Discurso ministro Wagner Rossi Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 Ribeirão Preto, 17 de junho de 2011 Querida presidenta Dilma Rousseff, que muito nos honra a todos, ao agronegócio brasileiro, por sua presença neste ato, que é o ato maior do nosso ano de preparação do ano agrícola. A nossa Ribeirão Preto e ao todos nós ribeirãopretanos e brasileiros de todos os rincões que aqui viemos recebê-la. Querido vicepresidente Michel Temer, nosso companheiro e amig0 de tantas as jornadas. Sempre sua presença é de grande importância e relevância para nós. Querido governador Geraldo Alckmin, que traz o governo do estado, traz o apoio e a parceria que temos procurado desenvolver no enfrentamento das grandes questões agrícolas do nosso estado. Ministro e amigo Afonso Florence que feito um extraordinário trabalho numa das áreas mais sensíveis da agricultura brasileira e que completa com a sua complementaridade o trabalho que fazemos na área da agricultura, ministro do Desenvolvimento Agrário. Querida ministra Helena Chagas, que é quem comunica e quanta coisa para comunicar, não é Helena, com a presidenta numa única semana abrindo uma série de trabalhos que mudam a fase do nosso país. Veja, que ontem a presidenta lançou o “Minha Casa, Minha Vida 2” acolhendo com a generosidade do coração tantas e tantas famílias que, durante tantos anos, sonham com a casa própria. Mas, há poucos dias, tivemos o lançamento do “Brasil sem Miséria” continuando um trabalho social importante do qual ela foi parceira como coordenadora do governo do presidente Lula e ampliando esse trabalho social, está agora disposta a acabar com o resíduo de miséria que ainda temos para um país tão próspero, um país tão vigoroso, para um país tão corajoso enfrentar desafios, a nossa presidenta vai enfrentar o desafio de eliminar, eliminar não, reconstruir, fazer da vida deles algo digno e que vale a pena ser vivida para os últimos 16 milhões de brasileiros que ainda vivem nesta condição subumana. Senadora Kátia Abreu, que muito nos honra, nossa presidenta da CNA, com quem tem mantido um diálogo permanente. É uma mulher lutadora, que tem avançado e eu quero pontuar isto com muito respeito, com muita significação. A Kátia está dando uma vista nova para a relação do campo com o restante da sociedade brasileira. Muito obrigado, Kátia. Querido senador Sérgio Souza, que representa o glorioso estado do Paraná, que é um dos grandes estados produtores. Muito obrigado por ter vindo. Minha querida prefeita Darci Vera, tão dinâmica, quase elétrica na busca daquilo que é de interesse da nossa cidade. Obrigado, Darci por estar aqui conosco. Deputados e amigos, deputado Arnaldo Jardim, Dr. Ubiali, deputado Duarte Nogueira, que é o líder da oposição no Congresso, mas é um filho desta terra que recebemos com o maior carinho e eu sempre que converso com o Duarte, eu digo a ele: Duarte, nós moramos tão perto de Minas e em Minas todo mundo sabe. Nenhum mineiro fica contra o governo. O último mineiro que ficou contra o governo foi Tiradentes e olha lá o que deu! Então, um convite para que ele se aproxime mais, é um grande deputado e tenho certeza que saberá fazê-lo. Meu querido deputado Gabriel Chalita, um quadro que o estado de São Paulo manda ao Congresso Nacional para humanizar, para trazer àquela palavra que todos queremos ouvir. Irajá Abreu, tem raça, tem disposição, tem juventude, grande parceiro da agricultura. Até o hino nacional tocaram para você, Irajá. Milton Lima, uma grande figura da nossa região, deputado, atuante, companheiro. Só posso dizer, Milton, que é uma honra e um prazer ter você aqui. Quero saudar a todos os deputados estaduais, os deputados que aqui estão. Quero dar um abraço no Valdemar Costa Neto, o boy, está aí? Não vi o boy. Mas ele tem um assessor competente que pôs no meio aqui o nome dele. Cesário Ramalho. Uma palavra sobre o Cesário. Cesário, um amigo, mas, sobretudo, um homem voltado para este processo de modernização da nossa agricultura. Aqui, eu tenho 200 amigos, todos empresários de grande envergadura, competentes que poderiam estar representando o empresariado. Eu fui buscar aquele que representa a modernização, o avanço, a capacidade de