1
2
FACULDADE DE CHAPADÃO DO SUL – FACHASUL
RCF
REVISTA CIENTÍFICA DA FACHASUL
ISSN 1981-5727
v.3 – n.5 – Jan./Jun. 2010
Semestral
3
EXPEDIENTE
Semestral
DIREÇÃO INSTITUCIONAL
TIRAGEM
300 exemplares
Profº. Wilton Paulino Junior
Profª. Sandra Mendonça Paulino
RCF
CONSELHO EDITORIAL
Os artigos, aqui publicados, são de
responsabilidade dos autores.
Profª. Ma. Alessandra Cristina Conforte
Profº. Adm. Me. Luiz Carlos Bianchi Filho
Profº. Esp. José Abadio de Moura
Profª. Ma. Simone Pereira da Silva
Bibliotecário Esp. João Paulo Lisboa
Campaneri
REVISÃO
Profª. Ma. Sandra Cristina Miotto Gouvêa
Bibliotecário Esp. João Paulo Lisboa
Campaneri
PERIODICIDADE
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO
Gráfica Chapadão do Sul.
Trabalhos para publicação e correspondência
deverão ser remetidas para:
CONSELHO EDITORIAL DA RCF
Endereço
Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL
Rua Vinte e Oito, 615 - Centro Cx.P. 009
CEP 79.560-000 – Chapadão do Sul-MS
Fone: (67) 3562-2703
www.fachasul.com.br
e-mail: [email protected]
Revista Científica da Fachasul - RCF / Fachasul - Faculdade
de Administração de Chapadão do Sul. - Vol. 03, n. 05
(jan./jun. 2010) -- Chapadão do Sul: Fachasul, 2010.
Semestral
ISSN 1981-5727
1. Administração - Periódicos. 2. Ciências Contábeis
- Periódicos. 3. Conhecimento Gerais. I. Faculdade de
Administração de Chapadão do Sul. II. Título
CDD 21. ed. 657
CDD 21. ed. 658
Elaborada pelo Bibliotecário João Paulo Lisboa Campaneri - CRB1 2418
4
EDITORIAL
O Ensino Superior no Brasil foi construído em torno de três eixos fundamentais para
trabalhar a educação, sendo: ensino, pesquisa e extensão.
A existência de periódicos especializados produzidos nas mais diferentes áreas das
faculdades e universidades se torna um instrumento de extrema necessidade para o
desenvolvimento desses três eixos mencionados acima, onde se torna possível a extensão do
conhecimento produzido não só na parte interior da Instituição, mas também na parte exterior
através da prática de cada indivíduo envolvido para uma melhor execução de suas tarefas
profissionais realizadas no seu dia-a-dia.
A publicação deste quinto número da RCF, criada pelos coordenadorres dos cursos de
Ciências Contábeis e Administração, colaboradores e direção da IES, tem a finalidade de
divulgar a produção científica e cultural de professores, acadêmicos e colaboradores com o
intuito de levar informações à comunidade interessada.
A Revista Científica da FACHASUL - RCF vem inteiramente imbuída no espírito
tridimensional inerente às Instituições de Ensino Superior para o exercício de sua função
social, bem como, adequando-se a política orientadora das atividades da Faculdade de
Chapadão do Sul no esforço de capacitação crescente do quadro de docentes, discentes e
comunidade; no atendimento às demandas da sociedade chapadense e no desenvolvimento de
produção científica que se articule com todas as necessidades sociais.
Embasada em crescentes mudanças culturais, políticas, sociais e econômicas, essa
revista, projeto desde a criação da Instituição, busca corresponder às expectativas de
qualidade, de competências geradas em um contexto de profundas transformações, de
produção científica e de comprometimento com a região de pessoas envolvidas para um
aprimoramento em seu ensino superior.
Agradecemos as coordenações, direção, professores e colaboradores que participam
desta iniciativa. Francis Bacon disse: “A leitura faz o homem completo; a conversa torna-o
ágil, o escrever torna-o preciso”, que é o que pretendemos que nossos leitores façam.
Equipe Editorial.
5
SUMÁRIO
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS 5s NA EMPRESA G.A
NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – CHAPADÃO DO SUL/MS
ROCKENBACH, Aline
SILVA, Simone Pereira da
05
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
TEÓRICO
WESCHENFELDER, Maycon
CONFORTE, Alessandra Cristina
ESTUDO
22
A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E
OUTRAS DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO
SOUZA, Jesus Maurício Innocêncio de
BIANCHI FILHO, Luiz Carlos
CONFORTE, Alessandra Cristina
31
APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE
MATERIAIS - MRP, EM INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO
ANIMAL DE CHAPADÃO DO SUL
SOUZA, Fábio Pereira de
SILVA, Cléo Adriano da
44
PREGÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO CÉU – GO
FLORES, Edevane Rosa
ALMEIDA, Carlos José Reis de
54
PESSOAL:
UM
6
PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DOS 5s NA EMPRESA G.A
NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – CHAPADÃO DO SUL/MS
ROCKENBACH, Aline.1
SILVA, Simone Pereira da.2
RESUMO: Este trabalho tem por finalidade apresentar uma proposta de implantação dos 5s
na empresa G.A Negócios Imobiliários, do segmento da construção civil e imobiliário,
localizada no Município de Chapadão do Sul/MS. Demonstrando como realizar o diagnóstico
da empresa e as etapas do processo de implantação dos 5s de qualidade, bem como os
benefícios de sua utilização para atingir a qualidade. O 5s promove mudanças significativas
no ambiente de trabalho, sendo importante ferramenta no processo de qualidade total da
empresa.
Palavras-Chave: Programa 5s. Implantação. Gestão pela Qualidade. Serviços. Qualidade
Total.
ABSTRACT: The present study it was carried through in company G.A Real estate
Businesses of small transport, of the segment of the civil and real estate construction, located
in the City of Chapadão of the Sul/MS. This work has for purpose to present a proposal of
implantation of 5s in company G.A Real estate Businesses. Demonstrating as to carry through
the diagnosis of the company and the stages of the process of implantation of 5s, as well as
the benefits of its use to reach the quality. 5Ss promotes significant changes in the work
environment, being important tool in the process of total quality of the company.
Word-Keys: Program 5s. Implantation. Management for the Quality. Services. Total Quality.
1
Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL.
Mestre em Gestão Agroindustrial pela Universidade para o Desenvolvimento da Região do Pantanal –
UNIDERP, professora e orientadora da bacharelanda.
2
7
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
As constantes mudanças no cenário
competitivo, cada vez mais afetam as
empresas, o que as obriga a estarem
estruturadas e organizadas para não
sofrerão de forma mais intensa. É esse um
dos motivos que impulsionam as mesmas a
buscarem novos modelos na gestão de
qualidade.
Com base em Vergara (2006) a
pesquisa será apresentada quanto:
Segundo Granda et al. (2006) “um
programa de qualidade não pode abordar
mudanças muito radicais, nem muito
complicadas,
precisa
tornar-se um
instrumento de fácil implantação e
compreensão, se tornando um ponto de
partida para despertar nas pessoas e
organizações
esse
sentimento
de
necessidade por ajudar”.
As mudanças que a sociedade vem
passando são muito rápidas tanto
tecnológicas como comportamentais. São
essas mudanças que colocam em risco a
sobrevivência das empresas e os motivos
são muitos como, por exemplo: novos
produtos no mercado, exigências fiscais,
inovações tecnológicas, a forte pressão do
mercado concorrente.
Qualquer processo de melhoria está
ligado à ajuda do recurso humano, pois o
desempenho do programa depende do
treinamento e comprometimento de toda
organização.
A proposta de implantação do
Programa 5s na empresa G.A Negócios
Imobiliários, surgiu como forma de tornar
a empresa mais competitiva, visto que ter
um padrão de qualidade para a prestação
de serviço é de fundamental importância
para a sobrevivência da empresa.
Essa empresa está passando pelo
processo de expansão e estruturação de
seus negócios, para tal mudança torna-se
necessário adotar o termo Qualidade Total,
por meio, dos 5s na empresa.
•
Aos Fins: caracteriza-se como uma
pesquisa descritiva e explicativa,
pois expõe características de
determinada população, no caso,
demonstra
a
proposta
de
implantação dos 5s na empresa G.A
Negócios Imobiliários – Chapadão
do Sul/MS;
•
Aos meios: pesquisa de campo ou
empírica por meio de visitas inloco
realizando uma observação direta
participativa na empresa G. A
Negócios Imobiliários; e através de
análise documental; e também,
pesquisa bibliográfica baseada em
material publicado em livros e
periódicos e; estudo de caso, pois,
concentra-se, no caso em particular
de uma empresa prestadora de
serviços, e foi realizado uma
entrevista
junto
aos
sócios
proprietários, realizada no dia 12 de
Maio de 2010.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Conceitos de Serviços
Os serviços oferecidos diferem de
um produto, pois se acontecer do cliente
não ficar satisfeito, não tem como devolver
simplesmente o dinheiro e estará tudo
resolvido como no caso do produto, neste
sentido torna-se importante ofertar uma
prestação de serviço com qualidade.
Serviços são produtos [...] que são
intangíveis, ou pelo menos são de forma
substancial. Se totalmente intangíveis,
são comercializados diretamente do
produtor para o usuário, não podem ser
transportados
e
são
quase
8
instantaneamente perecíveis. Os produtos
de serviços são freqüentemente difíceis
de serem identificados, uma vez que
passam a existir ao mesmo em que
comprados e consumidos. São compostos
de elementos intangíveis inseparáveis
geralmente envolvem a participação do
cliente de alguma maneira importante,
não podem ser vendidos no sentido de
transferência de propriedade, e não tem
direito de posse (BOONE; KURTZ,
1998, p. 34).
As empresas prestadoras de
serviços devem oferecer um adequado
serviço ao cliente, onde o desafio
enfrentado é sobreviver em um mercado
onde o diferencial está no processo da
execução do serviço, criando assim, um
padrão de qualidade a seus clientes.
Na área da produção serviços
“referem-se
a
bens
intangíveis,
representados por ações desenvolvidas por
terceiros em atendimento a solicitações
específicas de atividades a executar”.
(PALADINI, 1995, p. 57).
Os serviços não podem ser
transferidos, além de não envolverem
direito de posse, aspecto esse, que
configura
sua
natureza
intangível,
permitindo satisfações que compensam o
dinheiro gasto na realização dos desejos e
necessidades dos clientes.
Kotler (1998), Gianesi e Correa
(1996) definem algumas das principais
características dos serviços, que são:
a) intangibilidade - os serviços, ao
contrário dos produtos, não podem
ser avaliados antes da compra, são
vivenciados pelos consumidores;
b) inseparabilidade - a necessidade
da participação do cliente ou de
algum bem de sua propriedade;
c) perecibilidade - os serviços não
podem ser estocados, sendo
necessário manter o equilíbrio entre
a demanda e a oferta;
d) variabilidade - nem sempre o
serviço prestado obtém o mesmo
resultado de um cliente para o
outro, o que dificulta seu
gerenciamento;
e) simultaneidade - os serviços são
produzidos
e
consumidos
simultaneamente, impossibilitando
a
estocagem
e
requerendo
flexibilidade, já que a produção
acompanha a demanda.
Atualmente, tanto produtos como
serviços se mostram bem mais complexos
e sofisticados. A competitividade cresce a
cada dia, o nível de exigência dos clientes
se aprimora e a qualidade passa a ser o
principal fator de diferenciação.
3.2 Qualidade
Segundo Pacheco (1995, p. 20)
existe algumas definições de qualidade
como a seguinte “É a capacidade do
contínuo planejamento e desenvolvimento
de ações para sempre satisfazer as
necessidades
dos
clientes,
independentemente de que estes sejam
coisas ou pessoas”.
Para um produto ou serviço ser de
qualidade, necessita transmitir segurança e
confiabilidade,
satisfazendo
as
necessidades de todos os clientes. A
participação de todos os empregados
inclusive da gerência é fundamental para
um controle de qualidade, é um sistema em
longo prazo, voltado à satisfação do
cliente, redução dos custos, minimização
das perdas, um processo de melhoria dos
produtos ou serviços, um custo baixo, para
aumentar as vendas.
Qualidade segundo Colenghi (2003,
p.22) é “atender às reais necessidades dos
seus clientes, de forma que estes fiquem
entusiasmados e sejam fiéis aos seus
produtos e serviços, divulgando-os de
forma positiva e recomendando-os a outras
pessoas”.
9
As empresas se empenham na
implantação do programa de qualidade,
pois os resultados não só garantem a
excelência dos serviços externos como a
utilização dos recursos existentes, desta
forma o atributo qualidade trabalhado pelas
organizações tem uma definição completa
do ponto de vista cliente/consumidor.
O equívoco está em considerar que a
qualidade está restrita a um ou apenas
alguns itens. Por isso, enfatiza-se o
seguinte: para definir corretamente
qualidade, o primeiro passo é
considerar a qualidade como um
conjunto de atributos ou elementos
que compõem o produto ou serviço.
(PALADINI, 1995, p. 45).
Dentro deste contexto, a definição
da qualidade, envolve vários itens que são
avaliados
pelo
consumidor
como:
características do produto, preço, tempo de
entrega e até mesmo a marca.
3.2.1 Sistema de Qualidade Total e
Controle de Qualidade
Algumas organizações buscam,
continuamente, obter qualidade total,
sabendo que todos os dias acontecem
novidades, pois a globalização leva á
clientes cada vez mais exigentes, buscando
nas empresas produtos que os satisfazem,
com máximo grau de qualidade possível.
A Gestão pela Qualidade Total
(GQT)
significa
criar,
intencionalmente,
uma
cultura
organizacional em que todas as
transações
são
perfeitamente
entendidas e corretamente realizadas
e onde os relacionamentos entre
funcionários, fornecedores e clientes
são bem-sucedidos (CROSBY apud
DIONÏSIO, 2008, p. 35).
A busca da empresa pela qualidade
total deve acontecer em todo processo de
produção, da criação à pós-venda. Assim, a
organização deverá desenvolver métodos e
procedimentos em relação a seus
colaboradores, para que os objetivos
organizacionais sejam atingidos.
O sistema da Qualidade Total é:
Estrutura operacional de trabalho
aplicável a toda a empresa,
documentada em procedimentos
técnicos e gerenciais, para orientar
ações coordenadas de pessoas e
máquinas da empresa, a fim de
assegurar a satisfação do consumidor
quanto à qualidade e custo
econômico desta (FEIGENBAUM,
1993, p. 299).
Para Feigenbaum (1993, p. 67) são
os quatro conceitos básicos para o
gerenciamento da qualidade total, que são:
a) Não existe um nível constante na
qualidade, assim que um nível é
alcançado o mercado passa a exigir
índices mais elevados;
b) A cultura da qualidade na empresa
não se restringe a palavras, mas há
habilidades e atitudes positivas dos
membros da organização;
c) Qualidade é essencial para o êxito
de inovações, o desafio é integrar a
velocidade de novos produtos no
mercado ao desenvolvimento do
mesmo de forma clara e objetiva;
d) Qualidade
superior
leva
à
otimização da mão-de-obra e
materiais,
resultando
em
produtividade elevada e custos
inferiores.
As organizações buscam a
satisfação das necessidades das
pessoas por meio das habilidades e
competências desenvolvidas pelos
membros da organização, para
10
atingir a qualidade, aumentando a
produtividade e reduzindo custos.
O TQC no modelo japonês como um
sistema gerencial que, com o
envolvimento de todas as pessoas em
todos os setores da empresa, visa
satisfazer suas necessidades, através
da prática do controle da qualidade.
Tendo como premissa básica que o
objetivo principal de uma empresa é a
sua sobrevivência, o TQC vai buscar
isto através da satisfação das pessoas.
Assim, o primeiro passo é identificar
todas as pessoas afetadas pela sua
existência, e como atender suas
necessidades
(CAMPOS
apud
DIONÍSIO, 2008, p. 38).
Ernest e Young apud Fiats (1995,
p. 62) explica que o TQC (Controle de
Qualidade Total) consiste na criação de
uma vantagem competitiva sustentável,
através do constante aprimoramento do
processo de identificação e atendimento
das necessidades e expectativas dos
clientes quanto aos produtos e serviços
requeridos, e da utilização eficiente dos
recursos existentes de modo a agregar o
máximo de valor ao resultado final. E os
objetivos da utilização deste método
gerencial são:
•
Garantir uma maior satisfação do
cliente, fornecendo produtos e
serviços que correspondam às suas
expectativas, monitorando suas
constantes mudanças ( “customer
in”);
•
Melhorar
a
atendimento;
•
Maior eficiência e produtividade,
mantendo cada etapa do processo
produtivo sob controle, detectando
possíveis falhas e rastreando suas
causas;
•
Maior integração do pessoal,
promovendo a comunicação entre
os vários setores e diferentes níveis
qualidade
do
hierárquicos (comunicação vertical
e horizontal );
•
Redução de custos, minimizando
retrabalhos;
•
Maior lucratividade e crescimento.
O TQC fornece aos consumidores
produtos ou serviços com padrão de
qualidade para atender suas necessidades e
desejos, melhorando o atendimento,
reduzindo custos, obtendo eficiência na
produtividade,
identificando
falhas,
utilizando de forma eficiente os recursos
disponíveis e agregando valor aos produtos
e serviços ofertados aos clientes.
3.2.2 Qualidade
Serviços
na
Prestação
de
As empresas devem identificar o
perfil de seus clientes que cada vez mais
tem consciência do custo/benefício de um
serviço. Neste sentido, torna-se necessário
que a organização que pretende sobreviver
neste cenário de competitividade deve
manter um padrão de qualidade de seus
serviços, como forma de diferencial
competitivo.
A qualidade do serviço se baseia em
avaliações cognitivas de longo prazo,
por parte dos clientes, sobre a entrega
do serviço de uma empresa; ao passo
que a satisfação do cliente é uma
reação emocional de curto prazo ao
desempenho específico de um
serviço. (LOVELOCK; WRIGHT,
2003, p. 98).
Como a prestação de um serviço é
feita por intermédio das pessoas, é através
do atendimento que podemos mensurar a
qualidade. Assim, se um cliente faz algum
tipo de reclamação, é importante que o
funcionário tente solucionar seu problema,
mesmo que a reclamação seja relativa a
outro setor, buscando, dessa forma, uma
11
solução junto ao setor competente, caso
contrário, o cliente pode ficar insatisfeito,
inclusive com o atendimento, devido à
falta de interesse do funcionário para com
seu caso.
Para Lovelock e Wright (2003, p.
99) há cinco dimensões amplas pelas quais
os clientes julgam a qualidade dos
serviços:
1) Confiabilidade: a empresa é
confiável no fornecimento do
serviço conforme prometido?;
2) Tangíveis: como são as instalações
físicas, equipamentos, pessoal?;
3) Sensibilidade: os funcionários são
prestativos e capazes de fornecer
pronto atendimento?;
4) Segurança: os funcionários são
bem
informados,
educados,
competentes
e
dignos
de
confiança?;
5) Empatia: a empresa fornece
atenção cuidadosa, personalizada?
A confiabilidade tem se mostrado
um dos fatores mais importante na
avaliação da qualidade do serviço pelos
clientes. Pode-se dizer que um serviço não
confiável, torna-se um serviço deficiente.
Se a serviço básico não é realizado de
maneira confiável, os clientes podem supor
que a empresa seja incapaz também em
outras áreas e, desta maneira, procurar
outro estabelecimento.
As outras dimensões – tangíveis,
sensibilidade, segurança e empatia – dão
as empresas a oportunidade de encantar os
clientes
pela
superação
de
suas
expectativas durante as interações e o
ambiente de serviço.
3.3 Programa 5S
O programa 5S foi criado com
intuito de ajudar as organizações a mudar
sua maneira de pensar, fazer as pessoas
direcionarem seus pensamentos para
aumentar a produtividade.
As organizações utilizam-se dos 5s
para driblar a pressão competitiva que
afetam as estruturas organizacionais,
contribuindo para a conquista da qualidade
total, tendo a vantagem de provocar
mudanças comportamentais nas pessoas e
em todos os níveis hierárquicos.
