ECONOMIA RECEITA VAREJO Agora, terão que arcar com o total das multas e juros sobre os débitos Daniela Milanese 60 mil empresas perdem prazo do ‘Refis da Crise’ Eduardo Rodrigues Da Agência Estado A Receita Federal informou ontem que 60 mil empresas, dentre as maiores do País, perderam o prazo para renegociar suas dívidas com a União no chamado “Refis da Crise”, e agora terão que arcar com o total das multas e juros sobre esses débitos, além da inscrição na Dívida Ativa da União. Das 147 mil empresas do primeiro grupo que deveria ter consolidado seus parcelamentos até o dia 30 de junho, apenas 87 mil companhias concluíram o procedimento, de acordo com o subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Carlos Roberto Occaso. “A Receita considera esse número baixo, esperávamos uma participação maior”, afirmou. Desapontamento - Até a véspera do encerramento do prazo, o Fisco confiava em quase 100% de renegociação dentro do grupo formado pelas empresas submetidas a acompanhamento econômico especial ou diferenciado e as optantes pela tributação por lucro presumido. Mas o resultado final apontou que apenas 59% indicaram os débitos e o prazo para parcelamento, de até 180 meses. Consulta a novo lote do IR será liberada hoje A Receita Federal libera hoje, a partir das 9h, consulta ao lote multiexercício de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (exercícios 2011, 2010, 2009 e 2008). Segundo a Receita, serão contemplados 1.693.610 contribuintes, totalizando R$ 2 bilhões em restituições. Boa parte desses contribuintes tem direito à restituição do imposto declarado este ano. Sobre o valor devido serão acrescidos 2,95% da taxa Selic de maio a julho. O dinheiro estará disponível nas agências bancá“Não sabemos ainda o motivo para a ausência dessas empresas, mas algumas podem ter liquidado suas dividas neste ano e meio desde o lançamento do Refis”, argumentou Occaso. “Mas não há nenhuma razão tecnológica, jurídica ou financeira que justifique uma reabertura do prazo”, acrescentou. Segundo ele, os valores negociados nesta fase rias a partir do dia 15 de julho. Para saber se foi contemplado, o contribuinte deve acessar a página da Receita na Internet (http://www.receita.fazenda.gov br), ou ligar para o Receitafone 146. A restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se não for resgatada nesse prazo, ela deverá ser requerida por meio da Internet, mediante o Formulário Eletrônico - Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Declaração IRPF. ainda não estão disponíveis. Apesar da baixa adesão no primeiro grupo de empresas, Occaso espera que o segundo grupo tenha mais sucesso na renegociação de dívidas que alcançam R$ 117 bilhões. O prazo para 212 mil empresas optantes pela tributação sobre o lucro real e órgãos públicos realizarem a negociação começou anteontem e vai até o dia 29 de julho. “Cerca de dez empresas já fizeram a negociação no primeiro dia”, destacou o subsecretário. Occaso reconheceu, porém, que assim como no grupo anterior, não existe nenhum incentivo para que as companhias realizem o procedimento antes do fim do prazo. “O fato de deixar para última hora faz parte do perfil do brasileiro, mas a gente espera que esses contribuintes sejam diligentes”, pediu Occaso. Pessoas físicas - Já as pessoas físicas ganharão um novo prazo entre 10 e 31 de agosto para consolidarem suas dívidas no Refis. Esses contribuintes deviam ter realizado o procedimento em maio, mas das 240 mil pessoas inscritas no programa, apenas 103 mil fizeram a negociação. “De um passivo tributário de R$ 8,7 bilhões, foram negociados só R$ 4 bilhões”, disse Occaso. “Admitimos que houve falha de comunicação com esse grupo, e por isso vamos mandar uma correspondência direta para esses contribuintes até o dia 10”, completou o subsecretário. As negociações podem ser feitas nos sites da Receita e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). FRIGORÍFICOS Embargo da Rússia a carnes deve passar a ser por unidade Suzana Inhesta Da Agência Estdo O embargo da Rússia a 85 frigoríficos de carne bovina, suína e de frango dos estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, em vigor desde o dia 15 de junho, deve ser substituído