ID: 62044083 27-11-2015 Tiragem: 27481 Pág: 4 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,50 x 30,00 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 8 Costa diz ao que vem: crescimento, emprego e igualdade Discurso. Primeiro-ministro deixa várias críticas à linha seguida por Passos. Reafirma os compromissos com a UE mas fala em "tempo novo" Costa assegurou a"continuidade da no seu potencial de crescimendo Estado nos seus compromissos to e o país mais endividado". Ainda assim, agitou as suas baninternacionais e no quadro da União Europeia jUEI", reafirmando, deiras de sempre: aumento e prolesem margem para equívocos, "o lu- ção dos rendimentos, alívio fiscal Vestindo pela primeira veza pele de gar de Portugal na UE e na z,ona eu- sobre a classe média, combate à primeiro-ministro, António Costa roi', bem como na CPLP. E na "gran- precariedade e à pobreza, promoensaiou ontem um discurso a olhar de ligação atlântica, incluindo na ção de um ambiente mais favorável para a frente. No fundo, dizendo aos Organização doTratado do Atlânti- ao investimento e defesa dos serviportugueses ao que vem. Com pa- co Norte", contra a qual hloquistas ços públicos e do Estado social. Em tom agregador, sublinhou lavras que remetiam para o progra- e comunistas se batem. Da fase da responsabilidade e da que "este é o tempo da reunião" e ma de governo do PS, que será discutido no Parlamento na terça e na reafirmação de compromissos, o li- não de "crispação", mas não contequarta-feira, assinalou o "triplo pro- der do executivo passou depois a ve uma renovada farpa a Pedro Passos Coelho e Paulo pósi to" com que vai chefiar o exe- prenunciar "um temPortas, que o ouviam cativo: "Mais crescimento, melhor po novo", a sua "verna primeira fila: "A dadeira ambição". emprego e maior igt taldade." e d l falou f Costa conduta do XXI GoNuma intervenção lida em tom Contra as "falsas, de- OCTÁVIO LOUSADA OLIVEIRA, MIGUEL MARUJO e RUI PEDRO ANTUNES sereno, apesar dos múltiplos reta- magógicas e perigo- "um tempo novo", verno pautar-se-á pela moderação. Movirando a página dos ao Presidente da República- a sas dicotomias" que derado será o seu proquem jurou, contudo. "a máxima "pretendem pôr em da austeridade grama, realizando lea Idade e cooperaçào inst inicio- confronto os interesuma alternativa à vernal" (ver página 3)-, Costa debru- ses e os direitos de jotigem austeritária, çou-se sobre os princípios que vão vens e velhos, de atipresidir à governação, desde logo o vos e pensionistas, de empregados que só agravou os problemas ecorespeito pela Constituição. A inten- e desempregados, de trabalhado- nómicos, sociais e mesmo orçação era clara: demarcar-se dos qua- res do setor público e trabalhado- mentais; mas será uma alternativa tio anos de mandato de PSD-CDS, res do setor privado", Costa defen- realista, cuidadosa e prudente. E que somou vários chumbos a di - deu que não se podem pôr em cau- moderada será a sua atitude." A rematar, e apesar das inúmeras plumas por parte do Tribunal sa "os alicerces em que assenta o criticas veladas à atuação do govercontrato social". Constitucional. Para notar que a página da aus- no cessante. dirigiu uma "cordial sinalizando que este será "um governo de garantia", o primeiro- teridade vai ser virada, o chefe do saudação" a Passos e à sua equipa e -ministro afastou os fantasmas do governo frisou que Portugal atra- reconheceu a "dedicação e o esforantieuropeísmo e do antiatlantis- versou "momentos muito duros" e (;()" do ex- primeiro-ministro "num Mo que têm sido levantados devi- que esse trilho "deixará marcas período tão crítico e de grandes dido às posições do BE e do PCP, re- profundas". "Por muito tempo", até ficuldades, em prol daquilo que era presentados, respetivamente, pela porque, reforçou, "a nossa socieda- a sua convicção do interesse nacioporta-voz. Catarina Martins, e pelo de está mais