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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DEAg – DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
CURSO DE AGRONOMIA
TAXA DE ENCHIMENTO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE
CANOLA (Brassica napus L.) EM FUNÇÃO
DAS ÉPOCAS DE SEMEADURA
IVAN CAZALI
Ijuí – RS
2014
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IVAN CAZALI
TAXA DE ENCHIMENTO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE
CANOLA (Brassica napus L.) EM FUNÇÃO
DAS ÉPOCAS DE SEMEADURA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como um dos requisitos para
obtenção do título de Engenheiro
Agrônomo, Curso de Agronomia do
Departamento de Estudos Agrários da
Universidade Regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul.
Orientadora: Profª Drª Cleusa A. M. Bianchi Krüger
Ijuí – RS
2014
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IVAN CAZALI
TAXA DE ENCHIMENTO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE
CANOLA (Brassica napus L.) EM FUNÇÃO
DAS ÉPOCAS DE SEMEADURA
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca
abaixo subscrita.
__________________________________________________________
Orientadora: Profª Drª Cleusa A. M. Bianchi Krüger
DEAg/UNIJUÍ
__________________________________________________________
Avaliador: Prof. Dr. José Antônio Gonzales da Silva
DEAg/UNIJUÍ
Ijuí – RS
2014
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DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais Sergio Vicente
Cazali e Liris Teresinha Cazali, pelo apoio, carinho e
dedicação. Dedico também, a minha noiva Andreia
Sandri pelo apoio nos momentos difíceis e aos
colegas que contribuíram para a minha formação
acadêmica e profissional.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pelo dom da vida, pela saúde, pela
sabedoria e força concedida para superar os obstáculos por ela
impostos nos caminhos escolhidos.
Agradeço a Andreia pelo amor, carinho, compreensão e por
estar sempre do meu lado. Te amo.
Aos meus pais, Sergio e Liris, pela educação que me foi
passada, pelo carinho, pelo amor incondicional e pela
insistência em proporcionar uma formação profissional, para
que eu chegasse até aqui, não esquecendo também da ajuda
na colheita da canola. A minha irmã Daniele, pelo apoio
durante esta jornada, obrigado.
A minha orientadora Profª Drª Cleusa A. M. Bianchi Krüger,
pelo suporte, dedicação e auxilio na realização deste trabalho.
A colega Jussana Mallmann Tizott, pela ajuda na realização
desta pesquisa.
Aos profissionais do DEAg e do IRDeR, que me
proporcionaram a estrutura necessária para que este estudo
fosse realizado, em especial a Engª Agrônoma Jordana
Schiavo e o funcionário Décio, pela imensa ajuda e disposição
nas realizações das tarefas a campo.
Ao meu Tio João Carlos Aozane e meu primo Douglas Padoin,
pelas inúmeras reuniões extracurriculares, que foram sempre
de suma importância para revitalização das energias
minimizando os efeitos do estresse depois dos períodos
avaliativos da faculdade. Ainda agradeço ao meu tio pelo
empréstimo do carro para que eu pudesse me deslocar até o
IRDeR acompanhar meu experimento e pela ajuda na colheita
e processos de trilha da canola.
Aos amigos e colegas de grupo em trabalhos, Alécio F. S.
Radons, Ismael Vilani, Jader C. Goettems, Marcirio Vilani,
Daniel M. Bronstrup, Rafael Bergoli e Tiago Mai, que fizeram
parte e me ajudaram nesta minha caminhada acadêmica.
A Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul (UNIJUÍ), por ter me proporcionado a oportunidade de
ser acadêmico e pelo comprometimento com a pesquisa e o
desenvolvimento regional.
E a todos que de alguma forma, seja, direta ou indiretamente
me ajudaram e fizeram parte desta etapa da minha vida, o meu
muito obrigado.
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TAXA DE ENCHIMENTO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE CANOLA (Brassica
napus L.) EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE SEMEADURA
Aluno: Ivan Cazali
Orientadora: Profª Drª Cleusa A. M. Bianchi Krüger
RESUMO
No sul do Brasil a canola vem sendo muito utilizada no sistema de produção de
grãos, proporcionando grãos com alto teor de óleo em curto espaço de tempo, no
período de inverno. A época de semeadura é um fator determinante na
produtividade desta cultura. Por isso o presente trabalho teve como objetivo avaliar a
taxa de enchimento e o rendimento de grãos frente a distintas épocas de semeadura
da canola. Nesse sentido, foi desenvolvido um experimento no ano agrícola de 2014
no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural, do Departamento de Estudos
Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
(IRDeR/DEAg/UNIJUÍ), localizado no município de Augusto Pestana, RS. Para o
estudo, foi utilizado o delineamento experimental de blocos casualizados com quatro
repetições, em esquema fatorial, considerando os fatores de tratamento: genótipos e
épocas de semeadura, vindo a compor um sistema fatorial 2 x 3, respectivamente.
