Disciplina: Língua Portuguesa
Ano / Série: 2º
Professor (a): Juliane Galindo
Data: 20/09/ 2014
ROTEIRO DE RECUPERAÇÃO
Nome: ___________________________________________________________________
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Conteúdo:
- Interpretação de textos.
- Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
- Realismo/Naturalismo
Atividades de aplicação do conteúdo
1. Leia o seguinte texto:
A ventania que breca o planeta
"Hoje é um dia mais longo que ontem. Amanhã será mais comprido que hoje. A diferença é
imperceptível. Segundo o climatologista Rodrigo Abarca del Rio, do Centro Espacial de Toulouse, na
França, dentro de um século o dia ficará meio milionésimo de segundo mais longo. Del Rio descobriu esse
fato comparando o aumento da temperatura do planeta nos últimos cinqüenta anos com o aumento da
velocidade dos ventos. 'O calor acelera os ventos que giram em direção oposta à rotação da Terra: 'Com
isso, tendem a brecá-la, por atrito. O resultado é que o planeta roda mais devagar.
Assim, as tradicionais 24 horas de um dia que é o tempo que a Terra leva para dar um giro completo -vão
aumentando aos poucos."
Superinteressante, ago. 1999.
a) Retire do texto um numeral cardinal, um numeral fracionário e um numeral coletivo.
b) Explique o emprego da palavra destacada nestas frases:
"Hoje é um dia mais longo que ontem”.
"Assim as tradicionais 24 horas de um dia ... "
c) Escreva o numeral ordinal correspondente aos seguintes numerais cardinais: vinte e quatro / trezentos
e seis/ cinquenta e sete / duzentos e dez.
2. (Fatec-SP) Leia, atentamente, o trecho extraído de Memórias Póstumas de Brás Cubas, abaixo
transcrito:
"( ... ) a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto., mas um defunto autor, para
quem a campa foi um berço (. .. )"
Identifique a classificação morfológica de autor e de defunto:
I. No primeiro caso, autor é substantivo e defunto é adjetivo.
II. No segundo caso, defunto é substantivo e autor é adjetivo.
III. Em ambos os casos, temos substantivos compostos.
Agora, identifique a alternativa correta:
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e III estão corretas.
d) Todas estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
3. (UFU-MG, adaptada) O autor de D. Casmurro afirma que José Dias amava os superlativos. Era um
modo de dar feição monumental às ideias".
Dentre os vários superlativos empregados por José Dias, identifique o único não previsto pela
gramática normativa.
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a) "Se soubesse, não teria falado, mas falei pela veneração, pela estima, pelo afeto, para cumprir um dever amargo, um dever amaríssimo ... "
b) "Que ideia é essa? O estado dela é gravíssimo, mas não é mal de morte, e Deus pode tudo:'
c) "Sua mãe é uma santa, seu tio é um cavalheiro perfeitíssimo."
d) " ... porque ela é um anjo, anjíssimo ... "
e) "Oh! As leis são belíssimas."
Leia o texto e depois responda às questões 4 a 6.
Asas
Para se tornarem os maiores, mais rápidos e poderosos seres voadores, as aves desenvolveram
um equipamento próprio: as asas. Leves, fortes e flexíveis, quando batidas elas levam o corpo para cima
graças a seu desenho aerodinâmico, ligeiramente encurvado da frente para trás.
As asas são tão fortes que, além do corpo, suportam levar alimentos e coisas para o ninho. A lenda
grega diz que ícaro voou tão alto que o calor do Sol derreteu suas asas de cera. Na realidade, as aves que
voam muito alto passam por problemas bem diferentes - frio, ar rarefeito e falta de oxigênio.
Aves, Rio de Janeiro: Globo
4. Em que grau foram usados no texto os adjetivos grande, rápido e poderoso?
5. Se fossem usados no grau superlativo absoluto sintético, que forma assumiriam no texto os adjetivos
leve, forte e flexível?