entender essa relação complexa da agricultura da brasileira, que é a única agricultura no mundo que tem equilíbrio porque tem espaço para o pequenininho da agricultura familiar, para o médio produtor, e para o grande produtor em escala. Porque esse país é generoso e abre espaço para todos. Todos podem realizar bem a sua missão de produzir para o país. O Cesário, sobretudo, tem essa visão integradora. Meu querido, Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, o maior parceiro da agricultura brasileira, sem dúvida. Meu querido Pedro Arraes, presidente da Embrapa, que dentre os mais colaboradores, tem tido um desempenho desta companhia, desta empresa, que revolucionou a tecnologia agrícola brasileira com base na ciência. Incorporar ciência na forma de tecnologia mudou o patamar da produção no Brasil e a Embrapa foi a grande realizadora, capitaneou esse processo. Claro que têm as universidades federais, estaduais, no caso de São Paulo e outras. E mais, hoje temos empresas multinacionais que atuam no país com laboratórios de pesquisa aqui. 20 anos atrás nós importávamos pacotes tecnológicos. O protagonismo do Brasil obrigou que essas empresas avançassem conosco e, hoje, elas geram, no Brasil, o conhecimento científico transformando-o em tecnologia adequada à nossa pátria. Isso é parte da grande vitória da agricultura e pecuária brasileira. Meu querido Evangevaldo Moreira do Santos, presidente da Conab, outro grupo de colaboradores extraordinários que temos e, na pessoa deles, me permitam dar um grande abraço em todos os companheiros, amigos, trabalhadores que aqui estão, gente da cana, gente da laranja...Cana, no sentido vegetal, do algodão..., do café, da região francana, do sul de Minas, do Cerrado Mineiro. Tantos companheiros que aqui vem participar conosco deste momento importante. Me permitam começar falando diretamente sobre o plano. O Plano Agrícola é uma coisa que tinha ficado rotineira, tinha ficado tradicional. Mas este ano vocês vão ver que o Plano Agrícola é uma revolução. E uma revolução em que sentido? Em primeiro lugar, porque consolida algo que foi construído, sobretudo na última década, que é o respeito à produção. A presidente Dilma tem sido de uma solidariedade extraordinária com o setor produtivo e ela destinou, mesmo em tempos de contenção, um valor que é absolutamente adequado ao progresso da nossa agricultura e nossa pecuária. Ou seja, R$ 107,2 bilhões para agricultura brasileira. Um trabalho admirável de uma equipe de técnicos comandada por esse grande companheiro e amigo, que tem nos ajudado muito a encontrar a melhor forma de fazer política agrícola que é o Gilson Bittencourt, em nome da Fazenda, do nosso ministro Mantega ele está aqui e eu quero, Gilson, agradecer a você, esse trabalho extraordinário, essa vontade política de ir atrás e buscar... E ao lado dele eu fui buscar no Banco do Brasil o José Carlos Vaz que é agora o nosso secretário de Política Agrícola do ministério. Pois bem, o que eles fizeram? Com a minha participação, discutimos com essa grande figura que é Osmar, que está hoje na vice-presidência do Banco do Brasil, na área de agronegócios. Nós fizemos todo um trabalho, as cadeias produtivas foram chamadas à discussão, opinaram. Tivemos um grande trabalho. Mas, terminamos com um grande plano, mas, sobretudo, um plano inovador. Primeiro, no plano, nós geramos novas áreas de financiamento que antes estavam desassistidas. Quero começar, presidente Dilma, por uma referência a cadeia produtiva da laranja. A laranja, durante 40 anos, teve dificuldade de relacionamento. Grandes empresas, competentes, poderosas, empresas com grande governança, que atuavam em nível internacional, que honram o país. Mas, na relação com os produtores, essa relação era difícil, se esgarçava, porque a diferença de poder na negociação era muito grande. Então, durante muitos anos... Eu fui deputado da região laranjeira, acompanhei a luta do nosso produtor. Foi uma luta ingente, para sobreviver. Num certo momento, a cana invadia as áreas de laranja e o pessoal resistiu. Num certo momento, o greening que é uma ameaça terrível veio macular os nossos pomares e eles resistiram. Eu quero dar um testemunho, um testemunho