R3 – RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI/PA Abril | 2013 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA www.terranovaprojetos.com.br AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 1 de 151 Sumário 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 6 1.1 Finalidade da Instalação ................................................................................. 7 1.2 Localização e regiões afetadas pela nova instalação ..................................... 8 1.3 Desenvolvimento dos trabalhos ...................................................................... 9 2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ........................................................... 10 2.1 Levantamentos de Dados ............................................................................. 10 2.2 Meio Físico ................................................................................................... 11 2.2.1 Climatologia ........................................................................................... 11 2.2.2 Geologia/ Geomorfologia/ Recursos Minerários/ Geotecnia................... 20 2.2.3 Geomorfologia ....................................................................................... 26 2.2.4 Solos ..................................................................................................... 29 2.2.5 Recursos Hídricos e Uso da Água ......................................................... 38 2.2.6 Uso da água .......................................................................................... 40 2.3 Meio Biótico .................................................................................................. 42 2.3.1 Vegetação e Uso do Solo ...................................................................... 42 2.3.2 Ecossistemas e Fauna .......................................................................... 53 2.3.3 Áreas Protegidas ................................................................................... 63 2.3.4 Considerações....................................................................................... 72 2.4 Meio Socioeconômico ................................................................................... 78 2.4.1 Aspectos Demográficos ......................................................................... 78 2.4.2 Organização Territorial e Infraestrutura Regional .................................. 84 2.4.3 Estrutura Fundiária, Assentamento e Áreas de Conflito ......................... 98 2.4.4 Patrimônio Cultural e Natural ............................................................... 100 2.4.5 Terras Indígenas e Quilombos ............................................................. 104 2.4.6 Áreas de Interesse Estratégico ............................................................ 107 3. ANÁLISE INTEGRADA DOS ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DO EMPREENDIMENTO................................................................................................ 108 3.1 Metodologia aplicada .................................................................................. 108 3.1.1 Desenvolvimento do instrumento SIG .................................................. 108 3.1.2 Classes Temáticas .............................................................................. 110 3.2 Analise Integrada Socioambiental............................................................... 115 4. DEFINIÇÃO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO .............................................. 117 5. EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................ 119 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 120 7. ANEXOS............................................................................................................ 128 7.1 Currículos ................................................................................................... 128 7.1.1 Camilo Souza ...................................................................................... 128 7.1.2 Rafaela Balsinhas ................................................................................ 136 7.1.3 Suellen de Carvalho ............................................................................ 139 7.1.4 Fernanda Reis ..................................................................................... 141 7.1.5 Mariana Brasil...................................................................................... 144 7.2 Cadastro Técnico Federal – IBAMA ............................................................ 146 7.2.1 TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais ................. 146 7.2.2 Camilo Souza ...................................................................................... 147 7.2.3 Rafaela Balsinhas ................................................................................ 148 7.2.4 Suellem de Carvalho ........................................................................... 149 7.2.5 Fernanda Reis ..................................................................................... 150 7.2.6 Mariana Brasil...................................................................................... 151 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 2 de 151 FIGURA Figura 1 Localização da Subestação de Jurupari.......................................................... 8 Figura 2 Classificação do Clima na área do empreendimento .................................... 12 Figura 3 Linhas de corrente representativa do escoamento médio sobre a Amazônia. ................................................................................................................................... 14 Figura 4 Temperatura média anual do Brasil durante o período de 1961 a 1990. ....... 15 Figura 5 Distribuição espacial e temporal da precipitação na região amazônica. ........ 19 Figura 6 Indicação geológica do empreendimento ...................................................... 22 Figura 7 Indicação geomorfológica do empreendimento ............................................. 27 Figura 8 Indicação pedológica do empreendimento .................................................... 30 Figura 9 Tipo de solo caracterizado como solos hidromórficos ................................... 30 Figura 10 Tipo de solo caracterizado como latossolo amarelo de textura média argilosa ................................................................................................................................... 31 Figura 11 Regiões hidrográficas do Brasil ................................................................... 38 Figura 12 Hidrovia do Solimões/Amazonas em seu trecho de Manaus a Belém. ........ 41 Figura 13 Fragmentos da Floresta Ombrófila Densa Submontana.............................. 48 Figura 14 Plantação de açaí na comunidade ribeirinha na várzea do Rio Paru........... 51 Figura 15 Ponto de acesso à área da ampliação da SE.............................................. 73 Figura 16 Insumos da obra disposto área da ampliação da SE .................................. 73 Figura 17 Cerca delimitando a área do terreno ........................................................... 74 Figura 18 Espécies vegetais encontradas na área suprimida. .................................... 74 Figura 19 Pegada de mamífero de médio porte avistada durante a visita à área da SE ................................................................................................................................... 75 Figura 20 Fezes de mamífero de médio porte avistado durante a visita à área da ampliação da SE......................................................................................................... 75 Figura 21 Ninho de ave avistado durante a visita à área da ampliação da SE ............ 75 Figura 22 Avistamento de um BEM´TE-VI (Pitangus sulphuratus) na área da SE....... 75 Figura 23 Avistamento de um URUBU-PRETO-COMUM (Coragyps atratus) na área da SE............................................................................................................................... 75 Figura 24 Inseto da ordem Coleoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE.......................................................................................................................... 76 Figura 25 Inseto da ordem Odonata avistado durante a visita à área da ampliação da SE............................................................................................................................... 76 Figura 26 Inseto da ordem Isoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE............................................................................................................................... 76 Figura 27 Inseto da ordem Orthoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE............................................................................................................................... 76 Figura 28Pirâmide etária do município de Almeirim por sexo...................................... 79 Figura 29 Estrutura etária da população urbana e rural do município de Almeirim em porcentagem ............................................................................................................... 80 Figura 30 Famílias Residentes em Domicílios Particulares ......................................... 83 Figura 31 Vista geral da Praça do Centenário ............................................................ 92 Figura 32 Vista lateral da Praça do Centenário ........................................................... 92 Figura 33 Escultura localizada na Praça do Centenário .............................................. 92 Figura 34 Memorial dos Balateiros construído com recursos da Prefeitura Municipal no ano de 1996................................................................................................................ 93 Figura 35 Departamento de Cultura da Prefeitura de Almeirim ................................... 94 Figura 36 Vista geral da Praça do Relógio .................................................................. 94 Figura 37 Vista do Almeirim Atlético Clube ................................................................. 95 Figura 38 Cartaz da FEARCA ..................................................................................... 96 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 3 de 151 Figura 39 Igreja de Nossa Senhora da Conceição localizada em frente a Praça do Centenário ................................................................................................................ 101 Figura 40 Vista lateral da Serra da Velha Pobre ....................................................... 103 Figura 41 Residência ribeirinha com a presença de antena parabólica na comunidade Fé em Deus .............................................................................................................. 105 Figura 42Riberinhos na “voadeira”. Ao fundo, residências ribeirinhas da comunidade Fé em Deus. ............................................................................................................. 105 Figura 43 Embarcações ribeirinha localizadas na comunidade Botafogo .................. 105 Figura 44 Comunidade Botafogo. Note-se no fundo direito da imagem, a presença da Igreja Católica. Ao lado da Igreja, registre-se a construção de uma unidade escolar municipal. ................................................................................................................. 105 Figura 45 Localização da área de Ampliação da Subestação Jurupari ..................... 117 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 4 de 151 TABELA Tabela 1 Estação meteorológica do INMET para análise climatológica ...................... 11 Tabela 2 Temperaturas médias sazonais na Estação Porto de Moz ........................... 16 Tabela 3 Temperaturas médias máximas sazonais na Estação Porto de Moz ............ 16 Tabela 4 Distribuição da precipitação sazonal para a estação Porto de Moz .............. 20 Tabela 5 Listagem das unidades geológicas .............................................................. 23 Tabela 6 Unidades Pedológicas ................................................................................. 31 Tabela 7 Regiões hidrográficas, Sub-regiões e Unidades de Planejamento (UHPLANs) ................................................................................................................................... 39 Tabela 8 Lista de espécies vegetais encontradas na Subestação Jurupari................. 56 Tabela 9 Espécies comerciais encontradas na subestação de Juruparí. .................... 56 Tabela 10 Espécies ameaçadas encontradas nos levantamentos da vegetação suprimida da SE para a implementação da LT Tucuruí – Xingu – Jurupari ................. 58 Tabela 11 Unidade de Conservação localizadas no município de Almeirim. ............... 63 Tabela 12 População Urbana e Rural do Município de Almeirim (2010) ..................... 78 Tabela 13Estrutura etária da população urbana e rural residente do município de Almeirim por sexo – 2010 .......................................................................................... 80 Tabela 14 Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Almeirim e Estado do Pará - IDH-M (1991 e 2000)........................................................................................ 81 Tabela 15 Número de estabelecimentos, Pessoal Ocupado e Massa Salarial no município de Almeirim – 2010 ..................................................................................... 82 Tabela 16 Rodovias: Federal e Estaduais................................................................... 88 Tabela 17 Origem do Município de Almeirim ............................................................ 100 Tabela 18Sítios arqueológicos registrados IPHAN no município de Almeirim ........... 102 Tabela 19 Terras Indígenas na Área de Abrangência Regional ................................ 106 Tabela 20 Classe temática: Vegetação ..................................................................... 111 Tabela 21 Classe temática: Terra Indígena .............................................................. 111 Tabela 22 Classe temática: Assentamentos Rurais .................................................. 112 Tabela 23 Classe temática: Aeródromos .................................................................. 112 Tabela 24 Classe temática: Rodovias ....................................................................... 112 Tabela 25 Classe temática: Ferrovias ....................................................................... 113 Tabela 26 Classe temática: Hidrografia .................................................................... 113 Tabela 27 Classe temática: Exploração Mineral ....................................................... 114 Tabela 28 Classe temática: Exploração Mineral ....................................................... 114 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 5 de 151 1. INTRODUÇÃO O presente relatório tem como objetivo de atender à solicitação da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia por meio do Ofício n 289/2012-SPE-MME, de 21 de dezembro de 2012, visando obter informações necessárias para subsidiar a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL no processo de elaboração de edital de leilão relativo aos empreendimentos de transmissão de energia necessários à Região Norte, em especial, a ampliação da Subestação Jurupari 230/69kV – pátio novo em 69kV 2X30 MVA, localizada no município de Almeirim, no estado do Pará. Neste sentido, esse documento segue as diretrizes da Empresa de Pesquisa Energética apresentados no Relatório EPE no 8, de abril de 2005 - “Diretrizes para Elaboração dos Relatórios Técnicos Referentes às Novas Instalações da Rede Básica” (EPE-DEE-RE 001/2005-R1, de 16 de maio de 2005): Caracterização do meio físico: climatologia, recursos hídricos uso da água, geologia/geotécnica, recursos minerários, geomorfologia e solos/aptidão agrícola. Caracterização do meio biótico: vegetação e uso do solo, fauna e ecossistemas especiais e áreas protegidas. Caracterização do meio socioeconômico e cultural: aspectos demográficos, organização territorial e infraestrutura regional, estrutura fundiária, assentamentos e áreas de conflito, patrimônio cultural e natural, terras indígenas e quilombos e áreas de interesse estratégico. Análise integrada das características das áreas mais ou menos sensíveis à implantação do empreendimento. Definição da área do empreendimento. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 6 de 151 1.1 Finalidade da Instalação Atualmente, Almeirim é atendida através de um sistema isolado da CELPA Equatorial que hoje se caracteriza por uma usina termoelétrica (diesel)com potência aproximada de 1,8 megawatts (MW). Essa região terá a demanda crescendo em média 6% ao ano entre 2015-2018 e 4 % ao ano até o final de 2029, o que exige novos investimentos em oferta energética (EPE, 2012). A ampliação da Subestação Jurupari através da implantação de um novo pátio de 69 kV e 2 transformadores 230/69 kV – 30 MVA, cujo terreno é propriedade da Linhas Xingu Transmissora de Energia S.A., buscará resolver as dificuldades em relação ao suprimento atual.Além da impossibilidade de atendimento da demanda futura projetada, a configuração vigente do sistema deixa a região vulnerável a eventos adversos associados à geração térmica isolada, implicando na baixa confiabilidade de fornecimento de energia elétrica, sem mencionar os altos custos de combustível impostos ao setor elétrico (EPE, 2012). Sendo assim, a ampliação da referida Subestação será imperativa para a interligação da região de Almeirim aoSistemaInterligadoNacional - SIN, visando o atendimento com qualidade e confiabilidade às demandas previstas para esta região e respeitando o critério do Mínimo Custo Global (EPE, 2012). A instalação de um novo pátio de 69 kV na SE Jurupari e 2 transformadores 230/69 kV – 30 MVA, bem como os demais investimentos relativos as linhas de transmissão sob responsabilidade da concessionária local, contribuirá para o atendimento da demanda da população de Almeirim, documentada na Audiência Pública realizada em 17 de setembro de 2009 na Nota Técnica No 68/2009-COEND/CGENE/DILIC/IBAMA e no Ofício No 593/PMA/SEGOV/GABencaminhada ao Ministério das Minas Energia em 26 de outubro de 2009 pelo então prefeito de Almeirim, no qual foi encaminhado o abaixo assinado em prol da integração da região ao SistemaInterligadoNacional. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 7 de 151 1.2 Localização e regiões afetadas pela nova instalação O empreendimento localiza-seno município de Almeirim, consideradoquarto maior município em extensão territorial do estado do Pará e o oitavo do Brasil. O município conta com uma área de 72.960 km2 (IBGE, 2010) e localiza-se na mesorregião do Baixo Amazonas e na microrregião de Almeirim, o mesmo possui sua sede municipal localizada nas coordenadas geográficas 01°31’15” S e 52°34’45” W (Amorimet al., 2010). Almeirim é limítrofe ao norte com o Suriname e Estado do Amapá, a leste com o Amapá e o município de Gurupá, ao sul com os municípios de Porto de Moz e Prainha, e a oeste com os municípios de Monte Alegre, Alenquer e Óbidos(Amorimet al., 2010). Figura 1 Localização da Subestação de Jurupari R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 8 de 151 1.3 Desenvolvimento dos trabalhos Os trabalhos para a elaboração do relatório de caracterização sócio ambiental foram desenvolvidos em 3 etapas: Preparação: coleta de informações e dados do empreendimento; coleta de informações e dados sobre o município de Almeirim; Levantamento de campo: conhecimento da área de implantação do empreendimento e do seu entorno para obtenção de dados locais para a caracterização socioambiental e consequente avaliação. Trabalho de escritório: detalhamento da caracterização a partir dos dados levantados nas fases anteriores. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 9 de 151 2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL 2.1 Levantamentos de Dados O levantamento de dados para elaboração do R3 – Relatório de Caracterização e Analise Socioambiental da ampliação da SE Jurupari possibilitaram a compreensão das interações do empreendimento sobre o meio ambiente. As informações ambientais foram obtidas em órgãos oficiais, universidades, instituições nacionais, estaduais e municipais, tais como:Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Fundação Cultural Palmares, Instituto Nacional de Recolonização e Reforma Agrária (INCRA); Instituto de Terras dos Pará (INTERPA), Ministério dos Transportes, Ministério do Desenvolvimento Social, Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Socioambiental, dentre outros.Também foram utilizadas informações decorrentes da interpretação de imagens de satélite e dados cartográficos, informações disponíveis na Internet e publicações sobre o município em questão e a região do Baixo Amazonas. Essas informações possibilitaram a construção e organização dos dados espaciais (georreferenciamento) do empreendimento, subsidiando a avaliação integrada dos temas físicos, bióticos e socioeconômicos. Esses dados foram analisados a luz das informações provenientes de observações em campo do local do empreendimento e de entrevistas abertas realizadas com membros da comunidade local. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 10 de 151 2.2 Meio Físico 2.2.1 O Climatologia município de Almeirim não possui estação meteorológica para o estudo/monitoramento do clima. Para o conhecimento das condições climáticas da região foram utilizadas informações das normais climatológicas da estação de Porto de Moz, município próximo de Almeirim que sedia uma das estações meteorológicas pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. Tabela 1Estação meteorológica do INMET para análise climatológica Número da Nome da Coordenadas Parâmetros Estação Estação meteorológicos Latitude Longitude 82184 Porto de 1° 26’ 24’’ 52° 08’ 24’’ Temperatura, Umidade, Moz Pressão, Precipitação, Evaporação, Insolação, Nebulosidade É importante ressaltar que a estação Porto de Moz encontra-se aproximadamente 60km de distância do empreendimento e suas normais climatológicas são referentes ao período de 1961 e 1990, representando dificuldade de caracterização do clima local. 2.2.1.1 Caracterização do Clima A Amazônia possui um clima equatorial que apresenta pouca diferença sazonal da temperatura média. Este se caracteriza por ser superúmido devido ao potencial da floresta de retenção da umidade relativa. O relevo tem pouca influência sobre a regulação das condições climáticas, pois a maioria do território possui altitude média inferior a 200 metros (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). Segundo Koppen e Gaussen, o clima da região possui três classificações: Tipo Af – Corresponde ao clima tropical de floresta, constantemente úmido, onde a pluviosidade no mês mais seco deve atingir no mínimo 60 mm. Neste tipo de clima, tanto a temperatura como a precipitação sofrem um mínimo de variação anual e mantém-se em nível algo elevado. As amplitudes médias anuais de temperatura não ultrapassam 5oC; R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 11 de 151 Tipo Amw – O clima AM, com chuvas do tipo monção, isto é, quando apesar de oferecer uma estação seca de pequena duração, possui umidade suficiente para alimentar a floresta tropical. O tipo Am é intermediário a Af e Aw, parecendo-se com Af no regime de temperatura e com Aw no de chuvas. A altura da chuva no mês mais seco é tanto para Am como para Aw inferior a 60 mm. Assim é que a distinção entre ambos foi feita pelo valor “w” correspondente às maiores quedas pluviométricas processadas no outono; Tipo Aw – Este clima é das savanas tropicais, com verão úmido e inverno seco. Indica que possui uma estação seca bem acentuada coincidindo com inverno e tem pelo menos um mês com uma altura de chuva inferior a 60 mm. Aqui as temperaturas seguem um regime semelhante ao tipo AF, sendo que a amplitude das temperaturas médias mensais se mantém abaixo de 120C; Figura 2 Classificação do Clima na área do empreendimento Fonte: Projeto RADAMBRASIL, 1974. Considerando essa classificação, o clima do município de Almeirim édo tipo Am quente e úmido (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009 apudZEE-PA, 2009), com média mensalde temperatura mínima superior a 18° C, estação seca de poucaduração, umidade elevada, amplitude térmica inferior a 5° C (Amorim et al., 2010). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 12 de 151 Além desta classificação, o clima na região encontra-se na faixa de transição xeroquimênica para xerotérica. Neste sentido, caracteriza-se por ser um clima tropical de monção, possuindo um período seco na primavera e um período úmido bem acentuado e nitidamente marcado por chuvas torrenciais no fim do verão (Projeto RADAMBRASIL, 1974). 2.2.1.2 Condições Meteorológicas 2.2.1.2.1 Vento A circulação troposférica sobre a Região Norte, ao nível de 850 hPa indica a presença de anti-clicones do Atlântico Sul e do Pacifico Sul (Figura 3). O escoamento a 850 hPa, sobre a parte Leste do Brasil, muda muito pouco do verão (Figura 3a) para o inverno (Figura 3c), o mesmo não ocorre no interior do continente, onde nota-se uma variação sazonal desde o Norte da Argentina até as regiões equatoriais. Durante o verão a região de baixa pressão sobre o Chaco é bastante intensa, com convergência considerável do ar proveniente do Norte. Essa baixa de pressão induz a penetração de umidade nos baixos níveis, que é transportada pelos ventos Alísios do Hemisfério Norte ao Oeste da Amazônia. Durante o inverno o escoamento permanece de sudeste sobre parte Norte da América do Sul (Kousky & Molion, 1985). A R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI B Abril de 2013 Revisão 00 13 de 151 C D Figura 3 Linhas de corrente representativa do escoamento médio sobre a Amazônia. Dez-Fev 850 hPa (a); Dez-Fev 200 hPa (b); Jun-Ago 850 hPa (c); Jun-Ago 200 hPa (d). Fonte: Kousky & Molion (1985). No entanto, o Estado do Pará não realiza o monitoramento da velocidade e direção do vento no município de Almeirim, área de instalação do futuro empreendimento, sendo necessária a utilização de estações meteorológicas mais próximas ao município. De acordo com EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009), a estação meteorológica mais próxima é localizada em Porto de Moz, porém não possuem dados relacionados às direções predominantes e das rajadas de vento. Todavia, de acordo com estudo ambiental (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009)), que realizou a caracterização do vento na região, identificou que o vento sopra com maior persistência do quadrante nordeste para o sudoeste associado àvelocidade média anual de 4,0 km/h com uma porcentagem da calmaria écerca de 38,9%. O mesmo, para levantamento dos dados meteorológicos consultou as estações meteorológicas de Tucuruí, Altamira e a de Pacajá. 2.2.1.2.2 Temperatura A principal característica da região amazônica é a pequena variação de temperatura, quer sejam nas médias mensais, quer sejam nas variações diárias. A temperatura mensal média varia pouco em quase toda a região amazônica, principalmente devido à posição geográfica e a falta de relevos elevados na faixa central (Figura 4), sendo as variações diárias maiores do que as ocorridas durante o ano (EIA BR319, 2009). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 14 de 151 A amplitude térmica sazonal é da ordem de 1º a 2ºC. Belém (PA) apresenta a temperatura média mensal máxima de 26,9ºC, em novembro, e a mínima temperatura de 24,5ºC, em março (Fisch etal., 1996). Figura 4Temperatura média anual do Brasil durante o período de 1961 a 1990. Fonte: INMET (2008). Já para a análise da temperatura no município de Almeirim, foram verificadas as médias mensais das normais climatológicas da estação de Porto de Moz, obtendo-se as médias sazonais da estação (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 15 de 151 Estação Tabela 2 Temperaturas médias sazonais na Estação Porto de Moz Verão Outono Inverno Primavera Porto de Moz 25,7 26,1 26,6 27,0 Tabela 3Temperaturas médias máximas sazonais na Estação Porto de Moz Estação Verão Outono Inverno Primavera Porto de Moz 2.2.1.2.3 30,7 31,0 32,7 32,3 Umidade do Ar A umidade relativa do ar é o índice mais conhecido para descrever as características higrométricas da atmosfera. Essa grandeza pode ser definida como sendo a razão entre a quantidade de vapor d’água presente no ar e a quantidade necessária para atingir a saturação do mesmo, sob condições de pressão e temperatura constante. Ao anoitecer a umidade do ar tende a aumentar atingindo o seu máximo durante a madrugada. Ela começa a diminuir no início da manhã devido à interferência de diversos fatores que atuam na atmosfera, promovendo a dissipação do vapor d’água. A umidade do ar na estação Porto de Moz oscila entre 83% na primavera e 89% no verão (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). 2.2.1.2.4 Nível Ceráunico O nível ceráunico nas regiões Norte e Nordeste é desconhecido, pois as mesmas não possuem uma rede de monitoramento de detecção de raios. No entanto, para a obtenção destes dados é utilizado índice ceráunico (IC) obtido através da identificação do valor da curva no mapa isoceráunico do Brasil em relação à localização do empreendimento e em seguida a aplicação da fórmula DRrepresenta a quantidade de raios que caem por ano sobre uma área de 1 km2a qual é representada pela equação abaixo: Equação 1: Para a região estimou-se a ocorrência de 1,9 raios por ano sobre áreas de 1 km2, segundo análise realizada utilizando o mapa isoceráunico do Brasil. É importante destacar que o conhecimento da ocorrência destes fenômenos são essenciais para instalação de empreendimentos elétricos na região, pois na regiões tropicais a incidência de descargas elétrica e significativamente R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI alta, mediante Abril de 2013 Revisão 00 as 16 de 151 constantestempestades, comuns na região da floresta Amazônica (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). 2.2.1.2.5 Precipitação A região amazônica possui uma grande é a sua variabilidade espacial e temporal a respeito das precipitações, isto é, sua distribuição é bastante variável. Os dados existentes mostram que na região as precipitações anuais vão desde 1.600 mm, em regiões da Amazônia Oriental, até mais de 6.000 mm, nas encostas andinas. (EIA BR 319, 2009). A precipitação é um dos elementos climáticos mais importantes a ser analisado na região tropical, uma vez que este induz as características e comportamento dos outros elementos, tais como temperatura, umidade relativa, ventos, etc. Entretanto, a despeito da simplicidade de sua medida, é uma das variáveis meteorológicas mais difíceis de ser mensurada, uma vez que possuem erros instrumentais, de exposição e mesmo de localização (Molion & Dallarosa, 1990). A distribuição espacial e temporal das chuvas na Amazônia foi detalhadamente estudada por Salati etal. (1978), Figueroa & Nobre (1990), Marengo (1995), e Sombroek, (1999). Segundo os autores, a região possui uma precipitação média de aproximadamente 2.300 mm/ano e três centros de precipitação abundante (Figura abaixo). O primeiro centro está localizado no noroeste da Amazônia, mais especificamente na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, com chuvas de 4.000 mm/ano. Nestas regiões não existe período de seca. Estes valores de precipitação elevados próximo à Cordilheira dos Andes são associados à ascensão orográfica da umidade transportada pelos ventos alísios de leste da ZCIT (Nobre, 1983). O segundo centro está localizado na parte central da Amazônia, com precipitação de 3.600 mm/ano, que está relacionado à penetração de sistemas frontais da região sul, interligando e organizando a convecção local. A floresta tropical mantém a umidade elevada em baixos níveis, que é possivelmente reciclada pela atividade convectiva (Figueroa &Nobre, 1990). O terceiro centro na parte leste da Bacia Amazônica, no litoral do Pará ao Amapá, com precipitação de 4.000 mm/ano, deve-se possivelmente às linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa, durante o fim da tarde, forçadas pela circulação de brisa marítima (Kousky 1979; 1980). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 17 de 151 Conforme estudos do ciclo anual de atividades convectivas na região, demonstrado por Horel et al. (1989) e Salati et al. (1978), o período de chuvas ou forte atividade convectiva na região amazônica é compreendido entre novembro e março, sendo o período de seca (sem grande atividade convectiva) entre os meses de maio e setembro. Os meses de abril e outubro são meses de transição entre um regime e outro. A distribuição de chuva no trimestre relativo aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro apresenta uma região de precipitação alta situada na parte oeste e central da Amazônia, em conexão com a posição geográfica da Alta da Bolívia. Por outro lado, no trimestre referente aos meses de junho, julho e agosto, o centro de máxima precipitação deslocou-se para o norte e situa-se sobre a América Central. A região amazônica, principalmente na parte central, está sobre o domínio do ramo descendente da Célula de Hadley, induzindo um período de seca bem característica. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 18 de 151 Figura 5 Distribuição espacial e temporal da precipitação na região amazônica. Fonte: Figueroa & Nobre (1990). Em Almeirim a precipitaçãooscilade 1900 a 2300 milímetros, com distribuiçãoirregular durante o ano. O período de chuva na região dura de dezembro ajunho, sendo que as precipitações são mais intensas no mês de março,já o verão equivale de julho a dezembro com valores de pluviosidadeinferiores a 60 milímetros (Amorim et al., 2010). As faixas de variação da precipitação foram obtidas a partir das médias mensais da estação Porto de Moz. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 19 de 151 Tabela 4Distribuição da precipitação sazonal para a estação Porto de Moz Região Precipitação (mm) Total Anual Verão Outono Inverno Primavera Porto de Moz 282 – 252 316 – 286 80 – 50 114 – 84 2.379 2.2.2 Geologia/ Geomorfologia/ Recursos Minerários/ Geotecnia 2.2.2.1 Caracterização Geológica Para caracterização das unidades litoestratigráficas foi realizado levantamento de trabalhos anteriores, principalmente aqueles executados pelo Projeto RADAMBRASIL, peloServiço Geológico do Brasil - CPRM e peloDepartamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. Com base no material obtido optou-se pela utilização do Mapa Geológico do Estado do Pará realizado pela CPRM (2008) em parceria com outras instituições. A partir das compilações e compatibilizações de informações geológicas, obtidas em mapeamentos regionais existentes em escala 1:1.000.000, delimitou-se as características geológicas para o município de Almeirim. Na área do município de Almeirim são encontradas 39 tipos de formações geológicas diferentes, representado grande mosaico geológico em sua área, destacando a sua complexidade. De acordo com Amorim et al. (2010) a estrutura geológica é composta principalmentepor rochas doperíodo Pré-Cambriano, onde se incluem os complexos Guianeses (granitos, migmatitos, granulitos, etc.). Granitóides, Gnaisses e granulitos Embora essas rochas apresentem composições variadas tem alterações bastante semelhantes, podendo ser analisadas conjuntamente. A alteração dessas rochas resulta na formação de solos argilosos, por vezes argilo-siltosos e micáceos, rico em grânulos de quartzo e feldspato, sendo comum à presença de matacões imersos na massa de solo. Na região os horizontes de alteração estão laterizados e endurecidos constituindo o horizonte pálido transicional das coberturas lateriticas.O solo superficial é argiloso e argilo arenoso também com grânulos de quartzo, que constitui Argissolos VermelhoAmarelos. Na região é comum a presença de afloramentos de rocha, campos de blocos e matacões, com diâmetros de 0,6 a 3 metros, na superfície do terreno, tanto no relevo de Morrotes e Morros, como no relevo de Colinas pequenas e médias. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 20 de 151 Na porção média do território do município encontra-se uma extensa faixa na qual estão expostos os sedimentos Paleozóicos da Bacia Amazônica(Amorim et al., 2010), englobando as seguintes formações: Formação Trombetas (Siluriano) É constituído por uma sequência transgressiva representada por ambiente fluvio estuarino na base, que passa a marinho raso, glacio marinho e nerítico litorâneo no topo. Essa unidade é constituída por folhelhos e siltitos carbonosos e piritosos, silexitos, diamictitos, e arenitos fino a médio. Essas rochas sustentam relevo de Morrotes e Morros. Formação Curuá (Devoniano Superior) É constituído pela predominância de folhelhos negros, bem laminados, carbonosos, micáceos, piritosos eradiativos; às vezes, ocorre folhelho cinza, físsil, muito micáceo, com interaleitamentos de arenito fino. Na porção superior, ocorre folhelho creme,bem laminado, micáceo. Em alguns locais (como, por exemplo, no rio Maecuru), sãoobservadas concreções carbonáticas, inclusas concordantemente nos folhelhos do Membro Barreirínha, possuindo forma elipsoidal e achatada, com diâmetro maior variando entre 50 e 80 centímetros, mineralizadas a pinta e esfarelita. Às vezes, ocorrem nódulos de pinta com até 2centímetros de diâmetro, contendo esfarelita e calcopirita, associadas É Formação Itaituba do Carbonífero Médio constituída por arenitos, são as rochas predominantes nas supramencionadasformações, notadamente na porção inferior, formando espessos pacotes, contendo intercalações de folhelhos,siltitos e, mais raramente, calcário. Os calcários são mais freqüentes na porção mediana, geralmente na forma de grandeslentes, de coloração cinza escura, compactos, fossílíferos, contendointercalações de folhelhos e siltitos. Na porção superior da Unidade, ocorrem delgadas intercalações de folhelhos, arenitos, siltitos e, mais raramente, calcários. Além disso, na área do empreendimento observou-se a ocorrência de Depósitos Aluvionares, formados, principalmente, por sedimentos depositados nas margens do rio Amazonas. São constituídos basicamente de areias friáveis e argilosas maciças, podendo ocorrer conglomerados e seixos de quartzo e arenitos. Os fragmentos são R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 21 de 151 geralmente subangulosos a subarredondados, alcançando diâmetros de até 10 centímetros. Figura 6 Indicação geológica do empreendimento Em seguida, listam-se as formações geológicas identificadas, seus códigos e breve descrição que serão utilizados no mapa geológico em anexo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 22 de 151 Tabela 5 Listagem das unidades geológicas 0 N 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. UNIDADE COMPLEXO METAMORFICO SIGLA DESCRIÇÃO DOMÍNIO DO PARU COMPLEXO ANANAÍ A4an gnaisses enderbíticos, charnoenderbíticos e granulitos ortognaisses graníticos estabilizados na transição anfibolitoASSEMBLÉIA DE COMPLEXO BAIXO BLOCO AMAPÁ A4bm granulito, contendo localmente,ortopiroxênio (gnaisses EMBASSAMENTO MAPARI charnockíticos) ortognaisses tonalíticos, granodioríticos e dioríticos, ASSEMBLÉIA DE COMPLEXO BLOCO AMAPÁ A4gu dominantemente, migmatizados, e commetamorfismo de fácies EMBASSAMENTO GUIANENSE anfibolito. ASSEMBLÉIA DE COMPLEXO JARIortognaisses enderbíticos e charnoenderbíticos migmatizados, BLOCO AMAPÁ A4jg EMBASSAMENTO GUARIBAS contendo enclaves de granulitosmáficos ASSEMBLÉIA DE SUÍTE INTRUSIVA charnockitos, charnoenderbitos, enderbitos e granitos, maciços BLOCO AMAPÁ A4no EMBASSAMENTO NOUCOURU a foliados gnaisses granodioríticos de fácies anfibolito, migmatitos, DOMÍNIO EREPECURU – COMPLEXO COMPLEXO MATAMÓRFICO APPi granitóides de amplo espectrocomposicional (dioritos a TROMBETAS INDIFERENCIADO granitos), maciços ou fracamente deformados corpo individualizado a partir de produtos de sensores remotos SEQUÊNCIA DOMÍNIO EREPECURU – UNIDADE ROCHAS e aerogeofísica,possivelmente composto porrochas METAVULCANOAPPsu2 TROMBETAS SUPRACRUSTAIS metamáficas e metaultramáficas com subordinadas SEDIMENTAR metassedimentares FORMAÇÃO MONTE arenitos conglomeráticos, folhelhos e carbonatos.Ambiente BACIA DO AMAZONAS GRUPO TAPAJOS C2ma ALEGRE flúvio-eólico e marinho raso a restrito. – evaporitos e lentes de calcário, no topo; arenitos, folhelhos e FORMAÇÃO NOVA BACIA DO AMAZONAS GRUPO TAPAJOS C2no siltitos, na base. Ambiente marinho restrito hipersalino e flúvioOLINDA lacustrino Mb. Jatapu(mj): arenitos finos, folhelhos e siltitos, de ambiente BACIA DO AMAZONAS GRUPO URUPADI FORMAÇÃO MAECURU D1mj flúvio-deltáico.FORMAÇÃO arenitos finos com siltitos, folhelhos e diamictitos intercalados. BACIA DO AMAZONAS GRUPO CURUÁ D2C1o ORIXIMINÁ Ambiente flúvio-deltáico, com contribuição glacial. siltitos, com intercalações de folhelhos e arenitos.Ambiente de BACIA DO AMAZONAS GRUPO CURUÁ FORMAÇÃO ERERÊ D2e planície de maré. FORMAÇÃO folhelhos negros laminados, carbonosos, piritosos e micáceos, BACIA DO AMAZONAS GRUPO CURUÁ D3b BARREIRINHA com arenitos finos intercalados.Ambiente marinho anóxico folhelhos, siltitos, diamictitos e subordinados arenitos.Ambiente BACIA DO AMAZONAS GRUPO CURUÁ FORMAÇÃO CURIRI D3c glacial. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 23 de 151 15. COBERTURAS SUPERFICIAIS CENOZÓICAS - 16. BACIA DO AMAZONAS G. JAVAR COBERTURAS SUPERFICIAIS CENOZÓICAS COBERTURAS 18. SUPERFICIAIS CENOZÓICAS DOMÍNIO EREPECURU – 19. TROMBETAS 17. COBERTURA LATERÍTICA MATURA E13lm Coberturas superficiais residuais e concrecionárias do tipo aluminosa, bauxítica, caulínica, fosfática, argilosa e ferruginosa FORMAÇÃO ALTER DO arenitos com estratificação cruzada, pelitos e conglomerados, K2E1ac CHÃO de sistema lacustrino deltáico com influência marinha. - COBERTURA LATERÍTICA IMATURA N13li coberturas superficiais residuais e concrecionárias do tipo argilosa, argilo-arenosa e ferruginosa. - DEPÓSITOS ALUVIONARES N4a areias, pelitos e cascalhos de depósitos fluviais recentes. MAGMATISMO ALCALINO INTRACONTINENTAL COMPLEXO ALCALINO MAICURU NP3u λm ALASKITO URUCUPATÁ P2yua 20. DOMÍNIO CARECURU MAGMATISMO ALCALINO INTRACONTINENTAL 21. BACIA DO AMAZONAS GRUPO TROMBETAS 22. BLOCO AMAPÁ 23. DOMÍNIO CARECURU 24. DOMINIO CARECURU SEQUÊNCIA METAVULCANOSEDIMENTARES 25. DOMINIO CARECURU SEQUÊNCIA METAVULCANOSEDIMENTARES 26. DOMINIO CARECURU SEQUÊNCIA METAVULCANOSEDIMENTARES MAGMATISMO PRÉCOLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO PRÉ-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) piroxenitos dominantes, dunitos, sienitos, traquitos, carbonatitos, glimeritos e apatititos peridotitos e dunitos alcalinos serpentinizados, sienitos, COMPLEXO ALCALINO NP3u nordmarkitos, granitos alcalinosalaskíticos, capeados por MARACONAÍ λmc espesso perfil laterítico folhelhos bioturbados, arenitos e siltitos, além de diamictitos O3D1T subordinados.Ambiente flúvio-estuarino, marinho raso, gláciomarinhoe nerítico-litorâneo leucomonzogranito de granulação média, fortemente linearizado - anfibólio metabasitos, metagabros, metapiroxenitos e PP28di metaperidotitos, isotrópicos, com metamorfismona transição das fácies xisto verde-anfibolito. xistos máficos, rochas metamáficas isotrópicas, rochas SEQUÊNCIA metavulcânicas félsicas e quartzitossubordinados. PP2f FAZENDINHA Metamorfismo em fácies xisto verde a anfibolito. Ocorrência deAu rochas metamáfico-ultramáficas, FFBs, quartzitos e xistos GRUPO IPITINGA PP2ip paraderivados. Metamorfismo em fáciesxisto verde a anfibolito. Contém ocorrências deAu rochas metamáficas, metaultramáficas e metavulcânicas SEQUÊNCIA TREZE DE félsicas, xistosas ou isotrópicas,FFBs e quartzitos subordinados. PP2tm MAIO Metamorfismo em facies xisto verde a anfibolito. Ocorrência deAu METADIORITO DICO R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 24 de 151 SEQUÊNCIA METAVULCANOSEDIMENTAR MAGMATISMO OROGÊNICO 28. DOMÍNIO CARECURU PRÉ-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO PRÉ29. BLOCO AMAPÁ COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO PRÉ30. BLOCO AMAPÁ COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO 31. BLOCO AMAPÁ TARDI A PÓS-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO 32. BLOCO AMAPÁ TARDI A PÓS-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO 33. DOMÍNIO PARU TARDE A PÓS-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO 34. DOMÍNIO CARECURU COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) MAGMATISMO OROGÊNICO 35. BLOCO AMAPÁ TARDI A PÓS-COLISIONAL (CICLO TRANSAMAZÔNICO) DOMINIO EREPECURUMAGMATISMO 36. TROMBETAS INTRACONTINENTAL DOMÍNIO EREPECURU – MAGMATISMO MÁFICO 37. TROMBETAS INTRACONTINENTAL DOMÍNIO EREPECURUMAGMATISMO 38. TROMBETAS INTRACONTINENTAL MAGMATISMO FÉLSICO 39. BLOCO AMAPÁ INTRACONTINENTAL 27. BLOCO AMAPÁ GRUPO VILA NOVA SUÍTE INTRUSICA CARECURU PP2vn xistos máficos e ultramáficos, anfibolitos, FFBs, quartzitos e xistos pelíticos. dioritos, tonalitos e granodioritos dominantes, trondhjemitos e PP2yca granitos, isotrópicos afoliados.Ambiente de arco magmático continental. leucomonzogranito linearizado- de granulação média, GRANITO CHARUTO PP2ych GRANITO IGARAPÉ CUMARU PP2ycm leucomonzogranito médio, com foliação incipiente SUÍTE INTRUSIVA IGARAPÉ CARETA PP2ycr GRANITÓIDES INDIFERENCIADOS ou sem granada, PP2yi Granitóides Indiferenciados:leucogranitos, biotita granodioritose tonalitos, geralmente foliados.- granitos, SUÍTE INTRUSIVA IGARAPÉ URUCU PP2yiu charnockitos e granitos com feldspato mesopertítico plagioclásio antipertítico,isotrópicos ou foliados GRANITO PARU PP2ypa leucosienogranitos finos a médios, foliados, com veios aplíticos e pegmatíticos SUÍTE INTRUSIVA PARINTINS PP2ypr monzogranitos, granodioritos, granitos peraluminosos, tonalitos e sienogranitos, foliados aIsotrópicos GRUPO IRICOUMÉ PP3 αir ROCHAS MÁFICAS INDIFERENCIADAS SUÍTE INTRUSIVA MAPUERA GRANITO UAIÃPI sienogranitos com duas micas, com protomiloníticos a miloníticos fortemente e riolitos, riodacitos, dacitos e andesitos, além de traquitos, traquitos, tufos e brechas vulcânicas corpos máficos individualizados com base em sensores PP348i remotos, aerogeofísica erestritas informações de campo. PP3yma sieno e monzogranitos, granitos alaskíticos, granófiros, tipoA PP4y4u R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Hastingsita sienogranitos isotrópicos, grossos a médios, além de microgranitos e aplitos Abril de 2013 Revisão 00 25 de 151 2.2.3 Geomorfologia 2.2.3.1 Caracterização Geomorfológica O mapeamento geomorfológico constitui-se em importante informação nos estudos sobre o meio ambiente, sendo um dos parâmetros a ser utilizados na sua caracterização. O mapeamento envolve o estudo, descrição, classificação e cartografia das diversas formas de relevo observadas na região, pois fornecem imprescindíveis dados a estudos de erodibilidade natural dos solos, sua propensão à erosão, declividades, instabilidade de taludes, etc. Para determinação das unidades geomorfológicas da área de estudo, foram consultados o Mapa Geomorfológico da Folha SA.22 Bélem (RADAMBRASIL, 1974) e o Mapa Geomorfológico da Folha NA.22 Macapá (RADAMBRASIL, 1974). Além disso, utilizou-se como base cartas SRTM (Shuttle Radar Topographic. Mission) contendo informações altimétricas da área de estudo, possibilitando melhor detalhamento das características geomorfológicas da área de análise. Diante disso, foram feitos ajustes de acordo com a interpretação das bases cartográficas na escala de 1:250.000, onde serão apresentadas as descrições das formas de relevo e dos processo geomorfológico atuante na área do empreendimento. Em seguida, listam-se as unidade identificadas: Depressão Interplanáltica; Depressão Rio Jari; Dissecação tabular em Colinas e Vales; Pediplanos Dissecados; Planície Aluvial; Planície Fluvial; Serras Isoladas Residuais; Superfície Aplainada em Rochas Pré-Cambrianas; Superfície Aplainada em Rochas Sedimentares; Superfície Tabular Erosiva; R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 26 de 151 Terraços Fluviais; As características do relevo da área de análise correspondem às Planícies Fluviais do rio Amazonas, constituídos, basicamente, por sedimentos arenosos depositados nos taludes marginais do rio. Este material é depositado tanto pelas cheias do rio Amazonas, bem como, pelos rios tributários a ele. É possível observar na área de estudo, a existência de terraços fluviais formados pelo rebaixamento do leito do rio ao longo do tempo, onde os níveis de cheia não atingem mais. Ambas as unidades apresentam baixas amplitudes de relevo e, de maneira geral, planas. Em anexo, encontra-se o mapa geomorfológico elaborado para este estudo. Figura 7 Indicação geomorfológica do empreendimento Orelevo do município de Almeirim também apresenta áreas serranas ao Norte, com cristais, inselbergs e colinas, cuestas e estruturas tabuliformes na porção central e baixosplatôs, terraços e várzeas ao sul, inseridas nas unidades morfoestruturais,Depressão Periférica Norte do Pará, Planalto residuaisdo Amapá e Colinas do Amapá (Amorim et al., 2010). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 27 de 151 2.2.3.2 Recursos Minerários O empreendimento será instaladona área da Subestação Jurupari, não podendo ser objeto de requerimento para exploração mineraria. Não existe, portanto, requerimento de qualquer modalidade junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral. No entanto, o município de Almeirim ao longo de sua área territorial possui a indicação de jazidas de Alumínio, Carindon, Titânio e Ouro. A indicação da localização deste potencial consta no mapa de Representação da Exploração Mineral na área de interesse em anexo. 2.2.3.3 Caracterização das condições geotécnicas O solo que recobre a área do empreendimento foi classificado como solos hidromórficos. Estessolos ocupam a área da subestação e sua espessura pode variar de 4 metros a 8 metros. A resistência é superior a 10 golpes por 30 centímetros pelo método de sondagem por percussão. O tipo de solo da área em questão é da categoria A, cuja categorização normatizadora e seus respectivos métodos de escavação são descritos a seguir: Categoria “A” - escavação em solo normal. É a que pode ser executada com utilização de ferramentas normais, como pás, enxadas, enxadões ou escavadeiras, com valores de resistência à penetração iguais ou menores que o equivalente a 25 (vinte e cinco) golpes para os 30 (trinta) centímetros finais, nos ensaios de penetração padronizados (SPT)1; Categoria “B” - escavação em solo muito resistente ou rocha friável. Esta categoria inclui escavação em rocha muito alterada ou muito fraturada, areia muito compacta ou argila muito dura, solo de alteração de rocha muito compacto, com presença de pedras ou matacões. É executada sem uso de explosivos, mas exigindo o emprego de alavancas, picaretas, rompedores e outras ferramentas similares para escavação. Para este tipo de solo, os valores de resistência à penetração deverão ser superiores a 25 (vinte e cinco) golpes para os 30 (trinta) centímetros finais, nos ensaios de penetração padronizados (SPT); R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 28 de 151 Categoria “C” - escavação em rocha. É caracterizada como sendo a escavação que exige a utilização de explosivos para sua execução, sendo impenetrável ao trado manual, a Sondagem SPT e à lavagem por tempo; Categoria “D” - escavação com escoramento. São classificados neste item os terrenos cuja escavação seja executada em presença de água e cuja resistência do terreno seja suficientemente baixa, exigindo escoramento para evitar desmoronamento. A simples presença de água durante a execução da escavação, até a etapa de concretagem, em terrenos que dispensem o escoramento, não é razão suficiente para sua inclusão nesta categoria. Os solos residuais na área do empreendimento são derivativos de quartzitos, dolomitos, conglomerados e ardósias, solos areno-argilosos de cor acinzentada. 2.2.4 Solos 2.2.4.1 Caracterização dos tipos de solo Em relação ao Mapa Pedológico foi utilizado como base o levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Agropecuária - EMBRAPA (2011) na escala de 1:5.000.000. As informações pedológicas estão delimitadas por unidades de mapeamento, que constituem um conjunto de áreas de solos, com posições e relações definidas na paisagem. As unidades de mapeamento são constituídas por diferentes classes de solo, inseridas em um contexto espacial semelhante. Ajustes em relação à nomenclatura das unidades e classes de solo foram realizados com o intuito de padronização ao novo sistema brasileiro de classificação dos solos. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 29 de 151 Figura 8 Indicação pedológica do empreendimento A formação dos solos na região é bastante influenciada pelas características geológicas e geomorfológicas. Predominam, na área do empreendimento, solos hidromórficos, como os Gleissolos que se caracterizam pela saturação por água durante quase todo o ano e, por essa condição de encharcamento, apresentam horizonte azulado ou acinzentado devido ao ambiente reduto. Ocorrem nas áreas planas sob vegetação higrófila. Figura 9Tipo de solo caracterizado como solos hidromórficos Outra classe de solo bastante comum na região é o Neossolo Flúvico. Esse se caracteriza por solos minerais que possuem características muito variáveis, dependendo da natureza e da forma de distribuição dos depósitos dos sedimentos R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 30 de 151 originários. Podem apresentar perfis profundos ou não, estratificados em algumas camadas ou compostos por somente dois horizontes distintos, não havendo necessariamente relação pedogenética entre si. Essa estratificação reflete, portanto, a dinâmica de deposições e transportes gravitacionais e aluviais que apresentam espessuras e granulometrias variáveis. Além disso, no município de Almeirim são encontrados os seguintes tipos de solos:latossolo amarelo de textura média argilosa, concrecionárioslateríticos indiscriminados, distróficos textura indiscriminada,podzólico vermelho e amarelo de textura argilosa média e distróficos de texturas indiscriminadas (Amorim et al., 2010). Figura 10Tipo de solo caracterizado como latossolo amarelo de textura média argilosa Para melhor descrição dos tipos de solo que ocorrem no município de Almeirim, para fins descritivos, dividiu-se os mesmos em 2grandes categorias: Solos de Terra Firme e Solos de Várzea. Em seguida, são descritas informações complementares das principais características das ordens de solos mais comuns e mais representativas na região. Além disso, estas classes são apresentadas no mapa anexo ao relatório. As unidades pedológicas estão descritas na tabela a seguir: Tabela 6 Unidades Pedológicas Componente CoSimbolos Componente Dominante dominante Gleissolos Háplicos Ta Gleissolos Háplicos Ta GXve1 Eutróficos Distróficos Gleissolos Háplicos Ta Neossolos Fluvicos Ta GXve2 Solos de Várzea Eutróficos Eutróficos Nitossolos Vermelhos Nitossolos Vermelhos NVe1 Eutróficos Distróficos RLd1 Neossolos Litólicos Distróficos Grupos R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Associação Neossolos Fluvicos Ta Eutróficos Plintossolos Háplicos Distróficos Neossolos Litólicos Abril de 2013 Revisão 00 31 de 151 Distróficos RLd2 Neossolos Litólicos Distróficos RLd3 Neossolos Litólicos Distróficos LAd1 LVAd1 LVAd2 LVAd3 LVAd4 Solos de Terra Firme LVAd5 LVAd6 LVd1 PVAd1 PVAd2 PVe1 Latossolos Amarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos Vermelhos Distróficos Argissolos Vermelho-Amarelos Distróficos Argissolos Vermelho-Amarelos Distróficos Argissolos Vermelhos Eutróficos Argissolos VermelhoAmarelos Distróficos Argissolos VermelhoAmarelos Distróficos Plintossolos Pétricos Concrecionários Cambissolos Háplicos Ta Eutróficos Plintossolos Pétricos Concrecionários Neossolos Litólicos Distróficos Argissolos VermelhoAmarelos Distróficos Argissolos VermelhoAmarelos Distróficos Plintossolos Háplicos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Latossolos VermelhoAmarelos Distróficos Plintossolos Pétricos Concrecionários Argissolos VermelhoAmarelos Distróficos Neossolos Litólicos Distróficos Solos de Terra Firme (Argissolos e Latossolos) Argissolos Compreende solos minerais, que têm como característica diferencial a presença de um horizonte B textural2 (Bt), imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, exceto o hístico (orgânico), sem apresentar, contudo, os requisitos para serem enquadrados nas classes dos Alissolos, Planossolos, Plintossolos ou Gleissolos (Embrapa, 1999). São de profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amarelados e, mais raramente, brunadas ou acinzentada. A textura varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sendo a transição entre os horizontes A e Bt é usualmente clara ou abrupta. O horizonte superficial, denominado de A, é sempre mais arenoso, evidenciando gradiente textural em relação aos horizontes subsuperficiais. O fenômeno de iluviação de argila é freqüente, e pode ser constatado pela presença de material coloidal translocado revestindo as unidades estruturais (cerosidade). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 32 de 151 Na região em estudo, esses solos apresentam caráter forte a moderadamente ácido, com valores de pH em água variando de 3,3 a 4,92, com capacidade de troca de cátions entre 1,74 a 24,96 comlc.Kg-1 de solo, saturação por bases baixas, com teores mais elevados nos horizontes superficiais devido à influência dos maiores teores de matéria orgânica. São predominantemente cauliníticos e com relação molecular Ki variando de 1,0 a 2,3, em correlação com as argilas de baixa atividade. A saturação de bases (V) varia respectivamente de 1 a 36%, o que os classifica como distróficos (V < 50%). Nesta classe estão incluídos os solos que foram nesta região classificados anteriormente como Podzólico Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Escuro e Podzólico Amarelo. Sob condições naturais, os Argissolos e Latossolos estão recobertos por uma densa e rica floresta de terra firme e ocorrem na parte mais elevada da paisagem, normalmente com os Latossolos ocupando os topos planos (os platôs) e os Argissolos o terço médio e inferior da encosta. Apesar de várias características em comum, Argissolos e Latossolos apresentam algumas diferenças importantes. Normalmente, os Latossolos são mais bem drenados, maisprofundos e mais argilosos dentro de uma mesma toposeqüência, enquanto os Argissolos ocorrem normalmente em condições de relevo um pouco mais movimentado, isto é, áreas de maior declividade. Ao contrário dos Latossolos, que se apresentam quase uniformes, os Argissolos apresentam maior diversidade de características em função de sua posição na paisagem. Aqueles que ocorrem nas partes mais elevadas da paisagem e que, assim como os Latossolos, não sofrem influência direta do lençol freático. São solos bem drenados, com menor diversidade de componentes minerais, pobres em nutrientes, elevada acidez, alémde elevada saturação por alumínio. Descendo na paisagem e aproximando-se do nível de base, os Argissolos vão se tornando mal drenados e passam a apresentar caráter plíntico típico. Os Argissolos plínticos (Antigos Podzólicos plínticos) ocorrem em áreas com drenagem deficiente durante algum período do ano, o que condiciona o aparecimento de horizonte plíntico, resultante de processos de oxi-redução no solo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 33 de 151 O incremento textural típico dos Argissolos, com o horizonte superficial mais arenoso, é fundamental no processo erosivo, uma vez que a água tende a se infiltrar mais rapidamente na superfície mais arenosa e mais lentamente na subsuperfície mais argilosa. Essa diferença na velocidade de infiltração da água do solo resulta no escoamento subsuperficial da água, que pode levar a perdas significativas de solos por erosão. Em suma, os Argissolos, especialmente quando apresentam gradiente textural mais elevado e ocorrem em relevo mais declivoso, são os solos mais sujeitos às perdas por erosão na terra firme. Sob condições naturais, de cobertura de mata nativa, praticamente não há perdas significativas, porém uma vez expostos para a construção de acessos ou faixas, estes solos podem sofrer perdas significativas por erosão. Portanto, os cuidados nas áreas de Argissolos, especialmente quando em relevo ondulado a mais declivoso e com elevado gradiente textural, devem ser redobrados, notadamente quando ao final do declive encontrar-se um pequeno curso d’água o qual poderá ser facilmente assoreado. Latossolos Os Latossolos são solos minerais que apresentam horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura (Embrapa, 1999). Em razão da boa drenagem interna, de ocorrer em relevo mais plano, de apresentarem lençol freático mais profundo, da origem a partir de sedimentos continentais muito antigos, os Latossolos são os solos mais evoluídos da paisagem e, como consequência das enérgicas transformações no material constitutivo, são praticamente destituídos de minerais primários ou secundários menos resistentes ao intemperismo, além de apresentarem baixa reserva de nutrientes. Por outro lado, apresentam uma boa estrutura (estrutura granular forte), isto é, uma boa agregação entre as frações primárias argila, silte e areia; além disso, também apresentam pequena variação no teor de argila em profundidade e um teor médio a baixo de matéria orgânica. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 34 de 151 Todas essas características conferem aos Latossolos maior resistência à erosão do que as demais classes de solos e uma boa capacidade de regeneração natural após eventos impactantes, isto é, maior resiliência. Nesta classe estão incluídos todos os solos classificados anteriormente como Latossolos, excetuadas algumas modalidades anteriormente identificadas como Latossolos plínticos. Esta classe de Latossolo apresenta normalmente baixo teor de ferro e cores brunoamarelado e amareladas, nos matizes 7,5 YR e 10 YR. A unidade de Latossolo Amarelo possui normalmente horizonte A moderado, seguido de um horizonte B latossólico espesso, friável e duro, muito duro quando seco. São solos fortemente ácidos, com valores de pH em água entre 3,5 a 5,7, com baixa saturação por bases, distróficos ou álicos, com capacidade de troca de cátions baixa, inferior a 17 cmolc kg-1 de argila sem correção para o carbono, predominantemente cauliníticos. Possuem relação silte/argila com média variando entre 0,21 a 0,43 no horizonte A e entre 0,08 e 0,47 no horizonte B. A capacidade de troca catiônica nos horizontes superficiais é devida aos teores de matéria orgânica, o que demonstra a importância dos compostos orgânicos nestes solos, onde dominam a caulinita e os óxidos de ferro como colóides minerais responsáveis pelas adsorções iônicas. São solos muito porosos, com 40 a 60% de volume de poros, dos quais 67 % correspondem a microporos. As taxas de infiltração de água são altas que, aliado à baixa CTC, favorece a lixiviação dos nutrientes, especialmente de bases trocáveis. Solos de várzea Gleissolos Compreende solos hidromórficos, constituídos por material mineral, que apresentam horizonte glei dentro dos primeiros 50 cm de profundidade, ou a profundidade entre 50 a 125 cm desde que imediatamente abaixo de horizontes A ou E (gleisados ou não), ou precedidos por horizonte B incipiente, B textural ou C com presença de mosqueados abundantes com cores de redução (Embrapa, 1999). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 35 de 151 São solos mal ou muito mal drenados em condições naturais. A cores desde cinzentas até pretas, espessura entre 10 e 50 cm e teores médios-altos de carbono orgânico. O encharcamento do solo durante longo período do ano resulta em condições anaeróbicas e consequente redução do ferro férrico para o estado ferroso (Fe2+), no processo denominado de gleização. O processo de gleização implica na manifestação de cores acinzentadas, azuladasou esverdeadas, e na solubilização do ferro, promovendo translocação e reprecipitação dos seus compostos. Os Gleissolos normalmente desenvolvem-se a partir de sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo formar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, em áreas abaciadas ou depressões, e eventualmente em áreas inclinadas sob influência do afloramento de água subterrânea (surgentes). São solos formados sob vegetação hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea. Esta classe abrange os solos que foram classificados anteriormente como Glei Pouco Húmico, Glei Húmico, parte do Hidromórfico Cinzento, Glei Tiomórfico e Solonchak. Neossolos Flúvicos Compreende solos constituídos por material mineral ou por material orgânico com espessura inferior a 30 cm, apresentando pequena expressão dos processos pedogenéticos como consequência de características do próprio material, de sua resistência ao intemperismo ou composição química, e do relevo, que podem impedir ou limitar a evolução desses solos (Embrapa, 1999). Apresentam sequência de horizontes A-R, A-C-R, A-Cr-R, A-Cr, A-C, O-R ou H-C, sem atender, contudo, aos requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes dos Chernossolos, Vertissolos, Plintossolos, Organossolos ou Gleissolos. Esta classe admite diversos tipos de horizontes superficiais, incluindo o horizonte O ou H hístico, com menos de 30 cm de espessura quando sobrejacente à rocha ou a material mineral. Nesta classe estão incluídos os solos que foram anteriormente classificados como Litossolos e Solos Litólicos, Regossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas (distróficas, marinhas e hidromórficas). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 36 de 151 Pertencem ainda a esta classe solos com horizonte A ou hístico, com menos de 30 cm de espessura, seguidos de camada(s) com 90% ou mais (expresso em volume) de fragmentos de rocha ou do material de origem, independente de sua resistência ao intemperismo. Os Neossolos ocorrem principalmente às margens dos rios e lagos, os eutróficos associados aos rios de água barrenta e os distróficos aos rios de água preta,onde a quantidade de sedimentos é reduzida e há teores bastante elevados de ácidosorgânicos em dissolução (Vieira & Santos, 1987). Em razão do menor grau do intemperismo, os solos de várzea apresentam teores mais elevados de silte, mas também apresentam baixos teores de areia grossa, indicando a incapacidade dos cursos d’água em transportar sedimentos mais grosseiros até a planície de sedimentação. A acidez é moderada e os valores de pH são, em geral, superiores a 5,0. Os teores de nutrientes são mais elevados, enquanto os teores de alumínio tóxico são relativamente baixos. O cálcio é o cátion predominante e os teores de magnésio e sódio são também elevados, o que resulta em valores elevados de soma e de saturação por bases. 2.2.4.2 Potencial agrícola O local do empreendimento possui baixo potencial agrícola, pois apresenta uma baixa fertilidade natural. Os Gleissolos presentes no localcaracterizam-se comosolos hidromórficos (permanentemente ou periodicamente saturados por água), constituídos por material mineral, que apresentam horizonte glei dentro de 150cm da superfície do solo, imediatamente abaixo de horizontes A ou E (com ou sem gleização). São solos mal ou muito mal drenados em condições naturais. O encharcamento do solo durante longo período do ano resulta em condições anaeróbicas e consequente redução do ferro férrico para o estado ferroso (Fe2+), no processo denominado de gleização. O processo de gleização implica a manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas, e na solubilização do ferro, promovendo translocação e reprecipitação dos seus compostos. Os Gleissolos normalmente desenvolvem-se a partir de sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 37 de 151 de hidromorfia, podendo formar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, em áreas abaciadas ou depressões, e eventualmente em áreasinclinadas sob influência do afloramento de água subterrânea (surgentes). São solos formados sob vegetação hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea. Esta classe abrange os solos que foram classificados anteriormente como Glei Pouco Húmico, Glei Húmico, parte do Hidromórfico Cinzento, Glei Tiomórfico e Solonchak. 2.2.5 Recursos Hídricos e Uso da Água 2.2.5.1 Identificação dos corpos d’água Segundo a Divisão Hidrográfica Nacional, o Estado do Pará encontra-se localizado na Região Hidrográfica Amazônica, constituída pela bacia hidrográfica do rio Amazonas situada no território nacional, pelas bacias hidrográficas dos rios existentes na Ilha de Marajó, além das bacias hidrográficas dos rios situados no Estado do Amapá que deságuam no Atlântico Norte (Resolução CNRH n° 32, de 15 de outubro de 2003), perfazendo um total de 3.869.953 km² (ANA, 2013). Figura 11 Regiões hidrográficas do Brasil R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 38 de 151 Fonte: ANA,2012 O Estado do Pará possui 20 grandes bacias hidrográficas, sendo agrupas em 7 Regiões Hidrográficas e 13 Sub-regiões ou Unidades Hidrográficas de Planejamento (UHPLAN) (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). As mesmas são divididas em: Tabela 7 Regiões hidrográficas, Sub-regiões e Unidades de Planejamento (UHPLANs) Regiões Sub-regiões UHPLAN Hidrográficas Costa Atlântico 1 AltânticaGurupi 2 Nordeste Moju-Capim 3 TocantinsTocantins 4 Araguaia Araguaia 5 Xingu 6 Tapajós 7 Calha Norte Nhamundá-Trombetas 8 Cuminapanema/Maicuru 9 Paru/Jari 10 Baixo 11 Amazonas Portel-Marajó Portel 12 Arquipélago do Marajó 13 Fonte: EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009) De acordo com a divisão, o empreendimento encontra-se localizado na UHPLAN 10 na Região Calha Norte e na Subregião Paru-Jari.Em sua margem esquerda, localizase o município de Almeirim. O Rio Paru atravessa o município de Almeirim desde a sua nascente até a sua foz. À montante do município, grande parte do seu curso apresenta trechos encachoeirados e a jusante, penetram em áreas sedimentares até desembocar no Amazonas. Seus afluentes principais são os rios Citaré, Itapecurú, Tucuranã, Paicuru e Urucurituba, todos pela margem direita (Amorim et al., 2010). O Rio Jari apresenta curso paralelo ao Rio Paru e nasce nos limites do Estado com o Suriname. À montante, atravessa trechos encachoeirados de áreas cristalinas e é o divisor natural entre o estado do Pará e o estado do Amapá. Apenas seus afluentes da margem direita pertencem ao município de Almeirim: o igarapé Paruzinho, Ipitinga e Carecaru. À jusante, entra em contato com as rochas sedimentares até a sua embocadura no rio Amazonas (Amorim et al., 2010). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 39 de 151 Ao sul da margem esquerda a do Rio Jari encontra-se a sede do município e os limites com os municípios de Porto de Moz e Prainha. Para este rio convergem os rios Tuaré, Jataí e Paranaguara (Amorim et al., 2010). Entre a sede municipal e a SE Jurupari localiza-se uma área de várzea marinha do rio Amazonas. Esta se forma sob a influência de dois regimes de inundação: um de enchentes periódicas e outro de enchentes diárias. As enchentes periódicas, anuais, enchem durante aproximadamente 5 meses e vazam por igual período, sendo no clímax da enchentes, a água transborda, inunda as várzeas e permanece de 1 a 3 meses. Destaca-se que as maiores vazões na região amazônica são observadas entre os meses de maio a julho e as menores entre outubro e novembro (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). 2.2.6 Uso da água Com relação à navegação, o Rio Amazonas é uma das maiores hidrovias do Brasil, tendo duas administrações Hidroviárias que são da Amazônia Ocidental – AHMIOC e da Amazônia Oriental – AHIMOR. Na área de atuação da Administração da Hidrovia da Amazônia Oriental - AHIMOR envolve os Estados do Pará e Amapá, correspondem às hidrovias do Amazonas, do Marajó, do Tapajós-Teles Pires, além dos rios navegáveis Xingu, Trombetas e Jari (MT/DNIT, 2013). A Administração da Hidrovia da Amazônia Oriental – AHIMOR gerencia a hidrovia do Solimões/Amazonas em seu trecho de Manaus a Belém. Nesse trecho se localiza o município de Almeirim. Essa hidrovia serve de via navegável para a região. A hidrovia e dividida em dois tramos/partes: o Solimões, que se estende de Tabatinga/AM a Manaus/AM, tendo aproximadamente 1.600 km e o Amazonas, que vai de Manaus/AM a Belém/PA, com 1.650 km. O primeiro tramo/parte possui calado mínimo de 6 metros, com alguns pontos críticos na secas, e o segundo com calados de 10 metros, o que permite acesso de navios marítimos de até 60.000 Tonelada por Porte Bruto- TPB. Esta via é de extrema importância, pois além das grandes cidades existentes às suas margens, ainda é a confluência de outros cursos d'água navegáveis, tais como o Madeira e Tocantins (MT/DNIT, 2013), conforme apresentado na figura a seguir: R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 40 de 151 Figura 12Hidrovia do Solimões/Amazonas em seu trecho de Manaus a Belém. Fonte: MT/DNIT,2013. As principais utilizações dos recursos hídricos identificados na região foram: geração de energia elétrica, turismo, lazer, transporte e pesca. Com ênfase no aproveitamento hidrelétrico, o Relatório de Atividades da ANA (2011), destaca os empreendimentos que tiveram as suas análises concluídas em 2010. São eles: UHE Teles Pires, localizada em Teles Pires (MT/PA), com capacidade para gerar1.820 MW; UHE Colíder, localizada em Teles Pires (MT), com capacidade para gerar 300 MW; UHE Santo Antônio do Jarí, localizada em Jari (AP/PA), com capacidade para gerar 300MW; UHE de Belo Monte, localizada no rio Xingu (PA), com capacidade paragerar 11.233MW (UHE de Belo Monte já foi concluída em 2009, no entanto, esta UHE e a segunda maior usina em potência instalada do País, atrás apenas de Itaipu, sendo importante citá-la por esta localizada no Estado do Pará, porém distante do município de Almeirim. Ressalta-se que a UHE Santo Antônio do Jari se localiza no município de Almeirim, no distrito de Monte Dourado. A UHE, portanto, se encontra distante da área da SE Jurupari. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 41 de 151 2.3 Meio Biótico 2.3.1 Vegetação e Uso do Solo 2.3.1.1 Vegetação 2.3.1.1.1 Fitosionomias Segundo dados do IBGE (1997), no bioma Amazônico brasileiro foram reconhecidos 70tipos de vegetação não antropizadas e 06tipos de vegetação antropizada (secundária). De acordo com sua estrutura, fisionomia, topografia, altitude e composição florística, estes tipos de vegetação pertencem a 07principais grupos, a saber (os valores em parênteses referem-se ao percentual em relação ao bioma Amazônico): • Florestas Ombrófilas Densas (53,63%) • Florestas Ombrófilas Abertas (25,48%) • Savanas Amazônicas (6,07%) • Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais (4,64%) • Campinaranas (4,10%) • Formações Pioneiras com influência fluvial ou marinha (1,87%) • Refúgios Montanos (0,029%) • Outras formações (4,181%) Portanto, o bioma Amazônico brasileiro é constituído predominantemente por formações florestais, sendo dominantes as Florestas Ombrófilas Densas e as Florestas Ombrófilas Abertas. As Áreas de Tensão Ecológica representam parcela significativa deste bioma. Considerando os biomas brasileiros, conforme o IBGE 2004, a área do empreendimento situa-se inteiramente no Bioma Amazônia ou Amazônico, assim como todo o Estado do Pará, onde se encontra a área de ampliação da SE Jurupari. Dentre as formações amazônicas típicas predominam naárea da SE Jurupari a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Ombrófila Densa Aberta. No entanto, esta visita preliminar é bastante genérica e não apresenta o detalhamento encontrado no R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 42 de 151 Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal (IBGE, 2006), sendo útil apenas para contextualizar a cobertura vegetal da área de ampliação da SE em termos do território brasileiro. Para a caracterização e descrição da cobertura vegetal da área de ampliação da SE, atualmente suprimida, serão utilizados dados secundários apresentados pelo IBGE (2004) e principalmente pelo Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal (IBGE, 2006). No entanto, foram consultados alguns relatórios conclusivos de publicações citadas. A distribuição das fitofisionomias na área de ampliação da SE tem como referência o sistema proposto no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992). A cobertura vegetal da área, suprimida quando da instalação da SE, correspondente apenas a Floresta Ombrófila Aberta Submontana e a Savanas Amazônicas ou Cerrados. A Floresta Ombrófila Aberta Submontana com cipós, dentre as quatro faciações florísticas existentes na Amazônia (com palmeiras, cipós, sororoca e bambu) caracteriza-se por se situar entre 4º de latitude norte e 16º de latitude sul, situadas acima dos 100metros de altitude e não raras vezes chegando a cerca de 600 metros (IBGE, 1992). Para o Projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1974), a Floresta Ombrófila Aberta Submontana com cipó ocorre preferencialmente nas depressões, mas ocupa também as encostas das elevações rochosas, principalmente nas cristas quartizíticas, com relevos colinosos, dissecados em cristas e de interflúvios tabulares onde predominam solos tipo Podzólico Vermelho Amarelo distrófico e Afloramentos Rochosos. Ainda segundo o projeto, a Floresta Ombrófila Aberta com cipós ou Floresta Latifoliada (Cipoal) é uma formação arbórea, total ou parcialmente envolvida por lianas, cujas feições, ditadas pela topografia, mostram nas áreas aplainadas uma fisionomia florestal bastante aberta, de baixa altura (excepcionalmente ultrapassando os 10 metros) e completamente coberta por lianas lenhosas e herbáceas, que emprestam à paisagem um aspecto de “torres” folhosas, e solo atapetado por um grande emaranhado. Já nas áreas mais acidentadas, com estreitos vales ocupados pelo babaçu e com largas encostas cobertas pelo cipoal, as árvores são mais altas (com mais de 25 metros) e mais densamente distribuídas, embora as lianas continuem a envolver a R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 43 de 151 maior parte da floresta. Nesta feição, as poucas árvores realmente de porte estão afastadas umas das outras, e os cipós que as envolvem misturam-se com os galhos das copas, ficando pendentes num emaranhado de grossos elementos sarmentosos. Advém daí o nome “cipoal”, ou “mata de cipó”, que aqui se generalizou para todas as fisionomias da floresta aberta, de portes os mais variados, com profusão de lianas. Segundo Veloso, o “cipoal” constitui um anticlímax de evidências bioclimáticas ligadas a provável flutuação climática mais seca (VELOSO e al, 1974 in BRASIL, 1974). A Floresta Ombrófila Aberta Submontana com cipós tem distribuição bem mais restrita na área de ampliação da SE que as áreas de Savana ou Cerrado. As Savanas ou Cerrados encontrados na área que abrange a SE fazem parte de uma faixa de contato que se estende ao longo da margem esquerda do rio Amazonas, entre as cidades de Almeirim e Mazagão. Nessa faixa se observa um relevo movimentado, com rochas areníticas da Formação Barreiras. Na área ocorre uma alternância de pequenos campos (tipo campo cerrado e parque) e floresta, condicionada por um conjunto de fatores edáficos, constituindo encraves de Cerrado em meio à Floresta (BRASIL, 1974). Estas formações são um exemplo das chamadas Savanas Amazônicas e, de acordo com a definição do IBGE (1992), formam provavelmente uma vegetação disjunta, desenvolvida em virtude de um encrave edáfico, podendo ser considerada como uma comunidade em transição para outro tipo de vegetação (Tensão Ecológica). Portanto, em clímax edáfico e não climático, visto que a limitação encontrada nestas áreas se dá pelos solos lixiviados e aluminizados, e não como nos Cerrados do restante do Brasil, que estão associados às regiões de clima estacional (com quatro a seis meses secos). O Cerrado é um complexo vegetacional onde ocorrem formações florestais, savânicas e campestres. Apresenta sinúsias de hemicriptófitos, geófitos e fanerófitos oligotróficos de pequeno porte, com ocorrência por toda Zona Neotropical (VELOSO, 1992). Sua principal característica estrutural é a coexistência de dois tipos de forma de vida contrastantes, na qual uma componente vegetal herbácea rasteira, formada principalmente por gramíneas, concorre com árvores e arbustos (KLINK et al., 2.005). Esta característica estrutural dá ao Cerrado típico a fisionomia de um bosque aberto, com estrato arbustivo-arbóreo de árvores contorcidas e grossas de pequena estatura (alturas entre 8 e 12 metros), entremeadas por um estrato herbáceo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 44 de 151 A proporção relativa destes dois componentes varia em relação ao tipo de solo e a características edáficas, topográficas e climáticas, propiciando variações fisionômicas na vegetação, refletidas em florestas, savanas e campos (RIBEIRO & WALTER, 1998). Mesmo em áreas com o mesmo tipo de solo, a vegetação do Cerrado pode variar drasticamente em resposta a dois determinantes importantes: disponibilidade de água e frequência de fogo. As queimadas, que ocorrem por razões naturais ou antrópicas, tendem a alterar a fisionomia da vegetação, gerando altas taxas de mortalidade de plantas de pequeno porte no estrato lenhoso (MOREIRA, 2000; SATO & MIRANDA, 1996) e selecionando espécies resistentes à passagem do fogo. Desse modo, o fogo atua na modificação da composição florística e, quando acontece em baixa frequência, auxilia na manutenção da alta biodiversidade (ALHO & MARTINS, 1995; KLINK, 1996), além de amplificar variações fisionômicas na vegetação (RIBEIRO & WALTER, 1998). Porém, quando se torna mais frequente, o fogo tende a provocar o raleamento do estrato lenhoso, por sua vez acompanhado por adensamento do estrato herbáceo, no qual as gramíneas formam o componente dominante. O aumento na quantidade de biomassa seca favorece a reincidência de queimadas cada vez mais intensas e a maior perda de nutrientes (KLINK et al., 2005), levando ao empobrecimento da vegetação. Na área do entorno do empreendimento ocorrem duas formações das Savanas Amazônicas: a Savana Florestada e a Savana Arborizada sem floresta de galeria. A Savana Florestada, Cerradão ou Floresta Xeromorfa é considerada uma formação florestal por Eiten (1972) e Ribeiro e Walter (1998) e é característica das áreas areníticas lixiviadas com solos profundos (IBGE, 1992). Contém espécies que ocorrem no Cerrado Sentido Restrito (RIBEIRO; WALTER, 1998) ou Cerrado Sensu Stricto (EITEN, 1972) e nas Matas Secas (RIBEIRO e WALTER, 1998). Aparece nos interflúvios sobre solos profundos bem drenados de média a baixa fertilidade ligeiramente ácidos, do tipo latossolos e cambissolos distróficos. A altura média do estrato arbóreo é de 8 a 15 metros e a cobertura do dossel varia de 50 a 90%. Embora seja uma formação florestal, as condições de luminosidade favorecem o desenvolvimento de estratos arbustivos e herbáceos diferenciados. Quando ocorre sobre solos pobres, o Cerradão é classificado como distrófico. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 45 de 151 A Savana Arborizada ou Savana Arbórea Aberta, também chamada de “campo cerrado” ou de “cerrado sentido restrito” (senso RIBEIRO & WALTER, 1.998) é uma formação de fisionomia variável, de campestre a savânica, natural ou antrópica, povoada com arvoretas que podem ou não ser anualmente afetadas pelo fogo. De modo geral, as fisionomias do Cerrado são caracterizadas por um tapete gramíneolenhoso geralmente contínuo, entremeado por palmeiras anãs, e árvores e arvoretas gregárias, geralmente raquíticas (até 6 metros de altura), tortuosas, de cascas grossas fendidas e sulcadas, raízes profundas e folhas rígidas e coriáceas, com gemas apicais protegidas por densa pilosidade (RIBEIRO; WALTER, 1998). A composição florística é semelhante à Savana Florestada, e apresenta espécies comuns às formações campestres. Porém, sua estrutura é diferente das formações campestres e, em relação à Savana Florestada, mais aberta e mais baixa, com árvores e arvoretas tortuosas. Em grande parte das espécies lenhosas, o córtex é bastante suberoso, espesso e sulcado. O Campo Cerrado que aparece próximo a área de ampliação da SE Jurupari é uma formação sub-clímax do grupo arbóreo, com pequenas árvores esparsas (entre 2 e 5 metros de altura), esgalhadas e bastante tortuosas, dispersas sobre um tapete graminoso contínuo de hemicriptófitas, intercalado de plantas arbustivas e outras lenhosas rasteiras, em geral providas de xilopódios (RACHID, 1947 in BRASIL, 1974). A Savana Arborizada sem floresta de galeria possui distribuição restrita à margem esquerda do rio Amazonas, em algumas manchas em meio a áreas de Tensão Ecológica, as quais foram mapeadas pelo PROBIO (MMA, 2006) como uma única categoria denominada Contato Savana / Floresta Ombrófila. Durante a visita técnica, foram identificadas algumas áreas com Campinarana Arborizada sem palmeiras próximas a SE, onde este tipo de vegetação é uma formação vegetal esclerófila, com porte muito baixo (< 3 metros) para os padrões das florestas amazônicas e fisionomicamente muito semelhante às moitas arbustivas das restingas litorâneas. Está restrita em manchas com alta incidência lumínica no nível do solo, em cuja porção superficial existe uma rede intrincada e macia de raízes finas de 15 a 20 centímetros de espessura, que cede aos passos, criando a impressão de que o terreno é “flexível”. Abaixo do “tapete” de raízes o solo é arenoso, com uma camada húmica e escura de 15 a 20 centímetros de espessura, e abaixo desta, branca e que R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 46 de 151 se torna mais úmida à medida que se dá o aumento da profundidade, indicando a superficialidade do lençol freático. É dominado por plantas raquíticas, os mesmos ecótipos que ocorrem nos interflúvios tabulares da região, que são capeadas pelo solo Podzol Hidromórfico das depressões fechadas, em geral circulares e totalmente cobertas por Trichomanes, com esparsos indivíduos xeromorfos providos de xilopódios, e tufos do líquen Cladonia, refugiados sob a sombra da Mumiia balsamifera var.floribunda (umiri-da-campina), que na floresta ombrófila atinge alto porte. A ocorrência das palmeiras Astrocarium javari, Leopoldinia pulchra e Euterpe catingae é bastante significativa (IBGE, 1992). A análise do estado de conservação dos ecossistemas presentes na área do empreendimento caracteriza-se pela ocupação de áreas antrópicas, onde esta é menor que aquela com vegetação natural. As áreas antrópicas concentram-se especialmente no entorno da Subestação Jurupari e ao longo da várzea do Rio Paru, configurando uma ocupação mais recente. A seguir são descritas todas as categorias classificadas como Áreas Antrópicas Dominantes no Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal (IBGE, 2006). A vegetação secundária corresponde aos trechos em que a vegetação original foi suprimida e substituída por plantações ou foi alterada por intervenções antrópicas e posteriormente abandonada, permitindo a instalação dos processos de sucessão ecológica. Para o Projeto RADAM (BRASIL, 1974), a floresta secundária é uma formação proveniente da devastação da floresta, por processos que vão desde o arrasamento da área para o estabelecimento da agricultura até a retirada das árvores de valor econômico. Quando a floresta foi arrasada e o terreno abandonado ocorre a regeneração natural, em princípio com ervas e arbustos heliófilos de larga distribuição, como a imbaúba (Cecropia spp) e o lacre (Vismia spp). Não havendo novas derrubadas, a capoeira acaba dominada por arbustos grandes, árvores e palmeiras de rápido crescimento, que nascem de sementes dispersas no terreno ou oriundas de florestas vizinhas. O capoeirão, após alguns anos, vai se assemelhando à floresta primitiva, porém nunca chega a se igualar a ela. Quando a floresta é arrasada em virtude de queimadas, a maioria dos troncos e sementes morrem, ficando o solo modificado e prejudicado pelo R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 47 de 151 fogo. A capoeira se reduz a espécies esclerofilas, tornando-se bem mais lenta a sucessão, que perdura por muitos anos (BRASIL, 1974). Na margem direita do rio Paru, apesar da grande antropização, ainda há fragmentos da Floresta Ombrófila Densa Submontana, e grandes remanescentes da Floresta Ombrófila Densa Submontana com Dossel emergente, da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas com Dossel emergente e da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, além de pequenas áreas com Campinarana Arborizada sem palmeiras. Figura 13Fragmentos da Floresta Ombrófila Densa Submontana As áreas em Tensão Ecológica ou Vegetação de Transição ocorrem entre duas ou mais regiões ecológicas ou tipos de vegetação. De forma geral, as áreas de tensão são representadas por mosaicos vegetacionais, tanto em escala local como regional, com características das faciações dos dois biomas em interface. Existem sempre, ou pelo menos na maioria das vezes, comunidades indiferenciadas, onde as floras se interpenetram, constituindo as transições florísticas ou contatos edáficos. O primeiro caso se refere ao “mosaico específico” ou ao próprio ecótono. O segundo caso se refere ao “mosaico de áreas edáficas”, onde cada encrave guarda sua identidade ecológica, sem se misturar (IBGE, 1992). É praticamente inviável descrever áreas de Tensão Ecológica de forma objetiva, visto que áreas de “transição” ecológica constituem espaços em que duas unidades ecossistêmicas se encontram e têm suas naturezas transformadas, de modo que uma eventualmente deixa de existir e a outra predomina. Entretanto, esta situação pode não ocorrer necessariamente. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 48 de 151 O contato entre tipos de vegetação com estruturas fisionômicas semelhantes fica muitas vezes imperceptível e o mapeamento por simples fotointerpretação não é possível. Já em outros ecótonos, principalmente quando os tipos de vegetação envolvidos apresentam estruturas fisionômicas contrastantes, como por exemplo: Floresta Ombrófila / Savana (Cerrado), a delimitação do mosaico florístico se torna fácil e praticável, podendo ser efetuado por simples fotointerpretação (IBGE, 1992). Segundo o PROBIO (MMA, 2006), cerca de 12,47% do Bioma Amazônico brasileiro encontra-se com sua cobertura vegetal nativa alterada, representada por 9,50% de áreas antropizadas e 2,97% de áreas com vegetação secundária em regeneração. Especificamente o estado do Pará, o segundo com maior área do bioma Amazônico, encontra-se antropizado em cerca de 22,85% de sua área total de 1.241.662,53 km2. Um dos principais problemas causadores do desmatamento na Região Amazônica é a falta crônica de regularização fundiária. A maioria dos ocupantes de longa data é formada por posseiros, e grande parte dos assentados pelo próprio governo não possui titularidade da terra, sendo que muitos dos donos originais já venderam as suas propriedades nos assentamentos para terceiros. Além disso, investigações do governo federal (INCRA em 1999 e CPI da Grilagem em 2002) apontaram a existência de aproximadamente 100 milhões de hectares de terras com documentação suspeita (sendo que cerca de 70 milhões de hectares tiveram subsequentemente o registro suspenso pelo INCRA), dos quais 20,8 milhões de hectares (em somente 422 fazendas) situavam-se no Pará, em regiões como Porto de Moz e Terra do Meio. O processo de ocupação irregular geralmente começa com a extração ilegal de madeira, que leva a infraestrutura viária e promove a retirada da cobertura florestal. O inverso também ocorre, ou seja, a implantação de infraestrutura viária leva à extração ilegal de madeira. Segundo o IMAZON, 95% da extração madeireira da Amazônia é feita de forma predatória, causando alteração ou destruição de 18 mil km2 de floresta por ano. De acordo com o Greenpeace, o Pará é responsável por 40% da produção madeireira do Brasil (e também por mais de 1/3 do desmatamento do país). Num momento subsequente à entrada dos madeireiros, a formação de pastagens com o emprego de queimadas não visa necessariamente à criação de gado, mas está ligada à demarcação da posse. O processo se retroalimenta, eliminando os usos tradicionais (geralmente com conflitos e emprego de violência contra as comunidades locais), R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 49 de 151 diminuindo gradativamente a fertilidade do solo e restringindo as possibilidades de desenvolvimento econômico sustentável. Os moradores tradicionais perdem alternativas de sustento, sendo submetidos a condições precárias de trabalho nas fazendas recém instaladas, muitas vezes em regime de escravidão ou semiescravidão. Ao se considerar todo o território do Pará nota-se que os municípiosdesenvolvem diferentes atividades econômicas e estão inseridos em diferentes cadeias produtivas regionais. Assim, é natural encontrar taxas de desflorestamento bastante distintas. O município de Almeirim, onde está localizada a área do empreendimento, apresenta evolução insignificante da área desmatada, enquanto outros, como Novo Repartimento e Altamira, estão incluídos entre os 36 municípios que mais desmataram na Amazônia como um todo. Partindo da sede de Almeirim, os desflorestamentos, ainda pequenos e esparsos, ocorrem ao longo de vicinais que seguem nas direções de Monte Dourado e de Porto Molungu, em fazendas e áreas de exploração madeireira delimitadas entre os rios Paru e Jari, e ainda em áreas de vegetação pioneira de várzea do Amazonas usadas para bubalinocultura e plantio de arroz. Nas imediações de Monte Dourado e Laranjal do Jari há grandes reflorestamentos, principalmente de eucalipto, numa área de cerca de 120.000 hectares pertencentes à empresa Jari Celulose. Embora a área alterada seja expressiva nessas localidades, a reflorestadora é certificada pelo Forest Stewardship Council - FSC, e nota-se um relativo controle na condução da atividade, que tem evitado a expansão descontrolada sobre áreas de floresta madura e promovido a gradativa recuperação de florestas nativas em alguns locais inicialmente desmatados para a implementação do projeto (áreas de preservação permanente, áreas de menor aptidão para o trabalho mecanizado e corredores de diversidade). 