”Exmo. Sr. Presidente do Instituto do Desporto de Portugal, em representação do Sr.
Secretário de Estado do Desporto
Exmo. Sr. Presidente do Comité Olímpico de Portugal
Exmo. Sr. Director Regional do Desporto dos Açores
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Geral da FPV
Exmo. Senhores Presidentes e Representantes das Câmaras Municipais
Exmo. Senhor Presidente da Academia Olímpica
Exmos. Senhores Patrocinadores
Exmos. Senhores Presidentes das Associações Regionais
Exmos. Representantes de Outras Federações
Exmo. Sr. Presidente da FADU
Exmo. Sr. Presidente do Conselho Directivo da FADEUP
Exmo. Sr. Presidente do ISMAI
Exmo. Sr. Representante da Universidade do Minho
Exmo. Sr.ª Representante da Associação Nacional de Treinadores de Voleibol
Exmos. Senhores Representantes dos Clubes
Atletas, Treinadores, Dirigentes, Árbitros
Exmos. Senhores Representantes da Comunicação Social
Minhas Senhoras, Meus Senhores
Caros amigos,
É para mim um prazer estar aqui convosco em mais uma gala do voleibol para celebrar os campeões
e esta modalidade que muito nos diz.
Ano após ano, este tem sido também um momento de análise, de reflexão, de balanço.
1996 – 2006:
10 anos
10 Galas do Voleibol
Foram 10 momentos de convívio, de reflexão e de prospectiva do desporto que serviram também para
demonstrar a nossa diferença e vitalidade.
Por isso gostaria, desde já, de agradecer a vossa presença.
Há 10 anos, dissemos que os nossos projectos podiam ser entendidos como utópicos. Mas,
permitam-me que vos relembre, dissemos igualmente que tal não era relevante, uma vez que o que
pretendíamos era dar testemunho da nossa insatisfação e desassossego.
Pedimos, nessa primeira noite de celebração do Voleibol, que nos deixassem sonhar, dizendo
inclusive, como António Gedeão, que “enquanto um homem sonha, o Mundo pula e avança...”
Sonhámos, mas de olhos abertos, pois, como dizia Edgar Allan Poe: “Aqueles que sonham
acordados têm consciência de mil coisas, que escapam aos que apenas sonham
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adormecidos”.
Hoje, em 2006, quando se comemora o centenário do nascimento de Rómulo de Carvalho,
gostaríamos de afirmar aqui que, da utopia que nos norteava há 10 anos, uma parte muito
significativa foi, de facto, realizada.
Deixou de ser utopia.
Para descontentamento de alguns velhos do Restelo, enfrentando ventos e marés criados, quantas
vezes pela inveja, a lamúria e o medo de uns tantos, foi possível transformar o significado desportivo,
social, cultural e económico do Voleibol português.
Que Voleibol tínhamos, então, em 1996?
E que Voleibol nos orgulhamos de apresentar hoje, quer em Portugal, quer no Mundo?
E que não é fruto do acaso, mas antes consequência lógica de uma construção permanente de todos
os que vivem e sentem uma realidade como parte do seu projecto de vida.
Nesta caminhada fomos sempre norteados por princípios que consideramos fundamentais:
o rigor;
o respeito pelos compromissos assumidos
a honestidade
a transparência de processos
a consciência da nossa função social.
Permitam-me que convosco percorra, ainda que em traços breves, o caminho que fizemos até hoje,
em busca da excelência para o Voleibol nacional, contribuindo sempre para o desenvolvimento e
reconhecimento mundial do desporto português.
Atentemos então nas diferenças ocorridas ao longo destes 10 anos:
1 – No que concerne à participação de Portugal e de portugueses em organismos
internacionais:
Em 1996, o nosso pais tinha apenas um representante na Federação Internacional e outro na
Confederação Europeia de Voleibol.
Hoje, temos na Federação Internacional de Voleibol;
Um vice-presidente executivo
O presidente da Comissão de Desenvolvimento
O responsável pelos centros de desenvolvimento
O controlador financeiro
O responsável pela arbitragem do Voleibol de Praia
e
Um membro na Comissão Técnica
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Gostaria ainda de salientar que, também ao nível da Confederação Europeia de Voleibol, estamos
representados na Comissão Financeira, na Comissão Jurídica, na Comissão de Competições e na
Comissão de Voleibol de Praia.
2 – Organização de competições Internacionais
Em 1996, quando organizávamos competições internacionais, víamo-nos obrigados a suportar os
custos de deslocação das equipas estrangeiras para que estas aceitassem jogar em Portugal.
