar e agir com as nossas crianças e proporcionar a elas uma vida mais estimuladora, dando espaço para elas exporem suas ideias e ficarem cada vez mais inteligentes. Porém, sabemos que temos muito para melhorar, principalmente nas escolas, pois, os professores devem planejar suas aulas pensando em 3 serem mediadores aos questionamentos e reflexões das crianças e monitorando-os nos avanços e dificuldades de cada uma delas. De acordo com Borges (2003), Isso significa, especialmente, criar situações estimuladoras para uma criança brasileira, concreta, contextualizada, a partir da leitura das características do seu estágio evolutivo, de seus interesses espontâneos, de seus valores culturais e de sua realidade sócio-econômica. (BORGES, 2003, p. 21) Atuando como educadora nas turmas de Educação Infantil, pensando na avaliação, sempre me atentei em sair do estigma do que foi passado para mim sobre a mesma, pois, sabia que era importante avaliar as crianças, porém, de outra maneira. De certo modo eu avaliava os meus alunos o tempo todo, pedagogicamente e sem que eles percebessem, como se vestiam, como traziam seus materiais, se eram organizados, como falavam e como retratavam o cotidiano da família. Mas sempre tive consciência de expor o verdadeiro sentido da avaliação para os meus alunos, e muitas vezes nem utilizava esse termo e sim que diariamente faríamos atividades para registrar o que estávamos estudando. A avaliação diária era também importante para mim, pois, após as atividades de movimento, música, jogos, brincadeiras, raciocínio, linguagem e as demais, eu fazia um registro avaliando os meus alunos, ou seja, quem obteve facilidade ou dificuldade durante as atividades propostas. Isto servia de apoio para fazer o meu planejamento semanal para estimular as crianças a conseguirem êxito nos próximos dias e também para avaliar-me naquilo que precisava melhorar durante as aulas. É necessário que o professor utilize de todos os recursos como registro das atividades dos alunos para facilitar a sua avaliação diária. Assim como está registrado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil,1998), São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos professores. A escrita é, sem dúvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas observações, impressões, ideias etc. pode compor um rico material de reflexão e ajuda para o planejamento educativo. Outras formas de registro também, podem ser consideradas, como a gravação em áudio e vídeo; produções das crianças ao longo do tempo, fotografias etc. (BRASIL, 1998, p. 59) Nos dias de hoje, infelizmente, ainda existem, profissionais da educação que não tem percepção do verdadeiro sentido da avaliação e a utiliza como meio de punição, pois, as escolas estão cheias de relatos de professores dizendo que com eles os alunos são disciplinadíssimos, nem conversam direito durante as aulas, porque caso contrário a avaliação será um “arraso”. É bastante claro que esses profissionais não têm consciência da sua profissão e ainda não possuem embasamentos teóricos para colocá-los em prática em sua realidade escolar e não sabem o verdadeiro sentido de avaliar. 4 Assim, ao longo deste artigo proponho dialogar com alguns autores na tentativa de compreender o real sentido da avaliação para os professores e demais profissionais da área da educação, pais e alunos. 1 PARA AVALIAR É IMPORTANTE, PRIMEIRAMENTE, DEFINIR ESTE CONCEITO Para muitas pessoas, é difícil compreender o real conceito de avaliar, para o senso comum, é sinônimo de padronização, medida e de conceituação por meio de uma nota. Tratando-se de medir a aprendizagem dos discentes estaríamos pensando neles como uniformes e prontos, mas certamente todos os alunos são diferentes e merecem uma forma de avaliação de acordo com a sua subjetividade. Por isso, os docentes devem pensar na avaliação como uma prática muito mais abrangente. Castello (1974, p. 221) afirma que “Como se pode ver, avaliar implica em estabelecer relações, ao passo que medir é apenas constatar alguma coisa [...].” Avaliar, então, é muito mais amplo que medir conhecimento e sim um ato importante, pois, tem propósito investigativo, têm o papel de incluir os alunos como autores principais desse processo educativo. A partir disso, o professor poderá construir seu planejamento, bem como construir seus instrumentos, partindo das interações que vão se construindo no âmago da sala de aula com os alunos e compreensões dos conteúdos que estão sendo propostos. 