6. Dê os substantivos correspondentes aos seguintes adjetivos:
a) rápido
b) poderoso
c) leve
d) forte
e) flexível
f) diferente
7. (Fuvest-SP)
a) Dê os numerais correspondentes a três vezes maior e a três vezes menor.
b) A forma primeira é um numeral ordinal. Dê o numeral ordinal correspondente a 1.075.
8. Faça a leitura do trecho a seguir.
Auto-estima e mídia
"Muitas pesquisas já mostraram que ver revistas de moda com modelos magérrimas aumenta a
insatisfação das adolescentes com o próprio corpo. Mas um novo estudo americano, divulgado na
convenção anual da Associação Americana de Psicologia, que aconteceu na semana passada, prova
o contrário. Após acompanhar, por cinco meses, 219 jovens entre 13 e 17 anos, parte delas leitoras
constantes de revistas de moda e a outra parte não, a conclusão foi de que as meninas que se
autodepreciavam eram as que já apresentavam uma autoimagem negativa com ou sem a influência
das revistas."
a) Qual a sua opinião sobre a influência da mídia no comportamento das pessoas? Argumente sobre o fato
mencionado no texto - a insegurança das adolescentes em relação à aparência, muitas vezes fora dos
padrões da moda.
b) Comente o emprego do adjetivo destacado neste trecho:
" ... moda com modelos magérrimas aumenta a insatisfação das adolescentes ... "
c) Retire do texto um adjetivo derivado, um pátrio, um primitivo e um uniforme.
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Explique o emprego e identifique o grau da palavra destacada, nesta frase:
Desculpas é o mínimo que eles esperam de nós.
9. Leia o poema de Mário Quintana:
Da sabedoria dos livros
"Não penses compreender a vida nos autores.
Nenhum disto é capaz.
Mas, à medida que vivendo fores,
Melhor os compreenderás."
Anos de poesia. São Paulo: Globo, 1998.
a) Qual é a ideia essencial contida nesses versos?
b) Identifique o único adjetivo presente no texto. Que palavra ele caracteriza?
c) Por que a palavra melhor não é um adjetivo no texto?
Reescreva a frase a seguir empregando os adjetivos no grau superlativo relativo de superioridade e no de
inferioridade.
As mulheres preparadas ocupam bons cargos.
10. Leia a tira:
GARFIELD
Jim Davis
a) Explique a flexão de número no substantivo composto
do último quadrinho: latas-de-lixo. Dê exemplos
semelhantes.
b) O substantivo saudações é concreto ou abstrato?
Por quê? Cite quatro substantivos abstratos derivados de
verbos.
11. Retire da tira a seguir um exemplo de cada voz verbal.
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13. Passe da voz passiva analítica para a voz passiva sintética as frases a seguir.
a)
b)
c)
d)
e)
Toda a tripulação fora bem preparada para aquele voo.
A decoração da sala seria modificada mais uma vez pela cliente.
Aqueles episódios poderiam ser esclarecidos a qualquer momento.
Somente esta revista foi premiada com o Troféu Imprensa.
Não eram oferecidos bons empregos nesta área.
14. Leia a tira a seguir e faça o que se pede.
Por que, na história em quadrinhos, foram empregados os pronomes demonstrativos isso e essas, da
segunda pessoa?
15. Leia o texto para responder às questões I e II:
"Os verbos vir e ver merecem muito carinho. Quem deseja falar corretamente pode passar por alguns
apertos. Ou erramos ou nos engásgamos. [...] Recentemente, a gerente de uma loja esbravejava pelo
telefone. Falava tão alto, que todos puderam ouvir: Se ela não vim, vai ser emitida. E se tu vê ela por aí,
pode avisar.'''
DUARTE, Sérgio Nogueira. Língua viva III - uma análise simples e bem-humorada da linguagem do brasileiro
I. Ao dizer "Se ela não vim", a gerente conjugou inadequadamente o verbo vir.
a) Em que consiste essa inadequação?
b) Outro erro frequente é o uso da expressão "eu vou vim". Por que esse erro ocorre?