por uma nova lista de unidades que terão restrições temporárias para exportar para o país. Essa lista deverá ser apresentada em breve, segundo fonte do setor brasileiro de carnes. O embargo por unidade, em vez de estado, faria parte de um acordo alcançado entre autoridades brasileiras, que estiveram em Moscou nesta semana, e representantes russos. O serviço veterinário da Rússia, o Rosselkhoznadzor, disse em comunicado disponível em seu site, que “143 empresas permanecerão na lista das autorizadas, ao passo que foram introduzidas restrições temporárias para 93 empresas, por não estarem em conformidade com as normas e legislação da Rússia e da União Aduaneira”. Resumo - O documento fez um resumo do encontro entre os representantes de ambos os países. A missão brasileira chegou a Moscou na última segunda-feira, liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, e desembarcou ontem no Brasil. O documento tem um tom menos crítico ao Brasil do que as notas anteriores. Nele, o Rosselkhoznadzor declara que na reunião foram discutidos os resultados das inspeções amostrais regulares aos frigoríficos brasileiros interessados na exportação para a Rússia e a região Aduaneira, realizadas pelas autoridades russas em abril. A missão brasileira teria apresentado um “material volumoso sobre as deficiências” identificadas durante a inspeção. “Além disso, o serviço veterinário nacional do Brasil conduziu uma auditoria nas empresas constantes da lista de unidades que têm direito de fornecer produtos para o mercado da Rússia/União Aduaneira. Das 236 empresas inspecionadas, foi decidido que 143 empresas permanecerão na lista das autorizadas, ao passo que foram introduzidas restrições temporárias para 93 empresas, por não estarem em conformidade com as normas e legislação da Rússia e da União Aduaneira”, explicou. Para uma fonte do setor, ape- CRÉDITO RURAL BB liberou R$ 39 bi na safra 2010-2011 O Banco do Brasil desembolsou R$ 39 bilhões na safra 2010-2011, o que representa aumento de 12% em relação ao ciclo anterior. Para a agricultura empresarial foram destinados R$ 30,2 bilhões. E para a familiar, R$ 8,8 bilhões. De acordo com dados divulgados pela instituição, de toda a assistência realizada pelo Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), o BB foi responsável pelo repasse de 77% ao médio produtor rural, 73% para a agricultura familiar e 40% para os demais agricultores. Os recursos desembolsados em operações de custeio e comercialização somaram R$ 30,7 bilhões, correspondendo a 79% do total de recursos aplicados no crédito rural. As operações de investimento totalizaram R$ 8,3 bilhões, na safra 2010-2011, uma evolução de 14%, em relação ao mesmo período da safra anterior. Novo ciclo - O Banco do Brasil informou também que destinará R$ 45,7 bilhões para operações de crédito rural na safra agrícola 2001/12, montante 17% maior do que o verificado na safra anterior 2010/11, que se encerrou em 30 de junho. Desse total, R$ 35,2 bilhões serão disponibilizados para agricultores empresariais e cooperativas rurais, o que representa 16% a mais do que no ciclo anterior. Os R$ 10,5 bilhões restantes vão atender a agricultura familiar - um aumento de 20% ante a safra 2010/11. Segundo o BB, desde o primeiro dia da safra 2011/12 (1º de julho passado), as agências da instituição já contratam negócios para a nova safra, com as alterações já aprovadas pelo governo. Seguro - O Banco do Brasil quer que todo agricultor que obtenha financiamento subsidiado pelo governo contrate um seguro para sua produção. A proposta já foi encaminhada pelo vice-presidente de agronegócios da instituição, Osmar Dias, à equipe econômica, mas encontra resistência do Ministério da Fazenda. Segundo Dias, apesar de os recursos disponíveis para a safra serem do Tesouro Nacional, o risco da operação cabe aos bancos - públicos e privados. Com a contratação do seguro, o risco ficaria atrelado aos recursos do governo. “Talvez não seja uma proposta muito simpática, nem para os produtores, mas periodicamente o Brasil está renegociando as dívidas”, considerou Dias. Para ele, se a proposta for aceita, a contratação do seguro poderá ser barateada, já que o universo de contratantes