ANAIS DOS TEMAS LIVRES CIGO 2014
Ginecologia
5 - LEIOMIOMAS ATÍPICOS: LEIOMIOMA BENIGNO COM ATIPIAS E CARACTERÍSTICAS DE SARCOMA.
Korine Camargo de Oliveira; Mariana Lupchinski; Fernanda Escobar; Marília Lagrnha; Martha
Goldani; Carolina Hartmann; João Pedro Pinheiro Hoefel
Objetivo: Descrição de um relato de caso de Leiomioma atípico. Material e métodos: Relato de
caso com base em revisão de literatura. Resultados obtidos: Paciente, J.L.R, 37 anos, nuligesta,
encaminhada ao Hospital Fêmina de Porto Alegre por dor em baixo ventre e aumento do volume
uterino. Em ultrassonografia pélvica transvaginal evidenciou-se aumento significativo do volume
uterino às custas de mioma intramural com componente submucoso, medindo 10 x 12 cm. Com
aumento de volume uterino (1145cc). No exame físico, paciente apresentava massa
abdominopélvica, estendendo-se até altura de cicatriz umbilical. Paciente foi submetida à
miomectomia. Durante o procedimento, após serem identificados múltiplas áreas miomatosas
uterinas, foi ressecado mioma de maior volume, sem possibilidade de ressecção dos outros
miomas por dificuldade de definição dos limites cirúrgicos. Apresentou boa evolução pósoperatória. Exame anatomopatológico de peça verificou-se nódulo miomatoso, parcialmente
recoberto por serosa, medindo 6,0x3,5x3,0cm, com diagnóstico de mioma subseroso. Realizou
ressonância magnética de pelve para diferenciação dos componentes dos leiomiomas
remanescentes. A imagem mostrou aspecto heterogêneo, com áreas císticas e impregnação do
agente paramagnético, sendo que a possibilidade de degeneração sarcomatosa deveria ser
considerada. Indicou-se, portanto, histerectomia. Paciente foi então submetida ao procedimento,
onde houve congelação de peça cirúrgica, em que se concluiu presença de degeneração cística
benigna de leiomiomas uterinos. Conclusões: O Leiomioma atípico é o tumor benigno uterino de
maior prevalência. A forma atípica é caracterizada pela presença de células gigantes, com núcleos
pleomórficos aumentados e muitas vezes múltiplos. Embora o resultado da congelação intraoperatória tenha sido de tumor benigno, a dificuldade de identificação dos limites cirúrgicos com
impossibilidade de miomectomia de todos os miomas, somada a sintomatologia da paciente e
ainda à suspeita de sarcoma, tanto pelo aspecto morfológico macroscópico, quanto pela imagem
radiológica por ressonância magnética de pelve, fizeram da histerectomia a melhor opção
terapêutica neste caso.
Ginecologia
12 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PREENCHIMENTO DOS DADOS DAS CARTEIRAS DE GESTANTE
EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Jéssica Chaves; Camila Braga Derlan; Débora Cristina Haack Bassani; Luís Kanitz; Thaíse Dipp; Lia
Possuelo; Janine Koepp; Bianca Ghignatti
INTRODUÇÃO: A carteira de gestante é fornecida pelo serviço de saúde logo na primeira consulta,
e seu preenchimento é essencial. A falta de atualização e registro são os maiores problemas
identificados, refletindo sobre a qualidade da assistência. OBJETIVO: Avaliar a qualidade do
preenchimento das informações contidas nas carteiras de gestante. METODOLOGIA: Trata-se de
um estudo transversal quantitativo. Avaliou-se as carteiras de gestante de 186 puérperas que
receberam assistência pré-natal na rede pública e privada, e atendimento ao parto em hospital do
município de Santa Cruz do Sul/RS. As informações foram coletadas nos registros da carteira da
gestante e no prontuário, entre janeiro e junho de 2014. Utilizou-se instrumento padronizado
(Formulário de Captação de dados), seguindo os critérios de Kessner adaptado, para obtenção das
informações. Registrou-se dados sociodemográficos, início do pré-natal, número de consultas
realizadas e a efetivação dos exames básicos preconizados pelo Ministério da Saúde. RESULTADOS:
Houve o predomínio de mulheres entre 31 a 36 anos, 30,6% (n=57) da amostra. A maioria iniciou o
pré-natal no primeiro trimestre, com seis ou mais consultas. Os exames para hemoglobina e
hematócrito alcançaram percentual de 34,9% (n=65) correspondente a duas solicitações em
momentos distintos, de acordo com o Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento. A
glicemia em jejum, em sua maioria, foi requisitada em uma e duas consultas. VDRL foi solicitado
em uma consulta, assim como urina tipo 1, abaixo do preconizado. Cerca de 31,2% (n=58) da
amostra não realizou os exames citados anteriormente. CONCLUSÃO: Muitos exames não datavam
o trimestre de realização, e fatores como falta de solicitação ou falta de registro dificultou a análise
de dados, apesar disso, as carteiras provenientes do serviço básico de saúde demonstraram-se
melhor preenchidas que as clínicas particulares.
