abcdmaior.com.br Envie sua notícia agora pelo WhatsApp (11) 97589-3847 /abcdmaior Daphne Sonnenschein, de São Bernardo, é atração no ‘MasterChef Júnior’. PÁG. 5 Regional, de verdade rodrigo pinto 10 e 11 de novembro de 2015 DESDE 2005 | ANO 10 | nº 964 Trânsito faz a Região ter velocidade média de 20 km/h Departamentos de Trânsito das cidades da Região calculam que, em horários de pico, a velocidade média dos veículos que circulam pelas vias é de 20 km/h. Em determinados dias e horários, a velocidade cai para 10 km/h. A lentidão atinge veículos particulares e o transporte coletivo. PÁG. 3 rodrigo pinto Trânsito na avenida Dom Pedro 2º, em Santo André, por volta das 17h30, um dos pontos de velocidade lenta; congestionamento afeta a vida das pessoas e até serviços de emergência p o lít ica nac i o n a l c i da d es e s p ort e s região tem novos concursos públicos PÁG. 0 vale terá de pagar indenização a desalojados PÁG. 11 consórcio questiona obras da sabesp PÁG. 4 federação dá esperança ao água santa PÁG. 15 2 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 opinião EDITORIAL Trapalhadas preocupam prefeitos da Região Os prefeitos do ABCD, reunidos no Consórcio Intermunicipal nesta segunda-feira (09/11), questionaram a obra que a Sabesp está fazendo para tirar água da represa Billings e levá-la para o sistema de represas do Alto Tietê. A obra vem provocando uma série de contratempos em Ribeirão Pires, o último deles as enchentes não programadas em um ribeirão local, que levaria a água para o Alto Tietê. Casas foram interditadas e o ribeirão sofreu assoreamento. Cenas típicas de uma obra mal planejada e que ainda não demonstrou sua eficácia para o verdadeiro desastre que é a gestão da água pela Sabesp e o governo do Estado. A posição dos prefeitos mostra que as críticas à obra mal planejada da Sabesp, mais do que uma perseguição política contra a administração do PSDB de um bem precioso como a água, trata-se, na verdade, de um desabafo de gestores municipais contra as trapalhadas de um governador que não tomou as medidas necessárias quando foi alertado para a crise hídrica que se aproximava, isso há 10 anos. O ABCD MAIOR há um bom tempo alerta para o desastre no abastecimento de água. Alerta também que abastecer a população com água, além da coleta de esgotos, não é um serviço que deva dar lucro, mas que tem de servir tão somente aos interesses públicos. Mas a Sabesp, com orientação do governo do PSDB, preferiu negociar as ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque e, assim, o serviço passou a ser do interesse dos acionistas do mercado. Agora, a situação calamitosa do abastecimento de água em toda a Grande São Paulo é fruto dessa opção equivocada dos tucanos, a de transformar um serviço público em um negócio do mercado. O resultado dessa opção aparece nas trapalhadas ocorridas em Ribeirão Pires, em Rio Grande da Serra e na ameaça de poluir o chamado braço Rio Grande, a única porção teoricamente limpa da Billings. As trapalhadas da Sabesp e do governador Alckmin agora preocupam os prefeitos do ABCD. Aqui tem ABCD MAIOR Da reciclagem ao trabalho e renda, da coleta seletiva à triagem e ao matrimônio Tarcisio Secoli * Lucia e Reginaldo, como tantas outras pessoas, viveram alguns reveses na vida. O pior deles foi quando se viram fazendo catação no antigo lixão do Alvarenga, em São Bernardo do Campo, para subtrair dali a própria sobrevivência. Vida dura, sofrida e suada. Com o fechamento do lixão, de novo a vida dava voltas. Mas, desta vez para melhor. Eles se integraram a uma das associações de catadores criadas pela Prefeitura com o propósito de acolher estas pessoas, o que garantiu trabalho e cerca de um salário mínimo ao mês de renda com a triagem e comercialização dos materiais. Mais de dez anos se passaram desde a saída das pessoas do lixão. Lucia e Reginaldo ajudaram com trabalho as duas associações. Lucia, mulher de fala mansa que, com olhar profundo e maternal, põe ordem e conforta as pessoas. Reginaldo, igualmente de fala mansa, com seus gestos e palavras firmes organiza a produção, colocando os trabalhadores em sintonia com a chegada, triagem e saída dos materiais. Mas a vida segue dando voltas. Com a implantação do programa de www.abcdmaior.com.br coleta seletiva em 100% em São Bernardo do Campo, as duas associações foram convertidas em cooperativas (Cooperluz e Reluz) e obtiveram o direito de uso das duas novas centrais de triagem criadas pela Prefeitura. Reginaldo e Lucia trabalham agora na Cooperluz, uma central de triagem semiautomatizada com capacidade para processar até 100 toneladas por dia. Hoje, a Cooperluz processa mais de 25 toneladas diárias, o que pode significar uma renda de mais de R$ 1.500 mensais para cada trabalhador. Somado à produção da Reluz, os 129 catadores e catadoras das duas cooperativas, atualmente, contribuem com a retirada de mais de 40 toneladas diárias de matérias que antes eram enviados ao aterro sanitário. Em média, cada habitante gera cerca de 1 kg de lixo por dia em São Bernardo, totalizando mais de 800 toneladas de lixo diariamente, dos quais Lucia, Reginaldo e tantas outras pessoas retiram hoje com seus trabalhos, suores e sorrisos cerca de 5%. A meta é retirar 80 toneladas por dia de materiais recicláveis até o fim de 2016, perfazendo 10% de reciclagem, índice que muitos países e ci- dades não atingiram até agora. A retirada destes materiais de circulação, ou pior, da má deposição, também complementa o programa de macro e microdrenagem, contribuindo para evitar os alagamentos históricos da cidade. Do lixão à reciclagem, da catação à triagem, da associação à cooperativa, a vida de Lucia e Reginaldo se transforma e dá sentido à sustentabilidade, à preservação do meio ambiente, ao amor e à família constituída e criada com os sorrisos e esforços do trabalho, amparados pelas ações para tornar São Bernardo do Campo uma cidade cada vez melhor de se viver. Município que recicla, que gera trabalho e renda e possibilita que Lucia e Reginaldo concretizem seus sonhos, entre os quais formalizar um casamento que já dura anos e que será celebrado na Cooperluz no dia 14 de novembro de 2015. A eles, meus sinceros desejos de felicidades e meus agradecimentos a todos os catadores e catadoras pelo importante trabalho realizado. * Tarcisio Secoli é Secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo. /abcdmaior Expediente MP Editora Ltda | Endereço: Trav. Monteiro Lobato, 95, Centro, SBC | CEP 09721-140 | (11) 4930-7450 Av. Pereira Barreto x Av Gilda Santo André Ver lista completa no www.abcdmaior.com.br Diretor e Jornalista Responsável: Walter Venturini | Diretor Executivo: Silvio Berengani Editores: Política: Júlio Gardesani, (11) 4930-7467, [email protected] |Cidades: Mauricio Milani, (11) 4930-7470, [email protected] Economia: Silvio Berengani, (11) 4930-7457, [email protected] | Cultura: Marina Bastos, (11) 4930-7462, [email protected] | Esportes: Antonio Kurazumi, (11) 4930-7454, [email protected] | Fotografia: Amanda Perobelli, (11) 4930-7465, [email protected] | Projeto Gráfico: Ligia Minami | Diagramação e editoração: Evelyn Domingues | Tratamento de imagem: Fabiano Ibidi | Comercial: Paulo Lima (11) 4930-7452 , [email protected] | Distribuição: Casa da Arte - distribuicao@ abcdmaior.com.br (11) 4930-7474 Publicação trissemanal www.abcdmaior.com.br | Os artigos são de responsabilidade dos autores e não expressam a opinião deste jornal. Circulação em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra @ABCD_MAIOR TIRAGEM 20 mil exemplares certificação: FONE 4193-5357 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR cidades 3 Homicídios de negras crescem 54% em 10 anos Negras são as maiores vítimas de homicídio de mulheres no País, diz a ONU. Em 10 anos, o crescimento de casos foi de 54%, enquanto mortes de brancas caíram 10%. Velocidade média na Região é de 20 km/h no horário de pico Dependendo do dia, algumas vias do ABCD chegam a ter velocidade ainda menor, de apenas 10km/h rodrigo pinto Renan Fonseca [email protected] Um esquilo consegue atingir velocidade média de 24 km/h, conforme catálogos de ciências. Isso é mais do que a velocidade média dos carros que circulam no ABCD na hora do rush. Informações das prefeituras mostram que nas primeiras horas da manhã, e na volta do trabalho, cerca de 40 avenidas e ruas ficam engarrafadas. Em média, a velocidade nesses locais não ultrapassa os 20 km/h. A depender do dia e da rota, a velocidade média no trânsito cai para a metade (10 km/h). Com a lentidão, surgem buzinas, apitos