de verdade. Eu quero dizer em primeiro lugar que esses produtores de laranja são grandes brasileiros, que merecem todo o apoio do governo brasileiro. E agora, quero também dar um testemunho de reconhecimento aos industriais da laranja, do suco de laranja que tem protagonismo mundial, pois somos o maior produtor, o maior exportador desta riqueza que agrega valor, que tem significado. Pois bem, esses homens de tantas responsabilidades, posso simbolizá-los no grande empresário e amigo que é o José Luís Cutrale, que esteve na mesa conosco juntamente com seus companheiros industriais. E nós terminamos por fazer um acordo da laranja. Foram 40 anos de luta. Quero lembrar a luta do Fábio Meirelhes, foi um dos grandes batalhadores disso, quero lembrar a luta de tantos companheiros que no caminho tentaram avançar. Mas, agora, nós vamos avançar porque na agricultura do Brasil sob a presidência da presidente Dilma, nós temos resolutividade. Não queremos fazer só discurso, embora, eu saiba fazer discurso, nós queremos resolver questões. E é isso que estamos fazendo. Estabelecemos com os companheiros industriais da laranja, com os companheiros produtores, um acordo em que... Para situar... Dois anos atrás a safra foi vendida a 5, 6 reais; um ano atrás a 15 reais; neste ano a parcela do mercado spot está sendo vendida a 7 reais. Pois bem, com essa volatilidade não há empresa que consiga enfrentar, que consiga organizar um fluxo de caixa. Mas eu tive um grande aliado nisso e que quero tributar o reconhecimento ao ex-secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, que está aqui e foi outro grande companheiro nesse processo. Nós estamos lançando uma linha de financiamento para a indústria, para financiar seus estoques de modo a regular a oferta, de tal maneira que os preços sejam reputados e garantindo, em contrapartida, neste início que eu espero ano que vem, com o Concecitrus que há de vir, vocês consigam negociações ainda melhores. Mas, neste ano enquanto o mercado spot... São 80 milhões de caixas que estão sendo vendidas agora para indústria que estava vendendo a 7 reais, elas passam a pagar o preço mínimo de 10 reais mais 50 centavos obrigatórios de participação e, acima de 2.100 dólares na venda do suco de laranja para o exterior, todo citricultor brasileiro agora participa do resultados, vai ter uma parte daquilo que nós viermos a ganhar com o preço reputado no nível internacional da laranja. Sucesso aos laranjeiros. Para a cana temos.... A presidente Dilma que tem uma preocupação permanente, verdadeira com este extraordinário programa, que é o programa de energia limpa, renovável, através do etanol da cana-de-açúcar. Eu não preciso repetir aqui para homens e mulheres que comandam o agronegócio brasileiro e que têm todas as informações. Mas, a partir de 2008, houve uma situação de crise nos investimentos. Alguns micaram, outros foram prolongados e a verdade é que uma demanda intensa e crescente deixou de ser acompanhada por uma oferta adequada. E essa diferença, esse gap, gerou uma questão importante quanto ao abastecimento e quanto ao futuro do desenvolvimento do setor energético-alcooleiro. Pois bem, a presidente Dilma determinou aos seus ministros que preparassem um plano estratégico para permitir a retomada dos investimentos, greenfields, browfields, que possam nos dar a condição de oferecer ao mundo, agora com essa nova condição da abertura americana, a oportunidade de se beneficiarem economicamente e ambientalmente deste grande programa brasileiro, que é etanol de cana-de-açúcar. Aqui estão as maiores empresas, seu CO´s, os seus dirigentes e, certamente, presidente, eles receberam as instruções que vossa excelência já nos transmitiu. Combustível vai ser regulado pela ANP, mas vamos reabrir a possibilidade de retomada dos investimentos e aí isto abrange uma gama imensa de interesses, a partir dos nossos trabalhadores que terão oportunidades novas, a partir das indústrias de fornecimento de equipamentos industriais e da lavoura. Abre-se todo um descortinar que eu tenho certeza que nosso programa de etanol será cada vez mais um grande sucesso brasileiro. Eu quero dizer que estamos lançando a nossa parte. A