FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração Alfredo Henrique Chaves Melo ANÁLISE DE MERCADO: Abertura de Filial de uma empresa especializada em vendas e assistência técnica de máquinas de solda Pará de Minas 2013 Alfredo Henrique Chaves Melo ANÁLISE DE MERCADO: Abertura de Filial de uma empresa especializada em vendas e assistência técnica de máquinas de solda Monografia apresentada à coordenação de Administração da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Administração de Empresas. Orientador: Ednei Magela Duarte. Pará de Minas 2013 Alfredo Henrique Chaves Melo ANÁLISE DE MERCADO: Abertura de Filial de uma empresa especializada em vendas e assistência técnica de máquinas de solda Monografia apresentada à coordenação de Administração da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a conclusão do curso de Administração de Empresas Aprovada em: _____ / _____ / _____ _______________________________________________ Orientador: Ednei Magela Duarte _______________________________________________ Examinador: Fabiano Salera Parreiras Agradeço a Deus por se fazer presente em todos os momentos firmes ou incertos da minha vida, pois ao longo do caminho dessa jornada, pude sentir a tua mão transmitindo-me segurança necessária para chegar até aqui. Agora Ti ofereço o meu futuro profissional. Agradeço a minha família pelos conselhos, amor e carinho, por terem acreditado em minha capacidade e por tem mim dado forças para a conquista dessa vitória. Agradeço a minha namorada, pelo apoio constante e por ter vivenciado comigo passo a passo de todos os detalhes deste trabalho e dessa jornada. Agradeço ao meu orientador pela divisão de conhecimentos que ele me proporcionou durante a produção desta monografia e pela receptividade quando o procurei para que me orientasse. Aos meus colegas, também agradeço, por cada momento que passamos juntos nesse longo tempo de tarefas difíceis, mas sem dúvida, enriquecedor. Por tudo isso, sou grato em dizer muito obrigado a todos (as)! LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Características do empreendedor..........................................................17 FIGURA 2 – Passos para o empreendimento............................................................18 FIGURA 3 – Fatores que influenciam o processo empreendedor..............................20 FIGURA 4 – Fatores críticos para o desenvolvimento econômico.............................21 FIGURA 6 – Critérios de avaliação para abrir uma empresa.....................................26 FIGURA 7 - Tipos de ideias inovadoras para novas empresas.................................28 FIGURA 8 - Fontes baseadas em mudanças para oportunidades empresariais.......30 FIGURA 9 - Maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas............31 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – Satisfação dos clientes com os produtos da empresa estudada........45 GRÁFICO 2 – Necessidade de conseguir produtos em outros locais.......................46 GRÁFICO 3 – Atendimento das necessidades dos clientes com relação aos produtos......................................................................................................................46 GRÁFICO 4 – Necessidade de se ter uma empresa de vendas no setor de ferramentas com maior variedade de produtos..........................................................47 GRÁFICO 5 – Oferta de assistência técnica..............................................................47 GRÁFICO 7 – Oficina de máquina de solda não autorizada.....................................48 GRÁFICO 8 – Empresa de assistência técnica em máquinas de solda em Pará de Minas..........................................................................................................................48 GRÁFICO 9 – Empresa de assistência técnica em máquinas de solda em Pará de Minas..........................................................................................................................49 GRÁFICO 10 – Abertura de filial da Centroeste Ferramentas...................................49 GRÁFICO 11 – Outros atrativos além da assistência técnica....................................50 GRÁFICO 12 – Localidade da filial da Centroeste Ferramentas...............................50 RESUMO A presente monografia tem o objetivo de analisar o mercado no sentido de avaliar a necessidade dos clientes da organização estudada em ter à disposição uma empresa de assistência técnica em máquinas de solda. Além disso, tem ainda o objetivo de analisar a viabilidade de se abrir uma filial. Desta forma, o referencial teórico baseou-se no estudo referente à segmentação de mercado, estratégias para abertura de filial, planejamento e plano de negócios. Esta fundamentação é o ponto de partida para este estudo, pois o planejamento é que determina se há ou não viabilidade na abertura de um negócio. Foi feito, ao final, um estudo de caso, com pesquisa através de questionário aplicado aos clientes da empresa, no sentido de verificar a opinião dos mesmos sobre a abertura de um empreendimento voltado para assistência técnica e de uma filial da organização estudada. Para a realização deste trabalho, foi utilizada pesquisa bibliográfica, análise documental e pesquisa de campo. Palavras-chave: Análise de mercado. Abertura de filial. Plano de negócios. Planejamento estratégico. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8 1.1 Problema ............................................................................................................. 9 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 9 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 9 1.2.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 10 1.3 Justificativa ....................................................................................................... 10 1.4 Caracterização da empresa ............................................................................. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 12 2.1 Empreendedorismo .......................................................................................... 12 2.1.1 O empreendedorismo no Brasil ....................................................................... 12 2.1.2 O processo empreendedor .............................................................................. 20 2.1.3 Fatores críticos para o desenvolvimento econômico ....................................... 21 2.1.4 O processo empreendedor ............................................................................. 21 2.2 Análise de mercado ......................................................................................... 22 2.3 A abertura de empresas e o plano de negócios ............................................ 24 2.3.1 Critérios de avaliação para abrir uma empresa ............................................... 25 2.3.2 O plano de negócios ....................................................................................... 30 2.3.3 Maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas ..................... 31 2.3.2 A estrutura do plano de negócios .................................................................... 34 2.4 A segmentação de empresas e abertura de filial .......................................... 38 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 43 3.1 Tipo de pesquisa .............................................................................................. 43 3.2 Amostra ............................................................................................................. 44 3.3 Coleta e análise de dados ................................................................................ 44 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................... 45 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 53 5.1 Análise futura ................................................................................................... 54 5.2 Limitações da pesquisa ................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55 ANEXO ..................................................................................................................... 57 8 1 INTRODUÇÃO Inicialmente, cabe mencionar, segundo Barboza (2005) que ser empreendedor no mundo moderno é ser o diferencial na qual a empresa moderna necessita para poder sobreviver. Atualmente, é necessário suprir à falência mútua de empresas em curto espaço de tempo. Por isso, as inovações e as novas ideias vêm transformando a sociedade e trazendo este novo estilo de vida, no qual não existem barreiras, através de informações que percorrem o mundo em frações de segundo, mantendo uma empresa atualizada de todas as ações que ocorrem no mercado. O empreendedor em si é aquele que primeiramente ama o que faz, tem energia para dirigir seus negócios, crê na realização de seus projetos, trabalha em equipe, é comunicativo e conhece o ramo de negócio ao qual trabalha. A ênfase ao empreendedorismo surge muito mais como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo. O mercado competitivo também faz com que os novos empresários adotem novas medidas. Conforme Barboza (2005), o momento atual pode ser chamado de era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos, criando novas relações de trabalho e novos empregos, quebrando paradigmas e gerando riqueza para a sociedade. Para a abertura de uma empresa é necessário que se faça um planejamento. Este planejamento é feito para proporcionar maior confiabilidade segundo uma implantação, alteração ou ampliação de um empreendimento. Muitas empresas, dependendo da atual situação e visando crescimento e ampliação dos negócios, tendem a abrir uma filial. É claro que considerando o porte da empresa o foco do empresário será diferenciado, ou seja, se grande, média ou pequena ele deverá ter a sensibilidade de buscar o crescimento sem fugir da realidade do seu negócio. Todavia, existem vantagens e desvantagens na abertura de uma filial. A vantagem é que a empresa poderá manter sua estrutura societária, além de todo o controle das atividades da filial e de seu lucro. O desafio será saber onde abrir essa filial. Por isso, é importante elaborar um estudo de mercado para saber a melhor 9 localização, trará ao empresário a possibilidade de mensurar o custo benefício desse novo desafio. Já a segmentação de mercado é o resultado da divisão de um mercado em pequenos grupos. Este processo é derivado do reconhecimento de que o mercado total representa o conjunto de grupos com características distintas, que são chamados segmentos. Permite racionalizar os meios para atingir um dado segmento de produto ajustando-o aos preços/custos de distribuição e comunicação, com vista a atingir o equilíbrio. Da mesma forma, a segmentação de mercado permite uma especialização da empresa jogando com as variáveis estratégicas como preço, produto, distribuição e comunicação, evitando desperdícios, sendo esta a intenção da empresa estudada. 