Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Editorial
Mau tempo nos
canaviais
C
hegamos a nossa vigésima edi
ção falando de um assunto com
plicado para o produtor: o preço da cana. Com a queda nas cotações
do açúcar e sem avanços significativos
no comércio internacional de etanol, o
preço da cana deve fechar a safra 2007/
08 abaixo dos custos de produção. As
projeções indicam preços até 30% inferiores, com a tonelada de cana ao redor
de R$ 35,00, enquanto que o custo de
produção pelos fornecedores situa-se
entre R$ 41,00 a R$ 43,00. Nas safras
2006/07 e 2005/06 os preços médios da
tonelada ficaram próximos de R$ 58,00 e
R$ 46,00, respectivamente.
Além do preço baixo, o produtor terá
que lidar com outro grande problema: a
queda da produtividade dos canaviais.
Isso porque nos meses de setembro e
outubro a região de Ribeirão Preto registrou um volume muito baixo de chuvas. A previsão é de que nesta região a
queda poderá ser de 6,3% em produtividade para o início da safra. Na safra
anterior, a redução, prevista em janeiro
de 2007, foi de 8,2%.
O entrevistado deste mês é o presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Cesário Ramalho da Silva. Para
ele, é preciso que o governo incentive e
apóie o agricultor. Ramalho também classifica o modelo de reforma agrária desenvolvido pelo governo como falido e
na contramão do que acontece no mundo. “Nós estamos há quase 30 anos falando sobre a questão da reforma agrária, temos milhões de reais colocados,
mais de 1 milhão de famílias assentadas
e sem resolver os problemas”, diz.
Na editoria “Ponto de Vista”, a Revista traz três artigos: o primeiro, escrito pelo presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, fala sobre corrupção e a
“gastança” de dinheiro público. O segundo, intitulado “Os desafios do setor canavieiro”, traz a opinião do secretário da agricultura do Estado de São
Paulo, João Sampaio, sobre o futuro do
setor sucroalcooleiro. Por fim, o coordenador do Pensa – Ribeirão Preto,
Marcos Fava Neves traz a sua “Agenda estratégica do álcool combustível”.
Nas páginas da Copercana, temos
uma reportagem escrita pelo Encarregado Técnico de Projetos da Uname,
Edgard Matrangolo, que fala sobre a
parceria com a Unesp – Jaboticabal
para o Projeto Amendoim da safra
2007/08. As Notícias Canaoeste trazem uma matéria sobre o Departamento Jurídico da associação e sua área
voltada ao direito ambiental. Conheça também a agência Cocred de Cravinhos e a opinião de cooperados da
cidade sobre a cooperativa.
O destaque deste mês fica para a
Feicana/Feibio 2008 (Feira de Negócios
do Setor de Energia). A feira – uma das
mais importantes do setor de energia –
acontece nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro na cidade de Araçatuba e terá 300
expositores (10% a mais do que no ano
passado) de máquinas, equipamentos
e componentes, além de empresas do
setor de serviços, sendo 230 no pavilhão interno e 70 na área externa. Estima-se que, neste ano, o evento movimente negócios no valor R$ 1,5 bilhão,
meio milhão a mais que em 2007.
O pesquisador da Canavialis, Sizuo
Matsuoka, publica um artigo sobre uma
mistura perigosa que assusta os produtores nessa época do ano: o complexo Broca-Podridão. O consultor da Canaoeste, Cleber Moraes, assina a 4ª parte de seu artigo que ensina como planejar a implantação de um canavial. Como
de costume a Revista traz os prognósticos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso,
os artigos sobre legislação do Dr. Juliano Bortoloti, dicas de português, indicação de livros, agenda de eventos, repercutiu e classificados.
Boa Leitura!
Conselho Editorial
Revista
RevistaCanavieiros
Canavieiros- Fevereiro
- Fevereirodede2008
2008
3
Indice
EXPEDIENTE
Capa
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Safra Amarga
Preços em queda e
estiagem trouxeram
nuvens carregadas sobre
os canaviais;
cotação da cana na safra
2007/08 ficará abaixo do
custo de produção
Pag.
Pag.
20
OUTRAS
DEST
A QUES
DESTA
CONSECANA
Entrevista
Pag.
16
Pag.
26
Cesário Ramalho da Silva
Presidente da SRB
(Sociedade Rural Brasileira)
INFORMAÇÕES
SETORIAIS
"Falta de sensibilidade do
governo preocupa"
P
Pa
ag
g ..
05
Pag.
28
ARTIGO
TÉCNICO
Ponto de vista
João Sampaio
Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de
São Paulo
LEGISLAÇÃO
Pag.
30
Pag.
3 4 TECNOLOGIAS
Os desafios do setor
canavieiro
P
Pa
ag
g ..
Notícias
0
09
9
12
Copercana
- Copercana e Unesp firmam parceria para
o projeto amendoim da safra 2007/08
NOVAS
Pag.
REPERCUTIU
Pag.
35
14
Canaoeste
- Canaoeste assessora produtores sobre
questões ambientais
- Associados de morro agudo têm mais
motivos para sorrir
Pag.
36
Pag.
37
Notícias
Pag.
38
Notícias
17
Cocred
- Cooperados satisfeitos, também, em Cravinhos
- Demonstração do resultado do exercício
Pag.
AGENDE-SE
CLASSIFICADOS
Pragas e Doenças
Sizuo Matsuoka fala sobre os danos do
complexo Broca-podridão
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4
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
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Carla Rossini
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E COMUNICAÇÃO:
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Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo
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da Silva, Talita Carilli.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
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7.500 exemplares
CULTURA
Pag.
EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
Pag.
Pag.
32
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
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Entrevista
Cesário Ramalho da Silva
Presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira)
"Falta de sensibilidade do
governo preocupa"
Cristiane Barão
P
ara o presidente da SRB,
Cesário Ramalho da Silva, o
governo precisa ter uma
agenda pró-ativa, para o futuro, que
incentive e apóie o agricultor. Segundo ele, o país tem cuidado apenas do
passado, já que há questões, como a
da rastreabilidade, que não foram resolvidas até hoje. Falta, na opinião
dele, sensibilidade ao governo.
Ramalho também classifica o
modelo de reforma agrária desenvolvido pelo governo como falido e
na contramão do que acontece no
mundo. "Nós estamos há quase 30
anos falando sobre a questão da reforma agrária, temos milhões de reais colocados, mais de 1 milhão de
famílias assentadas e sem resolver
os problemas", diz.
Depois de um ano como presidente interino da SRB, Ramalho tomará posse para um mandato completo, de três anos, no próximo dia
25. Pecuarista e produtor de grãos
e cana no Mato Grosso do Sul e
Minas, Ramalho foi também presidente da Câmara Setorial Paulista
da Carne Bovina. Leia a entrevista
completa a seguir.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
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Entrevista
Revista Canavieiros: O ano co- ente de otimismo. Agora, as defici- este governo começou, o dólar estameçou com expectativa de safra re- ências de transporte, de portos, isso va a R$ 4,00 e hoje está entre R$ 1,70
corde e preços em bons patamares. continua.
e R$ 1,75 e nós tivemos de nos adapO que pode prejudicar o setor?
tar a isso, numa dificuldade muito
Cesário Ramalho: Um fator de
Revista Canavieiros: De que for- grande. Um setor como esse, que tão
risco é o climático. Tínhamos uma ex- ma a crise norte-americana pode afe- positivamente tem contribuído com
pectativa de chuvas difíceis pelo fe- tar o agronegócio brasileiro?
o crescimento do país, não merecia
nômeno La Niña. Na maioria do terriRamalho: Dependendo da gravi- receber essas coisas, como cobrar
tório brasileiro, até o dia primeiro de dade da crise americana_ que já se IOF nas operações de crédito rural.
fevereiro, tivemos um regime de chu- apresenta maior do que se imaginava Nossos concorrentes liberam de imvas adequado, com exceção de São e ainda ninguém determinou o fim postos os produtos de exportação.
Paulo, onde a chuva atrasou e as la- dela_ haverá recessão, redução de Se nós não tivermos incentivos para
vouras estão um pouco mais fracas, consumo e uma inversão de expecta- exportar, vamos fazer o quê? Preocumas nada de dramático. Em outras tiva. Se nós temos preços altos nas pa a gente essa falta de sensibilidaregiões, como o Centro-Oeste, as la- commodities em Chicago (na CBOT, de do governo com coisas como essa.
vouras se apresentam bem. Outro ris- bolsa de mercados de futuros), cria
co é a questão mercadológica. Há uma expectativa positiva. Agora, se
Revista Canavieiros: Qual o preuma volatilidade muito grande. Por existe a expectativa de que os preços juízo e a expectativa do setor em remais que o produtor administre o seu poderão estar menores, aí as pessoas lação ao embargo da União Européia
lucro, por meio de vendas
à carne bovina brasileira?
futuras etc, sempre sobra "O agricultor tem sofrido muito com
Ramalho: A Europa é
alguma coisa para vender
muito importante para a
essas questões estruturais, da
na boca da safra, quando
carne brasileira. Ela paga
os preços se deprimem. logística, da falta de seguro, de dívidas 20% mais do que os outros
Mas, não vejo riscos maiomercados. Das exportapassadas, do excesso de tributos"
res. Os preços estão em
ções brasileiras de 2007, a
patamares excelentes e
Europa foi responsável por
isso supera o problema do câmbio em vão comprar menos, vão especular, 22% do volume das exportações de
várias commodities, como grãos, vão fazer estoques. Os volumes dos carne e 33% da receita. Além disso,
principalmente. Isso criou um ambi- mercados vão se reduzir com essa in- a Europa serve como referencial a
segurança.
países menores. Acredito que vamos
superar. Há erros em todos os canRevista Canaviei- tos da cadeia e vamos corrigir. Varos: Com o pacote tri- mos aguardar a auditoria em cima
butário, anunciado no das fazendas já auditadas pelo Miinício de janeiro, os nistério da Agricultura_ e espero que
exportadores terão de essa auditoria tenha sido bem feita
pagar IOF, enquanto pelo governo brasileiro. Eles (União
os importadores, não. Européia) aprovando, vamos retorComo o setor avaliou nar à Europa, claro, mais devagar.
esse pacote?
Vamos demorar a voltar ao estágio
Ramalho: O setor onde já estivemos. Mas o importanavalia mal. Acabou-se te é voltar.
de divulgar que o saldo do agronegócio
Revista Canavieiros: No ano pascresceu de US$ 40 bi- sado, a SRB divulgou um documento
lhões para US$ 50 bi- onde alertava que o câmbio dilapidalhões. Um recorde. É va o setor. Houve alguma alteração
um saldo que está sen- no cenário? O governo acenou para
do produzido com alguma medida?
muita dificuldade. O
Ramalho: Absolutamente nada.
agricultor tem sofrido Nós fizemos esse documento e conmuito com essas ques- seguimos causar uma boa repercustões estruturais, da lo- são no Congresso Nacional, provogística, da falta de se- camos uma audiência pública na Câguro, de dívidas pas- mara dos Deputados. Foi elaborado
sadas, do excesso de um relatório muito bem feito pela Cotributos. E quando missão de Agricultura (da Câmara),
“
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Revista Canavieiros - Fevereiro
Janeiro dede2008
2008
Entrevista
mas em termos práticos, nada conseguimos. O que talvez esteja inibindo
essa ação é essa explosão de preços
em Chicago. Nós precisamos voltar a
fazer pressão porque de 2000 a 2006,
enquanto os preços subiram 103%, a
nossa receita cresceu 70%. Esse diferencial “comeu” toda a renda e fez o
agricultor ficar endividado.
movimentos sociais é quase o dobro da área brasileira plantada com
grãos e não se conseguiu levar independência a esses indivíduos,
que ainda dependem de ajuda do
governo. Acho que o governo tem
de ser mais corajoso e enfrentar essas dificuldades, enfrentar os movimentos sociais. Nós estamos há
quase 30 anos falando sobre a
questão da reforma agrária, temos
milhões de reais colocados, mais de
1 milhão de famílias assentadas e
sem resolver os problemas.
Revista Canavieiros: Os pequenos e médios produtores reclamam
que eles estão numa espécie de sanduíche, entre os agricultores familiares e os grandes produtores e que,
dessa forma, são esquecidos pelo governo. O senhor concorda com isso?