2 AVALIAR ACERCA DE DIFERENTES ASPECTOS A avaliação tem como objetivo instruir a respeito das ações da prática educativa, no entanto, se realizada somente ao final do ano letivo, perde sua legitimidade. No entanto, o professor detém alguns artifícios facilitadores para melhor avaliar seus alunos ao longo do processo de aprendizagem, tomando cuidado para não utilizá-los como forma de exclusão de seus alunos. 2.1 AVALIAÇÃO QUANTITATIVA OU QUALITATIVA Pensando na avaliação como quantidade é certo pensar, também, em decorar conteúdos. É sabido que existem avaliações tradicionais, nos dias de hoje, onde o professor “ensina” o conteúdo, os alunos decoram e depois registram na avaliação. Assim, é possível, 5 que a maioria dos alunos atingirão uma nota razoável, no entanto, não haverá aprendizado. Neste caso ocorreu que os alunos não foram estimulados pelo professor, não puderam apreciar o prazer de aprender e consequentemente esquecerão o que decoraram. Por isso, este tipo de avaliação é quantitativa, pois, o objetivo do professor é que todos possam decorar e devolver o que memorizaram, preocupando-se que aluno obtenha boa nota. Quando se fala em avaliação qualitativa implica-se em avanço, ao longo do tempo, pois, existem muitos profissionais da área da educação, conscientizando-se e colocando em prática propostas no planejamento pedagógico que envolva ensino-aprendizagem, ou seja, preocupando-se com a qualidade no contexto escolar. É importante lembrar que o professor se encontra em um lugar privilegiado, pois, tem a chance de observar os alunos e partindo do interesse deles ele poderá englobar com a proposta curricular atividades que possibilitem os alunos a se desenvolverem afetivamente, fisicamente e cognitivamente. Sem pensar em quantificar, o docente fica livre para criar e usar a ludicidade para estimular e convidar seu aluno a aprender o que realmente faz sentido para ele. O professor sendo consciente que não é o único portador do saber, ou seja, sabendo que suas aulas é uma troca de conhecimentos entre aluno-professor e professor-aluno é certo que esses se desenvolverão ao longo do ano letivo e levarão boas experiências que os auxiliará ao longo de suas vidas. 2.2 AVALIÇÃO DIGNÓSTICA Para que o professor possa conhecer melhor seus alunos, faz-se necessário que ele realize uma avaliação diagnóstica com eles. Essa avaliação tem como objetivo fornecer ao docente dados importantes, que o auxiliam a planejar suas aulas de maneira que atenda as particularidades da sua turma. Essa avaliação parte, primeiro, da observação de como os alunos se vestem, como falam, se brincam e como brincam, quais atividades gostam de fazer, o que mais lhes chamam atenção, como é o acompanhamento dos pais, como é a comunidade que os cercam, como o professor deve agir para melhor auxiliar seus alunos. Diagnosticar também por meio de atividades, de acordo com a faixa etária, o desenvolvimento escolar de cada um proporcionará ao professor, maior compreensão sobre seus alunos. Na Educação Infantil, por exemplo, é importante verificar a coordenação motora, equilíbrio, linguagem oral, criatividade, afetividade, socialização e muitos outros fatores das crianças e consequentemente nas demais etapas. Segundo Falkembach et al (1997, p. 138) “O diagnóstico é o instrumento do processo que tem a capacidade de levantar, no empírico, a temática a ser trabalhada como ação prático-reflexiva pelo planejamento participativo. [...]” 6 Com isso, a partir dessa avaliação o professor poderá registrar dados importantes que levantou sobre as dificuldades e habilidades que seus alunos apresentaram e planejar atividades de acordo com o perfil de sua turma. Poderá também marcar reuniões com os pais para serem parceiros durante todo o processo educativo. 