PT CONSELHO EUROPEU O PRESIDENTE Bruxelas, 28 de junho de 2013 (OR. en) EUCO 153/13 PRESSE 306 PR PCE 136 Observações do Presidente Herman Van Rompuy na sequência do Conselho Europeu Esta foi uma cimeira produtiva. Ontem à noite tomámos decisões sobre dois conjuntos importantes de ações: – Em primeiro lugar, promover o emprego dos jovens, nomeadamente através do reforço da nossa Iniciativa para o Emprego dos Jovens em oito mil milhões de euros, sendo a maior parte da verba concentrada nos primeiros dois anos. Ao longo da execução do orçamento, quaisquer fundos não utilizados serão canalizados prioritariamente para o emprego. – Decidimos ainda ajudar milhões de PME (os maiores empregadores dos nossos países) a ultrapassar a contração do crédito que se vive em alguns países. Para esse efeito, iremos combinar fundos provenientes do orçamento da UE e do Banco Europeu de Investimento. Isso foi ontem. O dia de hoje marca dois momentos históricos, para a Croácia e os Balcãs, mas também para a área do euro, com a entrada prevista da Letónia. Antes de prosseguir, gostaria de felicitar calorosamente o Primeiro-Ministro Enda Kenny e a sua equipa, pelo trabalho mais do que excelente da Presidência Irlandesa do Conselho. Só nas passadas duas semanas alcançou três grandes êxitos: imediatamente antes do G8, um mandato para as negociações comerciais com os Estados Unidos; ontem, um acordo sobre o procedimento a seguir com os bancos em dificuldades; e, acima de tudo, um acordo com o Parlamento relativo ao orçamento da UE, o quadro financeiro plurianual. São três decisões importantes para os meses e anos futuros! E permita-me salientar, caro Enda, que foi um enorme prazer trabalhar consigo e com a sua equipa nestes seis meses. "Estabilidade – Crescimento – Emprego": este foi o lema da Presidência Irlandesa. Esta cimeira foi mais um exemplo de como a União, no seu todo, está a trabalhar em simultâneo em todas estas frentes. Através de um enfoque constante nas reformas a longo prazo, que estiveram ontem no cerne dos nossos debates sobre as recomendações específicas por país e que são fundamentais para tornar as nossas economias mais resilientes e competitivas a nível mundial. IMPRENSA Dirk De Backer – Porta-voz do Presidente – +32 (0)2 281 9768 - +32 (0)497 59 99 19 Preben Aamann – Porta voz adjunto do Presidente – +32 (0)2 281 2060 – +32 (0)476 85 05 43 [email protected] http://www.european-council.europa.eu/the-president EUCO 153/13 1 PT Sabemos, porém, que estas reformas levarão tempo e que os resultados não serão imediatos, pelo que também nos estamos a concentrar no lançamento de ações que tenham um impacto direto, tais como a luta contra o desemprego dos jovens e a ajuda às PME a aceder ao crédito –, tal como conseguimos na noite de ontem. Tal também é possível porque conseguimos restaurar a estabilidade financeira. Diminuímos os défices públicos para metade (em comparação com os valores anteriores à crise) e estamos agora preparados para lidar com as turbulências financeiras e comprometemo-nos a seguir um roteiro de longo prazo para reforçar a nossa União Económica e Monetária para o futuro. Quanto a este último ponto, avançamos a bom ritmo para a união bancária, tendo como principal prioridade o restabelecimento de condições normais de concessão de crédito à economia. O acordo a que chegaram ontem os ministros das finanças para harmonizar as normas de recuperação e resolução em todos os Estados-Membros da UE foi mais um passo importante em frente. Na verdade, esta é uma ponte para alcançar o mecanismo único de resolução para os bancos, no qual todos os líderes estão firmemente empenhados. Aguardamos a apresentação dentro em breve, da proposta da Comissão que deverá ser adotada no prazo de um ano, antes do termo da presente legislatura. Na semana passada, os ministros das finanças da área do euro também chegaram a acordo sobre as principais características da recapitalização direta dos bancos em dificuldades, com fundos do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Esta é ainda outra ponte em direção à união bancária. Deste modo, as pontes estão prontas ou em fase de construção, e preparamo-nos para as atravessar, a começar com a passagem para o Mecanismo Único de Supervisão para todos os bancos da área do euro em 2014. Quanto aos restantes aspetos do roteiro rumo a uma verdadeira União Económica e Monetária, informei os meus colegas, esta manhã, sobre o ponto da situação, e após consultas alargadas chegámos a acordo quanto ao caminho a seguir. Falámos especialmente da dimensão social da UEM, enfatizando os indicadores sociais e de emprego nos instrumentos existentes. Insistimos na necessidade de um diálogo social construtivo –, ponto esse que ontem foi muito apreciado pelos parceiros sociais da UE. Debatemos, também, outras ideias para superar os obstáculos à competitividade, ao crescimento e ao emprego. Uma pista é a dos contratos, com forte envolvimento nacional, a serem celebrados entre um Estado-Membro e as instituições da UE, e potencialmente associados a mecanismos de solidariedade. Trata-se ainda de um terreno desconhecido, mas já identificámos alguns princípios sobre os quais há pontos de convergência. Evidentemente, estas questões são por natureza complexas, sendo necessários mais estudos, mas, uma vez mais, graças a consultas, a convergência aumenta e os progressos são constantes. Voltaremos a abordar esta questão em outubro e dezembro. E vale a pena assinalar que a área do euro ainda está em expansão! O Conselho Europeu felicitou a Letónia pela perspetiva de se tornar o seu décimo oitavo membro em 1 de janeiro. EUCO 153/13 2 PT Falando da questão dos novos membros..., ela leva-me às decisões de hoje sobre o alargamento da União. Vivemos um momento histórico para os Balcãs e para a Europa no seu conjunto. Não apenas acolhemos a Croácia como novo Estado-Membro, como decidimos encetar as negociações de adesão com a Sérvia, e dar um passo importante nas nossas relações com o Kosovo. Estas últimas duas decisões são o resultado imediato do corajoso acordo alcançado entre Belgrado e Pristina em abril passado. A primeira conferência intergovernamental com a Sérvia terá lugar, o mais tardar, em janeiro de 2014. Ao mesmo tempo, foi adotado o mandato de negociação para um Acordo de Estabilização e de Associação com o Kosovo. Na segunda-feira, visitarei ambas as capitais, Pristina e Belgrado, para sublinhar a importância do capítulo que estamos agora a abrir. E no domingo, à meia-noite, estarei em Zagreb a celebrar com a Croácia, a sua entrada na União Europeia. Muitos membros do Conselho Europeu irão viajar até Zagreb para partilhar este momento com o povo croata. EUCO 153/13 3 PT