Um local mais limpo e organizado
é o que pretende a implantação do
programa 5S, onde todas as ferramentas de
trabalho estejam em seu devido lugar, para
facilitar o uso delas, diminuindo os
acidentes e também os custos, garantindo o
sucesso desse programa de qualidade.
12
Figura 01 - Objetivo dos 5s.
F
onte: Francischini apud Granda (2006, p. 22).
O Programa 5S visa mudar essa
maneira de pensar, fazer com que as
pessoas direcionam melhor seu
comportamento e os leva para a vida
toda. Este programa não é somente
um evento episódico de limpeza, mas
uma maneira nova de mostrar as
empresas
seus
ganhos
em
produtividade (COLENGHI, 2003, p.
03).
A busca maior qualidade de vida no
trabalho tem sido uma preocupação das
organizações, e o Programa 5s também tem
esse objetivo, que é dispor de ambientes
mais limpos e organizados.
De acordo com Colenghi (2003), a
medição dos níveis de qualidade serve para
avaliar o resultado do trabalho em
conjunto, onde precisa o auxilio de todos
inclusive gerentes e proprietários. Para um
produto ser de qualidade ele precisa
atender de forma perfeita e confiável, ser
acessível e passar segurança atendendo as
necessidades do cliente.
3.3.1 Roteiro para Implantação dos 5S
Anvisa (2005, p. 16) relata que as
etapas para implantação dos 5s são:
1ª etapa: Equipe de Implantação
- Formada por três pessoas, no mínimo, de
diferentes setores da instituição e uma
pessoa da alta administração. A equipe tem
que ter disponibilidade para conduzir o
processo, orientar, esclarecer dúvidas e
fazer
visitas
rotineiras
de
acompanhamento.
2ª etapa: Planejamento - Equipe
de implantação pode elaborar um
cronograma, um plano de orientação,
determinar as ferramentas que serão
utilizadas e dividir as atividades. As tarefas
e as responsabilidades devem ser
distribuídas e todos devem se comprometer
com os prazos de cumprimento.
3ª etapa: Fotos e Registros - É
importante registrar a situação atual da
organização, em todas as áreas,
13
especialmente onde forem percebidas
necessidades de melhoria. Posteriormente,
a equipe deve se reunir e discutir as falhas,
as ações corretivas, dar sugestões de
melhoria baseadas nas fotos. É importante
a opinião de cada um, principalmente por
que pertencem a áreas diferentes na
empresa.
4ª etapa: Reunião - A equipe pode
convidar o pessoal da instituição para uma
reunião, compartilhar os dados e mostrar o
compromisso e a disposição para implantar
o método. Nesta reunião, a equipe pode
iniciar o trabalho de conscientização do
pessoal, da importância do programa 5S
para a melhoria do trabalho. A equipe
também pode explicar os objetivos do
trabalho, mostrar as vantagens do
programa e os benefícios.
5ª Etapa: Implantação - Após esta
reunião de sensibilização do pessoal com a
equipe responsável, o programa começa a
ser
efetivamente
implantado.
As
responsabilidades são divididas de acordo
com as áreas de trabalho, bem como os
mapas de acompanhamento do trabalho.
Em cada fase, o pessoal envolvido deve se
reunir para definir as atividades, esclarecer
as dúvidas, citar os exemplos. A interação
da equipe com o pessoal envolvido
também é importante, para que não fiquem
dúvidas a respeito do programa e para que
tudo corra bem na fase seguinte.
6ª Etapa: Acompanhamento - A
equipe organizadora é responsável por
verificar os pontos positivos, e os
negativos, o pessoal deve estar sempre
motivado. O ideal é que todos percebam os
resultados, as mudanças. É essencial que
todos sigam o programa, com o tempo
cada integrante vai diagnosticar a
importância dos conceitos e de sua
aplicação, tornando a metodologia um
hábito no trabalho. Dessa forma, o sistema
vai se consolidando, junto com o Sistema
da Qualidade. Os técnicos e funcionários
novos, que forem se incorporando à
empresa, também se habituarão a aplicar os
conceitos, uma vez que entrarem num
sistema já implantado. A gerência, setor
ou
empresa
deve
também
se
responsabilizar por planejar reuniões
periódicas com os membros da equipe para
verificar como está sendo seguidas cada
fase do programa e as melhorias que
podem ser feitas. Isso garante a motivação
em sempre manter o hábito da metodologia
e a manutenção do programa sempre
implantado. Os treinamentos dos membros
da equipe, técnicos e funcionários, devem
ser periódicos e o acompanhamento deve
ser constante. Com os novos treinamentos,
a equipe pode verificar os resultados,
avaliações do pessoal, as melhoras e o que
ainda pode ser feito. Também é uma
oportunidade
de
reciclagem
dos
conhecimentos de cada um e harmonização
da equipe.
Para o bom desenvolvimento do
programa todas as etapas devem ser
seguidas e compridas. A princípio se
escolhe as pessoas dispostas a ajudar a
exercer liderança na empresa para
mobilizar as demais, que possam treinar
toda equipe para trabalharem juntas.
Um representante é escolhido na
empresa e este precisa ter um perfil de
liderança e comprometimento, ter boas
relações com os colaboradores e fluência
verbal, acima de tudo acreditar no
programa e promover a colaboração de
todos.
Depois dessa implantação é preciso
organizar a empresa em grupos de
desenvolvimento, de sustentação. Esses
grupos vão ser responsáveis por limpar os
ambientes, corrigir os erros, e acompanhar
o desenvolvimento, estimulando a equipe.
4 A EMPRESA
A
empresa
GA
Negócios
Imobiliários teve início de suas atividades
em 10 de Fevereiro de 2010, é uma
empresa privada, prestadora de serviços.
Localizada na Avenida 04, no. 1345,
14
centro do Município de Chapadão do
Sul/MS. A GA Negócios Imobiliários
possui 06 colaboradores e é representada
por dois sócios proprietários. A estrutura
organizacional da empresa está dividida
em: um engenheiro civil, uma secretária,
um vendedor externo, um administrativo e
um comercial.
4.1 Proposta para Implantação do
Programa 5S na G.A Negócios
Imobiliários
4.1.1 Diagnóstico da Empresa
A empresa possui como meta
oferecer prestação de serviços de alta
qualidade,
atendendo
assim,
as
necessidades e as expectativas do cliente.
Em relação à segurança e treinamento, a
organização tem o intuito de fornecer
condições adequadas para a execução das
tarefas desenvolvidas na empresa e ainda,
capacitar os funcionários que são poucos, o
que é um fator que demonstra um
investimento menor em treinamento.
A GA negócios imobiliários tem a
visão de que um ambiente de trabalho
adequado pode facilitar o processo de
atendimento ao cliente, apesar de
identificar isso, a empresa ainda não fez
nenhuma mudança significativa.
Os funcionários da empresa não
estão preocupados em separar o que é útil
do que é inútil, os documentos e armários
estão localizados de forma desordenada,
pois os colaboradores levantam várias
vezes para pegar um documento ou outros
materiais necessários para o atendimento
ao cliente, necessitando ter Layout e
ordenação (arrumação) na empresa.
Para que a organização desenvolva
suas tarefas e com a rotina das atividades, a
empresa terá que planejar quando serão
implantados os 5S.
Os funcionários da empresa não
estão adaptados a cultura da empresa o que
demonstra um fator que prejudica a
execução dos 5s e isto é também
responsabilidade da empresa. Isso ocorre
porque a empresa é nova no mercado e
ainda não criou sua visão, missão e
valores; conseqüentemente a sua cultura
não está clara.
Os colaboradores da empresa
demonstram dificuldade com mudanças,
pois a adaptação será um processo que
todos deverão fazer parte, para que tenha
eficácia e eficiência o programa 5S.
A empresa tenta manter o ambiente
de trabalho limpo, mas não possui uma
pessoa específica para ficar durante o
horário de expediente para realizar a
limpeza do ambiente, caso necessário, pois
ela só está na empresa durante o período
matutino, antes que os funcionários
cheguem.
A conservação desse ambiente
outra dificuldade identificada, no sentido
de que a limpeza tem que ser algo rotineiro
e habitual, para manter o ambiente limpo.
Com isso pode prevenir acidentes de
trabalho, ter um ambiente adequado para
receber os clientes e o bem estar e a saúde
dos colaboradores da empresa.
A autodisciplina é de fundamental
importância para que o processo de
implantação 5s aconteça, para tanto os
funcionários devem estar motivados para
que se envolvam no processo e que
busquem a melhoria da empresa.
4.1.2 Roteiro para Implantação do
Programa 5S na G.A Negócios
Imobiliários
Os 5Ss podem ser implantados
como um plano que auxilia a empresa a
alcançar seus objetivos, através trabalho de
equipe através da utilização desse método.
15
Ribeiro (1997, p. 56), menciona
que o programa dos cinco Sensos de
origem japonesa criada na década de 60 dá
origem às palavras: seiri, seiton, seiso,
seiketsu, shitsuke. Que têm seus seguintes
significados:
•
SEIRI - Senso de Organização /
Arrumação;
•
SEITON - Senso de Utilização /
Ordenação;
•
SEISOU - Senso de Limpeza;
•
SIKETSU - Senso de Saúde /
Segurança;
• SHITSUKE
Autodisciplina.
Senso
de
Os 5Ss são interpretados como
sensos, primeiramente para manter o nome
original do programa, e ainda para refletir
melhor a idéia de profunda mudança
comportamental (OSADA, 1992).
Principais benefícios
segundo Ribeiro (1997):
do
5S,
Quadro 01 - Principais Benefícios do 5S.
Fonte: Ribeiro (1997).
identifica materiais, equipamentos,
ferramentas, utensílios, informações e
dados necessários, descartando ou
dando a devida destinação àquilo
considerado
desnecessário
ao
exercício das atividades (CAMPOS,
1999, p. 23).
4.1.2.1 Senso de Utilização
Este senso de utilização demonstra
a importância de separar o que é necessário
do que é desnecessário em um dado
momento, para facilitar o processo de
execução das tarefas na empresa.
1-S Senso de Utilização: Utilização,
arrumação, organização, seleção,
classificação.
Neste
senso
se
Lapa (1998) considera algumas
instruções para a implantação do Senso de
utilização (organização);
•
Consultar o tempo mínimo de
guarda dos documentos legais da
organização. Por exemplo, alguns
16
documentos devem ser guardados
durante cinco anos, após este
tempo,
estes
podem
ser
direcionados ao arquivo morto ou
destruídos
(enviados
para
reciclagem);
A empresa tem as vantagens de
diminuir o espaço utilizado por materiais
desnecessários, também evitando a compra
de materiais que já existem. Para isso é
preciso que todos saibam o que é realmente
necessário, diferenciando o útil do inútil.
•
Promover uma faxina geral inicial,
aproveitando a ocasião para listar
os equipamentos e materiais que
precisarão ser removidos e/ou
consertados;
•
Fazer uma amostragem prévia do
grau de dificuldade envolvida na
mobilização geral, praticando-a
num local restrito;
Assim a organização só tem a
ganhar, aumentando sua produtividade e
melhorando seu desempenho através do
aumento dos níveis de qualidade e troca de
informações, contando com ambientes
mais sistematizados.
•
Selecionar
e
organizar,
previamente, as áreas de destino
provisório dos diversos materiais a
serem movimentados;
•
Acionar o setor de patrimônio para
ajudar
na
logística
da
movimentação e destinação dos
excessos identificados;
•
Providenciar para que todos os
interessados tenham conhecimento
dos materiais com potencial de
reutilização interna;
•
Documentar
e
divulgar
os
resultados
obtidos
com
a
mobilização, expressando esses
resultados
da
forma
mais
impactante possível.
Ao implantar esse senso percebe-se
que isso trás uma mudança nas pessoas,
ajudando os mesmos a desenvolver o
companheirismo, e o sentimento de equipe.
Na prática da G.A negócios o 1° S
elimina o desperdício, quando se organiza
e arruma a empresa. Sendo aplicada de tal
forma a priorizar os documentos e arquivos
que são usados com mais freqüência, todo
dia, deixando esses mais próximos ao local
do trabalho, e os demais um pouco mais
distantes. Desta forma o que é usado com
menos freqüência, manter separadamente.
4.1.2.2 Senso de Ordenação
O senso de Ordenação faz com que
a empresa organize seu ambiente de
trabalho, para que se um funcionário faltar,
o que estará substituindo ele encontre com
facilidade os documentos necessários para
prestação de serviço de um cliente.
2
S-Senso
de
Ordenação:
Ordenação,
sistematização,
classificação. Este senso define locais
apropriados e critérios para estocar,
guardar
ou
dispor
materiais,
equipamentos,
ferramentas,
utensílios, informações e dados de
modo a facilitar o seu uso e
manuseio, facilitar a procura,
localização e guarda de qualquer
item, ou seja, “cada coisa no seu
devido lugar” (CAMPOS, 1999, p.
23).
Algumas
instruções
para
a
implantação do Senso de Ordenação
segundo Lapa (1998):
1) A
nomenclatura
padronizada;
deve
ser
2) Guardar os objetos de forma que “
entra primeiro, sai primeiro”;
3) Usar rótulos e cores vivas para
identificar os objetos;
17
4) Guardar os objetos diferentes em
locais diferentes;
comprimento das etapas garantiram o
sucesso dessa implantação.
5) Expor visualmente todos os pontos
críticos,
tais
como:
locais
perigosos, partes das máquinas que
exigem atenção especial, etc;
O tempo gasto para a realização do
trabalho é um fator muito importante na
sua execução, pois o tempo que se gastaria
procurando os materiais e documentos
poderão acelerar o tempo de entrega de
projetos, prazos menos apertados e
estressantes.
6) Cuidar para que a comunicação
visual seja fácil e rápida. Por
exemplo: não escreva frases longas,
comunique apenas uma idéia chave
por painel, ilustre a idéia com um
desenho, preferencialmente;
7) Melhorar o layout de forma a
facilitar o fluxo das atividades das
pessoas.
A implantação do 2° S na empresa
G.A negócios define que tudo seja
arrumado para que todos possam encontrar
o que precisam com facilidade. Portanto é
necessário seguir um padrão, rotular e
identificar os objetos fazendo uma
padronização dos mesmos.
Não colocar os móveis ou qualquer
outro objeto no meio do caminho,
identificando bem os locais de alta
voltagem, extintores de incêndio, objetos
que exijam atenção.
A vantagem deste Senso é diminuir
o tempo gasto para encontrar os objetos
necessários, facilitando o transporte interno
de documentos, arquivos, pastas. Tudo
com mais rapidez na mão, reduz o tempo
da execução do trabalho.
Com o melhoramento do local dos
móveis e equipamentos alem da melhoria
do trabalho, facilita a limpeza do local.
Um local de trabalho organizado e
limpo é o que propõe o programa, e os
ganhos são de todos. A ordem naquilo que
se faz é fator determinante para a
ordenação de um bom desempenho do
trabalho.
Todas
essas
mudanças
e
padronizações são partes importantes do
processo de aplicação do programa de
qualidade, e a disciplina de todos para o
4.1.2.3 Senso de Limpeza
Este senso de Limpeza faz com que
a empresa mantenha o ambiente de
trabalho sempre limpo, eliminando causas
que promovam sujeiras e conduzem os
funcionários a aprender a não sujar.
3 S - Senso de Limpeza: como o
próprio nome diz esse senso
conceitua limpeza e zelo, tendo o
intuito de eliminar a sujeira ou
objetos estranhos, mantendo o
ambiente de trabalho limpo, bem
como os dados e informações
atualizadas para garantir a correta
tomada de decisões. O mais
importante neste conceito não é o ato
de limpar, mas o ato de “não sujar”.
Isto significa que além de limpar é
preciso a conscientização de todos
para ajudar a não sujar (CAMPOS,
1999, p. 23).
Algumas
instruções
para
a
implementação do Senso de Limpeza
segundo Lapa (1998):
1) Educar para não sujar;
2) Treinar todos os operadores para
que sejam capazes de conhecer
completamente o equipamento que
usam, de dentro para fora, e
cumprir cronograma para inspeções
detalhadas durante a limpeza;
3) Elaborando,
junto
com
os
operadores, listas de verificação de
todos os pontos do equipamento
18
que mereçam atenção especial
durante as inspeções periódicas;
4) Distribuindo,
amplamente,
recipientes de coleta de lixo.
Para se por em pratica do 3° S na
empresa é preciso saber a importância de
se estar em um ambiente limpo, se manter
essa limpeza o máximo possível, pois a
limpeza do ambiente traduz qualidade e
segurança.
As vantagens que isso lhes traz são
a maior produtividade das pessoas,
evitando que o trabalho seja refeito, assim
se evita perda de materiais e produtos.
A importância também de quem
sujar fazer a limpeza, diminui as causas
dessa sujeira, definindo os responsáveis em
cada área, isso faz com que as ferramentas
estejam sempre limpas, cada um que for
usar fazer a higienização para trabalhar nas
melhores condições possíveis.
E, sobretudo sempre colocar o lixo
em seu devido lugar. Neste senso incluise um bom relacionamento com os colegas
que resulta num ambiente de trabalho
sempre agradável.
Se cada integrante da equipe se
preocupar em manter limpo seu local de
trabalho, dando um destino certo ao lixo,
com certeza a empresa terá um ambiente
onde todos queiram trabalhar, cada um
fazendo sua parte sem sobrecarregar
nenhuma das partes.
4.1.2.4 Senso de Saúde
A empresa deve manter um
ambiente de trabalho que ofereça a seus
colaboradores a saúde, higiene e segurança
dos mesmos, mantendo assim os sensos
anteriores.
4 S - Senso de Saúde: Asseio,
higiene,
saúde,
integridade,
padronização. Esse senso de asseio
significa criar condições favoráveis à
saúde física e mental, garantir um
ambiente livre de agentes poluentes,
mantendo boas condições sanitárias,
zelar pela higiene pessoal e cuidar
para que as informações e
comunicados sejam claros, de fácil
leitura e compreensão (CAMPOS,
1999, p. 23).
Algumas
instruções
para
a
implementação do Senso da Saúde
segundo Lapa (1998):
1) Ter os 3S’s implantados;
2) Mapeando
e
sistematicamente,
inseguras;
eliminando,
as situações
3) Difundir material educativo sobre
saúde em geral;
4) Manter excelentes condições de
higiene nos banheiros, restaurantes,
etc;
5) Promover, durante o período de
trabalho, atividades rápidas para
restauração do equilíbrio físico,
mental e emocional;
6) Garantindo que todos os seus
dependentes
tenham
uma
alimentação balanceada;
7) Incentivando a prática de esportes;
8) Distribuindo as tarefas de forma
racional, de modo que
sejam
efetuadas naturalmente, mesmo que
em ritmo forte;
9) Estimulando
um
clima
de
confiança, amizade e solidariedade.
A aplicação deste 4º S na empresa
pede que se mantenha sempre favorável à
saúde e higiene das pessoas na
organização. Onde todos cuidem tanto de
sua aparência, higiene pessoal, como do
ambiente em que trabalham, já que
sabemos que se passa a maior parte de
19
nossas vidas no trabalho, que esse seja
satisfatório e gratificante a quem ô realiza.
outros, cumprindo os horários e os prazos
de entrega.
Anvisa (2005, p. 38) menciona que
o pessoal deve ter consciência da
importância desta fase, tomando um
conjunto de medidas:
Sabemos que a imagem é aquilo
que passamos aos outros, aos clientes e
pessoas
indiretamente
ligadas
à
organização. E essa imagem também é de
suma importância para quem ainda não
utiliza e pode vir a usar os serviços da
empresa, por tanto a motivação e satisfação
da equipe passa muita coisa boa ao
ambiente externo.
•
ter os três
implantados;
•
Capacitar o pessoal para avaliem se
os conceitos estão sendo aplicados
realmente e corretamente;
•
S's
previamente
eliminar as condições inseguras de
trabalho, evitando acidentes ou
manuseios perigosos;
•
humanizar o local de trabalho numa
convivência harmônica;
•
difundir material educativo sobre a
saúde e higiene;
•
respeitar os colegas como pessoas e
como profissionais;
•
colaborar, sempre que possível,
com o trabalho do colega;
•
cumprir horários;
•
entregar documentos ou materiais
requisitados no tempo hábil;
•
não fumar em locais impróprios,
etc.