dos agentes de trânsito, xingamentos, estresse e, claro, atrasos. Esses vilões são enfrentados todos os dias não só por motoristas. Passageiros do transporte público também sentem na pele. Morador de Santo André, o revisor Adriano de Oliveira, 40 anos, vivencia a duas experiências. “Durante a semana vou de ônibus até a Lins de Vasconcelos (Capital), onde trabalho, e não pego muito trânsito. Mas aos fins de semana ando bastante de carro e o trânsito é bem complicado, principalmente quando algum ônibus quebra, em caso de acidentes ou mesmo quando passamos por alguma obra na rua”, descreveu. ação das cidades Cada município tenta reduzir as filas. Agentes de trânsito usam apitos e acenos para administrar a confusão. Outros municípios, como São Bernardo, apostam na mudança de preferência de deslocamento. Mais de 10 corredores exclusivos para ônibus estão em construção, como é o caso do Corredor Leste/Oeste. A maior cidade da Região possui uma frota de aproximadamente 620 mil veículos, sendo que nos horários de pico chega a aproximadamente 1,1 milhão VIAS CONGESTIONADAS NO ABCD n Santo André Pela manhã, das 6h às 9h: Av. dos Estados x Rua dos Alpes; av. dos Estados x Av. da Paz; av. Santos Dumont x av. Firestone; viaduto Adib Chamas - sentido Centro À tarde, das 17h as 19h30: Av. Prestes Maia x av. dos Estados; av. dos Estados x rua Martins Fontes; av. dos Estados x av. da Paz; av. Industrial x rua Itambé; av. 15 de Novembro x rua Pe. Manoel da Nóbrega; av. José Amazonas x rua das Figueiras; Perimetral sentido Mauá; av. Dom Pedro 2º x rua Catequese Avenida Prestes Maia é uma das vias problemáticas de Santo André: exercício diário de paciência para os motoristas de veículos, sendo 40% de passagem, conforme a Prefeitura. “Ou seja, quase dobra esse montante pelo fato de São Bernardo servir de acesso a Diadema, São Paulo, Baixada Santista, Santo André, São Caetano e Rodoanel”, esclareceu em nota. Porém, mesmo as recentes al- terações no viário já apresentam dificuldades de fluxo. A avenida Lions, em São Bernardo, não consegue desenvolver boa velocidade de trânsito por conta, principalmente, da via Anchieta. “Enfrento muito trânsito na avenida Lions até chegar na Anchieta. Percebo que os piores dias são os dias com muitos caminhões utilizando esse caminho pra chegar nas vias que levam a São Paulo ou Baixada”, disse o servidor público Reinaldo Augusto, 35 anos. “Quando percebo que está assim costumo cortar por dentro do bairro para fugir desse trânsito”, relatou. Lentidão afeta vida de quem salva vidas Até as ambulâncias do Samu, com suas sirenes e a possibilidade de cruzar engarrafamentos, são vítimas do trânsito do ABCD. Mas vítima mesmo é quem precisa desse serviço e tem de arcar com o atraso da chegada do resgate. O coordenador de frota do Samu de Santo André, Douglas Barbosa dos Santos, explicou que outro complicador para as ambulâncias é a falta de habilidade dos motoristas. “Muitos dirigem com vidros fechados, som interno alto, e não ouvem a sirene. Outros não conseguem manobrar para liberar a passagem para o resgate”, disse. Com mais de 10 anos de experiência nas corridas para o sal- vamento, Santos pondera que, mesmo com as dificuldades os motoristas do resgate abordam outras rotas. “A gente sempre envia as ambulâncias mais próximas da ocorrência. Os nossos motoristas conhecem bem a Re- gião e sempre evitam o tráfego carregado”, afirmou. O período médio de chegada do socorro é de 15 minutos. De acordo com o coordenador, o congestionamento atrasa esse tempo para até 20 minutos. n São Bernardo Av. Lucas Nogueira Garcez e Piraporinha; av. Pereira Barreto; via Anchieta; av. do Taboão x estrada das Lágrimas x Dr. Rudge Ramos; av. Lions; rua dos Vianas; rua Marechal Deodoro; av. Brigadeiro Faria Lima; estrada dos Alvarengas x estr. da Cama Patente; praça Samuel Sabatini; av. Nações Unidas; av. Redenção; av. Rotary n Mauá Av. João Ramalho; av. Capitão João; av. Antônia Rosa Fioravante; av. Barão de Mauá; av. Dr. Alberto Soares Sampaio n Diadema Avenida Piraporinha (Centro-bairro); avenida Fábio Eduardo Ramos Esquível (Centro-bairro); rua Antônio Dias Adorno (Centro – bairro); avenida Casa Grande (sentido SBC); Corredor ABD sentido SBC n São Caetano Av. dos Estados; av. Goiás; av. Guido Aliberti. n Ribeirão Pires Av. Humberto de Campos 4 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 cidades Aula de direção em simulador será obrigatória a partir de dezembro A partir de 14 de dezembro, quem quiser tirar a Carteira Nacional de Habilitação na categoria B (carro) terá de realizar cinco horas/aula em simulador de direção veicular. A determinação é do Conselho Nacional de Trânsito. Consórcio questiona obras de transposição de águas da Billings Prefeitos querem que Sabesp e Daee apontem soluções para transtornos causados por intervenção para levar água ao Alto Tietê andris bovo Rosângela Dias [email protected] O Consórcio Intermunicipal vai pedir explicações à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) sobre transtornos causados pela obra de transposição das águas da represa Billings para o Sistema Alto Tietê. A intervenção entregue em 30 de setembro foi parcialmente embargada pela Prefeitura de Ribeirão Pires em 7 de outubro, após provocar inundações no Bairro Ouro Fino. O projeto prevê a passagem de 4 metros cúbicos por segundo através do córrego Taiaçupeba-Mirim, mas a capacidade máxima ainda não foi atingida, já que ocorreu inundação quando o volume era de apenas 1,8 m³. Desde o transbordamento, a operação foi reduzida para 1m³, 25% da previsão inicial, de acordo com a Prefeitura. “O prefeito Saulo Benevides relatou que está acontecendo o desbarrancamento das margens do córrego. Acreditamos que não foi pensado que o córrego não estava preparado Obras da Sabesp preveem passagem de 4 metros cúbicos por segundo, mas capacidade não foi atingida porque ocorreu inundação com volume de 1,8 metro cúbico para receber esse volume de 4 m³ e queremos saber se existe alguma ação (por parte da Sabesp e Daee) para evitar esse tipo de problema”, afirmou o presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão, após reunião dos prefeitos nesta segunda-feira (09/11). A intenção é que membros dos dois órgãos compareçam à entidade regional para prestar esclarecimentos. SEM CONDIÇÃO Ailton Gomes da Silva, assessor regional da Prefeitura de Ribeirão Pires, avalia que a obra não tem condições de receber 4 m³ por segundo. “Os moradores estão preocupados, três ou quatro casas continuavam interditadas até a última sexta-feira (06/11). Não precisa ser engenheiro especializado na área para ver que não vai comportar”, avaliou. Em nota, a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos informou que o bombeamento se encontra em operação assistida, necessária para eventuais ajustes, e que o Daee está reforçando o ponto em que a água chega, o que evitará novas erosões. Diferente do percentual informado pela Prefeitura de Ribeirão, a Sabesp afirmou que a interligação está bombeando 2 m³ por segundo e que em breve a capacidade máxima, de 4 m³, será atingida. “Enquanto o reparo na encosta do córrego estiver em curso, o bombeamento pode ser interrompido pontualmente para o andamento dos trabalhos, sendo retomado na sequência.” Santo André decide acionar Sabesp no Cade por cobrança indevida O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), vai denunciar a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) por cobrança indevida do valor da água. A administração municipal questiona a alta taxa pela venda a atacado cobrada pela companhia gerida pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Nesta terça-feira (10/11), o prefeito envia formalmente ao órgão de proteção o pedido de apuração de infração à ordem econômica. Na prática, a Prefeitura alega que há anos a companhia estadual cobra indevidamente R$ 1,81 por metro cúbico de água. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) é responsável apenas por distribuir a água enviada pela Sabesp. A autarquia, porém, não paga o valor cobrado e, baseada em estudo próprio, garante R$ 0,90 por metro cúbico. Por conta disso, há mais de 10 anos o governo estadual ingressou com ação na Justiça cobrando R$ 1,346 bilhão do município. A mesma briga aconteceu em Diadema e São Bernardo. Ou seja, com a cobrança alta praticada pela Sabesp, os municípios são induzidos a entrar na dívida. No caso das duas cidades, a Sabesp conseguiu a falência das autarquias que faziam a distribuição da água – assim como acontece em Santo André. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) foi anexada pela Sabesp em abril de 2014. O fechamento da autarquia serviu para pagar dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão com a Sabesp. OUTRO LADO Em nota, a Sabesp informou que “não detém o monopólio da água tratada no atacado uma vez que o Semasa poderia captar água em bacias hidrográficas externas à RMSP [Região Metropolitana], transportá-la por cerca de 100 quilômetros, vencendo desníveis topográficos significativos (a um custo elevadíssimo) e tratá-la. Exatamente como faz a Sabesp. Só que o Semasa prefere comprar da Sabesp, pagando apenas uma fração do preço justo. E nem sequer dá desconto a seus consumidores! Isto é, o Semasa cobra por um serviço que não realiza nem paga corretamente. Sob o ponto de vista da relação comercial, a Sabesp poderia fechar pura e simplesmente a torneira para Santo André. Não o faz por respeito à população. Importante esclarecer que, devido à crise hídrica, toda a RMSP - isto é, áreas atendidas no varejo pela Sabesp ou por outras distribuidoras, como é o caso do Semasa - está submetida à mesma redução percentual de suprimento de água tratada no atacado”. (Renan Fonseca) 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR sem-teto na câmara de sbc Representantes do MLB, que ocupou um terreno domingo (08/11) no Bairro Demarchi, foram nesta segunda (09/11) à Câmara para denunciar o uso de força pela GCM. 5 Lei combate bullying A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que institui o programa de combate ao bullying. O texto publicado na edição desta segunda-feira (09/11) do Diário Oficial da União. Talento de SBC no MasterChef Daphne já tem receita com o próprio nome no restaurante de uma das juradas do programa de TV Jessica Marques [email protected] O mais fino e saboroso da culinária está no Bairro Planalto, em São Bernardo. Não se trata de um restaurante, mas da chef mirim Daphne Sonnenschein. Aos 13 anos, a jovem é um dos destaques do MasterChef Júnior, programa exibido toda terça-feira, na Band, às 22h10, desde 20 de outubro. O talento é tanto que, em pouco tempo de exibição, Daphne criou uma receita de empanada irresistível em uma das provas do programa. A invenção da garota é vendida com marca registrada no restaurante de Paola Carosella, uma das juradas, que é chef. A receita também fez sucesso na escola onde a jovem estuda. De- pois de muitos pedidos, os colegas de sala deliciaram-se com o prato, que une carne, uva passa e azeitona preta com a clássica massa do prato tipicamente chileno. Os dons culinários, porém, são fruto de estudo e curiosidade, que surgiu aos sete anos. O presente de Natal, aos oito anos, foi uma batedeira e o de Dia das Crianças, um livro de culinária. “A cozinha vivia cheia de farinha, panelas engorduradas e um relógio cronometrando tudo”, contou Gisah Gabriel, mãe de Daphne. O sonho da menina era que o MasterChef tivesse uma edição brasileira. Todos os episódios de outros países eram acompanhados e, quando a versão foi criada no País, a expectativa só aumentou. O sonho era visto por Gisah como uma brincadeira, que era alimentada. “Eu sempre comprei tudo o que minha filha pediu para a cozinha, ela é prioridade”, disse. Da mesma forma que o skate, a ginástica rítmica, a capoeira e o circo, a culinária era vista como mais uma atividade de lazer. Entretanto, o passatempo foi se mostrando cada vez mais sério. Gisah não resistiu à codorna recheada com arroz negro, ao raviolli com barriga de porco, carnes e peixes preparados pelas delicadas mãos de Daphne. O vencedor do MasterChef Júnior leva para casa, além do troféu, uma viagem à Disney com cinco acompanhantes, um curso de culinária, um vale compras de mil reais por mês por um ano e um kit de eletrodomésticos. rodrigo pinto Aos 13 anos, Daphne mostra talento que começou a ser cultivado aos sete 6 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 entrevista Apropriação cultural começa com reconhecimento de patrimônios Os conselhos municipais do patrimônio histórico enfrentam burocracias para conscientizar o poder público e a população sobre o valor do reconhecimento da memória e o tombamento e restauro de bens. Presidente do órgão de Ribeirão Pires, Mauricio Tintori ressalta a importância do passado para a visão do presente. Atuante numa cidade que excluiu a Secretaria de Cultura, o estudioso contraria políticas municipais pela valorização artística. Rafael Revadam [email protected] ABCD MAIOR - Ultimamente temos acompanhado um reconhecimento às pesquisas de patrimônio histórico, inclusive com a possível indicação de Paranapiacaba como bem mundial. Quando esta visão começou? Mauricio Tintori - As pesquisas de patrimônio histórico começaram em 1988. Depois de um tempo, elas tiveram muito apoio do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel. Ele incentivava o resgate da história da Região, principalmente em Paranapiacaba. Muito do projeto que até hoje tenta tornar Paranapiacaba um patrimônio histórico mundial vem desde as gestões dele. E nesse ano está tendo até maior repercussão da mídia. Não sei se isso tem a ver porque estamos lutando pela preservação de alguns patrimônios. Cada patrimônio tem sua importância e existem grupos levando isso à tona. Não que no passado não teve isso, mas acho que esta questão está crescendo nos últimos tempos. Em Ribeirão Pires, a preocupação em preservar patrimônios históricos está relacionada com a Casa de Herbert Richers. Existe um impasse político, já que o terreno é de posse da iniciativa privada. Como está essa situação? Tivemos uma reunião com o prefeito Saulo Benevides sobre a possível preservação de determinados patrimônios. Prorrogamos o prazo do tombamento provisório da Casa de Herbert Richers e veremos se o tombamento final vai acontecer. andris bovo Porque, no caso, a decisão fica com o poder executivo. Nos mobilizamos como sociedade civil, mas não temos relação com a Prefeitura. E é tudo na independência, fazemos os estudos, as pesquisas, indicamos possíveis patrimônios, fazemos campanhas de preservação, mas a decisão fica com o prefeito. Relacionando à Casa, com o prazo prorrogado em 180 dias, o posicionamento final deve sair até março de 2016. Além da Casa, quais patrimônios estão neste processo de reconhecimento em Ribeirão? Atualmente estamos focando principalmente na Casa de Herbert Richers e na Fábrica de Sal. Pensamos em trabalhar mais pra frente com tombamento de bens imateriais. No caso, com a Festa do Pilar. Temos uma lista com possíveis patrimônios, como igrejas, mas ainda não avançamos sobre as análises dos locais. Quando o espaço é de posse do município, o processo de tombamento é mais rápido? Por ser público, temos a perspectiva que o processo de tombamento seria mais fácil. Mas, na prática, as coisas não acontecem desse jeito. Estamos nos mobilizando para realizar um abaixo-assinado ou coisas do tipo, para a preservação da Fábrica de Sal especificamente. Houve algum processo para reconhecimento da Fábrica? Não. O único problema de lá é a questão do solo. O sal infectou boa parte do terreno e ele se tornou impróprio para habitação ou para trabalho. Por isso que o prédio foi [em partes] interditado e deixou de receber as atividades que tinha, como escola de Tintori, do Conselho do Patrimônio Histórico de Ribeirão, esclareceu que qualquer cidadão pode pedir tombamento de um patrimônio música e de teatro. A Prefeitura acabou fechando o local e agora está acontecendo o debate sobre o que vão fazer com o terreno futuramente. Ainda existem pontos de interrogação sobre isso. Tem laudos explicando a situação da Fábrica e a grande questão é se a Prefeitura teria dinheiro ou não pra desinfectar, fazer o trabalho de limpeza do solo. Na luta pela preservação da memória, o maior vilão pode ser o silêncio. A ausência de respostas tem se mostrado um empecilho no relacionamento de Ribeirão com o Conselho. Não existem outras práticas para evitar o fim de tais patrimônios? Sim. Protocolamos na última semana de outubro um pedido de tombamento estadual da Casa do Herbert Richers e da Fábrica do Sal através do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico). Agora vamos aguardar se o Condephaat vai aprová-los. Se isso acontecer, será de grande importância, pois impedirá o desaparecimento desses bens da história do ABCD. Em outubro, o Consórcio Intermunicipal realizou o primeiro Fórum Memória e Patrimônio Cultural. Os conselhos têm o costume de conversarem entre si? Os conselhos só tiveram algum contato um com o outro no Congresso de História