pobre, desigual e a nal". Passos reagiu sem reagir. Não nossa economia mais enfraqueci- alterou a expressão facial. líder parlamentar, João Oliveira. IDEIAS FORTES > Ponto final no confronto com a Constituição António Costa não fez qualquer remoque direto ao anterior governo, mas sublinhou que haverá uma mudança na lógica do governo: a Constituição é para ser respeitada. Acabou o conflito com a Lei Fundamental e com o Tribunal Constitucional, que chumbou vários diplomas da anterior maioria. Compromissos europeus são invioláveis O primeiro-ministro não quis deixar qualquer margem para ambiguidades: vai governar em respeito pelos mecanismos europeus, nomeadamente os de disciplina orçamental e as regras da zona euro. Ou seja, afastou os fantasmas do antieuropeísmo que têm sido suscitados pelas posições do Bloco e do PCP. O governo responde perante o Parlamento Cavaco avisou, sem explicar, que não hesitará em usar os poderes que a Constituição lhe confere. E pode, de facto, demitir o executivo. Contudo, e em jeito de resposta pronta, Costa lembrou que o governo responde perante a Assembleia da República, na qual existe uma maioria de esquerda que o apoia. > Página da austeridade é para ser virada Costa reconheceu que "não e altura de salgar as feridas, mas de as sarar", depois de quatro anos de sacrifícios. Quer uma inversão de rumo, uma vez que disse encontrar um país mais pobre, desigual e endividado e uma economia mais enfraquecida. JOSÉ BAN DE1RA CRAVO & FERRADURA É NESTA PARTE QUE TENHO DUVIDAS. Ta t 11 h171 .04' NN f " 411."`., drrwilrlã Alff , •TI:•.- aZiormimei.- . • Página 16 ID: 62044083 27-11-2015 Tiragem: 27481 Pág: 5 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 25,50 x 30,00 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 8 NSenhor~ointeilsbo, desejo ' faarilis à frente IKPOrnede Portugal, sua nação InnL" AS CURIOSIDADES Foi a segunda tomada de posse num mês, mas teve vários detalhes (além dos políticos) que a diferenciaram. Cavaco foi o último a chegar e o primeiro a sair > Como manda o protocolo, o Presidente da República foi o último a chegar ao Palácio da Ajuda para a tomada de posse, cinco minutos antes do início da cerimónia. No final, Cavaco Silva foi o primeiro a abandonar o local. Uma hora e dez minutos antes de Costa sair. Costa chega de BMW e sai de carro elétrico > Quando era apenas primeiro-ministro indigitado, António Costa chegou à Ajuda numa carrinha BMW. À saída. já como primeiro-ministro empossado, Costa preferiu, simbolicamente, optar por um carro elétrico utilitário da Nissan. As cores das canetas importam > O secretário-geral do PS, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas cumprimentaram com naturalidade António Costa, que dirigiu, no final do seu discurso, uma palavra ao primeiro-ministro cessante. No entanto, o chefe do recém-empossado executivo não poupou críticas aos antecessores, que recusaram falar à saída. O novo primeiro-ministro chegou com a mulher, Fernanda Tadeu. Catarina Martins (porta-voz do BE) e João Oliveira (líder parlamentar do PCP) não faltaram - uma estreia para os representantes do BE e um regresso do PCP ao fim de quase 40 anos António Costa, escolheu uma caneta vermelha para assinar a posse. A mesma cor tinha sido escolhida para assinar os acordos de esquerda. A ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, assinou a posse com uma caneta cor-de-rosa, cor do PS. A secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, preferiu a caneta de uma associação académica. Socráticos marcaram presença > O último primeiro-ministro do PS, José Sócrates, não esteve, por motivos óbvios, na tomada de posse do novo governo. Mas alguns dos socialistas que lhe são próximos fizeram-se representar. André Figueiredo, Renato Sampaio e Paulo Campos estiveram presentes. Família de Costa presente > O primeiro-ministro chegou ao Palácio da Ajuda