Ramalho: Eu me enquadro como
médio produtor e é exatamente
isso. O governo precisa ter mais
Revista Canavieiros: Qual a
atenção porque o médio produtor é
avaliação sobre a política do goveraquele que nasceu no campo e perno para o setor?
manece lá. Hoje temos grandes emRamalho: Acho que o governo
presas entrando no setor, com exprecisa ficar mais perto da
pectativa de renda. Se
agricultura, tem de ter meamanhã não der certo,
"Hoje temos grandes empresas
didas mais pró-ativas, uma
elas saem do negócio. O
entrando no setor, com expectativa de agricultor não faz isso
agenda de futuro, que incentive, que apóie o agrirenda. Se amanhã não der certo, elas porque a terra para ele
cultor. Nós temos cuidado
não é um produto de vensaem do negócio. O agricultor não faz da, mas um instrumento
do passado: nessa questão
da rastreabilidade, estamos
produção. Ele é a base
isso porque a terra para ele não é um de
lutando há quase oito anos
da agricultura brasileira.
e isso nos tem atrapalhado produto de venda, mas um instrumento
enormemente. A agricultuRevista Canavieiros: O
de produção. Ele é a base da
ra brasileira é feita sem subsenhor será empossado na
sídios, enquanto quase toSociedade Rural Brasileiagricultura brasileira "
dos os concorrentes subra no dia 25. Quais serão
sidiam. Ela é bastante independente,
as metas para esse novo período?
eficiente, competitiva, mas nós temos
Revista Canavieiros: O ministro
Ramalho: Fui presidente interino
questões estruturais que precisam do Trabalho propôs estender os be- durante um ano, substituindo o João
caminhar mais rápido.
nefícios da previdência a invasores. Sampaio, que virou secretário da
Como o senhor avalia isso?
Agricultura, e agora estamos inicianRevista Canavieiros: Qual a anáRamalho: Pessimamente. Acho do o nosso mandato de três anos. Eu
lise sobre o modelo de reforma agrá- que o ministro foi profundamente tenho como foco melhorar a renda do
ria adotado pelo governo?
infeliz nessa questão. Ele provavel- produtor. Essa é nossa grande preoRamalho: Isso é falido. Refor- mente está querendo agradar algum cupação. Com toda pujança do agroma agrária é algo do século passa- setor político. Ele é candidato a pre- negócio, pouco lucro chega ao prodo. Um movimento inverso no sen- feito no ABC. Quer dizer que va- dutor. Segundo, é a sustentabilidade
tido do mundo, em que as popula- mos contar tempo dos presidiários, da Rural, que é uma entidade nacioções se urbanizam, ao invés de se do pessoal que está invadindo e nal, se preparando para fazer 90 anos
ruralizar. Temos de trabalhar para derrubando a Amazônia? Espero no ano que vem. E o terceiro foco é
esclarecer que essa não é a solu- que isso seja revertido porque se introduzir uma geração nova e pasção. A solução, de repente, é cres- não for, a Rural (Sociedade Rural sar a Rural para uma nova represencer, é girar a economia, gerar rique- Brasileira) vai tomar as providên- tação do setor rural, mais jovem, com
zas, empregos. A agricultura dos cia cabíveis.
idéias novas.
“
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
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Ponto de Vista
Quem é dono do
dinheiro público?
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*
N
uma escuta telefônica envolvendo uma quadrilha
que desviava recursos de
pelo menos três municípios do Estado do Rio de Janeiro, o empresário
André Wertonge diz a um assessor
da prefeitura de Magé: “Este dinheiro não é de ninguém, é dinheiro
público.” O diálogo, gravado pela
polícia como parte das investigações
e divulgado pela imprensa, prova
muito além do que a existência de mais
um grupo organizado para assaltar os
cofres dos governos.
Revela o desgaste de valores simples, que aprendemos desde crianças, como não se apropriar do que
não nos pertence, respeitar o outro e de raciocínio e transformou-se em já que esses são gastos protegidos
saber que o que é público é de todos mais um escândalo envolvendo di- por sigilo, sob o argumento de gae, assim, precisa ser respeitado e tra- nheiro público. Esses cartões são rantir a segurança do Presidente da
tado até melhor do que se fosse nos- utilizados desde 2001 por mais de República. Só da análise dos 25% dos
so. No entanto, não por acaso a ga- 6.000 servidores do Executivo fede- gastos que são publicados na internância é um dos sete pecados capi- ral para saques em dinheiro ou para net, já descobrimos que o dinheiro
tais: o desejo pelo dinheiro corrói os compras consideradas urgentes. No público serviu para pagar joalheria,
princípios dos mais fracos de cará- ano passado, os gastos somaram R$ choperias e churrascarias, comprar
tapioca, aparelhos de giter. E, quando não há mais
nástica, patrocinar finais
valores morais, a oportuNinguém traz escrito na testa se é
de semana em família em
nidade faz o ladrão.
honesto ou não. Assim, não dá para hotéis luxuosos, compras
Ninguém traz escrito adivinhar quem está apto a tratar com em mercadinhos e reforma
de mesa de bilhar.
na testa se é honesto ou
o dinheiro público.
não. Assim, não dá para
Fico imaginando o que
adivinhar quem está apto
a tratar com o dinheiro público. A 75,6 milhões, um acréscimo de 129% pode ter sido feito com o dinheiro que
punição se faz necessária para de- em relação ao ano anterior, quando foi sacado na boca do caixa, sem qualsestimular a ação dos desonestos. as despesas contabilizaram R$ 33 mi- quer controle. Assim como o empreOnde há impunidade, as quadrilhas lhões. Em 2005, foram gastos R$ 21,7 sário de Magé, todos esses que usase proliferam. Assim, grupos orga- milhões e em 2004, R$ 14,5 milhões. ram indevidamente o cartão corporanizados que desviam recursos pú- O governo alega que o uso é trans- tivo pensam que, por ser dinheiro públicos estão por toda parte, envol- parente apenas porque divulga na in- blico, não tem dono. Pelo contrário,
vem servidores, prestadores de ser- ternet uma pequena parte das fatu- todos somos donos porque nós é que
pagamos essas faturas. Enquanto
viços e até funcionários de alto es- ras desses cartões.
houver impunidade para alimentar
calão dos governos. No fundo, o
No entanto, 75% das despesas do essas distorções, vamos continuar
que os move é o afã de se apoderar
do que é público, crentes de que ano passado referem-se a saques em ouvindo que o governo não tem redinheiro, o que torna impossível cursos para investir, que será necesnada irá acontecer a eles.
qualquer tipo de fiscalização e con- sário criar mais imposto para melhoO uso dos cartões corporativos trole. R$ 58,7 milhões foram usados rar a saúde e que dinheiro público
do governo segue essa mesma linha não se sabe onde e por qual motivo, não é de ninguém.
“
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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2007
2008
Ponto de Vista
Os desafios do setor
canavieiro
João Sampaio*
A
agricultura canavieira, cada vez
mais, assume papel preponderante dentro da produção agropecuária brasileira e, particularmente, no Estado
de São Paulo. Torna-se centro de referência
dentro do desenvolvimento tecnológico, na
procura por alternativas de produção e processamento e também na evolução de suas
aplicações à vida moderna. Para isto, São
Paulo necessita buscar incessantemente a
superação de desafios impostos pelos nossos compradores e da sociedade como um
todo. Aliado a estes desafios, a cadeia produtiva sucroalcooleira precisa manter o equilíbrio entre os seus elos produtivos. Como
podemos observar, o desafio é grande, modernizar-se, sem perder o foco: produzir dentro do espectro do equilíbrio econômico,
social e ambiental.
As implicações ambientais têm sido amplamente discutidas, mas as suas correspondentes sociais e econômicas nem tanto. Neste artigo, vou me ater ao papel e o desempenho do produtor de cana, este que muitas
vezes fica alijado das grandes discussões a
que o setor tem passado. Para melhor ilustrar a sua importância e influência, vamos
utilizar a performance da cana-de-açúcar na
safra que se encerrou. A cana ocupa hoje 4,8
milhões de hectares da área ocupada com
atividade agrícola e/ou proteção natural do
Estado de São Paulo, que é de cerca de 22
milhões de hectares. Portanto, sua área corresponde a quase 20%. Mas quando observamos os números de sua representação
econômica, percebemos a sua importância
para o equilíbrio da cadeia. Na safra 2005/
2006, a cana representava 45% no valor total da produção agropecuária paulista, totalizando R$ 15 bilhões de um total de R$ 33
bilhões produzidos dentro das porteiras de
nossas propriedades. Foi o ano da explosão
do plantio e do preço da cana.
Pois então, em 2007, o revés da cana foi
sentido no bolso do produtor e também nos
números do Estado. A cana registrou rendi-
mento de R$ 11,18 bilhões, 25% inferior a
2006. O preço médio caiu 32,69%. Mesmo
com o crescimento na produção de 12,19%,
o valor da produção sofreu substancial redução. Este decréscimo diminuiu a participação da cana no valor da produção agropecuária total de 2007 ficando em 36,6%. A nossa renda total do Estado registrou queda e
ficou em R$ 30,6 bilhões. O que todos esses
números significam? Menos remuneração ao
produtor de cana. Recebi inúmeras representações de produtores registrando a venda
da tonelada de cana a R$ 55,00 em 2006 e que
na safra passada alcançaram somente R$
24,00. Sem contar histórias de produtores que
eram avisados pelo seu comprador de que
não compensava recolher a cana cortada.
Tudo isto nos mostra que os ciclos agrícolas estão cada vez mais rápidos e que as
influências do mercado provocam desequilíbrios de renda dentro das cadeias com uma
velocidade ainda maior. O agricultor seja ele
de cana ou pêssego precisa estar antenado com as informações de mercado e, mais
que isto, fazer a gestão dos seus negócios.
E ,talvez, o elo mais desprotegido nestes
quesitos seja mesmo o produtor e, isto não
é prerrogativa somente dos canavieiros, mas
do agricultor em geral. Neste quadro, o seu
agrupamento em cooperativas e associações é essencial para a sua proteção.
Mas os ciclos e ciclones passam. Para
este ano, as perspectivas são bem melhores. Aquela febre do etanol arrefeceu, a rotação cana/grãos voltará
a acontecer com a recuperação dos
preços das principais commodities,
então a cana também tende a se normalizar. A agricultura deve ser assim
com amplo equilíbrio, quando um
sobe, todos sobem, ou ainda
na melhor das hipóteses, todos permanecem igualmente em harmonia.
* João Sampaio é produtor rural e Secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
Revista
RevistaCanavieiros
Canavieiros- Fevereiro
- Janeiro de 2008
9
Ponto de Vista
Agenda estratégica
do álcool combustível
Marcos Fava Neves
M
uitos sistemas produtivos recebem admiração minha, mas a
cana é especial. Sua história, o
beneficio que trás para o Brasil, sua liderança mundial e por ver o desenvolvimento econômico das regiões produtoras.
A cana ganhou uma legião de novos defensores, articulistas, nos últimos anos. Faço
parte dos velhos entusiastas do setor, escrevendo há mais de 15 anos. Mas confesso estar preocupado com a sustentabilidade, que se divide no tripé economia, pessoas e planeta. Vou focar nos dois primeiros,
pois o terceiro vem sendo discutido.
O que se observou em 2007 não é sustentável em termos econômicos e de pessoas/distribuição de renda. Diversos investimentos foram feitos em expansão produtiva confiando no mercado interno e
externo de álcool. Somado ao fato do preço do açúcar estar baixo, praticamente os
produtores de cana e usinas terminam o
ano sem lucro nenhum, comprometendo
o crescimento. Fora isto, percebe-se que,
para exportar o etanol, a cada dia é colocada uma nova dificuldade por nossos
compradores potenciais. Muita bobagem
é dita, inclusive com a injusta comparação do etanol de milho e outros grãos,
com o etanol de cana. Talvez precisemos
mudar o nome do produto, passando a se
chamar "cane-ethanol ou canethanol",
mas ações internacionais é tema para outro artigo.
Quanto mais forte (em capacidade de
consumir) e flexível (podendo reverter
para gasolina ou gás) for o mercado interno, mais sustentabilidade econômica e
distribuição de renda teremos. Vejo problemas na próxima safra, mais sérios que
os desta. A produção vem firme, e teremos mais quase 5 bilhões de litros. E o
consumo? Para isto proponho a "agenda
10 do álcool", composta por pontos a serem trabalhados por Governo, organizações e setor privado.