do ABC. No evento teve uma mesa dos conselhos, na qual falamos da nossa atuação, das dificuldades enfrentadas. No caso do congresso de Ribeirão, temos muito diálogo com o de Mauá, que é muito atuante, considero até como um modelo para a Região. Então, não existe uma ação que englobe toda a Região? Não, não existe um Conselho do Patrimônio Histórico do ABCD. Os conselhos nascem de acordo com as legislações de cada município, mas e os patrimônios? Os conselhos necessitam ter um corpo técnico que faça essa avaliação. Esses corpos técnicos, normalmente, são órgãos das prefeituras, como é o caso de Ribeirão. É o oposto do funcionamento dos conselhos, que são compostos parte por sociedade civil e parte pelas prefeituras. Es- tes órgãos realizam estudos técnicos. São historiadores, arquitetos, paisagistas, ambientalistas, gente que faz relatórios e aconselha o tombamento ou não de determinado patrimônio. Isso é a parte mais técnica. Agora, na parte da sociedade civil, qualquer cidadão pode realizar um abaixo-assinado ou um pedido para o tombamento de algum imóvel. Isso, até pela legislação federal, é permitido. Quer dizer que qualquer cidadão pode solicitar a análise de um bem que considera histórico? Sim, poucas pessoas sabem disso. O cidadão comum pode requisitar o tombamento de um imóvel que considerar histórico ou um grupo de pessoas pode realizar um abaixo-assinado. O cidadão pode tocar a iniciativa, não precisa do respaldo do poder público. É claro que esse tipo de pedido passará por órgãos, que podem ser tanto os conselhos municipais do patrimônio histórico, instituições estaduais ou até mesmo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Ao fazer o pedido, serão realizados estudos para saber se o determinado bem precisa tombado ou não. 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR política 7 Caminhada O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) e o deputado federal Celso Russomano (PRB), pré-candidato a prefeito na Capital, fizeram caminhada no sábado (07/11) em São Caetano. O PRB apoiará a reeleição de Pinheiro. S. Caetano e S. Bernardo vão realizar concursos públicos DAE de São Caetano quer contratar 155 funcionários e a Câmara de São Bernardo, outros 24 Gislayne Jacinto [email protected] O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de São Caetano abriu concurso público para a contratação de 155 funcionários. Os salários vão de R$ 1,7 mil (agentes operacionais) até R$ 7,2 mil (engenheiros e procuradores). O concurso teve de ser realizado porque o TCE (Tribunal de Contas do Estado) fez recomendações para que seja criado quadro próprio de servidores. Atualmente, alguns funcionários da autarquia são emprestados da Prefeitura. A autarquia contratará, por exemplo, sete procuradores judiciais, além de dez engenheiros (químico, produção, civil e ambiental). O Departamento de Comunicação também terá três profissionais: jornalista, publicitário e relações públicas, todos com salário de R$ 5,1 mil. De acordo com o DAE, as inscrições vão até 22 deste mês. A adesão ao concurso pode ser feita pela internet, no site www.caipimes.com. br. O candidato pode fazer até duas inscrições. As taxas são diferenciadas, sendo de R$ 30 para ensino fundamental, R$ 45 para ensino médio e R$ 60 para superior completo. A prova objetiva será aplicada no próximo dia 13 de dezembro, em local e horário a serem definidos pela empresa Caipimes, responsável pelo concurso. O gabarito será divulgado em 16 de dezembro. Alguns cargos também terão provas práticas em 31 de janeiro, como é o caso dos procuradores judiciais. O endereço eletrônico para acessar o edital com todos os cargos, salários e regras do concurso é: http://www.caipimes.com.br/daescs012015/ Edital_Final_29102015.pdf. ADONIS GUERRA Câmara planejava o concurso desde 2013, mas reduziu o número de vagas a serem concursadas para não aumentar a folha Concurso da Câmara de S. Bernardo deve ser neste ano A expectativa da Câmara de São Bernardo é fazer ainda neste ano concurso público para 24 vagas. A empresa Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) foi contratada por R$ 135 mil para fazer a seleção pública e a prova poderá ser aplicada em 20 de dezembro. O concurso público em São Bernardo será para 24 vagas dis- tribuídas nas áreas Administrativa, Comunicação e Jurídica. Terão cargos de ensino médio e superior e os salários variam entre R$ 2,9 mil e R$ 5,8 mil. O edital do concurso será publicado nos próximos dias. De acordo com a Câmara, a seleção deve ser feita ainda neste ano com o objetivo de chamar os selecionados nos pri- meiros meses de 2016. A Câmara planeja o concurso desde 2013, mas só agora foi viabilizado. Inicialmente a proposta era fazer o concurso para algo entre 30 e 60 novas vagas. Diante da crise econômica e para não aumentar significativamente o valor da folha de pagamento, a seleção será feira para 24 vagas. Hoje o valor da folha de pagamento é de R$ 20 milhões por ano. O orçamento da Casa previsto para 2015 é de R$ 72 milhões. A seleção pública é para atender às exigências do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo). Atualmente, são cerca de 400 funcionários na Câmara Municipal, e desses apenas 40 são funcionários de carreira. (Karen Marchetti) 8 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 política Áreas públicas A Câmara de Santo André vota nesta terça-feira (10/11) projeto do prefeito Carlos Grana (PT) que pede autorização para a comercialização de áreas públicas. O governo quer arrecadar mais de R$ 50 milhões com as respectivas vendas de terrenos. Sto. André renegocia para arrecadar R$ 30 milhões Pinheiro vai debater uso do Uber em S.Caetano Último Recref rendeu aos cofres municipais R$ 59 milhões; devedores podem procurar Prefeitura até dezembro Edmilson Magalhães Gislayne Jacinto [email protected] A Prefeitura de Santo André reeditou a lei do Recref (Programa de Recuperação de Créditos Fiscais) para recuperar R$ 30 milhões de um total de R$ 1,6 bilhão da Dívida Ativa do município. Os devedores de impostos terão até 30 de dezembro para procurar a Praça de Atendimento e os postos SIM (Sistema Integrado Municipal) para efetuar a negociação. Em três anos de governo, o prefeito Carlos Grana (PT) fez três Recrefs e também lançará em breve o mesmo programa no Semasa (Serviços Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que tem R$ 247 milhões a receber de inadimplentes com o pagamento de água e esgoto. O projeto tramita na Câmara desde a última semana. O Recref prevê o parcelamento de dívidas feitas até 31 de dezembro do ano passado. Para aderir ao programa, o contribuinte também tem de estar em dia com os tributos de 2015. De acordo com a Secretaria de Finanças, o inadimplente precisa fazer atualização Praça de Atendimento na Prefeitura de Santo André: devedores podem abater integralmente os juros com pagamento a vista cadastral, com a apresentação da matrícula do imóvel ou contrato social. “Os documentos pessoais também são necessários. Outro aspecto é que o mesmo deverá fazer a desistência de ações judiciais por ventura existentes, que discutam a dívida a ser parcelada”, informou nota oficial da Pasta. O devedor de impostos e taxas terá perdão de 100% de juros e honorários advocatícios caso efetue o pagamento à vista. No entanto, há outras opções. O número máximo de parcelas é 60. De duas a seis parcelas a redução é de 75%, caindo para um desconto de 65% para quem dividir o débito de sete a 12 vezes. Outras alternativas são a redução da dívida para 60% se pagar entre 25 e 36 parcelas, 55% de 37 a 48 e 50% de 49 a 60 vezes. Caso seja constatada a inadimplência de três meses, o acordo formalizado será rescindido automaticamente, conforme prevê a lei municipal. O prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), vai debater com os moradores sobre o Uber, serviço do aplicativo de telefonia móvel e outros programas similares para uso de carros particulares em transporte. O assunto virou polêmica, após a Câmara aprovar, na última semana, a proibição na cidade. De acordo com a Prefeitura, o formato do debate com a sociedade ainda não foi definido, mas uma das possibilidades é a realização de audiências públicas. A Câmara já votou o projeto em duas discussões, mas o texto final terá de passar em plenário na sessão desta terça-feira (10/11). O autor da matéria é o presidente da Casa, Paulo Bottura (PTB), que vem sofrendo pressão de parte dos 320 taxistas do município para proibir circulação desses veículos. Os motoristas de táxi arcam com uma taxa de R$ 114 por ano. Em entrevista ao ABCD MAIOR, o secretário de Governo, Nilson Bonome, disse que havia a intenção da Prefeitura de regulamentar o Uber e que a taxa a ser cobrada giraria em torno de R$ 340. (Gislayne Jacinto) IMPLANTE DENTÁRIO SEGURANÇA, CONFORTO E QUALIDADE NA MASTIGAÇÃO. REALIZE SEU SONHO; AUMENTE SUA AUTO-ESTIMA; TRANSFORME SEU SORRISO. 