As vantagens que podemos ter se
dão também quando se diz respeito à
imagem da empresa internamente e
externamente, elevando os níveis de
satisfação e motivação pessoal para cada
um que trabalha na empresa. É importante
nesta fase que o pessoal esteja motivado
para cumprir o programa.
Nesta quarta etapa é hora da G.A
Negócios conferir se o pessoal está
capacitado para aplicar corretamente,
eliminando qualquer insegurança.
Harmonizar o local de trabalho,
com o respeito e ajuda mútua um aos
4.1.2.5 Senso de Autodisciplina
O senso de Autodisciplina conduz
os funcionários da empresa a uma
mudança de comportamento e hábitos que
favorece ao cumprimento do programa 5s.
5S - Senso de Autodisciplina como o
senso
já
diz,
autodisciplina,
educação, cortesia, compromisso é
desenvolver o hábito de observar e
seguir normas, regras, procedimentos,
atender especificações, sejam elas
escritas ou informais. Este hábito é o
resultado do exercício da força
mental, moral e física cuidando para
que as informações e comunicados
sejam claros, de fácil leitura e
compreensão (CAMPOS, 1999, p.
23).
Algumas
instruções
para
a
implementação do Senso de Autodisciplina
segundo Lapa (1998, p. 10-11):
1.
Compartilhar visão e valores;
2.
Dar recompensa material e moral;
3.
Educar para a criatividade;
4.
Ter padrões simples;
5. Melhorar
geral;
as
6. Treinar
persistência;
com
comunicações
em
paciência
e
20
6.1.
Demonstrar um bom exemplo da
ação que se deseja;
sucesso do programa depende do trabalho
em equipe e união do grupo.
6.2.
A empresa através da alta direção
deve garantir tanto a implantação, quanto à
manutenção da melhoria contínua do
sistema de gestão da qualidade de sua
organização,
com
a
ajuda
das
competências de cada um de seus
colaboradores, pois para que esse sistema
tenha um bom funcionamento é
indispensável o trabalho da equipe.
Explicar a finalidade da ação;
6.3.
Repetir a explicação muitas
vezes;
6.4.
Repetir a
subordinado
simultaneamente;
ação com o
executando-a
6.5.
Observar
o
subordinado
executando a ação sozinho;
6.6.
Elogiar cada progresso ocorrido;
6.7.
Se houver falha, repetir o ciclo
desde o passo 6.1.
7. Atribuir responsabilidades e dar
autoridade;
8. Criar um clima de confiança,
amizade e solidariedade;
9. Lançar desafios compatíveis com
as habilidades.
Os 5s foram criados para
transformar as pessoas e organizações,
melhorando o local de trabalho e criando
um ambiente de qualidade, o que contribui
para melhores condições de seus produtos
e serviços, envolvendo as pessoas no dia a
dia da organização.
De acordo com Campos (1999, p.
28), “o 5S promove o aculturamento das
pessoas a um ambiente de economia,
organização, limpeza, higiene e disciplina,
fatores
fundamentais
à
elevada
produtividade”.
Após a implantação do programa
de qualidade a organização precisa fazer
seu acompanhamento, mostrando a
evolução através de diagnósticos que
possam mostrar a evolução dos problemas
encontrados.
É necessária a união do grupo, onde
todos queiram ajudar a melhorar, uma
consolidação da equipe e sucesso para
seguir a próxima etapa. Sabendo que o
Quando a processo é implantado
nas organizações e o resultado é positivo, o
programa torna-se um hábito onde todos
ganham com a qualidade total.
CONCLUSÃO
Os 5S tornam-se um programa
necessário para a G.A Negócios
Imobiliários, sendo trabalhado em todas as
funções e departamentos na empresa. A
Qualidade Total pode ter problemas no seu
processo de implantação se não houver
uma estrutura eficiente para a condução da
implantação do mesmo.
O programa 5S torna-se um método
simples e de fácil entendimento. Neste
sentido, a primeira etapa deste processo é a
conscientização dos colaboradores da
empresa, ou seja, eles devem conhecer os
5S, todo o seu processo de implantação e
os objetivos a serem atingidos com esse
programa.
O próximo passo é realizar um
diagnóstico dos departamentos e da
empresa como um todo, sob a orientação
do líder, demonstrando as mudanças que
ocorrerão depois da implantação dos 5S no
ambiente organizacional, tornando-o mais
limpo e saudável. A empresa só atingirá os
objetivos propostos se os seus funcionários
estiverem comprometidos com o programa.
Uma grande dificuldade foi
observada com relação aos desperdícios de
recursos materiais (material de escritório)
21
utilizados na empresa. No layout, as
prateleiras e demais itens utilizados na
organização estão desorganizados, ou seja,
está de maneira inadequada para o
trabalho, o que promove o desperdício de
tempo.
Conclui-se que para G.A Negócios
Imobiliários, terá que rever seus sistemas
de gestão e de qualidade, buscando
métodos e procedimentos para obter
melhorias na organização, uma vez que
foram identificadas inúmeras falhas.
Embora a empresa não esteja em
busca da certificação da Qualidade Total, o
programa 5S promoverá a organização da
empresa, trazendo mudanças favoráveis
para o crescimento e agregando valor a sua
prestação de serviço, além de ofertar a seus
funcionários uma qualidade de vida no
trabalho. Esse programa não deve ser
apenas implantado, mas também deve ser
realizar a manutenção do mesmo, levando
a empresa a prestar um serviço de
qualidade.
Os 5S não resolverão todos os
problemas da empresa, já visto que a
mesma necessita de um planejamento
estratégico, mas será uma ferramenta de
auxílio na execução das atividades diárias
da empresa, conduzindo-a com eficácia.
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Segurança e controle de
qualidade
no
laboratório
de
microbiologia clínica. 2005. Disponível
em:
<http://www7.anvisa.gov.br/servicosaude/
manuais/microbiologia/
mod_2_2004.pdf>. Acesso em: 20 maio.
2010.
BELUZZO, Regina Célia Baptista;
MACEDO, Neusa Dias de. A gestão da
qualidade em serviços de informação:
contribuição para uma base teórica.
Revista Ciência da Informação, Brasília,
v. 22, n. 02, p. 124-132, maio./ago. 1993.
BOONE, Louis E.; KURTZ, David L.
Marketing Contemporâneo. Rio de
Janeiro: LTC, 1998.
CAMPOS, V. F. TQC – Controle da
Qualidade Total (no estilo japonês). 8.
ed. Belo Horizonte: Desenvolvimento
Gerencial. 1999. p. 173-174.
COLENGHI, Vitor Mature. O&M e
qualidade total: uma interpretação
perfeita. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003.
DIONÍSIO, Riviane dos Santos. Controle
de Qualidade: estudo de viabilidade da
Implantação dos 5S no Laboratório de
Análise Clínicas LABORVIDA LTDA.
2008. 55 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Administração) Centro Universitário UNIRG, Gurupi,
2008.
Disponível
em:
<http://www.unirg.edu.br/cur/adm/arq/TC
C2008_1/TCC%20%20Rivianne%20dos%20Santos%20Dioni
sio.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2010.
FEIGENBAUM, Armand V. Controle da
qualidade total: estratégias e tecnologia
da qualidade. São Paulo: Makron Books,
1993.
FIATS, Gabriela Gonçalves Silveira. A
Utilização do QFD como suporte à
Implementação do TQC em Empresas
do setor de Serviços. 1995. 144 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) - Universidade Federal de Santa
Catarina,
Florianópolis,
1995.
Disponível
em:
22
<http://www.leansixsigma.com.br/acervo/
ACERVO_22101422.DOC> . Acesso em:
03 abr. 2010.
GIANESI, Irineu G. N; CORREA,
Henrique
Luiz.
Administração
estratégica de serviços: operações para a
satisfação do cliente. São Paulo: Atlas,
1996.
GRANDA, M. A. et al. Programa 5S na
fábrica: um programa para implantação do
Sistema de Gestão Integrada, 2006, 55 f.
Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Gestão e Tecnologia da
Qualidade), CEFET-MG, Belo Horizonte,
2006.
Disponível
em:
<http://www.pg.cefetpr.br/incubadora/wpcontent/themes/utfprgerec/artigos/10.pdf>. Acesso em: 25
maio. 2010.
LOVELOCK, Christopher; WRIGHT,
Lauren. Serviços: marketing e gestão. São
Paulo: Saraiva, 2003.
OSADA, T. Housekeeping. 5S’s, Seiri,
Seiton, Seiso, Seiketsu, Shitsuke. São
Paulo: IMAN, 1992.
PACHECO
JÚNIOR,
Waldemar.
Qualidade na segurança e higiene do
trabalho: normas para a gestão e garantia
da segurança e higiene do trabalho. São
Paulo: Atlas, 1995. (Série SHT9000).
PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da
qualidade no processo: a qualidade na
produção de bens e serviços. São Paulo:
Atlas, 1995.
KIOSKEA. Introdução a Certificação da
ISSO.
2010.
Disponível
em:
<http://pt.kioskea.net/contents/qualite/iso9001.php3>. Acesso em: 03 mar. 2010.
RIBEIRO, Haroldo. 5S: Barreiras e
Soluções: por que algumas organizações
fracassam enquanto outras conseguem
resultados extra-ordinários com o 5S?
Salvador: Casa da Qualidade, 1997.
KOTLER, Philip. Administração de
marketing:
análise,
planejamento,
implementação e controle. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 1998. 725 p.
VERGARA, Silvia Constant. Projetos e
Relatórios
de
Pesquisa
em
Administração. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
LAPA, R. P. Programa 5S. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1998.
VITERBO JÚNIOR, Enio. ISO 9000 na
indústria química e de processos. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1996.
23
PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL: UM ESTUDO
TEÓRICO
WESCHENFELDER, Maycon3
CONFORTE, Alessandra Cristina4
RESUMO: O objetivo econômico e financeiro de um indivíduo se fundamenta nas mesmas
teorias aplicadas à uma empresa. Ambos necessitam planejar, projetar, controlar seus recursos
financeiros para conseguirem uma gestão financeira saudável. Este artigo tem como objetivo
demonstrar o planejamento financeiro como uma ferramenta administrativa aplicada na vida
das pessoas.
Palavras-Chave: Planejamento. Gestão Financeira Pessoal. Administração.
ABSTRACT: The objective of economic and financial effects of the individual is based on
the same theories applied to a company. Both need to plan, design, control their financial
resources to achieve sound financial management. This article aims to demonstrate financial
planning as an administrative tool used in people's lives.
Words Keys: Planning. Personal Financial Management. Administration.
3
Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL.
Mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco – UCDB, professora e orientadora
do bacharelando.
4
24
1 INTRODUÇÃO
3 REFERENCIAL TEÓRICO
O planejamento financeiro pessoal
está se tornando cada vez mais importante
para que as pessoas possam controlar suas
despesas pessoais de acordo com sua
receita, o processo de planejar, organizar e
controlar o uso de recursos a fim de
alcançar objetivos.
3.1 Administração
Qualquer indivíduo que trabalhe
com vendas, recebe todo mês o seu salário
já sabendo o que fazer com o mesmo, ou
seja, um percentual para suas despesas com
supermercado, vestimentas, prestações
diversas e assim por diante, sendo que a
sobra, quando sobra, aplica em algum tipo
de investimento.
O planejamento financeiro pessoal
torna-se fundamental para que as pessoas
organizem seus recursos financeiros, pois
sem, organização, projeção, planejamento
e controle, a aplicabilidade dos recursos
financeiros de cada pessoa, torna-se
totalmente descontrolável, ocasionando em
uma situação financeira deficitária.
2 METODOLOGIA
O
presente
trabalho
foi
desenvolvido através de uma metodologia
de pesquisa bibliográfica descritiva e
explicativa. Bibliográfica, pois está
fundamentado
em
livros,
revistas,
periódicos e sites relacionados ao assunto.
Descritiva e explicativa, pois a mesma
foca-se na explicação e descrição sobre
como administrar os recursos financeiros
pessoais e como estes podem ser feitos
através de um planejamento financeiro
pessoal.
A administração já pelo próprio
nome pode-se verificar que se trata de
controle, organização, planejamento, entre
outras, algo que necessita de certos
cuidados para que ocorra tudo certo, do
jeito que se espera para fazer a
transformação dos recursos disponíveis em
retornos
estabelecidos,
alcançando
resultados positivos.
Administração é a aplicação de
técnicas com o intuito de estabelecer
metas e operacionalizar o seu alcance
pelos colaboradores participantes das
organizações a fim de que se
obtenham resultados que satisfaçam
as necessidades de seus clientes
assim como às suas próprias
(CHIAVENATO, 1997, p. 97).
A administração é utilizada com o
objetivo de se alcançar os objetivos
estabelecidos por meio de metas e,
organizar junto com seus colaboradores, a
maneira mais fácil e prática de se alcançar
o sucesso da organização com resultados
satisfatórios, tanto para a própria
organização, como também, para seus
clientes.
Administraçào é uma ciência que
estuda as organizações com a
finalidade de compreender e de
explicar
seus
funcionamentos,
aplicando teorias, métodos e modelos
fundamentados nos princípios da
universalidade,
especificidade,
unidade e hierarquia, tornando-as
capazes de inter-relacionamento,
ações
e
influências
no
macroambiente, para consecução de
seus
objetivos
corporativos.Administração continua
sendo uma arte, não uma ciência,
ainda que suas inspirações sejam
25
exatamente o inverso (DUARTE,
2002, p. 05).
A administração utilizando de suas
ferramentas como recursos financeiros,
humanos e tecnológicos consegue alcançar
seus
objetivos,
o
administrador
combinando a forma de utilizar das
ferramentas com controle correto, tomando
as decisões de acordo com as necessidades
os resultados serão alcançados, sendo que
nenhuma organização dispõe de todos dos
recursos, sendo que devem utilizar os que
têm da melhor maneira possível.
3.2 Administração Financeira
O objetivo principal de qualquer
empresa é a sua maximização de seus
lucros, através da geração contínua de
lucro de caixa. Isso também não foge a
regra para qualquer indivíduo, pois, o
mesmo sempre quer maximizar o seu
capital, sua riqueza, seu patrimônio.
Por
entende-se:
administração
financeira
Projeto das necessidades de caixa,
estabelecimento de diretrizes para
controle de custos, estabelecimento
das vendas futuras e das metas de
lucro, decisão sobre a melhor
destinação aos recursos escassos e
criação de estratégias alternativas
para o caso de os planos existentes
falharem (GROPELLI; NIKBAKHT,
2010, p. 03).
O objetivo econômico e financeiro
de uma pessoa não difere em sua essência
do objetivo econômico de qualquer
empresa.
Com suas devidas proporções, a
administração financeira pessoal torna-se
bem parecida com a administração
financeira de uma empresa. A empresa
possui impostos para pagar, realiza vendas
para gerar rendas, realiza investimentos,
etc. O indivíduo também se alimenta,
veste-se, paga impostos, faz investimentos,
gera renda através de seu trabalho no
mercado. Portanto, também necessita de
fazer sua administração financeira pessoal
para que se mantenha em uma sociedade,
em uma economia.
Gitman (2002, p. 04) relata que a
administração financeira diz respeito às
responsabilidades
do
administrador
financeiro
numa
empresa.
Os
administradores financeiros administram
ativamente as finanças de todos os tipos de
empresas, financeiras ou não-financeiras,
privadas ou públicas, grandes ou pequenas,
com ou sem fins lucrativos. Eles
desempenham uma variedade de tarefas,
tais
como
orçamentos,
previsões
financeiras, administração do caixa,
administração do crédito, análise de
investimento e captação de fundos.
A administração deve ser feita com
responsabilidade. Na empresa os recursos
devem ser controlados conforme as
necessidades da organização, da mesma
forma deve ser o controle pessoal, não
importando o valor que o individuo recebe
pela sua função, qualquer valor deve ser
controlado, pois existem contas a serem
pagas, necessidades que não se pode deixar
de lado, o individuo controlando suas
receitas têm a facilidade de alcançar seus
planos e objetivos, com o controle ele sabe
quanto pode gastar seja por semana, por
mês, por ano, e em uma organização esse
controle também é fundamental para novos
investimentos
como
por
exemplo,
ampliação do negócio, antes de começar é
preciso fazer um estudo das necessidades e
se haverá recursos suficientes para isso, e
com o controle financeiro se pode ter a
resposta mais rápida e correta.
Para que um indivíduo venha a
conseguir a realização de seus objetivos,
estes têm que ser bem administrados, bem
controlados. Portanto, existe a necessidade
de se tornar um gestor financeiro da
atividade econômica pessoal.
26
3.3 Planejamento Financeiro
preocupação de garantir que as decisões
empresariais estratégicas sejam otimizadas.
Ao planejar, uma empresa busca
determinar as tarefas que irá fazer para que
seus objetivos sejam cumpridos. A vida
financeira de qualquer pessoa, também não
foge a essa regra.
Esta afirmação também tem que ser
aplicada no planejamento financeiro
pessoal quando das decisões voltadas à
demanda de consumo, pois o objetivo
primordial do planejar financeiramente, é
com o intuito de tomar decisões que
venham
a
proporcionar
resultados
positivos na vida de qualquer individuo,
visando o aumento e gestão financeira
saudável do mesmo.
O planejamento se faz necessário
para a obtenção de recursos necessários
para que a vida, a gestão pessoal
financeira,
atinja
seus
objetivos
primordiais de sobrevivência. Planejar
torna-se uma projeção financeira, um plano
financeiro visando que a gestão pessoal
financeira encontre seu equilíbrio e, com
isso, os indivíduos consigam manter-se
sobreviventes
em
uma
economia
totalmente capitalista.
Planejamento financeiro é:
é uma parte importante do trabalho
do administrador. Definindo os
planos financeiros e orçamentos ele
estará fornecendo roteiros para atingir
objetivos da empresa. Além disso,
esses instrumentos oferecem uma
estrutura para coordenar as diversas
atividades da empresa e atuam como
mecanismos
de
controle,
estabelecendo
um
padrão
de
desempenho contra o qual é possível
avaliar os eventos reais (GITMAN,
1997 apud TELÓ, 2001, p. 21).
O
planejamento
financeiro
determina a maneira em que uma empresa,
um indivíduo irá alcançar seus objetivos,
utilizando um plano de ação projetado para
o futuro, visando a antecipação de
situações não muito desejadas na vida
financeira pessoal antes mesmo que essas
venham a acontecer.
Em se tratando do objetivo do
planejamento financeiro, Leitner (1999)
apud Teló (2001) ressaltam que as
empresas sempre dependeram das análises
financeiras; hoje elas esperam que os
administradores também assumam o papel
de estrategistas corporativos, com a
O planejamento financeiro é
fundamental para a sobrevivência de uma
organização, tanto que se uma organização
não tiver um controle financeiro rígido e de
confiança não terá os resultados que espera
atingir através de suas metas e objetivos, é
uma ferramenta indispensável para que se
possam tomar decisões, controlarem os
recursos de maneira correta e aplicá-los
onde há necessidade para o melhor
desempenho, pois com o controle
financeiro pode-se controlar melhor o
caixa, onde pode detectar se um
determinado investimento é viável ou não.
Tanto em uma organização como
na vida pessoal, é necessário fazer um
controle financeiro para se tomar decisões,
a tomada de decisão pode mudar muita
coisa tanto em uma organização como na
vida pessoal, pois uma decisão incorreta
pode acarretar sérios danos financeiros
quando é feita sem uma análise situacional,
quando um individuo pretende comprar
algo com um veículo por exemplo, no caso
de financiamento o mesmo deve fazer as
contas de quanto ganha, quanto seu gasto
irá aumentar com esse veiculo entre outras,
para ver o valor que poderá pagar por mês
sem afetar as suas outras necessidades.