Os genótipos utilizados foram o Hyola 433 e Hyola 61 e as épocas de semeaduras
ocorreram em 09/05, 29/05 e 12/06 de 2014. Foi determinado o rendimento de
grãos, a estatura de plantas e durante a fase de enchimento de grãos também se
avaliou a massa de síliquas, número de grãos e a massa de grãos em intervalos de
10 dias. O rendimento de grãos não difere em relação as cultivares Hyola 433 e a
Hyola 61, porém sofre interferência das épocas de semeadura. O Hyola 433 em
relação ao rendimento de grãos, a cada dia de atraso na época de semeadura a
partir do dia 09/05 decresce 19 kg ha-1. Já o Hyola 61 decresce 29 kg ha-1 por atraso
a partir desta mesma data. Em relação a taxa de enchimento de grãos quantificada
pelo peso do grão o Hyola 433, apresentou relação quadrática significativa para
época 1 e 3. Com ponto de máximo de 33 e 23 dias após 22/08 e 22/09
respectivamente. A taxa para o enchimento de grãos apresentou ponto de máximo
de 19 e 24 dias após 22/09 para época 2 e 3 para o hibrido Hyola 61.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resumo da análise da variância para estatura de plantas e rendimento
de grãos de híbridos de canola em função de distintas épocas de semeadura.
DEAg/UNIJUÍ, 2014 ................................................................................................... 19
Tabela 2: Equações de regressão de parâmetros de produção de híbridos de
canola. DEAg/UNIJUÍ, 2014 ....................................................................................... 20
Tabela 3: Resumo da análise de variância em caracteres das síliquas de
genótipos de canola sob distintas épocas de semeadura e estádios de
desenvolvimento. DEAg/UNIJUÍ, 2014 ....................................................................... 21
Tabela 4: Resumo da análise de variância de equação de regressão de modelo
polinomial de grau 2, considerando os parâmetros referentes a taxa de
enchimento de grãos da cultivar Hyola 433. DEAg/UNIJUÍ, 2014 .............................. 22
Tabela 5: Resumo da análise de variância de equação de regressão de modelo
polinomial de grau 2, considerando os parâmetros referentes a taxa de
enchimento de grãos da cultivar Hyola 61. DEAg/UNIJUÍ, 2014 ................................ 23
Tabela 6: Duração das principais fases do ciclo, em dias, dos híbridos de canola
em função das épocas de semeadura. DEAg/UNIJUÍ, 2014 ...................................... 24
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 10
1.1 A CULTURA DA CANOLA ................................................................................... 10
1.2 HISTÓRICO ......................................................................................................... 11
1.3 DESCRIÇÃO BOTÂNICA ..................................................................................... 12
1.4 FATORES EDAFOCLIMÁTICOS NO RENDIMENTO DE GRÃOS EM
CANOLA..................................................................................................................... 12
1.5 COMPONENTES DO RENDIMENTO EM CANOLA ............................................ 13
1.6 ÉPOCAS DE SEMEADURA E PRODUÇÃO DE GRÃOS .................................... 14
2 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 17
2.1 LOCAL: SOLO E CLIMA ...................................................................................... 17
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E COLETA DE DADOS .............................. 17
2.3 ANÁLISE DE SOLO ............................................................................................. 18
2.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................................................. 18
3 RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 19
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 26
ANEXO ...................................................................................................................... 30
8
INTRODUÇÃO
A canola (Brassica napus L. var oleífera) é uma oleaginosa da família das
Crucíferas, proveniente do melhoramento genético convencional de colza e vem se
consolidando como uma importante cultura na produção de óleo na região noroeste
do Rio Grande do Sul, bem como nas demais regiões do Estado e outras partes do
Brasil.
Como é originária de regiões de clima temperado frio, se adapta bem nas
condições climáticas do sul do País, pois em relação ao clima a canola possui
exigências muito similares à cultura do trigo, sendo sensível a geadas e
temperaturas elevadas em determinados estádios fenológicos, além de sofrer com
deficiência hídrica ao longo de todas as fases de desenvolvimento da cultura. No
Brasil apesar de ser cultivada no inverno a canola empregada é a de primavera, que
passou por seleção para tolerar as condições diferenciadas do clima desta estação.
Esta cultura além de possuir a peculiaridade da produção de óleo na estação
fria, ou seja, no inverno, se insere perfeitamente em um sistema de rotação de
cultura de maneira a romper o ciclo de importantes patógenos que causam danos na
cultura do trigo, com a ocorrência de moléstias na parte aérea das plantas. Com
esse auxilio, ela promove no ano subsequente uma produção de melhor qualidade e
de menores custos, devido à redução do uso de produtos químicos utilizados no
controle destas doenças no trigo.
O cultivo da canola ainda carece de informações mais precisas quanto ao
principal momento da sua semeadura. Na região noroeste do RS, observa-se que o
grande entrave no cultivo da cultura vem sendo a incerteza na garantia da produção
final, devido a instabilidades climáticas, relacionadas à ocorrência de geadas e
temperaturas elevadas, principalmente nos estádios iniciais de crescimento, na fase
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de roseta, na floração e enchimento de grãos. Fatores estes, que em nível de campo
não podem ser controlados, a não ser pelo escalonamento das épocas de
semeadura.
Sendo o rendimento de grãos desta cultura o resultado de uma boa
interação entre planta e fatores edafoclimáticos, se deve promover o melhor ajuste
da época de semeadura da canola frente ao ambiente para proporcionar um ótimo
desenvolvimento. Em alguns estádios do ciclo da canola, se houver ocorrência de
geadas e ou temperaturas elevadas, poderá resultar em alterações nas estruturas da
planta promotoras do rendimento de grãos. Estas estruturas são denominadas de
componentes do rendimento, como o número de ramos e comprimento de ramos por
planta, que resulta posteriormente em número e tamanho de racemos e
consequentemente determinará o número de síliquas e o número de grãos por
planta ou unidade de área.