1.1 Situação problemática O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. O empreendedor de sucesso utiliza como arma para a inovação, as pesquisas de mercado, que lhe trarão visão ampliada das necessidades do consumidor. Com isso, poderão realizar seu trabalho inovador, onde as ideias lhe trarão oportunidades precisas. Assim, diante da importância de se verificar quais os principais pontos para a abertura de filial, a situação problemática desse trabalho baseia-se na pergunta: qual a melhor estratégia para implementação e abertura de uma filial especializada em vendas e assistência técnica de máquinas de solda? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Analisar o mercado que os clientes necessitam para melhor serem atendidos em relação a assistência técnica das máquinas vendidas pela empresa estudada, para que, após esta verificação, bem como a análise de mercado, seja possível obter estratégias para a abertura de uma filial. 10 1.2.2 Objetivos específicos a) Identificar conceitos de empreendedorismo; b) Analisar características do mercado e demanda; c) Identificar as estratégias adequadas para a abertura de filial e segmentação da empresa estudada. 1.3 Justificativa Um empreendedor de sucesso deve ser criativo, inovador e acima de tudo acreditar que o seu plano vai dar certo, visto que muitas pessoas já entram em um plano de mudanças acreditando ser perda de tempo. Além disso, o empreendedor enxerga uma oportunidade de negócio e busca melhorar sua própria empresa. Porém, ele deve conhecer bem seu setor de atuação, sua clientela e seus concorrentes, além do que, deve fazer uma pesquisa de mercado para identificar se aquela oportunidade é realmente rentável. Barboza (2005) explica que o empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve saber persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro. E um dos principais atributos do empreendedor é identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo. Já o conceito de negócio demonstra o mesmo é ofertado a um grupo de clientes com o intuito de suprir suas necessidades, através de um custo ao qual os clientes estarão dispostos a pagar. Por isso, é tão importante que se faça uma análise de mercado para saber a viabilidade da abertura de filial. O estudo de mercado não é apenas o ponto de partida do projeto, mas é também uma de suas etapas mais importantes, pois através dele determina-se a viabilidade ou não de continuar com as demais etapas do estudo. É ele que determina a capacidade que a economia tem para absorver o produto em estudo, e 11 estima a evolução futura dessa capacidade de absorção durante a vida útil do projeto. No caso da empresa estudada, será feita uma análise de mercado para que seja possível verificar a viabilidade de um negócio que vai atuar no ramo de vendas e assistência técnica em máquinas de solda. Assim, o presente estudo se justifica no sentido de trazer informações importantes para que o autor possa implementar seu projeto de abertura de filial da empresa, oferecendo, assim, serviços que até o momento, não são encontrados na cidade de Pará de Minas. 1.4 Caracterização da empresa A Centroeste está no mercado há 25 anos. Teve início em maio de 1987. Seu sócio fundador, Raimundo, queria sair da área bancaria, onde atuava e vendo um programa de televisão no qual era transmitida uma propaganda de um comércio de ferramentas, percebendo que Pará de Minas não possuía uma loja especializada em ferramentas, teve a iniciativa de empreender este projeto na cidade, sendo que a Centroeste foi a primeira loja especializada em seu segmento. Atualmente, a Centroeste conta com dois sócios, Raimundo Duque de Melo e Maria Marilene da Silva Duque. Tem a missão de entender as necessidades do cliente e informar-lhe a melhor opção e o que realmente irá lhe atender com o melhor preço. A Centroeste é uma empresa familiar onde trabalham os sócios e mais cinco funcionários. A empresa procura sempre oferecer produtos de qualidade e também em atender o cliente diretamente dentro de suas necessidades, objetivando a satisfação e a fidelização da clientela. 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Empreendedorismo Para Longenecker et al (2007), empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso. Para o termo "empreendedor" existem muitas definições, mas uma das mais antigas e que talvez melhor reflita o espírito empreendedor é: O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. A atenção sobre os pequenos negócios está crescendo dia após dia, a maioria dos países está direcionando investimentos para esse setor porque reconhece a importância do papel exercido pelas Micro e Pequenas Empresas na geração de empregos e negócios, distribuição de renda e criação de valor, importantes para o desenvolvimento da economia de qualquer país. 2.1.1 O empreendedorismo no Brasil Segundo Dornelas (2012) antes da década de 1990 praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxilia-lo na jornada empreendedora. O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo o suporte de que precisa para iniciar uma empresa, bem como consultorias para resolver pequenos problemas pontuais do negócio. Dornelas (2012) afirma que o histórico da entidade Softex pode ser confundido com o histórico do empreendedorismo no Brasil na década de 1990_A 13 entidade foi criada com o intuito de levar as empresas de software do país ao mercado externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao empresário de informática a capacitação em gestão e tecnologia. Foi com os programas criados no âmbito da Softex em todo o país, junto a incubadoras de empresas e a universidades/cursos de ciências da computação/informática, que o tema empreendedorismo começou a despertar na sociedade brasileira. Até então, segundo Dornelas (2012) palavras como plano de negócios (business plan) eram praticamente desconhecidas e até ridicularizadas pelos pequenos empresários. Passados 20 anos, pode-se dizer que o Brasil entra na segunda década deste novo milênio com todo o potencial para desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo de todo o mundo, comparável apenas aos Estados Unidos, onde mais de duas mil escolas ensinam empreendedorismo. Seria apenas ousadia se não fosse possível. Ações históricas e algumas mais recentes desenvolvidas começam a apontar para essa direção. Importa destacar, ainda segundo o autor, que a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. Antes de partir para definições mais utilizadas e aceitas, é importante fazer uma análise histórica do desenvolvimento da teoria do empreendedorismo Na Idade Média, o termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de produção. Esse indivíduo não assumia riscos excessivos, e apenas gerenciava os projetos, utilizando os recursos disponíveis, geralmente provenientes do governo do país. Os primeiros indícios de relação entre assumir riscos e empreendedorismo, segundo Dornelas (2012) ocorreram nessa época, em que o empreendedor estabelecia um acordo contratual com o governo para realizar algum serviço ou fornecer produtos. Como geralmente os preços eram prefixados, qualquer lucro ou prejuízo era exclusivo do empreendedor. Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, é considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor - aquele que assumia riscos -, do capitalista - aquele que fornecia o capital. 14 Já no XIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo. No final do século XIX e início do século XX, os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerentes ou administradores sendo analisados meramente de um ponto de vista econômico, como aqueles que organizam a empresa, pagam os empregados, planejam, dirigem e controlam as ações desenvolvidas na organização, mas sempre a serviço do capitalista. Neste ponto, Dornelas (2012) faz uma análise entre as diferenças e similaridades entre administradores e empreendedores. Para o autor, todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor. O empreendedor tem algo mais, algumas características e atitudes que o diferenciam do administrador tradicional. Mas para entender quais são estas características adicionais é preciso entender o que faz o administrador. O administrador tem sido objeto de estudo há muito mais tempo que o empreendedor e, mesmo assim, ainda persistem dúvidas sobre o que o administrador realmente faz. Hampton (apud DORNELAS, 2012) explica que de acordo com a abordagem clássica ou processual, com foco na impessoalidade, na organização e na hierarquia, propõe que o trabalho do administrador ou a arte de administrar concentre-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar. O principal divulgador desse princípio foi Henry Fayol, no início do século XX., e vários outros autores reformularam ou complementaram seus conceitos com o passar dos anos. Outra abordagem sobre a função do administrador foi feita por Rosernary Stewart (apud DORNELAS, 2012), que acreditava que o trabalho dos administradores é semelhante ao dos empreendedores, já que compartilham de três características principais: demandas, restrições e alternativas. Nesse método de Stewart não há a preocupação de estudar o conteúdo do trabalho do administrador. As demandas especificam o que tem de ser feita. Restrições são os fatores internos e externos da organização que limitam o que o responsável pelo trabalho administrativo pode fazer. Alternativas identificam as opções que o responsável tem na determinação do que e de como fazer. Hampton (apud DORNELAS, 2012) diz ainda que os administradores diferem em dois aspectos: o nível que eles ocupam na hierarquia, que define como os 15 processos administrativos são alcançados, e o conhecimento que detêm, segundo o qual são funcionais ou gerais. Em relação aos níveis, o trabalho administrativo pode ser identificado como: de supervisão, médio e alto. Os supervisores tratam comumente de operações de uma unidade específica, como uma seção ou departamento. Os administradores médios ficam entre os mais baixos e os mais altos níveis na hierarquia em uma organização. E os administradores de alto nível são aqueles que têm a mais alta responsabilidade e a mais abrangente rede de interações. Outro aspecto estudado é a diferenciação dos gerentes em funcionais e gerais, independentemente do nível que ocupam na organização. Os funcionais são os encarregados de partes específicas de uma organização, e os gerais aqueles que assumem responsabilidades amplas e multifuncionais. Outra abordagem relevante refere-se ao estudo de Kotter (2002) das características dos gerentes gerais, que procura mostrar o que os gerentes eficientes realmente fazem. Segundo Kotter, esses administradores criam e modificam agendas, incluindo metas e planos para sua organização e desenvolvem redes de relacionamentos cooperativos para implementá-los. Em sua maioria, esses gerentes são ambiciosos, buscam o poder, são especializados, têm temperamento imparcial e muito otimismo. Mintzberg (apud DORNELAS, 2012) propôs uma abordagem que trata da atividade do trabalho gerencial, focando os papéis dos gerentes: interpessoais (representante, líder e ligação), informacionais (monitor, disseminador e interlocutor) e decisórios (empreendedor, solucionador de distúrbios, "alocador" de recursos e negociador). Esses papéis dos gerentes podem variar dependendo de seu nível na organização, sendo mais ou menos evidente um ou outro papel. E mais: o administrador assume papéis em grupos sociais para efetivar ações processuais da abordagem clássica dos processos. É relevante ressaltar que o perfeito controle (hierarquia) nem sempre garante que as ações planejadas sejam executadas conforme o plano estabelecido, pois outras variáveis interferem no processo administrativo. É neste ponto que as várias abordagens se complementam para explicar o trabalho do administrador. Todavia, o empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados conceituam e denominam sua função. 