“A toda equipe do CTI do Hospital Universitário de Vassouras – Severino
Sombra
Eu sou o Francisco, aquele cara que esteve internado aí durante 5 dias
por causa de uma angina aguda instável, segundo o Dr. Gerson. Eu acho
que
foi
um
infarto
danado
de
ruim.
rsrsrsrsrsr
Eu peço desculpas por usar o e-mail do meu canil, mas não tenho e-mail
particular. Sempre gostei mais de bicho do que de gente. rsrsrsr
O motivo do presente e-mail não é agradecer o excelente trabalho de
vocês para comigo, mas sim agradecer a lição de vida que vocês me
ajudaram a aprender. Trabalhei nas maiores empresas do país, analisando
pessoas e sistemas, como por exemplo; a Petrobras, BNDES, e em empresas
no exterior como a Sulzer, Banco Mundial, etc. Conheci muita gente de
todos os níveis sociais, culturais, econômicos, países diferentes,
etc. Já vi muita gente gostar do que faz e ter orgulho do que faz. Isto
não me surpreendeu. Mas eu nunca havia visto, em nenhum lugar, gente
que dá esperança as pessoas, junto de carinho, dignidade e amor. Isto
eu
só
vi
aí.
Eu vou ser injusto por não citar todos os nomes, peço desculpas desde
já, a memória é ruim, sempre foi, mas tenho que citar o Leonardo, a
Rafinha, a Tatiana, a Sonia, o Claudinei, o Paulo, Dr. Sebastião, Dr.
Fernando do atendimento, Dr. Luciano, Dr. Otávio, Dr. Cristian, Dr.
Márcio, Dr. Paulo lá debaixo, a Elza, etc. Mas não foram só vocês,
foram muitos outros, quase todos. Não todos. Nada é perfeito.
Eu nunca tive medo de morrer. Mas eu nunca gostaria de morrer dentro de
um hospital, como morreram meus pais. E eu acompanhei isso até o fim.
Quando eu fui internado não tinha a menor certeza de que sairia daí. E
em cada gesto, em cada palavra, em cada sorriso, em cada brincadeira,
vocês foram me dando a esperança que se transformou em certeza de que
eu iria sair daí melhor do que cheguei e andando sozinho. No segundo
dia eu já tinha aprendido isso com vocês e por vocês. E passei a
olhar para os outros pacientes, eu era o menor problema de vocês, do
meu lado havia um garoto excepcional, respirando por aparelhos, com
pneumonia. Eu comecei a conversar com a acompanhante dele pelo vidro,
por gestos, e tentei fazer por ela o que vocês estavam fazendo por mim,
dar esperança. Quando o pai dele veio visitá-lo eu disse que estava
rezando pelo menino todos os dias e pedi que ele me avisasse quando o
garoto melhorasse. Eu não sei se ele vai melhorar, não sei se ele vai
sequer sobreviver, mas eu consegui dar uns minutos de esperança pra
família
dele.
E
o
pai
dele
se
emocionou
e
agradeceu.
Eu aprendi isso com vocês, já com mais de 60 anos de idade. Tem muita
gente da equipe que está aí por estar, como se estivesse fazendo um
trabalho qualquer, mas a maioria está aí porque tem como missão de
vida ajudar as pessoas. E principalmente dando respeito e esperança.
Depois que tive alta minha mulher me disse que alguns médicos foram
reclamar que eu estava sendo ríspido no trato com as pessoas nos
primeiros dias. É possível. Nunca tratei bem quem me tratou mal. Mas
se fiz isto peço desculpas até a estas pessoas pela primeira vez na
vida. A maioria de vocês jamais mereceria isto. Pra finalizar, quero
deixar registrado neste e-mail o meu reconhecimento e minha gratidão a
lição de vida que quase a totalidade desta grande equipe me deu. Saí
do hospital sendo uma pessoa um pouco melhor do que quando entrei. Não
estou falando de saúde. Estou falando de ter mais bondade no coração.
De tentar dar mais esperança as pessoas. Vocês têm minha eterna
gratidão
por
isso.
Atenciosamente
Francisco Amaral, um orgulhoso paciente tratado por esta equipe de
coração gigante”.
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