Ginecologia
18 - LEIOMIOMA COM DEGENERAÇÃO MIXÓIDE COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CISTO DA
GLÂNDULA DE BARTHOLIN
Korine Camargo de Oliveira; Giovana Cabrero; Mariana Lupchinski; Fabíola Fridman; Marília
Tramunt
Objetivo: Descrição de um relato de caso. Material e métodos: Relato de caso com base em revisão
de literatura. Resultados obtidos: Paciente B.R.F., feminina, 24 anos, nuligesta, sem comorbidades,
vem à emergência do Hospital Fêmina com lesão na região vulvar à esquerda, possivelmente
compatível com abscesso da glândula de Bartholin, sem área de flutuação. Paciente fora avaliada
pela equipe da cirurgia ginecológica, a qual suspeitou tratar-se de um cisto da glândula de
Bartholin e indicou ressecção da lesão. Identificou-se um adensamento na região da glândula, de
aproximadamente 2cm, com áreas de aspecto cístico, mas sem conteúdo no seu interior. Material
enviado ao exame anatomo-patológico, cujo resultado apresentou perfil imuno-histoquímico
compatível com leiomioma com degeneração mixóide. Conclusões: Leiomiomas são neoplasias
benignas do músculo liso e são o tipo de tumor benigno uterino de maior prevalência. Com maior
freqüência esse tumor localiza-se no miométrio uterino, podendo, no entanto, apresentar-se em
localização menos frequentes como no colo uterino, nos ovários, nas tubas uterinas, no ligamento
largo, na vagina e na vulva. A forma atípica é caracterizada pela presença de células gigantes, com
núcleos pleomórficos aumentados e, muitas vezes, múltiplos. Os leiomiomas mixóides contêm
estroma extracelular abundante e podem ser encontrados em até 12% dos leiomiomas. Estes não
têm potencial de malignidade, mas devem ser diferenciados de leiomiossarcomas mixóides, que
têm as mesmas atipias nucleares e infiltrado miometrial, porém com caráter maligno, sendo
portanto um diagnóstico diferencial relevante.
Ginecologia
20 - ANÁLISE DA POSITIVIDADE DO KI67 NO LÍQUEN ESCLEROSO ASSOCIADO AO CARCINOMA
EPIDERMÓIDE VULVAR: MARCADOR DE RISCO?
Maria Cristina Barcellos Anselmi; Gustavo Py Gomes da Silveira; Suzana Arenhart Pessini; Claúdio
Galleano Zettler
O Líquen escleroso (LE) é uma das doenças benignas mais frequentes do epitélio vulvar.
Clinicamente pode apresentar-se de formas variadas, promovendo inflamação crônica local e
aumentando o risco para malignização. A associação do LE com o carcinoma epidermóide da vulva
é bem estabelecido e pesquisadores tentam identificar alterações epiteliais precoces nas lesões
que possam predizer risco, uma vez que que os tumores originados via líquen são mais agressivos
do que os induzidos pela infecção HPV. Este estudo objetivou avaliar a expressão do ki 67 em
tumores epidermóides invasores vulvares associados ao líquen e a correlação da expressão do
marcador em áreas de líquen sem tumor (margens). Foram analisadas 41 peças de vulvectomia
radical por carcinoma epidermóide invasor com líquen associado realizadas de 1993-2007 no
Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre-RS e recebidas no Laboratório de Patologia da
instituição. A análise imunohistoquímica revelou não existir associação entre a positividade do ki67
no líquen e tamanho tumoral (p=0,880) bem como ausência de associação entre a positividade do
ki 67 no tumor e o tamanho deste (p=0,822). A positividade do ki67 no líquen e no
tumor,entretanto, apresentou associação significativa, tanto para baixa positividade quanto para
alta em ambas as lesões ( p=0,001). A pesquisa demonstrou que a análise da expressão do ki67
pode ser interessante nas lesões por líquen escleroso pois parece associar-se a risco de
transformação tumoral. Estudos prospectivos são necessários antes da adoção do ki 67 como
marcador de risco.