presidenta, claro, segmentou as providências, embora, seja um conjunto, uma política energética nova para o etanol. Nós estamos lançando financiamento de renovação de canaviais. Por que ? Porque do ponto de vista da agricultura o grande estrangulamento é falta de renovação de canaviais que está diminuindo a produtividade. Nos últimos dois anos, presidente, nós perdemos produtividade em cana-de-açúcar que somos grandes expertos. Estamos lançando para o produtor independente, para o fornecedor, um financiamento em quatro anos de até 20% dos seus canaviais por ano ou um milhão de reais para cada produtor em cada safra. Vamos retomar o investimento da base, a base de todo o setor sucroalcooleiro é o plantador de cana que tem que ser a primeira preocupação. Estamos agora, presidente, e é uma coisa que me deixa até um pouco emocionado... Uma das coisas que todos nós que somos da área, que lutamos no dia a dia do campo, sabemos que há uma diferença no desenvolvimento do nosso país, que temos desenvolvido uma coisa tão equilibrada, mas houve um desequilíbrio e esse desequilíbrio se deu na relação entre a lavoura e a pecuária. Qualquer produtor agrícola vai ao banco e lá no Banco do Brasil, nos bancos particulares que são grandes parceiros nossos ou numa das linhas de financiamento do BNDES, vai buscar o financiamento adequado daquilo que ele precisa fazer. O pecuarista, não. O pecuarista vai ao banco, pode tirar dinheiro, ele não gosta, ele é avesso ao risco e aí ele vai lá porque ele é um fazendeiro respeitado, porque ele tem propriedade, porque ele movimenta o banco. Não é justo. Isso gerou um gap imenso. Vocês viram: 774% da agricultura brasileira em cinquenta anos, pois na pecuária foi 250%, aproximadamente. Então, essa diferença, o governo da presidente Dilma, por determinação dela que estudasse a fundo essa questão e oferecesse oportunidade de diminuir essa diferença, nós estamos lançando as primeiras linhas para financiar a pecuária brasileira. Primeiro, nossa fraqueza, nossa fragilidade. Nós temos que mudar a nossa mentalidade em relação à pecuária. Eu não estou falando da pecuária de ponta, não estou falando do Duda, não estou falando do Jovelino, não estou falando do Jonas. Estou falando do pecuarista lá da ponta. Não chegou a genética, não chegou, sobretudo, pasto adequado. A primeira linha, nós precisamos melhorar as nossas pastagens, mas melhorar assim... Tem que corrigir a terra, que fazer adubação, tem que fazer manejo adequado, tem que selecionar novas variedades de gramíneas, tem que consorciar com leguminosas, tem que fazer tudo o que for adequado para que tenhamos uma pecuária de primeiro mundo. Vamos financiar com grande ganho ambiental e grande ganho econômico a renovação de pastagens. Nós queremos sair do 1,2 cabeças por hectare, que é a nossa média nacional, para uma situação nova de, pelo menos, três cabeças por hectares em dez anos. Isso muda o patamar do nosso plantel, mas, além disso, libera terras para agricultura, para outras culturas mais adequadas. Segunda linha. Nós estamos com um problema gravíssimo no Brasil e todos nós sabemos: o morticínio de matrizes. No Mato Grosso, no ano passado, 47% dos abates foram de fêmeas. No nível nacional é um pouco superior, é um terço de abate de fêmeas. Quando o fazendeiro abate a fêmea, ele se ressente, sobretudo, àquele que ama a sua criação, o seu trabalho, a sua vida no campo. Ele olha e diz: preciso pagar as minhas dívidas, se no pasto só tiver fêmea, vai fêmea mesmo. Nós estamos querendo lançar uma contradita a essa prática. Queremos que o fazendeiro, pecuarista tenha condições de reter as matrizes. Estamos gerando um financiamento para retenção de matrizes. Não vamos matar hoje a receita futura de vários anos. Nós sabemos e respeitamos que há pecuaristas que não gostam de criar, que estão especializados na recria, na engorda e hoje com o protagonismo que nós temos, mundial, um protagonismo mundial no mercado de carnes, nós precisamos ampliar o nosso plantel ou não tem jeito. Nós não conseguiremos - se nós não ampliarmos o nosso plantel - atender a demanda. O que nós estamos fazendo? Para aquele que não quer criar, nós financiamos a venda de matrizes, a compra por