16 Kirzner (apud DORNELAS, 2012) tem uma abordagem diferente. Para, esse autor, o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. Ambos, porém, são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e atento às informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. De acordo com este autor, o empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de negócios já existentes; ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresas já constituídas. Neste caso o termo que se aplica é o empreendedorismo corporativo. Outro estudo de Kotler (2002) amplia ainda mais as aplicações do termo empreendedor, através da definição de oito tipos possíveis para o empreendedor (empreendedor nato, empreendedor que aprende, empreendedor serial, empreendedor corporativo, empreendedor social, empreendedor por necessidade, empreendedor herdeiro e o empreendedor normal/planejado). O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de geração ele algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas tomadas; é preciso ousadia e ânimo apesar ele falhas e erros. As oportunidades de negócios encontram-se no ambiente e são visíveis por algumas pessoas capazes de identificá-Ias, selecioná-Ias e transformá-Ias em negócio real. Quem tem essa capacidade é chamado de "empreendedor". É ele quem vê oportunidades onde outros nada enxergam, é ele quem leva adiante o projeto e o torna viável e é ele quem não mede sacrifícios pessoais para criar e manter seu empreendimento e, mais ainda, faz isso com tal entusiasmo que consegue convencer outras pessoas a ajudá-Io nessa realização. Para Lemes Junior e Pisa (2010), os empreendedores são considerados seres criativos movidos pelo desafio, capazes de perceber novas possibilidades de negócio e possuidores de determinadas características para aproveitá-Ias. Os autores apresentam algumas das características principais do empreendedor através da figura abaixo: 17 Figura 1 – Características do empreendedor. Fonte: LEMES JUNIOR; PISA, 2010. Existem diversas maneiras de buscar ideias para o empreendimento, conforme Lemes Junior e Pisa (2010) como: a) Através da identificação de necessidades; b) Através da observação de deficiências; c) Através da observação de tendências; d) Em decorrência de nossa ocupação atual; e) Através da procura de outras aplicações; f) Através da exploração de hobbies; g) Pelos lançamentos de moda; h) Pela imitação do sucesso alheio; Identificada a ideia do negócio, conforme Lemes Junior e Pisa (2010 o passo seguinte é perguntar: Será que essa ideia representa também uma boa oportunidade? Uma boa oportunidade quer dizer: a chance do negócio ser bemsucedido. Não há fórmulas preestabelecidas para o sucesso, porém existem princípios básicos, que deverão ser verificados: 1. Existe mercado para o que se vai oferecer (tamanho e potencial)? 2. Eu sei fazer o produto ou prestar o serviço (domínio da tecnologia)? 3. Está sendo oferecido o desejável grau de inovação (valor para o cliente)? 18 4. O negócio trará o necessário retorno financeiro (lucratividade)? O passo seguinte é desenvolver o conceito do negócio, ou seja, planejar o empreendimento nos mínimos detalhes, identificando os riscos e ameaças, bem como as maneiras de reduzi-los ou neutralizá-los, Avaliar profundamente o potencial do lucro e crescimento do negócio, identificando qual é a força de nosso produto ou serviço e a melhor estratégia a ser adotada para aproveitar isso e aumentar as chances de sucesso. Esse procedimento é concretizado através da elaboração do plano de negócio. Depois de ter estabelecido tudo, partir para a abertura, propriamente dita. Figura 2 – Passos para o empreendimento. Fonte: LEMES JUNIOR; PISA, 2010. Schumpeter (apud LEMES JUNIOR; PISA, 2010) argumentou que a condição necessária para o processo de desenvolvimento econômico decorre da existência de empreendedores e de novas combinações produtivas. Nesse pensamento, o autor descreve os cinco fatores através dos quais é possível se modificar o ambiente econômico: 1. Criação de novo negócio; 2. Introdução de novo método de produção; 3. Introdução de novo bem (produto ou serviço); 4. Abertura de novos mercados; 5. Descoberta de novas fontes de matéria-prima. Drucker (apud LEMES JUNIOR; PISA, 2010) definiu empreendedor como um indivíduo que identifica oportunidades e que, para explorá-Ias toma a iniciativa de reunir, organizar ou administrar recursos na forma de uma empresa autônoma, assumindo uma quantidade significativa de risco associado com a participação acionária nessa empresa, e comprometendo-se pessoalmente com o resultado. Desta forma, entende-se que uma importante característica compartilhada pelos empreendedores é: eles desenvolvem uma orientação, ou visão, que indica o 19 que deverá ser feito. Assim, empreendedor é aquele que imagina, desenvolve e realiza visões. Essas visões possuem três categorias: visões emergentes, visões centrais e visões complementares. Importa destacar também que as características que determinam o comportamento do empreendedor decorrem de sua personalidade, conhecimentos; experiências, habilidades, motivação e valores. Estão intimamente ligadas à capacidade de percepção do mundo e aprendizagem e de como as ideias são postas em prática, através das atitudes. Lemes Junior e Pisa (2010) afirmam também que é relevante identificar e analisar quais as principais diferenças entre dois tipos de empreendedorismo: o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo por oportunidade. o empreendedorismo gerado pela necessidade decorre da ausência de outras oportunidades de emprego, ou pelo menos de oportunidades dignas, direcionando os indivíduos para a criação do próprio negócio, uma vez que não lhes resta alternativa. O empreendedorismo decorrente da oportunidade pode ser definido como o desejo de aproveitar uma oportunidade de negócio existente no mercado, através da criação de uma empresa por iniciativa própria. Podemos dizer que o empreendedorismo por oportunidade reflete o lado positivo da atividade empreendedora. É a partir da identificação da oportunidade que se inicia todo o processo de planejamento e criação ela nova empresa. Desse momento em diante, o empreendedor demandará esforços para concretizar sua visão. Diferentemente do empreendedorismo por necessidade, que exige pressa, partindo muitas vezes para concorrência em mercado saturado, devido à falta de avaliação mais profunda do seu potencial, o empreendedorismo por oportunidade primeiro observa, depois traça estratégia e parte para inovação, procurando brechas, e tem por meta a diferenciação para atrair seu público-alvo. Para Lemes Junior e Pisa (2010), a visão da oportunidade é característica ímpar, difícil de ocorrer na rotina diária, porém, quem se dispõe a encontrá-Ia deverá estar constantemente "ligado" nas rápidas mudanças que ocorrem no ambiente. Com perseverança, certamente a encontrará e, se souber aproveitá-Ia e implementá-Ia, será um sério candidato ao sucesso. A ideia inovadora, conforme os autores, é como uma pedra preciosa, valiosa, mas que necessita ser lapidada, o que demanda tempo e recursos. O problema é 20 que, ao se implantar a inovação e se consolidar o conceito, de imediato começarão as imitações. É por esse motivo que se deve investir continuamente no desenvolvimento de novas ideias de produtos ou serviços, para que, no momento em que a concorrência começar a agir, já se tenha nova versão para apresentar ao mercado, amenizando ou neutralizando seus efeitos. 2.1.2 O processo empreendedor O processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio. Figura 3 – Fatores que influenciam o processo empreendedor. Fonte: DORNELAS, 2012. Dornelas (2012) explica que quando se fala em inovação, a semente do processo empreendedor, remete-se naturalmente ao termo inovação tecnológica. Nesse caso, existem algumas peculiaridades que devem ser entendidas para que se interprete o processo empreendedor ligado a empresas de base tecnológica. As inovações tecnológicas têm sido o diferencial do desenvolvimento econômico mundial. E o desenvolvimento econômico é dependente de quatro fatores críticos, que devem ser analisados, para então se entender o processo empreendedor. 21 Lemes Junior e Pisa (2010) explica que o talento empreendedor resulta da percepção, direção, dedicação e de muito trabalho dessas pessoas especiais, que fazem acontecer. Onde existe esse talento, há a oportunidade de crescer, diversificar e desenvolver novos negócios. Mas, para talento sem ideias é como uma semente sem água. 2.1.3 Fatores críticos para o desenvolvimento econômico Figura 4 – Fatores críticos para o desenvolvimento econômico. Fonte: DORNELAS, 2012. Assim, as fases do processo empreendedor, segundo Lemes Junior e Pisa (2010) são: 1. identificar e avaliar a oportunidade; 2. desenvolver o plano de negócios; 3. determinar e captar os recursos necessários; e 4. gerenciar a empresa criada. 2.1.4 O processo empreendedor Segundo Chiavenato (2004) o empreendedor é a pessoa que inicia e opera um negócio para alcançar uma ideia ou plano pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente. O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e competência de identificar oportunidades. Com esse 22 arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de vigor, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o capacitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. 2.2 Análise de mercado A análise de mercado é a primeira etapa do planejamento para a abertura de uma empresa. Cabe ao empreendedor avaliar e segmentar o mercado de forma a agrupar os clientes em potencial, que possuem necessidades de consumo semelhantes. Para Chiavenato (2004), analisar o mercado é procurar equalizar esses elementos de ambiente, compreendendo a ação do seu produto, frente ao seu público, convivendo com a concorrência. O objetivo não é vender, simplesmente por vender. A solução é atender e fazer parte do perfil do seu consumidor, criando mecanismos para que seu produto seja adquirido e consumido. Além disso, a Pesquisa de Mercado deverá abordar questões que respondam a perguntas do tipo: Há mercado para meu produto ou serviço? Esse mercado está em ascensão, estagnado ou em decadência? Qual é meu público-alvo? Que dificuldades encontrarei para entrar nesse mercado? Que preços praticam meus concorrentes? Quais são esses concorrentes? Que diferencial cada concorrente tem em relação ao outro (o que cada um oferece a mais que o diferencia dos demais)? Quais os principais fornecedores desse mercado? Após obter as respostas da pesquisa, conforme Chiavenato (2004) o empreendedor deverá analisar se vale realmente a pena entrar nesse mercado, com base no que se espera de retorno de investimento. E avaliar também possíveis estratégias que permitam garantir o sucesso dessa empreitada. A análise de mercado é indispensável antes da abertura da empresa e quando for se lançar algum produto. Porém, quando não existir similar no mercado, por se tratar de lançamento de um produto inovador sem base de comparação por parte do público consumidor, deve-se ter certo cuidado. 