Ginecologia
22 - METÁSTASE EM COLO UTERINO DE CARCINOMA HIPERCALCÊMICO DE PEQUENAS CÉLULAS DO
OVÁRIO
Maria Cristina Barcellos Anselmi; Antonio Dal Pizzol Júnior; Karina Mazzarino Bassols; Suzana
Arenhart Pessini; Felipe Luzzatto
O tumor hipercalcêmico ovariano de pequenas células é uma neoplasia rara, que acomete
mulheres jovens e apresenta prognostico bastante reservado. O primeiro caso foi publicado em
1982 e menos que 250 casos foram relatados na literatura até o presente momento. A média de
idade de acometimento é de 25 anos e aproximadamente 2/3 dos casos evoluem com
hipercalcemia devido a secreção de PTH pelas células tumorais. Aproximadamente 45% dos casos
são diagnosticados em estádio III da FIGO. A sobrevida em 5 anos é muito baixa, atingindo 30% se
diagnosticada em estádio IA , sendo a maior parte dos casos diagnosticada tardiamente e não
atingindo sobrevida maior que 10%. Relatamos o caso de um tumor hipercalcêmico ovariano
metastático para o colo uterino com diagnóstico retardado devido a esta apresentação totalmente
atípica e inexistente em similaridade na literatura. A paciente apresentava 20 anos quando, por
sinusorragia, foi diagnosticada com carcinoma epidermóide invasor de colo uterino por biópsia.
Durante o período de exames de estadiamento , necessitou de laparotomia de urgência por ascite
abrupta volumosa e tumor em anexo direito. A anexectomia diagnosticou neoplasia maligna
indiferenciada com padrão epitelióide. Após quimioterapia e radioterapia a paciente evoluiu com
tumor em adrenais sendo então revisado o caso e a imunohistoquímica revelou tratar-se de tumor
hipercalcêmico ovariano metastático. Apesar da ressecção adrenal, houve metástase volumosa
também para mama e várias outras para o SNC , com óbito da paciente em menos de 3 anos a
partir do diagnóstico do tumor em colo. Este é o primeiro caso da literatura revisada com esta
apresentação e evolução.
Ginecologia
23 - HISTÓRIA GINECOLÓGICA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM MULHERES IDOSAS RESIDENTES NO
MUNICÍPIO DE CHAPECÓ (SC)
Jéssica Tozzatti; Patricia Pereira de Oliveira; Luana Paula Girondi; Daniela Stefanon
Projeto de pesquisa fomentado pelo CNPq - Edital nº 278, Reitoria 2013 - UNOCHAPECÓ
INTRODUÇÃO: A incontinência urinária (IU) é um problema de saúde com importante impacto
qualidade de vida. É definida como toda perda involuntária de urina e tem a história ginecológica
entre os principais fatores de risco associados. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado na
cidade de Chapecó – SC, durante o período de novembro de 2013 à janeiro de 2014. A população
foi composta por 50 idosas (>60anos), atendidos de forma aleatória no ambulatório do idoso,
posteriormente classificados em dois grupos, com IU (n=29) e sem IU (n=21). O objetivo do estudo
foi verificar a relação entre a história ginecológica e IU em idosas de Chapecó – SC. RESULTADOS: A
faixa etária prevalente foi entre 60 e 69 anos, com mediana da idade entre os grupos similar, 68 e
69 anos. O tipo de IU mais prevalente foi a mista (48,3%), seguida de IU de esforço (37,9%). A
frequência das perdas urinárias é predominantemente esporádica (48,3%), porém em 27,6% das
pacientes é diária. Os sinais e sintomas prevalentes foram perda por esforço (86,2%) e noctúria
(86,2%). Todas as mulheres estavam na menopausa e 34%% das pacientes já realizaram terapia de
reposição hormonal (TRH), porém destas, 82,34% usaram há mais de um ano. Não foi encontrada
relação de incontinência urinária e TRH. Em relação ao tipo de parto e paridade, observou-se uma
maior ocorrência de partos normais e multíparas em pacientes com IU. Parto normal com RR=2,0
(IC 1,18 – 1,52; p 0,48). Não foi observada relação da existência de IU com cirurgia ginecológica
previa (laqueadura, histerectomia e/ou ooforectomia). CONCLUSÃO: Embora a gestação, parto
normal, aumento da paridade e envelhecimento pareçam ser fatores coadjuvantes da
incontinência urinária, não evidenciamos relação em nosso estudo, provavelmente devido ao n
restrito.