terceiros pecuaristas que queiram que as matrizes produzam e também a compra de reprodutores. Essas são as três linhas que estamos lançando para começar um movimento que a presidenta Dilma me determinou que tivesse continuidade no combate a matança clandestina que, infelizmente... Vou dizer um dado que não gosto de dizer, mas é o próximo passo, 50% do abate é clandestino no nosso país que é o primeiro do mundo em carne. Isso é inadmissível e nós vamos trabalhar para que isso mude, que acabe, se possível. Finalmente, as questões mais gerais. Um trabalho extraordinário das equipes técnicas, do Gilson, do José Carlos, simplificando ao máximo a vida dos senhores. E para isso começa assim: aumentamos os limites para financiamento da chamada classe média rural. Por que? Porque hoje nós temos no país, construímos com muita força, o presidente Lula deu um grande avanço nisso e a presidente Dilma tem dado uma abertura extraordinária para os pequenos agricultores da agricultura familiar. Eu sou daqueles, talvez tenha sido o primeiro e acho que isso é importante nós dizermos, sobretudo, vocês que são maiores, que são grandes, que é grandemente importante para o país termos uma pequena agricultura de agricultura familiar, de agricultores que manejam a sua terra, que produzem alimentos para consumo local porque isso estabelece uma complementaridade com a nossa agricultura empresarial capaz de gerar resultados imensos para nosso país e se volta mais para commodities, para exportação, para energia renovável. Portanto, nada nos conflita. E o grande mérito desse trabalho foi a pacificação no campo. Eu repudio, digo a você meu querido ministro Florence, que eu e agricultura brasileira repudiamos as agressões que alguns líderes camponeses tem tido no norte do país. Quero que nosso país tenha coragem de não aceitar essa provocação. Nós temos que construir um país para todos em que todos tenham direitos e nós que somos maiores, sob a orientação da nossa presidente, com a solidariedade do nosso vice-presidente, vamos trabalhar para que isso ocorra. Pois bem, nós estamos mudando esse patamar dos financiamentos da classe média rural. Hoje, o pequenininho tem o Pronaf, tem uma atenção muito boa, mesmo alguns produtores de agricultura empresarial que trabalham com pequenas áreas se credenciam ao Pronaf, e, portanto, engrossam os números do meu querido Florence. O grande tem meios para viabilizar sua cultura. Nós estamos preocupados com a classe média rural, com o médio produtor, estamos aumentando os limites de crédito para eles, estamos aumentando a renda que agora vai até 700 mil reais de faturamento anual e estamos dando condições novas de juros melhores para esta faixa, que tem o mérito de ser o sustentáculo do nosso país na área agrícola. Claro, que nós temos honra de ter um grande produtor, aqui nós estamos com o maior produtor, o Eraí. Temos honra de ver um trabalho como o do Eraí. Mas, queremos que o nosso produtor médio tenha acesso a todos os meios para que ele seja um grande médio produtor no nosso país. Quero dizer também que, vou deixar presidenta porque se não você não vai falar nada, o presidente Lula veio uma vez aqui, eu falei, falei, falei... Eu não vou falar porque a presidente vai falar coisas importantes sobre a forma como nós estamos avançando. Mas, o que eu quero dizer a vocês que nós temos a honra de ter aqui a cadeia de café praticamente toda aqui. Me lembro que quando eu entrei no ministério havia uma conflituosidade, uma relação de tensão dentro da cadeia do café. Só teve um antídoto a ela: o diálogo, nós conversarmos, respeitando a todos os elos da cadeia e assim construímos uma relação nova que hoje se você encontrar um cafeicultor, é um prêmio na televisão, se você encontrar um cafeicultor que não esteja com o sorriso daqui até aqui, ganha um prêmio na televisão porque está todo mundo rindo no café. E, assim, todas as cadeias que aqui estão. Quero dizer a vocês porque isso é uma obrigação. Vocês me conhecem há muitos anos, sabem que não sou homem de meias palavras, não sou homem de bajulações e muito menos sou homem de enfrentar com a mentira, a verdade. Eu tenho que dar o meu testemunho. Foi na minha mesa que se construiu, por