se ampliará. “Hoje, o prêmio é muito caro, mas se ampliarmos a base, a contratação sai mais barata e diminuirá os riscos para o governo e o produtor”, argumentou. Modelo - O modelo de seguro que o vice-presidente gostaria que fosse utilizado é o que foi lançado para o Plano Safra 2011/2012. Em conjunto com a Mapfre, o BB disponibilizará para o produtor um serviço que garantirá ao produtor a diferença de faturamento ocasionada por eventos climáticos e o ressarcimento da redução de receitas causadas pela variação de preço do produto no mercado. sar de no documento as autoridades russas não terem deixado claro se o atual embargo será suspenso e quantas unidades terão restrições temporárias, pode-se concluir que o embargo por Estados será substituído por restrições a unidades frigoríficas. Uma nova lista de unidades de todo o território brasileiro a serem desautorizadas a vender ao país deverá ser anunciada em breve. Em recente entrevista, o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério, Luiz Carlos de Oliveira, havia dito que há cerca de 230 frigoríficos que estariam aptos a abastecer o mercado russo e que a nova listagem que seria apresentada à Rússia nesse encontro continha 140 estabelecimentos. EUA Acordo sobre déficit ainda está longe O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ontem que sua reunião com as lideranças do Congresso sobre a redução do déficit público foi “construtiva”, mas ressalvou que os dois lados ainda estão longe de um acordo. Segundo informações da Dow Jones, ao fim de uma reunião de mais de uma hora na Casa Branca com os líderes do Congresso, Obama disse que os dois lados concordam sobre a necessidade de elevar o limite legal de endividamento do governo, mas que só haverá acordo sobre isso quando houver acordo sobre todas as outras questões. Obama também anunciou que terá uma nova reunião com os líderes do Congresso no domingo e que o esforço por um acordo vai prosseguir até lá. Segundo ele, os dois lados reconhecem que “haverá dor política para todas as partes”. O governo dos EUA vai atingir seu limite legal de endividamento de US$ 14,29 trilhões em 2 de agosto. A Casa Branca disse que quer resolver essa questão até o dia 22 deste mês. Sexta-feira, 8 de julho de 2011 3 Pimentel: caso Pão de Açúcar é assunto privado Da Agência Estado A fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour é um “assunto de empresa privada, não do governo”, afirmou ontem o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. “As companhias é que devem resolver”, disse. Segundo ele, o negócio pode criar “o maior player de varejo do mundo”. “Se as empresas acharem que é interessante, o negócio sai. Caso contrário, não cabe ao governo fazer.” O ministro reafirmou que, do ponto de vista do BNDES, a transação pode ser positiva. Pimentel se encontrou ontem com membros do governo da França, mas disse que não tratou da fusão das varejistas. “Não tocaram no assunto”, afirmou. Ele teve reuniões com o novo ministro da Economia, François Baroin, e com o principal assessor internacional do presidente Nicolas Sarkozy, Jean Davide Levitte. Segundo Pimentel, o objetivo foi tratar de acordos de cooperação entre o Brasil e a França. Também foi mencionada, de forma geral, a área de defesa, já que a França tem interesse em vender caças ao País. BNDESO diretor-executivo da divisão Internacional e de Co- mércio do BNDES, Luiz Eduardo Melin, afirmou ontem que “há mais fumaça do que fogo” no caso da fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. Segundo ele, o banco de fomento recebeu uma proposta normal e tinha a obrigação de analisá-la. A conclusão foi de que o negócio seria economicamente interessante e viável para todos os parceiros envolvidos. Melin reforçou que o comitê de crédito do BNDES, que avaliou o caso, colocou precondições. “A número um é que todas as companhias e grupos envolvidos devem estar de acordo”, disse, em Paris, onde participou do 2º Brazil Business Summit, organizado pela revista “The Economist”. Na avaliação do diretor, essa precondição não foi bem divulgada. “A intenção não é entrar numa disputa privada.” O executivo afirmou que o BNDES já vem atuando no setor varejista há muitos