acompanhado pela mulher, Fernanda Tadeu. A familia foi uma marca da campanha eleitoral de Costa que se fez, nessa fase, acompanhar várias vezes pela mulher e pelos dois filhos. Ontem, a família marcou presença. Incluindo o irmão Ricardo, diretor do Expresso. Nem só o carro foi elétrico num dia com força nas canetas BASTIDORES Passos e Portas não aplaudiram António Costa. Esquerda não aplaudiu Cavaco Silva. Até as cores das canetas contam Deficiência, Ana Sofia Antunes, tornasse posse, foi pedido à Biblioteca Nacional que preparasse um auto em braillepara que a governante pudesse ler a breve frase de juramento. António Costa conseguiu conduzir Sala dividida por muro um acordo que o levou a tomar Na sala da tomada de posse, no Paposse ontem como primeiro-mi- lácio da Ajuda, manteve-se o muro nistro, mas ia ficando apeado. À que foi erguido na política portusaída da cerimónia, que se realizou guesa entre a esquerda e a direita. ontem no Palácio da Ajuda, o novo Os líderes do PSD e do CDS, Passos chefe do governo não tinha carro à Coelho e Paulo Portas, não aplausua espera. Costa sorriu. Pouco de- diram o discurso de António Costa. pois lá apareceu um carro azul ci- Na mesma medida que, minutos tadino da Nissan. Elétrico. Como o antes, a ala esquerda da sala (exediscurso de Costa na cerimónia. cutivo e convidados da esquerda) Um sinal- neste caso de preocu- também não aplaudiram o discurpação ambiental - numa tarde de so de António Costa. simbolismos. "Eu, abaixo assinado, O PCP fez-se representar pelo líafirmo solenemente pela minha der da bancada do PCP, João Olihonra que cumprirei com lealdade veira. Já o Bloco de Esquerda conas funções que me são confiadas." tou com a líder, Catarina Martins, Após estas palavras, Costa assinou que logo que saiu ripostou os atacom uma caneta verques do Presidente melha, a mesma cor ao acordo das esescolhida para os querdas. A bloquista Tomaram posse acordos de esquerda. falou em "equívoco" 58 dos 59 do Presidente, quanForça nas canetas governantes do do este fala em goverTambém a ministra no que resulta da crinovo executivo da Presidência e da se. Modernização AdmiTambém o líder da nistrativa, Maria Mabancada do PS, Carnuel Leitão Marques, assinou a los César, respondeu a Cavaco Silposse com uma caneta cor-de- va, dizendo que este "é um governo -rosa. Nada mais simples, ou Sim- de convergência e não de diverplex (o programa que quer recupe- gência". O socialista adverte ainda rar): urna caneta da cor do PS. que a relação do governo com o Porém, a maioria dos ministros Presidente "é importante", mas não optou por canetas uni-balide tin- "totaliza o conceito de estabilidata azul. Todos assinaram com fir- de", pois a relação do governo será meza. Tomaram posse 58 gover- "essencialmente com o Parlamennantes. Há aqui sinais? Sim. to". M.M., O.L.O. E R.P.A. O primeiro e o ausente Não é inocente que, entre os secretários de Estado, o primeiro a tomar posse tenha sido Pedro Nuno Santos, que tutela os Assuntos Parlamentares. É urna secretaria de Estado com sabor a ministério, já que será muito importante no atual quadro político e parlamentar. Houve ainda um secretário de Estado que não tomou posse, pois estava fora do país. O que faz sentido pois Jorge Oliveira será o secretário de Estado da Internacionalização. Já marcou pela diferença por estar, precisamente, no estrangeiro. Não conseguiria chegar a tempo e, por isso, terá de ter uma tomada de posse à parte. Foi também a primeira vez que tomou posse wn governante invisuai. Para que a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com DX rápido Pedro Nuno Santos foi o primeiro secretário de Estado a tomar ontem posse. Um sinal político. O secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Oliveira, faltou à posse por estar fora do país. A Biblioteca Nacional preparou um texto em braille para Ana Sofia Antunes tomar posse. Página 17