23 Por isso, é importante também fazer um plano de negócios que é um documento que tem como ponto de partida o mercado e as chamadas competências dos empreendedores (aptidões dos sócios) em relação ao negócio. Prado (2008) afirma que a análise de mercado é uma das mais importantes seções do plano de negócio, e a mais difícil de se fazer, pois a estratégia de negócios depende de como a empresa abordará seu mercado consumidor, sempre buscando se diferenciar da concorrência, acrescentando maior valor aos seus produtos e serviços, com a intenção de conquistar seus clientes continuamente. É importante que a empresa conheça muito bem o mercado onde atua ou pretende atuar, uma vez que, só assim conseguirá estabelecer uma estratégia de marketing vencedora. A análise da concorrência é de suma importância em qualquer plano de negócio, pois a concorrência de uma empresa não se limita aos concorrentes direto, aqueles que lançam produtos similares ao da empresa. É necessário considerar também os competidores indiretos, aqueles que de alguma forma desviam a atenção de seus clientes, convencendo-os a adquirir seus produtos. Dornelas (2012) afirma que quando se estiver analisando o nicho de mercado onde a empresa está inserida, o empreendedor precisa procurar expor como esse mercado está de consumo, as tendências do setor de e de seu segmento específico, as tendências de consumo, os novos ingressantes nesse mercado, os substitutos, os fornecedores, entre outros. A entrada de um novo competidor, pode mudar completamente uma análise de mercado anterior à sua entrada. Assim, Chiavenato (2004) afirma que a análise do ambiente de negócios (oportunidades e ameaças) mostra como o mercado se apresenta para a empresa. Entretanto, é preciso que a empresa conheça seus pontos fortes e fracos, para que consiga definir as oportunidades de negócios mais atrativas e a quais riscos (ameaças) está mais suscetível, para então definir objetivos e metas, bem como sua estratégia de negócio. O autor ainda dispõe que identificar o que os consumidores estão procurando pode servir de base para promover melhorias e adaptações em seus produtos e serviços, para que fiquem adequados às necessidades desses consumidores. 2.3 A abertura de empresas e o plano de negócios 24 A todo instante, empreendedores abrem empresas novas e incríveis. De fato, é como se todas as grandes ideias já tivessem sido concebidas. Para Longenecker et al (2007) de fato, alguém encantado com uma ideia tende a subestimar a dificuldade de desenvolve-Ia de acordo com os interesses do mercado e a abrir uma empresa que possa capturar essa oportunidade. Para ser qualificado como boa oportunidade de investimento, um produto ou serviço deve satisfazer à necessidade real do mercado relacionada à função, à qualidade, à durabilidade e ao preço. O sucesso depende, em última análise, do convencimento do consumidor quanto aos benefícios do produto ou serviço. Existem vários critérios fundamentais, segundo Longenecker et al (2007) para julgar se uma nova ideia comercial representa boa oportunidade de investimento, como: a) Fatores mercadológicos. O produto ou serviço deve satisfazer claramente às necessidades definidas pelo mercado e o momento precisa ser adequado. Mesmo quando o conceito é bom, o sucesso exige que uma janela de oportunidade permaneça aberta tempo suficiente para que o empreendedor tire vantagem dela. b) Vantagem competitiva. Em termos práticos, existe vantagem competitiva quando uma empresa oferece determinado produto ou serviço no qual os clientes percebem qualidade superior à dos concorrentes, o que significa que a empresa deve ser capaz de atingir um patamar capaz de suportar os desafios de organizações rivais. Vários novos negócios falham porque os empreendedores não compreendem a natureza e a importância da vantagem competitiva. c) Economia. O empreendimento precisa ser financeiramente recompensador, gerando lucro significativo e crescimento potencial. O potencial de lucro deve ser suficiente para permitir erros e enganos e, ainda assim, fornecer benefícios aceitáveis em termos econômicos. d) Capacidade de gerenciamento. Deve haver muita afinidade entre empreendedor e oportunidade. Em outras palavras, a ideia comercial é uma oportunidade apenas para O empreendedor que possua experiência e 25 habilidades adequadas, bem como acesso aos recursos necessários ao crescimento do empreendimento. e) Erros fatais. Não devem ocorrer erros fatais na empresa, ou seja, nada deve prejudicar o sucesso da firma. 2.3.1 Critérios de avaliação para abrir uma empresa Longenecker et al (2007) apresentam uma figura a respeito do tema: 26 Figura 6 – Critérios de avaliação para abrir uma empresa. Fonte: LONGENECKER et al., 2007. Diversas razões indicam ser melhor abrir uma nova empresa em vez de procurar outras alternativas como comprar uma franquia ou uma empresa já existente, ou tornar-se sócio de uma empresa familiar: 27 a) Ter o desejo pessoal de desenvolver o mercado comercial do produto ou serviço recém-criado. b) Utilizar recursos exclusivos disponíveis, como localização ideal, equipamentos com tecnologia inovadora ou funcionários, fornecedores e estabelecimentos bancários excepcionais. Partindo da premissa, Longenecker et al (2007) afirma que o empreendedor possui uma ou mais dessas razões para considerar a possibilidade de abrir a própria empresa, ainda assim é bom ponderar algumas questões básicas antes de assumir qualquer compromisso: a) Que outros tipos de ideias deveriam ser considerados por você para abrir uma empresa? b) Quais são as fontes de ideias adicionais? c) Como você poderia identificar uma oportunidade genuína que geraria valor tanto para o cliente quanto para o(s) proprietário(s) da empresa? d) Como você poderia refinar sua ideia? e) O que você deveria fazer para aumentar suas chances de sucesso com a empresa? f) Que vantagens competitivas a empresa poderia ter em comparação às rivais? Segundo os autores, ideias comerciais não são todas iguais e podem ter origem em inúmeras fontes diferentes. Pela natureza e origem das ideias inovadoras, o empreendedor é capaz de ampliar o horizonte e tecer considerações. Diversas ideias inovadoras se desenvolvem a partir do que chamaremos ideias tipo A aquelas relacionadas a fornecer aos clientes um produto ou serviço que não existe em um mercado particular, mas em algum outro lugar. Algumas ideias inovadoras baseiam-se em ideias tipo B, que envolvem tecnologias novas ou relativamente novas. As ideias tipo C, baseadas na oferta de benefícios novos aos clientes ou aprimorados para realizar funções antigas, são provavelmente as responsáveis pelo maior número de ideias inovadoras. De fato, a maioria dos novos empreendimentos, em especial no segmento da prestação de serviços, têm origem na estratégia do “eu também” e destacam-se por características como qualidade superior de serviços ou preços inferiores. (LONGENECKER et al, 2007, p. 50). Esta afirmação está exemplificada na figura abaixo: 28 Figura 7 - Tipos de ideias inovadoras para novas empresas. Fonte: LONGENECKER et al., 2007. Embora uma ideia inovadora possa surgir de praticamente qualquer lugar, focaremos quatro possíveis fontes: experiência pessoal, hobbies, descoberta acidental e busca deliberada. Longenecker et al (2007) dispõem sobre o assunto: Experiência pessoal: A principal fonte de ideias inovadoras é a experiência pessoal adquirida em casa ou no trabalho. O conhecimento obtido por intermédio do trabalho presente ou passado permite, em geral, que uma pessoa veja possibilidades de modificar um produto existente, melhorar a prestação de um serviço ou imitar determinado conceito empresarial em um local diferente. Hobbies: Às vezes, os hobbies vão além de atividades recreativas e se tornam negócios. Por exemplo, alguém que adora esquilt talvez abra uma empresa de vendas a varejo de equipamentos de esqui como forma de ganhar dinheiro, por intermédio de uma atividade de que gosta. Descoberta acidental: Outra fonte de novas ideias comerciais descobertas acidentais – envolve algo chamado serendipidade, ou seja, a aparente habilidade de fazer descobertas casuais. Qualquer pessoa pode ter uma ideia útil ao realizar tarefas cotidianas. Busca deliberada: As possibilidades para abrir uma empresa também podem emergir da busca deliberada do empreendedor por novas ideias. De fato, esse tipo de exploração pode ser especialmente útil, porque estimula a prontidão mental, que motiva empreendedores previdentes a serem mais receptivos a ideias inovadoras vindas de qualquer fonte. A busca deliberada envolve, em geral, a procura por oportunidades baseadas em mudanças. Mas, isso pode requerer a tomada de inúmeras outras providências. (LONGENECKER et al., 2007, p. 51). De toda forma, é necessário estar atento às mudanças. As mudanças são uma das mais importantes fontes de ideias para empreendedores. Enquanto grandes empresas preferem deixar as coisas como estão, os empreendedores estão muito mais propensos a reconhecer oportunidades nas mudanças e ter criatividade e flexibilidade para ajustarem-se a elas. 29 Para Peter Drucker (apud LONGENECKER et al, 2007), os empreendedores devem considerar sete fontes de oportunidades enquanto se preparam para abrir ou aumentar suas empresas. O autor sugere que a inovação é "o meio pelo qual o empreendedor cria novos recursos produtores de riquezas ou mantém os existentes, com aumento do potencial de criação de riquezas". Em outras palavras, a empresa utiliza-se da força de criatividade para fornecer produtos e serviços inovadores. Se a análise das mudanças emergentes não revelarem a oportunidade empresarial, outras ideias podem surgir, como: estabelecer contatos pessoais com clientes e fornecedores potenciais, professores, advogados que atuem no ramo das patentes, ex ou atuais funcionários ou colegas de trabalho, investidores da área de capital de risco e câmaras de comércio etc. Figura 8 - Fontes baseadas em mudanças para oportunidades empresariais. Fonte: LONGENECKER et al., 2007. 