1
10
Os pontos principais que Governos
Federal e Estaduais poderiam atacar, envolvem questões tributárias e de regulamentação. (1) Urge que o álcool tenha a
alíquota de ICMS reduzida para 12% em
todos os estados e ligeira redução de outros impostos federais. Agora que praticamente todos estados terão produção,
esta redução de arrecadação será compensada em parte pela produção, pelos
investimentos que foram e estão sendo
feitos, pelos salários gerados e outros impostos arrecadados. Fora os benefícios
ambientais e de interiorização do desenvolvimento. Pode-se também (2) estudar
se a faixa de adição do anidro na gasolina
poderia ser ampliada, dos atuais 20 a 25%,
para 18 a 28%. Muitas pessoas com carros a gasolina já fazem esta adição maior
por conta própria. Assim, em casos de
grande produção, o uso de 28% poderia
ajudar no consumo, e vice-versa.
Muitos países neste momento fazem
suas regulamentações com relação aos biocombustíveis, dizendo as proporções de
adição, entre outras. Se o Brasil quer ser
um país verde em termos de combustíveis,
sou favorável a que (3) a partir de 1 de
janeiro de 2010 apenas automóveis novos
"flex fuel" tenham autorização para emplacamento. Apesar do mercado sinalizar favoravelmente (recentemente uma camionete cabine dupla saiu com motor flex-fuel,
Fava é Professor de Planejamento, Estratégia e Marketing da FEA/USP Ribeirão Preto.
Coordenador do Pensa e Markestrat. ([email protected])
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Ponto de Vista
e há fila de espera), observa-se que montadoras ainda resistem, caso de coreanas,
alemãs, japonesas, americanas e o consumidor brasileiro não tem acesso a carros
maiores bicombustíveis. Estima-se que
grande quantidade de veículos baratos entrará no Brasil, vindos da China e Índia, e
não se pode correr o risco que venham à
gasolina. Até 2010, as montadoras teriam
tempo suficiente para fazer esta simples
adaptação, e desovar estoques atuais. E
poderiam, tal como as francesas, exportar
estes carros e motores levando a tecnologia e consumo a outros mercados.
Ainda na agenda Governamental, é necessário pensar em alterações na arrecadação dos impostos e (4) permitir vendas
diretas de álcool das usinas para os postos de gasolina. Com toda a inegável eficiência das distribuidoras de combustível,
ainda, por menores que sejam as distâncias, existe passeio desnecessário do álcool
e em alguns casos, intermediação adicional. Esta liberalização contribuiria para um
mercado mais competitivo. Vendas diretas.
A indústria de motores pequenos e
grandes (5), precisa estudar motos movidas a álcool e também a adaptação de motores grandes (diesel) para o álcool com
as novas tecnologias (já feito por uma empresa sueca e universidade), visando o
mercado dos caminhões dos fornecedores de cana e das Usinas (e tratores) e de
ônibus urbanos. Usinas abastecendo sua
frota de caminhões com o próprio álcool,
em regime de tributação privilegiada, teriam seu custo reduzido, podendo ser repassado aos preços. Mais ambientalmente correta seria esta cadeia produtiva, pois
o grande volume de diesel consumido nas
suas operações, entra negativamente na
conta da sustentabilidade da cana.
As Usinas são conservadoras em
avançar nos canais de distribuição. Poderiam (6) montar joint-ventures e entrar
no mercado de distribuição de álcool, com
uma gestão independente, comprando
distribuidoras hoje existentes ou montando novas, autorizadas a funcionar pelo
Governo. Em formas organizacionais associativas (franquias ou joint-ventures),
(7) podem montar postos de combustível
nas cidades. Estes não competiriam com
as redes existentes (seriam poucos), mas
seriam postos "conceito" (o nome da rede
poderia ser verde ou "green"), e serviriam para: direcionar os preços varejistas
do álcool (dificultando a ação de cartéis),
e comunicação da imagem com o consumidor, pois estes postos seriam decorados com a cadeia da cana e com material
de comunicação, plantio de árvores, enfim, uma rede "eco". Venderiam gasolina
e diesel, mas em 80% das bombas, álcool. O conceito "loja de fábrica".
Em convênio com prefeituras e empresas (8), ônibus urbanos poderiam ser
testados a álcool (a UNICA vem fazendo
isto), em escala muito maior. Na Suécia
são 600, com custo apenas 3% superior!
Seriam pintados e decorados com a cadeia produtiva, e a população teria conhecimento, informação, seja através de
suas paredes, por folders, vídeos, afinal,
é um momento onde todos gostariam de
ler algo. Mudando rotas, em 4 a 5 meses
já teriam "falado" com a população usuária. Além da melhoria nas condições do
ar, seria um canal de comunicação permanente do setor com a comunidade.
Está claro que a Petrobras (9) terá
condições de exportar gasolina pronta
para consumo, já adicionada de anidro.
Caiu no colo da Petrobras a chance de
ser a primeira empresa petrolífera verde
do planeta. A Petrobras tem um papel
muito importante na imagem do álcool. E
o álcool (e biodiesel) tem um papel muito importante na imagem da Petrobras.
Finalmente (10), um plano permanente
de comunicação integrada de marketing
precisa ser trabalhado pela cadeia produtiva da cana, usando idéias criativas para
que a sociedade brasileira de valor a este
produto, reduzindo as resistências.
A cadeia produtiva tem muitos pontos a serem resolvidos, desde a colheita, a queimada, a visada imagem da monocultura e da redução de produção de
alimentos, a reforma do Consecana.
Foram colocados 10 pontos no que esta
sob o nosso controle: o mercado interno. Sendo maior e mais flexível terá condições de absorver excedentes de produção (por exemplo, 2008), mantendo a
sustentabilidade econômica e de pessoas desta importante cadeia produtiva, agora, não mais paulista e nordestina, mas brasileira.
O artigo é de autoria de Marcos Fava Neves e foi publicado como Opinião do Jornal Valor
Econômico em 27 de dezembro de 2007, pagina A10.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
11
Notícias
Copercana
Copercana e Unesp firmam
parceria para o projeto
amendoim da safra 2007/08
Edgard Matrangolo Júnior
Encarregado Técnico de Projetos
E
m agosto de 2007 a Copercana
criou na Unidade de Grãos
(UNAME), um departamento
técnico de grãos, composto de um engenheiro agrônomo e dois técnicos agrícolas, com a finalidade inicial de dar assistência técnica aos produtores do
Projeto Amendoim safra 2007/08.
Esse departamento, bem como funcionários de outros setores, trabalhou
no recebimento do amendoim pela unidade e na elaboração de um Manual
de Safra visando orientar os produtores quanto as melhores condições de
colheita e entrega do produto.
O departamento também realizou
experimentos com a cultura do amendoim para orientar os produtores sobre os melhores produtos e técnicas
a serem aplicadas em suas lavouras.
Atualmente está sendo realizado um
experimento de fungicidas em convênio com a Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias (FCAV) –
Unesp de Jaboticabal sob a orientação do Professor Modesto Barreto,
especialista em doenças de plantas.
Realizam-se também outros testes,
como tratamento de sementes com estimulantes, micronutrientes via foliar
e adubação química via solo com um
adubo polimerizado que reduz em
aproximadamente 50% o volume recomendado em comparação com os adubos tradicionais.
Os resultados obtidos serão informados posteriormente. Foi estabelecida uma consultoria com o professor
Modesto Barreto que além de orientar os técnicos sobre as doenças da
planta, está visitando as lavouras dos
produtores que participam do Projeto
Amendoim safra 2007/08.
12
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Márcio Rogério Fernandes (Assistente Técnico de Projetos), Edgard Matrangolo Júnior (Encarregado
Técnico de Projetos), Antônio Mateus Benelli Júnior (cooperado) e Juliano José Valério (Técnico Agricola)
A Copercana em parceria com o
professor também colaborou na elaboração do Manual de Identificação
e Manejo das Doenças do Amendoim, cujos exemplares foram cedidos
gratuitamente aos produtores participantes do Projeto. Com relação à Produção Integrada do Amendoim, a cooperativa está com uma área piloto
onde as aplicações de defensivos (inseticidas e fungicidas) são realizadas
conforme os critérios definidos pela
Produção Integrada.
O departamento técnico de amendoim da Copercana é responsável pela
condução dos campos de sementes,
com o objetivo de fornecer aos pro-
Professor Dr. Modesto Barreto
Notícias
Copercana
Depoimentos
Segundo o gerente da UNAME, Augusto César Strini Paixão,
“o objetivo nas próximas safras é continuar realizando as orientações aos cooperados, bem como estender a consultoria para as
áreas de adubação e manejo de pragas (insetos) visando levar as
melhores orientações aos produtores participantes do Projeto
Amendoim. Cogita-se também criar um projeto semelhante ao do
amendoim para a cultura da soja”.
dutores grãos puros e com grau de germinação e
vigor adequados a cultura. Atualmente está sendo
realizado roguing (retirada de plantas indesejáveis)
nos campos. O departamento realiza testes com
novas variedades de acordo com o convênio firmado pela Copercana com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas). Também está sendo testado
atualmente a cultivar IAC – 213 (rasteiro vermelho) e duas alto oleícas: IAC – 503 e IAC – 505.
Na opinião do professor Modesto Barreto, da Unesp – Jaboticabal, “o trabalho que a Copercana vem realizando junto aos seus
cooperados é muito importante já que eles podem melhorar as condições da lavoura através do manejo adequado das doenças, controle racional e qualidade na aplicação de produtos químicos. Esse
trabalho permite a redução dos custos de produção e também os
impactos ambientais já que são usados menos produtos químicos
no solo. Os produtores só têm a ganhar participando do projeto”.
Segundo depoimento do cooperado Antonio Mateus Benelli Júnior, os produtores aprovam o projeto. “Essa iniciativa da Copercana
beneficia muito os produtores de amendoim que todos os anos sofrem
com as doenças nas lavouras. As orientações permitem uma prevenção das pragas e doenças o que reduz muito o custo de produção.
Esse projeto é muito importante e deve ser realizado todos os anos”.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
13
Notícias
Canaoeste
Canaoeste
Canaoeste assessora
assessora
produtores
produtores sobre
sobre
questões
questões ambientais
ambientais
Marcelo Massensini
Há oito anos, a associação mantém departamento que orienta e defende
produtores nas questões de direito ambiental
O
s associados da Canaoeste
sempre tiveram à disposição
um departamento de assessoria jurídica que presta serviços em
todas as áreas do direito. Mas, em
2000, eles passaram a contar com uma
área específica de suma importância
para agricultores e todos os produtores rurais: a área ambiental.
A esse departamento cabe a tarefa de esclarecer as dúvidas dos associados e defender os seus interesses
no que diz respeito às atuais questões agrário-ambientais, como: área de
preservação permanente (APP), reserva florestal legal, queima de palha de
cana, licenciamento ambiental administrativo, ações judiciais cíveis e criminais, laudos periciais, pareceres jurídicos e técnicos agronômicos, respostas à consultas diversas, projetos
de reflorestamento, prestando, inclusive, assessoria e acompanhamento
dos associados perante o Poder Judiciário, Promotorias de Justiça e Delegacias de Polícia.
O presidente da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, ressalta que as questões relacionadas à
área ambiental “são prioridade para
associação e para os associados, que
sempre batalharam em busca de uma
produção agrícola sustentável, preservando, assim, o que temos de
mais importante: o meio ambiente”,
diz Ortolan.
Além da assessoria exclusiva ao
produtor associado, o Departamento Jurídico da Canaoeste atuou e atua
ativamente nos mais diversos fóruns
de discussão governamental e nãogovernamental, principalmente sobre
a queima de palha de cana, onde teve
fundamental importância na atual redação da Lei das Queimadas, além de
outras normas de interesse do setor.
O advogado da Canaoeste, Dr. Juliano Bortoloti, responsável pela área
ambiental, complementa: “sempre defendemos que a educação ambiental
do produtor, onde se inclui a conscientização e orientação, sempre deve
preceder a quaisquer formas de fiscalização opressiva, mote este que
impulsiona o nosso trabalho, qual
seja, de informar, prevenir, orientar
e, quando preciso, defender os interesses dos produtores rurais associados. Somente assim atingiremos o
tão almejado desenvolvimento sustentável”.