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Eleição em Diadema em 2016 ainda interessa a Vicentinho Em nota, deputado volta a colocar nome na disputa com os vereadores Maninho e Zé Antônio andris bovo Bruno Coelho [email protected] Com apoio de grupos internos do PT de Diadema, o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, voltou a reafirmar a pré-candidatura ao governo municipal em 2016. A indicação do parlamentar, porém, é rejeitada pela bancada dos vereadores, que lançaram José Antônio da Silva e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, para a disputa pelo Paço contra o atual prefeito Lauro Michels (PV), cenário que aumenta as chances de prévias na legenda. A pré-candidatura de Vicentinho foi ratificada por meio de nota de apoiadores, entre eles, o ex-vice-prefeito Joel Fonseca e a ex-vereadora Irene dos Santos. O parlamentar também é endossado por representantes sindicais, como a integrante da executiva nacional da CUT (Central Única dos Trabalha- dores) Jandyra Uehara; pelo presidente do Sindsaúde, Almir Rogerio, e o presidente do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), José Aparecido da Silva, o Neno. Com apoio dessa base, o petista transferiu o título de eleitor de São Bernardo para Diadema no fim de setembro, mas foi imediatamente preterido pelos vereadores, que viram o gesto como invasivo. Depois da reação dos parlamentares, Vicentinho chegou a recuar, porém, voltou a não descartar seu nome. “O nosso grupo sindical me chamou e reforçou que sou pré-candidato. Serei candidato se houver unanimidade; se não for, apoiarei qualquer candidato (do PT de Diadema)”, considerou. A articulação de Vicentinho e as indicações de Zé Antônio e Maninho ocorrem pelo vácuo deixado pelo ex-prefeito José de Filippi Júnior. Três vezes chefe do Executivo em Diadema, o petista é visto internamente no partido como o único nome capaz de ter consenso na candidatura e o mais forte para superar Michels na corrida eleitoral. Entretanto, o ex-prefeito afirmou aos vereadores que está fora da disputa pela candidatura petista ao governo diademense. “Acho que é uma opção que precisa ser debatida no partido. Mas na verdade a gente está vendo esse movimento sem uma decisão do diretório. Se ele (Vicentinho) tiver colocado o nome, pode levar ao debate e chegar a uma conclusão. Mas o próprio Vicentinho disse antes que não seria mais candidato e agora é novamente. Então é preciso ter um encaminhamento no partido”, avaliou Zé Antônio. Procurado pelo ABCD MAIOR, Maninho não foi localizado. Vicentinho transferiu o título de São Bernardo para Diadema em setembro Donisete Braga sinaliza para Sabesp administrar água em Mauá Daniel Tossato Donisete proriza a negociação da dívida da Sama com a Sabesp A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está cada vez mais forte para reassumir o serviço de abastecimento de água em Mauá. Para o prefeito Donisete Braga (PT), a prioridade agora é zerar as dívidas milionárias cobradas judicialmente pela estatal e obter um plano de investimento para a modernização da rede hídrica na cidade. Dessa forma, a PPP (Parceria Público-Privada) passa a ser praticamente descartada pelo governo petista. Com duas licitações barradas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), após pedidos de empresas e da própria Sabesp, a PPP passou a ser gradualmente um plano secundário. A proposta visava obter da iniciativa privada R$ 153 milhões em 30 anos, para modernização do sistema. A alegação do governo é de que a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), autarquia responsável pelo gerenciamento do setor, não tem capacidade de realizar as obras necessárias. No entanto, o governo tem se aproximado com a Sabesp para quitar dois passivos que superavam R$ 2,4 bilhões, referentes à diferença do metro cúbico de água pago pela Sama (cerca de R$ 1) ao valor cobrado pela companhia (R$ 1,83) e a outra parte acerca da indenização pela municipalização do serviço em 1995. Neste processo, porém, a companhia reconheceu que houve um erro material na sentença judicial e reduziu o montante para R$ 500 milhões, mas o governo entende que o o deficit não passa de R$ 300 milhões. “O ‘plano A’ é rediscutir e zerar todo o passivo da dívida que a Sabesp nos cobra. A Sama devolve os ativos para a Sabesp, que está nos cobrando, caso apresente para o município um plano de investimento. Queremos achar uma equação plenamente segura e viável para o município e o melhor para a população, que hoje é penalizada pela falta de recursos hídricos e falta de água”, disse Donisete. (Bruno Coelho) 10 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 economia BNDES retoma financiamento de caminhões A Associação dos Fabricantes de Veículos anunciou a decisão do governo em reabrir a linha de financiamento Programa de Sustentação do Investimento, encerrada em 30/10. Com isso, fica mantida a disponibilidade de crédito para o setor de caminhões. Centrais pedem rapidez em ações da Lava Jato para destravar economia Sindicalistas insistem em punição de corruptores, mas consideram que atividades das empresas devem ser mantidas Michelly Cyrillo [email protected] As centrais sindicais criarão propostas em conjunto com entidades patronais para destravar as operações das empresas envolvidas na Operação Lava Jato (petróleo e gás, construção civil e naval). Nesta segunda-feira (09/11), os sindicalistas afirmaram que a lentidão nas investigações tem influenciado diretamente na perda de postos de trabalho dos setores. Os representantes das centrais divulgaram uma agenda de ações durante reunião na Capital com o intuito de pressionar o governo federal e o Poder Judiciário com sugestões de medidas que possam ser adotadas para as empresas envolvidas na Operação Lava Jato. O objetivo é preservar os empregos e o desenvolvimento do País, sem impedir que os envolvidos nos desvios sejam punidos. Os reflexos das investigações sobre as atividades de grandes empreiteiras e da própria Petrobras afetam setores que empregam enormes contingentes de trabalhadores. “É preciso separar o joio do trigo. Não estamos fazendo a defesa dos corruptos, mas Roberto Parizotti/CUT é preciso diferenciar o corrupto e a obra, que gera emprego, aquece a economia e favorece o mercado interno”, comentou Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil). “É fundamental uma solução para que a Petrobras, empreiteiras, o setor da construção e o naval retomem atividade”, disse o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Outra preocupação, lembra, é evitar que a crise contagie outros setores. Rapidez As centrais sindicais defendem que sejam estabelecidos instrumentos para acelerar o desfecho dos processos judiciais. “Na Alemanha, tem um fórum específico para fechar acordos de leniência (quando empresas consideradas infratoras da ordem econômica decidem colaborar com as investigações). No Brasil, são cinco órgãos. Então, tem que sentar todo mundo, fazer um fórum só, rapidamente julgar esses casos e liberar as empresas para funcionar”, disse o secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, sobre todas as instâncias da Justiça e Sergio Nobre (ao centro) defende apuração de cuplados, porém insiste que atividades das empresas têm de ser mantidas de controle do governo federal por onde passam os processos e que tornam lentas as tramitações. No dia 3 de dezembro haverá um seminário com empresários para a discussão de propostas em conjunto que possam preservar empregos nos setores afetados (petróleo e gás, construção civil e indústria naval). No dia 8, as centrais programa- ram manifestação no Rio de Janeiro e em outras capitais para chamar a atenção da sociedade. No dia 9, elas entregarão documento com o pacote de medidas sugeridas ao governo federal e outros órgãos dos poderes Executivo e Legislativo. “Esses setores são responsáveis por cerca de 2,5% do PIB brasileiro. Com o desaquecimento deles durante as investiga- ções, o Brasil só perde. Perde em geração de desenvolvimento, riqueza e empregos. Nós apoiamos a investigação e queremos que os culpados sejam responsabilizados, e por isso reiteramos a necessidade de os setores envolvidos serem avaliados e