Hoje, posso afirmar que não temos qualquer dificuldade em garantir a participação de conceituadas
selecções nas competições por nós organizadas.
Ainda esta semana a Confederação Europeia, voltando a demonstrar total confiança no nosso knowhow organizativo, confiou-nos a organização da Fase Final da Liga Europeia.
3 – Grandes Competições Mundiais
Antes de 1996, participar na fase final de uma grande competição mundial era algo circunstancial.
Hoje é uma realidade. Na última década, o Voleibol português participou, durante anos consecutivos,
na Liga Mundial, competição destinada à excelência mundial da modalidade.
Estivemos presentes na Fase Final do Campeonato do Mundo realizada na Argentina em 2002.
Participámos na Fase Final do Campeonato da Europa realizada em Itália em 2005.
Participámos este ano, nos 1.ºs Jogos da Lusofonia, realizados em Macau, com um saldo muito
positivo.
Ganhámos:
2 medalhas de ouro (seniores masculinos e femininos)
1 medalha de prata (Voleibol de Praia masculino)
2 medalhas de bronze (Voleibol de Praia masculino e feminino)
E, a propósito destes jogos, cumpre-nos afirmar que, hoje mais do que nunca, importa renovar a
mensagem de paz e de diálogo entre as pessoas que o desporto envolve e aproxima. Neste contexto,
os jogos da Lusofonia significam a capacidade de construir pontes entre as culturas, de pôr os
Homens em diálogo e de contribuir para o progresso da humanidade através do desporto.
Neste sentido, aproveitamos esta oportunidade para transmitir ao Presidente do Comité Olímpico de
Portugal, Senhor Comandante Vicente Moura, que nos encontramos totalmente disponíveis para
participar activamente nos segundos Jogos da Lusofonia, a realizar, em Portugal, em 2009.
Queremos, com isso, fazer parte da chama da Lusofonia e contribuir para o desenvolvimento
competitivo do desporto nacional.
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4 – No contexto nacional
Numa leitura global dos últimos anos, é de salientar a taxa média de crescimento do número de
praticantes que tomam parte nos nossos quadros competitivos.
Há 10 anos, tínhamos cerca de 6.000 praticantes inscritos.
Em 2006, esse número quintuplicou para 30.000
No que concerne ao ranking Nacional de Modadalidades seríamos a nona ou a décima modalidade,
hoje encontramo-nos indubitavelmente entre as três primeiras.
Orgulhamo-nos de ter integrado o projecto olímpico (4.º lugar em Atlanta; 4.º em Sidney; 9.º em
Atenas).
5 - Projectos de Desenvolvimento
No já conhecido Gira-volei. Criamos mais de 1500 centros em todo o país, reafirmando um projecto
de reconhecido sucesso em Portugal e no estrangeiro.
Fácil, divertido e competitivo, o Gira Volei, continua a ser um excelente meio de intervenção
pedagógica dos professores em todo o processo de ensino - aprendizagem e simultaneamente um
bom instrumento para a educação do futuro cidadão, desportista e atleta, assumindo assim um cariz
de inegável importância social e desportiva.
Mas não ficamos por aqui, porque o comodismo é um contexto que não integra o nosso
vocabulário.
Temos já outros projectos a iniciar ou em curso, tais como a Criação da Escola Nacional de
Distribuidores e o Centro de Detecção de Talentos em Voleibol de Praia.
6 – Os Media e o Voleibol
É nítido que o Voleibol tem cada vez mais um maior índice de expressão e espaço nos mass media,
fruto dos resultados alcançados. Os media, no seu todo (Televisão, Jornais Desportivos, Diários e
Rádios), têm reflectido e sabido dar o devido valor aos resultados obtidos e ao trabalho desenvolvido.
No entanto, criámos canais próprios de comunicação.
O nosso site na Internet www.fpvoleibol tem mais de 2.000.000 de hits abertos por mês.
O site do Gira-Volei é cada vez mais visitado e a Volei.tv está disponível 24 horas por dia.
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A Revista O Voleibol é recebida com cada vez mais entusiasmo pelos nossos stake-holders.
7 – Dependência do orçamento geral do estado
As nossas actividades exigem grandes recursos financeiros, por isso, a obtenção dos mesmos, e não
apenas os das dotações orçamentais do Estado, são um factor imperativo para o desenvolvimento da
modalidade. Assim, a nossa acção na área da Promoção e do Marketing Desportivo é assumida com
afinco e responsabilidade, no sentido de, por este caminho, conseguirmos meios financeiros capazes
de dar resposta às necessidades dos vários sectores da Federação, mas também de criar condições
favoráveis para que os clubes possam beneficiar de contratos publicitários e promocionais. Com esta
visão, esforço e teimosia, temos conseguido aumentar os nossos recursos e ao mesmo tempo o
crescimento da nossa autonomia.