30 2.3.2 O plano de negócios Segundo Prado (2008), negócio é um esforço organizado por determinadas pessoas para produzir bens e serviços, a fim de vendê-los em um determinado mercado e alcançar recompensa financeira pelo seu empenho. Todo negócio envolve basicamente algum produto/serviço e, consequentemente, algum fornecedor e algum cliente, uma cadeia de entradas, processos e saídas, alguma produção e algum mercado, uma forma de satisfazer alguma necessidade do cliente ou responder a alguma oportunidade de mercado. Todo negócio envolve basicamente o ato de produzir ou vender um produto ou de prestar um serviço. Plano de negócios, segundo Dornelas (2012) é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta uma empresa. Sua preparação envolve um processo de aprendizagem e auto conhecimento, e, além disso, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios. Escrever um plano de negócio faz com que o empreendedor entenda e estabeleça diretrizes para o seu negócio, gerencie de forma mais eficaz e tome decisões acertadas, identifique as oportunidades e transforme-as em diferencial competitivo para a empresa. Para Chiavenato (2004), o plano de negócio – business plan – é um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas principais características e condições para proporcionar uma análise de sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação. É uma espécie de plano de viabilização de uma ideia, um pequeno check list para não deixar passar nada despercebido. A principal utilização do plano de negócios é a de prover uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento inicial de uma start up. Segundo Dornelas (2012), várias pesquisas realizadas pelo Sebrae-SP anualmente revelam que os fatores de mortalidade das empresas nacionais não são muito diferentes. A falta de planejamento aparece em primeiro lugar como a principal causa para o insucesso, seguida de deficiências de gestão (gerenciamento do fluxo de caixa, vendas/comercialização, desenvolvimento de produto etc.), políticas de apoio insuficientes, conjuntura econômica e fatores pessoais (problemas de saúde, 31 criminalidade e sucessão). Apesar dos fatores externos ao negócio serem críticos, como é o caso das políticas de apoio, as duas principais causas de falência também resumem-se ao planejamento e correta gestão do negócio, que é decorrente de um bom planejamento. Essas falhas podem acontecer devido a armadilhas no gerenciamento do dia a dia de pequenas empresas. 2.3.3 Maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas Figura 9 - Maiores armadilhas no gerenciamento de pequenas empresas. Fonte: DORNELAS, 2012. Mas como se precaver dessas armadilhas e aumentar a eficiência na administração do negócio? Não existem fórmulas mágicas para isso. O que se aconselha aos empreendedores é a capacitação gerencial contínua, a aplicação dos conceitos teóricos para que adquiram a experiência necessária, e a disciplina no planejamento periódico das ações que devem ser implementadas na empresa. Para Dornelas (2012) existe uma importante ação que somente o próprio empreendedor pode e deve fazer pelo seu empreendimento: planejar, planejar e planejar. No entanto, é notória, a falta de cultura de planejamento do brasileiro, que por outro lado é sempre admirado por sua criatividade e persistência. Os fatos devem ser encarados de maneira objetiva. Não basta apenas sonhar, deve-se transformar o sonho em ações concretas, reais, mensuráveis. Para isso, 32 existe uma simples, mas para muitos tediosa, técnica de transformar sonhos em realidade: o planejamento. Quando se considera o conceito de planejamento, têm-se pelo menos três fatores críticos que podem ser destacados, segundo Dornelas (2012): 1. Toda empresa necessita de um planejamento do seu negócio para poder gerenciá-lo e apresentar sua ideia a investidores, bancos, clientes etc. 2. Toda entidade provedora de financiamento, fundos e outros recursos financeiros necessita de um plano de negócios da empresa requisitante para poder avaliar os riscos inerentes ao negócio. 3. Poucos empresários sabem como escrever adequadamente um bom plano de negócios. A maioria destes é composta por micro e pequenos empresários que não têm conceitos básicos de planejamento, vendas, marketing, fluxo de caixa, ponto de equilíbrio, projeções de faturamento etc. Quando entendem o conceito, geralmente não conseguem colocá-Ia objetivamente em um plano de negócios. Agora, o que se pode afirmar é que o plano de negócios é realmente uma ferramenta de gestão eficiente a ponto de determinar o sucesso ou o fracasso de um empreendimento e que cabe uma análise crítica a respeito do assunto, antes de se explicar como elaborar um plano de negócios eficiente. Dornelas (2012) explica que o cuidado a ser tomado é o de escrever um plano de negócios com todo o conteúdo que se aplica a esse documento e que não contenha números recheados de entusiasmo ou fora da realidade. Nesse caso, pior que não planejar é fazê-Ia erroneamente e, pior ainda, conscientemente. Essa ferramenta de gestão pode e deve ser usada por todo e qualquer empreendedor que queira transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico e racional que se espera de um bom administrador. Apenas razão e raciocínio lógico não são suficientes para determinar o sucesso do negócio. Se assim ocorresse, a arte de administrar não seria mais arte, apenas uma atividade rotineira, onde o feeling do administrador nunca o seria utilizado. Para Chiavenato (2004) existem alguns passos, ou atividades rotineiras, que devem ser seguidos por todo empreendedor. A arte estará no fato de como o empreendedor traduzirá esses passos realizados racionalmente em um documento que sintetize e explore as potencialidades de seu negócio, bem como os riscos inerentes a ele. Isso é o que se espera de um plano de negócios. Que seja uma ferramenta para o empreendedor expor suas ideias em uma linguagem que os 33 leitores do plano de negócios entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras. Para Longenecker et al (2007), a maioria dos planos de negócios resume-se a textos editados sobre um modelo predeterminado e que não convencem ao próprio empreendedor; por isso, falham, o que leva muitos a pensar que o plano de negócios não serve para nada ou não é uma ferramenta eficiente. Geralmente são escritos como parte dos requisitos de aprovação de um empréstimo, ingresso em uma incubadora de empresas, solicitação de bolsas ou recursos financeiros de órgãos do governo. Costumam ser feitos apenas para esses fins, às pressas, sem muita fundamentação ou, como já foi dito, recheada de números mágicos. É preciso ter em mente que essa ferramenta deve ser o cartão de visitas do empreendedor, mas também pode ser seu cartão de desqualificação. E, como o cartão: de visitas, o empreendedor deve sempre ter à mão o plano de negócios de seu empreendimento, elaborado de maneira primorosa e cuidadosamente revisado. Devido a sua importância, conforme Prado (2008) o plano de negócios deve sempre ser inserido no ambiente empresarial, pois a concorrência muda, o mercado muda, as pessoas mudam. E o plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento que trata essencialmente de pessoas, oportunidades, contexto e mercado, riscos e retornos também muda. O plano de negócios é uma Ferramenta dinâmica, que deve ser atualizada constantemente, pois o ato de planejar é dinâmico e corresponde a um processo cíclico. Todo plano de negócios deve ser elaborado e utilizado seguindo algumas regras básicas, mas que não são estáticas e permitem ao empreendedor utilizar sua criatividade ou o bom senso, enfatizando um ou outro aspecto que mais interessa ao público-alvo do plano de negócios em questão. No caso das empresas que já se encontram em funcionamento, ele deve mostrar não apenas onde a empresa quer chegar (situação futura), mas também onde a empresa está no momento, apresentando os valores dos seus atuais indicadores de desempenho. Outra característica importante, segundo Prado (2008) é que ele não deve estar apenas focada no aspecto financeiro. Indicadores de mercado, de capacitação interna da empresa e operacionais são igualmente importantes, pois estes fatores 34 mostram a capacidade da empresa de "alavancar" os seus resultados financeiros no futuro. Resumindo, é importante que o plano de negócios possa demonstrar a viabilidade de se atingir uma situação futura, mostrando como a empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário precisa é de um plano de negócios que lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente e que permita alterações visando a vender a ideia ao leitor do seu plano de negócios. Segundo Dornelas (2012), a elaboração do plano de negócios envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios. As seções que compõem um plano de negócios geralmente, são padronizadas para facilitar o entendimento. Cada uma das seções do plano tem um propósito específico. Mas para chegar ao formato final geralmente são feitas muitas versões e revisões do plano até que esteja adequado ao público-alvo. Os aspectos-chave que sempre devem ser focados em qualquer plano de negócios, segundo Prado (2008) são os seguintes: 1. Em que negócio você está? 2. O que você (realmente) vende? 3. Qual é o seu mercado-alvo? 2.3.2 A estrutura do plano de negócios Não existe uma estrutura rígida e específica para se escrever um plano de negócios, pois cada negócio tem particularidades e semelhanças, sendo impossível definir um modelo-padrão de plano de negócios que seja universal. Uma empresa de serviços é diferente de uma empresa que fabrica produtos ou bens de consumo, por exemplo. Mas qualquer plano de negócios deve possuir um mínimo de seções que proporcionarão um entendimento completo do negócio. Estas seções são organizadas de forma a manter uma sequência lógica que permita a qualquer leitor do plano entender como a empresa é organizada, seus objetivos, seus produtos e serviços, seu mercado, sua estratégia de marketing e sua situação financeira. Cada uma das seções apresentadas deve ser abordada sempre 35 visando à objetividade, sem perder a essência e os aspectos mais relevantes a ela relacionados. Dornelas (2012) sugere a seguinte estrutura: 1. Capa. A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois é a primeira parte visualizada por quem o lê, devendo, portanto, ser feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes. 2. Sumário. O Sumário deve conter o título de cada seção do plano de negócios e a página respectiva onde se encontra, bem ·como os principais assuntos relacionados em cada seção. Isto facilita ao leitor; do plano de negócios encontrar rapidamente o que lhe interessa. Qualquer editor de textos permite a confecção automática de sumários e tabelas de conteúdo bastante apresentáveis. Sumário Executivo. O Sumário Executivo é a principal seção do plano de negócios. O Sumário Executivo fará o leitor decidir se continuará ou não a ler o plano de negócios. Portanto, deve ser escrito com muita atenção e revisado várias vezes, além de conter uma síntese das principais informações que constam no plano de negócios. Deve ainda ser dirigido ao público-alvo do plano de negócios e explicitar qual o objetivo do plano de negócios em relação ao leitor (por exemplo, requisição de financiamento junto a bancos, capital de risco, apresentação da empresa para potenciais parceiros ou clientes etc.). O Sumário Executivo deve ser a última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborada. 4. Análise Estratégica. Nessa seção são definidos os rumos da empresa, sua visão e missão, sua situação atual, as potencialidades e ameaças externas, suas forças e fraquezas, seus objetivos r metas de negócio. Esta seção é na verdade a base para o desenvolvimento e a implantação das demais ações descritas no plano. 5. Descrição da Empresa. Nessa seção deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento, faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional e legal, localização, parcerias, certificações de qualidade, serviços terceirizados etc. 6. Produtos e Serviços. Essa seção do plano de negócios é destinada aos produtos e serviços da empresa: como são produzidos, quais os recursos utilizados, o ciclo de vida, os fatores tecnológicos envolvidos, o processo de pesquisa e desenvolvimento, os principais clientes atuais, se a empresa detém marca e/ou patente de algum produto etc. Nessa seção pode ser incluída, quando esta informação encontra-se 36 disponível, uma visão do nível de satisfação dos clientes com os produtos e serviços da empresa. Esse feedback é bastante importante, porque costuma oferecer não apenas uma visão do nível de qualidade percebida nos produtos e serviços, mas também guiar futuros investimentos da empresa em novos desenvolvimentos e processos de produção. 