3.3.1 Controle Financeiro
O controle financeiro orçamentário
está estritamente ligado ao planejamento
financeiro. Torna-se inviável planejar,
27
projetar as estratégias financeiras, se as
mesmas não forem controladas.
Zdanowicz (1998) apud Gazzoni
(2003, p. 15) assevera que:
O controle orçamentário é a técnica,
que procurará acompanhar, avaliar e
analisar o planejamento financeiro
em suas várias etapas, verificando as
defasagens entre os valores orçados e
realizados, para sugerir as medidas
saneadoras
que
deverão
ser
implementadas na próxima proposta
orçamentária da empresa.
O controle financeiro influencia
também na vida profissional, quando se
tem um bom controle financeiro pessoal a
sensação de bem estar, de dever cumprido,
faz com que o individuo se sinta melhor, e
isso torna sua vida mais agradável, fazendo
com que seus afazeres em seu local de
trabalho tenham um rendimento maior.
O controle financeiro correto e
adequado ajuda o individuo a alcançar seus
objetivos e faz com que seus planos futuros
pareçam mais próximos e mais fácies de
serem alcançados, quando se controla o
que ganha sabe-se quanto se pode gastar e
ajuda a ter uma idéia de quanto tempo irá
levar para adquirir algo desejado.
3.4 Gestão Financeira
Para Duarte (2002) gestão é a
forma de administrar, a maneira de
gerenciar, servindo para realizar o interagir
de todo o conjunto, sendo uma das funções
básicas em que se divide a administração.
Uma boa gestão financeira tanto
empresarial como também pessoal, se faz
necessário um absoluto controle dos fatos
que
aconteceram,
acontecem
e
acontecerão, ou melhor, registros da
movimentação financeira do passado,
presente e futuro. Fundamentando-se nisto,
exige-se a necessidade de planejar para o
futuro, controlar o presente e monitorar o
passado financeiro.
3.4.1
Ferramentas
Financeira
para
Gestão
Orçamento torna-se uma das
ferramentas da gestão financeira nas
empresas e também na vida pessoal que
explicita as intenções da empresa em
termos financeiros e nao deixa de atuar
também na vida pessoal de qualquer
indivíduo.
O orçamento representa a expressão
quantitativa, em unidades físicas, medidas
de tempo, valores monetários etc., dos
planos elaborados para o período
subsequente, em geral dozes meses, onde o
mesmo é contemplado por duas funções
básicas: o planejamento e o conttrole
(SANVINCENTE, 1987).
Horngren (2000, p. 125) define
orçamento como “expressão quantitativa
de um plano de ação futuro da organização
para um determinado período”.
Sanvincente (1987) ressalta que o
orçamento pode ser global, no sentindo de
abranger todas as suas unidades e
atividades em um período, como também o
orçamento pode ser parcial, ou seja, as
previsões e programas podem ser
elaboradas apenas para certos aspectos da
necessidade da empresa, sendo aplicado
também no cotidiano das pessoas.
Entende-se que o orçamento é uma
ferramenta de extrema importância para o
controle financeiro, seja este aplicado nas
empresas, como também, aplicado na vida
das pessoas, pois, auxilia nas projeções,
previsões para uma tomada de decisão
precisa. Outra ferramenta importante para
um planejamento financeiro é o fluxo de
caixa.
Fluxo de caixa torna-se umas das
principais ferramentas para se obter um
bom controle financeiro. Com ele pode-se
28
controlar as entradas e saídas de valores,
para que se possam fazer projeções futuras
e controlar o que já foi feito durante o
período que se passou.
O fluxo de caixa é um dos
instrumentos mais eficientes de
planejamento e controle financeiro,
constituindo-se, em conseqüência, em
elemento básico e indispensável para
o administrador, sendo de grande
importância para avaliar a posição
financeira da empresa a longo prazo
(ZDANOWICZ, 2000, p. 125).
O administrador utilizando do fluxo
de caixa pode tomar decisões com maior
facilidade, pois o fluxo de caixa é
indispensável para que o administrador
possa avaliar a situação atual da
organização. Isto também aplicado a
gestão financeira pessoal.
3.5 Planejamento Financeiro Pessoal
O planejamento financeiro pessoal
é uma área bastante nova que começa a
surgir no círculo acadêmico, mais que vem
despontando a necessidade de diversas
pesquisas.
A
gestão
financeira
ou
planejamento financeiro pessoal consiste
em estabelecer e seguir uma estratégia para
a manutenção ou acumulação de bens e
valores que irão formar o patrimônio de
uma pessoa e de sua família. Essa
estratégia pode estar voltada para o curto,
médio ou longo prazo e visa a garantir
tranqüilidade econômico-financeira do
indivíduo (CAMARGO; CHEROBIM,
2008).
Portanto, o planejamento financeiro
pessoal pode ser tratado como um
processo, através de um desenvolvimento
contínuo de implantação e monitoração
através de um plano de ação. Um processo
que pode ser formal ou não, visando
investimentos em ativos de acordo com a
propensão individual, ou melhor, de acordo
com a renda individual em relação ao risco
e consumo dos ativos ganhos durante o
tempo de vida.
Dentro
da
proposta
do
planejamento
financeiro
pessoal,
apresentada por Foulks e Graci (1989)
apud Camargo e Cherobim (2008), estão
vinculados diversos componentes da rede
financeira de um indivíduo, entre os quais
constam: plano de poupança, investimentos
e
impostos,
planejamento
para
aposentadoria e espólio de bens e
planejamento da necessidade de seguro.
Em adição a essa proposta, Alfest (2004)
apud Camargo e Cherobim (2008), sugere
a inclusão dos seguintes itens no estudo
das finanças pessoais: planejamento de
fluxo de caixa e administração do risco.
A ferramenta fluxo de caixa foca-se
na renda de cada indivíduo, ou seja, as
entradas e também aos seus gastos, isto é,
as saídas feitas em função do consumo. Os
indivíduos possuem dificuldades para fazer
a gestão de suas finanças pessoais devido
às grandes diferenças existentes entre suas
receitas e despesas, tendendo a poupar
pouco.
De acordo com Merton (1990)
apud Camargo e Cherobim (2008), o
comportamento financeiro ótimo dos
indivíduos é determinado por preferências
específicas e individuais, que ordenam
alternativas de consumo e poupança ao
longo de sua vida. O indivíduo escolhe
quanto de sua renda será destinada ao
consumo corrente e quanto será poupado
para consumo futuro e herança. Essas
decisões são tomadas com intuito de
maximizar a utilidade de consumo durante
a vida do indivíduo.
Entende-se que o planejamento
financeiro pessoal desenvolve-se de forma
contínua através de um plano de contas que
ajuda a visualizar as obrigações financeiras
e a posição financeira do indivíduo; através
de uma estimativa de rendas futuras, ou
melhor, ativos que poderão aumentar a
29
renda; através de uma adequação das
metas, dos objetivos pessoais e através de
uma revisão constante neste plano, pois o
mesmo é flexível para que se faça
mudanças quando necessário.
3.6 Gestão Financeira Pessoal
Segundo o IBGE, 85% das famílias
brasileiras têm algum tipo de dificuldade
financeira. Essas dificuldades não dizem
respeito apenas à renda, mas também à
falta de controle de gastos e ao
endividamento com juros altos. O salário
ganho com trabalho e sacrifício termina
sendo mal utilizado, por desconhecimento
de princípios saudáveis de administração
financeira
(TRANSFORMA
DESENVOLVIMENTO
DE
COMPETÊNCIAS, 2010).
A má utilização dos recursos
financeiros pelos indivíduos pode acarretar
no acumulo de dividas, despesas
desnecessárias influenciam muito nesse
descontrole, e quando se gasta mais do que
se ganha isso tende a piorar, as despesas
devem ser controladas, os gastos devem ser
distribuídos conforme a necessidade e
importância.
O resultado de uma boa gestão
financeira pessoal é logo percebido na
produtividade e no bom astral dos
profissionais. Para isso contribuem o
sentimento de estabilidade, o aumento da
auto-estima e a sua gestão do tempo. O
controle e o bom uso das finanças
proporcionam a sensação de estar no
comando da própria vida. E isso abre, de
forma efetiva, novos horizontes para a
realização de muitos sonhos. Pode-se fazer
mais com menos, pois quando se
economiza se gasta melhor (AGILIS,
2005).
A gestão financeira pessoal auxilia
os indivíduos para que quando receber o
salário do mês ele já saiba qual vai ser o
destino, para que ele irá utilizar o valor
recebido, ou seja para pagar contas como
de supermercado, farmácia, água, energia
elétrica, prestações de veículos ou imóveis,
e assim em diante. O valor que restar após
esses pagamentos, deve ser aplicado ou
guardado para despesas inesperadas.
Através do modelo apresentado no
quadro 01, é possível visualizar uma
planilha de planejamento e controle
financeiro pessoal, onde se pode ter uma
idéia melhor da forma que o salário, que a
renda de uma pessoa pode ser utilizada e
distribuída (HOJI, 2007).
30
Quadro 01 - Modelo de Planejamento e Controle Financeiro Pessoal.
PLANEJAMENTO E CONTROLE
ORÇAMENTÁRIO
Este
mês
Mês
Seguinte
(efetivo)
(plano)
Observações
RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS
RECEBIMENTOS
Salário Líquido
Atividade secundária
Total de recebimentos (1)
PAGAMENTOS
Gastos fixos
Aluguel e despesa de condomínio
Outros gastos com habitação
Prestação do imóvel
Alimentação
Mensalidade da faculdade
Comunicação
Combustível
Plano de saúde
Outros gastos fixos
Total
1.800
100
1.900
1.800
120
1.920
400
100
200
250
280
100
80
60
40
1.510
400
100
200
235
280
110
80
60
40
1.505
IPTU, energia elétrica, gás etc.
Supermercado, feira, padaria etc.
Internet, telefone fixo, celular etc.
CPMF, tarifa bancária, jornais etc.
Fonte: Hoji (2007, p. 129).
A importância de fazer um
planejamento, controle e um orçamento
pessoal, requer decisões de cada indivíduo.
Desta maneira, os indivíduos precisam
buscar uma educação diferenciada, não
somente focados em sua formação
profissional, mais uma educação focada na
área financeira, no conhecimento de como
administrar suas receitas e despesas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No trabalho elaborado pode-se
verificar que não existe muito material
para estudo que fale sobre planejamento
financeiro pessoal, mas quando se fala em
empresas é vasta a quantidade de material
que se pode encontrar tanto em livros,
internet, revistas etc.
O controle financeiro é tão
importante para uma família quanto para
uma empresa, pois através dele, os
indivíduos podem ter uma vida mais
saudável. O controle financeiro é
indispensável quando uma família tem
objetivos, pois o mesmo mostra os
caminhos que deverão ser seguidos,
indicando onde se deve mudar e o que
deve ser feito para mudar, fazendo com
que os resultados sejam alcançados sem
maiores problemas, e que os imprevistos
possam ser contornados da melhor maneira
possível afetando muito pouco a sua
programação financeira.
O controle financeiro ajuda até
mesmo no modo de pensar e agir, pois
quando tem-se que tomar decisões que
necessitam de urgência e que é a respeito
de dinheiro, o controle ajuda e muito, pois
é através dele, que se tem condições de
fazer e assumir compromissos. Quando o
individuo leva sua vida financeira bem
controlada, fica melhor com si mesmo,
leva a vida de outra maneira, com mais
tranqüilidade e confiança no que faz tanto
na vida profissional como pessoal.
O planejamento financeiro pessoal
necessita de uma educação financeira que
compreende em leituras e interpretação de
números que irá ajudar cada pessoa a
elaborar seu planejamento financeiro,
garantindo uma gestão financeira saudável.
31
Quando as pessoas conseguem
entender a sua própria administração
financeira, torna-se possível elaborar seu
planejamento, seu controle, seu orçamento
financeiro
compatível
com
suas
capacidades financeiras. Hoje, já é possível
obter via internet softwares financeiros de
forma gratuita para que as pessoas
planejem suas receitas e despesas.
REFERENCIAS
AGILIS, Minuto. Gestão das finanças
pessoais. jul. 2005. Disponível em:
<http://www.intero.com.br/blogdaagilis/bl
og/?cat=17>. Acesso em: 30 jun. 2010.
CAMARGO, Camila; CHEROBIM, Ana
Paula Mussi Szabo. Uma análise das
intersecções entre finanças pessoais,
organizacionais e desempenho. Revistas
Perspectivas Contemporâneas - Revista
Eletrônica de ciências sociais, Campo
Mourão-PR, v. 03, n. 01, 2008. Disponível
em:
<revista.grupointegrado.br/revista/index.../
perspectivascontemporaneas/.../203>.
Acesso em: 10 abr. 2010.
CHIAVENATO, Adalberto. Marketing
Internacional. São Paulo: Atlas,1997.
DUARTE, Geraldo. Dicionário de
administração. Fortaleza: Imparh, 2002.
GAZZONI, E.I. Fluxo de caixa:
ferramenta de controle financeiro para a
pequena empresa. 2003. 96 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, Florianópolis-SC, 2003.
GITMAN, Lewrence J. Princípios de
administração financeira. 7. ed. São
Paulo: Harbra, 2002.
GROPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E.
Administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Saraiva, 2010.
HOJI,
Masakazu.
Administração
financeira na prática: guia para educação
financeira corporativa e gestão financeira
pessoal. São Paulo: Atlas, 2007.
HORNGREN, Charles T. Contabilidade
de Custos. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
SANVINCENTE,
Antonio
Zoratto.
Administração financeira. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 1987.
TELÓ, Admir Roque. Desempenho
organizacional: planejamento financeiro
em empresas familiares. Revista FAE,
Curitiba, v.4, n.1, p.17-26, jan./abr. 2001.
Disponível
em:
<http://www.unifae.br/publicacoes/pdf/revi
sta_da_fae/fae_v4_n1/desempenho_organi
zacional.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2010.
TRANSFORMA DESENVOLVIMENTO
DE COMPETÊNCIAS. Curso de gestão
financeira pessoal. 2010. Disponível em:
<http://www.transformanet.com.br/nossosservicos/desenvolvimento-humano/gestaofinanceira-pessoal/>. Acesso em: 30 jun.
2010.
ZDANOWICZ, J. E. Planejamento
Financeiro e Orçamento. Porto Alegre:
Sagra Luzzatto, 2000.
32
A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO AO USO DE ÁLCOOL E
OUTRAS DROGAS NO AMBIENTE DE TRABALHO
SOUZA, Jesus Maurício Innocêncio de5
BIANCHI FILHO, Luiz Carlos6
CONFORTE, Alessandra Cristina7
RESUMO: Prevenir o uso e o abuso do álcool e outras drogas constituem ação de
inquestionável relevância nos mais diversos contextos sociais, como escola, família,
comunidade, mas principalmente nas empresas, levando em conta que é na empresa que o
indivíduo passa a maior parte do seu tempo, principalmente considerando a complexidade da
questão e os prejuízos sociais associados ao abuso do álcool e outras drogas. Em relação ao
consumo de álcool e outras drogas, pode-se considerar prevenção tudo aquilo que possa ser
feito para evitar, impedir, retardar, reduzir ou minimizar o uso, o abuso ou a dependência e os
prejuízos relacionados ao consumo de substâncias psicoativas. O objetivo principal deste
artigo é informar, orientar e preparar gestores, executivos, líderes em geral.
Palavras-Chave: Prevenção. Drogadição. Ambiente de Trabalho.
ABSTRACT: Prevent abuse and misuse of alcohol and drug action is of unquestionable
relevance in diverse social contexts such as school, family, community, but especially in
companies, taking into account that the company is that the individual spends most of his
time, especially considering the complexity of the issue and social damage associated with
abuse of alcohol and other drugs. In relation to alcohol and other drugs, prevention can be
considered anything that could be done to prevent, deter, delay, reduce or minimize the use,
abuse or dependence and losses related to the consumption of psychoactive substances. The
main objective of this paper is to inform, guide and prepare managers, executives, leaders in
general.
Key-words: Prevention. Drug Addiction. Desktop.
5
Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL.
Especialista em gestão empresarial, professor e orientador do bacharelando.
7
Mestre em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco, professora e co-orientadora do
bacharelando.
6
33
1 INTRODUÇÃO
Trata-se de um tema relevante,
apesar de ser polêmico, que muitas vezes é
deixado de lado dentro das organizações, e
quando este assunto não é abordado nas
empresas, isso pode acarretar muitos
prejuízos para todas as áreas da
organização bem como para a sociedade
em geral.
Pretende-se, com a apresentação
deste trabalho destacar situações sociais
vividas dentro das empresas de um modo
geral, porém, aqui se pretende focar,
especificamente, as empresas rurais do
município de Chapadão do Sul no seguinte
aspecto: qual é o grau de importância para
o empresário rural de Chapadão do Sul
sobre o uso e o abuso do álcool e de outras
drogas no ambiente de trabalho da sua
empresa?
Como
este
empresário
administra esta questão?
O assunto abordado no presente
artigo
poderá
instrumentalizar
os
administradores
para
abordagens
adequadas as questões relacionadas à
prevenção,
identificação
e
encaminhamento
de
usuários
e/ou
dependentes químicos para programas e
serviços de atenção existentes na
comunidade.
É importante destacar que o
ambiente de trabalho é um espaço
privilegiado para ações de prevenção, pois
é nesse ambiente que os trabalhadores
passam a maior parte do dia, e ali
estabelecem as suas relações sociais.
Num ambiente de trabalho em que
o tema drogas é tratado de forma
equilibrada
e
realista,
sem
fundamentalismo ou banalização do
consumo, certamente as ações de
prevenção
e
administração
serão
potencializadas e multiplicadas na família,
alcançando também até a comunidade.
O objetivo desse artigo é ressaltar
através de uma revisão teórica, como
também de dados coletados em campo
vindos de pesquisa aplicada sobre a
questão da drogadição junto aos
empresários do agronegócio de Chapadão
do Sul, a importância da prevenção ao uso
de álcool e outras drogas no ambiente de
trabalho e como administrá-las.
Finalmente
outra
questão
importante trazida no bojo dessa proposta é
a
forma
de
abordagem
e
de
encaminhamento do trabalhador que já faz
uso ou é dependente de algum tipo de
drogas pelas empresas.
Este artigo tem como objetivo geral
caracterizar qual o grau de importância
para o empresário do agronegócio de
Chapadão do Sul sobre o uso e o abuso do
álcool e de outras drogas no ambiente de
trabalho, tendo com específicos mostrar
proposta clara de abordagem do tema
drogas dentro das empresas, bem como
oportunizar a empresários e aos gestores,
conhecimento básico nessa área.
Reafirmar o grau de importância da
abordagem do tema álcool e outras drogas
dentro das empresas sem preconceito,
fundamentalismo ou banalização do
consumo. Mostrar que o ambiente de
trabalho é um espaço privilegiado para
ações de prevenção.
Criar consciência crítica nos
empresários e nos gestores, para que
preparados diante do problema do álcool e
das drogas dentro da empresa, eles possam
desenvolver esse tema objetivando fazer
com que cada colaborador, sob o seu
comando, seja um elemento multiplicador
no combate ao uso e abuso do álcool e
outras drogas, na empresa, na família e na
sociedade.
2 METODOLOGIA
Embasada no critério de Vergara
(2009), que defende que a pesquisa deve
ser classificada quanto aos fins e quanto
34
aos meios. A presente pesquisa classificase como:
alcançar determinados objetivos
maneira eficiente e eficaz.
Quanto aos fins – caracteriza-se
como uma pesquisa descritiva, explicativa,
pois expõe características de determinada
população, no caso, os trabalhadores de
todos os setores das empresas rurais de
Chapadão do Sul/MS e, demonstra no seu
relato a visão e o entendimento do
empresário sobre a questão da prevenção
ao álcool e outras drogas no ambiente de
trabalho.
Tudo que se tem ao redor seja no
lar, na empresa, na escola são recursos que
carece de cuidado e organização, e,
sobretudo ser administrados. O tema
administração está presente em todo o
cotidiano da vida do ser humano, isso
revela o seu grau de importância.