2.3.1.2 Uso do Solo Conforme o mapeamento do Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal (IBGE, 2006), as áreas ocupadas por Culturas Cíclicas próximas a SE não são expressivas, estando na maioria das vezes associadas às áreas ocupadas pela pecuária (pastagens) e provavelmente constituem agricultura de subsistência vista a pequena extensão das mesmas, exceção feita a uma grande área localizada na margem esquerda do rio Amazonas, a leste da cidade de Almeirim. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 50 de 151 As pastagens constituem o uso do solo predominante nas Áreas Antrópicas Dominantes. Na margem esquerda do rio Amazonas, foi observada apenas uma área com pastagens, a nordeste da cidade de Almeirim. Esta área faz parte da antiga ocupação desta região, visto que a mesma encontra-se no mapeamento do Projeto RADAM (BRASIL, 1974). A madeira é explorada nas comunidades ribeirinhas para consumo próprio, ou seja, para construção de casas e embarcações.A exploração comercial pelos comunitários ribeirinhos é praticamente inexistente. A atividade florestal através de manejo florestal com ênfase no setor madeireiro, manejo florestal madeireiro de várzea, manejo florestal comunitário e reflorestamento comercial é o maior potencial econômico de Almeirim.Quanto ao desenvolvimento florestal a extração madeireira pode ser posta como um componente importante da renda familiar, mas acredita-se que a forma mais interessante é a de uso múltiplo da floresta com a agricultura integrada (Amorim et al., 2010). Considera-se que os produtos florestais madeireiros podem aumentar a renda dos grupos sociais que tradicionalmente já utilizam estes recursos. Destacam-se a castanha, o açaí, a andiroba e a bacaba como produtos de grande abundância. Figura 14Plantação de açaí na comunidade ribeirinha na várzea do Rio Paru Os extrativistas vendem o açaí para compradores (da própria comunidade ou externos) ou diretamente para as batedeiras. Na época de entressafra e escassez do produto, os proprietários das batedeiras compram o produto diretamente nas R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 51 de 151 comunidades ribeirinhas. Na comunidade Arumanduba são fortes as atividades de extração da castanha e do açaí. O açaí consumido na sede do município é originado das comunidades Praia Verde, Nova Arumanduba, Tucumanduba e Estrada (Km 22, 25 e 30). Na época da safra, Almeirim vende açaí para outros municípios vizinhos como Porto de Moz (Amorim et al, 2010). A extração predominante da andiroba é realizada para uso doméstico. A pouca comercialização deste produto, segundo os comunitários, é em função da falta de mercados para os mesmo. O processamento é realizado pelos próprios comunitários. O produto coletado é cozido, amassado e em seguida o óleo escorre durante dois dias. O óleo é armazenado em garrafas. A venda é realizada na sede do município, para onde os extrativistas transportam o produto e buscam possíveis compradores.Algumas vezes as famílias retornam da cidade sem conseguir vender o produto. Este fato demonstra a restrição do mercado local para absorver alguns dos produtos florestais não madeireiros produzidos pelas comunidades (Amorim et al., 2010). É importante destacar, entretanto, que a produção madeireira de florestas naturais é de vital importância para a economia municipal, promovida por empresas madeireiras. Além dos produtos já comentados, há a comercialização de cipós, copaíba, bacaba e plantas medicinais. Estes produtos são comercializados em baixa quantidade e eventualmente, o que impediu uma descrição mais detalhada da cadeia de valor dos mesmos (Amorim et al., 2010). As comunidades das áreas mais próximas do centro da cidade extraem produtos de importância comercial, como o patauá, bacaba, copaíba, buriti, murumuru, inajá, cumaru, tucumã, pracaxi, camucamu, taperebá, virola (ucuúba), cipó titica e a balata.O principal limitante para a exploração destes produtos é o acesso ao mercado, além das mesmas dificuldades apontadas para os produtos já explorados, como o transporte, assistência técnica, etc (Amorim et al., 2010). O principal produto agrícola do município é a mandioca utilizada para a produção da farinha. Praticamente todas as comunidades realizam este cultivo para subsistência e, para muitas, esta é a única fonte de renda. O produto é base da alimentação de todas as comunidades, desempenhando papel central na segurança alimentar das mesmas.A mandioca é plantada pelas comunidades em áreas de capoeira ou de R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 52 de 151 floresta. A abertura das áreas é realizada através do processo de corte e queima. Cada comunidade possui uma ou mais casas de farinha para o processamento da mandiocaO produto é vendido nos mercados de Almeirim e Monte Dourado ou em pequenas vendas existentes (onde é vendido ou trocado por outros produtos). Os produtos derivados da farinha como o tucupi e a tapioca também são comercializados, mas em menor quantidade (Amorim et al., 2010). A produção agrícola do município é deficiente em quantidade e diversidade de produtos, com exceção da farinha, como descrito anteriormente. A maior parte dos produtos consumidos é importada dos municípios de Monte Alegre, Macapá, Belém e Santarém. Os comerciantes de Almeirim compram os produtos de marreteiros que chegam ao município de barco. No mercado da cidade a diversidade de produtos vendidos é baixa. Os produtos mais comumente encontrados são cebola, tomate, limão, alface, coentro, cebolinha, batata, alho, cenoura, manga, jerimum, beterraba e pimenta (Amorim et al., 2010). Segudo Amorim et al (2010)., existiram várias tentativas de novas produções, mas estas não encontraram preços mínimos de venda ou por falta de técnica que não avançaram. Apesar disso, algumas comunidades ribeirinhas destacam-se em outras produções como mamão, banana e açaí, vendendo os produtos diretamente no mercado local ou para atravessadores. Estas comunidades estão localizadas entre a sede municipal (na várzea do Rio Amazonas) e o empreendimento em questão. Na perspectiva de melhorias para o município acredita-se que as concessões florestais são uma grande oportunidade, pois suprirá a necessidade de áreas com grandes extensões florestais, além de garantir a legalidade, legitimidade e a própria sustentabilidade dos recursos (Amorim et al., 2010). 2.3.2 Ecossistemas e Fauna 2.3.2.1 Ecossistemas De acordo com o Inventário Florestal feito em 2010 para caracterizar o módulo de amostragem nas áreas próximas a Subestação Jurupari as áreas classificam-se como: Floresta Ombrófila de Terra Firme que apresenta solo raso, de textura franco-arenosa e pouca presença de serapilheira. Presença de sinais de extração seletiva de madeira. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 53 de 151 Além desse tipo de floresta, existe área que apresenta tipologia florestal em diferentes estágios, com evidências de corte seletivo de madeiras mais recente. Esta formação apresenta solo raso, com textura mais arenosa e, também, pouca quantidade de serrapilheira. Este ambiente apresenta sinais de savanização, principalmente pela ação antrópica (fogo) e de fatores abióticos (irregularidade das chuvas). Nestas áreas há registros da ocorrência de espécies pertencentes à 30 famílias, sendo que as mais representadas foram Burseraceae, Leguminosae-Caesalpinoideae, Lauraceae, Humiriaceae, Vochysiaceae e Annonaceae. Na área onde está localizada a Subestação Jurupari registrou-se a ocorrência de espécies pertencentes à 73 famílias, sendo que as mais representadas foram Arecaceae, Sapotaceae, Leguminosae-mimosoideae, Lecythidaceae, Annonaceae, Burseraceae, Melastomataceae, Euphorbiaceae, Celastraceae e Leguminosaefaboideae. Além destas, pode-se destacar a presença das espécies, Attalea speciosa, Euterpe oleracea, Inga caynnensis, Astrocaryum murumuru, Onychopetalum amazonicum, Drypetes variabilis, Goupia glabra, Eschweilera coriacea e Guatteria poeppigiana, Humiria balsamifera, Vochysia divergens, Protium pallidum, Dacryodes nitens, Lauraceae 2, Hymenaea courbaril, Lauraceae 4, Roupala montana e Duguetia surinamensis, que foram as mais representativas da área de estudo. Dentre as espécies consideradas “raras localmente” destacam-se: Spondias mobim, Buchenavia parvifolia, Hymenaea courbaril, Pouteria macrocarpa, Hevea guianensis, Himatanthus sucuuba, Prieurella prieurii, Emmotum fagifolium, Maytenus myrsinoides, Protium sagotianum, Theobroma subincanum, Eschweilera grandiflora, Dipteryx intermedia, Diospyros santaremnensis, Homalium racemosum, Iryanthera sagotiana, Thyrsodium guianense, Himatanthus sucuuba, Agonandra brasiliensis, Minquartia guianensis, Goupia glabra, Pouteria bilocularis, Caryocar villosum, Copaifera martii, Enterolobium schomburgkii, Copaifera reticulata, Homalium racemosum, Rinorea guianensis, Vantanea parviflora, Vochysia surinamensis, Bagassa guianensis, Sclerolobium guianense, Brosimum paranarioides, Cecropia distachya, Mouriri cf. brevipes, Rinorea lindenia, entre outras. As principais fitofisionomias da vegetação presente na área de supressão vegetal para a ampliação da SE são de Floresta Ombrófila Densa Submontana e Savanas ou Cerrados. A Floresta Ombrófila Densa Submontana apresenta solo medianamente R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 54 de 151 ocupado por uma formação florestal que apresenta os fanerófitos com alturas aproximadamente uniformes. A submata é integrada por plântulas de regeneração natural, poucos nanofanerófitos e caméfitos. A Savana Arborizada presente na área a qual foi suprimida pertence a um subgrupo de formação natural e/ou antrópico que se caracteriza por apresentar uma fisionomia nanofanerofítica rala e outra hemicriptofítica graminóide, contínua, sujeita ao fogo anual. Estas sinúsias dominantes formam uma fisionomia em terrenos degradados. A composição florística, apesar de semelhante a da Savana Florestada (Cerradão), possuI possui ecótipos dominantes que caracterizam os ambientes de acordo com o espaço geográfico ocupado, IBGE (1992). Além da Savana Arborizada, na área de supressão para a ampliação existe a presença da Savana Florestada nas suas proximidades. Conforme o IBGE (1992) trata-se de um subgrupo de formação com uma fisionomia típica e característica, restrita das áreas areníticas lixiviadas com solos profundos, ocorrendo em clima tropical eminentemente estacional. Apresenta sinúsias lenhosas de micro e nanofanerófitos tortuosos com ramificação irregular, providas de macrofilos esclerofilos perenes ou semidecíduos, ritidoma esfoliado corticoso rígido ou córtex maciamente suberoso, com órgãos de reserva subterrâneos ou xilopódio. Não apresenta uma sinúsia nítida e caméfitos, mas sim um relevo hemicriptofítico, de permeio com plantas lenhosas raquíticas e palmeiras anãs. Extremamente repetitiva, a sua florística refletese de norte a sul em uma fisionomia caracterizada por dominantes fanerófitos típicos. Entretanto, as paisagens presentes nas adjacências da área em questão são fruto das diversas intervenções humanas sobre os ecossistemas que ocorrem na região. Assim, cada uma delas contribui na atual situação da fauna e flora locais (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). 2.3.2.2 Espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção 2.3.2.2.1 Principais espécies de flora encontradas na Subestação Jurupari De acordo com o laudo de supressão vegetal da Subestação Jurupari realizado em 2010 pelo Engenheiro Florestal Josinei da Silva Garcia, foram registradas 32 espécies. Estas espécies estão distribuídas em 21 famílias botânicas, tais como as famílias Anacardiaceae, Apocynaceae, Caesalpiniaceae, Moraceae e Sapotaceae,com 2 indivíduos cada (Tabela a seguir). Além destas, foram identificados 91 indivíduos de R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 55 de 151 espécies consideradas comerciais na região. Esses indivíduos estão distribuídos em 4espécies, a saber: Diplotropis purpúrea, Hymenolobium heterocarpum, Aniba parviflora e Hymenaea parviflora. Tabela 8 Lista de espécies vegetais encontradas na Subestação Jurupari NOME REGIONAL NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA Pouteria cladantha Sandwith Abiurana Sapotaceae Hymenolobium heterocarpum Ducke Angelim fava Sapotaceae Ficus nymphaeiflolia Mill Apuí Moraceae Tetragastris altissima (Aubl.) Swart Breu Burseraceae Theobroma martiana D. Dictr. Cacau da mata Sterculiaceae Anacardium parvifolium Ducke Cajueiro Anacardiaceae Cavoeiro NI NI Ficus anthelmintica Mart. Caxinguba Moraceae Cecropia pachystachya Trec. Embaúba Cecropiaceae Rollinia exsucca (DC. ex Dunal) A.DC. Envira Annonaceae Vatairea guianensis Aubl. Fava Mimosaceae Tocoyema aff. Formosa (Cham. & Schltde.) Ginipapo brabo Rubiaceae K. Schum. Eugenia floribunda Westen. Goiabarana Myrtaceae Indeterminada NI NI Hymenaea parviflora Huber Jatobaí Caesalpiniaceae Vismia baccifera (L.) Triana & Planch. Lacre Clusiaceae Aniba parviflora Mez. Louro rosa Lauracea Macajuba NI NI Pachira aquatica Aubl. Mamorana Bombacaceae Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Maria preta Sapindaceae Mirindiba (palmeira) NI NI Byrsonima crispa A.Juss. Murici Mapighiaceae Mouriri apiranga Spruce & Triana Murupita Memecylaceae Laetia procera (P. et E.) Eichl Piriquiteira Flacourtiaceae Mora paraensis Ducke Pracuuba Caesalpiniaceae Sinzeira NI NI Diplotropis purpurea (Rich.) Amshoff Sucupira Fabaceae Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel Sucuruba Apocynaceae Himatanthus sucuuba (Spruce ex Muell. Arg.) Apocynaceae Sucuuba Woodson Tabaco brabo NI NI Sclerolobium paraensis Huber Tachi Caesalpiniaceae Tapirira guianensisAubl. Tatapiririca Anacardiaceae Astrocaryum aculeatum Tucumã (palmeira) Palmaceae NI = não identificada. Tabela 9Espécies comerciais encontradas na subestação de Juruparí. NOME CIENTÍFICO DAP (cm) Diplotropis purpúrea 5 - 30 Hymenolobium heterocarpum 10 - 30 Aniba parviflora R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI 10 Abril de 2013 Revisão 00 56 de 151 Hymenaea parviflora 25 Ressalta-se que não houve registro das espécies protegidas pela Lei 6.895 agosto de 2006, que são as castanheiras (Bertholletia excelsa H. & B.) e as seringueiras (Hevea brasiliensis (Willd. ex Juss.) M. Arg.). 2.3.2.2.2 Espécies Ameaçadas de Extinção A identificação de espécies ameaçadas de extinção no referido levantamento da vegetação (atualmente suprimida) foi realizada por meio de consulta aos seguintes documentos: Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente N° 06, de 23/09/2008, a qual publica a Lista de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção e as espécies com dados insuficientes. Lista da Flora Ameaçada de Extinção com Ocorrência no Brasil, publicada pela International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) – IUCN. Instrução Normativa do Ministério do Meio Ambiente N° 05, de 30/07/2008, a qual publica as Listas das Espécies Incluídas na Convention on International Trade in Endangered Species (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) – CITES. Decreto Estadual N° 802, de 20/02/2008, a qual publica a lista de espécies da fauna e flora silvestre ameaçadas de extinção no Estado do Pará. A tabela anteriorapresenta as espécies encontradas nos levantamentos da vegetação na área da LT Tucuruí – Xingu – Jurupari que se encontra nas listas de espécies ameaçadas de extinção consultadas e o respectivo grau de ameaça (EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari, 2009). De todas as espécies de plantas vasculares levantadas no presente estudo, apenas 19 espécies arbóreas apresentam algum grau de ameaça, representando 2,86% do total de espécies encontradas nos levantamentos executados. Destaque para Aniba rosaeodora (pau-rosa), Mezilaurus itauba (itauba) e Bertholletia excelsa (castanheira-do-Pará), que aparecem em mais de uma das listas consultadas. Não foram encontradas espécies constantes na lista da CITES. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 57 de 151 Nas listas do Estado do Pará, constam respectivamente como variedades ou subespécies ameaçadas Protium giganteum var. crassifolium (Vulnerável) e Chrysophyllum lucentifolium ssp. lucentifolium(LR/cd - baixo risco - dependente de medidas de conservação). Ressalta-se que nos levantamentos realizados para a referida LT foram identificadas Protium giganteum e Chrysophyllum lucentifolium apenas até o nível de espécie. Estas espécies encontram-se em risco principalmente por estarem em regiões afetadas por intensos desmatamentos ou por sobre exploração do recurso, sendo tradicionalmente exploradas pela indústria de perfumaria, madeireira e alimentícia, respectivamente. É importante salientar que o pequeno percentual de espécies ameaçadas encontradas não diminui a importância biológica destas florestas, uma vez que o conhecimento atual acerca da enorme biodiversidade existente no bioma amazônico ainda é incipiente e a pressão de desmatamento sobre as florestas amazônicas ainda é gigantesca. Tabela 10Espécies ameaçadas encontradas nos levantamentos da vegetação suprimida da SE para a implementação da LT Tucuruí – Xingu – Jurupari FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Lauraceae Aniba ferrea louro-ferro Lauraceae Aniba rosaeodora pau-rosa, itaúba Arecaceae Bactris constanciae Lecythidaceae Bertholletia excelsa castanheira, castanheira-doPará Lecythidaceae Eschweilera amazoniciformis matamatá Lecythidaceae Eschweilera atropetiolata castanha-vermelha Meliaceae Guarea convergens jataúba Lecythidaceae Lecythis prancei castanha-jarana Sapotaceae Manilkara huberi maçaranduba, maçarandubabalata Lauraceae Mezilaurus itauba Sapotaceae Micropholis cylindrocarpa R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI itauba Abril de 2013 Revisão 00 58 de 151 Olacaceae Minquartia guianensis acariquara Lauraceae Ocotea cymbarum sassafrás-do-Pará, louroinhamuí Sapotaceae Pouteria minima Sapotaceae Pouteria pallens Sapotaceae Pradosia decipiens Moraceae Sorocea guilleminiana Meliaceae Trichilia bullata Fabaceae Vouacapoua americana jaca-branca, jaca-brava acapú Como existe carência de dados publicados a respeito da vegetação nativa da região que a área de ampliação da SE se insere, o presente estudo vem contribuir com o aumento de conhecimento disponível sobre as formações florestais da região, já que os dados recentes mais próximos do empreendimento referem-se aos estudos realizados por Campbell et al. (1986) no rio Xingu (em parcelas localizadas a 32 km do presente estudo - 3°29´S, 51°40´W). As maiores dificuldades encontradas na realização de levantamentos florísticos dessa proporção na região amazônica são o fato das famílias botânicas serem ricas em grupos taxonomicamente complexos e a carência de taxonomistas especializados na flora da região (IVANAUSKAS et al., 2004). Apesar disso, trabalhos como o do Guia da Reserva Ducke (RIBEIRO et al., 1999) realizado em floresta de terra-firme da Amazônia Central contribuíram enormemente na divulgação e reconhecimento da imensa diversidade das espécies vegetais nativas da Amazônia, possibilitando que estudos como o do presente trabalho sejam realizados. Dessa forma, o fato da referência bibliográfica básica para o reconhecimento das espécies de árvores ter sido o levantamento florístico realizado em florestas de terrafirme nos arredores de Manaus (RIBEIRO et al., 1999), região muito distante geograficamente da área visitada, pode ser justificado ao se analisar os padrões de distribuição fitogeográfica de espécies de árvores Neotropicais. Os estudos de Oliveira & Daly (1999) com a distribuição geográfica de 364 espécies de árvores revela que a maioria das espécies (84,9%) apresenta distribuição contínua dentro de grandes áreas, 9,6% das espécies apresentaram ampla distribuição por toda R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 59 de 151 Amazônia e 5,5% das espécies ocorrem tanto na Amazônia quanto na Floresta Atlântica de forma disjunta (não contínua), justificando assim a adoção dessa fonte bibliográfica. 2.3.2.3 Fauna Segundo o Resumo Executivo do Plano de Manejo da Floresta Estadual do Paru, que abrange o município de Almeirim e, portanto, a área onde se localiza a mencionada subestação, registram-se 95 espécies de peixe, das quais 33 são de interesse comercial ou de subsistência. Adicionalmente, cinquenta e três espécies de réptil e anfíbio foram registradas; sendo que uma espécie de sapo fossorial da família Microhylidae (Chiasmocleis sp.) é nova para a ciência. Entre as aves foram registradas 295 espécies, das quais 2 estão ameaçadas de extinção no Pará (cacaué, Aratinga pintoi) e no Brasil (bicudo, Sporophila maximiliani). De acordo com o EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009), no que diz respeito à distribuição das espécies de mamíferos entre os macrohabitats encontrados dentro da área em questão, há tanto espécies de mata de várzea como espécies de mata de terra-firme. Primatas são conhecidos como bons disseminadores de sementes nas florestas tropicais (ESTRADA e COATES-ESTRADA, 1991), influenciando de forma direta a reprodução das plantas e consequentemente a regeneração das florestas (CHAPMAN, 1989). Segundo o EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009), na SE todas as seis espécies de primatas registrados para a área de integração direta como: Aotus infulatus, Alouatta belzebul, Cebus apella, Saimiri sciureus, Callicebus moloch, Chiropotes albinasus, apresentam em maior ou menor grau hábitos frugívoros, contribuindo para a dispersão de sementes. Do ponto de vista ecológico e taxonômico, as aves são um dos grupos de vertebrados mais bem estudados. Devido à riqueza de espécies e à fidelidade ao uso de determinados hábitats (SILVEIRA e STRAUBE, 2008), entre outros atributos, aves são usadas como bioindicadores e na identificação de áreas de endemismo e de áreas prioritárias para conservação (EKEN et al., 2004; OLMOS, 2005). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 60 de 151 Espécies de aves comuns em ambientes perturbados podem ser observadas em trechos de pastagens e ao sul do traçado. Entre elas estão incluídas Ardea alba, Cathartes aura, Rupornis magnirostris, Milvago chimachima, Falco femoralis, Tyto alba, Piaya cayana, Colaptes campestris, Elaenia cristata, Myiozetetes cayenensis, M. similis, Coereba flaveola, Dacnis cayana, Sporophila caerulescens, Molothrus bonariensis e Sturnella militaris, Passer domesticus. Espécies de aves encontradas em ambientes úmidos como várzeas e matas ciliares também podem estar presentes nas proximidades da área de supressão vegetal. Entre elas estão incluídas Butorides striata, Ciconia maguari, Mycteria americana, Laterallus viridis, Aramides cajanea, Jacana jacanae migrantes como Tringa solitaria, T. melanoleuca, e T. flavipes. Os insetos representam a maior parte da diversidade biológica existente no planeta. Para ilustrar o significado dessa situação tome-se o exemplo de que numa única árvore, escolhida ao acaso nas florestas tropicais da América do Sul ou Central, podem ser encontradas até 4.000 espécies de besouros (ERWIN, 1982). Muitas dessas espécies de besouros, e de inúmeros outros grupos de insetos, das regiões tropicais, são ainda desconhecidas ou não descritas pela ciência. Além disso, parte do montante já catalogado tem uma taxonomia extremamente confusa, repleta de sinonímias, descrita numa bibliografia fragmentada sem revisões abrangentes ou recentes, e se encontra pulverizado em coleções museológicas, muitas delas fora do país. Tais peculiaridades transformam o trabalho de caracterização da entomofauna, numa atividade muito dispendiosa em termos de tempo e recursos humanos, por menor que seja a área geográfica de interesse. Diante das considerações anteriores, somadas aos problemas de ordem logística e à relativa urgência social e econômica do empreendimento em questão, faz-se necessária a utilização de uma abordagem simplificada de reconhecimento e monitoramento da entomofauna local. Tal abordagem se baseia na escolha de um grupo melhor estudado, que seja rapidamente amostrável e a partir do qual se possam fazer inferências sobre o comportamento da entomofauna como um todo. O grupo escolhido serviria como indicador biológico e dublê de biodiversidade. Grupos da entomofauna passíveis de amostragem através de armadilhas são os mais indicados para monitoramentos porque o uso de artefatos de captura permite a R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 61 de 151 amostragem quantitativa satisfatória em um maior número de áreas por período de tempo. Também é desejável que os grupos escolhidos não sejam meras taxocenoses, mas sim, representem guildas verdadeiras, ou seja grupos de espécies que utilizem pelo menos um determinado recurso ambiental da mesma maneira. Dentre as espécies de mamíferos registradas nas proximidades da área, 20 (vinte) constam como ameaçadas de extinção em classificações diversas como “vulnerável”, “em perigo” e “quase ameaçado”, são elas: as cuícas (Caluromys philander, Chironectes minimus, Marmosops parvidens, Monodelphis emiliae), o peixe-boiamazônico (Trichecus inunguis), o tatu-canastra (Priodontes maximus), o tamanduábandeira (Myrmecophaga tridactyla), o macaco-aranha (Ateles marginatus), o cuxiú (Chiropotes satanas), a anta (Tapirus terrestris), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o boto-rosa (Inia geoffrensis) o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) canídeos como Atelocynus microtis e Speothos venaticus e quase todos os felídeos (Leopardus pardalis, Leopardus wiedii, Leopardus tigrinus, Panthera onca, Puma concolor) e também 22 de interesse especial para a conservação e o primeiro registro de Lonchorhina inusitata para o Estado do Pará, espécie de morcego até então registrada no Brasil apenas para o Estado de Rondônia. Destaca-se que 58% do território da Flota encontra-se no município de Almeirim; 18%, em Alenquer; outros 18% em Monte Alegre; 4% em Óbidos; e 2% em Prainha. Dentre as espécies de aves há várias consideradas como ameaçadas de extinção ou vulneráveis (IUCN, 2008; IBAMA, 2003 e SECTAM, 2008). São elas o mutum-depenacho (Crax fasciolata), o jacamim-de-costas-verdes (Psophia viridis), a arara-azulgrande (Anodorhynchus hyacinthinus), a tiriba-pérola (Pyrrhura lépida), o papagaiocampeiro (Amazona ochrocephala), o balança-rabo-de-gargantapreta (Threnetes leucarus medianus), o araçari-de-pescoço-vermelho (Pteroglossus bitorquatus), o picapau-bufador (Piculus chrysochloros), o pica-pau-de-coleira (Celeus torquatus), a chova-d’água (Sakesphorus luctuosus), a choca-lisa (Thamnophilus aethiops), a mãeda-toaca (Phlegopsis nigromaculata), os arapaçus (Dendrocincla merula, Deconychura longicauda, Dendrexetastes rufigula), o joão-teneném-castanho (Synallaxis rutilans), o bico-chato-da-copa (Tolmomyias assimilis) e o papinho-amarelo (Piprites chloris). Conforme o EIA LT 500 kV Tucuruí – Xingu – Jurupari (2009),em relação a herpetofuana na região que abrange a área da SEnão foram registradas espécies ameaçadas. Algumas espécies são consideradas raras, ou ao menos pouco R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 62 de 151 representadas em coleções, como o sapo-aru, Pipa pipa, e os lagartos do gênero Kentropyx e Uranoscodon, de distribuição limitada à região Amazônica, mas também espécies de distribuição ampla e pouco exigentes com relação ao hábitat. Neste grupo classificam-se o calango-verde, Ameiva ameiva, e a rãpiadeira Leptodactylus andreae, registrados em grande número nos módulos e parcelas amostrados no estudo. 