2.3 AVALIAÇÃO FORMATIVA É importante considerar outra forma de avaliar, a avaliação formativa, a mesma possibilita o professor a acompanhar seus alunos ao longo do processo escolar podendo assim, por meio dela, investigar o que cada aluno aprendeu ou se apresentou alguma dificuldade. De acordo com Perrenoud (1999, p. 78) “[...] Proponho considerar como formativa toda prática de avaliação contínua que pretenda contribuir para melhorar as aprendizagens em curso, qualquer que seja o quadro e qualquer que seja a extensão concreta da diferenciação do ensino. [...]” Para Perrenoud (1999), a avaliação formativa tem também a finalidade de auxiliar o educador no processo educativo fazendo com que o mesmo reflita em sua prática pedagógica e adaptando da melhor maneira o seu planejamento para, assim, ir ao encontro das necessidades de cada estudante. 2.4 AVALIAÇÃO SOMATIVA Esta avaliação se dá na conclusão de uma etapa escolar, seja ela denominada por ciclo, série, semestre, anual ou qualquer outra modalidade deste contexto. A avaliação somativa tem como meta fazer que tanto o aluno quanto o professor reflitam sobre o que foi aprendido, durante o processo escolar. Dessa forma colabora para um novo planejamento que auxiliará ambos ao estágio seguinte. É importante lembrar que a avaliação somativa não tem como objetivo padronizar, reprovar ou até mesmo tabelar quem foram os melhores ou piores alunos de um determinado período escolar, até porque isso é inexistente, pois, cada um possui o seu tempo para aprender e isso deve ser respeitado perante todos. A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação é uma reflexão sobre o nível de 7 qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos. [...] (LIBÂNEO, 1994, p. 195) Portanto, é essencial que professor e aluno estejam juntos com a intenção de aprenderem dia a dia, trocando experiências, refletindo sobre suas atitudes no espaço escolar, pois, essas refletirão em meio à sociedade. Por isso, a avaliação é um instrumento fundamental que os auxiliarão na sucessão das etapas educativas. 2.5 AUTOAVALIAÇÃO Apesar de a autoavaliação estar pouco inserida no âmbito escolar ela é um dos fatores que complementam a concepção de uma educação de qualidade que tanto se almeja. De fato todos devem se conscientizar que a autoavaliação deve ser incorporada ao currículo escolar, sendo, esta, para o professor e para o aluno. Esta prática tem como consequência fazer com que ambos reflitam sobre suas atitudes no contexto educativo, como: Sou pontual em tudo o que me proponho a fazer? Sou responsável? O que devo fazer para melhorar minha prática como aluno e/ou professor? Sei trabalhar em equipe? Respeito as ideias de todos? São essas entre outras perguntas que podem levar esses sujeitos a desenvolverem cada vez mais sua autonomia, criticidade, responsabilidade em meio ao processo de aprendizagem. De acordo com Marques et al (1997, p. 149), A aprendizagem escolar dá-se, por isso, no quadro de uma inter-subjetividade específica, que supõe sujeitos diferenciados à busca de se entenderem sobre si mesmos e sobre seus mundos e que, desde suas situações desiguais, progridem na direção da igualdade da relação política, em que se constituam em cidadãos – sujeitos singularizados capazes de conduzirem-se com autonomia exigida por suas co-responsabilidades. Neste aspecto a autoavaliação auxilia professor/aluno no conhecimento acerca de sua postura, tanto individualmente quanto no coletivo, a respeito de suas conquistas, anseios e dificuldades. 3 O PROFESSOR MEDIADOR DA AVALIAÇÃO O professor mediador é desprendido de hábitos tradicionais, dentre eles cópias extensas de textos, imagens xerocopiadas, alunos sentados em fileiras, utilizar somente a sala de aula como espaço educativo, aproveitar o mesmo caderno de plano anualmente, achar que ele é o centro do processo educativo, dentre outras práticas. 8 O professor mediador tem atuações inovadoras e surpreendentes e desenvolve seu trabalho com experimentos proveniente da curiosidade de seus alunos, utiliza-se de imagens, fotos ou ilustrações como base de estímulos para os estudantes criarem algo, entende que aluno e professor estão juntos no intuito de aprenderem juntos, planeja suas atividades que vão de encontro coma vontade e necessidade dos discentes e para ele não existe a palavra erro, pois, seus alunos estão em processo de aprendizagem e vale ressaltar que todas as respostas dadas por eles estão imbuídas na tentativa de acertar. Concordo com Hoffmann (1991), A postura do professor frente às alternativas de solução construídas pelo aluno deveria estar necessariamente