7. Plano Operacional. Essa seção deve apresentar as ações que a empresa está planejando em seu sistema produtivo e o processo de produção, indicando o impacto que essas ações terão em seus parâmetros de avaliação de produção. Deve conter informações operacionais atuais e previstas de fatores como: lead time do produto ou serviço, percentual de entregas a tempo(on time delivery), rotatividade do inventário, índice de refugo, lead time de desenvolvimento de produto ou serviço etc. 8. Plano de Recursos Humanos. Aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e treinamento de pessoal da empresa. Essas informações estão diretamente relacionadas com a capacidade de crescimento da empresa, especialmente quando esta atua em um mercado onde a detenção de tecnologia é considerada um fator estratégico de competitividade. Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às ações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico, de longo prazo e não associadas diretamente às ações. Aqui também devem ser apresentados o nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação de seu pessoal. 9. Análise de Mercado. Na seção de Análise de Mercado, o autor do plano de negócios deve mostrar que os executivos da empresa conhecem muito bem o mercado consumidor do seu produto/serviço (por meio de pesquisas de mercado): como está segmentado, o crescimento desse mercado, as características do consumidor e sua localização, se há sazonalidade e como agir nesse caso, análise da concorrência, sua participação de mercado e a dos principais concorrentes etc. 10. Estratégia de Marketing. Deve-se mostrar como a empresa pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, principais clientes, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade, bem como projeções de vendas. 37 11. Plano financeiro. A seção de finanças deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as comprovações, por meio de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e com que propósito) de sucesso do negócio. Deve conter demonstrativo de fluxo de caixa com horizonte de, pelo menos, três anos; balanço patrimonial, análise do ponto de equilíbrio; necessidades de investimento; demonstrativos de resultados; análise de indicadores financeiros do negócio, como faturamento previsto, margem prevista, prazo de retorno sobre o investimento inicial (payback), taxa interna de retorno (TIR) etc. 12. Anexos. Esta seção deve conter informações adicionais julgadas relevantes para o melhor entendimento do plano de negócios. Por isso, não tem um limite de páginas ou exigências a serem seguidas. A única informação que não se pode esquecer de incluir é a relação dos curricula vitae dos sócios e diligentes da empresa. Pode-se anexar ainda informações como fotos de produtos, plantas da localização, roteiros e resultados completos das pesquisas de mercado que foram realizadas, material de divulgação do negócio, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, planilhas financeiras detalhadas etc. Esta estrutura demonstra o que pode ser um plano de negócios. Importante demonstrar que uma das principais utilidades de um plano de negócios é o seu suporte para a venda de uma ideia ou projeto. O plano de negócios acaba sendo uma ferramenta extremamente útil quando usada com este propósito. É a partir do plano que o empreendedor pode definir alternativas de apresentação que julgue mais adequadas para buscar o convencimento do público-alvo. Segundo Dornelas (2012), as oportunidades de apresentação de uma ideia para investidores, por exemplo, geralmente são poucas, ou melhor, quando se consegue tais oportunidades, em geral as apresentações devem ser feitas em pouco tempo e primar pela objetividade, sem perder a essência. É uma tarefa difícil, principalmente para aqueles que não têm experiência com apresentações. Para que o plano de negócios possa se tornar um instrumento eficaz de gerenciamento é importante que as informações nele existentes possam ser divulgadas à empresa internamente de forma satisfatória. Por isso, as informações apresentadas no plano de negócios também devem ser utilizadas internamente, guiando e validando os esforços de melhoria da empresa. Para que isso aconteça, é necessário que exista monitoramento periódico da situação atual em relação aos números previstos ou metas, do plano. 38 2.4 A segmentação de empresas e abertura de filial A análise de mercado é considerada uma das mais importantes seções do plano de negócios, pois toda a estratégia de negócio depende de como a empresa abordará seu mercado consumidor, sempre procurando se diferenciar da concorrência, agregando maior valor aos seus produtos/serviços, com o intuito de conquistar seus clientes continuamente. É importante que a empresa conheça muito bem o mercado onde atua ou pretende atuar, pois sô assim conseguirá estabelecer uma estratégia de marketing vencedora. Esta seção do plano de negócios deve ser a primeira seção a ser elaborada, pois dela dependerão todas as outras. A análise da concorrência é de suma importância em qualquer plano de negócios. A concorrência (competidores) de uma empresa não se limita aos concorrentes diretos, aqueles que produzem produtos similares ao da empresa. Devem ser considerados também os competidores indiretos, aqueles que de alguma forma desviam a atenção de seus clientes, convencendo-os a adquirir seus produtos. Para Dornelas (2012) a análise do ambiente de negócios (oportunidades e ameaças) mostra como o mercado se apresenta para a empresa. No entanto, é preciso que a empresa conheça seus pontos fortes e fracos, para que consiga definir as oportunidades de negócio mais atrativas e a quais riscos (ameaças) está mais suscetível, para então definir objetivos e metas, bem como sua estratégia de negócio. Segundo Dias (2008), segmentação de mercado é o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhantes e que provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes. Este autor ainda explica que o ideal é que as empresas de pequeno porte também realizem pesquisas abrangentes a ponto de fornecer-lhes suporte para a estratégia da empresa, mas é sabido que a limitação de recursos financeiros impede ações mais amplas por parte do pequeno empreendedor. Nesse caso, a criatividade mais unia vez deve ser colocada em prática, e o empreendedor deve saber trabalhar com material e recursos que se encontram disponíveis. 39 Prado (2008), por sua vez, entende que antes de partir para a pesquisa de mercado, focalizada para identificar o potencial de consumo para seu produto ou serviço, o empreendedor deve saber com quais clientes em potencial a pesquisa deve ser feita, ou seja, qual será o seu mercado-alvo e como ele está segmentado. Isso permite intensificar esforços e definir o foco da pesquisa. Assim, a pesquisa ajudará o empreendedor a confirmar ou não o potencial para o seu produto/serviço no mercado escolhido. Há várias formas de se verificar a segmentação de mercado como: o estilo de vida das pessoas (dos consumidores) e seus atributos como idade, sexo, renda, profissão, família, personalidade, lazer, esporte preferido etc. Além disso, outros fatores, como hábitos regionais de consumo, fatores culturais, localização geográfica, também podem servir de base para a segmentação. Quando se define um segmento de mercado, está-se definindo um grupo de pessoas com características similares, necessidades e desejos comuns, e que serão o foco de vendas da empresa. No caso de empresas que tenham como clientes outras empresas, a ideia é a mesma, e o segmento de mercado será definido por empresas com características similares, as quais deverão comprar os produtos/serviços que sua empresa disponibilizará no mercado. Ao analisar e segmentar um mercado consumidor, segundo Dias (2008) devese responder as seguintes perguntas: A quem interessa este produto? Quem pode estar interessado em receber este benefício que meu produto (ou serviço) oferece? Quem é o meu cliente? Qual é o perfil do meu cliente potencial? Que tipo de pessoa e de consumidor ele é? Quais são seus hábitos de compra? Qual o seu estilo de vida? Onde estão localizados meus clientes em potencial (segmentação geográfica)? É importante frisar que a segmentação de mercado é importante em qualquer circunstância, para qualquer tipo de negócio. As informações quanto ao perfil do cliente são primordiais para a tomada de decisão. A quantidade e qualidade das informações possibilitam ao empreendedor traçar estratégias adequadas e eficazes. Conhecendo melhor o cliente a empresa pode servi-lo melhor. O processo de segmentação de mercado utiliza sempre a pesquisa. Com ela, é possível que se chegue ao resultado do agrupamento desejado (segmento-alvo). As formas ou critérios para a segmentação, segundo Dias (2008) são: 40 a) Segmentação demográfica estuda estatisticamente as populações e usas características como faixa etária, sexo, tamanho médio da família, estado civil, números de unidades domiciliares, nacionalidade, religião, raça e genealogia. b) Segmentação socioeconômica divide o mercado com base nas características sociais e econômicas da população como classe social, renda, escolaridade, ocupação profissional, etc. c) Segmentação geográfica divide o mercado com base em critérios geográficos, como localização e densidade populacional. d) Segmentação por benefícios divide o mercado com base nos benefícios procurados pelos clientes. e) Segmentação por grau de utilização divide o mercado com base no nível de consumo. f) Segmentação Psicográfica divide o mercado com base no modo como as pessoas pensam e levam suas vidas. Os critérios de segmentação são estabelecidos conforme as necessidades da empresa e se classificam, segundo o mesmo autor em: a) Estratégia de segmentação de não-diferenciação em que a empresa opta por explorar todo o seu mercado potencial, em todas as regiões geográficas possíveis, valendo-se de apenas um plano de marketing, único e válido paro todo o mercado. b) Estratégia de segmentação por diferenciação em que a empresa reconhece e leva em consideração uma ou algumas diferenças significativas que possam existir entre seus segmentos-alvo e optar por tratá-los de forma distinta, preparando e executando planos de marketing específicos (mais de um, portanto, para cada segmento que decida tratar diferenciadamente). c) Estratégia de concentração em que por uma série de motivos, como a proximidade de suas instalações, o significativo potencial, sinergias reais e/ou possíveis, a empresa escolhe um segmento como prioritário, como o mais importante e prático, e decide concentrar todos os seus esforços apenas nele, fazendo-o com um plano de marketing específico para aquele segmento. É importante também identificar o que os consumidores estão comprando pode servir de base para promover melhorias e adaptações em seus produtos e serviços, para que fiquem adequados às necessidades desses consumidores. 