Frente a estes fatores, o objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de
enchimento e o rendimento de grãos de canola buscando validar a época de
semeadura para cultivares de ciclo curto e médio-tardio na região Noroeste do RS.
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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 A CULTURA DA CANOLA
Proveniente da melhoria convencional da colza, a canola é dominada desta
forma, por apresentar baixos teores de ácido erúcico (menor que 2%) e menos de 30
micromoles de glucosinolatos por grama de matéria seca da semente (CANOLA,
1999), por isso no Brasil apenas se cultiva este tipo de colza e por mais que seja
cultivada no inverno é uma cultura de primavera, a qual passou por seleção para
tolerar este tipo de clima. Ainda esta espécie segundo (TOMM, 2007) se encaixa
perfeitamente nos sistemas de produção de grãos, como uma ótima forma de
rotação de cultura, pois contribui para a redução de problemas fitossanitários de
leguminosas e das gramíneas cultivadas em sucessão.
O cultivo da canola no Brasil vem se expandido nos últimos anos,
principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás e Minas Gerais,
em razão do interesse de indústrias e cooperativas pelo beneficiamento de seu óleo
(TOMM, 2006).
O óleo da canola é classificado e indicado por especialistas da área da
saúde como um alimento funcional, pois possui elevada quantidade de ômega-3
(que reduzem triglicerídeos e controla arteriosclerose), vitamina E (antioxidante que
reduz radical livre) e o menor teor de gordura saturada (atua no controle do
colesterol) de todos os óleos vegetais (EMBRAPA, 2011). Também o resíduo da
extração do óleo, ou seja, o farelo de canola é de suma importância na fabricação de
ração para animais, como bovinos, suínos e aves, por apresentar alto teor de
proteína.
Ainda, se por ventura a cultura sofrer com certos níveis de intemperes
climáticos, os quais afetam a qualidade de seus grãos, causando impedimentos para
sua normal comercialização, o mesmo pode ser utilizado na fabricação de biodiesel,
o qual vem se destacando como combustível alternativo de grande aceitação no
país, por ser proveniente de uma fonte de energia renovável. Na Europa a canola é
amplamente utilizada para produção de biodiesel e constitui padrão de referência
naquele mercado (TOMM, 2007). Mas devido às especificidades na sua composição
para alimentação humana, o uso do óleo de canola para a produção de biodiesel
11
tem sido visto por muitos pesquisadores e autoridades da área como incoerente,
gerando grandes discussões (SILVA; FREITAS, 2008).
Como maiores produtores mundiais de canola se destacam a União
Europeia, com 15,47 milhões de toneladas, seguida da China com 12,2 milhões e o
Canadá com 8,5 milhões de toneladas (BRUM, 2006). De modo geral, a canola
contém duas vezes mais óleo que a soja e o seu farelo desengordurado possui
menor teor de proteína (VASCONCELOS, 1998).
1.2 HISTÓRICO
Lançada no ano de 1974, a variedade denominada de Tower, foi a primeira
desenvolvida por pesquisadores canadenses através de cruzamentos entre duas
plantas distintas da mesma espécie encontrada na natureza, segundo (THOMAS,
2003), uma era constituída de baixo teor de ácido erúcico e a outra se destacava
pela baixa concentração de glucosinolatos. Posteriormente, a partir deste tipo de
cruzamento é que hoje, conforme afirma Tagol (2006) é extraído um óleo comestível
com baixo teor de gorduras saturadas.
Também no ano de 1974 iniciou no Brasil o cultivo de canola (Brassica
napus L. e Brassica rapa L.), mais especificamente no Rio Grande do Sul e a partir
da década de 80 no Estado do Paraná. Os principais países produtores de canola
são a China, Índia, Canadá, União Europeia e Austrália, em regiões que se situam
em latitudes entre 35° e 55° (EMBRAPA, 2009).
Porém o cultivo destas espécies tem se expandido para várias regiões do
globo em função da grande quantidade de híbridos e variedades existentes (BARNI
et al., 2003). Mas foi a partir de 1980 que cultivares de Brassica napus, altamente
produtivos e com baixo teor de ácido erúcico, passaram a estar disponíveis no
mercado mundial (SILVEIRA et al., 1992).
A área cultivada no país na safra de 2013 foi de 45,5 mil hectares (CONAB,
2014) e por mais que a compra de toda a canola produzida no Brasil seja garantida,
ainda a produção nacional de grãos de canola não é suficiente em relação à
demanda e atende apenas 30% do consumo, em relação aos demais tipos de óleo
vegetais. Além disto, existe aumento significativo da participação do óleo de canola
no mercado de óleos vegetais e no País é menor que 1%, enquanto em países como
o EUA é superior a 20% (PERES; FREITAS JR.; GAZZONI, 2005).
12
1.3 DESCRIÇÃO BOTÂNICA
Possui um sistema radicular pivotante, com ramificação lateral significativa,
mas abrange uma maior área de solo se a raiz principal encontra obstáculos para se
aprofundar. Seu caule é herbáceo, ereto, com porte variável de 0,5 a 1,7 m de
altura. Como suas folhas inferiores são pecioladas e da forma que se distribuem
constituem assim a roseta, já após a elongação do caule, as folhas posteriormente
emitidas são da forma lanceoladas e abraçam parcialmente a haste.
Em estádio reprodutivo apresentam flores pequenas e amarelas e são
formadas por quatro pétalas dispostas em cruz, com seis estames e o pistilo, as
quais se encontram agrupadas formando então o racemo. O período de floração
varia com a cultivar ou híbrido, e pode determinar a manutenção da produtividade
em caso de intempéries climáticos, pela substituição da florada perdida, por novas
flores.