punidos rapidamente e que as obras em andamento ou previstas, por exemplo, sejam concluídas”, afirmou Nobre. Petroleiros solicitam ao MTE vistoria por segurança na Recap O Sindipetro (Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo) acionou o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) nesta segunda-feira (09/11) para realização de vistoria técnica na Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá. O motivo é a falta de segurança na unidade e treinamento aos trabalhadores para operarem durante as paradas de emergência. O diretor do sindicato, Juliano Deptula, afirma que uma parte da refinaria está com as operações paralisadas para manutenção corretiva, após três tubulações apresentarem perfuração. “O processo é realiza- do com quantidade muito alta de pressão, com componentes inflamáveis e corrosivos que correm risco de explosão caso a parada de emergência não for realizada logo, além de os trabalhadores correrem sérios riscos de segurança”, explicou. Apesar da greve, a refinaria funciona, mesmo que não na totalidade, com as chamadas equipes de contigência montadas pela Petrobras. Conforme o sindicalista, esta é a segunda parada desde o início da greve, que completa 10 dias nesta terça-feira (10/11). Em reunião marcada nesta segunda, entre o sindica- to, Petrobras e o Ministério do Trabalho, a empresa não compareceu para discutir a pauta solicitada. Até o fechamento desta matéria, a empresa não retornou aos questionamentos da reportagem. Greve recebe apoio Nesta segunda-feira, os cerca de 800 trabalhadores terceirizados da Recap aderiram à greve por um dia, em apoio ao movimento dos 450 funcionários diretos da unidade. Trabalhadores bancários, metalúrgicos, na construção civil e professores públicos manifestaram apoio à greve. Na Transpetro, em São Caetano, parte dos 150 trabalhadores continua paralisada. Abastecimento normal Com a realização da greve dos petroleiros houve uma série de alertas enviados por meio de mensagens de whatsapp sobre a suposta parada do abastecimento nos postos de combustível. No entanto, na última sexta-feira (06/11), o superintendente da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Aurélio Amaral, afirmou não ter informações sobre interrupções de abastecimento motivadas pela movimentação dos trabalhadores. “Estamos sempre monitoran- do e montando planos de contingência, vendo as consequências, a produção das refinarias e as retiradas de distribuidoras. A situação é de certa normalidade. Enquanto as refinarias estiverem produzindo, é vida normal que segue. Enquanto tiver [refinaria] produzindo, se tem fornecimento”, esclareceu por meio da Agência Brasil. O Sindipetro reforça ainda que a greve nacional dos petroleiros “não pode ser considerada, em hipótese alguma, como a responsável pelo aumento no preço da gasolina em alguns postos de abastecimento do País”. (Iara Voros) 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR nacional/internacional 111 Catalunha dá passo rumo à independência A Catalunha aprovou nesta segunda-feira (09/11) a resolução que inicia a tramitação do processo de independência da região em relação à Espanha. Vale deve pagar um salário mínimo a desalojados, diz MP Empresa tem até sexta-feira para responder a recomendação do Ministério Público de Minas Agência Brasil [email protected] A mineradora Samarco, controlada pela Vale e responsável pelas duas barragens de rejeitos de mineração que se romperam em Mariana (MG), tem até sexta-feira (13/11) para responder a recomendação do Ministério Público de Minas Gerais para que adote medidas imediatas de garantia dos direitos das vítimas. Entre as ações propostas, está o pagamento de um salário mínimo mensal a cada família atingida “para atender às necessidades imediatas des- sas pessoas”, diz o documento. O promotor Guilherme de Sá Meneguin lembrou que o distrito de Bento Rodrigues foi totalmente destruído pela lama de rejeitos que invadiu o local na quinta-feira (05/11). Acrescentou que as cerca de 600 pessoas que viviam no local necessitam de meios para garantir a sobrevivência. O promotor explicou que o documento propõe cinco ações para a mineradora Samarco, controlada em parceria pela Vale e pela empresa anglo-australiana BHP Billiton, que estão entre as maiores do mundo no setor. “É preciso identificar todos os atingidos e saber onde eles estão, identificar as necessidades de cada família em relação a saúde, alimentação e estabelecer um cronograma para tirar essas pessoas de hotéis e colocá-las em casas ou apartamentos e o fornecimento de remuneração para que as famílias atingidas possam pagar suas contas”, disse Meneguin. De acordo com o promotor, caso a Samarco e a Vale não adotem as medidas, o Ministério Público entrará com ação na Justiça para cobrar o cumprimento das exigências. Antonio Cruz/ABr Lama tóxica destruiu parte de Mariana (MG) e avança rumo ao Espírito Santo 12 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR cultura agenda 13 Olhar a Toda Prova Mostra fotográfica de esportes olímpicos e paraolímpicos está em cartaz no Sesi São Caetano (rua Santo André, 810, Boa Vista) até 29/11. Grátis. Visitação de segunda a sexta, das 8h às 17h. Informações: 4233-8000. Cena7 integra galeria a céu aberto em Portugal “Descolonização e resiliência” foi o tema do mural que Michel Cena7, artista de São Bernardo pintou Santo André Música Intérprete de rap e samba de raiz, a cantora e compositora Yzalú será a atração nesta terça-feira (10/11), a partir das 20h, no saguão do Teatro Municipal (praça 4º Centenário, s/nº, Centro). Parte da programação do projeto Terças Musicais, que traz shows gratuitos em Santo André, a apresentação de Yzalú trará canções da MPB e parte das músicas de seu primeiro CD, Minha Bossa é Treta. Mais informações: 4433-0730. São Caetano Artes Visuais A Fundação Pró-Memória realizará nesta quinta-feira (12/11), às 19h, a palestra O Maneirismo, Barroco e Rococó na Itália: poéticas do anticlássico. A ação acontecerá na Pinacoteca Municipal (avenida Dr. Augusto de Toledo, 255, Santa Paula) e abordará as poéticas artísticas do maneirismo e do barroco, entendidas como oposição ao classicismo da última geração do Renascimento Italiano. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas pelo e-mail eventos@ fpm.org.br ou pelo telefone 42234780. Com 70 vagas, a participação é gratuita. São Bernardo Dança A cultura cabocla e o universo urbano são temas de espetáculo de dança que será apresentado nesta terça-feira (10/11), às 14h, no Largo da Igreja Santa Filomena (rua Marechal Deodoro, 637, Centro). Encenado pelo grupo Um pelo Ouro, o espetáculo, carregado de símbolos e figuras do folclore nacional, transborda as fronteiras da dança e permite experiências de corpo a partir de performances cotidianas. Entrada franca. Informações: 4336-8201. Marina Bastos [email protected] Um importante intercâmbio artístico entre o ABCD e Portugal aconteceu no mês de outubro. No município de Loures, Portugal, o bairro Quinta do Mocho ganhou dezenas de murais coloridos nas fachadas de edifícios e, junto com as intervenções, novas possibilidades de visão de mundo para moradores e visitantes. Entre as obras estão as de autoria de Michel Cena7, artista de São Bernardo conhecido por suas pinturas em grande escala e críticas à sociedade contemporânea. Cena7 viajou à cidade portuguesa com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. “Nosso diálogo começou depois da realização de um mural em homenagem ao Dia do Trabalhador, continuamos em contato e era clara a necessidade de nos unirmos, pois é muito difícil depender da Cultura de São Bernardo”, contou o artista, que, ao saber da ação que aconteceria em Portugal, enxergou na iniciativa o viés social necessário para angariar o apoio e foi o único representante brasileiro a participar. A ação, intitulada O Bairro i o Mundo, foi elaborado pela GAP- Galeria de Arte Pública, é preciso pensar na tragédia gerada pela colonização, hoje a realidade ainda faz parte dela, ela está em nós Cena7 artista visual em parceria com a associação de teatro Ibisco, e transforma lugares degradados em galerias de arte a céu aberto. A ideia é que o “museu” tenha visitas guiadas organizadas pela Câmara de Loures e feitas pelos próprios moradores, que se envolvem no processo de mudança da região. Esse trabalho pretende, acima de tudo, mudar a imagem do local, derrubar preconceitos e afastar rumores negativos acerca dos bairros carentes. O contexto social do “gueto” que recebeu as obras de arte é familiar para Michel Cena7, já que, na Região, ele apresenta por meio das artes visuais e da poesia questionamentos sobre a condição humana e suas relações. Mesmo diante de críticas sobre a realidade, Cena7 não quer dar demasiado peso para os dissabores. “A arte não mostra apenas as mazelas, ela também tem essa função. Mas pela arte quero mostrar que o mundo tem possibilidades”, afirmou. “Posso ver o mundo como uma fábula ou uma grande tragédia, mas também posso ter a perspectiva de que o mundo pode ser muito melhor do que ele é”, completou. divulgação Cena7 foi o único brasileiro na ação e viajou com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos Negro, brasileiro, descolonizado e resiliente Antes mesmo de embarcar para Portugal, Cena7 já estava matutando qual a marca que deixaria nas fachadas de Loures. “Sou um homem negro, brasileiro, fiquei pensando ‘como me portaria por lá?’”