Comunicado
Para: Redacção Data: 20 de Agosto de 2015 Assunto: Exposição “Dois tempos” na Mediateca do BCI Longo caminho para a modernidade Maputo, 20 de Agosto de 2015 – “Esta exposição não era para ter como tema a Mulher mas, como
continuo muito decepcionado com os homens, voltei novamente a escolher a Mulher como centro das
atenções.”
Foi assim, desta forma singela, que o artista plástico Francisco Vilanculos explicou a temática de
“Dois Tempos”, a exposição que ontem, dia 19 de Agosto, foi inaugurada na Mediateca do BCI, em
Maputo. E concluiu: “Esta desilusão com os homens é porque nós maltratamos muito as mulheres. O
homem está sempre em primeiro lugar, é sempre o número um. Esta exposição é uma maneira de
compensar tudo aquilo que elas têm feito por nós e também de mostrar o seu poder, a sua sabedoria, a
sua experiência.”
“Dois Tempos” vem na sequência de “Expressão no Olhar e Olhar de Expressão”, a anterior mostra de
Vilanculos, em que “a Mulher não tinha muita força de expressão. A sua única forma de expressão era
o olhar. Na altura fiz essa exposição para mostrar os desafios que as mulheres tinham pela frente”,
refere o artista.
Em “Dois Tempos” a tradição mistura-se com a modernidade. “Esta mulher já sai de casa, trabalha,
usa o seu batom, já dá os seus próprios passos, já tem voz própria, está a entrar na modernidade mas
ainda tem muitos desafios pela frente.”
O representante do BCI na cerimónia, o administrador Luís Aguiar, reforçou essa ideia: “Em ‘Dois
Tempos’ a Mulher já tem consciência que as coisas mudaram. Hoje, sabe que tem o direito e o dever
de ser uma mulher independente, emancipada, com controlo sobre o seu corpo e dona das suas
próprias decisões. Isso é patente quando troca a capulana por uma seda, quando substitui as tatuagens
macondes por peircings ou quando troca o mussiro por uma pomada de marca que só se encontra à
venda nas lojas. A maquiagem é livre nas suas texturas e cores.”
Vilanculos trouxe 12 obras para a Mediateca do BCI e utilizou a técnica de óleo e acrílico, ambos
sobre tela. Muitas delas são tão realistas que se confundem com fotografia. Os rostos aqui retratados
são, na maior parte deles, reais. “São vizinhas, família, pessoas desconhecidas… gostei da sua história
quando interagi com elas. Os rostos, para mim, têm de trazer alguma luta, alguma força.” E o olhar?
“O olhar é sempre real, não posso disfarçar. Posso distorcer um pouco a imagem mas o olhar tem de
ser real. 100% real”, esclarece o artista.
Refira-se que “Dois Tempos”, com entrada livre, estará patente até ao dia 29 de Agosto. NOTAS PARA OS EDITORES: 
A Mediateca do BCI é um espaço consagrado à divulgação da arte e cultura nacionais no âmbito da política de Responsabilidade Social do Banco. Está situada no Espaço Joaquim Chissano, na Rua Joe Slovo (ex‐Joaquim Lapa), nº 21, em Maputo. Informações adicionais estão disponíveis em www.bci.co.mz Informações adicionais: Gabinete de Relações Públicas do BCI: DMK‐[email protected] 
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