Os frutos são denominados de síliquas, as quais medem de 5 a 6 cm de
comprimento e em média 260 por planta (KRÜGER et al., 2011). No interior das
síliquas estão dispostas as sementes e o comprimento das síliquas, bem como o
número de grãos varia com a cultivar ou híbrido. As sementes são esféricas, de 2 a
2,5 mm de diâmetro e uma vez maduras tem coloração marrom a preta (GARCÍA,
2007).
1.4 FATORES EDAFOCLIMÁTICOS NO RENDIMENTO DE GRÃOS EM CANOLA
Esta cultura tem a preferência pelos solos mais profundos e bem drenados
(DIAS, 1992), já que os solos encharcados reduzem seu crescimento e a duração do
período de florescimento, além de diminuir o rendimento de grãos (THOMAS, 2003).
Porém é muito sensível ao déficit hídrico no período de florescimento (THOMAS,
2003), o que reduz consideravelmente o numero de siliquas por planta e o numero
de grãos por siliqua (CARMODY; WALTON, 1998), consequentemente a massa de
grãos, conteúdo de óleo e rendimento final (THOMAS, 2003).
A canola possui a peculiaridade de se desenvolver em quase todos os tipos
de solos, mas é nos solos de textura média (francos, franco-argilosos e parte dos
franco-arenosos) e pesada (argilosos) que tem sua maior capacidade de
desenvolvimento, tendo como preferência os solos profundos bem drenados, mas
13
nunca encharcados, pois são altamente prejudiciais (TAGOL, 2006). Também é
muito afetada em áreas onde possuam baixo pH e elevado teor de alumínio tóxico
na solução do solo, portanto, o pH deve ser corrigido preferencialmente para 6,0
(COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO, 2004).
Já em determinados estádios da cultura Dalmago et al. (2007) referem-se
que a temperatura é a variável que controla o desenvolvimento das plantas, sendo
tanto sensível às baixas temperaturas quanto as altas, já que a canola não é
responsiva ao fotoperíodo. Os mesmos autores se referem também que no
zoneamento agroclimático para canola, como sendo a temperatura base 5ºC, a
temperatura ótima 20ºC e a superior de 27ºC, mas acima desta poderá iniciar
abortamentos de flores. Então segundo Tomm (2003) temperaturas entre 13ºC e
22ºC, com média de 17ºC são consideradas ótimas para o desenvolvimento da
canola.
Outro problema pode ocorrer devido a incidência de geadas no estádio de
plântula, o qual poderá ser prejudicial, resultando na morte da planta se a
temperatura do ar ao nível do solo for menor que -2ºC a -3ºC (THOMAS, 2003). Nos
estádios reprodutivos, ou seja, durante a floração poderá ocorrer problemas,
conforme Tomm (2007) com a redução no rendimento, porém menor do que em
relação a outras culturas de inverno, devido ao período mais longo de florescimento,
variando de 20 a 55 dias (TOMM, 2007), pois ela possui a capacidade de compensar
perdas devido à capacidade de emitir novas flores garantindo a recomposição do
rendimento.
Na determinação do conteúdo de óleo e proteína o efeito de ambiente é
muito importante, sendo a temperatura do ar a responsável pela concentração de
óleo produzida, porém, como relaciona Pritchard et al. (2000), altas temperaturas
reduzem o teor de óleo nesta espécie.
1.5 COMPONENTES DO RENDIMENTO EM CANOLA
Como a cultura da canola vem se destacando com a produção de óleo e
também como integrante fundamental nos sistemas de rotação de cultura,
principalmente
no
inverno,
principalmente
viabilizando
economicamente
os
processos produtivos com a redução de custos, vários estudos têm sido realizados
na questão do melhoramento genético da espécie, com intuito de priorizar a seleção
14
de genótipos mais produtivos e resistentes a doenças em um maior numero de
ambientes possíveis. Porem a herança genética para o caráter produtividade de
grão é muito complexa, pois segundo Allard (1971) o fato se deve a vários genes de
pequeno porte atuarem sobre o fenótipo.
Esses genes atuam sobre os processos fisiológicos que podem ter
interferência direta ou indireta sobre o rendimento de grãos (FEHR, 1987). A
formação dos componentes indiretos e diretos do rendimento em canola, ocorre
durante a evolução do seu ciclo, como estabelecem Coimbra et al. (1999), sendo
determinado em cada subperíodo como uma parte para compor o rendimento final.
Foi observado por Coimbra et al. (2004), que os componentes primários do
rendimento, tais como, população de plantas por unidade de área e número de
grãos por planta tem forte participação sobre a variável rendimento de grãos, mas
sobre tudo, é o número de síliquas por planta que tem o maior efeito direto no
rendimento de grãos. Então a produção de grãos em canola se da em função da
densidade populacional, número de síliquas por planta, número de sementes por
síliqua e massa de sementes.
Suas estruturas são plásticas e ajustáveis através da população, sendo que
o número de síliquas por planta é o componente mais responsivo de todos em
canola (DIEPENBROK, 2000) e é determinado pela sobrevivência das síliquas,
flores e taxa de síliquas do que pelo número potencial de flores e síliquas
(McGREGOR, 1987). Conforme Sieling et al. (1997), parece ser o numero se siliquas
por planta ou por unidade de área (m2) o caractere de maior variabilidade nos
componentes do rendimento, independentemente do fator analisado (época de
semeadura, densidade, adubação).