41 Dessa forma, segundo Dornelas (2012) será possível analisar atributos relacionados ao produto para depois definir como ele será apresentado aos seus consumidores potenciais. Entre esses atributos, encontram-se: características (e especificações) físicas do produto, formato e tipo de embalagem, preço (baixo ou alto) e como são entregues os produtos/serviços (canais de distribuição). Além disso, você pode identificar também o que os consumidores estão fazendo com os produtos adquiridos, como e quando o utilizam. Outro fator que pode envolver segmentação de mercado é a embalagem do produto que, além de servir para protegê-lo, pode diferencia-lo e atrair certos segmentos de consumidores, mais ou menos sofisticados. O fator preço também define segmentos de mercado, classes de consumo e posicionamento do produto no mercado. Por isso é que muitas empresas, quando optam por concorrer no preço, têm necessariamente que abrir mão da alta qualidade, e vice-versa, pois são dois extremos em termos de estratégia. Na análise de mercado, isso também pode e deve ser identificado. Araújo e Amaral (2004) afirmam que a análise por meio de índices das demonstrações financeiras de uma empresa é do interesse dos acionistas, credores e da própria administração da empresa. Os acionistas atuais e potenciais estão interessados nos níveis atuais e futuros de risco e retorno da empresa. Para Gitman (apud ARAÚJO; AMARAL, 2004), risco, em seu sentido fundamental, pode ser definido como a possibilidade de prejuízo financeiro. E o mesmo autor descreve retorno como sendo a medição do total de ganhos ou prejuízos dos proprietários, decorrentes de um investimento durante um determinado período de tempo. Assim, na análise de um projeto de investimento, é interessante que se consiga estimativas para investimentos permanentes (imóveis, máquinas, instalações etc.) e também em capital de giro (estoques, matérias-primas etc.). Para uma boa alocação dos recursos, o investidor deve seguir alguns passos básicos e sequenciais que contribuem para a busca do sucesso. Diante disto, Gitman (apud ARAÚJO; AMARAL, 2004) aconselha: geração de propostas, avaliação, análise, tomada de decisão, implementação e acompanhamento. Esta divisão certamente auxilia o administrador a criar um encadeamento financeiro, dando mais segurança na busca pelo melhor caminho dentre cada uma das fases deste novo projeto. 42 Isso mostra que um estudo de análise de investimento deve compreender: Um investimento a ser realizado; Enumeração de alternativas viáveis; Análise de cada alternativa; Comparação das alternativas; Escolha da melhor alternativa. 43 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada foi primeiramente um estudo sobre o tema, em seguida será feito um levantamento de dados através de um questionário com o objetivo da implantação do projeto para abertura de filial. 3.1 Tipo de pesquisa Para o presente estudo, foi utilizada a pesquisa aplicada que, de acordo com Gil (2002) objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. A pesquisa, do ponto de vista de seus objetivos, foi descritiva. Para Vergara (2000) a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Para o presente trabalho, foram utilizadas pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica que, segundo Vergara (2000) é caracterizada por ser constituída por materiais já elaborados, tais como, livros e artigos científicos, permite ao investigador pesquisar uma gama enorme de fatos que não poderiam ser pesquisados diretamente. A pesquisa documental, conforme Vergara (2000) assemelha-se a pesquisa bibliográfica, entretanto refere-se a materiais que não foram analisados cientificamente, ou que ainda podem ser reelaborados e o estudo de caso que se caracteriza por ser um estudo profundo e detalhado de um ou poucos objetos, permitindo o seu conhecimento amplo e detalhado. Quanto à forma de abordagem, o presente trabalho utilizou-se de uma pesquisa quantitativa que detecta a presença ou não de algum fenômeno, sem se importar com sua magnitude ou intensidade. 44 3.2 Amostra A amostra desta pesquisa foi composta de um questionário aplicado a vinte e oito clientes da empresa e também um levantamento de dados através de pesquisa de mercado sobre a viabilidade da abertura de uma filial. 3.3 Coleta e análise de dados Vergara (2000) explica que na coleta de dados é informado como o autor pretende obter os dados que são necessários para responder ao problema. Por isso, utiliza-se de qualquer forma de administração como questionários, formulários, observações etc. A coleta de dados é uma fase que objetiva obter informações da realidade. Para o presente trabalho, foi feito um questionário e, após sua análise, os dados coletados foram desenvolvidos no último capítulo desta monografia. 45 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Foi aplicado um questionário para 28 (vinte e oito) clientes da empresa estudada com o intuito de averiguar se os clientes estão satisfeitos com os produtos oferecidos pela empresa e ainda analisar qual a importância que estes clientes percebem relativamente à assistência técnica. A pesquisa foi realizada entre abril e julho de 2013. Assim, diante das perguntas apresentadas nos questionários, obteve-se o seguinte resultado, conforme será analisado abaixo. A primeira pergunta questiona se o entrevistado está satisfeito com os produtos oferecidos pela empresa Centroeste Ferramentas. Dos entrevistados, 15 entrevistados responderam que estão satisfeitos; 3 responderam que estão insatisfeitos; e 10 responderam que estão muito satisfeitos. Satisfação quanto aos produtos oferecidos 3 - INSATISFEITO 0 - POUCO SATISFEITO 15 - SATISFEITO 10 - MUITO SATISFEITO Gráfico 1 – Satisfação dos clientes com os produtos da empresa estudada. Fonte: Dados levantados pela pesquisa A segunda pergunta questiona se o entrevista necessita ir a outro local para conseguir novos ou outros produtos que geralmente não encontra na empresa Centroeste. Dos entrevistados, 15 responderam que às vezes precisam procurar outros locais, e 13 responderam que sempre procuram outros locais. 46 Necessidade de deslocamento para adquirir produtos 0 - NUNCA 15 - AS VEZES 13 - SEMPRE Gráfico 2 – Necessidade de conseguir produtos em outros locais. Fonte: Dados levantados pela pesquisa A terceira pergunta questiona se a empresa atende todas as suas necessidades com relação aos produtos oferecidos. Dos entrevistados, 5 responderam que as vezes a empresa atende todas as suas necessidades; 13 responderam que muitas vezes; e 10 responderam que sempre a empresa atende suas necessidades. Atendimento das necessidades, com relação aos produtos oferecidos. 0 - NUNCA 0 - POUCAS VEZES 5 - AS VEZES 13 - MUITAS VEZES 10 - SEMPRE Gráfico 3 – Atendimento das necessidades dos clientes com relação aos produtos. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. A quarta pergunta questiona se a cidade de Pará de Minas, você vê a necessidade de ter uma empresa de vendas no setor de ferramentas com maior variedade de produtos. Dos entrevistados, 11 responderam que veem muita 47 necessidade; 10 responderam que veem pouca necessidade, 5 responderam que veem quase nenhuma necessidade; e apenas 2 responderam que não veem nenhuma necessidade. Necessidade de Empresa com maior variedade de produtos em Pará de Minas 11 - MUITA NECESSIDADE 11 - POUCA NECESSIDADE 5 - QUASE NENHUMA NECESSIDADE 2 - NENHUMA NECESSIDADE Gráfico 4 – Necessidade de se ter uma empresa de vendas no setor de ferramentas com maior variedade de produtos. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. A quinta pergunta questiona aos entrevistados se a empresa oferece alguma assistência técnica. Dos entrevistados, 10 responderam que a empresa nunca oferece assistência técnica; 6 responderam que as vezes a empresa oferece assistência técnica; e 12 responderam que a empresa sempre oferece assistência técnica. Oferta de assistência técnica. 10 - NUNCA 0 - POUCAS VEZES 6 - AS VEZES 0 - MUITAS VEZES 12 - SEMPRE Gráfico 5 – Oferta de assistência técnica. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. 48 A sexta pergunta questiona se o entrevistado levaria sua máquina de solda para conserto em qual local. Dos entrevistados, todos responderam que seria em uma empresa que ofertasse assistência técnica para este tipo de máquina. A sétima pergunta questiona se o entrevistado conhece alguma oficina de máquina de solda não autorizada. Dos entrevistados, 15 responderam que conhecem; e 13 responderam que não conhecem. Oficina de máquina de solda não autorizada. 15 - CONHEÇO 13 - NÃO CONHEÇO Gráfico 7 – Oficina de máquina de solda não autorizada. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. A oitava pergunta questiona se o entrevistado conhece uma empresa de assistência técnica em máquinas de solda na cidade de Pará de Minas. Dos entrevistados, 24 responderam que não conhecem; e apenas 4 responderam que conhecem. Assistência Técnica em máquinas de solda. 24 - NÃO CONHEÇO 0 - CONHEÇO POUCAS 4 - CONHEÇO 0 - CONHEÇO MUITAS Gráfico 8 – Empresa de assistência técnica em máquinas de solda em Pará de Minas. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. 49 A nona pergunta questiona se o entrevistado acha importante ter uma assistência técnica na empresa. Dos entrevistados, 23 responderam que acham muito importante; e 5 responderam que acham razoavelmente importante. Importância da assistência técnica. 23 - MUITO IMPORTANTE 5RAZOAVELMENTE IMPORTANTE o - POUCO IMPORTANTE 0 - IMPORTÂNCIA NENHUMA Gráfico 9 – Empresa de assistência técnica em máquinas de solda em Pará de Minas. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. A décima pergunta questiona o que o entrevistado pensa sobre a abertura de uma filial da Centroeste Ferramentas com especialização em assistência técnica em máquinas de solda. Dos entrevistados, 15 responderam que acham muito importante; 12 responderam que acham importante; 1 respondeu que acha razoavelmente importante. Abertura de uma filial da Centroeste Ferramentas. 15 - MUITO IMPORTANTE 12 - IMPORTANTE 1 - RAZOAVELMENTE IMPORTANTE 0 - POUCO IMPORTANTE 0 - IMPORTÂNCIA NENHUMA Gráfico 10 – Abertura de filial da Centroeste Ferramentas. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. 50 A décima primeira pergunta questiona se, além de uma assistência técnica em máquinas de solda em uma filial da Centroeste, o que seria mais importante para melhor atender o entrevistado. Dos entrevistados, 4 responderam que seriam novos produtos; 19 responderam que seria uma diversidade de produtos; e 5 entrevistados responderam que seria o preço dos produtos. Quais necessidades para melhor atendimento. 4 - NOVOS PRODUTOS 19 - DIVERSIDADE DE PRODUTOS 5 - PREÇO 0 - QUALIDADE 0 - ATENDIMENTO Gráfico 11 – Outros atrativos além da assistência técnica. Fonte: Dados levantados pela pesquisa. A última pergunta questiona o que o entrevistado pensa sobre a localidade onde será instalada a filial da Centroeste Ferramentas. Dos entrevistados, 17 responderam que a localidade é ótima; e 12 responderam que a localidade é boa. Localização a ser instalada a filial. 17 - ÓTIMA 12 - BOA 0 - REGULAR 0 - PÉSSIMA Gráfico 12 – Localidade da filial da Centroeste Ferramentas. Dados levantados pela pesquisa. 