Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer Resumo O lazer de grupos indígenas que vivem em grandes cidades O presente trabalho relata a experiência do Sesc Santo Amaro, Unidade operacional do Sesc São Paulo, que, durante o Projeto Sesc Verão 2013, contou com a participação de um grupo da aldeia indígena de etnia Guarani Tenondé Porã, alunos matriculados no Centro de Educação e Cultura Indígena Tenondé Porã. A programação da Unidade, desenvolvida a partir do tema Aqui Tudo Vira Esporte, apresentou ao público frequentador instalações de Arvorismo Terrestre e Bolder para Escalada horizontal, além de atividades lúdicas, esportivas e culturais. Os alunos do Ceci Tenondé Porã realizaram visita à Unidade em dois períodos, pela manhã e à tarde, e apesar da participação ter se dado em um curto espaço de tempo, foi o suficiente para instigar a reflexão da equipe envolvida no projeto e na recepção desses alunos, sobretudo em relação ao modo de vida desse grupo, a garantia de seus direitos, a influência da cultura indígena e de um grupo dessa etnia no bairro Sesc | Serviço Social do Comércio Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer em que está situado (Parelheiros) e, consequentemente, a sua participação em espaços de lazer. Alguns aspectos foram disparadores das reflexões, tais como: a disciplina das crianças e jovens desse grupo ao participarem das atividades lúdicas, o respeito aos seus líderes e mais velhos do grupo, a facilidade com que realizavam as tarefas e brincadeiras propostas, a presença da comunicação por meio de uma língua nativa, o modo de vestir, os cortes de cabelo, etc. Por outro lado, a influência da cultura do homem branco também foi observada, como por exemplo: a utilização de aparelhos digitais, como telefones celulares, MP3, MP4, o desejo pela prática do futebol, esporte de destaque nacional. Ao ressaltarmos esses aspectos não pensamos que índios devem andar nus pela cidade, mas refletimos que o menino dessa aldeia que veio ao Sesc gostaria de ser um jogador de futebol como o Neymar, mas, por outro lado, o Neymar por vezes corta o cabelo como o de algum grupo indígena. Nesse sentido, refletimos sobre “Quem influencia quem?” ou “Em que momentos essas influências se encontram, e/ou se sobrepõem?” “Onde isso acontece?” Tais questões nos levam a acreditar que espaços de lazer podem favorecer o desenvolvimento social dos indivíduos e dos diferentes grupos que compõem a sociedade, incluindo grupos indígenas. No entanto, é necessário que o direito ao lazer seja garantido e que todas as pessoas possam usufruí-lo. Grupos indígenas lutam por garantia dos direitos sociais básicos: saúde, educação, moradia (manutenção do direito as suas terras) e trabalho, prioritariamente. Constitucionalmente, também têm direito ao lazer. Porém, nos questionamos, a partir da observação da participação do grupo na Unidade, se, de maneira geral, a sociedade tem favorecido a participação plena e efetiva desses grupos em espaços e atividades de lazer nas grandes cidades. Palavras-chave: Lazer. Indígena. Direito. Sesc | Serviço Social do Comércio