2.3.3 Áreas Protegidas 2.3.3.1 Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável federais e estaduais Aproximadamente 79,09% da área do município de Almeirim está coberto por áreas legalmente protegidas. A criação de cinco Unidades de Conservação em 2006, somadas a outras Unidades de Conservação e Terras Indígenas das Guianas e estados do Amapá e Amazonas formam o maior bloco contínuo de florestas tropicais protegidas oficialmente. Além disso, esta região do município integra o Escudo das Guianas, uma área com cerca de 90% de florestas intactas, representando 25% das florestas tropicais úmidas restantes no planeta (Figueiredo, et al., 2008; Amorim, et al., 2010). A tabela a seguir apresenta as Unidades de Conservação localizadas no município de Almeirim. Tabela 11Unidade de Conservação localizadas no município de Almeirim. Área Protegida Órgão Área Total (ha) Localização Área inserida em Responsável Almeirim UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL Reserva Biológica SEMA 1.151.761 Maicuru Estação Ecológica Monte Alegre e 1.088.164 Almeirm ICMBio 222.126 do Jarí Almeirim (PA) e 163.754 Laranjal do Jari (AP) UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL Floresta Estadual SEMA 3.612.914 do Paru Almeirim, Monte 2.104.888,5 Alegre e Óbidos, Alenquer Salienta-se que no Diário Oficial da União de 04/01/2013, foi publicada a Portaria No4 de 03/01/2013 do Ministério do Meio Ambiente, que reconheceu o primeiro Mosaico R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 63 de 151 brasileiro a incluir Terras Indígenas em sua composição, denominado Mosaico Oeste do Amapá e Norte do Pará.O mosaico as referidas terras indígenas e outras, tais como as seguintes unidades de conservação: Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá, Floresta Estadual do Amapá e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru, Parque Natural Municipal do Cancão, Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo e as Terras Indígenas de Wajãpi, do Parque do Tumucumaque e do Rio Paru D´Este. Floresta Estadual do Paru A Flota abrange os municípios de Almeirim (58%), Monte Alegre (18%), Alenquer (18%), Óbidos (4%) e Prainha (2%). Essa UC integra o maior bloco de Áreas Protegidas do mundo, o qual possui aproximadamente 22 milhões de hectares e forma, em conjunto com os corredores de biodiversidade do Amapá e central da Amazônia, o maior corredor de biodiversidade do Planeta (CI, 2010). No município de Almerim, onde está situada a área Jurupari encontra-se também a maior parte da Flota do Paru, situada na margem esquerda do rio Amazonas (calha norte), no Estado do Pará, e abrange parte dos municípios de Almeirim (58%), Monte Alegre (18%), Alenquer (18%), Óbidos (4%) e Prainha (2%) (Figura 14). A Flota do Paru está inserida na Plataforma Sul-Americana na região do Escudo das Guianas. Das 36 feições geológicas presentes na Flota, 3 cobrem a maior parte da área: complexo Guianense (34%), suíte intrusiva Mapuera (17%) e complexo ParuMaratiá (14%). De acordo com o Resumo Executivo do Plano de Manejo da Floresta Estadual do Paru, a Flota do Paru possui um potencial expressivo para uso florestal, uma vez que na região predominam florestas densas, com elevada volumetria de espécies madeireiras e abundância de espécies não madeireiras de valor comercial (Imazon, 2006). Entre os serviços ambientais oferecidos pela Flota estão a proteção das bacias hidrográficas da Calha Norte do rio Amazonas, no Estado do Pará, e a conservação da biodiversidade. Os objetivos de sua criação são o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, hídricos, minerais e demais recursos ambientais e gestão de reserva legal de forma compatível com a conservação da biodiversidade. As Flotas são consideradas como R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 64 de 151 de posse e domínio público, admitindo-se ainda a permanência de populações tradicionais que já habitavam a área na data de sua criação e de acordo com as normas estabelecidas neste plano de manejo. Essa Unidade de Conservação integra um amplo mosaico de Áreas Protegidas no Estado do Pará, que inicia com a Flota de Faro, Terra Indígena (TI) NhamundáMapuera e TI Trombetas-Mapuera na fronteira com o Estado do Amazonas; segue na parte central pela Estação Ecológica (Esec) do Grão-Pará, Flota do Trombetas, Reserva Biológica (Rebio) do Rio Trombetas, Terras Quilombolas do Alto Trombetas e Erepecuru, Floresta Nacional (Flona) Saracá-Taquera, TI Tumucumaque, TI Rio Paru d’Este, TI Zo’é, Flona de Mulata e Rebio Maicuru; e finaliza com a Flota do Paru e Esec do Jari, na fronteira com o Estado do Amapá. Esse mosaico, que forma uma zona tampão para conter o avanço da fronteira madeireira e agrícola, continua no Estado do Amapá com o Parque Nacional (Parna) Montanhas do Tumucumaque, TI Waiãpi, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru e Flona Amapá. Além disso, a Flota do Paru forma com a Flona Saracá-Taquera, a Flota do Trombetas, a Flona de Mulata e a Flota de Faro, o maior complexo de UC de uso sustentável destinadas à produção florestal (Flonas e Flotas) da Amazônia Legal, com mais de 8 milhões de hectares de áreas contínuas. A Flota do Paru apresenta nove tipos de vegetação: i) floresta ombrófila densa submontana (75%); ii) floresta ombrófila densa de terras baixas (2%); iii) floresta ombrófila densa aluvial (>1%); iv) floresta ombrófila aberta submontana (6%); v) floresta ombrófila aberta de terras baixas (0,05%); vi) cerrado (0,4%); vii) refúgio submontana (0,07%); viii) floresta de transição (13%); ix) formação pioneira (> 1%); e x) clareira natural (>1%). O clima na Flota é caracterizado como tropical de monção, cuja temperatura varia entre 18 e 30 graus Celsius. Dados do Instituto Nacional de Metereologia indicam que em 2009 a temperatura média mensal da região ficou em torno de 28 graus Celsius, com variações de 26 graus Celsius, em fevereiro, a 30 graus Celsius em outubro. A média mensal de chuvas é de 215 milímetros; o período mais chuvoso é de janeiro a junho, com uma variação média de 50 a 150 milímetros. Sua umidade relativa do ar varia de 84%, em maio, a 64% em outubro. Quanto à hidrografia, a Flota do Paru apresenta uma rede de rios e igarapés de aproximadamente 12,4 mil quilômetros de extensão. A Flota está localizada entre os R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 65 de 151 rios Cuminapanena e Jari (limite com o Amapá) e no seu centro corre o rio Paru. A navegabilidade desses rios sofre forte influência das secas e cheias, por períodos aproximados de seis meses. Na maioria dos rios somente é possível navegar em barcos de pequeno porte e num determinado período do ano. A Flota do Paru é uma região com um contingente único de espécies de especial interesse para a conservação, uma vez que está localizada no mosaico de UC da Calha Norte, no centro de endemismo das Guianas, e ainda recebe influência da calha norte do rio Amazonas.. No Brasil, as informações existentes sobre a biodiversidade desse centro são relativamente escassas e estão bastante dispersas na literatura, em museus e em algumas coleções biológicas. A biodiversidade da porção norte da Calha Norte, por exemplo, protegida pelo mosaico de Áreas Protegidas, possui registros de estudos bastante esporádicos. Além disso, alguns grupos biológicos da porção sul da Calha Norte paraense começaram a ser estudados somente no final do século 19. Conforme o levantamento botânico, são conhecidas 78 espécies do grupo das pteridófitas na Flota. As famílias mais representativas são a Pteridaceae e a Polypodiaceae, enquanto os gêneros com maior número de espécies são o Adiantum e o Microgramma. Os registros das seguintes espécies de pteridófitas são inéditos no Estado do Pará: Blechnum occidentale L. (Blechnaceae – monilophyta); Bolbitis semipinnatifida (Fée) Alston (Dryopteridaceae – monilophyta); Didymoglossum ekmanii (Wess. Boer) Ebihara & Dubuisson, D. hymenoides (Hedw.) Copel., Trichomanes elegans Rich. (Hymenophyllaceae – monilophyta); Microgramma tecta (Kaulf.)Alston (Polypodiaceae – monilophyta); Selaginella fragilis A. Braun, S.pedata Klotzsch (Selaginellaceae – Lycophyta); e Triplophyllum boliviense J. Prado & R.C. Moran e T. crassifolium Holttum (Tectariaceae – monilophyta).Também são conhecidas 259 espécies de angiospermas, distribuídas em 159 gêneros e 60 famílias. No que se refere à fauna, registraram-se 95 espécies de peixe, das quais 33 são de interesse comercial ou de subsistência. Cinquenta e três espécies de réptil e anfíbio foram registradas; neste grupo uma espécie de sapo fossorial da família Microhylidae (Chiasmocleis sp.) é nova para a ciência. Entre as aves foram registradas 295 espécies, das quais 2 estão ameaçadas de extinção no Pará (cacaué, Aratinga pintoi) e no Brasil (bicudo, Sporophila maximiliani). Registraram-se também 55 espécies de mamífero, das quais 9 são endêmicas,5 ameaçadas de extinção (tamanduá-bandeira R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 66 de 151 Mymercophaga tridactyla; tatu-canastra – Priodontes maximus; onça pintada Panthera onca; sussuarana - Puma concolor; ariranha - Pteronura brasiliensis), 22 de interesse especial para a conservação e o primeiro registro de Lonchorhina inusitata para o Estado do Pará, espécie de morcego até então registrada no Brasil apenas para o Estado de Rondônia. Estação Ecológica do Jari A estação ecológica do Jari é uma unidade de conservaçãobrasileira de proteção integral da natureza localizada nos estados do Amapá e do Pará, com território distribuído pelos municípios de Almeirim, Laranjal do Jari e Mazagão. O bioma predominante é o da Floresta Amazônica. Localizada a 80 Km ao norte da cidade de Monte Dourado, com acesso via estrada de terra. Ocupa uma área de 227.126 ha numa faixa que vai do rio Jarí a leste, até o rio Parú a oeste, dois afluentes da margem esquerda do rio Amazonas, situada nos municípios de Almeirim /PA e Mazagão /AP com cerca de 60% do Pará e 40% no Amapá. O clima da região é quente e úmido, com temperatura média superior a 22ºC e umidade relativa em torno de 80% (Nimer, 1989). O inverno local compreende os meses chuvosos de dezembro a maio. A área da Estação Ecológica está assentada sobre terrenos paleozóicos com umas intrusões magmáticas posteriores de diabásio. O paredão de pedra de mais de 70 Km de extensão que corta horizontalmente a Estação, do rio Jarí ao rio Parú, e marca o limite norte da bacia sedimentar amazônica foi originado pelo peso dos sedimentos lacustres e fluviais que o fez se levantar (Lins, 1991). A altitude da cachoeira de Santo Antonio, no rio Jari, é próxima do nível do mar, e daí os terrenos se inclinam progressivamente até atingir 500 m na crista do paredão. Diferentemente dos terrenos da área que se estende do rio Amazonas até 100 Km ao norte, essencialmente terciários, os da Estação são basicamente do Siluriano e Devoniano. Na rocha primária são cavados simples buracos ou grutas, cuja mais conhecida é localizada perto da sede, com uma superfície ao chão de aproximadamente 150m². R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 67 de 151 Floresta primária de terra firme - Os emergentes chegam aos 60 metros, como o Angelim vermelho (Dinizia excelsa, Mimosácea), Beró, Bombacácea, ou dominam aos 40-50 metros (Castanha do Pará, Bertolethia excelsa, Lecitidácea; Fava-coré, Mimosácea etc.). Palmeiras crescem na área, essencialmente a Bacabeira e a Paxiúba, grandes Arecáceas pouco freqüentes, como são também as do sub-bosque e do estrato descontínuo abaixo do dossel, essencialmente marajás, Bactris sp. Floresta secundária de terra firme - A regeneração natural oferece uma mata densa de numerosos troncos finos. Capoeira - Nem sempre fácil de separar da floresta secundária de terra firme, ela tem duas origens diferentes que podem se combinar. Origem natural; os afloramentos rochosos, possivelmente por ação química dos solos muito rasos acolhem na orla da mata uma vegetação baixa ou meio alta (15-20 metros) e a erosão ativa de certas zonas do paredão de pedra, expressa por queda de blocos ou até parte de falésio. Origem antrópica: zonas naturalmente mais abertas, os campos rupestres atraem mais o homem que desenvolve as suas atividades contra a maturação da sucessão vegetal (desmatamento, fogo, acampamento, capinagem, circulação de veículos e até aterrissagem forçadas). A sede da Estação é circundada de capoeira de vários estágios de desenvolvimentos. Campo rupestre - É raramente nu com liquens e algas, e geralmente coberto por vegetação que suporte a alternância de períodos secos e de alagamento de vários meses (Ciperaceas, Gramíneas, vários arbustos). Algumas manchas de capoeira altas (20 metros) são distribuídas dentro. Floresta de igapó - Em continuidade com a floresta de terra firme, existe uma floresta sazonalmente inundada e percorrida por braços de igarapé. É um hábitat muito linear, de pouca largura representada perto da sede pelo igapó do igarapé alto, dito da Santa. Uma pequena área é aberta (sem árvore), mas a maior parte é floresta com árvores de até 35 metros, tal como a Ucuúba-da-várzea. Como pelo resto da floresta é surpreendente a raridade das palmeiras. Mata de galeria - Da declividade geral das partes da Estação resulta a raridade da floresta de igapó e a quase continuidade linear de matas de galeria que acompanham os igarapés cortados de cachoeirinhas nomeados igarapé Água Preta e dito da Santa. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 68 de 151 Espécies com status de conservação - Dez por cento das espécies identificadas na Estação pertencem a uma ou duas das categorias que definem o status de conservação. Doze, destas 16 espécies são raras, uma sendo presumivelmente ameaçada. Nenhuma espécie ameaçada ainda foi encontrada na ESEC/JARI. Espécies endêmicas - Tucano-bico-preto, Tucano-pacova, Araçari-negra, Araçaripreto, Papa-formiga, Uirapuru-estrela, Saira-diamante, Saú- beija-flor. Espécies raras Gavião-de-penacho, Jacu, Choquinha, Mãe-de-taoca-de-garganta-vermelha, Pássaroboi, Maú, Araponga-branca, Galo-da-serra, gralha. Presumivelmente ameaçadas Gavião-de-penhacho. A lista das espécies de mamíferos que poderiam ocorrer na Estação, estabelecido a partir do EMMONS (1990), inclui 75 espécies não voadoras com uma subestimação para roedores e meia dúzia de casos duvidosos sobre limites geográficos de distribuição. Um levantamento não exaustivo de alguns índices de presença de mamíferos na ESEC/JARI (FUNATURA/FNMA) levou a contactar 28 espécies de 8 ordens, dos quais os Quirópteros (morcegos) apresentam 12 espécies. De 16 mamíferos não voadores, 7 apresentam status de conservação com três espécies ameaçadas de extinção; Tatú Coatá e Onça-pintada, e 4 espécies presumivelmente ameaçadas, que como as precedentes sofrem tanto da caça ligada ao garimpo e as concentrações humanas de Monte Dourado e do Laranjal do Jari (Beiradão), como o desmatamento arrasador e das técnicas de produção de pasta de papel aplicadas a sul da Estação. São Tatú-de-quinze-quilos, Anta, Caititu ou Queixada e Veado-mateiro ou Birá. Reserva Biológica Maicuru Em dezembro de 2006, o Governo do Estado do Pará criou cinco Unidades de Conservação (UC) na Calha Norte do rio Amazonas, uma região de alta prioridade para conservação da biodiversidade e com grande parte do seu territórioainda coberta com florestas primárias. Essa iniciativa foi parte de um plano maior do Governo do Pará para promover o uso sustentável e conservação das florestas no Estado. A Reserva Biológica (Rebio) Maicuru, localizada na Calha Norte paraense, vai do rio Maicuru até o Jari, chega a se estender até o Estado do Amapá e tem 1.151.761 hectares. A região abriga Terras Indígenas e Terras Quilombolas (TQ). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 69 de 151 Esta Reserva Biológica confronta com a Terra Indígena Parque do Tumucumaque, com a Terra Indígena Rio Paru D’Este, com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com a Floresta Estadual do Paru e com a Estação Ecológica GrãoPará. O plano de manejo da Reserva de Maicuru foi elaborado pela Conservação Internacional (CI), em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e analisado tecnicamente pela Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC) da Sema. A Reserva Biológica de Maicuru está inserida no maior conjunto de Áreas Protegidas do planeta em um único estado, com cerca de 22 milhões de hectares - uma área equivalente aos Estados do Paraná e Alagoas reunidos. Em conjunto com as Áreas Protegidas do Amapá e do Amazonas, elas formam o maior corredor de biodiversidade do mundo. Localizada ao norte do rio Amazonas, a Calha Norte do Pará possui 28 milhões de hectares, distribuídos entre nove municípios: Alenquer; Almeirim; Curuá; Faro, Monte Alegre; Óbidos; Oriximiná; Prainha e Terra Santa. A Calha Norte também está inserida no centro de endemismo das Guianas, uma região prioritária ao planejamento e ações de conservação. Recentemente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (Sema-PA), com parceria do Imazon na execução e contribuição de um consórcio de instituições, elaborou, aprovou e publicou os Planos de Manejo das três Flotas da Calha Norte: Paru, Faro e Trombetas. Esses planos preveem que o manejo dos recursos florestais na região ocorrerá por meio de concessão florestal. Do mesmo modo, foram concluídos e aprovados os Planos de Manejo da Esec Grão Pará e da Rebio Maicuru, em parceria com a Conservação Internacional e contribuição do Imazon. Essas ações tornam possível o desenvolvimento sustentável de toda a Calha Norte. Estaduais da Calha Norte. A criação da Reserva Biológica Maicuru nos Municípios de Almeirim e Monte Alegre, Estado do Pará, tem como objetivo preservar os ecossistemas naturais existentes e contribuir para a manutenção dos serviços ambientais e recargas de aqüíferos, possibilitando a realização de pesquisas científicas, o desenvolvimento de atividades controladas de educação ambiental, bem como a preservação integral da biota e dos demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 70 de 151 o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais, conforme dispuser o Plano de Manejo da Unidade de Conservação. De acordo com Decreto Estadual do Pará no. 2610 de 04/12/2006 a Reserva Biológica Maicuru tem uma área com forma de um polígono irregular, envolvendo uma superfície aproximada de 1.151.760,95ha (um milhão, cento e cinqüenta e um mil setecentos e sessenta hectares e noventa e cinco centiares), sendo 1.088.163,77ha (um milhão, oitenta e oito mil cento e sessenta e três hectares e setenta e sete centiares) localizados no Município de Almeirim e 63.597,18ha (sessenta e três mil quinhentos e noventa e sete hectares e dezoito centiares) no Município de Monte Alegre, e perímetro de 1.008,93km (mil e oito quilômetros e noventa e três metros). Além disso, esta Unidade de Proteção Integral apresenta todas as coordenadas geográficas referenciadas ao Datum SAD69 e coletadas com auxílio do mapa de drenagem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Dados Espaciais Vetoriais e Alfanuméricos do IBGE (Bloco 5 e 6); Ano 9/5/2005 - CEU/SECTAM. Para o levantamento das espécies da flora e da fauna, ainda não existem dados e nem inventários sobre a Reserva Biológica de Maicuru, apenas localização geográfica e algumas características ecológicas. 2.3.3.2 Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade, Corredores Ecológicos e Reserva da Biosfera É importante enfatizar que no município de Almeirim, onde está localizada a área da ampliação da SE Jurupari, não possui Corredores Ecológicos e nem Reserva da Biosfera. A área de SE Jurupari não se constitui em relevante interesse ecológico.Do ponto de vista ecológico, qualquer ambiente que ainda preserve parte de suas características naturais apresenta alguma relevância, quer por propiciar habitat para uma parcela da fauna e flora nativa, ou por exercer uma ou mais funções básicas dentro da dinâmica ecológica, tais como promover a manutenção de fluxos genéticos e ecológicos, balanço hídrico e ciclagem de nutrientes. Em áreas onde a ação antrópica permanece limitada e o conhecimento acumulado ainda é escasso, como o território amazônico, a conservação e entendimento dos ambientes naturais tornam-se ainda mais importantes, já que estas possuem processos complexos em múltiplas escalas, sobre os quais temos pouco domínio ou capacidade de manejo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 71 de 151 Nessa seção foram destacadas as áreas de maior relevância biológica presentes no município, sob a luz do conhecimento atual, tanto para a preservação da biodiversidade de espécies e ecossistemas, quanto para a manutenção e, nas áreas mais antropizadas, restauração das funções e processos ecológicos que garantirão a perpetuação dessa biodiversidade ao longo do tempo. A base de análise da região considerada foi o estudo de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade (APCBs) no Bioma Amazônico, definidas pelo ROBIO em 2001 e revistas numa série de oficinas realizadas no ano de 2006. Embora não sejam necessariamente protegidas pela legislação, essas áreas despertam o interesse conservacionista com diferentes níveis de prioridade para ações desde restauração ambiental em ambientes importantes, porém degradados, até a potencial criação de novas Unidades de Conservação - UC, passando pela consolidação de UC já existentes e implementação de planos de manejo e gestão de território, e devem ser alvo de atenção especial nos processos de licenciamento ambiental. 2.3.3.3 Áreas de Preservação Permanente e demais áreas protegidas por lei. Considerou-se para este estudo como as margens dos Rios Paru e Jari como áreas de proteção permanente – APP, que se encontram inseridas quase que completamente na Estação Ecológica do Jari e na Floresta Estadual do Paru, descritas anteriormente. Por fim, cabe ressaltar que a área de ampliação da SE não se encontra em APP. 2.3.4 Considerações Em relação às questões do meio biótico, a área de ampliação da SE Jurupari encontra-se totalmente antropizada, posto que já foram realizadas as atividades relativas à remoção vegetal e terraplangem, descaracterizando a flora e fauna no local. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 72 de 151 Figura 15 Ponto de acesso à área da ampliação da SE A área está destinada no momento para armazenamento de insumos de obra para construção da Subestação Jurupari, representando um terreno adequado para receber a ampliação da subestação. Figura 16 Insumos da obra disposto área da ampliação da SE No entanto, percorrendo a área de ampliação da subestação e seu entorno (delimitada por sua cerca), foi identificado à ocorrência de espécies vegetais típicas de ambientes antropizados e animais de pequeno a médio porte. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 73 de 151 Figura 17 Cerca delimitando a área do terreno A vegetação presente caracteriza-se por ser uma formação secundária, com diferenciação da presença ou não de gramíneas (Figura abaixo). Todavia, no entorno da área a mesma apresenta uma parcela de vegetação Savana Florestada, resguardando indícios de sua formação original e prestando de abrigo para animais de pequeno a médio porte. Figura 18Espécies vegetais encontradas na área suprimida. Nesta mesma área, por meio de busca ativa, foi possível observar a ocorrência de tocas, ninhos, fezes e demais formas de registro comprovando a existência da fauna local e/ou sua passagem pela área, embora não tenha sido avistado nenhum mamífero pela equipe técnica em campo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 74 de 151 Figura 19Pegada de mamífero de médio porte avistada durante a visita à área da SE Figura 20 Fezes de mamífero de médio porte avistado durante a visita à área da ampliação da SE Figura 21Ninho de ave avistado durante a visita à área da ampliação da SE Foi possível avistar entre a vegetação existente a ocorrência de aves características de ambientes antropizados, como por exemplo: o BEM-TE-VI – (Pitangus sulphuratus) e o URUBU-PRETO-COMUM –(Coragyps atratus). Figura 22Avistamento de um BEM´TE-VI Figura 23Avistamento de um URUBU-PRETO- R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 75 de 151 (Pitangus sulphuratus) na área da SE COMUM (Coragyps atratus) na área da SE Além disso, foram observados a presença de vários artropódes, classe Insecta, ordens: Coleóptera; Diptera; Odonata; Phasmatodela; Mantodea; Isoptera; Hemiptera; Neuroptera; Lepdoptera; Orthoptera e Hymenoptera Figura 24 Inseto da ordem Coleoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE Figura 25 Inseto da ordem Odonata avistado durante a visita à área da ampliação da SE. Figura 26 Inseto da ordem Isoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE. Figura 27 Inseto da ordem Orthoptera avistado durante a visita à área da ampliação da SE. Apesar das condições antropizadas da área, em entrevista com os trabalhadores da SE Jurupari foram avistados pelo menos duas espécies de veados, além da anta, e duas espécies de porcos do mato nas proximidades da área da ampliação do empreendimento, sugerindo que sejam abundantes e constituam parte importante da R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 76 de 151 biomassa de mamíferos.Evidencia-se assim sua importância na dispersão de sementes na região. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 77 de 151 2.4 Meio Socioeconômico 2.4.1 Aspectos Demográficos Atualmente, o município de Almeirim possui uma área de 72.954,798 km2 e localiza-se na mesoregião do Baixo Amazonas. Em divisão territorial datada em 1988, o município fica constituído dos distritos de Almeirim, Arumanduba e Monte Dourado, permanecendo assim desde essa data (IBGE, 2010). Segundo os dados de 2010, o município de Almeirim possuía uma população de 33.614 habitantes. A densidade populacional é de 0,46 habitantes/km2: a segunda menor densidade demográfica de todo o estado do Pará (IBGE, 2010). Tal fato é facilmente compreensível, quando se observa a área das terras indígenas e unidades de conservação que compõem o município, conforme demonstrado no mapade Unidades de Conservação na área de interesse – Proteção Integral e Sustentável. O empreendimento em questão localiza-se no município de Almeirim, em especial, na sua sede municipal, conforme demonstrado no mapa de identificação dos distritos do município de Almeirim, anexo ao relatório. Tabela 12 População Urbana e Rural do Município de Almeirim (2010) População Urbana Urbana Urbana Urbana Área Total total na sede percentual na sede Km2 municipal municipal Almeirim 33.614 19.965 14.147 59% 42% 72954,5 Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. Município Assim, apesar das áreas rurais comporem quase que a totalidade do município, a população de Almeirim se localiza majoritariamente na zona urbana, isto é, 59,4%, enquanto 40,6% vivem na zona rural (IBGE, 2010). No município há duas áreas urbanas que atraem a população: uma localizada na sede de Almeirim, onde vivem 42% da população urbana, e outra situada no distrito de Monte Dourado, conforme apresentado na mapa de definição das áreas rurais e urbanas do município de Almeirim . A primeira concentra a maioria das instituições referentes à administração pública. A segunda localiza-se próxima da cidade de Laranjal do Jari, situada no R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 78 de 151 estado do Amapá. A criação desse polo urbano no distrito de Monte Dourado, da cidade de Laranjal do Jari e de Vitória de Jari, ambas situadas no estado do Amapá, estão relacionadas a empresa Jari Celulose, Papel e Embalagem. Todavia, vale destacar que a Subestação Jurupari, local onde está prevista a ampliação, está localizada na área rural do município de Almeirim, aproximadamente 22 quilômetros da cidade. Quanto aos grupos etários, pode-se dizer que a população de Almeirim é marcadamente jovem, conforme demonstra a pirâmide etária. Isso sugere uma alta taxa de natalidade e mortalidade, sobretudo infantil, bem como uma expectativa de vida reduzida. Vale salientar que, no que tange a composição etária, o município de Almeirim não acompanha a tendência demográfica nacional, que está passando pelo processo denominado de transição demográfica, no qual a taxa de crescimento se aproxima da taxa de reposição da população. Figura 28Pirâmide etária do município de Almeirim por sexo Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. A maior parte da população de todas as faixas etárias do município de Almeirim vive na área urbana. Entretanto, o gráfico a seguir demonstra que a população, ao envelhecer, tende a migrar no sentido campo – cidade, sobretudo no início da vida adulta. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 79 de 151 16,0 14,0 12,0 5,5 10,0 8,0 5,0 5,8 4,1 5,3 6,0 4,0 2,0 5,8 3,2 3,8 6,3 7,3 7,1 3,0 Rural 2,7 8,6 5,3 Urbana 6,6 5,5 3,7 0,0 1,4 1,9 0,9 1,3 Figura 29 Estrutura etária da população urbana e rural do município de Almeirim em porcentagem Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. Esse movimento migratório pode ser explicado por diversos fatores, sobretudo peladificuldade de gerar renda nas áreas rurais devido ao baixo fomento governamental: há escassez de linhas de crédito específicas, ações de assistência técnica rural, investimentos em infraestrutura, além da falta de segurança e regularização fundiária (Amorim et al., 2010). No que se refere ao sexo, em Almeirim as mulheres constituem a maioria da população, inclusive no meio urbano. Por outro lado, a população rural de homens é maior em todas as faixas etárias analisadas. Tabela 13Estrutura etária da população urbana e rural residente do município de Almeirim por sexo– 2010 Faixa etária Homem Mulher Urbana Rural Urbana Rural 0 a 4 anos 937 1.017 1.013 944 5 a 9 anos 979 968 1.132 800 10 a 14 anos 1.225 847 1.223 828 15 a 19 anos 1.165 730 1.205 632 20 a 24 anos 869 687 918 583 25 a 29 anos 915 563 943 448 30 a 39 anos 1.410 1.043 1.476 801 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 80 de 151 40 a 49 anos 1.189 658 1.047 425 50 a 59 anos 690 541 571 358 60 a 69 anos 353 250 274 225 70 anos ou 232 200 201 100 mais Total 9964 7504 10003 6144 Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é medida comparativa que engloba três dimensões – a renda, a educação e a saúde. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma determinada população: quanto mais o índice se aproxima do valor 1, maior é a qualidade de vida daquela população. Os municípios que apresentam índices com valores abaixo de 0,500 são considerados de baixo desenvolvimento humano, os que possuem índices entre 0,500 e 0,800 de médio desenvolvimento humano e os com índices acima de 0,800 de alto desenvolvimento humano. Os dados de IDH mais recentes referentes ao censo de 2010 ainda não foram divulgados. Os mesmos serão disponibilizados no Atlas de Desenvolvimento Humano de 2013 que será lançado ainda no primeiro semestre deste ano. A seguir apresentam-se dados do IDH-Municipal de Almeirim do ano de 1991 e 2000. Tabela 14 Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Almeirim e Estado do Pará IDH-M (1991 e 2000) IDHM, IDHM, IDHMIDHMIDHMIDHMIDHMIDHM1991 2000 Renda, Renda, Longevidade, Longevidade, Educação, Educação, 1991 2000 1991 2000 1991 2000 0.662 0.745 0.61 0.695 0.693 0.733 0.682 0.807 Fonte: PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2003. De acordo com esse índice, Almeirim foi considerado, nas décadas analisadas, um município de médio desenvolvimento humano. Ressalta-se a melhoria do índice entre os anos de 1991 e 2000. Todavia, cabe destacar que o índice relativamente alto no Censo de 2000 pode ser compreendido pelo desenvolvimento econômico do distrito municipal de Monte Dourado, que concentra projetos de produção florestal e transformação, diferente da sede administrativa no qual se apresenta grande pobreza (Amorim et al., 2010). Ressalta-se que o maior projeto nesse sentido advém da empresa Jari Celulose, Papel e Embalagem, empresa membro do Grupo Orsa, R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 81 de 151 considerada a maior indústria do munícipio. Entretanto, segundo o relato dos entrevistados na sede de Almeirim, a empresa paralisou as suas atividades no local durante o ano de 2013. Essa situação deverá impactar na renda do munícipio, tanto pelos empregos diretos quanto pelos indiretos. Neste sentido, os dados do Cadastro Central de Empresas para o ano de 2010, no qual haviam 8.400 pessoas ocupadas em Almeirim, isto é, cerca de 25% do total da população poderá sofrer alterações com a paralisação da referida empresa. Tabela 15 Número de estabelecimentos, Pessoal Ocupado e Massa Salarial no município de Almeirim – 2010 Município Número de Pessoal Pessoal % assalariados Unidades Ocupado Total Ocupado no total Locais de Assalariado ocupado Empresas Almeirim 550 8.400 7.827 93,18 Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. Ainda sobre a renda, o rendimento nominal mensal per capita dos domicílios particulares permanentes no município de Almeirim era de R$400 na área urbana e R$170,00. Embora ambos os valores sejam inferiores ao salário mínimo nacional, o rendimento nominal mensal per capita dos domicílios particulares situados na área urbana são, em média, 42% maiores do que na área rural.1 Os baixos rendimentos no município fazem com que o município seja contemplado pelo Programa Bolsa Família (PBF), um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País. De acordo com o sítio oficial desse Programa, Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria (BSM), que tem como foco de atuação a população com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais2. De acordo com os dados de setembro de 2012 1 O valor do salário mínimo em 2010 era de R$510,00, conforme determinado na Lei nº 12.255, de 15.06.2010. 2 O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) trabalha com cinco tipos de benefícios: Benefício Básico (na valor de R$ 70, concedidos apenas a famílias extremamente pobres, com renda per capita igual ou inferior a R$ 70); Benefício Variável (no valor de R$ 32, concedidos pela existência na família de crianças de zero a 15 anos, gestantes e/ou nutrizes – limitado a cinco benefícios por família); Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ) (no valor de R$ 38, concedidos pela existência na família de jovens entre 16 e 17 anos – limitado a dois jovens por família); Benefício Variável de Caráter Extraordinário (BVCE) (com valor calculado caso a caso, e concedido para famílias migradas de Programas R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 82 de 151 disponibilizados pelos entrevistados, aproximadamente 5.387 famílias estavam cadastradas para receber esse auxílio, isto é, cerca de 70% das famílias residentes no munícipio. Ainda de acordo com o entrevistado, a população ribeirinha é, na sua totalidade, assistida pelo Programa. Soma-se a dificuldade de geração de renda no município, o fato de que as famílias, em geral, tem em média 3 filhos ou mais, conforme se observa no gráfico a seguir. Neste sentido, a renda mensal per capita das famílias é extremante baixa, muitas vivendo no considerado como “extrema pobreza”. Famílias residentes em domicílios particulares e número de componentes das famílias 16% 22% 2 pessoas 3 pessoas 15% 4 pessoas 25% 22% 5 pessoas mais de 5 pessoas Figura 30 Famílias Residentes em Domicílios Particulares Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2010. Além do Programa Bolsa Família, cerca 170 jovens e crianças eram atendidos pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), segundo a entrevista realizada no mês de março de 2013. Esse Programa articula um conjunto de ações visando à retirada de crianças e adolescentes de até 16 anos das práticas de trabalho infantil, exceto na condição de aprendiz a partir de 14 anos. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Social, ao ingressar no Peti, a família tem acesso à transferência de renda do Bolsa Família, quando atender aos critérios de elegibilidade, devido ao processo de integração dos programas. Às demais famílias também são garantidas pela transferência de renda através do Peti. Assim, a articulação dos dois programas fortalece o apoio às famílias, visto que pobreza e trabalho infantil estão amplamente relacionados nas regiões de maior vulnerabilidade. O Peti oportuniza o Remanescentes ao PBF); e Benefício para Superação da Extrema Pobreza na Primeira Infância (BSP) (com valor correspondente ao necessário para que a todas as famílias beneficiárias do PBF – com crianças entre zero e seis anos – superem os R$ 70,00 de renda mensal por pessoa). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 83 de 151 acesso à escola formal, saúde, alimentação, esporte, lazer, cultura e profissionalização, bem como a convivência familiar e comunitária. As atividades do Peti em Almeirim ocorrem com a periodicidade de 3 vezes por semana, inclusive aos sábados. Atualmente, as atividades acontecem nas dependências do Clube Atlético, porém há que se destacar que está sendo construído um local próprio para esse fim. Segundo as informações dos entrevistados, a maioria dessas crianças e jovens atuava no comércio informal nos polos urbanos. Foi destacado, na ocasião, que muitas famílias buscam esse Programa pela garantia de alimentação, uma vez que são fornecidas 4 refeições diárias: café da manhã, almoço, lanche e jantar. Outro Programa do Governo Federal que também atende a população local é o Pro Jovem Urbano. Esse Programa destina-se a promover a inclusão social dos jovens brasileiros de 18 a 29 anos que, apesar de alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental, buscando sua reinserção na escola e no mundo do trabalho, de modo a propiciar-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e exercício efetivo da cidadania. Aproximadamente 110 jovens eram atendidos pelo Pro Jovem Urbano, segundo a entrevista realizada no mês de março de 2013. As atividades ocorrem com a periodicidade de 4vezes por semana. Os entrevistados ressaltaram também que o município realiza busca ativa, pois muitos almeirenses não tem conhecimento dos Programas Federais3. 2.4.2 Organização Territorial e Infraestrutura Regional O IBGE realizou, em 2007, uma pesquisa que estabelece a hierarquia das cidades brasileiras quanto à função de gestão do território, avaliando níveis de centralidade do Poder Executivo e do Judiciário no nível federal, e de centralidade empresarial, bem como a presença de diferentes equipamentos e serviços (IBGE, 2007). Assim, definiuse inicialmente um conjunto de 46 funções centrais, subdivididas em 3 grupos: funções 3 Além dos Programas Federais já mencionados, vale ressaltar que o município é atendido pelo Programa Minha Casa, Minha Vida2, desde 2011, quando foram inauguradas as primeiras 26 casas do Programa para a população . Ademais, o município também desenvolve Programas de Convivência e Fortalecimento de Vínculos coordenados pelo CRAS - Centro de Referência da Assistência Social vinculados a Secretaria de Trabalho e Promoção Social. São eles: Programa Acesso Livre, reservado a pessoas que apresentam algum tipo de deficiência física e/ou mental; O Programa Vida Ativa, voltado para o público idoso. Ambos os Programas ocorrem com a periodicidade de 2(duas) vezes por semana no qual os inscritos participam de atividades socioeducativas. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 84 de 151 de baixa complexidade, frequentes em cidades de menor centralidade; funções de média a elevada complexidade, típicas de cidades de mais alta hierarquia e centralidade; e duas funções ligadas à procura por serviços de informação – sedes de jornais diários e de emissoras de rádios AM ou FM – que não integraram o conjunto das funções que definiu o nível hierárquico das cidades. A partir desses critérios, as cidades foram divididas em cinco grandes grupos: Metrópoles, Capital regional, Centro sub-regional, Centro de zona e Centro local. Os resultados dessa pesquisa, apresentados no mapa de regiões de influência das cidades – influência de Belém/PA, demonstram que Almeirim era um município Centro de zona, juntamente com outras 555 cidades no país, que possuem atuação restrita à sua área imediata e que exercem funções de gestão elementares. Por meio da análise desse mapa, Almeirim influencia Laranjal do Jari, cidade do Amapá, por sua vez, fortemente ligada à cidade de Macapá, classificada como Centro local. Já Almeirim está na área de influência da metrópole Belém, capital do estado do Pará. Portanto, Almeirim possuía um nível de centralidade médio para fraco de acordo com as demais cidades brasileiras. Almeirim, conforme já apresentado anteriormente, é constituído dos distritos de Almeirim, Arumanduba e Monte Dourado, desde o ano de 1988. Conforme mencionado anteriormente, aproximadamente 79,09% do território do município de Almeirim são compostas por Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Proteção Integral e Terras Indígenas, isto é, áreas legalmente protegidas. Assim, cerca de 20,91% do território está disponível para as atividades agrícolas e industriais, devendo respeitar ainda a legislação referente à reserva legal, isto é, a área do imóvel rural que deve ser coberta por vegetação natural e que pode ser explorada com o manejo florestal sustentável. Nas propriedades na Amazônia Legal, 80% do imóvel deve ser área de floresta, segundo a legislação ambiental vigente.. O município de Almeirim possui duas áreas urbanas, uma situada na sede de Almeirim e outra situada no distrito de Monte Dourado. Os empreendimentos industriais concentram-se no distrito de Monte Dourado. Sendo assim, a área rural do município Almeirim pode ser dividida em quatro zonas, de acordo com Amorim et al. (2010), que abrigam diferentes comunidades: R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 85 de 151 Zona I As comunidades da Zona 1, localizadas nos arredores da sede do distrito de Monte Dourado, apresentam uma produção agrícola ligada, principalmente, as culturas permanentes, com grande diversidade em seus cultivos e excedentes para a venda. Praticamente toda a produção é escoada para o distrito de Monte Dourado. Estas comunidades são ligadas ao referido distrito, em virtude das boas condições malha viária existente no eixo de produção florestal do Grupo Orsa, além da proximidade em relação à sede do distrito. Nesta zona vivem cerca de 250 famílias entre as comunidades reunidas e abriga as comunidades do Braço, Bandeira, Vila Nova e Repartimento. Zona II Na zona II, situada a nordeste do rio Paru e a norte do rio Amazonas, vivem cerca de 220 famílias que residem em núcleos e comunidades, que se caracterizam pela relação histórica da formação do município de Almeirim, principalmente as comunidades de São Raimundo e Arumanduba. Nesta zona se localiza a sede municipal de Almeirim. As comunidades da Zona II ainda praticam pequenos cultivos agrícolas, extrativismo vegetal baseado na coleta de açaí e castanha e pesca artesanal e comercial, além da prática agrícola do cultivo de mandioca. De todas as comunidades dessa zona, Nova Arumanduba possui a melhor infraestrutura, além de proximidade com a sede de Almeirim, possuindo também maior expressividade econômica e maior população. Zona III Na zona III, caracterizada pelas comunidades próximas as margens direita e esquerda do rio Paru, localizam-se comunidades extrativistas, as quais possuem como característica principal a vocação agrícola de subsistência e florestal. Apresentam atividades de coleta de produtos não madeireiros, realizadas por ribeirinhos e R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 86 de 151 extrativistas. Também nessa zona há importantes áreas de exploração madeireira industrial. As comunidades dessa localidade reúnem cerca de 300 famílias. As comunidades mais populosas são a de Barreiras, Recreio, Santa Rosa e Bananal. Já as mais importantes do ponto de vista organizacional são as comunidades do Cafezal e Santa Rosa, pois agregam as demais comunidades circunvizinhas nas discussões comunitárias. A malha hídrica principal e seus rios tributários são utilizados, representando um importante meio de escoamento, além de convergir às atividades extrativistas de modo geral. Os principais acessos rodoviários são os ramais da serra grande e Puxuri, que liga a localidade do Puxuri e a comunidade do Recreio à Monte Dourado. A diversidade de ambientes naturais também está presente nessa zona. Há boas características para o cultivo de culturas anuais permanentes e temporárias, principalmente para a cultura do cacau, além de poder aproveitar a água do rio e igarapés para a irrigação. Zona IV A zona IV, situada a noroeste do rio Paru e a norte do rio Amazonas, é composta pelas comunidades de Botafogo, Tucumanduba, Praia Verde e Lago Branco e reúne mais de 100 famílias. Estas comunidades situam-se na margem direita do rio Amazonas, sendo que apenas Lago Branco tem acesso pelo rio Aramum. Nessas comunidades há produção de pecuária bubalina, produção de açaí, pesca (peixes e camarões), produção de farinha. Esta área navegável é rota de grandes embarcações com passagem diária para diferentes destinos na Amazônia. O acesso a estas comunidades é realizada via fluvial com distância aproximada de 1(uma) hora da sede municipal de Almeirim. A maioria das comunidades possui boa infraestrutura de serviços básicos, como escolas, geradores elétricos, barcos, barracões, sistema de comunicação, entre outros. Ressalta-se que o empreendimento em questão está localizado na área correspondente a Zona IV. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 87 de 151 No que se refere a sua infraestrutura, Almeirim possui 3 rodovias existentes dentro do município. Entretanto, a rodovia federal permanece na fase de planejamento, conforme demonstra a tabela a seguir: Código da Estrada Tabela 16 Rodovias: Federal e Estaduais Situação Fonte BR-210 Planejada Ministério dos Transportes/DNIT - 2009 PA-473 Implementada Ministério dos Transportes/DNIT - 2009 PA-254 Sem informação Ministério dos Transportes/DNIT - 2009 Fonte: Elaborado com base nos dados do Ministério dos Transportes/DNIT - 2009 A estrada PA-254 interliga Almeirim ao município de Prainha. A PA-473, por sua vez, interliga o distrito de Monte Dourado à sede de Almeirim, cortando o município no sentido Norte-Sul. Esta rodovia não é pavimentada e apresenta grandes dificuldades de trafegabilidade. O principal acesso ao município de Almeirim ocorre por meio de transporte fluvial, sobretudo no rio Amazonas e no rio Paru. É por meio dos rios que a maior parte de pessoas e mercadorias se desloca (Amorimet al., 2010). Atualmente, está em licenciamento no órgão ambiental competente a ponte sobre o rio Jarí, que tem como empreendedor a Prefeitura Municipal de Laranjal do Jari. A ponte sobre o rio Jari ligará, portanto, os municípios de Laranjal do Jari, localizado no Amapá, à Almeirim. No município de Almeirim foram identificados 4 aeródromos (Infraero - Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária e ANAC, 2010), a saber: o Aeródromo Almeirim, o Aeródromo Monte Dourado, o Aeródromo Fazenda do Limão e o Aeródromo Fazenda Ipitinga. Destaca-se, ainda, a existência de um aeródromo no município de Laranjal do Jari, no estado do Amapá, que devido à proximidade com o distrito de Monte Dourado também atende o município de Almeirim. O acesso por via aérea ao município de Almeirim ocorre por aeronave de pequeno porte, por meio de companhias de taxi aéreo. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 88 de 151 Quanto à estrada de ferro, consta apenas uma no município, no distrito de Monte Dourado, de propriedade da Jari Celulose, que utiliza como meio de escoamento madeireiro até a sua fábrica. O município possui um mineroduto em operação, segundo órgão licenciador federal, o Mineroduto Vitória do Jari, cujo empreendedor é a CADAM S.A. Além de Almeirim, faz parte da área de influência do mineroduto o município amapaense de Vitoria do Jari. No se refere à energia elétrica, Almeirim é atendido por sistemas isolados de geração de energia elétrica. A Centrais Elétricas do Pará S/A (CELPA) é a concessionária responsável pela distribuição da energia em todo o Estado do Pará. Almeirim possui uma termoelétrica a óleo diesel, cuja concessão é da CELPA Equatorial, localizada na sede municipal. Ressalte-se que a maioria das comunidades rurais que não estão conectadas à termoelétrica da sede municipal utilizam pequenos geradores de energia a diesel com a funcionalidade de atender a um pequeno grupo de casas no período noturno e eventos educativos e festivos (Amorim et al., 2010). No distrito de Monte Dourado, a empresa Jari Celulose atua como produtor independente de energia. A potência das usinas termoelétricas a óleo diesel da Jari Celusose é de 55 megawatts (MW). Atualmente, está sendo construída uma usina hidrelétrica no município, denominada Usina Hidroelétrica Santo Antônio do Jari, situada no rio Jari, na fronteira entre o estado do Pará e do Amapá. A potência prevista para a Usina Hidrelétrica de Santo Antônio do Jari é de 300 megawatts (MW). A UHE Santo Antônio (Rio Jari) tem a Ece Participações S/A como empreendedor. O valor do empreendimento é de 900.000.000,00 reais, segundo informações do órgão ambiental licenciador. A UHE será construída no modelo fio d´água e atingirá, além de Almeirim, o município de Laranjal do Jari (IBAMA, 2013). O município de Almeirim recebeu também 2 (dois) grandes empreendimentos de transmissão de energia. O primeiro é a Linha de Transmissão Jurupari - Oriximiná e Jurupari - Laranjal do Jari - Macapá (Lote B do Linhão Tucuruí), de propriedade das Linhas de Macapá Transmissora de Energia Ltda. A Linha de Transmissão, em fase de instalação, possui tensão de 500 KV e extensão de 713 Km. Esse empreendimento atravessa os municípios dos estados do Pará e Amapá, a saber: Óbidos, Alenquer, R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 89 de 151 Monte Alegre, Prainha, Almeirim, Curua, do Pará; e Santana, Vitória do Jari, Laranjal do Jari e Mazagão, do Amapá. O município inicial do empreendimento é Oriximiná no estado do Pará e o final é Macapá no estado do Amapá.O segundo trata-se da Linha de Transmissão Tucuruí - Xingu - Jurupari (Lote A do Linhão de Tucurí) cujo empreendedor é a Linhas de Xingu Transmissora de Energia S.A. Com extensão de 527 Km e potência de 500 KV, essa Linha de Transmissão tem como município inicial Tucuruí e final Almeirim, ambos no Pará. Essa empreendimento tem 5 (cinco) municípios na sua área de influência, todos situados no Pará, a saber: Pacajá, Anapú, Altamira, Porto de Moz e Vitória do Xingu. Atualmente, o empreendedor requereu a Licença de Operação ao órgão ambiental. Destaca-se que a Subestação de Jurupari, no qual deverão ocorrer as obras de ampliação em questão, é propriedade da Linhas de Xingu Transmissora de Energia S.A.(IBAMA, 2013). Além disso, se encontra em fase inicial de licenciamento a Linha de Transmissão denominada Sistema de Distribuição de Energia Elétrica 69kvLaranjal/Monte Dourado cujo empreendedor é a CELPA - Centrais Elétrica do Para S/A. A linha de transmissão terá a extensão de18 Km e atravessará os municípios de Laranjal do Jari à Almeirim. Cabe ressaltar que nenhum dos empreendimentos em licenciamento se constitui em restrições ou à atração à localização do empreendimento em questão (IBAMA, 2013). O sistema de comunicação é composto por telefonia fixa, gerenciado pela empresa Oi, concessionária de serviços de telecomunicações do Brasil. Atualmente, 3 empresas atuam no sistema de telefonia celular, a TIM, a Claro e a VIVO, todas com o prefixo 93. Os canais da TV Bandeirantes e Globo são os responsáveis pelas retransmissões televisivas. No município ainda existem duas rádios FM comunitárias (99 Mhz e 104 Mhz) (Amorimet al., 2010). O serviço de internet possui funcionamento precário, embora o município seja contemplado pelo Programa Navega Pará, um Programa do Governo do Estado do Pará para promover a inclusão social através da inclusão digital e promover a democratização do acesso à Internet pelos órgãos de governo e pela sociedade. Conforme afirmado anteriormente, na Praça do Centenário a população tem acesso à internet gratuita, após o cadastramento no Departamento de Cultura da Prefeitura de Almeirim. No distrito de Monte Dourado a empresa Oi também atua no mesmo sistema de telefonia fixa. O distrito ainda conta com serviços de telefonia celular operado pelas empresas TIM (prefixo 93) e Vivo (prefixo 96) devido ao seu raio de atuação, uma vez R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 90 de 151 que está instalada no município de Laranjal do Jarí (AP). As transmissões televisivas são feitas pelos canais da TV Globo e SBT, sendo que este último é gerado a partir do município de Laranjal do Jarí (AP). Há também uma rádio comunitária FM (104 Mhz), porém, a população também ouve as rádios comunitárias FM 87,9 e 97,9 do município de Laranjal do Jarí (AP). Há serviços de internet (Amorim et al., 2010). Segundo osentrevistados, o serviço de internet do distrito possui qualidade superior ao da sede municipal. Dentre as opções de áreas de lazer e recreação no município de Almeirim, as praças públicas são o tipo de espaço público mais comum, nos quais a população realiza atividades de comunhão social. Destaca-se, na sede municipal, 3praças públicas, são elas: a Praça do Relógio, a Praça do Centenário (Magalhães) e a Praça Augustinho Guerra. Segundo os entrevistados, a Praça Augustinho Guerra encontra-se em processo de reforma. Objetiva-se, com essa obra, a instalação de academia aberta à população. Além disso, existe um projeto para que seja instalado ainda nessa praça um centro cultural. A Praça do Centenário localiza-se no centro da sede municipal. Ao seu redor, notamse, diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, além da própria administração pública, tais como: os Correios, a Câmara Municipal, o Departamento de Cultura da Prefeitura de Almeirim, bares, sorveterias, a Igreja Católica, dentre outros. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 91 de 151 Figura 31 Vista geral da Praça do Centenário Figura 32 Vista lateral da Praça do Centenário Figura 33Escultura localizada na Praça do Centenário Por ser o núcleo do centro municipal, nesta praça acontecem os principais eventos da cidade, como as apresentações musicais, feiras e a festa de Carnaval, entre outros. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 92 de 151 Figura 34Memorial dos Balateiros construído com recursos da Prefeitura Municipal no ano de 1996 Nos arredores da Praça do Cententário localiza-se o Memorial dos Balateiros, em homenagem aos extrativstas da balata, uma árvore da família das Sapotáceas que expele um látex, quando tem seu caule sangrado. Segundo os entrevistados, a extração da balata foi a principal atividade econômica da região de Almeirim no início do século XX. Em memória a esses extrativistas, a Prefeitura construiu na década de 90, um monumento próximo à escadaria que dá acesso a referida praça. Também na Praça do Centenário a população tem acesso à internet gratuita por meio do Programa Navega Pará, um Programa do Governo do Estado do Pará para promover a inclusão social através da inclusão digital e promover a democratização do acesso à Internet pelos órgãos de governo e pela sociedade. Para tanto, é preciso cadastramento no Departamento de Cultura da Prefeitura de Almeirim. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 93 de 151 Figura 35 Departamento de Cultura da Prefeitura de Almeirim Por sua vez, a Praça do Relógio, como é popularmente chamada, é um ponto de encontro da população local, sobretudo nas noites de quintas-feiras. Dessa praça, tem-se vista para o rio Amazonas. Figura 36Vista geral da Praça do Relógio R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 94 de 151 Almeirim possui também clubes, no qual a população pratica atividades desportivas. Na sede, se destaca o Almeirim Atlético Clube, local ondem funcionam muitas das atividades do CRAS, como os Programas Peti, Pro Jovem, Vida Ativa e Acesso Livre. Figura 37 Vista do Almeirim Atlético Clube A população de Almeirim comemora duas festas religiosas: a do São Benedito, que ocorre entre os dias 21 a 29 de junho e a de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, festejada entre os dias 1 a 8 de dezembro. Registra-se que a festa de São Benedito é promovida pela família Castro, família considerada tradicional da região pelos entrevistados. Segundo os entrevistados, essa família, que seria descendente de escravos, promove essa festa há cerca de 100 anos. Esta festividade segue o modelo de outras festas religiosas existentes no Brasil, no qual se institui um ritual de agradecimentos ao Santo, através dos pagamentos de promessas. São realizadas ladainhas, a meia lua (procissões fluviais), procissão e peregrinação da imagem de São Benedito em algumas comunidades. Na ocasião, é tocado o Gambá, expressão musical e dança que se atribui a origem africana. Seu nome é inspirado no principal instrumento musical do ritmo, o tambor, cujo som lembra o chiado do animal. Entre os ritmos do Gambá está a Marandangueira, um dos mais importantes de toda a festa. Essa dança é inspirada na briga entre uma pomba e um gavião. Homens e mulheres se apresentam em círculo, com coreografias simples e variadas. Os pares dançam soltos, sendo que o cavalheiro é quem comanda os passos e a evolução. Outro ritmo típico do Gambá é o Desfeiteiro, dança com várias pausas para que os pares declamem versos, que podem ser em prosa, poesia, R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 95 de 151 romântico ou saberes populares. O Gambá também apresenta xote, valsa, puladinho, samba, entre outros (Diário do Pará, 2009). A data de aniversário da cidade, 23 de agosto, também é fortemente comemorada. Além de ser feriado municipal, na semana do aniversário de Almeirim é realizada a Feira de Arte e Cultura de Almeirim – FEARCA, no qual são realizadas: apresentações culturais e musicais, eventos esportivos, venda de artesanato, eventos religiosos, dentre outros, conforme o cartaz apresentado a seguir. Em toda FEARCA é escolhido uma temática. Na última edição, a 22ª a ocorrer, foi escolhido o tema “Acari – alimento, sustentabilidade, tradição e cultura e um povo”, em referencia ao peixe consumido pelos almeirienses. Figura 38 Cartaz da FEARCA Em Almeirim também se comemora o aniversário do distrito de Monte Dourado no mês de maio por meio do Festival Folclórico de Monte Dourado. Durante o festival ocorrem apresentações de shows com bandas locais e regionais, apresentações culturais com grupos de danças locais, programações esportivas. Assim como na FEARCA também é realizada a Marcha pra Jesus pelos neopentecostais. As comunidades rurais costumam realizar festividades associados aos recursos locais, como os festivais da castanha, camarão, dourada e acarí, esses últimos peixes locais (Amorim et al, 2010). Muitos desses eventos são organizados pelas comunidades com R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 96 de 151 apoio da gestão municipal. Destacam-se os festivais organizados pelas comunidades de Nova Arumanduba, Botafogo e Praia Verde. O “Festival da Castanha” é realizado pela comunidade de Nova Arumanduba, onde a maioria da população vive da coleta da Castanha do Pará. O evento surgiu como uma confraternização dos castanheiros e acontece uma vez por ano, no qual a comunidade expõe e vende os artesanatos feitos com os recursos locais, vende a culinária produzida a partir da Castanha do Pará, realiza apresentações folclóricas, no qual se destaca o conhecido desfile dos castanheiros, além de experimentar passeios ecológicos na chamada “trilha dos castanheiros” e de canoas nos campos alagados. O festival tem a duração de 3 dias e, costuma acontecer durante o mês de abril, mês auge da colheita. De acordo com os entrevistados, nos últimos 2 anos o Festival da Castanha não ocorreu, por falta de organização local. Entretanto, nesse ano a comunidade tem se empenhado para a realização do 10º Festival da Castanha.4 No mês de julho ocorre o Festival do Camarão na Comunidade da Praia Verde, onde a maioria de seus moradores vive da pesca do camarão. No festival apresenta-se a gastronomia com pratos típicos regionais feitos com o camarão, apresentações culturais, programação esportiva, corrida de barco rabeta, além de um passeio ecológico na Serra da Velha Pobre e banho de praia. Já em setembro é realizado o Festival da Dourada na Comunidade do Botafogo, cuja pesca da dourada no Rio Amazonas é uma das principais atividades econômicas da cidade. No festival apresenta-se a gastronomia com pratos típicos regionais feitos com a dourada, apresentações culturais, vendas de artesanatos, programação esportiva , banhos de praia e passeio ecológico na Serra da Jabutiguara. Apesar de aparecerem como atrativos turísticos quando dos festivais do Camarão e da Dourada, a Serra da Velha Pobre e a Serra da Jabutiguara não foram mencionados como tal por nenhum dos entrevistados. Como opções de ecoturismo, o município de Almeirim possui 3 cachoeiras: as cachoeiras do Panama e Bacuri, localizadas no Rio Paru; e a cachoeira do Santo 4 De acordo com os entrevistados, o Projeto Almeirim Sustentável está atendendo 5 comunidades a fim de forma-las em ecoturismo com base comunitária (Arumanduba; Botafogo; Praia Verde, Lago Branco e Cafezal). Esse projeto é realizado pelo Instituto Floresta Tropical – IFT e pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora e fomentado pelo Fundo Vale. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 97 de 151 Antônio, localizada no rio Jari, no distrito de Monte Dourado. O acesso às cachoeiras demanda tempo, isto é, cerca de 3 horas de barco, uma vez que estas se localizam distante do centro da sede municipal e do distrito de Monte Dourado. Os custos associados ao deslocamento faz com que a população almeirimense não conheça esses atrativos do próprio município. O mesmo ocorre com o chamado Lago Branco, próximo a comunidade ribeirinha que leva o seu nome, que também possui um potencial turístico pouco explorado devido aos custos de condução. Por fim, vale ressaltar que Almeirim também recebe turismo internacional. O município é parte do Rallye Tranzamazone, realizado pelo Clube Rilles Du Soleil, com sede na região de Montepelier, no sul da França. O rali acontece, tradicionalmente, no mês de abril. Segundo os entrevistados, um grupo formado por europeus de diferentes nacionalidades dispostos, em média, 30 veleiros com cerca de 2 (dois) passageiros cada, viaja pelo rio Amazonas com destino a Alter do Chão. Durante a viagem, os velejadores param em alguns municípios, como é o caso de Almeirim. Neste sentido, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer - SEEL, em parceria com as prefeituras dos municípios visitados auxiliam aos velejadores em serviços essenciais, além de elaborarem uma programação especial com vistas a promoção do turismo local. No caso do município em questão, os velejadores permanecem cerca de 3dias na cidade. Os turistas são recebidos com um evento, com apresentação da cultural local – música, artesanato e gastronomia. Os participantes visitam a comunidade de Arumanduba, cerca de 20 minutos de distância da sede municipal seja por terra ou rio, no qual vivem cerca de 60 famílias. Lá percorrem a chamada trilha dos castanheiros e conhecem o Mirante local, conhecido pela torre da Embratel. 2.4.3 Estrutura Fundiária, Assentamento e Áreas de Conflito A instalação dos chamados “grandes projetos” na Amazônia durante o governo militar, tal como a construção da rodovia Transamazônica, a instalação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, a criação do Projeto Grande Carajás bem como a implantação de projetos do INCRA provocaram um intenso processo de ocupação no Pará, sobretudo nas regiões Sudeste e Sudoeste. A euforia causada no início da década de 70 pelo incentivo à ocupação do território paraense, sob o slogan de 'Terra sem homens para homens sem terra' e ao deslocamento de emigrantes atraídos pelos novos empreendimentos, incidiu negativamente sobre a questão fundiária paraense através da emissão de títulos falsos pela inexistência de processos, ausência ou fraude nas R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 98 de 151 demarcações, superposição de áreas e nomes de pessoas que nunca existiram (ou desaparecidas), entre outros fatores (INTERPA, 2013). Porém, os municípios mais distantes dos principais eixos de crescimento econômico – como é o caso de Almeirim – mantiveram o modelo de urbanização tradicional, marcadamente ribeirinho, caracterizado pela comunicação fluvial, baixos investimentos em infraestrutura, agricultura familiar de subsistência, pecuária extensiva, extração de recursos naturais em pequena escala, com baixa diversificação e produtividade e uso de tecnologias rudimentares. No município de Almeirim a estrutura fundiária caracteriza-se de as acordo com as atividades produtivas predominantes variando de acordo com os distritos municipais. No distrito de Monte Dourado, onde há atuação de atividades da Jari Ceulose ligadas a agroindústria, os lotes tendem a apresentar dimensões maiores do que aqueles situados no distrito sede às margens do rio Amazonas onde a presença de comunidades ribeirinhas é mais frequente. Por ser afastado dos vetores de crescimento econômico, a situação fundiária do município de Almeirim difere dos demais municípios do Pará. Segundo as informações concedidas pelos entrevistados, o conflito pela terra é recente em Almeirim, sendo estes provocados, principalmente, pela agroindústria de celulose, sobretudo no distrito de Monte Dourado. Ainda de acordo com o relato dos entrevistados, a sede municipal possui poucos problemas fundiários. A causa desses problemas seria contemporânea: a instalação de madeireiras no município há cerca de 8anos. No que se refere à ocupação dos assentamentos rurais, segundo o INCRA e o Instituto Estadual de Terras do Pará - INERPA, não há no município de Almeirim assentamentos rurais – informação que confere com o relato das entrevistas realizadas no município. Todavia, na base divulgada pelo INCRA para identificação dos assentamentos, os atributos dos dados apontam a existência do assentamento Projeto de Assentamento Extrativista – PAE Chicatã no município de Prainha, mas espacialmente, de acordo com a base consultada, localização encontra-se em Almeirim. Dada a divergência de informações do próprio órgão, no mapa temático relativos aos assentamentos rurais, a PAE Chicatã foi localizada no município de R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 99 de 151 Almeirim, apesar dos entrevistados terem sido categóricos quanto a localização desse PAE no município de Prainha. Dado o desacordo entre as informações, vale ressaltar que não há assentamentos rurais próximos ao empreendimento em questão. Por fim, cabe enfatizar que embora o município não seja marcado por assentamentos rurais, os demais municípios próximos possuem essa característica, como se pode notar ao analisar o mapa de representação dos assentamentos rurais na área de interesse. Há assentamentos rurais de diferentes tipologias, como: Projetos de Assentamento Extrativista – PAE, Projeto de Desenvolvimento Sustentável – PDS, PIC - Projeto Integrado de Colonização, RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável e RESEX - Reserva Extrativista. O assentamento mais próximo a Almeirim trata-se da Reserva Extrativista Verde Para Sempre, em fase de reconhecimento pelo órgão competente (INCRA, 2011). 