Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização Informe Epidemiológico N°03/ 2015 – Vigilância da Influenza (Atualizado em 21 de maio de 2015) A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, sem outra causa específica. Podem ser causadas por vírus respiratórios, dentre os quais predominam influenza; ou por bactérias, fungos e outros agentes. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza são casos de síndrome gripal, que evoluem com comprometimento da função respiratória, sem outra causa específica, causados por vírus de Influenza A ou B. Perfil Epidemiológico dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Santa Catarina De 1 de janeiro a 21 de maio de 2015 foram confirmados 224 casos suspeitos de SRAG em Santa Catarina. Destes, 14 (6,24%) foram confirmados para Influenza, sendo nove (64,2%) pelo vírus Influenza A (H3N2), quatro (28,5%), pelo vírus Influenza A (H1N1) e um (7,1%) pelo vírus Influenza B. Outros 208 casos (92,8%) deram resultado negativo para Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada, um (01) confirmado por outro agente etiológico e um (01) por outros vírus respiratórios. Dos 11 óbitos de SRAG notificados, dois foram confirmados pro Influenza, sendo um (01) pelo vírus Influenza A(H1N1), um de Videira, e outro pelo vírus Influenza B em Florianópolis. Tabela 1: Casos e óbitos de SRAG por Influenza segundo classificação final. Santa Catarina, 2015. Casos Óbitos Classificação Final n % n % SRAG por Influenza 14 2 6,24 18,1 Influenza A (H1N1)pdm09 4 1 28,5 50,0 Influenza A (H3N2) 9 0 64,2 0 Influenza B 1 1 7,1 50,0 SRAG não especificada 208 9 92,8 81,0 SRAG por outros vírus respiratórios 1 0 0,4 0 SRAG por outros agentes etiológicos 1 0 O,4 0 Total Notificados Fonte: SINAN INFLUENZA WEB ( atualizado em 21/05/2015 dados sujeitos alterações ) 224 100 11 100 25 N° de SRAG Hospitalizados ( n= 224) 20 15 10 5 0 1 2 3 4 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 SRAG não especificada 6 7 9 8 12 7 10 8 7 12 11 11 13 20 17 11 18 10 11 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 SRAG por outros vírus respiratórios 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 SRAG por outros agentes etiologicos 0 Influenza B 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Influenza A (não subtipado) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Influenza A (H3N2) 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 4 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Influenza A (H1N1)pdm09 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Figura 1- Casos de SRAG hospitalizados Classificação final por SE de início dos sintomas. SC, 2015 Fonte: SINAN INFLUENZA WEB ( atualizado em 21/05/2015 dados sujeitos a alterações ) 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 6 7 8 As regiões que registraram maior número de casos de influenza A foram, Videira cinco casos sendo quatro casos (H1N1 ) e um ( H3N2) Araranguá dois casos ( H3N2 ). (Tabela 2). TABELA 2: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo subtipo viral por Município de residência. SC, 2014 GERSA Mun Resid SC Influenza A(H1N1)pdm09 Influenza A(H3N2) Influenza Total SRAG B Influenza Araranguá Araranguá 0 2 0 2 Jaraguá do Sul Jaraguá do Sul 0 1 0 1 Laguna Laguna 0 1 0 1 Caçador 0 1 0 1 Tangará 1 0 0 1 Videira 3 0 0 3 Joinville Barra velha 0 1 0 1 Blumenau Blumenau 0 1 0 1 Tubarão Tubarão 0 1 0 1 Florianópolis Itajaí Total Florianópolis Balneário Camboriú 0 0 4 0 1 9 1 0 1 1 1 14 Videira Fonte: SINAN INFLUENZA WEB ( atualizado em 21/05/2015 dados sujeito a alterações ) Em relação idade, o maior número de casos de SRAG confirmados por Influenza acometeu indivíduos da faixa etária acima de 60 anos com (6 casos,42,8%). (Tabela 3). TABELA 3: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo faixa etária (em anos) e subtipo viral. SC, 2015 Influenza Influenza A(H3N2) Influenza B Total Faixa Etária A(H1N1)pdm09 (em anos) n % n % n % n % <2 0 0 0 0 0 0 0 0 2a4 0 0 0 0 0 0 0 0 5a9 0 0 0 0 0 0 0 0 10 a 19 0 0 0 0 0 0 0 0 20 a 29 0 11,1 0 0 1 7,1 0 1 30 a 39 25,0 33,3 0 0 4 28,5 1 3 40 a 49 0 0 0 0 0 0 0 0 50 a 59 50,0 0 1 100,0 3 21,4 2 0 >= 60 25,0 55,5 0 0 6 42,8 1 5 Total 100 9 100 1 100 14 100 4 Fonte: SINAN INFLUENZA WEB ( atualizado em 21/05/2015 dados sujeito