Dentre serviços gratuitos prestados pelo Departamento Jurídico,
na área ambiental, destacamos os
principais:
1-) Elaboração de projetos de recuperação de áreas degradadas, para
apresentação perante os órgãos ambientais, Promotorias de Justiça e
processos judiciais;
2-) Elaboração de Pareceres Ambientais;
3-) Elaboração de Laudos de
Vistoria;
4-) Assistência técnica através de
engenheiro agrônomo, às perícias realizadas pelos peritos indicados pela
Promotoria de Justiça, Delegacia de
Polícia e Juiz de Direito, em procedimentos, inquéritos e processos ambientais;
5-) Elaboração de processos de
licenciamento ambiental visando a
regulamentação ambiental de propriedades rurais;
6-) Elaboração de processos de
licenciamento ambiental que visem
a intervenção em áreas naturais,
tal como o corte de árvores isola-
14
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Notícias
Canaoeste
das, utilização da área de Preservação Permanente e de Reserva
Florestal Legal;
7-) Elaboração, confecção e orientação nos processos de licenciamento ambiental, visando a autorização para a queima de palha de canade-açúcar;
8-) Defesas administrativas de autos de infração aplicados pela Polícia Ambiental e de Mananciais;
9-) Defesas administrativas de autos de infração aplicados pela CETESB, em decorrência da exploração
agrícola;
10-) Defesas administrativas de
autos de infração aplicados pelo
IBAMA;
11-) Acompanhamento do associado perante a Promotoria de Justiça em casos ambientais;
12-) Defesa judicial em Ação Civil Pública promovida pelo Ministério Público (Promotores de Justiça);
13-) Defesa judicial em Ação Penal,
ajuizada em decorrência de crime ambiental, promovida pela Justiça Pública;
14-) Orientação jurídica em assuntos ambientais em geral.
Associados
Associados de
de Morro
Morro Agudo
Agudo
têm
têm mais
mais motivos
motivos para
para sorrir
sorrir
Marcelo Massensini
A
ntônio Alves Prado Neto é associado da Canaoeste há cinco anos e durante todo este tempo, ele e sua família utilizam o convênio
odontológico da associação. “A Marcilene é a única dentista que confiamos”,
diz Neto, que acompanha atento a consulta de sua filha Bruna, de sete anos.
Ele se refere à Marcilene Meireles
Pereira, cirurgiã-dentista que, desde
2002, atende os associados e seus funcionários na cidade de Morro Agudo.
Ela conta que em 2007 atendeu 87 pacientes através do convênio, 66 destes
Antônio Alves
Prado Neto: “A
Marcilene é a
única dentista que
confiamos”
funcionários de fornecedores, 17 fornecedores e familiares e quatro funcionários do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. Totalizando, assim, 492
procedimentos realizados.
De acordo com Marcilene, este número poderia ser maior se não fosse a falta de
informação. “Alguns ainda não sabem que
têm direito, mas quem sabe gosta e sempre volta”, explica. Ela diz ainda que a aceitação é tão grande, que funcionários de
fornecedores pedem para que seus companheiros e parentes sejam atendidos.
Prado Neto e sua família só utilizam o convênio odontológico da Canaoeste. Segundo ele o “atendimento é bom, rápido, fácil
e barato. Compensa muito”.
Para os que ainda não sabem, o serviço de atendimento odontológico existe há mais de 40 anos e é voltado, exclusivamente, a seus associados e funcionários. O programa Canaoeste Odon-
Dentista Marcilene ao lado
de Bruna, filha de Antônio
tologia disponibiliza profissionais renomados, com instalações e materiais
de qualidade, atendimento diferenciado e todos os recursos possíveis para
garantir o bem-estar de seus usuários.
“Eu acho que essa abertura é ótima por
que é um meio de passar uma educação para os funcionários e fornecedores”, elogia Marcilene.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
15
Notícias
Canaoeste
Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
CIRCULAR Nº 12/07
DATA: 31 de janeiro de 2008
A
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra 2007/2008. O preço médio
acumulado do kg de ATR para o mês de JANEIRO é de R$ 0,2423.
Os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL de 2007 a JANEIRO de
2008 e acumulados até JANEIRO, são apresentados a seguir:
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI),
incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,
carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2007 a JANEIRO de
2008 e acumulados até JANEIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:
16
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Notícias
Cocred
Cooperados satisfeitos,
também, em Cravinhos
Marcelo Massensini
Agência completa sete anos com mais de 460 cooperados satisfeitos
O
que faz a diferença na hora
de escolher uma instituição fi
nanceira? “Principalmente o
atendimento diferenciado”, diz
Oswaldo Feierabend, cooperado da
Cocred há quatro anos. “O atendimento aqui é ótimo. O pessoal nos
trata com mordomia, só falta pegar a
gente no colo e levar até o carro”,
brinca Feierabend.
“Aqui nós falamos direto com o
gerente, direto com a chefia na matriz,
as funcionárias são simpáticas, só tenho a agradecer a equipe da Cocred”,
parabeniza Oswaldo. Heloisa Soares de
Arruda Aníbal, cooperada há cinco
anos se diz confortável na cooperativa. “O atendimento é muito bom, não
perco tempo em filas, estou muito satisfeita. Sou comerciante e tudo que
preciso da Cocred ela me ajuda prontamente”, conta.
Além do atendimento, o cooperado aponta que a simplicidade e as poucas taxas são grandes atrativos da cooperativa. “Em bancos convencionais
são cobradas muitas taxas, aqui não.
Não pago talão de cheques, não pago
diversas outras despesas que me cobrariam em outras instituições”, afirma. Opinião essa que é compartilhada
por Heloisa: “em empréstimos, ela
(Cocred) tem as taxas mais baixas e,
em termos de aplicação, temos mais
garantias e segurança. Não tem nem
comparação”, diz.
A agência de Cravinhos funciona há 7 anos.
O gerente Mateus Stella
Moraes endossa a opinião
dos cooperados. Ele observa
que o cooperado mais preza é
o atendimento. O fato de chegar e poder ser atendido quando quiser é ter uma proximidade maior com os funcionários, mas que as taxas, prazos
e serviços não deixam nada a
desejar. “A gente trabalha
muito para ter um bom atendimento e deixar os cooperados satisfeitos”, explica. Segundo ele, já houve casos em
que o associado conseguiu
u m a
taxa de financiamento menor,
mas, ainda assim,
preferiu fazer
pela Cocred, já
que ao final do
exercício tem a
O gerente Mateus Moraes e o cooperado Oswaldo:
“bom atendimento e baixas taxas”.
distribuição das sobras, que torna as
taxas da Cocred ainda mais atrativas.
“Todos são fiéis à cooperativa”.
A agência de Cravinhos tem sete
anos de funcionamento e, atualmente
atende a mais de 460 cooperados.
Heloisa e Rosemary: “A Cocred nos dá
segurança e tranquilidade”.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
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Notícias
Cocred
Demonstração do
resultado do exercício
CÓDIGO CADOC: 44.1.6.040-1
Valores
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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
em Reais
Balanço
patrimonial
CNPJ: 71.328.769/0001-81
Valores
em Reais
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
19
Reportagem de Capa
Safra A
Cristiane Barão
Preços em queda e estiagem trouxeram
cotação da cana na safra 2007/08 f
C
om a queda nas cotações
do açúcar e sem avanços
significativos no comércio
internacional de etanol, o preço da cana
deve fechar a safra 2007/08 abaixo dos
custos de produção. Apesar de o ciclo
se encerrar oficialmente no último dia
de março, as projeções indicam
preços até 30% inferiores, com a
tonelada de cana ao
redor de R$ 35,00, enquanto que o
custo de produção pelos fornecedores
situa-se entre R$ 41,00 a R$ 43,00. Nas
safras 2006/07 e 2005/06 os preços médios da tonelada ficaram próximos de
R$ 58,00 e R$ 46,00, respectivamente.
“A tendência para a safra que se
inicia em abril é que as cotações continuem baixas, mas se espera que os
patamares não sejam inferiores aos observados durante a safra 2007/08,
quando o preço médio do ATR
abriu a safra em R$ 0,32 / kg e foi
decrescendo. Já, para a próxima
safra, espera-se que a tendência seja inversa, ou seja, as cotações devem começar baixas
para, mesmo que lentamente,
crescer ao longo da safra”, afirma
o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.
No entanto,
ele recomenda cautela aos
produtores.
Além da perspectiva
de poucas alterações
20
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Manoel Ortolan:
“cautela dos
produtores”
nos preços no mercado externo, a produtividade dos canaviais de toda região de Ribeirão Preto também será
menor, como reflexo do baixo volume
de chuvas, principalmente, nos meses
de setembro e outubro. Considerando-se os dados apurados até a segunda semana de janeiro e os estudos efetuados pelo Centro de Cana - IAC, a
previsão é de que nesta região a queda poderá ser de 6,3% em produtividade para o início da safra. Na safra
anterior, a redução, prevista em janeiro de 2007, foi de 8,2%.
Reportagem de Capa
Amarga
m nuvens carregadas sobre os canaviais;
ficará abaixo do custo de produção
“No ano passado, os meses de
maio e julho foram excepcionalmente
chuvosos, indicando aumento na produtividade. Mas, depois, com setembro e outubro extremamente quentes e
secos, a tendência se inverteu”, explica o assessor técnico Oswaldo Alonso. Segundo ele, dependendo do nível
de chuvas e insolação nesses próximos
dois meses de verão, poderá haver reflexos positivos sobre os canaviais,
mas a recuperação em termos de produtividade será difícil, pois os canaviais ainda se mostram com crescimento
atrasado. Como referência, os meses de
primavera e verão - setembro a março -
são responsáveis pelo crescimento (ou
formação) de 75 a 80% dos colmos industrializáveis.
Na primeira quinzena de dezembro,
em entrevista coletiva, a UNICA estimou
que poderá haver perdas de 4,5% em produtividade para a próxima safra no Centro-Sul, mas previu também crescimento
na área plantada e produção recorde. As
30 indústrias que entrarão em operação
na região, serão responsáveis por 21 milhões de toneladas, pelo menos.
“As oscilações nos preços são decorrentes do processo de expansão do
setor. Tudo indica que, nesta nova safra, poderá haver queda em produtividade, mas a demanda pela matéria-prima é real e crescente, o que pode trazer um alento ao fornecedor de cana”,
disse Ortolan. Diante desse cenário,
como devem proceder os produtores
de cana? Buscar o máximo de informações junto às associações, não abrir
mão de toda tecnologia disponível, planejar os investimentos e manter o otimismo. Esse é o conselho do presidente da Canaoeste. De acordo com ele,
apesar das oscilações nos preços, cana
ainda será um bom investimento a médio e longo prazos.
Meses mais secos e menos ensolarados
A estimativa de queda na produtividade para a próxima safra é influenciada, principalmente, pela ausência de
chuvas em setembro e pela baixa precipitação em outubro, segundo Alonso.
De acordo com dados do Centro de
Fonte: Centro de Cana do IAC
Cana do IAC, em outubro choveu 43
mm na região ou um terço da média histórica. Já o mês de setembro de 2007
igualou-se ao de 1955, quando também
não houve chuvas significativas na região de abrangência da Canaoeste.
Fonte: Centro de Cana do IAC
Oswaldo Alonso, assessor
técnico da Canaoeste
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
21
Reportagem de Capa
A média histórica de chuvas para o
mês de setembro é de 51mm e 130mm para
outubro. O Centro de Cana do IAC registra dados climáticos desde 1937. Segundo Alonso, além de pouca chuva, os dias
também foram menos ensolarados. Em ou-
tubro, a média de insolação foi de 6,3 horas/dia, para uma média histórica de 7,1.
Em novembro, foram quatro horas por dia,
quando historicamente a média é de 7,3
horas/dia. Em dezembro, foram 4,7 horas
de sol por dia, para uma média de 6,1.
“Esse primeiro trimestre do ano será
muito importante na formação de massa da cana. Temos que rezar para chover e fazer sol nesse período, senão as
implicações poderão ser maiores”, afirmou Alonso.
