A ditadura que mudou o país Autor: Daniel Aarão Reis, Rodrigo Pato e outros Editora Civilização Brasileira O golpe militar de 1964 foi o estopim para a instauração de uma ditadura autoritária, opressiva e truculenta que se manteve no poder por mais de vinte anos no Brasil. Em 2014, cinquenta anos depois, é hora de aprofundar e renovar a reflexão sobre este período traumático na história do Brasil. Organizada e escrita pelos mais renomados pesquisadores, A ditadura que mudou o Brasil é uma coletânea de artigos que oferece novas luzes para compreender as raízes da ditadura, sua evolução e a herança que nos legou: relações sociais autoritárias, censura indiscriminada, aparato repressivo opressor, fragilidade da cidadania, aprofundamento de desigualdades e injustiças sociais Almanaque 1964 Autor: Ana Maria Baiana Editora: Companhia das Letras Há 50 anos, em 1964, o mundo fervia. O Brasil começava a viver sob uma ditadura militar desde que, em 31 de março, o Exército tomara o poder, sufocando a democracia e restringindo diversos direitos individuais. Tudo mudava. De Nara Leão a Bob Dylan, de Chico Buarque aos Beatles e Rolling Stones, passando por Glauber Rocha, os filmes de 007, o monoquíni, o frescobol em Ipanema — tudo na cultura e na sociedade daquele ano parecia estar em plena efervescência. Este é o universo que Ana Maria Bahiana recupera — com inteligência e texto pop, rigor no tratamento dos fatos e atenção àquelas deliciosas miudezas que ajudam a retratar uma época — no Almanaque 1964. Uma história da Une Autor: André Luiz Rodrigues e Rossi Mattos Editora: Pontes A UNE, ao contrário do que pregavam políticos conservadores, nunca foi um aparelho dos comunistas. O autor nos mostra que havia disputas renhidas pela sua direção. Depois de um momento liberal inicial, forças de esquerda e de direito se revezaram no seu controle. A pesquisa de André Mattos destrói mitos. Não é verdade que a entidade sempre foi "partidária". Os estudantes organizavam-se em partidos e por isso era natural que tais agremiações compusessem a entidade. Mas a direita também o fazia. O livro mostra como os alunos de direita eram organizados. Acontece que ontem como hoje a direita já acusava a partidarização da entidade e conseguia encarnar o mito de uma UNE apolítica, voltada apenas para temas gremiais e corporativos. 1964: O golpe que derrubou um presidente, pôs fim um regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil Autor: Jorge Ferreira; Ângela de Castro Gomes Editora: Civilização Brasileira Um panorama de como se instaurou a ditadura civil-militar no Brasil e seus desdobramentos. Pelas mãos de Jorge Ferreira e Ângela de Castro Gomes, é possível entender melhor esse conturbado período da história, que rendeu ao país duas décadas de repressão e tantas injustiças. Numa linguagem objetiva, sem exageros acadêmicos ou notas de rodapé excessivas, que tornem o texto menos atraente para o grande público, os autores destacam personagens e momentos que marcaram o período, relembrando falas de personalidades e trechos de jornais que noticiaram o Golpe. Gracias a la vida Autor: Cid Benjamin Editora: José Olympio Relato do ex-militante do MR-8, Cid Benjamin, desde o guerrilheiro ousado — um os mais importantes operadores do sequestro e Charles Elbrick — ao ativista partidário, jornalista e professor universitário de nossos dias. Sua exposição aos fatos nos garante estar diante de um dos mais consolidados e objetivos relatos sobre esses anos de nossa história. Cid Benjamin militou na luta armada nos anos 1960 e 1970 dentro do MR-8. Junto com os também jornalistas Franklin Martins e Fernando Gabeira, entre outros, participou do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em 1969. Depois de preso, foi exilado e morou na Argélia e na Suécia. Anos mais tarde, recebeu o Prêmio Esso de Jornalismo, com mais quatro colegas, por uma série de reportagens sobre a Guerrilha do Araguaia. Ditadura e democracia no Brasil Autor: Daniel Aarão Reis Editora: Zahar A ditadura instaurada em 1964 faz cinquenta anos. No entanto, diferentes análises continuam divergindo quanto às raízes e os fundamentos históricos da ditadura militar e suas complexas relações com a sociedade. Que papel, afinal, a ditadura desempenhou? Que herança nos deixou? Há muito a debater sobre os entrelaçamentos que se teceram e ainda subsistem entre o passado sombrio do regime ditatorial e o presente democrático. Trazer novas luzes ao tema é o que propõe o historiador Daniel Aarão Reis nesta narrativa crítica sobre a recente ditadura: como se instalou, evoluiu, alcançou o apogeu e chegou ao fim. Diário de Fernando: nos cárceres da ditadura militar brasileira Autor: Frei Betto Editora: Rocco Um grupo de jovens frades dominicanos de São Paulo se engajou na resistência à ditadura. Presos em 1969, a tortura levou um deles, o frei Tito, à morte. Outros três, porém, ficaram quatro anos na prisão e, mesmo assim, não deixaram de denunciar as entranhas desse regime. Mais um relato inédito e de inestimável valor histórico dessa via crucis vem a público agora com Diário de Fernando – Nos cárceres da ditadura militar brasileira, relato contundente do frei Fernando de Brito sobre o período. Com tratamento literário de Frei Betto, vencedor de dois prêmios Jabuti, as anotações clandestinas do frei Fernando mesclam episódios poéticos e dramáticos, sublimes e medonhos, vividos por quem teve a fé como arma de resistência. 