Na canola cada componente do rendimento é muito influenciado pelo
ambiente e pelas práticas agronômicas adotadas. Por isso, fatores como umidade,
temperatura, fertilidade do solo, textura e estrutura do solo, sementes, insetos,
moléstias e o ajuste adequado de plantas na área, são geralmente os responsáveis
por perdas no rendimento de grãos (CANOLA COUNCIL OF CANADA, 2008).
1.6 ÉPOCAS DE SEMEADURA E PRODUÇÃO DE GRÃOS
Os melhores desempenhos dos estádios fenológicos da canola, sendo estes
vegetativos ou reprodutivos, estão interligados a época apropriada de semeadura da
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canola. Então o efeito desta interação se evidencia por intermédio do escalonamento
destas épocas durante o ano agrícola, os quais se tornam evidentes através de
alterações no rendimento de grãos, do ciclo vegetativo e da maturação da primeira
síliqua (DEGENHARDT; KONDRA, 1981).
A época ideal de semeadura é determinada por um conjunto de fatores
ambientais que agem entre si e interagem com a planta, promovendo variações no
rendimento e afetando outras características agronômicas (CÂMARA, 1991).
Para incrementar o rendimento de grãos, se torna necessário identificar
práticas de manejo com intuito de promover o aproveitamento do potencial genético
desses híbridos de canola gerados recentemente. Como foi determinado por Tomm
et al. (2004) o uso da melhor época de semeadura é um dos mais importantes
aspectos de manejo e visa explorar melhor os recursos ambientais e os recursos
genéticos disponibilizados pelos híbridos de canola. Quando o produtor opta por
determinada época de semeadura, ele está aderindo a uma combinação entre a
morfologia da cultura e a distribuição dos elementos climáticos na região de
produção, oque poderá determinar o sucesso ou não no rendimento.
O processo histórico referencia que no ano de 2005, vários produtores de
canola colheram até 1980 kg ha-1 e tiveram custos variáveis de 720 kg ha-1. Tomm,
(2007), ressalta que com materiais genéticos empregados de alto potencial
produtivo, de 4500 kg/ha e com aperfeiçoamento de tecnologias e a familiarização
de agricultores com o cultivo da canola podem contribuir decisivamente para elevar
os rendimentos médios de produtividade.
Os maiores rendimentos de grãos, em valores absolutos, do hibrido de
canola Hyola 43 foram obtidos nas semeaduras realizadas no mês de maio,
enquanto que para o genótipo Hyola 60 foram obtidos em semeaduras realizadas no
mês de abril, em ensaios conduzidos na cidade de Passo Fundo - RS. As pesquisas
relativas à época de semeadura da canola que englobam municípios na Região de
Depressão Central do Rio Grande Sul são datados do inicio da década de 80. Essas
foram realizadas por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Agronômicas
(IPAGRO),
atualmente
denominada
de
Fundação
Estadual
de
Pesquisa
Agropecuária (FEPAGRO). Naquela década se destacaram os trabalhos conduzidos
pelo pesquisador Nídio Antonio Barni.
16
Entretanto, deve-se ressaltar que a maioria dos genótipos testados na
década de 80, atualmente não são mais utilizados e hoje ainda não existem
recomendações específicas quanto a épocas de semeadura na região da Depressão
Central para os genótipos atualmente existentes no mercado, referente aos híbridos
resistentes às doenças, principalmente o caso da doença denominada de “canela
preta”.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCAL: SOLO E CLIMA
O estudo foi implementado no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural
(IRDeR/DEAg/UNIJUÍ) localizado no município de Augusto Pestana, RS, a 28° 26'
30 26" de latitude sul, 54° 00' 58' 31 de longitude W e com altitude média de 283m.
O clima da região é subtropical úmido do tipo Cfa, sem estação seca
definida, conforme a classificação de Köeppen e o solo é do tipo Latossolo vermelho
distroférrico típico (SANTOS et al., 2006).
Para o experimento o solo foi adubado de acordo com as recomendações do
Manual de Adubação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina (ROLAS) para a cultura da canola. A aplicação de cobertura foi realizada no
estádio de quatro folhas, sendo que a dose aplicada foi de 60 kg de Nitrogênio ha-1,
determinada de acordo com os Indicativos Tecnológicos para a Produção de Canola
no RS (TOMM, 2007).
2.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E COLETA DE DADOS
O experimento foi conduzido a campo em delineamento experimental de
blocos casualizados com quatro repetições, em esquema fatorial, considerando os
fatores de tratamento: genótipos e épocas de semeadura. Os genótipos utilizados
foram o Hyola 433 e Hyola 61 e as épocas de semeaduras foram 09/05, 29/05 e
12/06 de 2014, vindo a compor um sistema fatorial 2 x 3, respectivamente.
Cada parcela experimental constituiu-se de cinco linhas de cinco metros de
comprimento com espaçamento entre linhas de 20 cm e densidade de semeadura
de 40 plantas m-2.