Quanto aos meios – pesquisa de
campo com aplicação de questionário
anexo 1, em quinze empresas do
agronegócio do município de Chapadão do
Sul – MS, no período de 15 a 30 de junho
de 2010. Também, pesquisa bibliográfica
baseada em material publicado em livros e
sítios na internet.
de
Para Chiavenato (2004, p. 02) a
administração de recursos humanos referese ao modo como a organização opera suas
atividades de recrutamento, seleção,
treinamento, remuneração, benefícios,
comunicação, higiene e segurança do
trabalho.
O departamento de recursos
humanos de uma organização é
seguramente um dos mais importantes e
que deve ser dada atenção especial a ele
por parte dos empresários.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Administração
Administrar é um processo
dinâmico que envolve várias faces e
etapas. É planejar, organizar, liderar,
executar e controlar as atividades sejam
elas de pessoa física ou jurídica, de fins
econômicos ou não.
Para Maximiano (2006, p. 05)
“administração é o processo de tomar
decisões sobre objetivos e utilização de
recursos. E o processo administrativo
abrange cinco tipos principais de decisões,
também chamadas processos ou funções:
planejamento, organização, liderança,
execução e controle”.
Segundo Chiavenato (2000, p. 03) a
palavra administração, em sua origem,
significa a função que se desenvolve sob o
comando de outro, um serviço que se
presta a outro e administração é o processo
de planejar, organizar, dirigir e controlar o
uso dos recursos organizacionais para
3.2 Ambiente de Trabalho em uma
Organização
O ambiente de trabalho é o lugar
onde o colaborador se passa a maior parte
do seu tempo. O trabalho faz parte da vida
cotidiana do ser humano em idade
produtiva, e é um meio onde se pode
crescer, onde se sente produtivo através de
uma construção positiva para todos os
envolvidos.
O ambiente de trabalho deve ser
estimulante, descontraído e alegre, onde as
pessoas devem estar se dedicando em
desenvolver atividades em geral, benéficas
para outros indivíduos, para a organização,
para a cidade ou país onde vive.
3.3 Empresa do Agronegócio
Ao longo do tempo o conceito de
empresa do agronegócio tem mudado de
uma simples fazenda administrada pelo
35
fazendeiro para uma empresa como
qualquer outra e que adota todos os
princípios administrativos necessários para
o sucesso financeiro e de sobrevivência no
mercado globalizado.
Para Hoffmann et al. (1989, p. 01)
“os princípios econômicos que se aplicam
a indústria e ao comércio, são também
válidos, em geral, para a agricultura.
Entretanto, esta tem certas características
que devemos ter presentes ao estudar a
economia
de
um
estabelecimento
agrícola”.
Empresa do agronegócio é o
empreendimento de pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, que explore
econômica e racionalmente imóvel rural,
dentro de condição de rendimento
econômico da região em que se situe e que
explore área mínima agricultável do
imóvel segundo padrões fixados, pública e
previamente, pelo Poder Executivo. Para
esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas,
as pastagens, as matas naturais e artificiais
e as áreas ocupadas com benfeitorias.
(BRASIL, 1964)
Segundo Barbosa (1983, p. 10):
organização rural pode ser definida
como um conjunto de departamentos
integrantes de uma exploração
agropastoril
–
organização
econômica, ou seja, com objetivo de
lucro. Mesmo sendo civil em sua
maioria, explorada pelo fazendeiro
como pessoa física, deve caminhar
para o modelo empresarial.
Portanto
uma
empresa
do
agronegócio
exige
o
mesmo
profissionalismo e adoção de tecnologias
na sua administração e desenvolvimento
como qualquer outra.
4 DROGAS
O termo droga por si só já traz certa
preocupação e asco uma vez que
utilizamos essa palavra quase sempre para
coisas negativas.
Segundo definição da Organização
Mundial de Saúde (OMS) (1993), “droga é
qualquer substância não produzida pelo
organismo que tem a propriedade de atuar
sobre um ou mais de seus sistemas,
produzindo
alterações
em
seu
funcionamento”.
Uma droga não é por si só boa ou
ruim. Existem substâncias que são usadas
com a finalidade de produzir efeitos
benéficos, como o tratamento de doenças,
e são consideradas medicamentos. Mas
também
existem
substâncias
que
prejudicam a saúde, os venenos ou tóxicos.
É interessante ressaltar que a mesma
substância
pode
funcionar
como
medicamento em algumas situações e
como tóxico em outras.
Para a Organização Mundial de
Saúde (2000) a lista de substâncias que
podem
provocar
dependência,
na
Classificação Internacional de Doenças,
10ª Revisão (CID 10), em seu capítulo V
(Transtornos
Mentais
e
de
Comportamento), inclui:
•
Álcool;
•
Opióides
(morfina,
heroína,
codeína,
diversas
substâncias
sintéticas);
•
Canabinóides (maconha);
•
Sedativos
ou
hipnóticos
(barbitúricos, benzodiazepínicos);
•
Cocaína;
•
Outros estimulantes (anfetaminas e
substâncias relacionadas à cafeína);
•
Alucinógenos;
•
Tabaco;
36
•
transgredir ou transcender, como meio de
socialização ou para se isolar, o homem
sempre se relacionou com as drogas.
Solventes voláteis.
Infelizmente a realidade das drogas
não é nada acalentadora, muito pelo
contrário existe uma calamidade social
mundial anunciada relacionada a este tema
e que precisa ser encarada com muita
seriedade por todos.
4.1 Classificação e Efeitos no Organismo
Há diversas formas de classificar as
drogas, uma delas é a classificação do
ponto de vista legal. Em primeiro lugar
existe as drogas lícitas que são aquelas
comercializadas de forma legal, podendo
ou não estar submetidas a algum tipo de
restrição. Como, por exemplo, álcool que a
venda é proibida para menores de 18 anos,
e alguns medicamentos que só podem ser
adquiridos por meio de prescrição médica
especial. Em segundo lugar as drogas
ilícitas, ou seja, as proibidas por lei, como
por exemplo: crack, cocaína, maconha,
dentre outras.
Alem da classificação do ponto de
vista lega existe outra que é baseada nas
ações aparentes das drogas sobre o Sistema
Nervoso Central (CSN–OMS), conforme
as modificações na atividade mental ou no
comportamento da pessoa que utiliza a
substância às quais são: depressoras,
estimulantes e perturbadoras.
4.2 Experimentação, uso,
Dependência de Drogas
Abuso
e
O uso de drogas que alteram o
estado mental, chamadas de substâncias
psicoativas, acontece há milhares de anos e
provavelmente vai acompanhar toda a
história da humanidade.
Quer seja por razões culturais ou
religiosas, por recreação ou como forma de
enfrentamento
de
problemas,
para
Para Duarte e Morihisa (2008, p.
45) a validação do conceito de Síndrome
de Dependência do Álcool permitiu que os
sistemas
classificatórios
atuais
operacionalizassem
o
conceito
psicopatológico da dependência ao utilizar
critérios práticos e confiáveis para
possibilitar um bom diagnóstico, etapa
primeira, antes de qualquer abordagem.
4.3 O uso de Drogas no Brasil
Para os brasileiros a situação que se
apresenta sobre a drogadição deve ser
muito preocupante, pois vemos um
crescimento na experimentação e até
mesmo consumo de drogas independente
da sua classificação.
Segundo Carlini (2008, p. 61) o uso
de álcool e outras drogas numa sociedade é
fenômeno dinâmico, multifacetado e de
difícil apreensão.
Em 2001, foi realizado pela
Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD),
em parceria com o Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas (CEBRID), da
Universidade Federal de São Paulo, o I
Levantamento Domiciliar sobre o Uso de
Drogas no Brasil.
Este estudo garantiu ao Brasil
informações atualizadas e padronizadas
internacionalmente sobre o uso de álcool e
outras drogas pela população brasileira e
suas tendências.
Em 2004, a Organização Mundial
de Saúde (OMS) completou um estudo
chamado Global Status Report on Alcohol,
o qual apresentou o uso per capita de
álcool de 185 países.
O Brasil ficou situado em 80° lugar
e, quando comparado com alguns países
selecionados,
apresentou
consumo
razoavelmente discreto, como segue:
37
Quadro 01 - Ranking Internacional de Consumo de Álcool Puro em Litros Per Capita
Entre a População com 15 anos ou mais, em Países Selecionados, 2004.
Países
Posição
Total
França
6°
13,54
Reino Unido
22°
10,39
Argentina
40°
8,55
EUA
41°
8,51
Canadá
43°
8,26
Chile
71°
6,02
Brasil
80°
5,32
Fonte: WHO - Global Status Report on Alcohol (2004) apud Carlini (2008, p. 53).
Apesar de parecer, através dos
dados do quadro 1, que a situação do Brasil
é confortável a realidade que vivemos dia a
dia nos hospitais, por exemplo, não são
nada animadoras, no que diz respeito aos
acidentes e outros relacionados ao uso e
abuso do álcool.
4.4
Complicações
Clínicas
Psiquiátricas do uso do Álcool
e
O uso e abuso do álcool trazem
prejuízos para a sociedade como um todo,
mas também pode trazer muitos prejuízos
para o físico do ser humano, como segue:
Segundo Baltieri (2008, p. 66);
o álcool está relacionado a mais de 60
diferentes
condições
médicas,
violência e acidentes, problemas
escolares e no ambiente de trabalho,
admissões em hospitais de saúde
mental e ocorrências de mortes,
mesmo em indivíduos que não
apresentam
um
quadro
de
dependência ao álcool.
Baltieri (2008, p. 67) ainda afirma
que “o consumo de álcool é responsável
por cerca de 60% dos acidentes de trânsito,
não sendo necessário apresentar um quadro
de dependência para que isso ocorra”.
O álcool compromete vários órgãos
e funções do organismo, dependendo da
intensidade do consumo e da resistência
física de cada pessoa.
Intoxicação alcoólica, alucinações,
síndrome
de
abstinência,
suicídio,
transtorno do sono são algumas alterações
do comportamento e manifestações de
quadros psiquiátricos.
4.5 Prevenção nas Empresas
Em relação ao consumo de álcool e
outras
drogas,
pode-se
considerar
prevenção tudo aquilo que possa ser feito
para evitar, impedir, retardar, reduzir ou
minimizar o uso, o abuso ou a dependência
e os prejuízos relacionados ao padrão de
consumo de substâncias psicoativas.
Ferreira (2005, p. 653) define
prevenção como “o ato ou efeito de
prevenir”, ou seja, evitar, dispor com
antecipação e chegar antes de.
38
A prevenção ao álcool e outras
drogas na empresa deve ter como foco o
trabalhador, baseando-se em estratégias
que visem a qualidade de vida, à
preservação das relações interpessoais, à
segurança e a produtividade.
Segundo Silva e Duarte (2008, p.
110), “70% das pessoas que têm problema
de abuso de álcool e 63% dos dependentes
de outras drogas estão empregados”.
É possível citar diversos exemplos
de
empresas
que
encaram
essa
problemática de frente, sendo que este
(problema) existe na maioria das
organizações. A seguir será citado o
exemplo da empresa General Motors, e
como essa organização administra essa
questão.
Para minimizar o problema, a GM
do Brasil mantém há 12 anos o Programa
de Alcoolismo. Segundo o coordenador da
equipe deste programa, Mário Lopes
Besteiro apud Gestãoerh (1997, p. 36);
cerca de 10% do efetivo das empresas
é dependente químico, daí a
necessidade de desenvolver uma
política de combate às drogas. Para
desenvolver
tal
programa
é
necessário sensibilizar a direção,
mostrando que haverá lucro se tratar
o dependente; promover mudança na
cultura ao traçar as regras e treinar
uma equipe médica para detectar a
doença
através
dos
exames
ocupacionais.
“Mas nem todas as organizações
estão preparadas para lidar com o
dependente, pois o preconceito ainda
prevalece. O desconhecimento do tema
leva as pessoas a encararem o doente como
alguém sem caráter, ou então o ajuda na
dissimulação do problema” (PERON apud
GESTÃOERH, 1997, p. 36).
Desta forma, para reverter tal quadro
é necessário enfatizar as vantagens da
recuperação para os dirigentes. Com
um programa de apoio as empresas
evitam despesas com reposição de
empregados, reduzem o número de
acidentes de trabalho e absenteísmo.
É preciso trocar o preconceito pelo
conceito de doença (FIORAVANTE
apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).
Para Joaquim Ferreira Melo,
coordenador do Programa de Dependência
Química da Petrobrás, “recuperar um
colaborador é uma vantagem. Ele diz que a
empresa não é instituição de caridade, isto
é, ela investe para dar lucro e o programa
mostra isso. "Os custos se referem ao
programa em si e ao tratamento do
funcionário” (GESTÃOERH, 1997, p. 36).
“Já os benefícios são a diminuição
dos acidentes, das faltas e saídas
antecipadas, dos custos de treinamento de
novos empregados, melhoria da qualidade
de vida, desempenho no trabalho e
relacionamentos interpessoais” (MELO
apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).
Segundo Ribeiro apud Gestãoerh
(1997, p. 36).
Na Johnson & Johnson, o Programa
de Assistência ao Empregado
atendeu, em 17 anos de existência,
463 pessoas entre funcionários e
familiares.
Há
o
tratamento
ambulatorial que dura um ano na
própria empresa, quando a pessoa não
precisa ser internada, e o tratamento
em clínica conveniada, em que a
Johnson assume o custo integral na
primeira
internação.
Para
os
familiares
e
funcionários
terceirizados oferecemos vagas no
ambulatório.
Todo presidente ou diretor de uma empresa
deveria ser consciente a respeito da
necessidade de se ter programas de
atendimentos dentro das organizações para
atender essa problemática social.
39
4.6 Álcool e Redução de Danos no
Ambiente de Trabalho
Em
termos
de
comunidade
empresarial, o trabalhador que faz uso
abusivo de álcool e outras drogas ou é
dependente tem 3,6 vezes mais chance de
causar acidentes de trabalho, 2,5 vezes
mais chance de faltar sem justificativa oito
ou mais dias de trabalho, utiliza-se três
vezes mais dos benefícios médicos, tem
capacidade produtiva reduzida a 67%, é
punido disciplinarmente sete vezes mais e
é cinco vezes mais queixoso que
trabalhadores
não-usuários.
“Conseqüentemente,
as
relações
interpessoais são afetadas sobremaneira,
comprometendo o clima organizacional e a
qualidade
de
vida”
(DUARTE;
MORIHISA, 2008, p. 98).
Quando há, por parte da
organização, um compromisso sério com o
seu maior patrimônio que são os seus
colaboradores, certamente haverá também
nessa empresa trabalhos de prevenção ao
uso e abuso do álcool e outras drogas.
4.7 Análises Toxicológicas e Programas
de Prevenção do uso de Álcool e outras
Drogas no Ambiente de Trabalho
O uso do álcool e de outras drogas é
fenômeno mundial e seu abuso é
considerado problema de saúde pública,
que deve levar todos os segmentos da
sociedade a tomarem posição severa
quanto a isso.
consumo e o porte de álcool e outras
drogas pelo trabalhador dentro da
empresa a disponibilidade financeira
(proporcionada pelo salário) e a
existência de mecanismos internos,
como rede de informática e
distribuição de correspondência, que
possibilitam a comunicação e a
socialização da informação de
maneira rápida e segura nas
dependências da empresa.
Temos um programa de testagem de
drogas a seis anos, que é permitido
pela legislação e pelo código de ética
médica. Ele é feito no exame préadmissional, periódico, na pósreabilitação, em cargos de risco e
executivo, e após acidentes. Os
resultados são: redução de riscos,
melhora na segurança operacional e
da saúde dos empregados. A partir
daí, quem for dependente químico é
convidado a participar das reuniões
de grupos de apoio externo, como
Alcoólatras Anônimos (AA), e
conforme o caso pode ser internado
em uma clínica conveniada à
empresa. Para readaptá-lo ao trabalho
é preciso provar que mantém a
serenidade e sobriedade. (LUCENA
apud GESTÃOERH, 1997, p. 36).
A análise toxicológica bem como
programa de prevenção do uso do álcool e
outras drogas no ambiente de trabalho de
uma empresa está longe de ser uma ação
discriminatória,
mas
sim
uma
demonstração de responsabilidade social
assumida diante dos colaboradores e da
sociedade como um todo.
5 RESULTADOS E DISCUSÕES
Para Silva e Duarte (2008, p. 110);
nas empresas, a situação não é
diferente, pois ali se repetem os
padrões de comportamento e de
relacionamento da sociedade. Além
disso, outros fatores podem contribuir
para o uso indevido e o aumento do
consumo de substâncias psicoativas
no ambiente de trabalho, como o
Nem todo trabalhador, mesmo
aquele com um quadro de dependência
estabelecida, vai precisar de internamento.
Cabe ao profissional médico avaliar a
condição clinica e, em conjunto com outros
profissionais, decidir a melhor modalidade.
A indicação do tratamento é feita
com base no grau de comprometimento da
40
saúde e nas características pessoais e
familiares do trabalhador.
Recuperar ou demitir é um dilema
para muitas organizações quando deparam
com um colaborador que está envolvido
com drogas ou álcool, colocando em risco
sua integridade e seu trabalho. Assim, a
melhor maneira de encarar o fato é aceitar
o dependente como um doente.
Segundo Arthur Guerra (1995)
apud Gestãoerh (1997, p. 36), coordenador
do Grupo Interdisciplinar de Estudos de
Álcool e Drogas do Hospital das Clínicas
de São Paulo, “é comum a pessoa começar
a beber socialmente e depois ir
aumentando as doses, tornando-se um
dependente crônico”.
E quando chega a esse estágio é
muito difícil conseguir ser novamente um
usuário social. Mas a recuperação pode ser
um fato real se a empresa ajudar a
concretizá-la.
Entre alguns fatores que podem
facilitar na identificação de um usuário de
drogas estão, conforme Lucena apud
Gestãoerh (1997, p. 36), gerente da divisão
médica da Esso Brasileira, “mudanças
bruscas de comportamento, falta de
motivação e perda da qualidade”.
“Na Esso do Brasil, o objetivo da
política de drogas e álcool é prevenir,
diagnosticar, recuperar e quando possível
readaptar o funcionário ao trabalho. É
condição de emprego não estar envolvido
com drogas. O dependente pode ser
tratado, mas a recuperação dura para
sempre” (LUCENA apud GESTÃOERH,
1997, p. 36).
Mas e nas empresas do agronegócio
de Chapadão do Sul? Como é visto essa
questão do álcool e outras drogas no
ambiente de trabalho?
“O município de Chapadão do Sul
está localizado a nordeste do Estado de
Mato Grosso do Sul, no centro-oeste do
Brasil, distante cerca de 330 km da capital
do estado: Campo Grande, 850 km de
Brasília e 910 km de São Paulo, com
população de aproximadamente vinte mil
habitantes” (PREFEITURA MUNICIPAL
DE CHAPADÃO DO SUL, 2010, p, 01).
“O município dispõe de terras
férteis e de grande produtividade agrícola e
conta
com
várias
empresas
do
agronegócio” (IBGE, 2006).
Esse estudo avalia a importância da
prevenção ao uso de álcool e outras drogas
no ambiente de trabalho das empresas do
agronegócio.
Conforme os dados da tabela 01,
66,67% vêem essa questão do uso e abuso
do álcool e outras drogas no ambiente de
trabalho com certa preocupação, para 20%
dos entrevistados, o problema não existe na
empresa, em 13,33% dos entrevistados
havia preocupação com a prevenção e
encaminhamento dos casos.
Tabela 01 - Percentual com relação como é visto a questão do álcool e outras drogas nas
empresas.
QUESTÕES
1 - O problema não existe aqui
2 - Com preocupação, mas não é feito nada
3 - Existe um programa de prevenção e encaminhamento
de casos
TOTAL
Fonte: Própria (2010).
QTDE RESP
3
10
PERCENTUAL
20,00%
66,67%
2
15
13,33%
100,00%
41
Nota-se um grau elevado de
insegurança por parte dos líderes da
empresas quando se fala nesta questão das
drogas, lícitas e ilícitas, no ambiente de
trabalho.