2.4.4 Patrimônio Cultural e Natural A origem histórica do município de Almeirim apresenta duas versões diferentes. A primeira indica como marco histórico a construção de um forte pelos holandeses em uma aldeia denominada Paru e a segunda atribui a origem do município aos frades capuchos de Santo Antônio que construíram a aldeia do Paru como zona de catequese para os índios da região. Em 1758, a aldeia adquiriu categoria de Vila, passando a chamar-se Almeirim. Entretanto, na época da Independência, veio a ser extinta. Em 1885, Almeirim foi palco do movimento da Cabanagem, sendo invadida e quase totalmente destruída. Com o advento da República, em 1890, readquiriu categoria de Vila e no mesmo ano ganhou a de município. Porém, em 1930, o então município foi extinto, sendo seu território anexado ao de Prainha, mas retornando a antiga posição no mesmo ano. Segundo a divisão territorial do Estado do Pará, em 1936, Almeirim foi apresentado subdividido em quatro distritos: Almeirim, Boca do Braço, Santana do Cajari e Santo Antônio do Caracuru. Em divisão territorial datada em 1988, o município fica constituído dos distritos de Almeirim, Arumanduba e Monte Dourado, permanecendo assim desde essa data (Amorim et al., 2010; Prefeitura de Almeirim, 2013). Tabela 17 Origem do Município de Almeirim R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 100 de 151 Município Almeirim Criação da Vila 1758 Criação do Município 1930 Desmembrado de Monte Alegre (em 1930) De acordo com as informações do Governo do Pará, o patrimônio histórico e cultural do município é formado pela Praça do Centenário e pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição. (INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, SOCIAL E AMBIENTAL DO PARÁ, 2011), ambos localizados na sede municipal. Figura 39 Igreja de Nossa Senhora da Conceição localizada em frente a Praça do Centenário O levantamento do patrimônio histórico e arqueológico da área em estudo foi realizado com base em informações da Superintendência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN no Pará de março de 2013. De acordo com as informações da Superintendência do Instituto, existem 6 (seis) sítios arqueológicos cadastrados no município de Almeirim, cujas característica serão apresentadas na tabela a seguir: R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 101 de 151 Nome do Sítio Araipa Cotia Açaí Morro Cachoeira Toré Tabela 18Sítios arqueológicos registrados IPHAN no município de Almeirim Outras Município UF_Sítio Categoria Tipo Localidade Designações PA-AM-1 Almeirim PA PréHabitação Margem direita Colonial do médio rio Paru de Leste, em frente à foz do igarapé Anantu PA-AM-2 Almeirim PA PréHabitação Margem direita Colonial do médio Paru de Leste, cerca de 2h de canoa à montante da foz do igarapé Anantu, local do sítio PAAM-1: Araipa PA-AM-3 Almeirim PA PréHabitação Margem Colonial esquerda do médio rio Paru de Leste, cerca de 3h de canoa à montante do local do sítio PA-AM-2: Cotia PA-AM-4 Almeirim PA PréMargem direita Colonial do médio rio Parú de Leste, cerca de 12h de canoa à montante do litoral do sítio PA-AM-Açai PA-AM-5 Almeirim PA PréArte Margem direita Colonial Rupestre do rio Paru de Leste, junto à Cachoeira Toré. Almeirim PA Coordenadas Sem Sem Sem Sem Sem Jaburú do Sem Rio Parú Fonte: Elaborado com base nos dados Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN, 2013 A pequena quantidade de sítios arqueológicos registrados no município pode ser superior ao aqui apresentado, dado a parca produção de pesquisas arqueológicas no local. Vale destacar que o mesmo não significa, necessariamente, que a área possui baixo ou nenhum potencial arqueológico, o que deve ser investigado através de diagnóstico, intrusivo ou não, a ser solicitado ao IPHAN quando do licenciamento ambiental, conforme determina a Portaria IPHAN 230/2002. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 102 de 151 Vale ressaltar que não há nenhum bem tombado pelo IPHAN em Almeirim. Além do órgão oficial, foram realizadas entrevistas com membros da comunidade local, a fim de verificar aspectos históricos e culturais do município. Quanto a esses aspectos, foram enfatizados as variedade de lendas na região. As lendas fazem parte do chamado folclore amazônico, sendo as mais mencionadas a lenda da Cobra Grande, do Boto e da Matinta Perêra. Além disso, foi mencionado pelos entrevistados a Serra da Velha Pobre, área próxima ao empreendimento em questão. Segundo a lenda local, nessa área habita o espírito de uma senhora muito brava que assusta as pessoas que por ali passam. Há relato de que a “velha” agita as águas do rio Amazonas no trecho próximo ao local, dificultando assim a sua passagem por lá. Figura 40 Vista lateral da Serra da Velha Pobre Apesar de o local ser considerado de valor histórico pela comunidade, não há impedimento legal no que tange a instalação do empreendimento. No que se refere à paleontologia, a região do Baixo Amazonas, que contempla sedimentos depositados durante o Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico, possui potencial paleontológico (Scientia, 2011). Entretanto, a ampliação da Subestação não necessitará de escavações e, portanto, não deverá comprometer o patrimônio fossilífero. Por fim, vale ressaltar que não há material espeleológico na área do empreendimento. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 103 de 151 2.4.5 Terras Indígenas e Quilombos Segundo Política Comunidades Nacional Tradicionais de Desenvolvimento (2007) são Sustentável considerados povos dos e Povos e comunidades tradicionais: grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição. Considerando a definição de povos e comunidades tradicionais, pode-se afirmar que há, no município de Almeirim, a presença de diversas comunidades ribeirinhas localizadas a margem dos rios que compõem esse território, em especial o Rio Amazonas, além de povos indígenas. Sendo assim, foi realizado um levantamento das comunidades ribeirinhas localizadas ao redor do empreendimento. Ao lado direito do empreendimento, na margem direita do Rio Amazonas, situam-se, por ordem de proximidade como o empreendimento: Praia Verde, Praia Verde II, Comanduba e Lago Branco. Ao lado esquerdo do empreendimento, também na margem direita do rio, localizam as seguintes comunidades, por ordem de proximidade como o empreendimento: Fé em Deus, Botafogo, Piniel, Bacabal e Bebedouro; além das Comunidade Jaburu e Cajueiro, situadas no início do Rio Paru. Essas comunidades possuem, aproximadamente, 25 casas, conforme observado no local, no qual habitam em torno de 5 pessoas por residência, segundo moradores da região. As comunidades são polarizadas pela cidade de Almeirim, no que diz respeito a serviços públicos e todos os demais tipos de serviços, assim como pelas atividades comerciais. Ressalta-se que as comunidades de Praia Verde, Botafogo e Piniel são as maiores comunidades ribeirinhas localizadas próximas a sede municipal, com cerca de 30 casas cada. Em algumas dessas comunidades há a presença da igreja católica e neopentecostal, além de unidades escolares. Notou-se, ainda, que algumas residências possuíam antenas parabólicas e caixas d´água. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 104 de 151 Figura 41 Residência ribeirinha com a presença de antena parabólica na comunidade Fé em Deus Figura 42Riberinhos na “voadeira”. Ao fundo, residências ribeirinhas da comunidade Fé em Deus. Notem-se os açaizeiros localizados próximos as residências. Figura 43 Embarcações ribeirinha localizadas na comunidade Botafogo Figura 44 Comunidade Botafogo. Note-se no fundo direito da imagem, a presença da Igreja Católica. Ao lado da Igreja, registre-se a construção de uma unidade escolar municipal. A comunidade ribeirinha mais próxima ao empreendimento dista, aproximadamente, 2,6km do empreendimento. Quanto aos indígenas que habitam o município de Almeirim, destaca-se, em especial, os Apalai eWayane (também chamados de Apari e Wayana) - povos de língua karib que habitam a região de fronteira entre o Brasil, o Suriname e a Guiana Francesa, que R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 105 de 151 mantem há pelo menos cem anos, relações estreitas de convivência, coabitando as mesmas aldeias e casando-se entre si5. Diferente dos ribeirinhos, as referidas populações indígenas usufruem de territórios protegidos por lei para a reprodução cultural, social e econômica. Registre, no noroeste do município de Almeirim, duas terras indígenas demarcadas, no qual o usufruto dos recursos naturais é exclusivo dessas populações. São elas: Tabela 19 Terras Indígenas na Área de Abrangência Regional Etnias Situação Jurisdição Área (ha) População jurídica legal Identificação das Áreas Indígenas T.I. Parque do Tumucumaque Apalai e Wayana HOMOLOGADA. REG CRI E SPU Amazônia Legal 3.071.070 T.I. Paru D´Este Apalai e Wayana HOMOLOGADA. REG CRI E SPU Amazônia Legal 1.195.785 1.491 Funai (2003) ND Presença de 6 isolados SIM ND Fonte: Elaborado com base nos dados do Instituto Socioambiental – ISA, 2013. OBS: ND – Não disponível Cabe ressaltar que a Portaria No4 de 03/01/2013 do Ministério do Meio Ambiente, publicada no Diário Oficial da União de 04/01/2013 reconheceu o primeiro Mosaico brasileiro a incluir Terras Indígenas em sua composição, denominado Mosaico Oeste do Amapá e Norte do Pará.7 Compõem o Mosaico as referidas terras indígenas e outras, tais como as seguintes unidades de conservação: Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e Floresta Nacional do Amapá, UCs federais sob a gestão do ICMBio; Floresta Estadual do Amapá e Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Iratapuru, - sob a gestão da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado do Amapá; Parque Natural Municipal do Cancão, sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município de Serra do Navio; 5 http://pib.socioambiental.org/pt/povo/wayana/1146 6 Os chamados povos indígenas isolados, conhecidos também como povos em situação de isolamento voluntário, são assim denominados por não terem sidos contatados oficialmente pela Funai. O isolamento representa, na maioria dos casos, uma opção do grupo, que pode estar pautada por suas relações com outros grupos, pela história das frentes de ocupação na região onde vivem e também pelos condicionantes geográficos que propiciam essa situação. 7 http://www.socioambiental.org/banco_imagens/pdfs/mosaicoamapa.pdf R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 106 de 151 Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo, sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo do município de Pedra Branca do Amapari; Terra Indígena Wajãpi, Terra Indígena Parque do Tumucumaque, Terra Indígena Rio Paru D´Este, as três, homologadas pela Presidência da República e sob gestão das comunidades indígenas e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Vale considerar que as duas terras indígenas localizadas no município de Almeirim, bem como as unidades de conservação, se situam distantes do empreendimento em estudo, conforme demonstram os mapas da questão da terra na área de interesse – assentamentos, quilombos e terra indígena e de representação das terras indígenas no município de Almeirim. Quanto às comunidades quilombolas, isto é, grupos étnicos predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se auto definem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias (Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2009), não há registro de sua localização no município em questão, de acordo com o banco de dados da Fundação Cultural Palmares e conforme apresentado no mapa da questão da terra na área de interesse – assentamentos, quilombos e terra indígena. Entretanto, o estado do Pará é 5º estado da federação com a maior presença de comunidades quilombolas, 103 comunidades ao todo, estando atrás apenas da Bahia, com 425; Maranhão, com 297; Minas Gerais, com 168 e Pernambuco, com 108. 2.4.6 Áreas de Interesse Estratégico Não foi identificado dos obstáculos de natureza estratégica situados na região (manobras militares aéreas e terrestres, estações de rastreamento, bases aéreas navais ou militares). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 107 de 151 3. ANÁLISE INTEGRADA DOS ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DO EMPREENDIMENTO A partir dos mapeamentos temáticos, torna-se importante o desenvolvimento de uma síntese socioambiental da área de interesse que permita analisar e compreender como as múltiplas informações levantadas incorrem para que se avalie a sensibilidade encontrada na área de interesse. 3.1 Metodologia aplicada A metodologia aplicada nesta analise será baseada na utilização do Sistema de Informações Geográficas, que contribuiu não apenas para o desenvolvimento de dados temáticos, mas também para o cruzamento das classes temáticas, possibilitando a análise integrada das mais diversas variáveis existentes no espaço como um todo. Desta forma, buscou-se através de uma metodologia específica, apresentar um produto que busque dar conta desta complexidade, a partir de uma classificação da sensibilidade local. 3.1.1 Desenvolvimento do instrumento SIG Apesar de se apontar efetivamente a metodologia utilizada para a elaboração deste produto-síntese, antes de tudo, torna-se fundamental apresentar o ambiente sobre o qual o mesmo será produzido. Isto se deve à existência de diferentes ambientes de dados possíveis de serem trabalhados a partir de uma plataforma SIG. Até o presente momento utilizou-se, quase que fundamentalmente (com exceção do mapeamento hipsométrico apresentado) análises pautadas na representação vetorial. Desta maneira, a representação passa a existir baseada fundamentalmente através de pontos, linhas ou polígonos. Apesar das múltiplas possibilidades existentes a partir do cruzamento topológico entre estas feições, a existência de outro ambiente permite qualificar e cruzar os dados levantados a partir da sua transformação em unidades baseadas em células ou píxels. Pode-se perceber o comportamento entre uma representação vetorial poligonal e uma representação matricial (baseada em píxels). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 108 de 151 Apesar das suas diferenças, ambos os ambientes tornam-se complementares a partir do momento em que se torna possível a conversão de dados de um ambiente para o outro. Entretanto, ao adotarmos o modelo matricial para todos os planos de informação a serem trabalhados, pode-se pensar na representação do espaço a partir de construções de algoritmos que buscam simular a realidade (permitindo ao usuário o estabelecimento de critérios para a formatação de dada interação entre elementos). Além disso, a utilização do modelo matricial contribui diretamente para a uniformização do território devido à conversão de diferenciadas tipologias de dados (pontos, linhas e polígonos) para uma mesma forma de representação espacial (baseado em pixels). Assim, a construção do ambiente pode se dar da seguinte forma: em um primeiro momento, definem-se as variáveis que serão utilizadas no modelo matricial. Em seguida, torna-se necessário especificar pesos intrínsecos a cada uma dasdiferentes variáveis definidas, com o intuito de identificar como as classes se comportam em relação às outras no mesmo plano de informação. Por exemplo, em um plano de informação associado à declividade de terreno, pode-se definir que a menor declividade encontrada possuirá um peso menor quando confrontado com uma declividade maior, que possuirá por sua vez um peso também maior. Além disto, ainda é possível definir, a partir de algoritmos, como os planos de informação comportam-se entre si, ou seja, estabelecer pesos entre os próprios planos de informação utilizados. O produto final, portanto, contribui para a construção de diversos cenários que podem vir a ser elaborados a partir daquilo que se deseja representar. É fundamental destacar que o modelo matricial pode ser utilizado obedecendo a comparações das mais simples às mais complexas, visando sempre representar algum processo e/ou fenômeno resultante do espaço geográfico. No caso do presente trabalho, este o ambiente matricial será utilizado como base para o cruzamento espacial das diversas informações temáticas do município de Almeirim, para a identificação das áreas mais ou menos sensíveis no município. Apesar destas considerações acerca do ambiente matricial, torna-se importante destacar, como já foi apontada anteriormente, a centralidade assumida pelo píxel para a elaboração do cálculo final. Ou seja, a conversão dos dados de vetor para matriz R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 109 de 151 deve obedecer a um tamanho de área da célula padrão para que o cruzamento possa se consolidar. Assim, torna-se fundamental pontuar que a definição do tamanho do píxel está diretamente associada à escala de produção dos planos de informação que participam da análise integrada. Como os planos de informação que participarão do produto referente ao produto se encontram em até 1:1.000.000, considera-se que os pixels terão 200 metros de resolução. Este valor foi definido a partir do máximo erro tolerável permitido a partir da menor dimensão gráfica capaz de ser percebida pelo olho humano (2 milímetros).8 A partir das colocações apontadas acima, e com o intuito de produzir um produto que vislumbre a articulação de uma série de planos de informações. 3.1.2 Classes Temáticas Foram adotadas para esta analise7 (sete) classes temáticas, que irão subsidiar a analise integrada dos aspectos ambientais em questão, sendo elas: vegetação, terra indígena, assentamentos rurais, infraestrutura (rodovias, ferrovias e aeródromos), hidrografia, exploração mineral e unidades de conservação. É importante destacar que o estabelecimento dos pesos para a produção deste produto, baseou-se na análise a partir das classes levantadas, conhecimento de campo, assim como a partir dos critérios de subjetividade gerados dos pesquisadores envolvidos. Porém, para dirimir as dúvidas relacionadas com o estabelecimento destes pesos, será explicado separadamente cada um dos planos de informação adotados. São elas: 3.1.2.1 Classe temática: Vegetação Em relação às classes de Vegetação, optou-se por estabelecer os pesos de acordo com a maior possibilidade de ocupação humana em cada uma das classes levantadas. Assim, baseados também nas descrições apontadas a partir do documento Manual Técnico de Vegetação do IBGE (2012), adotaram-se os seguintes pesos: 8 Para que se possa chegar ao valor de 200 metros de resolução espacial do píxel, basta aplicar a fórmula: erro tolerável = 0,0002 x N, onde N é o denominador da escala adotada, sendo no presente caso: 1.000.000. Logo: 200 = 0,0002 x 1.000.000. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 110 de 151 Tabela 20 Classe temática: Vegetação CLASSES DE VEGETAÇÃO PESOS DEFINIDOS Contato Savana / Vegetação Ombrófila 2 Formação Ombrófila 1 Formação Pioneira 4 Massa Dágua 1 Reflorestamento 2 Savana 3 Vegetação Secundária 3 3.1.2.2 Classe temática: Terra Indígena Em relação às Terras Indígenas optou-se por determinar os pesos associados à presença ou ausência das Terras Indígenas na área de interesse. Isto se deve ao fato de que nas áreas ondem ocorrem a delimitam-se as TI, teoricamente passa a existir uma maior estabilidade da paisagem local por serem consideradas áreas protegidas. Desta maneira, as áreas definidas como TI passam a sofrer uma sensibilidade muito menor do que aquelas áreas que não possuem o mesmo tipo de proteção. Tabela 21 Classe temática: Terra Indígena PESOS TERRA INDÍGENA DEFINIDOS Áreas com presença de TI 1 Áreas com ausência de TI 4 3.1.2.3 Classe temática: Assentamentos Rurais A presença ou ausência de Assentamentos Rurais na região define e orienta também a forma com a qual o solo pode vir a ser ocupado em determinada porção do espaço geográfico. Efetivamente, esta ocupação será orientada pelo tipo de assentamento a ser implementado no local. Porém, a presença de assentamentos definidos pelo Governo Federal orienta para uma ocupação na qual se espera a alteração, tornandose menos sensível, portanto, do que as áreas que não possuem qualquer tipo de ordenamento sobre sua ocupação. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 111 de 151 Tabela 22 Classe temática: Assentamentos Rurais PESOS ASSENTAMENTOS RURAIS DEFINIDOS Área com presença de assentamento 2 Área com ausência de assentamento 4 3.1.2.4 Classe temática: Infraestrutura Para as áreas associadas à estrutura viária (rodovias, ferrovias e aeródromos), optouse pelo estabelecimento de faixas de 0 até 200 metros, de 200 à 500 metros, de 500 à 1000 metros e acima de 1000 metros das áreas. Estes pesos buscam representam o potencial ocupacional das franjas das rodovias, além do potencial de focos de incêndio existentes pela existência dos materiais combustíveis, ameaça à fauna/flora devido ao efeito de borda decorrente da implementação das estruturas viárias, entre outros. É importante destacar que, apesar dos padrões resultantes pela ocupação à margens das rodovias (conhecidas popularmente como “espinha de peixe”) puderem se apresentar reduzidos nas ferrovias quando comparados com as rodovias, a implementação das linhas férreas, apesar de não resultarem em impactos de ocupação ao longo da mesma, podem contribuir diretamente para uma série de outros impactos, como por exemplo, o aumento do potencial de incêndio. Tabela 23 Classe temática: Aeródromos AERÓDROMOS PESOS DEFINIDOS Áreas próximos até 200 metros 4 Áreas de 200 até 500 metros 3 Áreas de 500 até 1000 metros 2 Áreas acima de 1000 metros 1 Tabela 24 Classe temática: Rodovias RODOVIAS PESOS DEFINIDOS Áreas próximos até 200 metros 4 Áreas de 200 até 500 metros 3 Áreas de 500 até 1000 metros 2 Áreas acima de 1000 metros 1 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 112 de 151 Tabela 25 Classe temática: Ferrovias FERROVIAS Áreas próximos até 200 metros Áreas de 200 até 500 metros PESOS DEFINIDOS 4 3 Áreas de 500 até 1000 metros 2 Áreas acima de 1000 metros 1 3.1.2.5 Classe temática: Hidrografia Assim como exposto anteriormente, utilizou-se o mesmo parâmetro para as faixas associadas à Hidrografia e as áreas próximas de Exploração Mineral. Em relação à Hidrografia, definiu-se que quanto mais próxima das margens dos rios, maior a sua sensibilidade devido a maior interação entre homem-ambiente. As margens dos rios, ao serem utilizados para transporte, e/ou acesso à água e até mesmo dispersão de dejetos, tornam-se áreas notadamente mais sensíveis do que as áreas mais afastadas. Tabela 26 Classe temática: Hidrografia HIDROGRAFIA PESOS DEFINIDOS Áreas próximos até 200 metros 4 Áreas de 200 até 500 metros 3 Áreas de 500 até 1000 metros 2 Áreas acima de 1000 metros 1 3.1.2.6 Classe temática: Exploração Mineral Já em relação à proximidade de áreas com exploração mineral, a confluência dos distúrbios ocasionados por possíveis desmatamentos, emissão de poluentes variados (seja em relação à qualidade do ar, do solo, ou das águas no entorno), e impactos associados ao efeito de borda nas áreas vegetadas, contribui diretamente para a existência de uma sensibilidade maior nas áreas próximas a estes empreendimentos. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 113 de 151 Tabela 27 Classe temática: Exploração Mineral PROXIMIDADE DE ÁREAS C/ PESOS DEFINIDOS EXPLORAÇÃO MINERAL Áreas próximos até 200 metros 4 Áreas de 200 até 500 metros 3 Áreas de 500 até 1000 metros 2 Áreas acima de 1000 metros 1 3.1.2.7 Classe temática: Unidades de Conservação Para as Unidades de Conservação, definiu-se que aquelas classificadas como Unidades do Tipo de Proteção Integral possuiriam diferentes sensibilidades socioambientais. De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro, a Unidade de Proteção Integral admite apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ao passo que as Unidades de Uso Sustentável possuem como objetivo principal a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Neste sentido, optou-se por diferenciá-las em relação aos seus respectivos pesos. Nas áreas onde não houvessem quaisquer Unidades de Conservação estipulou-se um peso maior. Tabela 28 Classe temática: Exploração Mineral UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PESOS DEFINIDOS UCs -Proteção Integral 1 UCs -Uso Sustentável 2 Ausência de UC 4 Com o objetivo de se atingir um mapa síntese da interação de todos os elementos na área de interesse, optou-se por definir pesos iguais entre os diferentes planos de informação. Assim, a partir dos pesos estabelecidos, realizou-se a agregação de todos os planos de informação listados contendo os seus respectivos pesos associados às suas classes internas. Desta maneira, encontrou-se o resultado mínimo de 12, e o resultado máximo de 27 para todos os pixels encontrados na área de interesse. Uma vez mais, reclassificou-se a partir de médias baseadas em intervalos iguais, contribuindo para a identificação das classes: baixa, média e alta sensibilidade. O produto final pode ser visualizado a partir do mapa de sensibilidade do município de Almeirim. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 114 de 151 3.2 Analise Integrada Socioambiental Em analise ao mapa gerado e ao empreendimento, a ampliação da Subestação Jurupari obtém-se um indicador de sensibilidade média em comparação ao território do município de Almeirim. Destaca-se que aproximadamente 20% do território de Almeirim que margeia o rio Amazonas se insere nesta classificação, pois praticamente todas as atividades socioeconômicas localizam-se nesta faixa territorial. O restante do território é caracterizado pelas unidades de conservação e terras indígenas. Somada a situação descrita acima, na área destinada à implantação da ampliação da SE Jurupari já foram realizadas as atividades de remoção de vegetação e terraplenagem em virtude da própria SE, sendo necessárias poucas intervenções no meioambiente natural.Atualmente, a área esta sendo utilizada para armazenamento de insumos de construção que serão removidos com a finalização das obras da SE Jurupari e/ou com o início do processo de ampliação da mesma. Na ampliação serão utilizadas as mesmas estruturas de apoio (canteiro de obra) da SE Jurupari que deverão ser demolidas ao término das obras. Na área do entorno do empreendimento a cobertura vegetal é composta por Floresta Ombrófila Aberta Submontana e a Savanas Amazônicas ou Cerrados. Salienta-se que, caso a área da ampliação da referida SE ultrapasse a área delimitada existente, deverá ser realizado novo inventário florestal e obtida nova autorização de remoção de vegetação –ASV. Ressalta-se que a área onde está prevista a ampliação é cercada, o que reduz o acesso da fauna silvestre local. Quanto ao meio socioeconômico e cultural, a área destinada à localização do futuro empreendimento não apresenta impedimentos significativos,uma vez que a área destinada à ampliação do futuro empreendimento se encontra 22 km distante da sede municipal, isto é, o centro urbano mais próximo. Vale destacar que a ampliação da SE Jurupari representa o atendimento ao pleito da população do município de Almeirim. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 115 de 151 Além disso, a área em questão é alvode processo de licenciamento ambiental, no qual os principais impactos ambientais jáforam mitigados.A ampliação da Subestação encontra-se adequada para sua instalação, poisteráimpactosambientais de baixa magnitude, uma vez que a região não sofrerá limitações e demais restrições, pois as obras serão restritas a própria área da subestação. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 116 de 151 4. DEFINIÇÃO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO Aárea que receberá a ampliação da Subestação Jurupari com pátio de 69 kV e 2 transformadores 230/69 kV – 30 MVA possui características adequadas para sua implantação, pois já foi terraplanada, não sendo necessária a remoção de vegetação. Destaca-se que este terreno é propriedade das Linhas Xingu Transmissora de Energia S.A.No processo de licenciamento ambiental da Linha de Transmissãosob responsabilidade da Linhas Xingu Transmissora de Energia foi obtidaa autorização de supressão vegetal - ASV para toda a área da SE Jurupari, contemplando a área em questão. Figura 45 Localização da área de Ampliação da Subestação Jurupari Atualmente, a área esta sendo utilizada para armazenamento de insumos de construção da Subestação Jurupari, que serão removidos com a finalização das obras R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 117 de 151 da subestação e/ou com o início do processo de ampliação da mesma. Na ampliação serão utilizadas as mesmas estruturas de apoio (canteiro de obra) da SE Jurupari que deverão ser demolidas ao término das obras. Considerando que área para a execução do empreendimentojá estava previamente definida por imposição do arranjo elétrico da subestação, chega-se à conclusão que o local de execução do empreendimentoatende aos requisitos de ordem socioambiental, sendo o empreendimento é exequível e sem impedimentos ambientais à suaimplementação. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 118 de 151 5. EQUIPE TÉCNICA Em seguida, apresentam-se os técnicos e auxiliares que elaboraram o presente relatório, são eles: NOME FORMAÇÃO CTF Camilo Souza Biólogo 172516 Rafaela Balsinhas Historiadora 5064947 Fernanda Reis Bióloga 4976799 Mariana Brasil Bióloga 5342112 Suellen de Carvalho Bióloga 2006262 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 119 de 151 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS - ANA. Região Hidrográfica Amazônica. 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R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 127 de 151 7. ANEXOS 7.1 Currículos 7.1.1 Camilo Souza CAMILO PINTO DE SOUZA 32 anos, Coordenador Técnico da Empresa Terra Nova, Registro IBAMA nº172516 RESUMO DAS QUALIFICAÇÕES: Mestre em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos e especialista em Ciências Ambientais pela Fundação Educacional de Duque de Caxias (FEUDUC). É bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). Atualmente, atua como coordenador técnico da empresa TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais. Dentre as principais atividades exercidas, destaca-se a coordenação técnica de empreendimento de grande porte. Além disso, atua na coordenação e elaboração de estudos ambientais para diferentes empreendimentos. FORMAÇÃO ACADÊMICA Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Título: Mestre em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos Ano de Conclusão: 2009 Instituição: Fundação Educacional de Duque de Caxias – FEUDUC Título: Especialização em “Ciências Ambientais” Ano de Conclusão: 2005 Instituição:Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO) Título: Graduação Ano de Conclusão: 2003 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Instituição: TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais LTDA Período: 2010 a 2012 Cargo: Coordenador Técnico Principais funções: Coordenação técnica do Plano de Gestão Ambiental do Corredor Viário TRANSCARIOCA e TRANSOESTE. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 128 de 151 Instituição: Escritório Técnico H. Lisboa da Cunha – Engenharia Ambiental Período: 2006 a 2012 Cargo: Diretor Principais funções: Elaboração de EIA/RIMA, PCA, RCA, PBA; Coordenação de Projetos Ambientais, Desenvolvimento da Proposta Metodológica para Análise de Risco em Rodovias no Transporte de Produtos Perigosos; Desenvolvimento de pesquisas Ambientais; Auditórias Ambientais; Avaliação de Risco Ambiental; Monitoramento Ambiental; Perícia Ambiental; Elaboração e implantação de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas – PRADs; Elaboração e implantação de Plano Básico Ambiental – PBA; Elaboração de Plano de Controle Ambiental; Desenvolvimento de processo de licenciamento ambiental de empreendimentos e transportadoras; Relatório de Viabilidade Econômica e Ambiental ou EVEA Instituição: BRASCO LOGISTICA OFFSHORE Período: 2011 Cargo: Coordenador Técnico Principais funções: Investigação de Passivo Ambiental; Levantamento Preliminar de Contaminação de Solo no Terminal da Ilha da Conceição Instituição: ALERCE /FEINDT- Consultoria Ambiental Período: 2010 Cargo: Consultor Principais funções: Execução do PBA - Programa de Gerenciamento de Riscos e o Plano de Ação de Emergência - PAE Instituição: Concessionária Rio Teresópolis - CRT Período: 2010 Cargo: Coordenador Técnico Principais funções: Interpretação da Resolução nº420/2004 da ANTT para o Atendimento de Acidentes no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos na Rodovia Rio - Teresópolis BR-116/RJ - TRECHO ALÉM PARAÍBA-TERESÓPOLISENTRONCAMENTO BR-040 Instituição: Concessionária Rio Teresópolis - CRT Período: 2010 Cargo: Coordenador Técnico Principais funções: Revisão e Atualização do Plano de Ação de Emergência para Atendimento a Acidentes com Produtos Perigosos Rodovia Rio - TeresópolisBR116/RJ TRECHO ALÉM PARAÍBA-TERESÓPOLIS-ENTRONCAMENTO BR-040 Instituição: Ministério do Transportes – MT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT/Coordenação Geral de Meio ambiente – CGMAB) Período: 2010 Cargo: Coordenador Técnico Principais funções: Execução do Programa de Monitoramento de Flora da BR 135 Instituição: Ministério do Transportes – MT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte – DNIT/Coordenação Geral de Meio ambiente – CGMAB) Período: 2009 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 129 de 151 Cargo: Coordenador Adjunto Principais funções: Gerenciamento e Supervisão Ambiental da BR 319 – Segmentos A, B e C Instituição: IPEX CO. Período: 2010 Cargo: Auditor Principais funções:Auditoria no Terminal da TEDUC/RJ Instituição: Ministério do Meio Ambiente – MMA Período: 2008-2010 Cargo: Equipe de Apoio Principais funções:Levantamento dos planos de ação de emergência pelos modais de transporte de produtos perigosos: dutovias, rodovia, ferrovia, transporte aquaviário e indústria e armazenamento realizando avaliação dos planos em matriz comparativa destacando vantagens e desvantagens; elaboração dos roteiros dos planos de ação de emergência para serem nos modais de transporte: dutovias, rodovia, ferrovia, transporte aquaviário e indústria e armazenamento; realização de workshop de discussãosobre a metodologia e os roteiros elaborados; realização dos cursos de capacitação por cinco capitais brasileiras para formação dos representantes da Comissões Estaduais já implementadas pelo P2R2. Instituição: Ministério dos Transportes – MT Período: 2007 - 2008 Cargo: Auxiliar Técnico Principais funções:Levantamento de campo das rotas de produtos perigosos pelas estradas federais, nas regiões sul e sudeste e desenvolvimento da Coleta Anual do Transporte de Produtos Perigosos de acordo com Artigo nº10 do Decreto Federal nº 96044/88. Instituição: Ipiranga Ltda Período: 2008 Cargo: Auditor Principais funções:Auditoria no Terminal de Lubrificantes da Ipiranga/RJ Instituição: CEG Período: 2008 Cargo: Auditor Principais funções:Auditoria ambiental de conformidade legal da companhia distribuidora de gás do Rio de Janeiro – CEG Instituição: ESSO Brasileira de Petróleo Período: 2008 Cargo: Auditor Principais funções:Auditoria no Terminal de Campos Elíseos/RJ Instituição: CST- Companhia Siderúrgica de Tubarão R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 130 de 151 Período: 2008 Cargo: Consultor Principais funções: Elaboração de Norma Técnica de Meio Ambiente em forma de Minuta para orientar o uso de Acerita em Bases e Sub-Bases de Pisos Instituição: Planave S.A. Estudos e Projetos de Engenharia Período: 2007 Cargo: Consultor Principais funções:obtenção da licença ambiental em tempo hábil, do empreendimento para construção do pátio de estocagem de enxofre e carvão no terminal ferroviário de São Luis, MA. Instituição: RMA Engenharia Período: 2007 Cargo: Consultor Principais funções:Rio Plaza Shopping Programa Ambiental de Medição de Poluentes na Garagem Instituição: CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes Período: 2007 Cargo: Consultor Principais funções:Execução dos planos de gerenciamento de riscos e planos de ação de emergência da BR - 319, correspondentes aos segmentos a,b,c. Instituição: Ponte SA Período: 2007 Cargo: Consultor Principais funções:Execução dos Programas de Monitoramento Ambiental da Via Lagos Instituição: ESSO Brasileira de Petróleo Período: 2007 Cargo: Consultor Principais funções: Auditoria no Terminal Pool de Cabedelo/PB Instituição: Auto Park S.A Período: 2006 Cargo: Consultor Principais funções: Monitoramento Ar e Ruído durante as obras da garagem subterrânea Instituição: Carioca Chistiani Nielsen Engenharia S.A Período: 2006 Cargo: Consultor Principais funções: Estudo da proposta para o Aterro Região dos Lagos Instituição: Ciclos Consultoria Ambiental Período: 2006 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 131 de 151 Cargo: Consultor Principais funções: Organização e implantação de Programas de Educação Ambiental; Formação junto a funcionários de empresas; Pesquisa sobre Educação Ambiental. Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Período: 2007 a 2009 Cargo: Professor visitante Principais funções: Ministrar a disciplina de Ecologia e Avaliação de Impactos Ambientais Instituição: Universidade do Norte do Paraná – UNOPAR Período: 2009 Cargo: Professor-tutor Principais funções: Ministrar aulas Instituição: Escola Nacional de Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ Período: 2008 Cargo: Professor visitante Principais funções: Ministrar a disciplina de Ecologia e Sistemas Ambientais Instituição: Engenharia de Produção, Engenharia Eletrônica e Engenharia Civil da UFRJ Período: desde 2006 Cargo: Professor colaborador Principais funções: Ministrar a disciplina de Engenharia do Meio Ambiente sobre Vigilância Ambiental em Saúde Instituição: Ciclos Consultoria Ambiental Projeto “Centro de Referência em Biodiversidade da Serra dos Órgãos: uma aliança entre Educação, Turismo e Conservação Período: 23 a 25 de agosto de 2006 Cargo: Consultor Principais funções: Formador Instituição: Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Período: 2003 Cargo: Auxiliar de Pesquisa Principais funções: Desenvolvimento de projetos; Pesquisa em educação; Educação Ambiental; Educação Científica; Desenvolvimento de materiais pedagógicos; Formação continuada junto a professores do Estado do Rio de Janeiro. RELATÓRIOS TÉCNICOS Título: RAA do Núcleo Residencial Antares – Programa “Minha Casa -Minha Vida” Ano: 2012 Empreendedor do projeto: Companhia Estadual de habitação Título: Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV das Obras de Melhorias de Infraestrutura Urbana de Niterói – RJ Ano: 2012 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 132 de 151 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município de Niterói – RJ. Título: PBA do Corredor Viário TRANSCARIOCA Etapa II Ano: 2012 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município do Rio de Janeiro – RJ. Título: Relatório de Controle Ambiental – RCA do Túnel Denominado Via Expressa. Obras de Revitalização do Porto do RioUrbana de Niterói – RJ Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município do Rio de Janeiro – RJ. Título: Relatório de Controle Ambiental – RCA do Túnel Denominado Via Binária. Obras de Revitalização do Porto do Rio. Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município do Rio de Janeiro – RJ. Título: Relatório Ambiental Simplificado - RAS do Corredor Viário TRANSCARIOCA Etapa II. Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município do Rio de Janeiro – RJ. Título: Plano de Ação de Emergência para Atendimento a Acidentes com Produtos Perigosos Rodovia Rio - TeresópolisBR-116/RJ para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos (TRECHO 90,7 a 99,8) Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura do Município do Rio de Janeiro – RJ. Título: Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Terminal Grandis de Importação e Exportação de Celulose, São Luiz. Maranhão Ano: 2010 Empreendedor do projeto: PLANAVE S.A. Título: Plano Básico Ambiental da Rodovia BR-280, TRECHO SÃO FRANCISCO DO SUL – JARAGUÁ DO SUL (KM 0,0 AO 71,5), no Estado de Santa Catarina Ano: 2010 Empreendedor do projeto: CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes Título: Plano Básico Ambiental da Rodovia BR-050, no sub-trecho entre a Divisa GO/MG e o Entroncamento com as Rodovias BR’s 365/452/455/497, no Estado de Minas Gerais. Ano: 2009 Empreendedor do projeto: Ministério dos Transportes – MT/ Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT/ Coordenação Geral de Meio Ambiente CGMAB Título: ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL/ RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) da Rodovia BR-050, no sub-trecho entre a Divisa GO/MG e o Entroncamento com as Rodovias BR’s 365/452/455/497, no Estado de Minas Gerais. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 133 de 151 Ano: 2009 Empreendedor do projeto: Ministério dos Transportes – MT/ Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT/ Coordenação Geral de Meio Ambiente CGMAB Título: Relatório de Controle Ambiental/ Plano de Controle Ambiental – RCA/PCA Terminal Ferroviário de Parauapebas/PA – Vale/PLANAVE Ano: 2009 Empreendedor do projeto: PLANAVE S.A. Título: Relatório de Controle Ambiental/Plano de Controle Ambiental – RCA/PCA Terminal Ferroviário de São Luiz/MA – Vale/PLANAVE Ano: 2009 Empreendedor do projeto: PLANAVE S.A. Título:Relatório do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental para Implantação de Terminal Portuário Privativo em Itacuruçá - Mangaratiba, RJ Ano: 2007 Empreendedor do projeto: PLANAVE S.A. Título:Plano de Ação de emergência da BR 230 (CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes). Ano: 2007 Empreendedor do projeto: CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes Título:Plano de Ação de emergência da BR 230 (CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes). Ano: 2007 Empreendedor do projeto: CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes Título:Relatório Semestral de Proteção Ambiental (Concessionária Rio Teresópolis – CRT- S.A) Ano: 2006 Empreendedor do projeto: Concessionária Rio Teresópolis – CRT- S.A Título:Planos de Ação de Emergência para o Transporte de Produtos Perigosos em Rodovias federais (CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes) Ano: 2006 Empreendedor do projeto: CENTRAN – Centro de Excelência em Engenharia de Transportes FORMAÇÃO COMPLEMENTAR R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 134 de 151 2010 - Curso de Auditor de CONAMA 306, De Martini Ambiental – 2010 - Curso de Auditor Líder em ISO 14000, HGB – 2009 - Curso de Introdução ao Geoprocessamento, CCE – PUC – Rio 2004 - Cursos de Formadores II do Programa Vamos Cuidar do Brasil, Ministério da Educação e do Desporto (MEC), Brasil, 2005 - Cursos de Perícia Ambiental, realizado no Instituto de Engenharia Legal 2006 - Curso de Avaliação de Risco Ambiental, Comissão Interna de Gestão Ambiental/ Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ 2006 - Curso de Gerenciamento de Resíduos Químicos, Comissão Interna de Gestão Ambiental/ Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 135 de 151 7.1.2 Rafaela Balsinhas RAFAELA ALVES DA SILVA BALSINHAS 27anos, Supervisorada Empresa Terra Nova, Registro IBAMA nº 5064947 RESUMO DAS QUALIFICAÇÕES: Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É também especialista em Educação Ambiental pela Universidade Candido Mendes/Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Atualmente, se especializa na Gestão e Gerenciamento de Projetos pela UFRJ e em Arqueologia Brasileira pela Faculdade Redentor em parceria com o Instituto de Arqueologia Brasileira. É auditora ISO 14001 pela HGB e Stat-a- Matrix (EUA), norma internacionalmente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. Atualmente, atua como supervisora e analista ambiental na empresa TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais. Dentre as principais atividades exercidas, destaca-se a supervisão e execução dos Programas Ambientais do Plano de Gestão Ambiental dos Corredores Viários Transoeste e Transcarioca. Rafaela Balsinhas atua, também, na coordenação e elaboração de estudos socioeconômicos e culturais para empreendimentos que necessitem licenciamento ambiental. FORMAÇÃO ACADÊMICA Instituição: Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ) Título: Mestre em História Social Ano de Conclusão: 2011 Instituição: Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ) Título: Especialização de Gestão e Gerenciamento de Projetos Previsão de Conclusão: 2014 Instituição: Universidade Candido Mendes/ Instituto Jardim Botânico do Rio De Janeiro Título: Especialização em Educação Ambiental Ano de Conclusão: 2011 Instituição: Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ) Título: Licenciatura em História Ano de Conclusão: 2010 Instituição: Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ) Título: Bacharel em História R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 136 de 151 Ano de Conclusão: 2009 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Instituição: TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais Período: agosto de 2011 – até a presente data Cargo: Supervisora Principais funções: Gestão ambiental de empreendimentos de grande porte, organização da equipe, elaboração de propostas técnica e comerciais e análise dos relatórios técnicos. Instituição: TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais Período: setembro de 2010 – até a presente data Cargo: Analista ambiental Principais funções: Execução dos Programas Ambientais das obras de implantação dos Corredores Viários Transcarioca e Transoeste. Instituição: Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET Período: março de 2009 – novembro de 2009 Cargo: Estagiária Principais funções: Atuação na área de História em turmas de Ensino Médio Instituição: Furnas Centrais Elétricas S.A. Período: janeiro de 2007 – fevereiro de 2009 Cargo: Estagiária Principais funções: Atuação no Departamento de Engenharia Ambiental, na Divisão de Meio Ambiente Socioeconômico e Cultural. Auxílio a coordenação do Programas Ambientais do meio socioeconômico e cultural, em especial, os Programas de Educação Ambiental, Comunicação Social. Levantamento e análise de dados para Relatório de Viabilidade Técnica de empreendimentos de geração e transmissão de energia. Instituição: ONG Sociedade Brasileira para a Solidariedade – Pré-vestibular comunitário Período: janeiro de 2007 – novembro de 2007 Cargo: Professora de História Principais funções: Ministrar disciplinas de História do Brasil e História Contemporânea RELATÓRIOS TÉCNICOS Título: Elaboração do Relatório Ambiental das Atividades – RAA do Núcleo Residencial Antares – Programa “Minha Casa - Minha Vida” Ano: 2012 Empreendedor do projeto: Companhia Estadual de Habitação Cargo: Coordenadora do meio socioeconômico e cultural Título: Programa Básico Ambiental (PBA) do Corredor Viário Transcarioca etapa 2 Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Cargo: Coordenadora do meio socioeconômico e cultural R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 137 de 151 Título: Programa Básico Ambiental (PBA) das obras do túnel via binária do Porto Maravilha Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Cargo: Coordenadora do meio socioeconômico e cultural Título: Relatório de Controle Ambiental (RAC) das obras do túnel da via binária do Porto Maravilha Ano: 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Cargo: Coordenadora do meio socioeconômico e cultural Título: Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para implantação do Corredor Viário Transcarioca etapa 2 Ano: outubro de 2010 – junho de 2011 Empreendedor do projeto: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Cargo: Coordenadora do meio socioeconômico e cultural Título: Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para implantação do Corredor Viário TransOeste (trecho 3) Ano: 2010 Empreendedor do projeto: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Cargo: Analista ambiental do meio socioeconômico e cultural FORMAÇÃO COMPLEMENTAR 2011 - Curso de Auditor Líder em ISO 14001, HGB Inglês: vivência na Inglaterra durante 12 meses (outubro de 2004 – outubro de 2005). Neste período foi realizado um curso de inglês que garantiu a participação no programa de Hospitality e Tourism Sandwich Course da Harrow House International Colleges, de caráter prático/teórico, cuja prática do idioma realizou-se, sobretudo, através da atividade remunerada em um hotel de luxo no sul deste país. Esta atividade não seria possível sem a recomendação e aprovação dos professores do curso de inglês para tal. Declaração de competência linguística em inglês, atestado pela Escola Executiva S.A, em Outubro de 2005. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 138 de 151 7.1.3 Suellen de Carvalho SUELLEN DE CARVALHO DE SOUSA 28, Brasileira, Registro IBAMA nº2006262 RESUMO DAS QUALIFICAÇÕES: Suellen Souza é licenciada em Biologia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú e está cursando Pós-Graduação em Gestão, Auditoria, Consultoria, Perícia e Fiscalização Ambiental e Sanitária no Instituto de Ensino Superior da Amazônia. Atualmente, atua como bióloga colaboradora no Museu Paraense Emílio Goeldi. FORMAÇÃO ACADÊMICA Instituição: Instituto de Ensino Superior da Amazônia Título: Pós-Graduação em Gestão, Auditoria, Consultoria, Perícia e Fiscalização Ambiental e Sanitária Ano de Conclusão: 2013 Instituição: Universidade Estadual Vale do Acaraú Título: Licenciatura Plena em Biologia Ano de Conclusão: 2008 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Instituição: Museu Paraense Emílio Goeldi Período: Ocupação atual Cargo: Bióloga colaboradora Principais funções: Instituição: CNPq (Desenvolvimento Tecnológico Industrial-3) Período: ano de 2010 – 2012 Cargo: Bióloga Principais funções: Bolsista de DTI-3 do Projeto Cenários para a Amazônia e Biodiversidade: Amostragem de Insetos Hematófagos na Torre de Caxiuanã (Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia Instituição: Departamento de Zoologia/Entomologia/MPEG Período: 2009 –2010 Cargo: Bióloga Principais funções: R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 139 de 151 Instituição: Museu Paraense Emílio Goeldi Período: Julho de 2006 a Agosto de 2008 Cargo: Bióloga Principais funções: Iniciação científica Instituição: Museu Paraense Emílio Goeldi Período: Junho de 2005 a Junho de 2006 Cargo: Estagiária Principais funções: FORMAÇÃO COMPLEMENTAR Teória e Prática em Taxonomia de Flebotomíneos (LACEN/PA) - 2009 População e Meio Ambiente na Pan-Amazônia - 2006 Conferência de Responsabilidade Sócioambiental da Amazônia - 2007 Atualização em Microbiologia - 2007 Interação para o Desenvolvimento do Estado do Pará - 2007 Origem da Floresta Tropical Amazônica - 2007 Ciência e Educação - 2005 Políticas e Gestão da Biodiversidade: Interações Biológicas e Manutenção dos Ecossistemas - 2005 Mudanças Climáticas e o Uso Sustentável da Terra - 2008 Educação Ambiental - 2005 Inglês Instrumental - 2010 Informática Básica e Avançada (Word, Excel, PowerPoint) - 2004 Bioestatística – 2010 Políticas de Formação para o Desenvolvimento regional – 2008 Biologia na Amazônia: Conhecer para Desenvolver - 2005 R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 140 de 151 7.1.4 Fernanda Reis Fernanda Reis Santos Gomes de Paiva 25 anos, Analista Ambiental,CRBio 78.239/02 RESUMO DAS QUALIFICAÇÕES: Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula, desenvolveu Pós Graduação em Meio ambiente na COPPE/UFRJ. Desde o início de 2010 é sócia da empresa de educação ambiental Criando Com Ciência, onde atua como diretora. Atualmente trabalha na empresa TERRA NOVA gestão de projetos sociais e ambientais como técnica ambiental.Estagiou no Laboratório de porífera do Museu Nacional-MNRJ, na empresa de consultoria ambiental Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos LTDA e na Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) – INEA. FORMAÇÃO ACADÊMICA Instituição: Pós Graduação executiva em Meio Ambiente (MBE) - COPPE/UFRJ Título: Especialização Ano de Conclusão: 2012 Instituição: Universidade Santa Úrsula Título: Graduação Ano de Conclusão: 2010 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Instituição: TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais Período: agosto de 2011 até o presente momento. Cargo: Técnica Ambiental Principais funções: Gestão ambiental das obras para implantação dos corredores viários TRANSCARIOCA e TRANSOESTE. Instituição: Criando Com Ciência Período: janeiro de 2010 até o presente momento Cargo: Diretora Principais funções: Desenvolvimento e estruturação de novas propostas; organização da equipe e elaboração de programas de educação ambiental. Instituição: CECA – Comissão Estadual de Controle Ambiental/SEA (Secretaria do Ambiente) Período: maio de 2011 a julho de 2011 Cargo: Estágio R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 141 de 151 Principais funções: Auxílio na parte administrativa de deliberação de licenças ambientais. Instituição: Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos Ltda. Período: julho de 2009 a julho de 2010 Cargo: Estágio Principais funções: Elaboração de bancos de dados de vegetação e legislação utilizando o programa Access, auxílio na realização de Estudo Ambiental Simplificado (EAS) e no mapeamento de Área de Preservação Permanente (APP) utilizando o Software ArcGis. Instituição: Museu Nacional/UFRJ-Depto de invertebrados - Laboratório de Porifera Período: Julho 2007 a dezembro de 2009 Cargo: Estágio Principais funções: Análise da ecologia e estrutura da comunidade de esponjas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo. PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES MORAES, F.; BATISTA, D.; REIS, F.; MONTEIRO, L.; OLIVEIRA, M.; MURICY, G. As esponjas: passado, presente e futuro. In: Viana, D.L [et al.]. (Orgs.). O Arquipélago de São Pedro e São Paulo: 10 anos de Estação Científica. SECIRM, DF, p. 158 – 165, 2009. REIS, F.; MORAES, F.; BATISTA, D.; VILLAÇA, R.; AGUIAR, A.; MURICY, G. 2012. Diet of the Queen angelfish Holacanthus ciliaris (Pomacanthidae) in São Pedro e São Paulo Archipelago, Brazil.Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom (no prelo). FORMAÇÃO COMPLEMENTAR Curso Teórico e Prático sobre Técnicas de Levantamento de Fauna para Licenciamento Ambiental – Selvagem em foco (22h, 2012); Workshop de Educação Ambiental no Licenciamento Ambiental – CRBio (2011); Curso de Estudos de Biodiversidade para Avaliação da Qualidade Ambiental – IPÊ (32h, 2011); Curso ISO 14001:2004 Interpretação e Implantação da Gestão Ambiental – BVQI (16h, 2011); Curso de Perícia Ambiental – CRBIO-02 (40h, 2010); Curso de Modelagem de Biodiversidade – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) – (24h, 2010); Curso de Sensoriamento Remoto aplicado à Biologia da Conservação – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) - (60h; 2010); R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 142 de 151 Introdução ao Geoprocessamento utilizando o Software ArcGis 9.3 – PUCRio (30h; 2010); Introdução ao Access – S.O.S Computadores (6h; 2010); Mudanças climáticas e elaboração de projetos florestais de MDL - IX Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço - MG (4,5h; 2009); Conceitos básicos de processamento mineral - Golder Associates Brasil Consultoria e Projetos Ltda. (4h; 2009); Economia e Gestão Ambiental - NIMA-PUC (27h; 2008); Capacitação em Estudos e Avaliação de Impactos Ambientais - CRBIO (20h; 2008); Biologia e Conservação de Mamíferos Marinhos - XII COLACMAR, Florianópolis - SC (10h; 2007); Formação: Instituto Cultural Norte Americano – CNA (2005); Dominion English School, Duração de 2 meses (2004) Christchurch, Nova Zelândia Open Water diver – PDIC (094199); (2003). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 143 de 151 7.1.5 Mariana Brasil Mariana Brasil da Cruz 24 anos, Técnica Ambiental, CRBio nº 91111/02-D, Registro IBAMA nº 5342112 RESUMO DAS QUALIFICAÇÕES: Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Fluminense, desenvolveu Pós Graduação em Gestão Ambiental pelo Instituto Brasil PNUMA/ Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estagiou na Empresa Terra Nova Gestão de Projetos Sociais e Ambientais e de forma voluntária no Projeto Coral Sol da Universidade Estadual do Rio de janeiro. Atuou como bolsista do CNPq no Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas da Universidade Federa Fluminense e no Laboratório de Algas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Atualmente, trabalha na empresa TERRA NOVA gestão de projetos sociais e ambientais como auxiliar ambiental. FORMAÇÃO ACADÊMICA (ORDEM DECRESCENTE) Instituição: Pós graduação em Gestão Ambiental pelo Instituto Brasil PNUMA / Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro Título: Pós - Graduação Ano de Conclusão: Em andamento Instituição: Universidade Federal Fluminense Título: Graduação em Ciências Biológicas Ano de Conclusão: 2011 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Instituição: Empresa Terra Nova Gestão de Projetos Sociais e Ambientais. Período: janeiro/2012 – até a presente data Cargo: Auxiliar Ambiental Principais funções: Principais atividades: Gestão Ambiental dos empreendimentos Transcarioca e Transoeste da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Transcarioca: Supervisão: Programa Ambiental de Construção (Subprograma de Gerenciamento dos Efluentes Líquidos e de Resíduos Sólidos; Subprograma de Controle de Emissões Atmosféricas; Subprograma de Controle da Supressão de Vegetação), Programa de Resgate da Fauna durante a Fase de Instalação, Programa de Monitoramento da fauna (Lontra longicaudis). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 144 de 151 Execução: Programa de Monitoramento dos Níveis de Ruído, Programa de Comunicação e Responsabilidade Social, Programa de Educação Ambiental, Programa de Prospecções e Monitoramento Arqueológico. Transoeste: Supervisão: Programa de controle de efluentes líquidos; Programa de Controle de Emissões Atmosféricas; Programa de Compensação da Supressão Vegetal; Programa de Gestão de Resíduos Sólidos; Programa de Responsabilidade Social. Execução: Programa de controle de vetores e Programa de Controle de Ruídos. Instituição: Empresa Terra Nova Gestão de Projetos Sociais e Ambientais. Período: Agosto/2011 - dezembro/2011 Cargo: Estagiária Principais funções: Auxílio na supervisão dos programas ambientais dos empreendimentos Transcarioca e Transoeste da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Instituição: Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas – Universidade Federal Fluminense. Período: março/2010 – agosto/2011 Cargo: Bolsista de Iniciação Científica PIBITI - CNPq. Principais funções: Aperfeiçoamento de técnicas de cultivo de microalgas marinhas para a produção de biocombustíveis. Instituição: Laboratório de Algas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Período: agosto/2009 – janeiro/2010 Cargo: Bolsista de Iniciação Científica PIBIC - CNPq. Principais funções: Estudo do metabolismo de macroalgas marinhas relacionado a processos celulares envolvidos na defesa contra organismos incrustantes e herbívoros. Instituição: Projeto Coral Sol – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Período: março/2009 – julho/2009 Cargo: Estagiária voluntária. Principais funções: Controle, erradicação do coral-sol, recuperação ambiental de áreas invadidas pelo mesmo e execução de atividades de educação ambiental na região de Ilha Grande. FORMAÇÃO COMPLEMENTAR Curso Teórico e Prático sobre Técnicas de Levantamento de Fauna para Licenciamento Ambiental. 22 horas. Selvagem em Foco; Curso de Auditor Interno Ambiental - NBR ISSO 14001. 10 horas; CRBio. 2011 Participação e apresentação de trabalho, na forma de comunicação oral, no III Congresso de Biologia Marinha, 2011; Organização e participação da V Semana de Biologia – UFF, 2010; Inglês – Avançado (Instituto Brasil Estados Unidos - IBEU, conclusão em 2005). R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 145 de 151 7.2 Cadastro Técnico Federal – IBAMA 7.2.1 TERRA NOVA Escritório de Projetos Sociais e Ambientais R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 146 de 151 7.2.2 Camilo Souza R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 147 de 151 7.2.3 Rafaela Balsinhas R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 148 de 151 7.2.4 Suellem de Carvalho Ministério do Meio Ambiente Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis CADASTRO TÉCNICO FEDERAL CERTIFICADO DE REGULARIDADE Nr. de Cadastro: 2006262 CPF/CNPJ: 786.898.722-72 Emitido em: Válido até: 21/03/2013 21/06/2013 Nome/Razão Social/Endereço Suellen de Carvalho de Souza Tv. Francisco Monteiro, 439 Canudos BELEM/PA 66070-190 Este certificado comprova a regularidade no Cadastro de Instrumentos de Defesa Ambiental Consultor Técnico Ambiental - Classe 5.0 Educação Ambiental Gestão Ambiental Ecossistemas Terrestres e Aquaticos Observações: A inclusão de Pessoas Físicas e Jurídicas no Cadastro Técnico 1 - Este certificado não habilita o interessado ao exercício da(s) Federal não implicará por parte do IBAMA e perante terceiros, em atividade(s) descrita(s), sendo necessário, conforme o caso de certificação de qualidade, nem juízo de valor de qualquer espécie. obtenção de licença, permissão ou autorização específica após análise técnica do IBAMA, do programa ou projeto correspondente: 2 - No caso de encerramento de qualquer atividade específicada neste certificado, o interessado deverá comunicar ao Autenticação IBAMA,obrigatoriamente, no prazo de 30 (trinta) dias, a ocorrência para atualização do sistema. qh53.sgyz.g3ha.di8k 3 - Este certificado não substitui a necessária licença ambiental emitida pelo órgão competente. 4 - Este certificado não habilita o transporte de produtos ou subprodutos florestais e faunísticos. R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 149 de 151 7.2.5 Fernanda Reis R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 150 de 151 7.2.6 Mariana Brasil R3 RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA AMPLIAÇÃO DA SE JURUPARI Abril de 2013 Revisão 00 151 de 151