a alterações ) Em relação a presença de fatores de risco 14 casos (100%), tinham algum fator de risco associado, dos quais 8(57,4%) eram portadores de doenças crônicas (pneumopatias, cardiopatias, diabetes, renais crônicos, imunodeprimidos, etc.), 5 (35,7%) eram idosos e 1 ( 7,1%) era obeso. TABELA 4: Casos Confirmados de SRAG por Influenza segundo fatores de risco. SC, 2015 Fatores de risco Com fatores de risco Doentes crônicos Idosos > 60 anos Crianças < 2 anos Gestante Obesidade Casos de SRAG por Influenza (n=14) n % 14 8 5 0 0 1 FonteSINAN INFLUENZA WEB ( atualizado em 21/05/2015 dados sujeito a alterações ) 100 57,4 35,7 0 0 7,1 Vacinados n % 1 0 1 0 0 0 7,1 0 0 0 0 0 Quanto ao tratamento com antiviral, dos 14 casos de SRAG por Influenza que evoluíram para cura 13 fizeram uso do Oseltamivir ( tamiflu ) em média até 3 dias após o início dos sintomas. Perfil dos Óbitos por SRAG em Santa Catarina Até o dia 21/05/2015(SE20) foram notificados 11 óbitos por SRAG, sendo dois por Influenza, um (01) pelo vírus Influenza A (H1N1) em Videira, e outro pelo vírus Influenza B em Florianópolis. Os demais (09) tiveram resultado negativo para Influenza A e B, sendo classificados como SRAG não especificada. Considerações Finais O perfil de casos de SRAG até o momento indica baixa circulação do vírus influenza, com predominância do subtipo A(H3N2), acometendo principalmente idosos e pessoas com comorbidades (doentes crônicos e obesos). Os casos de Influenza A(H1N1) foram identificados na região de Videira, local de ocorrência do primeiro óbito confirmado no estado Este perfil reforça a necessidade de vacinação e alcance de altas coberturas nos grupos prioritários, além do uso de Oseltamivir (Tamiflu) ao início dos sintomas (febre, tosse ou dor de garganta e pelo menos mais um dos sintomas: mialgia, cefaléia ou artralgia). A gripe é uma doença grave que causa danos à saúde das pessoas há muitos séculos. É causada pelo vírusinfluenza, que é transmitido a partir das secreções respiratórias, podendo também sobreviver por minutos no ambiente, sobretudo em superfícies tocadas frequentemente. A partir do contato com um doente ou superfície contaminada, o vírus penetra pelas vias respiratórias, causando lesão, que pode ser grave e até fatal, se não tratada a tempo. O vírus influenza possui grande variabilidade de seu material genético, podendo apresentar três tipos e inúmeros subtipos. Dentro os tipos que causam doença em grande volume no ser humano estão o A e o B. O influenza A é subtipado de acordo com as partículas que ocorrem em sua superfície, sendo nominado com as letras H e N (Hemaglutinina e Neuraminidase), por exemplo: H1N1, H3N2, H5N1, H7N9. Todos estes são subtipos distintos do vírus influenza e que podem variar suas características de agressividade. Os vírus influenza A que têm circulado com mais intensidade nos últimos anos são o H3N2 e o H1N1, que são de linhagens distintas (não são mutações um do outro), e ambos têm potencial de causar doença grave. As formas de prevenção principais são a higiene respiratória/etiqueta da tosse, medida capaz de reduzir a c irculação viral, pois previne a disseminação entre as pessoas, o tratamento precoce com medicamentos antivirais, que ajudam a evitar a evolução para formas graves e a vacinação, estratégia que é eficaz na redução da doença grave entre população vulnerável, porém pelas características da vacina atual e do próprio vírus não serve como medida para erradicar ou conter a doença, não podendo se atribuir redução de casos de gripe à ela na população como um todo, mas apenas quando se avalia doença grave em estratos vacinados da população. OUTRAS INFORMAÇÕES Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) – Vigilância de Influenza em Santa Catarina: http://www.dive.sc.gov.br/index.php/d-a/item/influenza-gripe Protocolo de Tratamento de Influenza - 2013: http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/imunizacao/publicacoes/Protocolo_de_Tratamento_de_Influenz a_2013.pdf Síndrome Gripal/SRAG – Classificação de Risco e Manejo do Paciente: http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/imunizacao/publicacoes/Classificacao_de_Risco_e_Manejo_do_ Paciente_SG_SRAG.pdf Curso de atualização do manejo clínico da Influenza. http://www.unasus.gov.br/influenza