Segundo dados da tabela 02 80%
das empresas admite não ter nenhuma ação
efetiva de enfrentamento do problema e
20% tem ação efetiva de enfrentamento do
problema.
Tabela 02 - Percentual da existência de alguma ação efetiva de enfrentamento do
problema do uso e abuso do álcool e outras drogas nas empresas.
QUESTÕES
1 – Sim
2 – Não
TOTAL
QTDE RESP
3
12
15
PERCENTUAL
20,00%
80,00%
100,00%
Fonte: Própria (2010).
Observa-se claramente que há uma
resistência em falar no assunto como se
houvesse interesse de não admitir que o
problema exista na empresa.
A partir dos dados da tabela 03
verificamos que 80% das empresas não
desenvolvem nenhuma ação de prevenção,
20% fazem capacitação através de
palestras para os seus colaboradores, e que
nenhuma empresa consultada realiza
cursos ou acompanhamento dos casos por
profissionais da área.
Tabela 03 - Percentual de quais ações de prevenção ao uso de álcool e outras drogas são
desenvolvidas nas empresas.
QUESTÕES
1 – Palestras
2 – Cursos
3 - Acompanhamentos por profissionais da saúde
4 – Nenhuma
TOTAL
QTDE RESP PERCENTUAL
3
20,00%
0
0,00%
0
0,00%
12
80,00%
15
100,00%
Fonte: Própria (2010).
Na tabela 04 constatamos através
dos dados ali contidos que para 40% dos
entrevistados o dependente químico é visto
como doente, para 33,33% ele visto como
um delinqüente e para 26,67% esse
indivíduo tem um caráter defeituoso.
Tabela 04 - Percentual de como é visto um dependente químico na empresa.
QUESTÕES
1 – Doente
2 – Infrator
3 - Com caráter defeituoso
TOTAL
Fonte: Própria (2010).
QTDE RESP PERCENTUAL
6
40,00%
5
33,33%
4
26,67%
15
100,00%
42
Conforme mostra os dados da
tabela 05 para de 53,33% o alcoolista é
tido como doente, para 40% dos líderes
entrevistados ele é um sujeito sem
responsabilidade, e para (6,67%) ele tem
caráter defeituoso.
Tabela 05 - Percentual de como é visto um alcoolista pela empresa.
QUESTÕES
1 – Doente
2 - Com caráter defeituoso
3 - Sem responsabilidade
TOTAL
QTDE RESP PERCENTUAL
8
53,33%
1
6,67%
6
40,00%
15
100,00%
Fonte: Própria (2010).
Conforme apresentados na tabela
06, os dados mostram que para 53,33% dos
entrevistados
a
melhor
decisão
administrativa é demitir o funcionário da
empresa, 40% das empresas encaminham
para tratamento seus empregados quando é
detectado o problema, e 6,67% dão férias
para a pessoa que está alcoólatra ou
dependente químico.
Tabela 06 - Percentual de quando é detectado um trabalhador com problema de
alcoolismo ou dependência química qual tem sido o procedimento da empresa.
QUESTÕES
1 - Encaminha para tratamento
2 – Demite
3 - Dá férias
TOTAL
QTDE RESP PERCENTUAL
6
40,00%
8
53,33%
1
6,67%
15
100,00%
Fonte: Própria (2010).
Nota-se também que existe uma
certa barreira, cultural talvez, em torno
desse assunto, o que impede que ele seja
abordado diretamente e abertamente nos
meios administrativos das empresas, como
reuniões de trabalhos, departamentos de
recursos humanos, dentre outros.
CONCLUSÃO
Considerando
os
dados
da
Organização Mundial da Saúde - OMS
citados neste trabalho de que setenta por
cento dos alcoolistas e sessenta e seis por
cento dos dependentes químicos estão
dentro das
empresas, empregados,
portanto.
Para concluir esse trabalho faz-se
necessário
relatar
alguns
pontos
indicadores, a partir dos dados coletados,
de uma realidade pouco animadora nesta
área da drogadição no ambiente de
trabalho das empresas do agronegócio no
município de Chapadão do Sul, como
segue:
Chega-se a conclusão que os
empresários do agronegócio do município
de Chapadão do Sul estão despreparados
para o enfrentamento do problema do uso e
43
abuso do álcool e outras drogas no
ambiente de trabalho e que isso tem
acarretado problemas e prejuízos sociais
imensuráveis.
Antidrogas: Serviço Social da Indústria,
2008.
Que precisa ser feito um trabalho
de conscientização e capacitação junto aos
órgãos administrativos dessas empresas e
aos seus gestores pelos segmentos da
sociedade civil organizada relacionados ao
trabalho dessas organizações como
sindicatos,
associação
comercial
e
industrial do município, organizações
especializadas, por profissionais, dentre
outros, para que o problema seja
minimizado nas empresas trazendo com
isso resultados positivos, lucrativos e
sociais, para as empresas, para as famílias
dos colaboradores e sobretudo para a
sociedade como um todo.
BRASIL. Presidência da República. Lei
n° 11.343, de 23 de agosto de 2006. 2006.
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2
004-2006/2006/lei/l11343.htm>. Acesso
em: 03 maio. 2010.
REFERÊNCIAS
BALTIERI,
Danilo
Antônio.
Complicações clínicas e psiquiátricas do
uso do álcool. In: BRASIL. Ministério da
Saúde. Prevenção ao uso de álcool e
outras drogas no ambiente de trabalho:
conhecer para ajudar. Brasília: Secretaria
Nacional Antidrogas: Serviço Social da
Indústria, 2008.
BARBOSA, Jairo Silveira. Administração
rural a nível de fazendeiro. São Paulo:
Nobel,
1983.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política
Nacional
sobre
Drogas.
Brasília:
Presidência da República, Secretaria
Nacional Antidrogas, 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção
ao uso de álcool e outras drogas no
ambiente de trabalho: conhecer para
ajudar. Brasília: Secretaria Nacional
BRASIL. Presidência da República. Lei n°
11.705, de 19 de junho de 2008. 2008.
Disponível
em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_At
o2007-2010/2008/Lei/L11705.htm>.
Acesso em: 15 abr. 2010.
BRASIL. Presidência da República. Lei n°
4.504, de 30 de novembro de 1964. 1964.
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L450
4.htm >. Acesso em: 10 mar. 2010.
CARLINI, Beatriz. O uso de drogas
psicotrópicas no Brasil. In: BRASIL.
Ministério da Saúde. Prevenção ao uso de
álcool e outras drogas no ambiente de
trabalho: conhecer para ajudar. Brasília:
Secretaria Nacional Antidrogas: Serviço
Social da Indústria, 2008.
CHIAVENATO,
Idalberto.
Administração: teoria, processo e prática.
3. ed. São Paulo: Pearson Education, 2000.
416 p.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de
Pessoas: o novo papel dos recursos
humanos nas organizações. 2.ed revisada e
atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
529 p
44
DUARTE, Cláudio Elias; MORIHISA,
Rogério Shigueo. Experimentação, uso,
abuso e dependências de drogas. In:
BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção
ao uso de álcool e outras drogas no
ambiente de trabalho: conhecer para
ajudar. Brasília: Secretaria Nacional
Antidrogas: Serviço Social da Indústria,
2008.
ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL
DE
SAÚDE. CID - 10: Classificação
estatística internacional de doenças e
problemas relacionados a saúde: Décima
revisão. São Paulo: Edusp, 2000. v.1. 1191
p.
FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda.
Mini Aurélio: o dicionário da Língua
Portuguesa. 6. Ed. Curitiba: Posigraf,
2005. 995 p.
ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL
DE
SAÚDE. Classificação de transtornos
mentais e de comportamento da CID-10.
Porto Alegre: Editora Artes Medicas Sul,
1993.
GESTÃOERH. Saúde e qualidade de
vida: como lidar com o abuso de drogas e
álcool nas empresas. Ano II, n. 14, jan./fev.
1997.
p.
36.
Disponível
em:
<http://www.gestaoerh.com.br/open.php?p
k=426&fk=57&subitem=44&item=44&id
_ses=51>. Acesso em: 22 maio. 2010.
PREFEITURA
MUNICIPAL
DE
CHAPADÃO DO SUL. Informativo
sobre a Prefeitura Municipal de
Chapadão do Sul-MS. Jun. 2010.
Disponível
em:
<http://www.chapadaodosul.ms.gov.br/>.
Acesso em: 20 jun. 2010.
HOFFMANN,
Rodolfo
et
al.
Administração da empresa agrícola.
6.ed. São Paulo: Pioneira, 1989. 325 p.
SILVA, Ovandir Alves; DUARTE, Paulina
de Carmo Arruda Vieira. Análises
toxicológicas e programas de prevenção do
uso de álcool e outras drogas no ambiente
de trabalho. In: BRASIL. Ministério da
Saúde. Prevenção ao uso de álcool e
outras drogas no ambiente de trabalho:
conhecer para ajudar. Brasília: Secretaria
Nacional Antidrogas: Serviço Social da
Indústria, 2008.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística.
Produção
Agrícola
Municipal.
2006.
Disponível
em:
<www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.
php?codmun=500295>. Acesso em: 10
mar. 2010.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru.
Teoria geral da administração. Edição
compacta. São Paulo: Atlas, 2006. 353 p.
VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e
relatórios de pesquisa em administração.
10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 94 p.
45
APLICAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES DE
MATERIAIS - MRP, EM INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO
ANIMAL DE CHAPADÃO DO SUL
SOUZA, Fábio Pereira de8
SILVA, Cléo Adriano da9
RESUMO: Este artigo tem por objetivo monstrar a ferramenta administrativa, Manufacturing
Resource Planning – MRP, Planejamento dos recursos de manufatura e sua efetiva utilização
na prática diária dentro de uma indústria local. Esta técnica é utilizada para o gerenciamento
de materiais, através do planejamento das ordens de compra e ordens de fabricação, tendo
como base inicial os pedidos dos clientes e estoques estratégicos de segurança. O MRP trás
uma melhor gestão nos cálculos das necessidades de materiais que serão utilizados na
fabricação de determinado item, focado em tornar mínimo o tempo perdido na produção de
forma a permitir estoques nas quantidades certas, nem antes e nem depois, nem mais e nem
menos; cumprindo ao máximo os prazos de entrega dos pedidos solicitados, com a mínima
formação de estoques.
Palavras-Chave: Planejamento. Diferencial Competitivo. MRP.
ABSTRACT: This article aims to implement administrative show, Manufacturing Resource
Planning – MRP, planning of manufacturing resources and its effective use in daily practice
within a local industry. This technique is used for the management of materials, through the
planning of orders to buy and orders of manufacture, taking as an initial basis the requests of
customers and stocks strategic security. THE MRP behind a better management in the
calculations of the needs of materials to be used in the manufacture of a particular item,
focused on making minimum the time lost in the production in order to allow stocks in the
quantities certain, either before or after, neither more nor less; and complying with the
maximum deadlines for submission of applications requested, with the minimum training of
stocks.
Key-Words: Planning. Differential Competitive. MRP.
8
9
Bacharelando em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL.
Especialista em Gestão empreendedora de negócios pela Universidade da Grande Dourados - UNIGRAN.
46
1 INTRODUÇÃO
Diante de um mercado instavél,
com mudanças repentinas e com uma
rápida disseminação das informações, as
empresas acabam por utilizar táticas
comerciais e preços muito proximos.
Quando numa disputa comercial, pequenos
detalhes podem definir uma boa venda e a
fidelizaçãode do cliente, o MRP Manufacturing Resource Planning propõe
ser este diferencial competitivo.
Desenvolvida nos Estados Unidos,
na década de 60 pelo Dr. Joseph
A.Orlicky, o MRP era e ainda é utilizado
para o gerenciamento de materiais, através
do controle das ordens de produção e
compra.
Foi desenvolvido conjuntamente
com a indústria local, a aplicação diária
deste modelo, procurando evitar o que
ocorre por vezes: a falta de materia prima
para realizar a fabricação dos vários tipos
distintos de alimentos voltados ao gado,
cavalos, carneiros, porcos, galinhas
poedeiras, codornas, etc., trazendo
transtornos de coloboradores e caminhões
parados, insatisfação e até mesmo a perca
de clientes pela não entrega dos referidos
produtos.
Efetivamente o MRP auxilia a
empresa a melhorar seu desempenho no
controle e checagem de relatórios, ordens
de produção e compras, inclusão de
pedidos, condições de estocagem, etc.,
criando condição de estas informações
serem disponibilizadas à empresa com
maior eficiência e eficácia, para
posteriormente implantá-la definitivamente
na empresa.
2 METODOLOGIA
Utilizar-se-á
da
pesquisa
exploratória, para aproximar o MRP da
vida diária da fábrica de Alimentação
Animal de Chapadão do Sul.
As
pesquisas
exploratórias,
segundo Gil (1999, p. 43) visam
proporcionar uma visão geral de um
determinado fato, do tipo aproximativo.
Uma pesquisa pode ser classificada
com base em dois critérios; quanto aos fins
e aos meios. Assim, quanto aos fins, temos
que a investigação exploratória é realizada
em geral em área na qual há pouco
conhecimento acumulado e sistematizado.
Por sua natureza de sondagem, não
comporta hipóteses que, todavia, poderão
surgir durante ou ao final da pesquisa.
(VERGARA, 2000).
Houve uma busca bibliográfica
reflexiva e analítica; com este suporte
teórico do que é a ferramenta
administrativa MRP, possibilitando a
compreensão e aplicação da mesma.
Realizaram-se as buscas de informações
relacionadas à empresa que está em
questão para assim ter pleno conhecimento
de suas estratégias e modelos de trabalho
sem atrapalhar ou criar situações
inoportunas. Com isso, a ferramenta MRP
foi aplicada com modelos paralelos de
acompanhamento
da
produção,
fundamentada em pesquisas literárias da
ferramenta em questão, reforçada por
entrevistas
informais
junto
aos:
colaboradores, gerentes, consultores e os
sócios-proprietários, visando esclarecer
sobre o método, suas vantagens e
desvantagens, para criar um modelo de
planilhas no software Excel que mais se
adapte as necessidades da empresa, criando
um
ambiente
propício
para
sua
implantação.
47
3 REFERENCIAL TEÓRICO
O problema mais geral da
programação de produção é ter
multiplos produtos e serviços feitos
no mesmo local. Determinados
componentes e materiais podem ser
usados em diversos produtos e
modelos. O problema logístico é
definir as quantidades necessárias de
materiais e quando estes serão
necessários para garantir a oferta do
produto ou serviço nas datas
planejadas. A manutenção de estoque
de materiais para suprir o processo
produtivo e o controle do seu nível
através de técnicas estatísticas são as
maneiras populares de atacar o
problema (BALLOU, 1993).
O sistema de MRP identifica
questões como: quais são as partes
necessárias para atender a demanda dos
produtos finais, quais as quantidades
necessárias e em que momento estas partes
serão necessárias. Assim, alia-se o tipo de
produto, suas partes e o momento que
serão utilizadas (CAMPOS, 2009).
A metodologia disponibilizada pelo
MRP, apesar de simples e de fácil
aplicação é muito eficaz no planejamento
das necessidades futuras dentro das
indústrias.
O MRP é uma técnica que permite
determinar as necessidades de compras dos
materiais que serão utilizados na
fabricação de certo produto, com base na
lista de materiais, obtida por meio da
estrutura analítica do produto, também
conhecida como árvore do produto ou
explosão
do
produto
(MARTINS;
CAMPOS, 2006).
Esta explosão ou detalhamento dos
componentes de um produto é a base
inicial do sistema MRP.
O MRP tem por característica
responder rapidamente a alterações na
demanda do produto final, ou seja, tão logo
recebam os imputs, (entradas) partes e
componentes são recalculados e o processo
é redefinido (DIAS, 2009).
Manufacturing Resource Planning
– MRP, Planejamento dos recursos de
manufatura, trata-se de um método de
administração voltado para o efetivo
planejamento de todos os recursos voltados
a fabricação de uma companhia industrial
(CARRAVILLA, 1997).
Com o crescimento do comércio
regional, nota-se a necessidade da criação
de mecanismos interpessoais de controle
administrativo, o MRP pode ser uma
ferramenta eficaz em diversas empresas e
situações.
3.1 Planejamento e aplicação do MRP
O sistema MRP esta sendo
proposto para a indústria de alimentação
animal local, para torná-la cada vez mais
profissional com métodos e técnicas
utilizados na emissão das ordens de
produção, ordens de compra de
mercadorias e no manejo do estoque.
Dando uma melhor base para ratificar seus
pontos fortes e minimizar suas fraquezas,
facilitando os controles impessoais de
checagem gerencial dos passos realizados.
Dessa forma com uma gestão
continuada, com a efetiva utilização de
técnicas bem elaboradas e já utilizadas
como é o caso do MRP, procura-se
eficiência junto à equipe de trabalho e
ainda promover significativas melhorias na
gestão de materiais.
Trabalha-se criar um equilibrio na
quantidade dos produtos estocados a fim
de atender a clientela, mas sem empregar
ou investir um valor importante que possa
desequilibrar o fluxo de caixa da empresa.
48
Tais melhorias caminham no
sentido da diminuição dos altos
investimentos na manutenção dos estoques,
que são importantes sim, mas exige um
fluxo de caixa alto, que muitas vezes as
margens de contribuição não permitem
manter.
Para as empresas obter uma
vantagem competitiva, precisam se
diferenciar no mercado, conforme descreve
Porter (1991):
Estratégia competitiva é a busca de
uma posição competitiva favorável de
uma empresa, na arena fundamental
onde ocorre a concorrência, ou seja, o
mercado. Assim, quaisquer aspectos
ou características que configurem
vantagem
sobre
os
demais
concorrentes do mercado são
consideradas
formas
de
se
potencializar a competitividade.
Além de conseguir uma vantagem
favorável a empresa, manter estoques de
garantia pode contribuir para solidificar a
referida vantagem obtida e garantir a
satisfação da clientela.
O objetivo principal de uma empresa
é, sem dúvida, maximizar o retorno
sobre o capital investido. Neste
sentido, o investimento em estoques é
importante na medida em que os
mesmos funcionam como um
lubrificante necessário para a
produção e o bom atendimento das
vendas. A insuficiência de estoques
pode, por exemplo, comprometer o
ritmo de produção e limitar as vendas
(DIAS, 2009).
•
Para uma melhor compreensão da
aplicação do MRP a um determinado
produto, passamos a demostrar os tópicos
relevantes que integram o processamento
do mesmo, abaixo utilizamos o exemplo da
fabricação de 01 caneta e seus
componentes, isso conforme Carravilla
(1997) e complementado com alguns
exclarecimento propostos;
•
•
Previsões das vendas ou pedidos
firmes. Média temporal de vendas,
estoques de garantia e os pedidos
confirmados;
•
Estrutura do produto. Composição
geral de um produto final;
•
de
•
a
Cálculo
ou
“explosão”
necessidades líquidas de materiais;
Detalhar
minusiosamente
composição do produto;
•
Itens pais e itens filhos (Demanda
Dependente). Os itens filhos são
necessariamente utilizados na composição
dos itens pais;
•
Lista de materiais “indentada”.
Materiais utilização na fabricação que
necessáriamente independe de outro;
•
Detalhe das necessidades brutas
dos materiais. As quantidades de cada item
que serão necessárias;
Tempo de Fabricação (lead Time).
O tempo que decorre dos trâmites entre a
necessidade de determinado itém, até sua
chegada na empresa. (Odem de compra,
cotação, ida ao fornecedor, transporte,
entrega na empresa).
3.1.1 Relações Hierárquicas
É importante conhecer a sequência
no momento da fabricação de determinado
produto, na relação hierárquica abaixo
(Figura 01), mostra no MRP o grau da
importância ou prioridade existêncial de
cada itém no processo de fabricação,
também no momento da compra a ser
realizado pelo setor responsável.
49
plano de produção alcançado
através de previsões de vendas e
encomendas firmes, a dimensão
suficiente do horizonte temporal de
planeamento de modo a englobar os
lead-times
de
todos
os
componentes
integrantes
nos
produtos finais;
Figura 01 – Relação Hierarquica.
