barlavento 26NOV2015 18 saúde Amigos da Pediatria do Hospital de Faro editam agenda solidária Castro Marim sensibiliza para evitar enfartes A Câmara Municipal de Castro Marim está a promover uma campanha de sensibilização para a frequência das mortes, evitáveis, provocadas pelo enfarte do miocárdio, uma condição que mata oito mil portugueses por ano. «Uns minutos podem salvar vidas. Há um descuido muito grande, da população, perante uma dor no peito. Pensa-se em tudo, menos num acidente cardíaco. Deve ser ansiedade, estômago, coluna e ficam em casa à espera que passe. São minutos, às vezes horas, cruciais. Diria vitais», considera Francisco Amaral, médico e presidente da câmara local. Esse compasso de espera é evitável, pois um simples telefonema para o 112 seria a solução para identificar os sintomas. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, por isso, a campanha alerta para a dor do peito e incita à rápida ação. A autarquia tentará que um cardiologista do Hospital de Faro se desloque a Castro Marim, para debater esta problemática. Publicação é ilustrada com desenhos de crianças assistidas naquele Centro Hospitalar, e a sua venda pretende angariar receitas para dar outro conforto a espaço pediátrico. A Associação dos Amigos de Pediatria do Hospital de Faro lança, este ano, uma nova versão das agendas solidárias, editando a «Agenda 2016». Esta publicação tem um formato útil e prático, mas também simbólico, porque é ilustrada na totalidade com desenhos de crianças assistidas naquele Centro Hospitalar, o projeto visa angariar receitas para humanizar espaços pediátricos. A intenção é, segundo a associação promover o bem-estar dos utentes mais pequenos que passam por estas unidades de saúde. Os interessados em contribuir para esta causa, comprando um ou mais exemplares da «Agenda 2016» que, de acordo com a organização, é «sempre uma excelente opção de presente para as festividades que se avizinham», pode adquiri-lo no Serviço de Pediatria do Hospital de Faro. Em breve, a Associação dos Amigos de Pediatria do Hospital de Faro anunciará os restantes pontos de venda no seu site ou, a pedido, através do emailamigospediatria.hfaro@gmail. com. Os primeiros exemplares já foram disponibilizados no sábado passado, dia 21 de novembro, durante a «Caminhada da Prematuridade», que se realizou no parque ribeirinho de Faro. espaço saúde | Hospital Particular do Algarve Exercício físico e doença crónica: um casamento feliz A alteração do padrão das doenças e das causas de morte modificou-se nas últimas décadas, sobretudo no mundo ocidental, devido às mudanças nos indicadores de natalidade, mortalidade e longevidade, mas também pelas mudanças sociais como a urbanização, os consumos e os hábitos de vida. Estas modificações trouxeram, no que diz respeito à doença e à incapacidade, duas manifestações visíveis: uma diminuição das doenças infeciosas ou transmissíveis e um aumento das doenças crónicas e degenerativas não transmissíveis. Nos próximos 10 a 15 anos assistiremos em todo o mundo a um aumento das doenças cardiovasculares e respiratórias, doenças oncológicas, diabetes e demên- cias. O impacto económico e social das sequelas destas doenças são imprevisíveis. Mas com toda a certeza, terão uma magnitude poderosa, se considerarmos expectável que correspondam em 2030 a três quartos de todas as causas de morte. Não existindo previsibilidade de alterarmos estas projeções, resta-nos apostar no desenvolvimento de atitudes direcionadas para a sua pre- venção. Focando-nos em estratégias que aumentem a adoção de estilos de vida saudável, norteadas sobretudo pela alimentação e a atividade física, que deverão estar presentes em todos os ciclos da vida. Os benefícios que o exercício promove na saúde física e mental dos indivíduos estão cada vez melhor documentados, sendo considerados determinantes da saúde e do envelhecimento saudável. Da mesma forma, o exercício é atualmente um recurso com evidência demonstrada, na abordagem e gestão das doenças crónicas não transmissíveis, sendo considerado uma entidade terapêutica tão importante e benéfica, quanto a abordagem farmacológica. Apesar da prática da atividade física ser por si só muito importante para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida de qualquer indivíduo, em situação de doença é imprescindível a adoção de um programa estruturado, sistematizado e prolongado de atividade, que passa assim a ser apelidado de exercício físico. As deficiências fisiológicas e as limitações nas atividades da vida diária que as diferentes doenças crónicas provocam estão bem estuda- das, da mesma forma que as guidelines terapêuticas emanadas pelas organizações e associações internacionais que lhes estão relacionadas. O destaque oferecido pelo exercício pode resumir-se: aumento da “endurance”, da força e da massa muscular. Aumento da densidade capilar muscular. Aumento da capacidade oxidativa e otimização do transporte e da utilização do oxigénio. Por outro lado, diminui as necessidades ventilatórias, a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de ansiedade e depressão. Diminui os níveis de glicose no sangue e aumenta a sensibilidade celular à insulina. Para que o exercício modifique a história natural da doença crónica, é necessário que seja prescrito e monito- rizado por um profissional de saúde, para que possam ser produzidas alterações efetivas nos diferentes sistemas fisiológicos afetados. Algumas questões que têm de obrigatoriamente ser consideradas englobam por exemplo: Qual o tipo de exercício ou modalidade mais adequada à minha condição de saúde, às minhas deficiências e descondicionamento? Que intensidade de exercício é o adequado para alcançar as minhas necessidades? Qual a frequência que devo adotar? Qual a duração de cada sessão? Como deve evoluir o meu plano de exercício, respeitando todas as variáveis descritas? Estas serão as questões básicas que irão ser consideradas e discutidas com a equipa interdisciplinar, que respeitará igualmente duas condições essenciais: a especificidade e a individualidade da sua condição. Neste momento o Hospital Particular do Algarve possui nas suas unidades hospitalares de Alvor e GambelasFaro, programas estruturados de exercício terapêutico para as condições de doença pulmonar obstrutiva crónica; insuficiência cardíaca; diabetes e hipertensão.