Previsão é de queda na renda
A renda projetada para 2008 para a
cana é de R$ 19,2 bilhões, queda de
8,5% em relação a 2007, de acordo com
o Ministério da Agricultura. “O desempenho da cana reflete os efeitos da
queda dos preços do etanol no mercado doméstico, apesar da recuperação das cotações do açúcar no exterior”, observa José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do ministério.
Mesmo assim, a cana disputará com
o milho o segundo lugar entre os produtos de destaque. A soja lidera o
ranking. A renda projetada para 2008 é
de R$ 127,3 bilhões para 20 produtos
agrícolas. A estimativa é 6,8% superior
à do ano passado que registrou R$ 119,2
bilhões. Esse valor é o terceiro maior
dos últimos 20 anos, perdendo apenas
para 2003 e 2004, quando a taxa de câmbio estava bastante favorável às exportações brasileiras.
A queda na renda é o resultado da
baixa dos preços. De acordo com a análise do CEPEA (Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada),
ESALQ/USP, a maior oferta mundial de
açúcar fez com que o preço médio até
dezembro de 2007, fosse 41% menor
que o safra da anterior (comparandose mesmos períodos). De abril a dezembro de 2007, nominalmente, a média do
Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$
25,88/sc de 50 kg, ao passo que no mesmo período de 2006, foi R$ 43,59/sc. E
ainda, em termos nominais, a média atual é a menor dos últimos seis anos.
22
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
O maior valor desta safra (2007/08), de R$ 34,85/
sc, registrado no início de
abril, foi inferior ao mínimo
observado na temporada
passada (R$ 36,22/sc), safra esta (2006/07) em que
este Indicador chegou a R$
51,34/sc (10 de julho/06).
Além do cenário de elevada produção mundial, a expectativa é de que a Índia
poderia entrar, a qualquer
momento, no mercado com
maiores volumes de açúcar
também pressionou negativamente o mercado por
toda safra.
No mercado de álcool,
em termos de preços aos
produtores, a safra 2007/08
foi marcada por um longo
período de preços estáveis,
com média inferior à da safra 2006/07. A demanda aumentou, mas
a oferta foi maior durante o período de
moagem, reforçada especialmente por
novas usinas e destilarias que entraram
no mercado neste ano, sobretudo em
áreas de expansão do setor sucroalcooleiro como o Oeste paulista e demais estados da região Centro-Sul.
De abril (início da colheita) até dezembro de 2007, a média dos Indicadores mensais CEPEA/ESALQ, em termos
nominais e sem impostos para o álcool
anidro em São Paulo foi de R$ 0,77052/
litro, 19,2% menor que a média do mes-
mo período da safra passada. Para o
hidratado, a média deste Indicador foi
de R$ 0,66867/litro, queda de 20,1%
frente à temporada anterior.
Elevações mais fortes nos preços do
álcool durante a safra 2007/08 foram verificadas somente a partir de novembro,
quando o anidro valorizou 19,3% frente
à média de outubro e o hidratado, 22,3%.
Os preços mais altos, contudo, foram
registrados em abril, com os Indicadores, sem impostos, do anidro chegando
a R$ 1,07257/litro e o do hidratado, a R$
0,94051/litro no mercado paulista.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
23
Destaque
Feicana/Feibio 2008:
Olhos voltados ao setor energético
Marcelo Massensini
Com mais expositores, a organização do evento espera público
20% maior e aumento de meio milhão no faturamento
N
os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, a cidade de Araçatuba se
torna sede da Feicana/Feibio
2008 (Feira de Negócios do Setor de
Energia). A feira - uma das mais importantes do setor de energia - terá 300
expositores (10% a mais do que no ano
passado) de máquinas, equipamentos
e componentes, além de empresas do
setor de serviços, sendo 230 no pavilhão interno e 70 na área externa. Estima-se que, neste ano, o evento movimente negócios no valor R$ 1,5 bilhão,
meio milhão a mais que em 2007.
A Feicana/Feibio já é uma das feiras
mais tradicionais do país e ganhou repercussão mundial por contar com expositores nacionais e estrangeiros. A previsão é
que nos três dias de feira, 25 mil pessoas
visitem o Recinto de Exposições Clibas de
Almeida Prado, local onde o evento é realizado. Entre as personalidades que já participaram da Feicana, nos seus cinco anos
de história estão: a ministra chefe da Casa
Civil, Dilma Roussef; o ex-ministro daAgricultura, Roberto Rodrigues; o ex-secretáFeicana/ Feibio - edição 2007
24
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
rio da Agricultura do Estado, Duarte Nogueira; os deputados federais Mendes
Thame (PSDB); Arnaldo Jardim (PPS); Ricardo Berzoini e Luciano Zica, ambos do
PT; Jorge Faria Maluly (DEM) e o cônsulgeral da República Popular da China, Li
Jiaoyun.
De acordo com a organização, a
Feicana/Feibio visa "conciliar o aspecto comercial à política institucional do
setor com exposições de máquinas e
serviços para as usinas e debates de
temas de interesse do segmento de
bioenergia". As exposições da feira
são realizadas das 14h às 21h, sendo
que no período da manhã são promovidos seminários sobre diversos assuntos relacionados ao setor energético. Alguns dos eventos já confirmados para 2008 é o 3º Workshop Brasil/
China sobre Etanol e o de Trabalho
Socioambiental, o Prêmio CanaSauro
e o Simpósio Internacional Datagro/
UDOP, que terá representantes dos
dois países, além de empresários ligados ao setor. A Feicana/Feibio 2008
conta com patrocínio das empresas
Massey Ferguson, Banco do Brasil,
Petrobras, Sebrae e Altec Química.
Embrapa na Feicana/Feibio
A Embrapa (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária) preparou uma
vitrine de tecnologias para a FEICANA/FEIBIO 2008. Segundo os organizadores “além de uma fonte de conhecimento para produtores e profissionais do agronegócio, é também um espetáculo para os olhos”. Mais de 80
variedades de plantas que produzem
biomassa para a indústria de biocombustíveis, entre elas: cana-de-açúcar,
soja, mamona, algodão, soja, girassol,
pinhão manso, dendê, algodão e outras que servem para o sustento de famílias que sobrevivem da agricultura
familiar, como: milho, feijão, nabo, gergelim, entre outras serão cultivadas
numa área de meio hectare na antiga
Fazendinha do Recinto de Exposições
Clibas de Almeida Prado.
A vitrine foi preparada pelo engenheiro agrônomo Edson Raimundo da
Silva Alves, coordenador do projeto Vitrine da Embrapa da Unidade de Trans-
ferência de Tecnologia, e é inédita no
Brasil. “O grande desafio de montar uma
vitrine dessa envergadura é conseguir
que as plantas, todas cultivadas fora
da época, se mantenham bonitas e produzindo durante a FEICANA, realizada em fevereiro”, conta Alves.
Para produzir as variedades, o técnico da Embrapa utilizou o que há de mais
moderno nas áreas de irrigação, adubação e controle de invasores. Para que o
público possa visualizar melhor e admirar a vitrine, os organizadores vão montar um mirante de 5 metros de altura.
Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar terá vitrine especial na FEICANA/FEIBIO 2008. Ao
lado do espaço reservado para o
layout da feira, numa área de 3.400
metros quadrados, vão ser cultivadas
por pesquisadores da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos) 181
variedade de cana-de-açúcar, desde
as primeiras que chegaram ao Brasil
até as mais recentes e melhoradas geneticamente como a RB-925211 e a
RB-935744.
profissionais que muito contribuíram
para o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro”, destacou o diretor da
FAS Editora Ltda e organizador do
Prêmio, Flávio Nasser.
O presidente da Canaoeste – Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, o
presidente da Copercana e Cocred –
Antônio Eduardo Tonielo e o Assessor Técnico da Canaoeste – Oswaldo Alonso, são alguns dos 75 homenageados com o Prêmio CanaSauro.
Canasauro
O Prêmio CanaSauro, será entregue
durante jantar de gala que acontecerá
no dia 25 de fevereiro de 2008, em Araçatuba, durante a Feicana/FeiBio, para
os profissionais com mais de 30 anos
de trabalho no setor sucroalcooleiro.
Serão homenageadas personalidades que dedicaram mais 30 anos
de trabalho no setor (que ainda estão na ativa, ou aposentados). “São
Além do CanaSauro, os organizadores ainda elegerão os CanaSauro Rex,
profissionais igualmente com 30 anos
de experiência e que tenham prestado
ações relevantes durante sua trajetória.
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, receberá o título de
CanaSauro Rex.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
25
Informações Setoriais
CHUVAS DE JANEIRO
e
e Prognósticos
Prognósticos Climáticos
Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JANEIRO de 2008.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste
Com exceção da C. Energética Moreno, C.E. Santa Elisa e São Simão (IAC/Ciiagro), as chuvas ocorridas durante o mês
de JANEIRO foram próximas (CFM, Faz Santa Rita e Usina Ibirá) ou (até bem)acima das respectivas médias históricas, se
bem que chuvas mais regulares vieram a ocorrer após o dia 18.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre
14 a 16 de JANEIRO de 2008.
O Mapa 1, ao lado, mostra claramente que o índice de Água Disponível
no Solo a 50cm de profundidade, no
período de 14 a 16 de JANEIRO,
apresentava-se como médio a crítico na
faixa Sudoeste do Estado de São Paulo,
de médio a alto na faixa Leste e Norte e
próximo do nível médio nas demais
regiões canavieiras do Estado.
26
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Informações Setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de JANEIRO de 2007.
Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade (muito semelhante a 25 cm), ao final de
JANEIRO deste ano.
Para subsidiar planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE
resume o prognóstico climático de
consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
para os meses de fevereiro a abril.
· A temperatura média poderá ficar próxima ou ligeiramente acima da
normalidade na Região Centro Sul;
· Quanto às chuvas para os meses de fevereiro a abril, prevê-se
que estas poderão “ficar” próximas
às médias históricas nas Regiões
Centro-Oeste, Sudeste e no Estado
do Paraná, com exceção das faixas
norte dos Estados de Espírito Santo
e Minas Gerais, que poderão ficar
abaixo das respectivas médias.
· Como referência:- as médias históricas das chuvas, pelo Centro AptaIAC, para Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 225mm em fevereiro, 165mm em março e 70mm
em abril.
A CANAOESTE recomenda continuar os cuidadosos monitoramentos das pragas cigarrinha das raízes
e broca, bem como efetuar seus controles, quando necessários.
Observa-se pelo Mapa 2 acima, que ao final de JANEIRO de 2007, a Disponibilidade
de Água no Solo, em toda região sucroalcooleira do Estado, mostrava-se entre média a
alta, com exceção de alguns pontos isolados e no extremo Sudoeste do Estado. Em
JANEIRO de 2008 (Mapa 3), somente após o dia 18 é que as chuvas se tornaram mais
freqüentes e intensas, fazendo com que a Disponibilidade de Água no Solo, a 25 e
também a 50cm de profundidade, alcançasse índice médio a alto, com exceção ainda de
significativa área próxima de Presidente Prudente. Entretanto, houve sensível queda da
temperatura média no Estado até o final do mês.
Sua Associação lembra ainda que,
nesta região, dado os históricos climáticos, o melhor e mais seguro período
de plantio de cana de ano e meio será
entre finalzinho de fevereiro e o primeiro decanato de abril. Acreditar que
venham ocorrer providenciais e salvadoras chuvas (muito acima da média)
em maio (ou meses subseqüentes) é
apostar “alto” contra os altos custos
de plantio e de produção, comparativamente aos atuais preços da cana.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
27
Artigo Técnico
Como planejar a
implantação de um
canavial?
PARTE IV -
D
ando continuidade a Parte III desta série de artigos, vamos tratar neste mês do
"Dimensionamento de Estrutura".
Nos próximos artigos trataremos do:
6) Elaboração das Estimativas de Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.
Abaixo segue a PARTE IV desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura!
Cleber Moraes - consultor de planejamento
e controle agrícola da Canaoeste
1. Dimensionamento da Estrutura Necessária:
Basicamente para o dimensionamento de estrutura devem ser utilizados os seguintes cálculos:
Figura 9 - Modelo Resumido da Necessidade de Conjuntos:
Gradagem Intermediária no Preparo de Solo
RO = At / TD
Em que:
RO é o Ritmo operacional em ha.h-1;
At é a área a ser trabalhada em hectares (ha)
TD é o Tempo Disponível
NC = RO / CT
Em que:
NC é a necessidade de conjuntos
RO é o Ritmo operacional em ha.h-1
CT é Capacidade de Trabalho
A figura 9 ilustra um cálculo de dimensionamento de um conjunto trator-implemento para uma operação de
gradagem em um determinado mês.