•
Inventário
geral;
contém
informações sobre as existências
disponíveis
em
armazém;
Necessidades brutas; Recepções
programadas;
Início
das
encomendas/ordens de fabrico dos
produtos; tamanho dos lotes; leadtimes; níveis de estoques de
segurança; níveis limite de produtos
defeituosos; alterações diárias;
•
Estrutura dentada dos produtos.
Todos os produtos da linha de
produção devem ser "expandidos"
ao nível dos seus componentes,
subcomponentes e peças (Conceitos
básicos de MRP, MRPII e ERP). A
estrutura dentada dos produtos
possui (CARRAVILLA, 1997).
Fonte: (Carravilha, 1997).
Tal relação, importa na hora da
definição das ações na tomada de decisão
da administração empresarial.
3.1.2 Parâmetros Fundamentais
Os dados utilizados num sistema
MRP provêm (CARRAVILLA, 1997):
•
Plano Director de Produção (PDP);
o que produzir; quando produzir. O
Figura 02 - Estrutura Dentada.
Fonte: Carravilha (1997).
50
A estrutura dentada (Figura 02)
ilustra a “explosão” do produto, ou seja,
possui dados sobre cada componente ou
grupo, necessário para a produção de um
produto final, definida apartir das
necessidades do produto, considera ainda:
o referencial, a descrição e a quantidade,
permitindo uma visão completa dos
componentes.
Os parâmetros fundamentais em
que um sistema MRP assenta, segundo o
Wikipédia, (2010b) são:
•
Políticas e dimensão do lote - (Qual
seram as regras e tamanho dos lotes de
produção);
•
Estoque de Segurança - (Qual sera
a quantidade mínima de estoque);
•
Lead time - (É o tempo entre a
necessidade até a disposição do produto).
Os outros acrecimos ficam a
critério das necessidades de cada empresa,
na medida da adaptação que se fizer
necessária.
3.1.3 Exemplo da estrutura de Dados e
Registros MRP
Abaixo na Figura 03 tem-se uma
estrura que pode servir de modelo para o
efetivo controle da estrutura dentada, onde
a necessidade puxa a cadeia de produção
item a item.
Para Bardin e Mesquita (2000) a
Figura 03:
apresenta um padrão de registro do
MRP. Na primeira linha, encontramse as necessidades brutas do
componente em cada período. Se o
componente em questão for o produto
final, os valores correspondem aos do
MPS, caso contrário, as necessidades
brutas são determinadas a partir das
ordens de produção planejadas dos
respectivos
itens
pais.
Os
recebimentos programados estão
associados às ordens de produção em
progressão na fábrica. A terceira
linha representa o estoque atual e o
projetado em função do consumo e
dos recebimentos futuros. Ordens de
produção devem ser planejadas e
emitidas de forma que o estoque
projetado não seja negativo em
nenhum período futuro. Em função
das necessidades líquidas e da
política de formação de lotes para
cada item, determinam-se as ordens
de produção planejadas. À medida
em que as ordens planejadas são
liberadas para a fábrica, são
substituídas
por
recebimentos
programados.
Parte da estrutura dentada do
produto (caneta) é descrito de forma
minuciosa abaixo:
51
Figura 03 – Demonstração Prática de MRP.
Fonte: Carravilha (1997).
4 SITUAÇÃO EMPRESARIAL
APLICAÇÃO DO MRP
E
As empresas na sua grande maioria
surgem da vontade e garra de pessoas
dedicadas, proprietários ou sócios auxiliam
pessoalmente o crescimento de sua
empresa e posteriormente conseguem abrir
filial; até ai é possível administrá-la de
modo centralizado, quando o dono
participa
de
todas
as
decisões
pessoalmente; mas quando começa haver
um crescimento maior é necessário
utilizar-se de meios ou mecanismos para
bem administrá-las de modo impessoal.
É justamente neste momento que a
indústria de Chapadão do Sul se encontra,
procurando
mecanismos
de
descentralização
das
decisões.
Na
indústria, já existem estruturas que
minimamente fazem funcionar suas
engrenagens administrativas, com políticas
e processos de tomada de decisão voltados
ao crescimento empresarial, mas que acaba
por necessariamente passar pelo parecer
dos proprietários.
A indústria de alimentação animal
analisada, tem pontos de vendas na cidade
de Chapadão do Sul e nos municípios no
seu entorno (Costa Rica, Paraíso,
Figueirão, Alcinópolis, Alto Taquari,
Chapadão do Céu, Aporé, Itajá,
Cassilândia, Paranaiba e Carneirinho)
utiliza destes para um contato mais direto
com o produtor, pois isso acaba facilitando
a negociação.
Posteriormente seus vendedores
transmitem os pedidos firmados com
52
cliente para a referida indústria, que os
recebe por fax, dai realiza a montagem
logistica da entrega, a produção e a
posterior entrega dos mesmos em local e
no tempo previamente determinado.
Desta forma, assim que o pedido
chega à empresa, o gerente de produção
lança o pedido em uma planilha (conforme
anexo 1), para posterior formação logística
das cargas, nesta planilha são coletados os
dados, tais como: a data, o número, o nome
do cliente, a região para entrega, o produto,
a quantidade, a data prevista da produção e
entrega.
Para criar um ambiente propício
para a aceitação do sistema na empresa,
aproveitamos
a
referida
planilha,
utilizando-a como base de dados para
criação da planilha de controle proposta
pelo MRP, incluindo-se a política de
estoques mínimos para cada produto final
posto a venda e a sugestão de um histórico
de produção que ocorreu neste mesmo
período no ano anterior.
Na indústria local, assim como em
outras do ramo, utilizam-se basicamente os
mesmos produtos bases para a fabricação
dos vários tipos distintos de sal mineral,
rações e núcleos: abaixo exemplificaram
alguns deles, conforme planilha MRP [...]
Macros – calcários, fosfato, Farelo,
Milho, sal, sorgo, etc.
Micros – Selênio,
Manganês, cobalto, cobre, etc.
empresa em questão é de no mínimo 17
sacos ou ½ (meia) batida.
Primeiramente na confecção da
planilha MRP (Anexo II) proposta para a
indústria local, a explosão ou divisão
destes vários produtos utilizados na
formulação, determinando as quantidades
de cada um dos produtos que serão
fabricados. Determina-se os estoques
iniciais para dai subtrair as quantidades
que serão utilizadas na produção no
decorrer daquela semana, obtendo-se uma
projeção do estoque ao final da semana.
Aplica-se a política de estoques
mínimos (Figura III) sobre a projeção feita,
para determinar ou não uma ordem de
compra do material em questão,
sinalizando positiva ou negativamente ao
setor de comprar; este por sua vez estará
vislumbrando um horizonte lead time, ou
seja, o tempo que transcorrera da
necessidade até a efetiva chegada do
produto a disposição de uso na empresa;
incluindo-se na planilha esta compra
projetada, assim o estoque final desta será
também o estoque inicial da semana
subseqüente, criando um conjunto de
planilhas no decorrer do mês.
Nas projeções de compra a ser
realizada alem do lead time considera-se
também o espaço disponível para receber o
referido produto, para não ocorrer de
quando da chegada não houver espaço.
Magnésio,
Complementos e aditivos minerais
– Vitamina A, Monenzina, Neem, etc.
Assim para atender a uma
necessidade momentânea do animal, por
exemplo, crescimento ou ganho de peso, o
formulador
zootecnista
responsável
trabalha aumentando ou diminuindo as
quantidades de cada produto disponível,
atendendo a referida necessidade, a cada
alteração realizada o produto final recebe
um nome e uma indicação diferente.
Considerando para a sua venda no mercado
a política de dimensão de lote, que na
5 VANTAGENS E DESVANTAGENS
DO MRP
Todo sistema a ser trabalho traz
conseqüências momentâneas e posteriores,
que podemos desde já citar algumas.
Para Mesquita (2008) menciona
algumas das vantagens de um sistema
MRP:
53
- Diminuição dos estoques;
REFERÊNCIAS
- Controle melhor da produção e das
encomendas;
- Processo hierárquico;
- Estrutura formal
procedimentos;
de
dados
e
BALLOU,
Ronald
H.
Logística
empresarial: transportes, administração de
materiais e distribuição física. Tradução
Hugo T. Y. Yoshizaki. São Paulo: Atlas,
1993. 240 p.
- Simulações;
- Integração JIT/MRP;
Mesquita (2008) destaca também
algumas desvantagens do MRP;
- Não tem tendência a aperfeiçoar os custos
de aquisição de materiais;
- Como tende a diminuir os estoques,
também tem que se comprar mais e em
lotes menores, aumentando os custos de
compra;
- Como as compras são de menores
volumes, torna-se mais sujeito as variações
momentâneas de preços, condição de
entrega e escassez de material.
Uma vez conhecida as fontes de
insucesso, trabalho-se aqui minimizar seu
efeito na aplicação na indústria de
Chapadão do Sul.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O MRP trás condição de
competitividade abrindo leques cada vez
maiores de possibilidades empresariais e
de melhorias significativas na gestão,
liberando a direção para as decisões mais
contundentes para a empresa.
Por meio desta ferramenta de
gestão de pedidos a empresa que esta em
uma fase de transição poderá melhorar a
rapidez da entrega de seus clientes, e com
isto, ter um diferencial no mercado
regional, o MRP aqui estudado demonstra
ser uma excelente forma para a emprese
em questão ter um diferencial no
competitivo no mercado.
BARBIN, Fernando José; MESQUITA,
Laurindo Marco Aurélio de. Material
requirements planning: 25 anos de história
– uma revisão do passado e prospecção do
futuro. Engenharia de Produção da Escola
Politécnica Universidade de São Paulo.
Gestão & Produção, São Paulo, v. 07, n.
03, p. 320 - 337, dez. 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/gp/v7n3/v7n3a0
8.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2010.
CAMPOS, Wagner. Simplificando o MRP.
2009.
Disponível
em:
<http://www.administradores.com.br/infor
me-se/artigos/simplificando-omrp/30966/>. Acesso em: 02 dez. 2010.
CARRAVILLA, Maria Antónia. MRP &
CRP.
Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, 1997. Disponível
em
<http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/568/2/MRP%
20%20CRP.pdf>. Acesso em: 20 set. 2010.
CORREA, Henrique L.; GIANESI, Irineu
G. N.; CAON, Mauro. Planejamento,
programação e controle da produção. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2010. Disponível em:
<http://www.salaviva.com.br/livro/ppcp/ar
quivos/transp/Cap%2003%20MRP%20pla
nejamento%20das%20necessidades%20de
%20materiais.ppt>. Acesso em: 20 nov.
2010.
54
DIAS, Marco Aurélio. Administração de
Materiais: princípios, conceitos e gestão. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2009.
DUARTE, Geraldo. Dicionário de
Administração. Fortaleza-CE: IMPARH,
2002.
FABIANE.
Pesquisa
qualitativa,
exploratória e fenomenológica: Alguns
conceitos básicos. 2010. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/infor
me-se/artigos/pesquisa-qualitativaexploratoria-e-fenomenologica-algunsconceitos-basicos/14316/>. Acesso: 20 jul.
2010.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa
social. São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINS, Petrônio Garcia.; CAMPOS,
Paulo Renato. Administração de Materiais
e Recursos Patrimoniais. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2006.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru.
Introdução à administração. 5.ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
MESQUITA, Marco Aurélio de. Enterprise
Resources Planning – ERP (em linha).
2008.
OLIVEIRA, D. P. R. Estratégia
empresarial e vantagem competitiva. São
Paulo: Atlas, 2001. 456 p.
GITMAN,
L.
J.
Princípios
de
Administração Financeira.7. ed. São Paulo:
Harbra, 2002.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças
de. Planejamento Estratégico: conceitos,
metodologia e práticas. 15. ed. São Paulo:
Atlas, 2001. 34p.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa
qualitativa e suas possibilidades. Revista
de Administração de Empresas, v. 35, n. 2,
mar./abr. 1995, p. 57-63.
PORTER, Michael E. Competição:
Estratégias
Competitivas
Essenciais.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra.
Rio de Janeiro: Campus, 1991.
KOTLER, P. Administração de marketing:
análise, planejamento, implementação e
controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
VERGARA, Sylvia Constant. Projeto e
relatórios de pesquisa em administração. 3.
ed. São Paulo: Atlas, 2000. 46, 47 p.
LAS CASAS, A. L. Qualidade total em
serviços: conceitos, exercícios, casos
práticos. São Paulo: Atlas, 1995.
WRIGHT, P.; KROLL, M. J.; PARNELL,
J. Administração estratégica: conceitos.
São Paulo: Atlas, 2000.
55
PREGÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
PREFEITURA MUNICIPAL DE CHAPADÃO DO CÉU – GO
FLORES, Edevane Rosa 10
ALMEIDA, Carlos José Reis de 11
RESUMO: A eficiência que a administração pública necessita para a realização de suas
atividades é cada vez maior, sendo quase indispensável nos dias atuais. Um dos métodos
utilizados para conseguir tal eficiência é a gestão nas licitações que permite adquirir produtos
com custos menores comparados ao de mercado. As modalidades de licitações aqui estudadas
são o pregão presencial e pregão eletrônico suas vantagens e desvantagens. Este artigo
também apresenta um estudo de caso realizado na Prefeitura Municipal de Chapadão do Céu,
onde mostra as vantagens e desvantagens dos procedimentos licitatórios.
Palavras-Chave: Administração Pública. Licitação. Pregão Presencial. Pregão Eletrônico.
ABSTRACT: The economy that a public administration needs for the accomplishment of
your activities is every time larger being almost indispensable in the current days. One of the
methods used to get such economy it is through the auctions that bring products with smaller
costs compared to the of market. The modalities of auctions studied in this work for the
observation of the economy and the advantages and existent disadvantages in each one of
them they were the proclamation presencial and the electronic proclamation. This article also
presents a case study conducted at City of Plain of Heaven, which shows the advantages and
disadvantages of each session and its economy in the process of medicines.
Key-Words:
Proclamation
10
Public
Administration.
Auction.
Proclamation
Presencial.
Electronic
Bacharelanda em Administração pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL.
Bacharel em Direito pelas Faculdades Toledo – UNITOLEDO - de Araçatuba (SP) e Especialista em Gestão
Pública pela Faculdade de Chapadão do Sul – FACHASUL, professor e orientador da Bacharelanda.
11
56
1 INTRODUÇÃO
A administração pública busca
meios para aumentar a eficiência e
economizar nas compras públicas. Os
métodos mais utilizados para alcançar
esses resultados são as licitações, divididas
em várias modalidades, sendo uma delas o
pregão presencial ou eletrônico.
O funcionamento dos pregões, suas
vantagens e desvantagens como também a
porcentagem de economia apresentada em
cada um dos processos de compras de
medicamentos nessas duas modalidades.
Fundamentou-se em uma pesquisa
de campo através de entrevistas com a
Comissão de Licitação da Prefeitura
Municipal de Chapadão do Céu (GO) e
com a pesquisa descritiva, verificando-se a
efetiva economia de um pregão para o
outro em um mesmo processo.
Assim o objetivo deste é relatar a
operação dos pregões no citado órgão
público, as vantagens e desvantagens
existentes em cada um deles.
2 METODOLOGIA
Para Minayo (2007) e Lakatos et al
(1986) apud Barros (2008, p. 01); “É
pesquisa bibliográfica quando elaborada a
partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigos de
periódicos e atualmente com material
disponibilizado na Internet”
“A pesquisa documental acontece
quando é elaborada a partir de materiais
que não receberam tratamento analítico”
(MINAYO (2007); LAKATOS et al
(1986) apud BARROS (2008, p. 01).
Esta pesquisa baseou-se em
levantamento bibliográfico, documental e
pesquisa de campo tendo como material
para sua elaboração, artigos científicos,
livros e revistas bem como outros métodos
propícios para a realização do mesmo.
A pesquisa na forma documental
com utilização de leis estaduais, federais e
municipais foi realizada na Prefeitura
Municipal de Chapadão do Céu através de
entrevistas com roteiro elaborado aplicada
à comissão de licitação. Entrevistas e
coletas de dados feitas no dia 19 de
novembro de 2010. Conforme (Anexo I).
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 Conceitos de Administração Pública
A administração pública deve
administrar as verbas que constituem sua
receita da melhor forma possível. Os
poderes públicos que fiscalizam e auxiliam
a administração são: o Poder Executivo, o
Legislativo e o Judiciário.
Casals (1998) apud Meneguzzo
(2010, p. 17) conceitua administração
pública como uma expressão genérica que
indica o conjunto de atividades envolvidas
na formulação, implementação e execução
de políticas públicas.
Os poderes administrativos –
executivo e legislativo - buscam programar
da melhor forma as políticas públicas, que
envolve muita burocracia e um grande
número de leis a serem obedecidas. A
fiscalização que um poder exerce sobre o
outro no trabalho a ser realizado para o
alcance dos objetivos exigirá integridade,
visando assim o melhor para o município.
Para
Moraes
(2000)
Bittencourt (2010, p. 01) a:
apud
Administração Pública pode ser
definida objetivamente como a
atividade concreta e imediata que o
Estado desenvolve para a consecução
dos
interesses
coletivos,
e
subjetivamente como o conjunto de
órgãos e de pessoas jurídicas aos
57
quais a lei atribui o exercício da
função administrativa do Estado.
A administração pública está ligada
ao Estado, o qual desenvolve as leis para a
implementação dos conjuntos de atividades
a serem desenvolvidas incumbindo
preferencialmente, o Poder Executivo na
utilização das verbas para a construção dos
interesses coletivos, tendo assim um grupo
de órgãos para ajudar nessa administração.
A administração pública possui
alguns princípios que devem ser seguidos
rigorosamente, sendo esses princípios
descritos no art. 37 da Constituição
Federal.
Para Mello (1998) apud Clares et
al. (2001, p. 17) comenta que “violar um
princípio é muito mais grave que
transgredir uma norma qualquer. A
desatenção implica ofensa não apenas a um
específico mandamento obrigatório, mas a
todo o sistema de comandos [...]”
Princípio da Legalidade: impõe
ao responsável do poder público, o
seguimento sem restrição da Lei, pois na
administração publica é somente permitido
fazer o que a Lei autoriza não podendo ser
alterados.
Princípio da Moralidade: o
administrador público deve buscar sempre
a moral ou a ética observando o bem para
as pessoas, buscando assim o que mais
interessa a coletividade e não o que lhe
interessa propriamente.
Princípio da Impessoalidade:
baseia-se na igualdade, ou seja, não há
diferenciação
entre
as
pessoas
independentemente
de
quaisquer
características que a mesma possua. O ato
administrativo deve ater-se à coletividade e
não à pessoa do administrador.
Princípio da Eficiência: os atos
administrativos devem ser analisados
perante a sua eficiência, ou seja, deve-se
buscar o aprimoramento dos serviços
públicos, para que se haja um melhor
atendimento as pessoas.
Princípio da Publicidade: deverá
ser publicado em jornais, sites, em locais
de fácil acesso das pessoas e com uma
visualização adequada de qualquer
documento oficial da administração.
Princípio da Finalidade: Todo ato
administrativo deve ser feito atendendo os
interesses comuns da administração
pública deixando clara a sua finalidade.
Conforme a Lei de Licitações, todo
processo de compra pública deve obedecer
aos princípios descritos, permitindo maior
clareza possível.
3.2 Licitação
3.2.1 Conceito de Licitação
Meirelles (2001, p. 03) apud Faria
et al. (2010, p. 03) define licitação como:
Procedimento administrativo de
compras, onde a administração
pública seleciona a proposta mais
lucrativa e busca propiciar iguais
oportunidades aos que desejam fazer
acordos com algum órgão público,
dentro dos padrões estabelecidos
antecipadamente pela Administração,
e atua como fator de eficiência e
moralidade
dos
negócios
administrativos.
A licitação é um procedimento
obrigatório para toda e qualquer entidade
pública que objetiva a contratação de
algum dos fatores referidos na Lei
8.666/93 Arts. 1.º e 2.º como obras,
serviços, publicidade, compras, alienações
e locações (BRASIL, 1993).
