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Um jovem talento
Lucas cumpre já a sua terceira época ao
serviço do Boavista. João Nuno Cardoso
Lucas nasceu nas Caldas da Rainha mas foi,
ainda muito jovem, viver para Alcobaça,
onde iniciou a sua carreira futebolística. Há
três anos a viver no Porto, destaca a Baixa,
o sotaque portuense e a zona ribeirinha. “A
melhor vista sobre o Porto é a que temos
do lado de Gaia”, diz.
Texto: Marta Almeida Carvalho
Fotos: Virgínia Ferreira
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ucas chegou ao Bessa há
pouco mais de dois anos,
vindo da Académica de
Coimbra. Começou a jogar fu-
tebol no Alcobaça, onde morava. O pai treinava o clube, o
que incentivou o jogador a ingressar nas camadas jovens,
aos oito anos. Até aos 15 representou o Alcobaça, altura
em que se mudou para Coim-
bra, para jogar na Académica. Passou nove anos em Coimbra e no clube dos estudantes, de onde guarda boas recordações e onde deixou
grandes amigos. “Foi lá que
passei a minha adolescência, fiz
o liceu e cresci como homem e
como jogador”. E foi de lá que
rumou ao Bessa. Agora, mais
a Norte, também se sente
bem na cidade e na equipa.
“O Boavista é um grande clube
e é com muito gosto que o represento”, assegura. A cidade,
confessa não a conhecer a
fundo mas aprecia alguns dos
seus locais emblemáticos. “A
zona ribeirinha é fantástica e a
Baixa muito característica”. A
Foz e a orla marítima também entram nas preferências
do jogador. “Moro em Matosinhos e gosto da faixa de mar. É
uma zona bonita e muito agradável. A minha casa fica perto
da praia e, por isso, faço alguns
passeios à beira-mar”, refere.
O epíteto de «cidade cinzenta», que muitas vezes é
atribuído ao Porto, não serve
para Lucas. “É uma cidade
muito bonita. Essa ideia pode
surgir porque, quem entra no
Porto pelas pontes, a primeira
coisa que vê é a parte velha da
cidade”. Desde que chegou foi
sempre muito bem acolhido.
“Os portuenses receberam-me
muito bem. Já sabia que ia ser
assim mas agradou-me constatar que era verdade o que me
diziam: que as pessoas eram
muito simpáticas e hospitaleiras”, assegura. Para quem
vem de fora, a pronúncia portuense causa um certo impacto. “Gosto de ouvir os portuenses. É muito engraçado ouvir
determinadas expressões com
este sotaque. No sul, a maneira
de falar é diferente e esta pronúncia salta logo ao ouvido”,
conta.
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A cidade e o trabalho
Relativamente a Lisboa, reconhece que o Porto é uma
cidade onde as pessoas são
mais «unidas». “Em termos
gerais, há uma maior frieza nas
pessoas do sul. Falo em Lisboa
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porque é a cidade que conheço melhor. Isto talvez seja assim devido à dimensão da capital. No Porto nota-se que há
uma grande entreajuda”, salienta. Não é grande adepto
das tripas à moda do Porto
mas aprecia as tradicionais
francesinhas. “Cá no Norte
come-se bem mas as tripas
não são do que mais gosto.
De vez em quando como uma
francesinha. São muito boas
mas não convém abusar. É um
petisco diferente”.
Os tempos livres do jogador são repartidos entre diversas actividades. Cinema,
passeios ou simplesmente
preguiçar em casa são os mais
comuns. Para além do tempo
que passa com a namorada,
algumas folgas são aprovei-
tadas para encontros familiares. “Sempre que posso vou
ver os meus pais e sobrinhos
a Alcobaça”.
Por vezes faz alguns passeios pela Baixa, mas as suas
incursões a pé pela Invicta resumem-se a isso. E como reagem adeptos e restantes
portuenses à presença de um
atleta conhecido pelas ruas da
cidade? “Bem. Os portuenses
gostam muito de falar. Abordamnos para manifestar apoio e quase sempre são simpáticos. Claro
que às vezes também ouvimos
«bocas»”, refere com humor.
A experiência de jogar no
Boavista tem sido muito positiva. “O trabalho tem sido óptimo neste clube. Apesar de, nas
duas últimas épocas, termos
falhado os nossos objectivos,
a motivação é
grande e não
diminuiu em
nada a grande capacidade de trabalho de atletas
e dirigentes”,
diz. Com o
treinador, Zeljko Petrovic,
a equipa teve
uma grande
empatia, factor que ajuda
na motivação
dos atletas. A
época começou em grande força e a equipa mostrou
bom futebol nas jornadas iniciais do campeonato. Um objectivo que, segundo Lucas “é
para manter”.
Não é supersticioso nem
mantém nenhum ritual para
lhe dar sorte. “Por vezes uma
pequena oração mas nada
de muito elaborado”, assegura. Desafiado a referir os
seus ídolos de juventude no
mundo do futebol, Lucas lançou dois nomes: Roberto
Baggio e Romário. Sempre
acarinhado pela massa associativa, Lucas promete trabalhar para corresponder às
expectativas. “À semelhança de todo o plantel, a minha
motivação é grande em relação à nova época desportiva”,
frisa.
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Lucas - Viva Porto