Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Capítulo 5
Flambagem
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
5.1 – Experiências para entender a
flambagem
1) Pegue uma régua escolar de plástico e pressione-a
entre dois pontos bem próximos, um a cinco
centímetros do outro. Você está simulando uma
estrutura em compressão simples. Agora,
pressione dois pontos distantes 15cm um do outro.
Algo começa a aparecer nessa nova posição, é
visivelmente mais fácil criar condições para a
barra começar a encurvar. A barra está começando
a sofrer o fenômeno da flambagem. Faça agora
com pontos distantes a 30cm. Force a régua até a
ruptura. A régua se quebra, pois o plástico é um
material frágil.
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
2) Pise em cima de uma lata vazia de refrigerante. Você notará que a lata,
sem se quebrar, amassa. Não quebrou porque, ao contrário do plástico
que é frágil, o alumínio é dúctil e se deforma bastante antes de perder
sua unidade.
Conclusões
Peças comprimidas de grande altura podem flambar, fato que é
reduzido sensivelmente se a altura for pequena.
 Quanto maior for a espessura da peça comprimida, menor a tendência
a flambar.
 Quanto mais flexível for o material
(menor E), mais fácil é a ocorrência da
flambagem.
Deve-se a Leonhard Euler (1744) a primeira formulação de uma
quantificação do limite que se pode colocar uma peça comprimida,
para que ela não flambe.

Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
5.2 – Carga crítica – fórmula de Euler
para coluna ideal com apoios de pinos
Elementos estruturais compridos e esbeltos, sujeitos a
uma força de compressão axial são denominados
colunas.
Uma coluna ideal é uma coluna perfeitamente reta
antes da carga. A carga é aplicada no centroide da
seção transversal.
A deflexão lateral que ocorre é denominada
flambagem.
A carga axial máxima que uma coluna pode suportar
quando está na iminência de sofrer flambagem é
denominada carga crítica, Pcr.
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
d2 y
EI 2  M   Py
dx
d2 y  P 
  y0
2
dx  EI 
Essa equação diferencial linear homogênea de segunda
ordem com coeficientes constantes de solução geral é:
 P 
 P 
y  C1 sen 
x   C2 cos 
x 
 EI 
 EI 
Condições de contorno: y=0 em x=0, C2=0 e y=0 em x=L:
 P 
0  C1 sen 
L 
 EI 
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
 P 
0  C1 sen 
L 
 EI 
C1  0  y  0
 P 
sen 
L   0
 EI 
 P 
L   n

EI


n2 2EI
P
L2
n  1,2,3....
O menor valor de P é obtido com n=1, de modo que a carga crítica é:
Pcr 
 2EI
L2
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
 2EI
Pcr  2
L
 2E
σcr 
2
 L/i 
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Pcr ⟶ carga crítica ou carga axial
σcr ⟶tensão crítica
E ⟶módulo de elasticidade para o material
I ⟶ menor momento de inércia para a área da seção
transversal
L ⟶ comprimento da coluna sem apoio
 2E( Ai 2 )
Pcr 
L2
 2E
P
 A 
2
 cr  L / i 
I
A
λ=L/i ⟶ índice de esbeltez – medida da flexibilidade
i⟶ menor raio de giração da coluna i 
da coluna
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Gráfico Tensão crítica x λ
 E
P
 A   2
 cr
2
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
A coluna sofrerá flambagem em torno do eixo
principal da seção transversal que tenha o menor
momento de inércia
(o eixo menos resistente).
Na coluna da figura ao lado, sofrerá flambagem em
torno do eixo a-a e não do eixo b-b.
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Exercício de fixação
1)Um tubo de aço A-36 com 7,2m de
comprimento e a seção transversal
mostrada ao lado deve ser usado como
uma coluna presa por pinos na
extremidade. Determine a carga axial
admissível máxima que a coluna pode
sofrer flambagem. Resposta: P =228,2kN
crit
E  200GPa
 e  250MPa
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Exercício de fixação
2)Uma coluna de aço A-36 tem 4m de
comprimento e está presa por pinos
em ambas as extremidades. Se a área
da seção transversal tiver as dimensões
mostradas na figura, determine a carga
crítica. Resposta:
E  200GPa
 e  250MPa
Pcrit=22,7kN
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Exemplo 1O elemento estrutural A-36 W200 X 46
de aço mostrado na figura ao lado deve
ser usado como uma coluna acoplada
por pinos. Determine a maior carga
axial que ele pode suportar antes de
começar a sofrer flambagem ou antes
que o aço escoe.
A  5890 mm2 , I x  45,5  106 mm4 , I y  15,3  106 mm4
 e  250MPa, E  200GPa
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Ocorrerá flambagem em torno do eixo y–y (menor):
Pcr 
 2EI
L2