No campo experimental cada parcela teve como amostra de observação
para a determinação dos componentes diretos e indiretos do rendimento de grãos
uma área estabelecida de 5 metros quadrados. As observações fenológicas foram
realizadas de acordo com as propostas por (TOMM, 2007). Nesse sentido os
caracteres medidos, ou seja, avaliados se deram da seguinte forma:
18
- estatura de plantas: aos 30 dias após o florescimento, momento que
determinou a paralisação do crescimento nesta espécie, foi avaliada a
estatura de plantas, obtida via medida com régua da base da planta até o
ápice;
- fases do ciclo: foi quantificado a data de ocorrência dos seguintes
estádios: Semeadura, emergência, inicio e final de florescimento e data
de colheita;
- ao início do enchimento de grão foi coletado a cada 10 dias 20 síliquas
por parcela de cada época de cada cultivar, onde foi medido o peso de
síliquas, o número de grãos e o peso de grãos.
O rendimento de grãos foi obtido pela colheita total de todas as plantas nas
5 linhas de cada parcela e extrapolado esse valor para a área de um hectare e em
quilos.
2.3 ANÁLISE DE SOLO
A fertilidade do solo foi verificada por meio da análise química realizada na
área experimental. Após o resultado desta análise, foi realizada a adubação de base
e a de cobertura conforme o Manual de Adubação e de Calagem (COMISSÃO DE
QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO, 2004).
2.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
Os dados passaram por análise de variância para detecção dos efeitos das
épocas de semeadura no rendimento de grãos e componentes do rendimento.
19
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Na tabela 1, do resumo da análise de variância houve significância apenas
para época, para os dois caracteres avaliados, ou seja, em estatura de plantas em
(m) e rendimento de grãos em (kg ha-1). Para o fator cultivar não ocorreu
significância estatística, bem como para a interação época cultivar. Como a época é
um fator quantitativo torna-se necessário a análise de regressão, representada na
tabela 2.
Tabela 1: Resumo da análise da variância para estatura de plantas e
rendimento de grãos de híbridos de canola em função de distintas
épocas de semeadura. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Quadrado Médio
Fonte de Variação
GL
EST
(m)
0,005
0,006
0,013*
0,003
0,003
RG
-1
(kg ha )
788167
755085
1394508*
22745
281569
BLOCO
3
Cultivar (Cult)
1
ÉPOCA (Ép)
2
Cult x Ép
2
Erro
15
Total
23
Média Geral
1,12
1391
CV%
5,3
38,13
*Significativo a 5% de probabilidade de erro; GL: Graus de liberdade; CV: Coeficiente de variação;
RG: Rendimento de grãos; EST: Estatura de plantas.
Na tabela 2, das equações de regressões considerando a época de
semeadura de cada hibrido de canola, observa-se que houve significância estatística
para a variável rendimento de grão, sendo que para a Hyola 433, a cada dia de
atraso na semeadura deste hibrido posterior a data de 09/05/2014, o rendimento de
grão decresce 19 kg ha-1. Portanto, a produtividade neste genótipo de canola (y)
está modelada em função das datas de semeaduras (x), como demostra a equação
de grau 1 (y = 2039 - 19x). O Hyola 61, também demostrou um decréscimo com o
passar dos dias em relação a época de semeadura, no valor de 29 kg ha-1 por dia de
atraso e a equação linear que demostra esse fato é a (y = 1890 - 29x).
As variáveis mensuradas no estudo podem sofrer algumas variações pela
definição das épocas de semeadura, já que esta é definida por um conjunto de
fatores ambientais que reagem entre si e interagem com a planta, promovendo
variações no rendimento e afetando outras características agronômicas (CÂMARA,
20
1991). Então o uso da melhor época de semeadura é um dos aspectos mais
importantes do manejo, que visa melhorar o uso dos recursos ambientais e os de
cunho genéticos, disponibilizados pelos híbridos de canola (TOMM et al., 2004).
Tabela 2: Equações de regressão de parâmetros de produção de híbridos de
canola. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Variável
Fonte de
Variação
R
EST (cm)
-1
RG (kg ha )
L
L
0,77
2
2
Equação (a + -b + -cx )
Significância
Hyola 433
y = 114 - 0,0091x
y = 2039 - 19x
*
Hyola 61
EST (cm)
L
y = 108 + 0,1489x
-1
RG (kg ha )
L
0,87
y = 1890 - 29x
*
*Significativo a 5% de probabilidade de erro; RG: Rendimento de grãos; EST: Estatura de planta.
Diversos estudos comprovam a importância da adequação da época de
semeadura para maximização do rendimento de grãos, conforme observado por
Tomm et al. (2004), em experimentos realizados no município de Três de Maio – RS
foi observado que o atraso na época de semeadura causou um decréscimo na
produtividade final de híbridos de canola. Ainda como foi determinado por Taiz e
Zeiger (2004) que atrasos na semeadura mechem com o fotoperíodo, o qual tem
influência sobre o início do florescimento, consequentemente sobre o período
vegetativo das plantas e do acúmulo de fotoassimilados na produção de grãos.
Na tabela 3, do resumo da análise de variância avaliando-se a taxa de
enchimento de grãos em função do tempo, para o híbrido Hyola 433, percebe-se
significância de estádio para todos os caracteres, massa de síliquas (MS), número
de grãos (NG) e massa de grãos (MG). O fator época também demostrou
significância para todos os caracteres. Além disto, foi observada interação entre os
fatores época de semeadura e estádio de avaliação.