comprometida com tal concepção de erro “construtivo”. O que significa considerar o conhecimento produzido pelo educando, num dado momento de sua experiência de vida, é um conhecimento em processo de superação. A criança, o jovem, aprimoram sua forma de pensar o mundo à medida em que se deparam com novas situações, novos desafios e formulam e reformulam suas hipóteses. (HOFFMAN, 1991, p. 67) O professor deve partir do princípio de que ele está totalmente envolvido com o ato de educar, por isso, não é o bastante que esteja professor e sim que utilize meios para conquistar seu aluno diariamente. Para Rios (2004), Por aí passa uma visão de professor e de educação que me parece a mais correta – a de mediador, a de ação mediadora. Pois na relação aluno professor-aluno, educador-educando, o que visa é a aquisição do conhecimento. [...] Assim, professor e aluno são sujeitos conhecedores, e a tarefa do professor é estabelecer o diálogo do aluno com o real, não com ele, professor, especificamente. [...] (RIOS, 2004, p. 70) Desse modo, a tarefa do professor é mediar seu aluno a conhecer tudo que o mundo lhe oferece, levá-lo a ser pesquisador, estimulá-lo com diferentes materiais e experiências que possam despertá-lo cada vez mais para a aprendizagem. É importante que o professor avalie o seu aluno englobando a atividade proposta e a reflexão e compreensão dele, independente se a resposta não está “correta” para os adultos, nesse caso vale salientar como o estudante chegou nessa resposta e o que levou a pensar dessa forma. O docente deve compreender a lógica do aluno frente à tentativa de atingir o objetivo. Por isso, é importante o professor conhecer as diferentes formas de avaliação. CONSIDERAÇÕES FINAIS A avaliação no recinto escolar é de fundamental importância para valorizar a prática pedagógica do professor e também fitar todas as conquistas que aconteceram com os alunos no decorrer de uma determinada etapa acadêmica. 9 Entende-se portanto que a avaliação é inerente ao espaço educativo, pois, auxilia o professor a compreender melhor seus alunos e faz com que ele possa, também, refletir sobre a sua atuação como mediador do processo ensino-aprendizagem. Possibilita, também, que os estudantes pensem em suas atitudes e possam, a partir delas, progredirem e serem atuantes perante a sociedade. As questões apresentadas neste trabalho levam ao pensamento de que todos os alunos são heterogêneos, dessa forma aprendem de maneira diversificada, partindo de suas vivências. Entendem-se, também, que o papel do professor é o de respeitar estes alunos e estimular a aprendizagem, de juntar experiências e ir além da sala de aula. Desse modo, avaliação impulsiona esses princípios, e não tem como meta classificar os discentes, mas de auxiliar professores e alunos na compreensão no processo de ensino e aprendizagem As questões discutidas nesse artigo, não esgota o assunto, mas estimula e desperta reflexões acerca desse tema, sendo necessárias outras pesquisas e estudos. Referências BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré-escolar. 3. ed. Uberaba: Editora Vitória Ltda, 2003. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998, 3v. CASTELLO, Maria de Fátima Gonçalves. A didática na reforma de ensino. Belo Horizonte: Editora S.A, 1974. FALKEMBACH, Elza Maria Fonseca. Planejamento participativo: uma maneira de pensá-lo e encaminhá-lo com base na escola. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.), Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 4. ed. São Paulo: Papirus Editora, 1997. HOFFMANN, JUSSARA. Avaliação – Mito e desafio: Uma perspectiva construtivista. 10. ed. Porto Alegre: 1991. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 7. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1994. MARQUES, Mário Ozório. Escola, aprendizagem e docência: imaginário social e intencionalidade política. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.), Projeto políticopedagógico da escola: uma construção possível. 4. ed. São Paulo: Papirus Editora, 1997. MORAIS, Regis de (Org.), Sala de aula: Que espaço é esse?. 10. ed. São Paulo: Papirus, 1996. 10 PERRENOUD, Philippe. Avaliação: Da excelência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência. 14. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2004