1.1. Dimensionamento de Máquinas, Implementos e Operadores:
Uma vez determinada a marcha de
expansão do canavial e o manejo para
a lavoura de cana-de-açúcar a ser
instalada, isto é, operações agrícolas mecanizadas com aplicação ou
não de insumos, operações de mãode-obra e de transporte para as fases
de preparo de solo, plantio, tratos
culturais de cana-planta e soca e de
colheita, é definido o dimensionamento de máquinas, caminhões, implementos agrícolas e rodoviários,
mão-de-obra e insumos. Através do
agrupamento da necessidade de ho28
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
ras-máquina das operações a serem
realizadas por cada modelo de máquina e com as informações da distribuição mensal de cada operação, do número de turno diário de trabalho, quantidade de horas efetivamente trabalhadas por dia e o número de dias úteis
em cada mês, faz-se o dimensionamento de máquinas mensalmente ou na
unidade de tempo requerida para o planejamento, e obtida a quantidade de
máquinas necessárias.
De forma semelhante ao dimensionamento de máquinas, é feito o dimensionamento de implementos e operadores,
sendo que neste último caso, é aconselhável utilizar-se funcionários para três
turnos de trabalho com um folguista.
1.2. Consumo de Insumos Agrícolas:
A partir das estimativas de produção e do Manejo Agrícola, são estimadas as quantidades e fórmulas de adubos a serem empregadas, bem como
os herbicidas e suas dosagens.
1.3. Dimensionamento da Estrutura de Apoio:
A partir de parâmetros da utilização de veículos de apoio, faz-se o dimensionamento dos mesmos. Entende-se por estrutura de apoio caminhões bombeiros, de corretivos, caminhões pipa, comboio de abastecimento, caminhões oficina, prancha e
borracheiro.
Artigo Técnico
Para estes veículos, deve-se utilizar de parâmetros de dimensionamento que são função da área de produção de cana, como caminhões bombeiros e pipa, ou da frota a ser atendida
para os demais. A princípio, pode-se
admitir uma rodagem anual e esta deve
ser distribuída entre as diversas fases
da produção agrícola, conforme a utilização que cada fase da cultura faça
deste fator de produção.
Romeu e Julieta. A partir deste ponto o
dimensionamento de equipamentos é
muito semelhante ao dimensionamento de máquina e implementos.
Figura 10 - Cálculo da Capacidade Diária de Transporte de Cana
Sistema Romeu e Julieta
1.4. Dimensionamento do Transporte de Cana-de-Açúcar:
O transporte de matéria-prima para
indústria é a operação mais onerosa e
de maior risco para a produção de
cana-de-açúcar e é necessário um cuidado todo especial na determinação
do local mais adequado para instalação da unidade industrial, pois que
isto determina a distância média e o
custo de transporte. Igual cuidado
deve ser tomado com o traçado da
malha viária a fim de se obter a máxima eficiência nesta operação. Para isto
é fundamental trabalhar-se com informações cartográficas da região, imagens de satélite e visitas in loco.
O dimensionamento do transporte
de cana é função dos tempos de ciclo
e eficiência de transporte, isto é, os
tempos médios de fila na indústria e
lavoura, de carga e descarga e de transporte efetivo. Os tempos de transporte são dados pela velocidade da composição vazia e carregada e a distâncias percorridas. Uma vez determinado
o tempo de ciclo e a eficiência de transporte, fica identificada a capacidade de
transporte de cana diário de cada veículo. Sabendo a necessidade de fornecimento de cana, encontra-se o número de composições necessárias para
atender a demanda. Na administração
da logística de colheita é fundamental
a manutenção do tempo médio de ciclo para que o abastecimento de matéria-prima seja constante e eficiente. De
forma muito semelhante é determinada
a necessidade de veículos e tanques
para o transporte de vinhaça.
Na figura 10 é apresentado um
exemplo do cálculo da capacidade diária de transporte para um conjunto
1.1. Dimensionamento
Transporte de Mudas:
do
O dimensionamento de transporte
de mudas deve considerar a marcha de
plantio diária, o tempo de ciclo desta
operação e a eficiência de transporte
esperada.
1.2. Dimensionamento de Mãode-Obra Rurícola:
Com as capacidades de trabalho de
cada operação agrícola, o total de área
de cada fase da cultura, a distribuição
destas operações durante o ano e a
disponibilidade de dias úteis para trabalhos, devem ser quantificadas as
necessidades de trabalhadores rurais
em cada mês do ano-safra.
É necessário uma atenção especial para que, a quantidade de trabalhadores necessários para as operações
agrícolas, seja o mais constante possível, podendo-se prever um período
para férias coletivas conforme a conveniência do projeto.
1.3. Dimensionamento dos Sistemas de Irrigação:
Os sistemas de irrigação a serem
utilizados dependerão:
· De avaliação para certificar-se sua
real necessidade;Avaliação da disponibilidade de água na região, obtidos
pela análise dos dados levantados no
item 1.2, especialmente os itens 1.2.6;
· Avaliação dos volumes de aplicação de água, obtidos pela análise
dos dados levantados no item 1.3;
· Topografia e demais características da região (demais itens de 1).
Caso projeto contemple a produção de álcool, deverá ser avaliado qual
o sistema de aplicação de vinhaça a
ser utilizado. Assim como, na eventualidade de ser necessária irrigação para
cobrir o déficit hídrico da região, devem ser discutidos os sistemas a serem utilizados, que gerem menores custos e/ou investimentos para a região
onde se propõe o empreendimento.
O projeto final deverá contemplar
os investimentos e custos operacionais
do sistema de irrigação. Caso haja necessidade de maiores detalhes será necessário avançar-se mais sobre a implantação do projeto.
No artigo do próximo mês falaremos sobre:
6) Elaboração das Estimativas de
Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
29
Legislação
Queima de palha de
Cana-de-açúcar
mais uma vitória importante no
Tribunal de Justiça de São Paulo
E
stimados produtores de canade-açúcar, o Departamento Jurídico da CANAOESTE, defendendo um de seus inúmeros associados, obteve mais uma vez no último
dia 20 de dezembro de 2007, importante decisão sobre a prática das queimadas da palha da cana-de-açúcar, proferida pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, através de sua Câmara Especial
do Meio Ambiente, nos autos da Apelação Cível nº 518.397-5/0-00.
Trata-se de ação civil pública ambiental ajuizada pelo Ministério Público contra fornecedor de cana-de-açúcar, visando proibir que se utilize do
uso do fogo como método despalhador da cana-de-açúcar, mesmo que autorizado pelo órgão ambiental competente, além de indenização que ultrapassa a quantia de R$-1.000.000,00 (um
milhão de reais).
Entendeu o Tribunal de Justiça de
São Paulo, no corpo da referida decisão,
que a União e o Estado podem legislar
sobre matéria de direito ambiental, razão
pela qual a queima de palha de cana-deaçúcar é uma prática legal, desde que
autorizada pelo Poder Público, no nosso
caso, a Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo, observada, ainda,
os requisitos e condições impostas pela
legislação estadual, qual seja, a Lei nº
10.547/2000, alterada pela Lei nº 11.241/
2002 e regulamentada pelo Decreto nº
47.700/2003, concluindo, também, que a
legislação de queima não é inconstitucional, como apregoa alguns membros
do Ministério Público Estadual (promotores de justiça).
A decisão analisou diversos aspectos da pratica da queima, concluindo
que várias ações humanas são poluentes, o que, por si só, não as tornam
ilegais, citando o caso, inclusive, dos
automóveis, que são altamente poluentes mas a suspensão de sua circulação causaria um colapso no País.
Referida decisão, aliás, confirmou
outra decisão histórica proferida no dia
24.05.2007, em favor de outros três
associados da CANAOESTE, cuja
defesa foi patrocinada pelo Departamento Jurídico da
entidade, nos auJuliano Bortoloti - Advogado
tos da Apelação
Departamento Jurídico Canaoeste
Cível nº 336.038.5/
7-00, que tramitou perante a Câmara Especial do Meio Ambiente do Tribunal
de Justiça de São Paulo, reconhecendo
pela primeira vez a legalidade da legislação autorizadora do uso do fogo como
método despalhador da cana-de-açúcar.
Portanto, sem sombra de dúvida,
estas decisões emanadas de tão importante Corte de Justiça, demonstram mais
uma vez que a pratica da queima quando realizada dentro dos parâmetros estipulados pela lei, além de constitucional também reflete o tão consagrado
princípio do desenvolvimento sustentável, aclamado na Rio-92 (Conferência
Mundial sobre O Meio Ambiente).
Queima de palha de canade-açúcar - obrigatoriedade de
autorização para a safra 2008/2009
M
ais uma vez estamos prestes a iniciar outra safra canavieira, razão pela qual
novamente vimos alertar aos nossos
associados sobre a obrigatoriedade
de obter a autorização do órgão ambiental (Secretaria Estadual do Meio
Ambiente) para se efetuar a queima
de palha de cana-de-açúcar, procedimento obrigatório àqueles que não
queiram responder administrativamente e judicialmente (cível e criminal) por
esta omissão, inclusive com pesadíssimas multas, razão pela qual a CA-
30
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
NAOESTE, novamente este ano, irá
proceder a orientação, elaboração,
confecção e envio da documentação
necessária à obtenção da Autorização
de Queima Controlada de Palha de
Cana-de-Açúcar para os seus associados, cujo prazo para protocolo no
órgão ambiental expirará em 02 de abril.
Para tanto, pois sem autorização não
se poderá queimar, basta que os associados procurem os Técnicos, Agrônomos ou as Secretárias dos respectivos escritórios regionais da CANA-
OESTE/COPERCANA ou da matriz, o
quanto antes, para que possam agendar o levantamento topográfico de sua
lavoura, sem custo algum, além de
proceder ao referido licenciamento.
Tudo isto se torna necessário porque, em caso de descumprimento ao
que dispõe o Decreto Estadual nº
47.700/2003, regulamentador da Lei
Estadual nº 11.241/2002, o produtor
de cana-de-açúcar poderá ser autuado pela Polícia Ambiental em 30 (trinta) UFESPs (Unidade Fiscal do Esta-
Legislação
do de São Paulo), aproximadamente R$-446,40 por hectare queimado
sem as observâncias legais, além
de poder, ainda, ser autuado pelos
agentes fiscalizadores da CETESB
(Companhia de Tecnologia e de Saneamento Ambiental) em valores
que variam de 5.001 a 10.000
UFESPs, aproximadamente R$74,414,88 a R$-148.800,00 independentemente do tamanho da área
queimada. Alheio a estas penalidades administrativas, o produtor de
cana-de-açúcar que não observar o
prescrito na legislação poderá responder, ainda, uma ação cível, visando outra indenização e a suspensão da queima em sua propriedade, além de uma ação penal, que
visa restringir o seu direito de liberdade (pena de detenção). Fica registrado, então, que para aquele
produtor de cana-de-açúcar que não
cumprir os requisitos prescritos na
legislação de queima ou, mais gravemente, efetuar a queima sem a devida autorização, fica evidente que
não lhe restará quase nenhuma possibilidade de defesa, tanto administrativa (auto de infração) como judicial (cível e penal).
Logo, se torna evidente a necessidade do fornecedor de cana-de-açúcar
em buscar a devida autorização den-
tro do prazo legal (até 02 de abril),
para poder utilizar-se do fogo como
método despalhador da cana-de-açúcar durante a safra 2008/2009, bastando, somente, que procure o mais
rapidamente possível a CANAOESTE para a sua devida orientação e, se
porventura, persistir dúvidas a respeito do assunto, os Departamentos
Jurídico e Técnico estarão à inteira
disposição dos associados para esclarecê-las.