1964: O verão do golpe Autor: Roberto Sander Editora Maquinária A sensualidade de Brigitte Bardot, a Bossa Nova de Nara Leão; o balanço de Jorge Ben; o Cinema Novo de Glauber Rocha; as primeiras pranchas de fibra de vidro no Arpoador; e, pelo mundo, grandes movimentos libertários. Paradoxalmente, nesse contexto de grandes novidades culturais, estava sendo germinado o movimento civil-militar que acabaria com a democracia no Brasil. A partir desse original ponto de vista, no livro "1964 - O verão do golpe", o jornalista Roberto Sander recria toda a atmosfera dos três meses que antecederam o 31 de março que mudaria a nossa história no século passado. Com uma narrativa ágil e rica em detalhes, fruto de uma pesquisa de cinco anos, o autor transportará o leitor para o dia-a-dia desse momento chave ocorrido há exatos 50 anos. O que é isso companheiro Autor: Fernando Gabeira Editora: Companhia das Letras No final da década de 60, o atual deputado federal Fernando Gabeira envolveu-se na guerrilha urbana e tornou-se um dos homens mais procurados do país, mergulhado até o pescoço em ações espetaculares que iriam transformar radicalmente a sua vida — e a de muitos outros. Em 1979 ele lançou O que é isso, companheiro?, em que busca compreender o sentido de suas experiências — a luta armada, a militância numa organização clandestina, a prisão, a tortura, o exílio — e no qual elabora, para a sua e para as gerações seguintes, um retrato autêntico e vertiginoso do Brasil dos anos 60 e 70. Relato lúcido, irônico, comovente, o livro se transformou num verdadeiro clássico do romance-depoimento brasileiro e foi filmado pelo diretor Bruno Barreto. Mais de 300 mil exemplares vendidos. 1968: O ano que não terminou Autor: Zuenir Ventura Editora: Objetiva Obra mais notável do jornalista e escritor Zuenir Ventura, 1968 - O ano que não terminou traz de volta um período crucial da história brasileira, no qual se ergueram lealdades e bandeiras que, às vezes um pouco desbotadas, continuam sendo vistas no cenário político. Com a urgência das grandes reportagens e a sofisticação da alta literatura, Zuenir conta neste marco da não ficção nacional como transcorreu no Brasil o ano que, por todo o mundo, iria se tornar lendário por conta de manifestações estudantis contra o sistema; sob a ditadura militar estabelecida em 1964 e sua repressão. Publicado originalmente em 1988, o livro aborda a conjuntura e os aspectos políticos, sociais e culturais de um ano que marcou a história. Jango e o golpe de 1964 na caricatura Autor: Rodrigo Pato Editora: Zahar A renúncia de Jânio Quadros e a posse de seu vice, João Goulart, deram início a um período de instabilidade política que culminaria no golpe militar de 1964. Com olhar irreverente e irônico, as caricaturas feitas na época são capazes – ainda hoje, mais de 40 anos depois – de transmitir com espantosa atualidade o clima turbulento daqueles tempos. Muito ligadas aos eventos cotidianos e às manifestações populares, as charges publicadas na imprensa usavam o humor e a ironia não apenas para comentar as dificuldades que o país atravessava, mas também para ajudar a dar forma a um discurso que repercutia de forma direta e imediata na opinião pública. Do teatro militante a música engajada Autor: Miliandre Garcia Editora: Fundação Perseu Abramo As conexões entre política e cultura no Brasil dos anos 1960 são bastante conhecidas e rememoradas pela memória social. Ao longo daquela década os estudantes foram atores principais do enredo histórico. Assumindo-se como guias e parceiros do povo na caminhada revolucionária, os estudantes brasileiros acabaram por forjar uma cultura de esquerda vigorosa que, se não impediu a derrota dos projetos revolucionários, marcou a vida cultural brasileira como um todo, sendo incorporada pela própria indústria cultural, com todas as virtudes e armadilhas desse processo. O Teatro de Arena e o Centro Popular de Cultura da une foram laboratórios centrais da cultura “nacional-popular”, nos quais os sonhos revolucionários ganhavam gesto e forma.