51 Diante desta pesquisa foi possível observar como é importante realizar uma pesquisa de mercado para obter informações a respeito do pensamento dos clientes sobre a abertura de uma filial e também para verificar a satisfação dos mesmos em relação à empresa. Para Chiavenato (2004) com a análise de mercado pode-se conhecer profundamente o ambiente onde o seu produto ou serviço está inserido. A análise de mercado permite o entendimento do mercado da empresa, dos seus clientes, dos concorrentes e quanto à organização conhece, baseando-se em dados e informações coletadas, do mercado consumidor que atua frequentemente. É importante compreender que o mercado é um ambiente corporativo onde o produto ou serviço está localizado. Também fazem parte desse ambiente a concorrência e o perfil do consumidor. Conforme foi dito na introdução deste trabalho, para se abrir uma filial de empresa é preciso realizar um levantamento de dados para a efetivação de um planejamento que, por sua vez, possui objetivos, justificativa e o ponto principal que é o que a empresa almeja alcançar. Mas, a abertura de uma filial não é tão simples como parece, pois ela possui vantagens, mas também desvantagens e desafios, como estes que foram observados na pesquisa. O local da abertura de uma filial é importante, e isso pôde ser observado na pesquisa. A confiança dos fornecedores, clientes e funcionários também é um ponto a favor, pois estarão presenciando o progresso do negócio, e ganhar a confiança desses parceiros é fundamental para o sucesso. Com isso a empresa terá condições para negociar novos valores com fornecedores, diminuindo o preço da matéria-prima devido ao aumento da demanda, conseguindo assim, um posicionamento mais competitivo no mercado. É vital determinar se uma ideia comercial realmente representa ou não uma boa oportunidade. Diversas pessoas têm ideias que parecem vencedoras a princípio, acerca de novos produtos ou serviços. Todavia, nem sempre uma ideia boa representa uma boa oportunidade. As primeiras perguntas demonstram que os clientes estão satisfeitos com a empresa, todavia, nem sempre encontram o que precisam neste local e precisam procurar por outras empresas. Isso gera um certo desconforto, pois a competição de mercado atualmente é intensa e os clientes podem conseguir um local que lhes atenda por completo, por isso, é importante rever estes pontos. 52 A quarta pergunta demonstra que as pessoas percebem a necessidade de ter uma empresa no mesmo segmento da organização estudada que possua maior variedade de produtos. Outro ponto importante refere-se ao fato de que vários entrevistados entendem que a empresa estudada nunca oferece assistência técnica. Isso demonstra que a análise de mercado é importante, pois deixou claro que existe a necessidade premente de uma abertura de filial que tenha assistência técnica em máquinas de solda. Isso também fica claramente demonstrado nas perguntas seguintes onde os entrevistados uma empresa de assistência técnica em máquinas de solda na cidade de Pará de Minas. Além disso, os entrevistados demonstraram ver bastante importância na abertura de uma empresa de assistência técnica em máquinas de solda na cidade de Pará de Minas e que se for a empresa estudada, confiariam em levar suas máquinas para serem consertadas. Segundo Araújo e Amaral (2004), para a abertura de uma filial, tão necessário quanto o conhecimento do ambiente em que está se inserindo e investindo o capital, é o conhecimento de quanto deverá ser investido, qual o seu retorno, em que prazo, e a que custo. Para os autores, a prévia avaliação econômica das decisões de investimento é considerada uma tarefa imprescindível no ambiente empresarial. As decisões de investimento são importantes para a empresa porque envolvem valores significativos e geralmente têm um alcance de longo prazo. 53 5 CONCLUSÃO Conforme pôde ser visto neste trabalho, o empreendedor, por conta de características e habilidades pessoais, e de como ele atua no ambiente, decide pela exploração da oportunidade, e parte então para a busca dos recursos necessários. Após esta análise, estabelece a sua estratégia empreendedora, organiza o processo e o executa. O trabalho teve o intuito de, através de questionário aplicado a alguns clientes da empresa estudada, analisar a viabilidade de se abrir uma empresa de assistência técnica das máquinas vendidas pela empresa, bem como obter estratégias para a abertura de uma filial. Diante deste objetivo principal, foi feita pesquisa bibliográfica com estudo de doutrinas que mencionaram importantes questões a respeito de planejamento, análise de mercado, plano de negócios, abertura de filial etc. Dentre este estudo, ficou claro que todo planejamento é fundamentado e orientado por objetivos, que são o ponto de chegada da empresa, ou seja, algo que se almeja alcançar. Desta forma, identificando e implementando o planejamento de acordo com os objetivos da empresa, torna-se possível definir estratégias adequadas a cada segmento de mercado, agregando valor para o cliente e otimizando resultados para a empresa. Além disso, importante destacar que nesta monografia foi demonstrado que a segmentação de mercado é o processo de dividir mercados em grupos de consumidores potenciais com necessidades e/ou características semelhantes e que 54 provavelmente terão comportamentos de compra semelhantes. E para o caso da empresa estudada, esta fundamentação é de extrema importância, pois ao salientar a necessidade de expansão de uma organização, ou abertura de uma filial deve-se, previamente, estar atento para o dispêndio de capital a ser empregado e suas alternativas. Assim, é possível concluir, após a análise dos dados obtidos na pesquisa, que a empresa estudada possui boa oportunidade quanto à abertura de uma filial, porém, deve elaborar um plano de negócios para que não caia em “armadilhas”, conforme foi apresentado no referencial teórico. Desta maneira, a análise dos aspectos econômicos e financeiros contribui para a busca de uma maior certeza na decisão da viabilidade deste novo empreendimento, visto que os resultados podem estimular, ou não, a entrada neste novo negócio, principalmente se comparado com o que poderia ser feito, com os mesmos valores, em outras atividades no mercado em geral. 5.1 Análise futura Após a análise de dados, o que se conclui é que será importante realizar uma análise econômico-financeira e de retorno de investimento (payback) para que se fundamente a abertura de filial aqui proposta. 5.2 Limitações da pesquisa Para esta monografia, as limitações foram: falta de bibliografia específica sobre o tema; clientes receosos na identificação e preenchimento do questionário. 55 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Helyson Roberto Teixeira; AMARAL, Rodrigo Ferraz do. Estudo da viabilidade da abertura de uma filial da empresa equilíbrio produtos naturais em Florianópolis-SC. Disponível em: < http://tcc.bu.ufsc.br/Adm295236>. Acesso em: 18 maio 2013. BARBOZA, Reginaldo José. Conceitos de empreendedorismo. Revista Científica Eletrônica de Administração, ano V, n. 9, dez. 2005. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/adm09/pages/artigos/ADM-edic09-anov-art02.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2004. dando asas ao espírito DALLAGNOL, Diheyziane Ilse; PEGORARO, Paulo Roberto. Estudo de viabilidade para abertura de uma empresa no ramo de comércio varejista de frios e congelados na região do sudoeste do Paraná. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:logb8DPuB3UJ:revistas.utfpr.edu.br/ pb/index.php/ecap/article/viewFile/771/420+&hl=ptPT&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESggokRrTmrhQaRszS38b_MObloHJQPyqzAl0y6rt WBYFfwAIjklm0828VuPuWPie3w28nN0WvVPSS0jlQr5F5YgHr8W_NAqnY90wna3X ENKgHOpnYDTMawonKvApaAKusZ2BUGG&sig=AHIEtbRqGNnHEhLtpOU1hWbE4 7Dq8suHiA>. Acesso em: 18 maio 2013. DIAS, Frederico. Análise de Mercado. Disponível <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/capitulo-05-analise-demercado/25305/>. Acesso em: 17 maio 2013. em: DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 56 LEMES JUNIOR, Antonio Barbosa; PISA, Beatriz Jackiu. Administrando micro e pequenas empresas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY, J. William; PALICH, Leslie E. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Cengage Learning, 2007. PRADO, Silvana. Diagnóstico sobre as oportunidades no mercado de cestas de café da manhã para abertura de um novo negócio neste setor, em Piracicaba – SP. Disponível em: <http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Diagn%C3%B3sticoSobre-As-Oportunidades-No-Mercado/613432.html>. Acesso em: 17 maio 2013. SENTANIN, Valenciano; BARBOZA, Reginaldo José. Conceitos de empreendedorismo. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/adm09/pages/artigos/ADM-edic09-anov-art02.pdf>. Acesso em: 15 maio 2013. VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2000. 57 ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO Nome:________________________________________________________ Empresa:______________________________________________________ Profissão:_____________________________________________________ 1. Atualmente, você está satisfeito com os produtos oferecidos pela empresa Centroeste Ferramentas? ( ) insatisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) satisfeito ( ) muito satisfeito 2. Você necessita ir a outro local para conseguir novos ou outros produtos que geralmente não encontra na empresa Centroeste? ( ) nunca ( ) às vezes ( ) sempre 3. A empresa atende todas as suas necessidades com relação aos produtos oferecidos? ( ) nunca ( ) pouca vezes ( ) às vezes ( ) muitas vezes ( ) sempre 4. Na cidade de Pará de Minas, você vê a necessidade de ter uma empresa de vendas no setor de ferramentas, com maior variedade de produtos? ( ) muito necessidade 58 ( ) pouca necessidade ( ) quase necessidade nenhuma ( ) nenhuma necessidade 5. A empresa oferece alguma assistência técnica? ( ) nunca ( ) pouca vezes ( ) às vezes ( ) muitas vezes ( ) sempre 6. Você levaria sua máquina de solda para conserto onde? ( ) assistência técnica ( ) oficina não autorizada 7. Você conhece alguma oficina de máquina de solda não autorizada? ( ) conheço ( ) não conheço 8. Você conhece uma empresa de assistência técnica em máquinas de solda na cidade de Pará de Minas? ( ) não conheço ( ) conheço poucas ( ) conheço ( ) conheço muitas 9. Você acha importante ter uma assistência técnica na empresa? ( ) muito importante ( ) razoavelmente importante ( ) pouco importante ( ) importância nenhuma 10. O que você acha da abertura de uma filial da Centroeste Ferramentas, com especialização em assistência técnica de máquinas de solda? ( ) muito importante ( ) importante ( ) razoavelmente importante ( ) pouco importante ( ) importância nenhuma 11. Além de uma assistência técnica em máquinas de solda em uma filial da Centroeste, o que seria de mais importante para melhor lhe atender? ( ) novos produtos ( ) diversidade de produtos ( ) preço 59 ( ) qualidade ( ) atendimento 12. O que você acha da localidade, R: Antônio Rocha (próximo ao Stop Shop) a ser instalada a filial da Centroeste Ferramentas? ( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) péssimo