Importante salientar, segundo informações da Secretaria Estadual do
MeioAmbiente, que o prazo para protocolo não será prorrogado, razão pela
qual deve o associado procurar a CANAOESTE o mais rápido possível,
ressaltando que esta realizará o plano de queima gratuitamente até o dia
26.03.2008. Ressalvamos que aqueles que tiveram expansões em seus
canaviais, aquisições de propriedades
por compra ou arrendamento, dentre
outras situações, nas quais a área total ou soma das áreas contíguas à serem colhidas na Safra 2008/2009
sejam iguais ou superiores a 150 ha
cultivadas com cana-de-açúcar, deverão procurar nossos Escritórios até
o dia 29 de fevereiro de 2008, para
que possam ser agendadas visitas dos
topógrafos para efetuarem as medições necessárias das áreas.
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
31
Pragas e Doenças
Os danos do complexo
Broca-podridão
* Sizuo Matsuoka
C
omo qualquer outra, a lavoura
de cana-de-açúcar está sujeita
ao ataque de pragas e doenças. Embora os programas de melhoramento genético envidem esforços para
criar variedades resistentes às doenças, e elas de fato têm boa resistência,
no caso de pragas é mais difícil. É o
caso da broca da cana-de-açúcar, causado pelo inseto Lepidóptero Diatraea saccharalis. A larva desse inseto
da família das borboletas se desenvolve no interior do colmo e daí resulta o
prejuízo, que pode ser de várias for-
mas: (1) quando o ataque se dá em plantas jovens o inseto danifica a região do
meristema apical e então resulta a morte do perfilho, cujo dano se chama comumente de "coração morto"; (2) na
fase jovem, antes de penetrar o colmo
e no momento dessa penetração, o inseto pode se alimentar dos tecidos da
gema lateral da cana, danificando-a e
com isso resultando em menor número
de gemas viáveis se esta cana vir a ser
utilizada como muda; (3) uma vez no
interior do colmo o inseto se desenvolve alimentando-se dos tecidos do mesmo, criando uma
galeria que, se a
intensidade de
ataque é alta,
muitas reunidas
no mesmo colmo
danificam-no totalmente, a ponto de secá-lo, ou
quando a galeria
é circular no
ponto logo acima do nó, quebrá-lo; (4) a partir da lesão no
tecido do colmo
deixado pela larvinha ao pene-
trar no mesmo e, principalmente do orifício deixado para a saída da borboleta
na fase adulta, penetram no colmo dois
fungos que causam podridão.
Esta última forma de dano, causado pelas podridões, é geralmente o
maior prejuízo causado pela broca. Essas podridões são causadas por dois
fungos. A primeira é a fusariose, podridão causada pelo fungo Fusarium moniliforme; a segunda é causada por
Colletotrichum falcatum, a podridão
vermelha propriamente dita. Resulta do
ataque desses fungos a podridão dos
tecidos do colmo, que pode ser percebida facilmente pela coloração avermelhada junto à galeria da broca. O dano
* Sizuo Matsuoka é engenheiro-agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” da USP,
Piracicaba, SP, com doutorado em fitopatologia pela mesma universidade. Integrante da equipe do IAA/PLANALSUCAR
desde 1973 a partir de 1979 teve ativa participação na reestruturação técnica do programa de melhoramento genético
daquela instituição, tanto em nível regional como nacional. Nesse período foram liberadas as primeiras variedades RB de
cana-de-açúcar em Pernambuco, São Paulo, Alagoas e Rio de Janeiro, uma das quais é hoje a mais importante variedade em
nível nacional. Incorporando-se na Universidade Federal de São Carlos em 1991, após a extinção daquele órgão, chefiou o
Departamento de Bioteconologia Vegetal por duas gestões e, como coordenador do programa de melhoramento genético da
cana-de-açúcar na UFSCar, trabalhou ativamente para manter e tornar mais eficiente o programa em nível regional e nacional.
Nesse período liberou 19 variedades RB, muitas das quais, fazendo parte do rol das mais importantes variedades comerciais
atuais, participam da ocupação de mais de 50% de toda a área canavieira do Estado de São Paulo, além de expressiva
contribuição nas demais regiões brasileiras.
Com mais de 30 anos de experiência em melhoramento genético da cana-de-açúcar é responsável pela condução do
programa de melhoramento genético da empresa. Entre suas atividades principais está a coordenação do Pólo Regional de
Tecnologia Nordeste onde são realizados os cruzamentos, localizado em Maceió - AL, a diagnose e orientações de controle
de anomalias e doenças da cana-de-açúcar, controle fitossanitário de viveiros, inovação nos processos de seleção de
variedades CV, coordenação dos testes de campo com plantas transformadas geneticamente, contatos internacionais, além
da pesquisa constante sobre formas de agregar expressiva contribuição ao setor canavieiro.
32
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Pragas e Doenças
maior, entretanto, resulta do crescimento do fungo para os internódios além
daquele onde está a broca, ou seja, com
a extensão da podridão para vários internódios, pode até resultar a seca e
morte de todo o colmo. Os danos citados até este momento se referem à parte agrícola. Mas essa matéria prima danificada obviamente não é da melhor
qualidade e quanto maior o ataque pior
ela é. Na indústria, a inversão da sacarose causada pelos fungos é o primeiro dano. As canas secas, no todo ou
em parte, são outra forma de dano, porque aumentam a fibra e, assim, dificultam a extração do caldo. O terceiro dano
vem do avermelhamento dos tecidos,
resultado do acúmulo de fenóis, que
prejudica a clarificação do açúcar.
Os danos são estimados em até
0,50% da produção de açúcar para cada
1% de intensidade de infestação (I.I.).
I.I. significa número de internódios com
broca em relação ao total de internódios do colmo. No caso da fabricação de
álcool o prejuízo pode chegar a até
0,95% para cada 1% de I.I. Percebe-se
por esses valores que o prejuízo causado pelo complexo broca-podridões é
muito significativo. Entretanto, esses
danos foram calculados para I.I. médias, ou seja, de até 10 a 15%. Como a
curva de dano é um sigmóide, acima
daqueles níveis de I.I. os
danos são ainda mais altos.
Qual seria, então, a forma de minimizar tais danos?
O foco deve ser o controle
da broca. No passado, à
época do Próalcool, foi desenvolvido o maior e mais
eficiente programa de controle biológico de uma praga agrícola a nível mundial: o programa de controle
da Diatraea por meio de
um inimigo natural, uma vespinha introduzida no país e chamada naquela
época Apanteles flavipes, hoje, Cotesia flavipes. O sucesso foi tanto que
de I.I. médias em torno de 12 a 15% se
caiu para menos de 5% e, em muitos
locais, menos do que 2%. Tanto esse
bem sucedido decréscimo do I.I. da
broca como a crise financeira levou à
interrupção dos programas de controle biológico na maioria das empresas.
Hoje, com a expansão acelerada dos
canaviais, especialmente em fronteiras
agrícolas, tem resultado o aumento desmesurado da infestação de broca, não
sendo incomum I.I. tão altos quanto 40
a 50% e, em alguns casos, de mais de
60%! Portanto, este problema está merecendo maior e mais urgente atenção
de todos os produtores.
Controle biológico: a ação da Cotesia
flavipes na broca
A reestruturação dos programas
de controle biológico é uma necessidade ante a nova realidade brasileira,
porém este é um tema a merecer outra
discussão. A CanaVialis vem trabalhando no melhoramento genético
para obter variedades mais resistentes à broca. A pesquisa mais promissora está na área da transgenia. Um
projeto em conjunto entre Alellyx, CanaVialis e Monsanto foi iniciado em
2007 e visa obter variedades de cana
geneticamente modificadas resistentes à broca. De quebra, estas variedades poderão ser resistentes também a outras pragas da cana-de-açúcar, como a broca gigante e o elasmo.
Se este caminho for bem sucedido, o
controle da broca estará definitivamente assegurado.
Produção de grãos
cresce 3,5 por cento
Da Redação
O
quinto levantamento da safra
de grãos 2007/08, realizado
pela Conab, mostra crescimento de 3,5% na produção brasileira em
relação ao ciclo anterior, que pode chegar a 136,3 milhões de toneladas. O estudo foi apresentado na terça-feira
(12.02), em Brasília, no Ministério de
Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Em comparação à pesquisa do mês
anterior, o número é 0,4% maior (559,9
mil t). A razão é a expectativa de boa
produtividade da soja e do milho 1ª
safra. A soja é líder de produção entre
os grãos (58,5 milhões t), seguida do
milho total (53,6 milhões t) e do arroz
(12 milhões t). Já o feijão 1ª safra apresenta queda de 5,7% em relação ao mês
passado e deve ficar em 1,41 milhão t.
As baixas precipitações pluviométricas na época de implantação da cultura e a não regularidade na distribuição
das chuvas, nos principais estados
produtores, motivaram a redução.
Área – A plantação total ocupa uma
área de 46,3 milhões de hectares, 0,3%
maior que a da safra 2006/07. A soja
teve o maior crescimento, com 0,9% a
mais (de 20,69 para 20,88 milhões ha).
Há também aumento de 2 % no milho
1ª safra (de 9,49 para 9,68 milhões ha) e
de 1,1% no algodão (de 1,09 para 1,11
milhão ha). Por outro lado, a área do
feijão 1ª safra caiu 14,7% (de 1,56 para
1,33 milhão ha).
O levantamento foi realizado entre
os dias 21 a 25 de janeiro, junto a representantes de cooperativas, órgãos públicos e privados, agentes financeiros
e produtores dos estados pesquisados.
Fonte: Conab
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
33
Novas Tecnologias
Preços do amendoim
aquecem mercado de
equipamentos
Cristiane Barão
Fabricantes também apostam em novas fronteiras para a cultura
A
boa fase do amendoim se reflete nas vendas de equipamentos . Com uma previsão de
colheita de 232,4 mil toneladas - 184 mil
só em São Paulo, Estado maior produtor - e com preços do grão em bons
patamares, o produtor está investindo
mais na mecanização.
“Com preços melhores, o produtor
conseguiu investir em máquinas. Nesta safra, o produtor estará bem servido
de equipamentos”, afirma Luiz Antonio Vizeu, gerente de marketing das Indústrias Reunidas Colombo, com sede
em Pindorama e que, por meio de uma
de suas plantas, a MIAC, fabrica e comercializa máquinas para colheita de
amendoim e feijão.
A Santal Equipamentos S/A, de Ribeirão Preto, entrou no mercado de arrancadores de amendoim em 2004. De
lá para cá, as vendas cresceram de forma importante. “Já vendemos quase
toda a nossa produção de arrancadores AIA2 e o modelo AIA4 só estamos
fazendo sob encomenda para a próxima safra”, explica.
Para Arnaldo Adams Ribeiro Pinto,
diretor-presidente da Santal, a tecnificação da cultura no Brasil é irreversível. Ele avalia que a saída do amendoim da região sucroalcooleira para o cerrado está diretamente ligada à mecanização. Quando usado na reforma de
canaviais, a colheita do amendoim coincide com a entressafra, período em
que maior disponibilidade de mão-deobra. No cerrado, isso não acontece e
34
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
Twin Master: aposta da MIAC
a redução de custos com pessoal passa a ser fundamental para a competitividade do agricultor.
As novas fronteiras para o amendoim também são a aposta da MIAC.
Nessas áreas, será mais fácil a inserção
de máquinas maiores, para três leiras
(pavios), _ como é nos Estados Unidos. Nas regiões tradicionais de Sertãozinho, Dumont e Jaboticabal, devido às características das áreas cultivadas, os equipamentos utilizados são
para uma leira. Recentemente, a empresa lançou a Twin Master, recolhedora
com dois cilindros de trilha que pode
recolher até três leiras.
A MIAC iniciou a produção de equipamentos voltados à cultura do amendoim desde a década de 70 e hoje lidera
o mercado nacional de recolhedores,
grande parte comercializada na região
de Ribeirão Preto, maior produtora de
amendoim. De acordo com Vizeu, a empresa também está atenta ao mercado
externo e já tem equipamentos nas lavouras da Argentina, Austrália, Estados
Unidos e África do Sul. A empresa é parceira da Copercana e da Unesp de Jaboticabal em projetos que irão identificar os
principais pontos de perdas na colheita.
“Em função dos resultados, será possível definir onde está o problema e trabalhar para solucioná-lo”, disse.
Repercutiu
“O governo da Índia deveria considerar a
realização de reformas em sua política agrícola, como converter os atuais subsídios ao açúcar
em suporte ao bioetanol e bioeletricidade”.