 2(200  103 N / mm2 ) 15,3  106 mm4 
(4000mm)2
 1887,6  103 N  1887,6kN
Quando totalmente carregada, a tensão de compressão média na coluna é:
Pcr 1887,6  103 N
N
 cr 


320,5
 320,5MPa
A
5890 mm2
mm2
Visto que a tensão ultrapassa a tensão de escoamento,
250
N
P

 P  1472,5  103 N  1472,5kN
2
2
mm 5890mm
Resposta: P  1472,5kN
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
5.3- Colunas com vários tipos de
apoios
A fórmula de Euler foi deduzida para uma coluna com extremidades
acopladas por pinos ou livres para girar. Todavia, muitas vezes as colunas
podem ser apoiadas de outro modo.
Le é denominado comprimento efetivo da coluna.
Um coeficiente dimensional K, fator de comprimento efetivo, é usado para
calcular Le.
Le  KL
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Portanto, temos, Pcr 
 2EI
 Le 
2
λ=Le/i ⟶índice de esbeltez efetivo
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
 cr 
 2E
 Le / i 
2
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Exercício de fixação
3)Determinar a carga crítica se a coluna for engastada na base e presa
por pinos no topo.
Resposta: P =46,4kN
crit
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Exercício de fixação4) O elemento estrutural W200x100 é feito de
aço A—36 e usado como uma coluna de 7,5m
de comprimento. Podemos considerar que a
base dessa coluna está engastada e que o topo
está preso por um pino. Determine a maior
força axial P que pode ser aplicada sem
provocar flambagem. Considere:
E = 200GPa
Ix = 113(106)mm4
Iy = 36,6(106)mm4
σe=250MPa
A=12700mm2
Resposta:
Pcrit=2621,2kN
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
5.4 – A fórmula da secante
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
d2 y
EI 2  M   P(e  y )
dx
d2 y  P 
P

y   e
dx 2  EI 
 EI 
Essa equação tem solução geral é:
 P 
 P 
y  C1 sen 
x   C2 cos 
x   e
 EI 
 EI 
Condições de contorno: y=0 em x=0, C2=e e y=0 em x=L:
 P 
e[1  cos 
L ]
EI 

C1 
 P 
sen 
L 
 EI 
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Usando identidades trigonométricas:
 P L
C1  e  tg 

EI
2


  P L
 P 
 P  
y  e tg 
x   cos 
x   1
 sen 
  EI 2 
 EI 
 EI  
Deflexão máxima: (x=L/2)
ymáx
  P L 
 e sec 
  1
EI
2
 
 
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
 máx 
P Mc

A I
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
σmáx ⟶ tensão elástica máxima na coluna
P ⟶ carga vertical aplicada a coluna
M  Pymáx
e ⟶ excentricidade da carga P
  P L 
ymáx  e sec 
  1
  EI 2  
  P L 
M  Pe sec 
  1
  EI 2  
c ⟶ distância do eixo neutro até a fibra
 máx
 máx
externa da coluna onde ocorre a tensão de
compressão máxima
A ⟶ área da seção transversal da coluna
  P L   c Le ⟶ comprimento não apoiado da coluna no
P
  Pe sec 
  1 plano de flexão.
A
EI
2
 I
 
 Le P  
P  ec
 1  2 sec 

A i
2
i
EA


E ⟶ módulo de elasticidade para o material
i⟶ raio de giração
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Gráficos Aço A-36
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Exercício de fixação5) A coluna W8x48 de aço estrutural A-36 está
engastada na base e presa por pino no topo. Se
for submetida à carga excêntrica de 75kip,
determine se ela falha por escoamento.
A
coluna está escorada de modo a não sofrer
flambagem em torno de y-y. Considere:
E = 29(103)ksi
σe = 36ksi
Resposta: não falha
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Exercício de fixação6) Um elemento estrutural W10x15 de aço A-36 é usado como uma
coluna engastada. Determine a carga excêntrica máxima P que pode
ser aplicada de modo que a coluna não sofra flambagem ou
escoamento. Considere:
E = 29(103)ksi
σe = 36ksi
d=9,99in
A = 4,41in2
Ix = 68,9in4
Iy = 2,89in4
ix=3,95in
Resposta: P=36,8kN
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Engenharias
Resistência dos Materiais II
Estruturas III
Exercício de fixação7) A coluna de alumínio tem a seção transversal mostrada abaixo. Se
estiver engastada na base e livre no topo, determine a força máxima
que pode ser aplicada em A sem provocar flambagem ou escoamento.
Considere:
E = 70 GPa
σe = 95MPa
Resposta: P=23,6kN
Download

Capítulo 5 Flambagem