Biofísica do Sistema Respiratório Seres vivos, quanto ao uso do oxigênio: Aeróbios: dependem do oxigênio. Anaeróbios: não utilizam oxigênio (ou usam apenas ocasionalmente). Os seres mais desenvolvidos usam obrigatoriamente o oxigênio para manter a combustão. O aparelho respiratório é responsável pela rápida troca de gases entre o ambiente e o ser vivo. O sistema respiratório funciona integrado ao circulatório. Possui dois hemiciclos: Inspiração: ar atmosférico é aspirado para uma região permeável (o pulmão), onde entra em contato com o sangue e permite absorção de O2. Expiração: o ar pulmonar é expelido para o ambiente, eliminando CO2 e outros componentes para fora. Assim, o aparelho respiratório realiza a troca entre O2 e CO2 no pulmão e o aparelho circulatório conduz O2 aos tecidos e remove CO2 deles e leva até o pulmão. No gás, as moléculas tendem a repulsão e se espalham até o infinito, caso não sejam contidas em um volume determinado. Logo, o volume de um gás só pode ser determinado quando está contido em um recipiente ou câmara qualquer. O choque das moléculas do gás contra as paredes do recipiente determina a pressão (Força/Área). Se o gás tem sua temperatura mudada (aquecido ou resfriado), o volume ou a pressão podem variar. Assim, para o estudo de um gás, torna-se necessário considerar: Volume, Pressão e Temperatura. Lei de Boyle-Mariotte: o volume de gás é inversamente proporcional à pressão, mantida constante a temperatura. Lei de Gay-Lussac-Charles: o volume de um gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta, mantida a pressão constante. Lei de Dalton: a pressão total de uma mistura de gases é igual à soma da pressão de cada um dos componentes. Par = PN2 + PO2 + PH2O + PCO2 + Pg Onde Pg corresponde à pressão por gases raros. Lei de Graham: a difusão de um gás é inversamente proporcional à raiz quadrada de sua massa molecular. Estrutura e função do aparelho respiratório: Composição: vias aéreas superiores (cavidade nasal, faringe e laringe) e vias aéreas inferiores (traquéia, brônquios, bronquíolos e pulmões). Os pulmões estão contidos dentro da cavidade torácica que se dilata e contrai através dos músculos intercostais e diafragma. Entre o pulmão e a parede torácica existe um duplo folheto (pleura) que se divide em pleura visceral (colada ao pulmão) e parietal (colada à parede torácica). Entre os dois folhetos existe um espaço importante que é o espaço pleural, onde a pressão é negativa (ou, mais corretamente, subatmosférica). O local onde o sangue fica mais próximo do ar atmosférico é no alvéolo pulmonar, separados por uma membrana de 0,4µm. Na inspiração o volume torácico aumenta e a pressão dentro da cavidade diminui. Logo o ar atmosférico passa para dentro do pulmão, pois a pressão atmosférica torna-se maior (2ª. Lei da TD). Na expiração, o volume torácico diminui e a pressão dentro da cavidade aumenta. Logo o ar pulmonar é expelido, pois a pressão atmosférica torna-se menor. Exemplo Quer você esteja no nível do mar ou no alto de uma montanha, a atmosfera tem o mesmo nível de oxigênio: 21%. Quando as pessoas escalam em altitudes elevadas, no entanto, elas experimentam menos pressão atmosférica (barométrica), e como as moléculas de oxigênio estão mais separadas, a respiração torna-se mais difícil. A entrada e saída do ar são chamadas de ventilação pulmonar com as seguintes características: a) A ventilação é puramente passiva. Um indivíduo com as vias aéreas obstruídas pode dilatar ou contrair o tórax que o ar se movimenta. b) Em um animal sadio e em repouso, a contração muscular é importante e tem gasto de energia apenas na inspiração. Durante a expiração não há trabalho muscular. Quando a respiração é forçada, ocorre gasto de energia em ambos os hemiciclos. Se a entrada de ar atmosférico é que dilata passivamente o pulmão, numa situação onde a pressão pleural (normalmente subatmosférica) se iguala à pressão atmosférica, a cavidade torácica pode expandir, porém o pulmão não acompanha. Isto ocorre no pneumotórax e nos derrames pleurais. O tratamento consiste na restauração da pressão subatmosférica do espaço pleural. Os volumes expirado e inspirado são determinados pelo espirógrafo, um aparelho que consistem basicamente de um vaso de vidro com volume conhecido, colocado sobre água e cujos movimentos de ascensão e descida com a entrada e saída do ar são registrados em um quimógrafo. Neste aparelho, o CO2 pode ser eliminado e o O2 fornecido automaticamente. A tensão superficial é uma força que une compactamente a camada monomolecular da superfície de um líquido, tendo duas repercussões dentro do alvéolo pulmonar: a) Barreira à difusão: Quanto maior a tensão superficial da fina camada de líquido que recobre o alvéolo, mais difícil é a difusão do O2 para o sangue. No pulmão existem surfactantes (moléculas que diminuem a tensão superficial) como a dipalmitoil lecitina. Algumas doenças atuam diminuindo os surfactantes e administração dos mesmos por aerossol pode ser eficaz (n-acetilcisteína, p.ex.). b) Fechamento dos alvéolos: quanto maior a tensão superficial, maior a tendência ao fechamento dos alvéolos.