Foto: Divulgação Unica
Foto: banco de imagens epe
Do presidente da UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), Marcos Sawaya
Jank, durante a Quarta Conferência do Açúcar, em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele condenou os subsídios que os produtores indianos de cana recebem do governo daquele país
para exportação de açúcar, o que está prejudicando a competitividade do produto produzido no Brasil.
“Hoje, o Brasil planta três vezes
mais hectares de milho do que de cana
e, ainda assim, temos terra suficiente para expandir a cana-de-açúcar,
sem causar problemas ambientais”.
O diretor do escritório da Unica nos Estados Unidos, Joel Velasco, apresentou estudos que comprovam o potencial de o Brasil atender
às demandas de Europa e Estados
Unidos, aumentando a área de cultivo sobre as pastagens degradadas
existentes.
“O etanol não vai virar uma
commodity se houver apenas um
país exportador. Para a solidificação do mercado mundial é necessário que haja outros países produzindo e exportando também. Só assim será obtida a confiança por parte dos países que têm pretensões de
importar o produto”.
O presidente da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, defende que além
da padronização do etanol e sua
transformação em commodity (produto negociado em bolsas de mercadorias), se criem condições para
que outros países, principalmente
da África e da América Central,
possam também se transformar em
produtores de álcool.
O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgou prognóstico sobre a produção agrícola do Brasil na safra
2008. Sobre a cana-de-açúcar, o IBGE projeta uma produção de 549,606 milhões de
toneladas, elevação de 6,7% na comparação com as 515,325 milhões de toneladas
produzidas em 2007. A ampliação da cultura da cana revela o interesse, principalmente, no etanol e no álcool, aponta o IBGE.
Segundo o IBGE, a área a ser colhida de cana-de-açúcar na safra 2008 está estimada em 7,131 milhões de hectares, crescimento de 86,3% em relação aos 6,706 milhões
de hectares colhidos em 2007. O rendimento médio esperado para os canaviais em
2008 é de 77,072 toneladas por hectare, subindo 0,3% na comparação com as 76,845
toneladas de 2007.
Revista
Revista
Canavieiros
Canavieiros
- Fevereiro
- Fevereiro
dede
2008
2008
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Biblioteca
Cultura
Cultivando
a Língua Portuguesa
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
"DESENVOLVIMENTO E NATUREZA: ESTUDOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL"
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português
Clóvis Cavalcanti (org.)
1) Pedro viajará em “Janeiro” com a família.
A viagem será adiada!
Pedro precisa de tempo para corrigir o erro da escrita do mês...
Renata Carone
Sborgia*
Dica útil e importante: nomes de meses são escritos com letras minúsculas .
Ex.: janeiro, maio, agosto, dezembro.
2) Maria saiu para encontrar as amigas. A chuva estava forte e a
“enxorrada” também.
O encontro não aconteceu por causa da ENXURRADA(escrita correta).
Prezado amigo leitor, cuidado com o BUEIRO também(escrita correta) e não
“boeiro”.
3) Ana foi ao supermecado. Levou a lista de compras: “xuxu”, “beringela”,
“maizena”, “vajem” e “Champú”.
Ana, infelizmente, com a sua lista escrita assim não comprará nada...
Prezado amigo leitor: Português correto, com certeza, boas compras...
O correto é: chuchu, berinjela, maisena( Maizena com Z é a marca do
produto), vagem, xampu( sem acento e com x).
PARA VOCÊ PENSAR:
“Entre o sono e o sonho/Entre
mim e o que em mim/ É o que me
suponho/Corre um rio sem fim”
Fernando Pessoa
“Amor é como mercúrio na mão.
Deixe a mão aberta e ele permanecerá;
Agarre-o firme e ele escapará.”
Dorohty Parker-escritora
“ Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se
sentir melhor e mais feliz”
Madre Teresa de Calcutá
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia
36
Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008
N
o importante relatório de 1987, Nosso fu
turo comum, a Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida
pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem
Brundtland, lançou a idéia de desenvolvimento
sustentável, a qual serviu de suporte para a iniciativa e as decisões concernentes à conferência Rio-92. Nele, enfatiza-se que o meio ambiente - ou melhor, a natureza - não constitui uma
dimensão ilimitada para aquilo que o homem ou
a mulher desejam fazer sobre o planeta. Tudo
aquilo que ultrapassar as fronteiras ambientais,
que desrespeitar as regras de regeneração e de
conservação próprias da natureza termina gerando situações insustentáveis. Daí a necessidade de se pensar a organização sócio-econômica em termos de seus fundamentos biofísicos, os quais regem os termos da sustentabilidade do desenvolvimento.
Desenvolvimento e Natureza: estudos para
uma sociedade sustentável não é uma obra panfletária, um manifesto, uma declaração de militantes ambientalistas. Aqueles que a escrevem
têm consciência do significado do ambiente
natural para o homem e a mulher mas, antes de
tudo, querem oferecer resultados de estudos e
reflexões acerca da construção de um modelo
ecologicamente são de sociedade - de modo
que se chegue a algo que represente uma forma
verdadeiramente sustentável, duradoura e responsável de progresso
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua
Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou
pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
Agende-se
Fevereiro
de 2008
SUGAR AND ETHANOL BRAZIL 2008
Data: 04 a 06 de março de 2008
Local: Hotel Renaissance - Alameda Santos, 2233 – São
Paulo – SP
Temática: A Conferência Sugar and Ethanol Brazil organizada pela F.O. Licht e IBC Brasil contará com a participação de ilustres palestrantes que abordarão temas de grande
relevância àqueles que se interessam em adquirir conhecimento e informação com profissionais e instituições que
são referência no setor. Junte-se a nós em São Paulo e aproveite esta oportunidade única de debater as questões que
afetam esse mercado e de fazer networking com graduados
executivos do mundo todo.
Mais Informações: (11) 3017-6888
TENDÊNCIAS DO MERCADO E ESTRATÉGIAS DE
COMERCIALIZAÇÃO PARA A SAFRA 2007-2008
Data: 07 de março de 2008
Local: Hotel Deville Curitiba - Rua Comendador Araújo,
99 – Curitiba – PR
Temática: Os assuntos abordados serão: As Tendências
para o Mercado de Milho , por Paulo R.Molinari, Economista
e Analista de SAFRAS & Mercado; As Tendências para o
Mercado de Carnes, por Paulo R.Molinari, Economista e
Analista de SAFRAS & Mercado; As Tendências para o
Mercado de Trigo, por Élcio Bento, Economista e Analista de
SAFRAS & Mercado; As Tendências para o Mercado de
Bioenergia - Álcool e Biodiesel, por Miguel Biegai Junior,
Economista e Analista de SAFRAS & Mercado; e As Tendências para o Mercado de Soja, por Flávio R. de França
Junior, Economista e Analista de SAFRAS & Mercado
Mais Informações: (51) 3224-7039
5º SILA - SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM LOGÍSTICAAGROINDUSTRIAL
Data: 19 a 21 de março de 2008
Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia, ESALQ –
Piracicaba – SP
Temática: No 5º Seminário Internacional em Logística
Agroindustrial (SILA) que vai acontecer de 19 a 21 de março
de 2008 discutindo o tema Transporte Hidroviário (Fluvial e
Cabotagem) de Granéis Agrícolas, o Grupo ESALQ-LOG (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) trará
uma novidade: membros das diversas instituições de ensino
(professores, pesquisadores, alunos) de todo o Brasil vão
poder expor seus trabalhos.A idéia do periódico é reunir os
trabalhos em uma publicação de grande alcance, documentando assim trabalhos de referência para os agentes e estudiosos envolvidos em ambientes de logística agroindustrial.
Mais Informações: (19) 3429-4580
2° CONCANA - CONGRESSO INTERNACIONAL DE
TECNOLOGIA NA CADEIA PRODUTIVADA CANA
Data: 31 de março a 03 de abril de 2008
Local: Centro de Eventos ABCZ – Uberaba – MG
Temática: O congresso, que tem como um dos seus
objetivos apresentar novas tecnologias e os avanços nos
sistemas industriais, reunirá os principais pensadores e empresários do agronegócio do setor. O evento se tornou
ponto de referência na tomada de decisões para todos os
profissionais da cadeia produtiva da cana. Neste ano, artigos técnico-científicos relacionados ao setor sucroalcooleiro, serão expostos no congresso.
Mais Informações: (34) 3318-4100
RevistaCanavieiros
Canavieiros- Fevereiro
- Fevereirodede2008
2008
Revista
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Vende-se
01 Colheitadeira New Holland 8040, ano
87, com plataforma milho e soja. R$45.000,00
01 Colheitadeira MF3640, ano 85 com
plataforma soja. R$20.000,00
01 Guincho Valmet 85 ID Santal. R$35.000,00
01 Chevrolet D70 traçado com gaiola de
cana, ano 84. R$45.000,00
01 Conjunto de gerador 20KVA com motor Agrale 2 cilindros R$7.000,00
Tratar com Marcello - (16) 3662-6052
Vende-se
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Vendo, troco, financio. Tratar com Patito
pelo telefone (16) 9187-1901 ou pelo e-mail
[email protected].
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segurança para o trabalhador rural só
R$6.500,00. Tratar com Marcos Rogélio Eleotério pelo telefone: (18) 9747-7097 ou pelo
e-mail: [email protected]
Vende-se
Vende-se
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fone (16) 3851-1641 ou (16) 9968-7941
3392-3573
Vende-se
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lo 2428, ano 2004. Traçado. R$ 200.000,00 1 Cobridor de cana de 2 linhas DMB, óatiTratar com Marco Aurelio pelo telefone mo estado: R$ 5.00,00
(17) 9619-3333 ou Emilene (17) 9607-8300 1 Adubadeira: distribuidora de Calcário e
Grãos, SOFT, marca Nogueira (moderna),
para 600 kilos, sem uso.
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1 Grade niveladora 32x20 Pitcin;
1 Bebedouro Australiano para 3.000 litros
1 Enleirador de amendoim,
1 Carroceria de Ferro de 8 mts, para plantio
1 Grade aradora 14x20 Baldan;
1 Plantadeira JM 2900 Exacta com 6 li- de cana-de-açúcar
1 Carroceria de Ferro Cana inteira de 8mts, com
nhas Jummil;
cambom e cabos de aço completa - R$ 8.000,00
1 Pulverizador Jatao 600 Export Jacto;
1 Cultivador de Cana de 2 linhas DMB,
1 Cultivador tipo gradinhas para cana.
Semi-novos. Todos com preços especiais. completo R$ 3.000,00
Tratar com Marcio Sarni pelo telefone (16) Tratar com Nelson - Fone (17) 3281-5120
/ 3280-4138
3946-4200.
Vende-se
Vende-se
Vende-se
01 Valtra 1780, ano 1998, conservado.
01 Valtra 785/4x4, ano 2001, novo.
02 D-70, ano1984, traçados, reformados.
01 WV 22-160, ano1986, traçado.
01 MB 2214, ano 1988, ótimo estado;
Tratar com João Carlos M. de Freitas pelo
telefone:(16) 3957-1254 ou 9137-8389
Vende-se
Chevrolet 12000, ano 90. Toco, chassi lon01 plantadeira JUMIL JM 2880 8/7, ano
go, freio óleo, único dono. Tratar com Cle- 01 plantadeira TATU PST PLUS 7/7, ano
ber pelo telefone (16) 3951-6982 ou pelo e- 2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo 2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo
telefone (16) 3946-4200.
telefone (16) 3946-4200.
mail [email protected]
Vende-se
01 Trator Ford 6610 ano 85 com lâmina e pá
01 caminhão mb 2635 ano 1996
01 retro escavadeira case ano 81 modelo 580e
01 pulverizador jatão semi-novo
Tratar com Wilson pelo
telefone (17) 9739-2000
Vende-se
Vende-se
Vende-se
01 trator BH 160, ano 2002, 3000 horas,
novíssimo
01 Picador desintegrador JUMIL TRC
01 plantadeira JUMIL JM 2880 10/9, ano
01 Munck, 6000 kg.
2004. Nova. Tratar com Marcio Sarni pelo 2500, ano 2005. Novo. Tratar com Marcio
Tratar com Danilo pelo
Sarni pelo telefone (16) 3946-4200.
telefone (16) 3946-4200.
telefone (17) 8126-9849
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