. O questionamento tinha uma razão histórica. “É preciso pensar na tragédia gerada pela colonização, pois hoje a realidade ainda faz parte dela, a colonização está em nós, vem dela a ideia de superioridade dos brancos sobre os negros”, refletiu. Sobre a ideia de colonização e seus rastros contemporâneos, um aspecto impressionou o artista, o fato de os portugueses com quem conversou não fazerem nenhuma análise sobre o fato. “Eles não pensam sobre o desmembramento da história, não refletem sobre a pobreza que foi gerada. E quando o assunto surgia, eu percebia uma espécie de incômodo”, contou Cena7, que admitiu que no início pensou nisso com rancor, mas depois, valendo-se de sua própria ideia de que a arte mostra que o mundo tem possibilidades, resolveu pintar sobre o tema de forma lúcida. A capacidade de uma pessoa ou população de se adaptar e reagir positivamente frente à adversidade foi o tom das obras de Cena7. “Não falo apenas sobre a minha dor, mas de tantos outros”, explicou o artista, que ficou em Portugal por 21 dias. De volta a São Bernardo, Cena7 assimila as experiências que viveu, os amigos que fez, como o artista português Violante, e já não vê a hora de viajar de novo com sua arte que mostra que há algo que une guetos da Região e do mundo todo. 14 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 esporte Nos pênaltis Outro campeão do domingo (08/11) saiu em Santo André. O Jardim Utinga empatou em 1 a 1 com o Centre Ville, mas fez 4 a 3 nos pênaltis e ganhou o título da Segunda Divisão em jogo realizado no campo do Nacional. Em São Bernardo, Atlético Mineiro é campeão pela 1ª vez na história Time do Planalto derrotou o União Ferrazópolis e conquistou título da Segunda Divisão, taça tão esperada em seus mais de 60 anos Marcelo Mendez [email protected] Se o Atlético Mineiro mais famoso se lamenta por um quase inevitável segundo lugar no Campeonato Brasileiro, o homônimo de São Bernardo é o novo campeão da Segunda Divisão do futebol amador da cidade. A conquista veio no domingo (08/11), após vitória por 2 a 1 em cima do União Ferrazópolis, em partida disputada no campo do Baetão. Mas engana-se quem pensa que o Atlético do ABCD ganhou apenas mais um título. Em 60 anos de história, a equipe do bairro Planalto nunca havia levantado uma taça. “Somos um dos mais antigos do futebol amador de São Bernardo e toda a Região. Com muita luta, conseguimos manter o time na ativa por todo esse tempo. É muito bom ver nossa torcida fazendo festa, muito bom Canela de ferro ver o Seu Luiz saudável e feliz”, disse o diretor Erick Nilson. Mas é outro citado por Erick que protagoniza toda essa história de lutas do Atlético Mineiro de São Bernardo. É o senhor Milton Ribeiro da Silva, de 81 anos, presidente e fundador no distante ano de 1954. Caminhando pelo campo do Baetão, sendo abraçado e festejado por jogadores, torcedores e diretores, Seu Milton faz questão de falar dessa equipe que é parte importantíssima da sua vida. “Saí mocinho da minha cidade lá de Minas Gerais, minha São José do Itamonte e vim para São Paulo, para batalhar a vida. Isso há 64 anos, quando cheguei e fiquei no Bairro do Planalto. Longe de casa, sem conhecer muita gente, a saudade apertou e foi assim que me veio a idéia de fundar o time.” Para matar ainda mais a saudade da sua Minas Gerais, Seu Milton chamou sua agremiação recém-fundada de Clube Atlético Mineiro. E para não semear a discórdia entre seus pares de então, decidiu que não seria nem preto e branco, nem qualquer outra cor. Decidiu pelo vermelho e branco, e assim permaneceu até hoje. Perguntado sobre o amarelo das camisas da decisão, o eterno presidente responde tranquilamente: “É a modernidade né, filho? Hoje tudo é cheio de cor berrante, dizem que é a moda. Mas pode olhar que o vermelho está lá”. Na hora da entrega do troféu, Seu Milton não conteve a emoção e, perguntado sobre o sentimento, o presidente respondeu com lágrimas no rosto. “Sabe, eu me lembro de todas as vezes que eu tirava um dinheirinho do meu salário para ir pagar a Liga, do quanto que a gente que sofreu, do quanto que foi duro. Agora, com o título, a gente merece muito comemorar a conquista”. Edu Guimarães Atlético Mineiro celebrou festa inédita em 60 anos de vida por marcelo Mendez O baile de bola e o boca suja do Baetão A plenos suores corria a final da Segunda Divisão do futebol de várzea em São Bernardo. Por entre sonhos amiúde e ilusões curtas, lá iam os homens dos times do Atlético Mineiro, do Bairro Planalto, e do União Ferrazópolis a pelear por uma centelha de vitórias no campo sintético do Baetão. E vejam bem, caros leitores: Segunda Divisão da várzea. O que faz com que homens maduros e suas chuteiras coloridas se preparem e saiam de casa num domingo cedo para jogar uma final da Segunda Divisão da várzea? O olhar apurado sobre essa situação já valeria mil laudas. Afinal de contas, falamos do que flerta com o épico, com a real grandeza das coisas. Num mundo onde tudo pode va- ler mais que a poesia, onde se põe preço em absolutamente todas as coisas, o fato de jogar futebol por apenas um amor intrínseco e inexorável já é grande. É quase que um ato revolucionário. Dessa forma, os times foram a campo. No tapete de plástico verde do Baetão, tínhamos um time sobrando em campo. O Atlético, do enigmático bairro de nome Jardim Nova Calux. Seus meias passeavam em campo e seus habilidosos atacantes açoitavam com dribles e canetas os pobres e taciturnos zagueiros do União Ferrazópolis. Havia, portanto no Atlético, aquela petulância que os grandes do mundo ludopédico têm quando enfrentam os menos favorecidos de recursos técnicos. O que se via no Baetão era muito mais que um baile de bola de um time sobre outro. Era uma total esculhambação de bola! Durante o primeiro tempo inteiro o que se viu foi um time bailando e o outro, aos solavancos, apenas sofrendo. Nesse momento, com a força da voz de um milhão de Howlin Wolfs, se ouve um grito vindo da grade do Baetão: “Juiz arrombado, maldito, desgraçado, apita essa p... direito... Faz alguma coisa!!” Estranhei. Nada havia acontecido para tamanho descalabro contra sua senhoria, o árbitro do match. Nenhum lance sub judice. Decidi chegar perto do alambrado. Vi que na torcida do União Ferrazópolis estava nosso xingador. Vociferando mil pragas contra o árbitro, rogando demônios e pro- nunciando toda a pornografia que vinha à mente, lá estava o torcedor a xingar. Com o gol feito pelo Atlético então, aí que ele disparou todo um cordel de xingos. Nesse momento, um outro chamou sua atenção: “Mas a zaga toma tudo que é gol e você vai xingar o juiz? Tá doidão?” Sem pestanejar, o xingador respondeu: “Oras, tamo tomando um vareio de bola, não vamos reagir, o time deles é melhor... Tenho que ver se dou outro jeito, pô. Tô no desespero e vou xingar mesmo”, disse o sujeito, enquanto seguia seus impropérios de drama e desespero. Aliás, quanto a isso nada demais. São coisas fundamentais. Afinal de contas, sem essa porção necessária de desespero, o futebol seria um folhetim qualquer. É o drama que faz com que um jogo de futebol de várzea passe então a ter a grandiosidade épica que há no primeiro beijo na boca dado por um adolescente ex-virgem. É o que explica nosso amigo xingador. Seus xingos no alambrado o elevavam a um plano onírico, dionisíaco e libertário, capaz de livrá-lo por completo das amarras da razão, dos fatos, dos frios fatos. A privação de sentidos atingida por ele com seu relicário de impropérios o fez romper com a realidade, lhe causou a privatização de sentidos necessária para suportar a dor de ver seu time sendo judiado ali em campo. Foi por alguns momentos sua única chance de ser feliz ali naquele estádio. Olhando para ele, tive certeza absoluta que ele foi... Foi feliz. 