II. "E se tu vê ela por aí, pode avisar." Nesse enunciado, o verbo "ver" é conjugado inadequadamente
também.
a) Em que tempo e modo o verbo "ver" deveria estar conjugado?
b) É possível concordar o verbo com a segunda pessoa, como fez a gerente, ou com a terceira (você).
Além disso, o pronome pessoal ela deve ser substituído pelo pronome pessoal oblíquo. Considerando
essas informações, reescreva o enunciado das duas maneiras possíveis.
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16. Corrupção enraizada
É pertinente o argumento de que a formulação e a aprovação de reformas político-eleitorais sob o
signo da crise atual correm o risco de contemplar propostas irrefletidas ou casuísticas marcadas pela
pressa em oferecer respostas "rigorosas" aos problemas institucionais que favoreceriam a corrupção.
Há, de fato, mudanças a fazer que induzam à adoção de procedimentos mais republicanos pela
política brasileira. Não é aceitável, porém, transferir para o arcabouço político-eleitoral a responsabilidade
pelo festival de irregularidades cometidas nesse campo pelo PT e pelos demais partidos que se serviram
de recursos de caixa dois e de outros expedientes ilícitos para obter vantagens.
Um mínimo de respeito à ética, à decência e à honestidade provavelmente surtiria melhor efeito.
Parte-se, porém, entre nós, do pressuposto de que esse tipo de compromisso inexiste para amplos setores
da classe política. Por absurdo que pareça, exigir correção moral de parlamentares, governantes e
dirigentes de partidos soa para muitos como uma ingênua e pueril fantasia -algo como pretender que um
animal
deixe
de
reagir
de
acordo
com
seus
instintos.
Lamentavelmente, esse comportamento encontra respaldo numa sociedade em que a
informalidade impera em suas diversas faces e os preceitos éticos e legais são com frequência vistos
como algo a ser observado por terceiros -em especial os menos informados e pouco sagazes.
Dos delitos do cotidiano, como entrar em acordo com um profissional liberal para realizar
pagamentos sem emissão de nota, aos grandes esquemas de sonegação fiscal ou captura de fundos
públicos, estende-se pela sociedade toda uma trama de complacências e licenças que faz da burla -ou do
"jeitinho",
em
seu
pior
sentidoquase
que
um
traço
nacional.
São sintomáticas quanto a isso as próprias palavras do presidente da República ao minimizar o uso
de caixa dois pelo PT com o argumento de que o partido apenas faz o que todos sempre fizeram. Ainda
que seja verdade -e tudo indica que sim-, o raciocínio ecoa a frase do humorista Sérgio Porto, o Stanislaw
Ponte Preta (1923-1968): "Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos."
É óbvio que a corrupção não é uma fenômeno de apenas um país. Aqui, porém, a prática é
enraizada e pouco combatida. Essa é possivelmente uma das explicações para o pragmatismo de alguns
observadores internacionais, que, consultados sobre o escândalo, não demonstram surpresa. Afinal, não
há mesmo novidade em partidos e governos corruptos na América Latina.
E a administração petista, que tudo mudaria, vai se revelando apenas uma espécie de versão
revista
e
atualizada
do
antigo
populismo
que
fez
história
na
região.
Mais do que mudar regras para eleições e partidos, seria mais eficaz se o país contasse com uma polícia e
uma Justiça preparadas para cumprir a contento as suas funções. São essas instituições que podem, na
prática, mostrar o grau de rigor com que o Estado zela pelo cumprimento das leis -investigando os delitos e
punindo
os
infratores
independentemente
de
classe
social.
Quanto à questão político-eleitoral, é possível, por ora, que se promovam alguns ajustes, mas uma
verdadeira reforma precisaria, pelo menos, ser mais bem discutida, evitando que em breve novas
propostas surjam em cena dando sequência a uma contraproducente sucessão de casuísmos.