21
Tabela 3: Resumo da análise de variância em caracteres das síliquas de
genótipos de canola sob distintas épocas de semeadura e estádios
de desenvolvimento. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Fonte de
Variação
Bloco
Estádio (Est)
Época (Ép)
Est x Ép
Erro
Total
Média Geral
CV%
GL
3
6
2
12
60
83
MS
-1
(g 20 S )
Hyola 433
1,30
24*
11*
10*
1,75
5,63
23,51
Quadrado Médio
NG
-1
(u 20 S )
MG
-1
(g 20 S )
1161
154725*
84250*
54372*
1575
0,08
2,88*
1,12*
0,75*
0,04
247
16,01
1,29
16,81
Hyola 61
Bloco
3
1,51
3690
0,002
Estádio (Est)
6
36*
215343*
2,78*
Época (Ép)
2
0,44
2830*
0,03
Est x Ép
12
7*
38656*
0,55*
Erro
60
2
655
0,04
Total
83
Média Geral
5,71
212,71
1,19
CV %
26,90
12,03
17,58
*Significativo a 5% de probabilidade de erro; GL: Graus de liberdade; CV: Coeficiente de Variação;
MS: Massa de síliqua; NG: Número de grãos; MG: Massa de grão.
Para o genótipo Hyola 61, ocorreu significância estatística em todos os
caracteres avaliados para o fator estádio. Neste hibrido, o fator época teve
significância para o caractere NG, sendo que para MS e MG não teve diferença
significativa. Na interação estádio x época tanto MS, NG e MG foram significativos
nos resultados estatísticos para esta avaliação. Neste sentido, considerando as duas
cultivares a interação foi desdobrada considerando o comportamento das variáveis
MS, NG e MG por época de semeadura, conforme observado na tabela 4.
Ainda como observado em outras culturas, o número de sementes por
unidade de área varia fortemente pela influência das condições ambientais
(SHIBLES; WEBER, 1965), enquanto que a taxa de crescimento individual das
sementes é relativamente estável (EGLI, 1994), fato que se deve ao fator genético.
Ainda neste contexto, Wiegand e Cuellar (1991), observaram em trigo, que a taxa de
acúmulo de matéria seca no grão está mais frequentemente associada a fatores
genéticos, mas, o período de enchimento das sementes deve-se a fatores exógenos,
de alterações de ambiente.
22
Na tabela 4, a partir das equações ajustadas foi calculado o número de dias
que estimam a máxima taxa de enchimento de grão do hibrido Hyola 433, a partir do
início das coletas das síliquas, ou seja, do início do enchimento de grãos. Para a
época 1, as variáveis MS, NG e MG a equação de grau 2 foi significativa. Cabe
destacar que o número de dias que representa o máximo potencial para cada
caractere são 27, 26 e 33 dias respectivamente, a partir do início do enchimento de
grãos, o qual para o Hyola 433 semeado na época 1 iniciou no dia 22/08/2014. Para
a época 2, nenhuma das equações foram significativas. Na época 3, equação de
grau 2 teve como significativo seus parâmetros para o MG e o número que
representa esse máximo potencial é de 23 dias após o inicio do enchimento de
grãos o qual foi dia 22/09/2014. Como estudado na cultura do trigo a produção final
e ou peso de 1000 grãos está associado com a duração do enchimento de grão, não
necessariamente a taxa de enchimento de grão, devido a efeitos abióticos
envolvidos nesse processo. Esta relação entre peso de 1000 grãos e período de
duração do enchimento de grão é consistente com os resultados encontrados por
Gelang et al. (2000). Nesse sentido, quanto mais tarde for a semeadura menor tende
a ser a duração do enchimento de grão.
Tabela 4: Resumo da análise de variância de equação de regressão de modelo
polinomial de grau 2, considerando os parâmetros referentes a taxa
de enchimento de grãos da cultivar Hyola 433. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Época
(Ép)
Variável
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
*Significativo a
Massa de grão.
Fonte de
Variação
R
2
Equação
2
(a + -b + -cx )
Parâmetro
2
(bx) (c x )
b/2c
-2
(s m )
Hyola 433
L
y = 7 - 0,025x
2
Q
0,92
4 + 0,26x - 0,0048 x
*
27
L
y = 356 - 1,55x
2
Q
0,71
246 + 11x - 0,221x
*
26
L
y = 1,3 + 0,0034x
2
Q
0,62
0,81 + 0,073x - 0,0011x
*
33
Ép 2
L
y = 7 - 0,0044x
2
Q
6 + 0,2x - 0,007x
L
y = 354 + 0,685x
2
Q
351 + 1,62x - 0,0312x
L
1,37 + 0,0262x
2
Q
1,26 + 0,0610x - 0,0011x
Ép 3
L
y = 6,0 - 0,0257x
2
Q
5 + 0,2145x - 0,0062x
L
y = 325 + 0,4975x
2
Q
307 + 5x - 0,1781x
L
0,73
y = 0,94 + 0,034x
*
2
Q
0,98
0,72 + 0,10x - 0,0021x
*
23
5% de probabilidade de erro; MS: Massa de síliquas; NG: Número de grãos; MG:
Ép 1
23
Na tabela 5, estão apresentadas as equações de regressão referentes ao
Hyola 61, considerando para cada época os caracteres peso de síliqua, número de
grãos e peso de grãos, a partir do início do enchimento de grãos. Neste híbrido, não
houve efeito para a época 1. Na época 2, as variáveis que demonstraram
significância para equação de grau 2 foram MS e MG, sendo os valores de máxima
de 13 e 19 dias respectivamente contados a partir do dia 22/09/2014, onde iniciou o
primeiro estádio de medição para esta época da Hyola 61. Para a época 3, se
mostraram significativas as equações de grau 2, similar a época 2, porém, o número
de dias que estima o máximo destes componentes para taxa de enchimento de grão
são respectivamente 17 e 24 dias, respectivamente para MS e NG, destacando que
estes dias, para este genótipo o Hyola 61 começou a ser computados a partir de
22/09/2014.