No seguimento do que venho a dizer, nos tempos em que vivemos, faz todo o sentido afirmar, aqui,
que a nossa dependência em relação ao Estado é cada vez menor.
Desde há muito que, a sociedade civil, as empresas privadas e as suas marcas, são nossos parceiros
privilegiados.
Após uma década de crescimento, atingimos um patamar de organização de tamanha complexidade
que se exige iniciar um processo de reorganização estrutural e de inclusão de know-how e
competências, para podermos prosseguir com o desenvolvimento sustentado, consolidando a
excelência tendo sempre em vista outras participações mundiais, sendo a mais próxima a participação
nos Jogos Olímpicos de Pequim.
A reorganização da equipa técnica da Selecção Nacional, a participação na próxima edição da Liga
Europeia, a reorganização interna da Federação com a adequação estrutural dos diversos
departamentos técnico e administrativo, são algumas das respostas aos desafios que se avizinham
para a modalidade.
Procuramos responder sempre e de forma assertiva aos desafios com que nos deparamos.
Foi, o que sucedeu, quando, no início deste ano, a Federação Portuguesa de Voleibol foi convidada
para participar nos debates levados a cabo pela Secretaria de Estado do Desporto, no âmbito do
Congresso do Desporto.
Apresentámos então, propostas várias para a melhoria e o desenvolvimento qualitativo do desporto
nacional.
Dissemos que o desporto que temos se deve à acção das federações desportivas nacionais.
Reafirmamos que tudo faremos para que o Estado tenha condições para desempenhar as suas
funções normativas e de regulação do sistema desportivo.
Mas fizemos e fazemos notar que a acção do Estado não pode significar, no desempenho das suas
funções, aumento de burocracia e de constrangimentos administrativos que pouca valia trarão ao
desporto nacional.
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Na comunicação levada ao Congresso do Desporto dissemos ainda que:
“Portugal é hoje confrontado com uma crise económica que teima em não nos deixar livres, confiantes
e criativos para construir o futuro com esperança. Mas somos também afectados por uma crise de
valores, quanto à nossa participação política e ao papel da Sociedade Civil.
Todavia, continuamos a sonhar com um país – Portugal – em que o exercício da cidadania seja
assumido no quotidiano, que a responsabilidade, a esperança e a confiança sejam sentimentos
presentes em cada português.
Nas sociedades abertas, preconizadas por Karl Popper, o poder – seja do Estado ou da Sociedade
Civil – tem de ser afirmado pela qualidade estratégica, pela sua criatividade organizativa, pela sua
eficiência na afectação e aplicação dos recursos que tem à sua disposição. A nossa percepção é que
só poderemos alcançar uma sociedade moderna e competitiva e a funcionar eficazmente se tivermos
um Estado com uma postura sólida e inspiradora dos agentes económico e sociais, mas
simultaneamente ágil e aberto à inovação e à mudança.
Ou seja, um Estado nacional vertebrado, atento, que seja regulador e regionalize as tomadas de
decisão em vez de abafar as iniciativas da sociedade civil.
Consciente dos desafios que nos esperam, sei que a Federação Portuguesa de Voleibol, prosseguirá
a sua caminhada para o futuro, com espírito aberto à evolução e mudança.
Por isso, reafirmamos: “Continuamos a dizer que não podemos dirigir o vento, mas podemos
ajustar as velas”.
Temos a certeza, de que iremos contar com a colaboração e o apoio do Governo, do Comité Olímpico
e dos patrocinadores, no sentido de conseguirmos, com empenho e dedicação, os níveis de
desenvolvimento que pretendemos e ambicionamos atingir.
Antes de terminar, queremos prestar a nossa homenagem aos Clubes, aos Dirigentes, aos Árbitros,
aos Treinadores, aos Atletas, não só aqueles que aqui vão hoje ser reconhecidos, mas também a
todos os outros que com a sua actividade contribuem para o engrandecimento do Voleibol.
Gostaria de dirigir uma palavra de especial agradecimento aos órgãos da Comunicação Social, pela
divulgação que têm dado à modalidade e ainda de agradecer o apoio que nos tem sido prestado pelos
demais órgãos da Federação, pelas Associações Regionais, pelos Clubes, pelos Técnicos e
Administrativos, que prestam serviço na nossa Federação.
Bem Hajam
Bom Natal para todos“
– Vicente Araújo
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