João Baptista Nunes Pereira Neto
João Baptista Nunes Pereira Neto nasceu em Lagos, na freguesia de S. Sebastião, em
Junho de 1935.
Frequentou o Ensino Primário em lagos e o Secundário em Lagos e Faro.
Do percurso académico realizado em Lisboa diplomou-se em Administração
Ultramarina em 1958, e em Altos Estudos Ultramarinos em 1960. Licenciado em
Estudos Ultramarinos em 1961, doutorou-se em 1964, tendo apresentado a dissertação
“Angola – Meio Século de Integração”. Em 1968 ascende a Professor Agregado e
actualmente é Prof. Catedrático Jubilado (desde 2005), exercendo as funções de
Investigador e membro do Conselho Cientifico do Centro de Administração e Politicas
Públicas do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade Técnica
de Lisboa.
Foi recentemente eleito Secretário Perpétuo da Sociedade de Geografia de Lisboa,
instituição onde exerce, desde há 3 décadas, as funções de Director do Museu. É
Académico de Número da Academia Internacional da Cultura Portuguesa onde já
exerceu as funções de Secretário-geral e de Vice-Presidente. É ainda Presidente da
Assembleia-Geral da Sociedade Portuguesa de Estudos do Séc. XVIII.
No ano 2000 foi agraciado com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade
Estadual do Vale do Acaraú (Ceará - Brasil) e, ainda, no mesmo ano, empossado como
Reitor Honorário, a título vitalício, da Universidade Internacional.
O seu percurso profissional destaca-se por ter sido pioneiro, em Portugal, no
lançamento ou reestruturação de diversas cadeiras, particularmente, Antropologia,
Antropologia
Geral,
Antropologia
Aplicada,
Cooperação
Euro
Africana,
Desenvolvimento e Mudança Cultural, Desenvolvimento Comunitário, Geopolítica,
Metodologia das Ciências Sociais, Metodologia da Pesquisa Etnográfica, inquérito à
opinião publica, técnicas de inquéritos sociológicos, entre muitas outras. Também
ocupou diversos cargos relacionados com a Gestão de Estabelecimentos de Ensino
Superior, nomeadamente como presidente de conselhos pedagógicos e conselhos
científicos, membro de senados universitários, Secretário da Comissão Instaladora das
Universidades de Lourenço Marques e Luanda, membro da Comissão Instaladora da
Universidade Internacional bem como da Comissão Instaladora da Universidade do
Algarve. Nesta última foi fundador e director do Centro de Estudos de Mudança
Cultural.
Começou a realizar investigação em 1959 no âmbito da dissertação que viria a
apresentar no exame final do curso de Altos Estudos Ultramarinos. Em 1960 uma
viagem realizada a São Tomé e Príncipe e Angola por iniciativa do Prof. Adriano
Moreira, então subsecretário de Estado da Administração Ultramarina, veio revelar-lhe
a potencialidade de observação directa particularmente da observação participante. Com
o resultado da viagem elaborou documentos que estiveram na base de legislação
visando eliminar os abusos a que estavam submetidas em algumas áreas as populações
não europeias.
A partir de 1965 exerceu funções de consultor num Centro de Orientação e
Coordenação de Acção Social das Empresas que agrupava as maiores empresas
portuguesas da metrópole, de Angola e de Moçambique. Embora estas funções lhe
tivessem facilitado o acesso à situação existente noutras zonas do país, foi sobre a
evolução registada em Lagos e no seu Concelho, que se fundamentou o seu modelo
teórico que viria a obter sucesso não só no país mas também a nível internacional. Deste
modo, até 1992, Lagos foi o modelo que estudou com maior interesse não só evocando
as suas memórias mas também fazendo observação directa de carácter participante e
recorrendo aos testemunhos de informadores qualificados. Inicialmente a perspectiva
que orientou a pesquisa foi essencialmente a da Antropologia Social e Cultural, mas na
década de 90 ela centralizou-se no entendimento da Antropologia Ecológica.
Na década de 90, a experiência obtida através da colaboração com a Secretaria de
Estado da Reforma Administrativa da Presidência do Conselho de ministros valeu-lhe o
convite por parte da OCDE para na qualidade de seu consultor orientar o estudo sobre a
atitude do governo português em relação às empresas.
A nível cívico e político destaca-se o facto de, aos 16 anos, ter assumido a substituição
de seu pai na Adega Cooperativa de Lagos, iniciando um longo percurso de carácter
cooperativista. No início de 1960 foi fundador da actual Casamar – Cooperativa de
Habitação dos Funcionários Civis da Administração Publica. Foi Secretario e Presidente
da Mesa da Assembleia-Geral da Federação Nacional das Caixas de Credito Agrícola
Mutuo, e exerceu funções idênticas durante mais de uma década, na Caixa de Credito
Agrícola Mutuo de Lagos, Caixa de Credito Agrícola Mutuo do Barlavento Algarvio e
da Caixa de Credito Agrícola Mutuo do Algarve. Posteriormente e até 2010 exerceu na
mesma Caixa as funções de Presidente e membro do Conselho Geral.
Militante do CDS/PP, foi Presidente do Congresso, Presidente do Conselho Nacional e
Secretário-Geral, membro da Comissão Politica, membro eleito do Conselho Nacional,
Director do Centro de Estudos e Secretario do Secretariado Técnico. Foi membro da
Comissão Nacional de Eleições representando o CDS.
Estão acessíveis à consulta em bibliotecas públicas e privadas portuguesas mais de 160
títulos seus que incluem livros, artigos, relatórios e textos e programas universitários.
Alguns deles também publicados em inglês, francês e espanhol. Desde 1959 realizou
mais de três centenas de conferências e comunicações em Portugal e no estrangeiro.
Download

Joao Pereira Neto