Tabela 5: Resumo da análise de variância de equação de regressão de modelo
polinomial de grau 2, considerando os parâmetros referentes a taxa
de enchimento de grãos da cultivar Hyola 61. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Época
(Ép)
Variável
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
-1
MS (g 20 S )
-1
NG (u 20 S )
-1
MG (g 20 S )
*Significativo a
Massa de grão.
Ép 1
Fonte de
Variação
L
Q
L
Q
L
Q
Ép 2
L
Q
L
Q
L
Q
Ép 3
L
Q
L
Q
L
Q
5% de probabilidade de
R
2
Equação
2
(a + -b + -cx )
Parâmetro
2
(bx) (c x )
b/2c
-2
(s m )
Hyola 61
y = 8 - 0,03x
2
7 + 0,06x - 0,003x
y = 346 + 0,28x
2
350 - 0,9575 x + 0,0412x
y = 1,3617 + 0,0180x
2
1,27 + 0,0454x + 0,0009x
y = 7 - 0,017x
2
0,99
6 + 0,18x - 0,0067x
*
13
y = 327,3 -0,3325x
2
329 - 1,0637x + 0,024x
0,47
y = 1,4 + 0,0173x
*
2
0,95
1,2 + 0,0753x - 0,0019x
*
19
0,17
y = 6 + 0,0384x
*
2
0,99
5 + 0,3172x - 0,0092x
*
17
y = 342 - 0,25x
2
327+4x-0,1531x
0,82
y = 0,965 + 0,033x
*
2
0,99
0,794 + 0,084x - 0,0017x
*
24
erro; MS: Massa de Síliqua; NG: Número de grãos; MG:
O comportamento diferenciado dos caracteres entre as épocas, para o
mesmo híbrido, considerando o período de enchimento de grãos pode ser explicado
em parte pelas condições meteorológicas ocorridas durante as épocas de
semeadura, bem como o próprio ciclo dos híbridos. O Hyola 433 é caracterizado
24
como um híbrido precoce, enquanto o Hyola 61 se caracteriza como ciclo médiotardio (TOMM et al., 2009). Isto pode ser observado tendo em vista a tabela 6, a qual
demostra a duração em dias dos principais estádios dos híbridos de canola.
Tabela 6: Duração das principais fases do ciclo, em dias, dos híbridos de
canola em função das épocas de semeadura. DEAg/UNIJUÍ, 2014
Híbridos
Época de
Semeadura
Emergência
(Dias)
433
61
433
61
433
61
09/05
09/05
29/05
29/05
16/06
12/06
14
14
9
9
6
6
Fase de
Roseta
(Dias)
28
28
34
34
44
44
Crescimento
Vegetativo
(Dias)
35
73
45
63
43
47
Florescimento
(Dias)
Colheita
(Dias)
CICLO
(Dias)
43
32
34
28
39
34
24
22
22
22
13
13
144
169
144
156
145
144
Ainda cabe destacar as condições meteorológicas durante a condução do
estudo, principalmente em relação à precipitação. Durante os meses de maio e
junho ocorreram precipitações elevadas (412 mm em ambos os meses), muito acima
da média (149 e 162 mm para maio e junho, respectivamente). Destaca-se ainda,
que somente em agosto a precipitação esteve abaixo da média, os meses de
setembro e outubro também apresentaram elevados índices pluviométricos (274 e
230 mm, respectivamente). Conforme Sistema... (1981) a canola tem uma
necessidade hídrica de 450-500 mm durante todo o ciclo. Portanto, o desempenho
da canola neste estudo foi comprometido pela elevada precipitação, principalmente
evidenciado nas tendências de diminuição do RG (Tabela 2) em que a cada dia a
partir de 09 de maio, constatava-se redução de 19 e 29 kg ha-1, respectivamente
para o Hyola 433 e 61, respectivamente.
Além disto, ocorreram duas geadas, em 27 e 28 de agosto, coincidindo com
o período de florescimento do Hyola 433 da segunda época de semeadura,
conforme observado na Tabela 6. Estudos desenvolvidos por Dalmago et al. (2010)
observaram redução na produtividade da canola em função de temperaturas baixas
durante o florescimento.
25
CONCLUSÃO
O rendimento de grãos não difere em relação as cultivares Hyola 433 e a
Hyola 61, porém sofre interferência das épocas de semeadura.
O hibrido Hyola 433 em relação ao rendimento de grãos, a cada dia de
atraso na época de semeadura a partir do dia 09/05 decresce 19 kg ha-1. Já o Hyola
61 decresce 29 kg ha-1 por atraso a partir desta mesma data.
Em relação a taxa de enchimento de grão quantificada pelo peso do grão o
Hyola 433, apresentou relação quadrática significativa para época 1 e 3. Com ponto
de máximo de 33 e 23 dias após 22/08 e 22/09 respectivamente. A taxa para o
enchimento de grãos apresentou ponto de máximo de 19 e 24 dias após 22/09 para
época 2 e 3 para o hibrido Hyola 61.
26
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30
ANEXO
31
ANEXO A – Croqui da Área Experimental Delineada
CULTIVARES HYOLA 433 E HYOLA 61
ÉPOCAS DE SEMEADURA (09/05, 29/05 e 12/06 de 2014)
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TAXA DE ENCHIMENTO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE CANOLA