FOLHA DE S.PAULO, 28 ago.2005, Editorial, p A2.
a) INDENTIFIQUE o trecho em que se manifesta a ideia principal discutida no editorial em estudo
sugerida pelo título.
b) Qual é o adjetivo usado pelos brasileiros para definir aqueles que não são os “terceiros – em especial
os menos informados e pouco sagazes”?
c) O editorial em estudo traz mais opiniões ou mais fatos?
d) O autor associa a atitude dos brasileiros em geral, no que se refere ao seu comportamento ético, às
ações do governo, de forma irônica. Para isso, recorre à intertextualidade. IDENTIFIQUE-A e expliquea.
e) A opinião posta no editorial em muito advém da observação. CITE exemplos de comportamentos de
brasileiros que são facilmente observáveis
f) Diante do problema discutido,e da argumentação, o jornal também apresenta soluções. APONTE
aquela que é convincente pelo seu grau de legitimidade.
17. Leia o texto abaixo:
“O tísico do número 7 há dias esperava o seu momento de morrer, estendido na cama, os olhos
cravados no ar, a boca muito aberta, porque já lhe ia faltando o fôlego.
Não tossia; apenas, de quando em quando, o esforço convulsivo para atravessar os pulmões
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desfeitos sacudia-lhe todo o corpo e arrancava-lhe da garganta uma ronqueira lúgubre, que lembrava o
arrular ominoso dos pombos.”
Redija um parágrafo explicitando as características do realismo-naturalismo presentes no excerto acima.
18- (FUVEST)
“Ao cabo , era um lindo garção, lindo e audaz, que entrava na vida de botas e esporas, chicote na mão e
sangue nas veias, cavalgando um corcel nervoso, rijo, veloz, como o corcel das antigas baladas, que o
Romantismo foi buscar ao castelo medieval, para dar com ele nas ruas do nosso século. O pior é que o
estafaram a tal ponto, que foi preciso deitá-lo à margem, onde o Realismo o veio achar, comido de lazeira
e vermes, e, por compaixão, o transportou para os seus livros.”
Redija um parágrafo explicando por que o texto acima pode ser considerado uma apologia ao Realismo.
19-Os romances de alguns escritores românticos apresentam algumas características da vida da elite
brasileira urbana no início do século XIX. Leia um trecho de Memórias de um sargento de milícias.
Era no tempo do rei.
Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente,
chamava-se nesse tempo – O canto dos meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar
de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe ( que gozava então de não pequena
consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que sombra caricata dos meirinhos do tempo do
rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada: formavam um dos extremos da formidável
cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um
elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores.[...]
Mas voltemos à esquina. Quem passasse por aí em qualquer dia útil dessa abençoada época veria
sentado em assentos baixos, então usados , de couro, e que se denominavam – cadeiras de campanha –
um grupo mais ou menos numeroso dessa nobre gente conversando pacificamente em tudo sobre que era
lícito conversar: na vida dos fidalgos, nas notícias do Reino e nas astúcias policiais do Vidigal.[...]
ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias.São Paulo:Ateliê Editorial, 2003
A)- Para caracterizar a vida no tempo do rei, o narrador escolhe personagens que desempenham uma
função específica na sociedade. Que função é essa?
B)- Após a leitura do fragmento acima, explicite uma característica do romantismo em prosa.
20- Nessa passagem, quem fala é Quincas Borba, o filósofo. Ele fala ao seu amigo-enfermeiro, Rubião,
sobre sua teoria filosófica, o Humanitismo.
Texto:
“Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma
das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em
abundância; mas, se as duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma
das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações,
recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais
demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe
é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que
virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
(ASSIS, Joaquim Maria Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. p. 648-649.)
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Charge:
FONTE: Folha de S. Paulo. São Paulo, 23 set. 2002. Caderno
Especial, p. 2.
Tendo por base o aforismo “Ao vencedor as
batatas”, exaustivamente repetido em Quincas
Borba, de Machado de Assis, redija um parágrafo
mostrando como a frase foi reaproveitada para a
construção do humor na charge acima.