anos, apoiando as empresas brasileiras. Para Melin, o setor não é concentrado no País, pois existe uma “competição saudável”. Sobre o fato de o BNDES ajudar empresas grandes, em detrimento das menores, o diretor disse: “Não acredite no que está nos jornais”, ao apontar que metade dos recursos do banco é destinada a companhias pequenas e médias. TELES Portugal Telecom avalia fusão com Oi Karla Mendes e Renato Cruz Da Agência Estado Os acionistas da Portugal Telecom (PT) e da Oi analisam uma possível fusão entre as empresas, segundo o jornal português ‘Diário Económico’. Essa união entre as operadoras seria possível depois do fim da golden share (ação com direitos especiais) do governo português na operadora daquele país, o que aconteceu esta semana. O plano seria de médio prazo, para ser implementado em pelo menos três anos. Segundo fontes de mercado, essa ideia é defendida por alguns acionistas. O Grupo Ongoing, dono do “Diário Económico”, tem a segunda maior participação no capital da PT, com 10,05%. O maior acionista é a Capital Research and Management, com 10,09% e o terceiro maior é o Grupo Espírito Santo, com 10,03%. A Oi está em quarto lugar, com 7%. A PT preferiu não comentar o tema e a Oi informou que o assunto diz respeito aos acionistas. Apesar de a Oi ser controlada pela Andrade Gutierrez e pela La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, seu maior acionista é a PT, que comprou 25,6% de participação direta e indireta na Oi, em março. Uma possível fusão entre as duas empresas chegou a ser discutida antes de a PT entrar no capital da Oi, mas, com a golden share do governo português, seria impossível. Segundo uma fonte do mercado, sem a golden share, ainda seria um processo complicado. Isso dependeria de convencer o governo brasileiro, de um aumento de participação da PT na Oi e de uma mudança no estatuto da PT, que limita a 10% a participação dos acionistas em seu capital. Segundo o “Diário Económico”, vários investidores institucionais estrangeiros estão presentes no capital de ambas empresas porque apostam nesse cenário de fusão. Outro ponto di- fícil seria chegar a um acordo sobre as condições, diante da diluição dos acionistas portugueses e brasileiros, segundo o jornal. Visita - Coincidentemente, o presidente da PT, Zeinal Bava, esteve no Brasil e se reuniu com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última terça-feira. O ministro disse ao Grupo Estado que Bava relatou estar “muito satisfeito” com a relação societária do grupo português com a Oi, pois as duas empresas “estão falando a mesma linguagem e não estão tendo dificuldades internas”. “Ele demonstrou que está muito à vontade na empresa e que, dentro da Oi, tem defendido fortes investimentos e quer modernizar as soluções tecnológicas da empresa”, contou Bernardo Por essa razão, a PT quer alavancar os investimentos na Oi, que estiveram aquém das necessidades da empresa nos últimos anos. Na audiência com o ministro, Zeinal deixou clara a intenção de aumentar a sinergia entre as duas empresas, sobretudo através da implantação de soluções tecnológicas e de processos de gestão advindos de Portugal para a Oi. Um dos exemplos é o uso de smartphones sobre redes fixas, por meio da tecnologia Wi-Fi (banda larga sem fio). “O Zeinal falou que vamos começar a ter isso no Brasil”. A ideia é vender “soluções completas para o cliente”, como TV a cabo, internet, telefonia e soluções para fazer compras. Bernardo enfatizou, no entanto, que Bava não mencionou, em nenhum momento, uma possível fusão entre os dois grupos. “Isso não foi mencionado”, ressaltou. Segundo o ministro, ele soube desses rumores de uma possível junção entre a empresa portuguesa e a brasileira pelo Grupo Estado. O ministro destacou, porém, devido à fama de ser “uma boa empresa de gestão”, a entrada a Portugal Telecom “é uma coisa boa para a Oi”. REQUERIMENTO DE LICENÇA COTEPA ENGENHARIA LIMITADA EPP inscrita no CNPJ 33.016.478/ 0001-69, torna público que requereu da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMAC, através do processo nº 14/200.876/2011, a Licença Municipal Prévia para um Galpão de Logística, localizado na Estrada da Lama Preta – Lote 2, PA 14634, Santa Cruz – RJ.