10 e 11 de novembro de 2015 | ABCDMAIOR Quase campeão O Nacional da Vila Vivaldi encarou o Vasco do Jardim Paraíso de igual para igual no duelo que valia o título do Amador do Estado, mas ficou no 2 a 2 e não levou a taça. 15 Squash Santo André será sede do torneio juvenil brasileiro de squash no próximo sábado (14/11) e domingo. Os jogos serão realizados no clube Primeiro de Maio. Após acidente, Federação dá esperança ao Água Santa Presidente aprova arquibancada tubular e diz que entidade se esforçará para que Netuno jogue a A-1 Edu Guimarães Antonio Kurazumi e Guilherme Menezes O presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos, reacendeu a esperança do Água Santa em jogar a Série A-1 do Campeonato Paulista em 2016. Mesmo depois do desmoronamento de parte da arquibancada do estádio do Inamar, o dirigente não descartou a presença do Netuno na elite e disse que fará todo o esforço para que o direito conquistado no campo seja respeitado. “O princípio da Federação é que o direito do campo de jogo permaneça. Faremos todo o esforço para que o Água tenha o acesso, dentro de um contexto correto e com tudo (exigências) sendo respeitado. Estamos tomando cuidado para ser justos na decisão”, disse Bastos, em entrevista nesta segunda-feira (09/11) na sede da Federação. “Respeitamos o investimento que eles têm feito no estádio”, completou. A entidade havia prometido dar uma posição final sobre a permanência ou não do time do ABCD na quarta-feira (11/11), mas o prazo pode ser Água Santa pretende instalar arquibancadas tubulares na parte central do estádio do Inamar, que desabou no sábado prolongado após o desabamento do setor central. “Não sei se resolvemos a questão na quarta-feira, mas estará definido rapidamente de forma justa e legal. Sou apenas um porta-voz, a decisão tem que ser técnica com a opinião de especialistas em cada área, que nos ofereçam informações”, explicou o dirigente, que mais de uma vez repetiu a palavra “justo”. Entretanto, a menos de três meses para o início do Paulistão, as obras no Inamar estão paralisadas. Nesta segunda, peritos do IC (Instituto de Criminalística) começaram a apurar as causas da queda de estrutura onde estava sendo levantada a área mais nobre do estádio, com camarotes e setor de imprensa – para acomodar cerca de duas mil pessoas. Com o prazo reduzido, o Água Santa não desistiu de ter o Inamar e agora aposta em arquibancadas tubulares, usadas geralmente em shows. “Só não pode ser provisória, tem que ser fixa”, aprovou Reinaldo Bastos, dando outra injeção de ânimo ao Netuno. Conforme a reportagem apurou, o trabalho da perícia prossegue por mais um dia e o entulho sequer pode ser retirado. Também não há previsão para a retomada das obras. Em meio a palavras otimistas da Federação Paulista, a notícia negativa é que o Água Santa tem a obrigação de mandar o primeiro jogo no Inamar, sem negociação. Investigação aberta O 4º DP de Diadema instaurou inquérito para apurar os responsáveis pelo acidente e, conforme o delegado Miguel Ferreira da Silva revelou à reportagem, a empresa responsável pela obra e o presidente do Água, Paulo Sirqueira, serão intimados a depor. A Defesa Civil, por meio da assessoria de imprensa, informou que manteve a interdição de 12 casas no entorno do estádio como medida de prevenção. 16 ABCDMAIOR | 10 e 11 de novembro de 2015 esporte São Bernardo no Mundial O técnico da seleção feminina de handebol, Morten Soubak, convocou 15 atletas que vão representar o Brasil no Mundial da Dinamarca, de 5 a 20 de dezembro. O ABCD estará presente com a ponta Célia, da Metodista/ São Bernardo. Ramalhão e Azulão recebem quase R$ 1 milhão para disputar a A-2 Após primeira fase em pontos corridos, os seis piores serão rebaixados e os oito primeiros disputarão o acesso em mata-mata andris bovo Guilherme Menezes [email protected] Se as chances de conquista do acesso de São Caetano e Santo André na Série A-2 do Campeonato Paulista caíram, as de rebaixamento aumentaram no mesmo nível. Porém, tudo com um preço. Em uma disputa onde apenas os dois primeiros vão subir e os seis últimos serão rebaixados, o caixa de ambos ficará mais gordo em 2016. Este foi o acordo. A Série A-2 terá turno único, como nos últimos anos, mas os oito primeiros colocados passarão às quartas de final. Posteriormente, os semifinalistas decidirão quem serão os dois “promovidos”. A cota em dinheiro paga pela FPF (Federação Paulista de Futebol) nesta temporada foi de apenas R$ 136 mil reais, mas subirá muito. “Com os impostos, nós tivemos apenas R$ 80 mil de cota neste ano. Entendi os motivos das mudanças propostas e assim conseguimos uma participação melhor na cota, até uma surpresa pela grande evolução. Por termos disputado já a Série A-1 e ter uma história, jogaremos uma competição de três meses recebendo mais de R$ 700 mil re- São Caetano brigará por uma das duas vagas à disposição para a elite do Paulista, mas terá aumento financeiro substancial por participar da A-2 ais. Agora é trabalhar para voltar à A-1”, revelou o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza. Com boa parte do elenco mantido, e também o técnico Luis Carlos Martins, o Azulão espera estar na final para voltar a enfrentar os melhores. “Cerca de 80% do grupo será o mesmo e contrataremos sete ou oito atletas. Estamos estudan- do nomes e esperando alguns campeonatos acabarem para fechar o elenco.” No vizinho, o presidente do conselho deliberativo, Celso Luiz de Almeida, não quis falar de valores da cota do Ramalhão, mas afirmou que o valor será de acordo com a história do clube. Sobre o torneio, o dirigente considera que a competição será a mais difícil dos últimos tempos, contando com a presença de equipes tradicionais, casos da Portuguesa e Bragantino. “As cotas melhoraram, mas não significa que é estar na Série A-1. Acho que o torneio vai ficar melhor. Todos precisam sobreviver neste ano e no próximo que caem seis. Acho que teremos dez times pra duas vagas de acesso e ou- tros dez para brigar para não cair. Será um campeonato extremamente difícil, muito mais que os outros anos. Vai prosperar quem errar menos. A diretoria do Santo André terá um trabalho grande para acertar os 28 jogadores e tentar não errar. O octagonal será interessante, já que no mata-mata vale muito a tradição “, opinou. Time de vôlei feminino de São Bernardo contrata medalhista olímpica A diretoria da equipe feminina do São Bernardo Vôlei anunciou nesta segunda-feira (09/11) a contratação da oposta Elisângela para a disputa da Superliga 2015/ 2016. A atleta se apresenta ao técnico William Carvalho já na próxima quinta-feira, às 9h, no ginásio do Baetão. O secretário de esportes e lazer de São Bernardo, José Alexandre Pena Devesa, que conduziu a negociação com a jogadora e com a equipe de Osasco, comemorou a chegada de Elisângela. A veterana não continuou em Osasco por causa do ranking da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), que dava a ela uma pontuação alta e não permitia que fizesse parte, inclusive, de boa parte dos times da Superliga. “Será um excelente reforço para o nosso time, que nos deixará ainda mais competitivos para a Superliga. Desde que assumi o vôlei aqui em São Bernardo, em 2006, como técnico, ela sempre esteve em meus planos, mas nunca foi possível tê-la aqui. Esse ano teremos essa possibilidade, o que me deixa muito feliz”, disse. Para o treinador William Carvalho, Elisângela é uma jogadora para trazer maturidade à jovem equipe bernardense. “É um grande reforço, em especial pela experiência que ela trará. Uma atleta que é muito boa de grupo, o perfil que precisamos em nosso time, que é muito jovem. É um desafio muito bom para ela, de nos deixar entre os oito melhores da Superliga. Reforço de maturidade”, avaliou. Elisângela foi campeã Paulista de 2015 com a equipe do Osasco sob o comando de Luizomar de Moura, que fez questão de incentivar a atleta nesse momento de troca de casa. “Conheço a Elisângela há muito tempo e trabalhei com ela diversas vezes. É uma jogadora com bastante qualidade, que construiu uma carreira vitorio- sa e uma medalhista olímpica. Nesta passagem pelo Osasco, ela foi importante na conquista do título Paulista e ajudou tanto dentro quanto fora de quadra. Em quadra com seu talento e fora com palavras de incentivo e orientações. Só tenho que elogiá-la e agradecê-la pelo seu comportamento como atleta e espero que continue tendo sucesso nesta nova caminhada em São Bernardo”, afirmou Luizomar. (Redação)