21- Leia atentamente os trechos abaixo, retirados da obra O cortiço, de Aluisio Azevedo.
“E viam-se chegar, quase sem intermitência, homens carregados de gigos de champanha, caixas de Porto
e Bordéus, barricas de cerveja, cestos e cestos de mantimentos, latas e latas de conserva; e outros
traziam perus e leitões, canastras d’ovos, quartos de carneiro e de porco. E as janelas do sobrado iam-se
enchendo de compoteiras de doce ainda quente, saído do fogo, e travessões, de barro e de ferro, com
grandes peças de carne em vinha d’alhos, prontos para entrar no forno. À porta da cozinha penduraram
pelo pescoço um cabrito esfolado, que tinha as pernas abertas, lembrando sinistramente uma criança a
quem enforcassem depois de tirar-lhe a pele.
“O pátio estava quase cheio; ninguém mais se entendia; todos davam e todos apanhavam (...) E o rolo a
ferver lá fora, cada vez mais inflamado com um terrível sopro de rivalidade nacional (...) De vez em
quando, o povaréu, que continuava a crescer, afastava-se em massa, rugindo de medo, mas tornava logo,
como a onda no refluxo dos mares. A polícia apareceu e não se achou com ânimo de entrar, antes de vir
um reforço de praças, que um permanente fora buscar a galope.”
Assinale a alternativa CORRETA sobre os trechos acima:
a)
b)
c)
d)
e)
Retratam a classe social que foi privilegiada pelas obras realistas: a burguesia.
Fazem uma apresentação utópica da sociedade, retratando um mundo idealizado.
Há, nos trechos, passagens que aproximam o ser humano de um animal irracional.
Pode-se notar, nos trechos, que a literatura realista rejeita descrições detalhadas.
Ambos os trechos constroem um cenário tranquilo e organizado, como foi comum no Realismo.
22- Leia os trechos abaixo
“Às nove horas, ordinariamente, entrava D. Felicidade de Noronha. Vinha da porta com os braços estendidos,
o seu bom sorriso dilatado. Tinha cinquenta anos, era muito nutrida, e, como sofria de dispepsia e de gases,
àquela hora não se podia apartilhar e suas formas transbordavam. Já se viam alguns fios brancos nos seus
cabelos levemente anelados, mas a acara era lisa e redonda, cheia, de uma alvura baça e mole de freira; nos
olhos papudos, com a pele engelhada em redor, luzia uma pupila negra e úmida, muito móbil; e aos cantos
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da boca uns pelos de buço pareciam traços leves e circunflexos de uma pena muito fina.”
(QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Klic Editora/Jornal O Globo, 1997)
“...das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o
marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte, começavam as tintas a tilintar; o cheiro forte
do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os
bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite, a pequenada cá fora traquinava já, e lá de
dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não andam. No confuso rumor que se
formava, destacavam-se risos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que vinham
dependurar café cá fora, (...).”
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. São Paulo: Klic Editora, 1996)
Os dois trechos acima são descrições retiradas de obras do final do século XIX. O primeiro foi retirado de
um romance realista português, O primo Basílio, e o segundo, de um romance realista-naturalista
brasileiro, O cortiço.
REDIJA um parágrafo explicitando as características realistas presentes em ambos os trechos.
23- Assinale a única afirmação incorreta sobre Machado de Assis.
a) Alguns dos temas recorrentes de sua obra são o adultério , a contradição entre as aparências e a
essência, a loucura, a denúncia da hipocrisia e do egoísmo, dentre outros.
b) É o mais significante autor do Realismo no Brasil.
c) Retrata e também critica valores e comportamentos da sociedade, revelando a miséria, a
mesquinhez humana.
d) Em alguns dos seus principais romances, o narrador é também o personagem central, o que
influencia diretamente na forma como a história é contada.
e) Seus romances se destacam pelos enredos criativos e surpreendentes, o que impede, de certa
forma, uma profundidade psicológica na construção de seus personagens.
