RELATO DE CASO DE PACIENTE CIRRÓTICA POR VÍRUS C
COM DIARRÉIA CRÔNICA POR COLITE LINFOCÍTICA.
Beatriz Cavalheiro Bonatelli¹, Bruno Lorenzo Scolaro²³, Claudia Theis¹,
Fangio Ferrari²³, Gustavo Becker Pereira²³.
¹Universidade do Vale do Itajaí (Curso de Medicina); ²Hospital Unimed
Litoral; ³Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen.
Contato: [email protected]
INTRODUÇÃO E OBJETIVO
Temos como objetivo relatar um caso de colite linfocítica em paciente cirrótica por
vírus C, com sintoma principal de diarréia crônica. A colite linfocítica é uma colite
microscópica, que possui achados endoscópicos normais, diagnosticada apenas por
biópsia. Apresenta-se como uma inflamação no epitélio superficial colônico, com infiltrado
linfocítico notável.
MÉTODOS E RESULTADOS
Relato de caso descritivo de uma paciente, 78 anos. Há dois anos iniciou quadro de
diarréia líquida, moderada, 3 episódios por dia, sem produtos patológicos e relação com
alimentação, com dor abdominal em cólica de alívio após evacuação. Não se recordava do
uso de anti-helmínticos. Referia cirrose hepática por vírus C compensada (taxa sanguínea
em 1976), hipertensão arterial e histerectomia total por neoplasia uterina, com necessidade
de radioterapia. Trazia colonoscopia de 2010 normal. Ao exame físico, hipocorada +/4+ e
leve dor à palpação difusa do abdome. Foi realizada nova colonoscopia com biópsias
seriadas. Na colonoscopia observou-se a mucosa retal e colônica edemaciada e diminuição
da trama vascular submucosa, no ceco e cólon ascendente discreto a moderado enantema
e friabilidade da mucosa. A
análise
anatomopatológica
mostrou
edema
e
discreta
congestão colorretal, infiltrado linfoplasmocitário na lâmina própria e variado linfotropismo
epitelial, de superfície críptica, com imagens isoladas de criptite. A paciente foi
diagnósticada com colite linfocítica, tratada com mesacol 800MG 2x\dia por 08 semanas e
Exelmin (empírico), apresentou eficiente resposta e segue em acompanhamento
ambulatorial.
DISCUSSÃO
A colite linfocítica manifesta-se como diarreia inflamatória e secretora, tendo como
sintomatologia a diarréia crônica com dor abdominal, que desaparece ao desvio do trânsito
fecal. Pode ter relação com doenças autoimunes, medicações, doença de Crohn, entre
outras. A Hepatite C está relacionada a lesão em alguns órgãos, porém, não foram
encontradas na literatura correlações entre cirrose hepática por vírus C e colite linfocítica.
O uso de anabolizantes sem acompanhamento médico deve ser entendido como uma causa
importante de hepatite medicamentosa, pois os mesmo tem grande hepatotoxicidade, tornando
dosesCONCLUSÃO
menores de outras medicações, também metabolizadas no fígado, mais tóxicas. O
tratamento medicamentoso, bem como a retirada do agente agressor devem ser feitos o mais
Em casos
de diarreia
com dorimunológicos
abdominal, sem
relações com
alimentação
rápido possível
para
bloquearcrônica
mecanismos
subjacentes,
evitando
assim ou
danos
hepáticos
irreversíveis,
os
quais
pelo
curso
da
doença
acarretariam
em
necessidade
de
transplante.
patógenos e cujos achados endoscópicos e colonoscópicos forem normais, deve-se pensar
em colites microscópicas, como linfocítica. Sendo que este tipo de patologia não apresenta
correlações definidas com o vírus C da hepatite, este relato é importante para questionar
esta possibilidade e definir futuras investigações. Para se chegar ao possível diagnóstico
necessita-se indicar biópsias seriadas.
REFERÊNCIAS
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