Curso Didática do Pensamento Crítico _____________________________________ 1
ANALISAR
INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade, já na Grécia antiga, há mais de 2 milênios, os filósofos, na tentativa
de adquirir sabedoria, estudavam tudo e todos.
Ao estudar a realidade começaram a constatar que qualquer coisa que fosse pesquisada
poderia ser decomposta em partes. O céu é composto por estrelas, planetas, nuvens. Uma árvore
é constituída por tronco, raízes, galhos, folhas, flores e frutos. E viram que cada uma dessas partes,
por sua vez, ao se tornarem objeto de estudo, poderiam ser decompostas em partes também.
O fruto, que é uma parte da árvore, é constituído de casca, caule, sementes, polpa. Cada parte
poderia ser divida em partes menores e assim sucessivamente
Questionaram se esse processo de divisão poderia ser infinito ou haveria um limite. Surgiu
então o conceito de átomo, aquilo que não pode ser dividido. Posteriormente, com o advento da
Ciência, o conceito de átomo foi apropriado pela Física e Química. Contudo, aquilo que num
primeiro momento foi considerado como átomo por essas ciências, ou seja, a menor unidade da
matéria, viu-se com o decorrer das pesquisas, que seria passível de divisão.
De qualquer modo, o ser humano para compreender a totalidade de qualquer objeto de
estudo, do mais complexo ao mais simples, necessita decompô-lo em seus elementos constituintes.
Mas como fazer isso? A resposta é através da operação mental de analisar.
Definição. Analisar é a habilidade cognitiva de separar um todo (objeto ou realidade) em
seus elementos básicos ou partes componentes, visando sua compreensão.
BENEFÍCIOS
1. Maior compreensão. O desenvolvimento da capacidade de analisar, seja qual for a área
ou o tema de interesse, aumenta a compreensão do estudante sobre objeto estudado, pois ao se
conhecer as partes, tem-se maior conhecimento do todo.
(CONTINUA...)
EXEMPLOS
A título de ilustração da análise, eis alguns exemplos da decomposição de objetos.
1. TCC: A decomposição do TCC – Trabalho de Conclusão de Curso no estilo monográfico apresenta os seguintes elementos obrigatórios e opcionais: Elementos pré-textuais (capa,
lombada, folha de rosto, errata, folha de aprovação, dedicatória, agradecimento, epígrafe, resumo
na língua vernácula, resumo na língua estrangeira, sumário, lista de ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos); elementos textuais (introdução, desenvolvimento e conclusão);
elementos pós-textuais (referências, glossário, apêndice, anexo, índice).
2. Automóvel: Motor (pistão, injeção), transmissão (embreagem, caixa de velocidades,...),
suspensão (pneu, amortecedor,...), travagem/frenagem (freio de pé, freio de mão,...), carroçaria
(pára-brisas, chassis,...).
3. Célula: Nucléolo, Núcleo celular, Ribossomos, Vesículas, Ergastoplasma ou Retículo
endoplasmático rugoso (RER), Complexo de Golgi, Microtúbulos, Retículo endoplasmático liso
(REL), Mitocôndrias, Vacúolo, Citoplasma, Lisossomas, Centríolos,...
(CONTINUA...)
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PROCEDIMENTOS
Para executar o ato mental de analisar é proposta a seguinte técnica:
1. Observe padrões diferentes. Cada padrão é identificado por aquilo que apresentar
características comuns, tanto de forma (tamanho, cor, formato, composição), quanto de função
(conjunto de atribuições desempenhadas dentro do contexto). Cada padrão irá corresponder a uma
parte.
2. Descreva cada parte ou componente. Após identificar os padrões (partes) descreva-os
pela forma e função. As informações podem ser organizadas de acordo com o conceito de
estrutura: a listagem dos componentes do objeto analisado, a função de cada, e a disposição ou
ordenação entre eles.
Sequência Operatória. Em resumo, a sequência operatória de analisar é:
ANALISAR
Observe padrões diferentes
(por forma e/ou função;
cada padrão é uma parte constituinte)
Descreva cada parte ou componente
(organize as informações conforme a estrutura)
DEMONSTRAÇÃO
A título de ilustração da técnica, será feita resumidamente a análise da casa representada
na figura 1.
Fig. 1 – Análise da Casa
1. Observe padrões diferentes.
1.4. Nas laterais, frente e fundos há superfície que externamente isola, e no interior divide
os espaços: parede.
1.3. Em uma das paredes há abertura que serve de acesso para entrar ou sair: porta.
1.2. Nas paredes há aberturas ou vãos, acima do nível do chão, para deixar entrar
luminosidade e ventilação: janela.
1.1. Na região superior da casa há um padrão de cor preta, posição oblíqua (inclinada)
formando um vértice ou ângulo com outra parte, cobrindo as demais partes do todo: telhado.
1.5. Há uma passagem ou tubulação para escoar a fumaça: chaminé.
(CONTINUA...)
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