orientação da nossa presidente Dilma, o consenso do Código Florestal. Quero dizer que os avanços foram tantos que eu mesmo que participei diretamente da composição, não acreditava. Conversava com Kátia sobre isso, a luta que foi. Eu penso que aqui há muitos produtores, nenhum de vocês, inclusive eu, acreditava que devíamos fazer a junção de APP com reserva legal. Se um acreditasse, estava sonhando. Isso só foi feito porque assim determinou a nossa presidenta. Esse avanço imenso, ninguém aqui teria a ousadia de pensar que nós íamos emplacar o que é justo, o que é correto e que teve o beneplácito e o apoio da nossa presidenta, que é a compensação, que é o que todos temos que fazer no bioma, portanto, adequando a produção. Não em cima das áreas mais produtivas, mas daquelas que ficaram atrasadas e é lá que temos que fazer reserva e preservar a nossa biodiversidade que é um valor tão intenso. Ninguém acreditava nisso. Ninguém acreditava que nas recuperações das reservas legais nós seríamos autorizados a manejar 50% da área com essências exóticas e explorá-las. Portanto, quero dizer presidente, e aí eu digo com muita responsabilidade. Quero dizer, presidenta Dilma, que foi a sua orientação que permitiu os avanços que tivemos na discussão do Código Florestal. É a Dilma que fez isso! E aí, no final, ela exigiu uma única coisa e eu digo que estou ao lado dela 100%! Eu não aceito, como os verdadeiros produtores rurais não aceitam, que o tratamento seja dado igual a quem desmatou com legalidade, com a lei da época, àqueles que fazem do desmatamento um pecado capital porque destroem sem nenhum respeito a floresta que nós queremos preservar. Está certíssima, presidente! E eu tenho certeza que a agricultura brasileira está ao seu lado nessa batalha. E tenho certeza que o Congresso Nacional saberá corrigir os arroubos do processo que foi equivocado. Por isso, não seria justo ao encontrar com você todos que representam a produção nacional na área agrícola, na pecuária, não seria justo deixar de dizer, presidenta, que nós devemos a senhora os avanços obtidos. E que a senhora tem a nossa solidariedade total do nosso trabalho para que pequenos arroubos desnecessários que contrariam a lógica. Não se pode tratar o legal e o ilegal da mesma maneira. Quem o fizer está atendendo apenas os interesses dos ilegais. Isso não é o nosso interesse. Presidente, o tempo urge, desculpe ter me prolongado um pouco, mas eu que quero dizer a senhora que no Brasil o tempo é agora, que no Brasil o tempo agora é o tempo da colheita, do plantio, porque esse Brasil é tão rico, ele dá várias safras. Quero dizer que o tempo é agora de nós levantarmos esse país para o desafio da produção. Temos 55% da cobertura vegetal original. Cabral, quando descobriu o Brasil, grande parte da nossa vegetação é a mesma, reciclada apenas pela natureza. Nós somos a terceira agricultura orgânica do planeta, quase dois milhões de hectares no Brasil são plantados sem nenhuma química, nós somos o maior explorador de floresta com sustentabilidade, oito milhões de hectares. Nós somos, portanto, uma agricultura respeitadora do meio ambiente, nós somos preservadores porque dependemos da terra, das suas condições, dos nossos rios, das nossas nascentes para tocar o nosso negócio. E nós temos empresários altamente produtivos, com visão, inovadores, temos trabalhadores extraordinariamente produtivos, capazes de enfrentar o trabalho de qualquer nação do mundo. Por isso, talvez, presidenta me desculpe o nosso grande Paulo Skaf, uma voz importante no nosso país, na nossa indústria, não tenho nenhuma restrição a indústria, ao contrário. Aqui estão industriais da agroindústria brasileira. Mas, diferentemente da indústria, presidente, a agricultura brasileira pode dizer a senhora, a pecuária brasileira pode dizer a nossa presidenta Dilma: conte conosco porque nós vamos garantir a segurança alimentar do nosso país, nós vamos gerar os recursos que o país precisa para o seu desenvolvimento e vamos, sobretudo, respeitar a natureza e respeitar as relações do trabalho que são exemplares na agricultura brasileira. Eu já disse, o tempo urge. Vamos ao campo porque é lá o nosso trabalho. Muito obrigado.