24- Sobre o Realismo Brasileiro, julgue os itens:
I. A literatura realista caracteriza-se por descrever a realidade objetiva e minuciosamente, de modo
impessoal. Aluísio Azevedo, autor de O Cortiço, é um dos representantes dessa escola em sua
vertente naturalista.
II. Machado de Assis é um dos principais representantes do realismo brasileiro. Produziu obras
reconhecidas mundialmente, como Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas –
romances que, inclusive, ultrapassam aquilo que se entende como escola realista.
III. Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado o romance divisor de águas da obra
machadiana porque, a partir dele, o autor se insere na estética naturalista, ao denunciar as mazelas
sociais, os casos patológicos e os aspectos mais repugnantes da realidade.
Está(ão) correto(s)
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) Apenas I.
e) Apenas III.
25- Leia o trecho abaixo:
Memórias Póstumas de Brás-Cubas
CAPÍTULO 31 - A Borboleta Preta
No dia seguinte, como eu estivesse a preparar-me para descer, entrou no meu quarto uma
borboleta, tão negra como a outra, e muito maior do que ela. Lembrou-me o caso da véspera, e ri-me;
entrei logo a pensar na filha de Dona Eusébia, no susto que tivera e na dignidade que, apesar dele, soube
conservar. A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a, ela foi
pousar na vidraça; e, porque eu sacudisse de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de
meu pai.
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Era negra como a noite; e o gesto brando com que, uma vez posta, começou a mover as asas,
tinha um certo ar escarninho, uma espécie de ironia mefistofélica, que me aborreceu muito. Dei de ombros,
saí do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos
nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela caiu.
Não caiu morta; ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça. Apiedei-me; tomei-a na palma
da mão e fui depô-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz expirou dentro de alguns segundos. Fiquei um
pouco aborrecido, incomodado.
- Também por que diabo não era ela azul? disse eu comigo.
E esta reflexão, - uma das mais profundas que se tem feito desde a invenção das borboletas, - me
consolou do malefício, e me reconciliou comigo mesmo. Deixei-me estar a contemplar o cadáver, com
alguma simpatia, confesso. Imaginei que ela saíra do mato, almoçada e feliz. A manhã era linda. Veio por
ali fora, modesta e negra, espairecendo as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é
sempre azul, para todas as asas. Passa pela minha janela, entra e dá comigo. Suponho que nunca teria
visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu infinitas voltas em torno do meu
corpo, e viu que me movia, que tinha olhos, braços, pernas, um ar divino, uma estatura colossal. Então
disse consigo: "Este é provavelmente o inventor das borboletas."
A ideia subjugou-a, aterrou-a; mas o medo, que é também sugestivo, insinuou-lhe que o melhor
modo de agradar ao seu criador era beijá-lo na testa, e ela beijou-me na testa.
Quando enxotada por mim, foi pousar na vidraça, viu dali o retrato de meu pai, e não é impossível
que descobrisse meia verdade, a saber, que estava ali o pai do inventor das borboletas, e voou a pedir-lhe
misericórdia.
Pois um golpe de toalha rematou a aventura. Não lhe valeu a imensidade azul, nem a alegria das
flores, nem a pompa das folhas verdes, contra uma toalha de rosto, dois palmos de linho cru. Vejam como
é bom ser superior às borboletas! Porque, é justo dizê-lo, se ela fosse azul, ou cor de laranja, não teria
mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para recreio dos olhos.
Não era. Esta última ideia restituiu-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um
piparote e o cadáver caiu no jardim. Era tempo; aí vinham já as próvidas formigas...
Não, volto à primeira ideia; creio que para ela era melhor ter nascido azul.
A partir do trecho acima e da leitura da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, REDIJA um parágrafo
desenvolvendo a seguinte ideia:
“(...) por mais que alguns críticos ou manuais didáticos insistam em simplesmente rotular a obra de
Machado de Assis Realista, é importante ressaltar que essa classificação, por si só, não consegue abarcar
a riqueza temática e estética presente em seus contos e romances.”
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