Almeida, Garcia e Costa (1996, p.
77) descreve licitação como: “é um
procedimento administrativo que tem
como objetivo a procura da melhor
58
proposta, entre candidatos devidamente
habilitados, para celebrar contratos com a
Administração Pública.”
Neste contexto, Licitação é um
processo
administrativo
obrigatório
apresentado aos interessados através de um
edital de convocação, dando-lhes a
oportunidade de fornecer seus materiais ou
seus serviços para o município. Sendo
selecionado aquele que apresentar a melhor
proposta para o mesmo.
3.2.2 Tipos de Licitação
Os tipos de licitações servem como
forma de julgamento das propostas
impostas no edital.
Para Cubas (1999, p. 385),
constituem tipos de licitações como:
I - a de menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço;
IV - a de maior lance ou oferta.
Menor Preço: utiliza-se o critério
de seleção da proposta que estiver de
acordo com o proposto no edital e que
possuir menor preço.
Melhor Técnica/ Técnica e Preço:
somente será utilizada para serviços de
natureza intelectual, avaliando a melhor
técnica e preço.
Maior Lance ou oferta: é utilizado
somente no caso de transferência ou venda
de bens ou na permissão de direito real de
uso.
Os tipos de licitação mencionados
acima são utilizados conforme o produto
ou serviço que a administração pretenda
contratar.
3.2.3 Modalidades de Licitação
Segundo a Lei 8.666 em seu Art. 22
são estabelecidas cinco modalidades de
licitações a concorrência, a tomada de
preço, o convite, o concurso e o leilão
(BRASIL, 1993).
Concorrência: é a modalidade
onde qualquer interessado na fase inicial
da habilitação pode participar desde que
comprove que possua as condições de
qualificação exigidos no edital.
Tomada de Preço: é a modalidade
onde os interessados devem estar
cadastrados ou que atendam todas as
exigências descritas no edital e se
cadastrem até o terceiro dia anterior a data
do recebimento da proposta.
Convite: é a modalidade em que a
administração escolhe no mínimo 03 (três)
interessados do ramo referente ao objeto
licitado, estando cadastrados ou não,
apresentando uma cópia do edital
convocatório em um local de visualização
de todos, deixando ao dispor aos demais
cadastrados que apresentarem interesse e
se declararem em até 24 horas (vinte
quatro) horas da análise da proposta.
Concurso: é a modalidade utilizada
para a escolha de trabalhos, através de
remuneração aos vencedores, conforme o
edital publicado com precedência mínima
de 45 (quarenta e cinco) dias nos jornais e
sites utilizados para divulgação de matérias
oficiais.
Leilão: é a modalidade em que os
interessados através do maior lance, igual
ou superior ao da avaliação compram os
bens móveis sem utilidade para a
Administração ou produtos legalmente
apreendidos ou empenhorados.
Logo após foi incluído mais uma
modalidade com a Lei Federal n 10.520
art. 1 de 17 de julho de 2002 que é o
pregão, totalizando assim seis modalidades
(BRASIL, 2002).
59
Pregão: é a modalidade em que os
interessados
participam
de
forma
presencial ou eletrônica, dependendo da
modalidade utilizada pela administração, e
apresentam
suas
propostas,
sendo
escolhida a de menor valor ao(s) iten(s)
contado(s).
4
PREGÃO PRESENCIAL
ELETRÔNICO E SEU CONCEITO
E
4.1 Conceito Pregão Presencial versus
Pregão Eletrônico
O pregão é uma modalidade
licitatória nova estabelecida na Lei Federal
nº 10.520, utilizada para a contratação de
bens e serviços comuns (BRASIL, 2002).
Peixoto (2006, p. 13) diante da
legislação vigente define pregão:
É a modalidade de licitação para
aquisição de bens e serviços comuns
pela União, Estado, Distrito Federal e
Municípios, conforme disposto em
regulamento, qualquer que seja o
valor estimado da contratação, na
qual a disputa pelo fornecimento é
feita por meio de propostas e lances
em sessão pública [...].
Com isso entende-se que o pregão
tem a finalidade de trazer mais agilidade
no processo de compras e obter assim a
proposta mais vantajosa para o poder
público.
A
modalidade
licitatória
denominada pregão é dividida em duas
formas o pregão presencial e o pregão
eletrônico.
Para Peixoto (2006, p. 141) diante
do art. 2º do decreto nº 5.450/50 descreve
pregão eletrônico como “modalidade de
licitação tipo menor preço, realizar-se-á
quando a disputa pelo fornecimento de
bens ou serviços comuns for feita a
distância em sessão pública, por meio de
sistema que promova a comunicação pela
internet”
O pregão na modalidade eletrônica
é feito via internet em sites específicos e
que contenham o mesmo, onde o órgão
público licitante devidamente cadastrado
fará a análise dos preços ofertados pelas
empresas, para o bem ou serviço
pretendido, sem contato algum com
pregoeiro e licitante. Trazendo assim mais
eficiência, agilidade e transparência da
licitação em andamento.
Entretanto a modalidade de pregão
presencial como o próprio nome diz é feita
presencialmente, onde o pregoeiro e
licitantes ficam frente a frente para a
realização do pregão proposto.
5
PREFEITURA MUNICIPAL DE
CHAPADÃO DO CÉU – GO
A cidade de Chapadão do Céu foi
fundada em 21 de agosto de 1982 por
Alberto Rodrigues da Cunha, que trouxe
para esta cidade a sua família e aos poucos
foi atraindo inúmeras pessoas que pelo
vilarejo se interessavam.
A lei n.º 11.398 de emancipação do
município foi publicada no dia 18 de
fevereiro de 1991, mas somente em 1993
dois anos após a emancipação o Sr.
Alberto Rodrigues da Cunha se tornou o
primeiro prefeito de Chapadão do Céu,
governando de 01/01/1993 á 31/12/1996
sendo o criador das primeiras obras
públicas
construídas
nesta
cidade
(CHASTAN, 1998)
Com o decorrer dos anos Chapadão
do Céu teve outros prefeitos sendo que em
2000 o fundador, senhor Alberto,
conseguiu se reeleger prefeito, dando
continuidade a sua ótima administração,
mas no dia 26 de julho do mesmo ano
Chapadão do Céu perdeu seu fundador
para uma doença grave nos pulmões,
60
interrompendo assim a sua administração,
passou essa responsabilidade para o seu
vice Eduardo Pagnoncelli Peixoto que deu
continuidade e ajudou a desenvolver o
município.
5.1
Funcionamento do Pregão
Eletrônico e Presencial na Prefeitura
Municipal de Chapadão do Céu
As informações aqui coletadas
foram obtidas com a presidente da
comissão de licitação e com a sua equipe
de apoio, sendo passadas com a maior
clareza e transparência possível.
No caso da licitação modalidade
pregão presencial se realiza da seguinte
forma:
Primeiramente a secretaria deverá
fazer uma solicitação ou requisição
devidamente assinada pelo secretário
responsável enviando para o prefeito para
que ele análise e autorize. Após a
autorização do mesmo a solicitação é
encaminhada
ao
departamento
de
Licitações para que se possam tomar as
providências necessárias para a realização
do pregão.
A pregoeira, por sua vez, faz a
análise das solicitações das secretarias para
verificar se cada um dos itens está com sua
descrição correta fazendo assim um
orçamento, com o valor de mercado, para
que ela possa ter uma base do valor na hora
da licitação. A pregoeira também monta o
edital que deve constar o dia, à hora, o
local e a descrição do produto a ser licitado
juntamente com os requisitos que cada
licitante deverá cumprir.
O edital que apresentar um valor
superior ao de 80.000,00 (oitenta mil)
deverá ser publicado em dois jornais de
grande circulação (Diário Oficial e Diário
da Manhã) abaixo disso a publicação
poderá ser feita somente em um deles, o
mesmo também é publicado no site da
prefeitura e no placar local.
Oito dias úteis após a publicação,
acontece o certame, no qual primeiramente
faz-se o credenciamento dos licitantes
interessado, os quais, se possuírem alguma
irregularidade serão desabilitados caso
contrário são habilitados passando assim
para á conferência das propostas e para a
disputa de preços, o licitante que der o
menor preço por lote ou por item
dependendo do que se refere o edital,
vence o certame. Ao final é encaminhado o
processo ao gabinete do prefeito para que
seja feita a homologação do mesmo e após
isto é feita à formalização do processo
licitatório com a criação do contrato com a
empresa vencedora.
O pregão eletrônico tem sua fase
inicial de forma igual ao pregão presencial.
Antes de tudo a prefeitura deve estar
cadastrada no site que fornece o pregão
eletrônico neste caso é utilizado o site da
Bolsa
Brasileira
de
Mercadorias
(BBMNET) este cadastro não tem custo
algum para o órgão público, já os licitantes
interessados
também
devem
estar
cadastrados, mas os mesmos devem pagar
uma taxa anual no valor de 235,00 reais,
possuindo assim um login e uma senha de
identificação.
O pregão
eletrônico possui
diferença do presencial somente na sua
publicação que deve ser feito também no
site Bolsa Brasileira de Mercadorias
(BBMNET) e no dia do certame, sendo
que primeiramente se cadastra as propostas
com um tempo determinado pelo sistema
diferentemente do presencial que credencia
o licitante primeiro.
Após o cadastro das propostas feito
pelos licitantes, a pregoeira abre cada uma
e analisa se está de acordo com o
especificado no edital, classificando ou não
as mesmas, começando assim a
negociação. Cada licitante lança os seus
valores aleatoriamente até que o sistema do
pregão eletrônico os avise que entrará em
fechamento randômico. O fechamento
randômico pode durar de 1 segundo á 30
minutos, encerrando entre esse tempo
61
automaticamente o sistema finalizando
assim a sessão de lances, fazendo com que
os licitantes não possam mais lançar novos
valores. O licitante com a proposta de
menor preço mostrada pelo sistema é o
ganhador da licitação podendo a pregoeira
ainda negociar com este licitante para
obter uma proposta ainda melhor.
A pregoeira depois de negociar e
fechar o valor pede que o licitante passe a
documentação por e-mail ou por fax para
que a mesma possa analisar, se estiver tudo
correto pede que mande as originais pelo
correio, em caso negativo o desclassifica e
convoca o segundo colocado fazendo o
mesmo processo até que se apresente
conforme o edital.
Depois que a documentação
original chegar faz-se o mesmo processo
do pregão presencial manda para o
gabinete onde o prefeito analisa e faz a
homologação,
seguindo-se
para
a
construção do contrato com a empresa.
5.2 Vantagens e Desvantagens do Pregão
Presencial
Também foram mencionadas as
vantagens e desvantagens na modalidade
de licitação pregão eletrônico, tais como:
62
Figura 01 - Algumas Vantagens e Desvantagens na Utilização da Modalidade Pregão
Presencial.
VANTAGENS DO PREGÃO
PRESENCIAL
Produtos com melhor qualidade
DEVANTAGENS DO PREGÃO
PRESENCIAL
Equipe de apoio sem qualificação
Negociação mais direta
Quantidades de mercadorias solicitadas
pelas secretarias menores que o esperado ou
em excesso.
Produtos com descrições incorretas
Análise de documentações imediata
Economia na compra de produtos /serviços
Má qualidade das estradas aumentando
assim o valor do produto
Entregas com datas corretas
Combinação nos preços entre os licitantes
-
Menor número de concorrentes
Fonte: Própria (2010).
Analisando este quadro podemos
observar que o pregão presencial tem
algumas desvantagens que com certo
planejamento podem ser solucionadas,
dando mais agilidade no processo de
licitação e conseqüentemente, mais
economia ao município.
5.3 Vantagens e Desvantagens do Pregão
Eletrônico
Também foram mencionadas as
vantagens e desvantagens na modalidade
de licitação pregão eletrônico, tais como:
63
Figura 01 - Algumas Vantagens e Desvantagens na Utilização da Modalidade de
Licitação Pregão Presencial.
VANTAGENS DO PREGÃO
ELETRÔNICO
Maior número de concorrentes
DEVANTAGENS DO PREGÃO
ELETRÔNICO
Pregoeira com pouca qualificação
Valores dos produtos mais baixos
Quantidades de mercadorias solicitadas pelas
secretarias menores que o esperado ou em
excesso.
Produtos com descrições incorretas
Agilidade no processo licitatório
Economia ma compra de produtos
/serviços
Quedas de conexão da internet
-
Desentendimento pela maioria dos licitantes das
funcionalidades deste método de pregão.
-
Produtos com qualidades inferiores
-
Gastos com telefone para cobranças
-
Entregas em atrasos
Fonte: Própria (2010).
O gráfico 01 representa a
porcentagem de economia trazida por um
pregão eletrônico em um pregão presencial
para a aquisição de medicamentos.
Primeiramente foi feita uma
pesquisa no processo do pregão eletrônico
analisando suas planilhas com valores
cotados de mercado e logo após a
verificação do valor concedido pela
licitação, fazendo a margem de
porcentagem em cima desses valores.
Em segundo lugar foi pego um
processo do pregão presencial, analisadas
suas planilhas com valores de mercado e
adaptando os mesmos em cima da planilha
do pregão eletrônico, para que o mesmo
fosse feito em cima dos mesmos produtos e
quantidades que o outro, ou seja, os valores
do pregão presencial foram jogados na
planilha do pregão eletrônico chegando
assim o mais próximo possível do
resultado. Não somente a planilha foi feita
desta maneira também foram jogados os
valores licitados em cima da mesma
planilha para achar a diferença real de um
para o outro.
64
Gráfico 01 - Porcentagem de Economia no Pregão Presencial e Eletrônico.
14,00%
porcentagem pregão
eletrônico
12,00%
10,00%
porcentagem pregão
presencial
8,00%
6,00%
4,00%
porcentagem pregão
presencial x pregão
eletrônico
2,00%
0,00%
pregão
pregão
pregão
eletrônico presencial presencial x
pregão
eletrônico
Fonte: Própria (2010).
Chegando diante do gráfico exposto
entende-se que no pregão eletrônico no
processo de medicamentos teve uma
economia de 13,73%, sendo que o pregão
presencial teve uma economia de 6,06%,
ou seja, o pregão eletrônico em
comparação ao presencial teve uma
economia 7,67% maior que o outro. Mas se
observarmos as vantagens que um pregão
presencial traz pode-se dizer se tratando de
medicamentos ele é o mais viável para a
utilização devido o alto grau de qualidade
que ele possui diferentemente do pregão
eletrônico e também a eficácia na sua
entrega, não podendo deixar em falta, pois
a população necessita de medicamentos
com qualidade e rapidez. Já o pregão
eletrônico possui uma economia maior
como mostra o gráfico, mas possui muitas
dificuldades na ótica de suas desvantagens
mediante este processo de medicamentos
com produtos inferiores aos descritos nos
editais, com demora na entrega e a
devolução de medicamentos, atrasando
assim a distribuição para população,
podendo este ser muito eficaz em outros
tipos de processos licitatórios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo o
estudo de duas modalidades de Licitações
o pregão presencial e o pregão eletrônico.
Que, em modo geral, tem responsabilidade
por parte da economia nas compras
públicas.
O primeiro passo foi descrever de
modo sucinto como funciona o pregão
presencial e eletrônico na prefeitura
Municipal de Chapadão do Céu, através da
pesquisa de campo elaborada com a
comissão de licitação desta cidade. Em
segundo lugar, partindo desta pesquisa,
pode-se analisar as vantagens e
desvantagens de cada pregão. Em terceiro
e último passo foi o levantamento das
porcentagens dos dois pregões no processo
para aquisição de medicamentos.
Após as análises desses dados,
chegou-se à conclusão que os pregões
utilizados nesta prefeitura possuem uma
porcentagem de economia aceitável, mas
65
nem todos os bens/serviços funcionam de
forma eficaz nos dois processos de
licitação.
No caso da aquisição de
medicamentos por meio do pregão
eletrônico apresentou, mais economia que
o presencial mas na análise de suas
vantagens e desvantagens essa economia
acaba sendo prejudicial em razão de seus
pontos negativos que acabam gerando mais
gastos desnecessários ao município.
Já o pregão presencial neste caso é
o mais viável, pois mesmo com uma
economia menor, tem maior possibilidade,
segundo a comissão de licitação, de
cumprir com o edital tanto na entrega
como na qualidade, caso indispensável
para a aquisição de medicamentos.
<http://www.cursoparaconcursos.com.br/ar
quivos/downloads/artigos/Artigo_Natanael
_Gomes_Aluno_10_Direito_da_Jorge_Am
ado.pdf>. Acesso em: 01 out. 2010.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº
10.520, de 17 de julho de 2002. 2002.
Disponível
em:
<
http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/2002
/L10520.htm >. Acesso em: 10 set. 2010.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993. 1993.
Disponível
em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEI
S/L8666cons.htm> . Acesso em: 10 set.
2010.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Aline Paola Camara de;
GARCIA, Flavio Amaral; COSTA, Paolo
Henrrique
Spilotros.
Licitações
e
contratações municipais: casos concretos.
Rio de Janeiro: IBAM, 1996. v. 02.
ALMEIDA. Moséis Araújo. Perfil dos
artigos sobre custos no agronegócio
publicados nos anais doCongresso
Brasileiro de Custos. 2005. Disponível
em:
<http://www.custoseagronegocioonline.co
m.br/numero1v1/Perfil%20de%20publicac
oes.pdf> Acesso em: 20 set. 2010.
BARROS. Talma Bastos de. Conceitos em
pesquisa científica. 2008. Disponível em:
<http://www.webartigos.com/articles/1040
9/1/Conceitos-Em-PesquisaCientifica/pagina1.html> Acesso em: 20
set. 2010.
BITTENCOURT,
Natanael
Gomes.
Administração Pública. 2010. Disponível
bem:
CÂMARA MUNICIPAL DE CHAPADA
DO CÉU. Lei Orgânica do Município de
Chapadão do Céu - GO. 2009.
Disponível
em:
<http://www.chapadaodoceu.go.gov.br/Le
gislacao/ChapCeu_Lei_Organica_1993.pdf
> . Acesso em: 20 nov. 2010.
CHASTAN, Lita. Goiás – Extremo
Sudoeste: o Chapadão do Céu: na trilha
dos Caiapós. Goiânia. Goiânia: CERNE,
1998.
CLARES,
Cleide.
Direito
Administrativo: noções básicas. Ribeirão
Preto - SP: IBRAP, 2001. 276 p.
CUBAS, Lilian Izabel. Guia prático de
procedimento
licitatório.
Curitiba:
Expoente, 1999.
FARIA, Evandro Rodrigues de et al.
Estudo Comparativo de Redução de
Custos e tempo nas Modalidades de
licitação por Pregão Eletrônico e
66
Presencial.
2010.
Disponível
em:
<http://www.congressousp.fipecafi.org/arti
gos82008/595.pdf> Acesso em: 16 ago.
2010.
MENEGUZZO, Adelino. Gestão Publica
e Planejamento Governamental. Campo
Grande: UCDB/EAD, 2010.
MORESI, Eduardo. Metodologia de
Pesquisa. mar. 2003. Disponível em:
<http://www.inf.ufes.br/~falbo/files/Metod
ologiaPesquisa-Moresi2003.pdf>. Acesso
em: 20 set. 2010.
PEIXOTO,
Ariosto
Mila.
Pregão
presencial e eletrônico (comentários à
Lei federal n°. 10.520, de 17/07/2002 e
legislação comparada). Campinas: Prime,
2006.
SILVIA, Edna Lúcia da. Metodologia da
Pesquisa e Elaboração de Dissertação.
2001.
Disponível
em:
<http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metod
ologia%20da%20Pesquisa%203a%20edica
o.pdf > Acesso em: 20 set. 2010.
67
RCF
REVISTA CIENTÍFICA DA FACHASUL
Faculdade de Administração de Chapadão do Sul – FACHASUL
Rua Vinte e Oito, 615 – Centro Cx.P. 009
CEP 79560-000 – Chapadão do Sul-MS
Fone: (67)3562-2703
www.fachasul.com.br
e-mail: [email protected]
Download

REVISTA CIENTÍFICA DA FACHASUL