Ginecologia
25 - ATUAÇÃO FISIOTERAPEUTICA NOS DISTÚRBIOS E QUEIXAS ASSOCIADAS DE PACIENTES COM
LEIOMIOMA: PROJETO PILOTO
Camila Melize Ianelli; Rayanne Lisboa; Ebe dos Santos Monteiro
Os leiomiomas uterinos, também conhecidos como fibróides, fibromas ou miomatose uterinas são
os tumores pélvicos sólidos mais frequentemente diagnosticados com incidência de até 30% em
mulheres em idade reprodutiva. Em sua maioria são assintomáticos, mas em alguns casos podem
causar menometrorragias abundantes, sensação de peso pélvico, obstipação intestinal,
incontinência esfincteriana urinária, urgência miccional, queixas álgicas severas por compressão de
estruturas adjacentes e subfertilidade. Mais raramente, mas também descritos estão a estase
venosa dos membros inferiores e possível tromboflebite. O ambulatório de Climatério da
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) atende pacientes em investigação e tratamento de
miomatose. Dentre as atividades ambulatórias que incluem diagnóstico (ultrassonografia),
atendimento médico e psicológico, foi implantado também grupo de sala de espera
multiprofissional que conta com Fisioterapeutas, Enfermeiras e Psicólogas para esclarecimento de
dúvidas, informações sobre a patologia e tratamento. Através deste grupo foram identificadas
queixas como dores musculares, especialmente em região lombar, dor pélvica crônica, dispareunia,
obstipação, urgência e aumento da frequência miccional, sensação de esvaziamento vesical
incompleto, incontinência urinária de esforço, edema em membros inferiores e fadiga a médios
esforços. Sendo assim, propomos um programa de atenção fisioterapêutica no qual serão inclusas
todas as pacientes inscritas no ambulatório, com diagnóstico de mioma, sendo a participação livre.
Não há critérios de exclusão. Os objetivos do grupo são: Corrigir possíveis alterações posturais;
Reduzir sintomas algicos; Melhorar hábitos urinários; Melhorar hábitos intestinais; Promover
hábitos de vida saudáveis; Promover melhora da capacidade física geral; Evitar eventos
tromboembólicos e melhorar a circulação venosa periférica.
Ginecologia
29 - PREVALÊNCIA DA REPRESENTATIVIDADE DA JUNÇÃO ESCAMO-COLUNAR EM DIFERENTES
FAIXAS ETÁRIAS NAS MACRORREGIÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 2009 A 2013
Guilherme Lovison Dagnese; Lucas Cappelletti; Guilherme Lovison Dagnese; Victório Zannella
Netto; Nicole Reis; Priscila Ferreira Cortez; Mariana Grossi; Luciano Nunes Duro
INTRODUÇÃO O exame citopatológico de colo uterino (CP) é de fundamental importância quando
realizado de maneira satisfatória, ou seja, com representatividade da Junção Escamo Colunar (JEC);
pois essa é a sede da maioria das alterações celulares neoplásicas e pré-neoplásicas. OBJETIVO
Nesse trabalho, propôs-se analisar a prevalência de representatividade da JEC nas populações de
acordo com a faixa etária alvo e não-alvo, segundo o Ministério da Saúde. METODOLOGIA
Realizou-se um estudo observacional descritivo do tipo ecológico com dados coletados no
SISCOLO, referentes às macrorregiões brasileiras no período de 2009 a 2013. RESULTADOS Foram
encontradas representatividade de JEC em 63% da amostra na Região Sul; 57% no Sudeste; 62% no
Centro Oeste; 56%, no Nordeste; e 66% no Norte. A razão de prevalência de representatividade de
JEC da população alvo pela população não-alvo foi no Sul 1,02 (p<0,05); Sudeste 1,08 (p<0,05);
Centro-Oeste 0,99 (p<0,05); Nordeste 1,06 (p<0,05); e Norte 1,00 (p<0,05). CONCLUSÃO Em todas
as regiões brasileiras foi encontrada maior representatividade de JEC na população-alvo com
significância estatística, exceto no Centro-Oeste, onde se obteve maior representatividade na
população não-alvo. Todas obtiveram um baixo índice de representatividade da JEC, variando de
56% a 66%. Isso evidencia que é necessário um maior controle de qualidade do exame. Não é
possível, porém, a partir desse estudo inferir em qual etapa do processo encontra-se a falha, se é
na técnica de coleta, ou no armazenamento, no transporte ou na análise do material coletado. É
crucial buscar e sanar os defeitos para que, somente assim, seja assegurada a real proteção à
população que é preconizado pelo Sistema Único de Saúde.
Ginecologia
36 - ANÁLISE DA EFETIVIDADE DE ORIENTAÇÕES SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES NA GESTAÇÃO
PARA AS GESTANTES DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO INTERIOR
Guilherme Toso; Patrícia Micheli Tabile; Janine Koepp; Catiane Cristine Ferreira Amelini; Elaine
Muller; Thaís Wilke Bernhard
Introdução: O grupo de gestantes possibilita o intercâmbio de experiências e é considerado uma
forma de compreensão da gestação. Objetivos: Avaliar a efetividade das orientações em uma
oficina no grupo de gestantes. Métodos: Estudo quantitativo e qualitativo, a partir da aplicação de
um questionário pré-capacitação e o mesmo após a capacitação sobre hábitos alimentares na
gestação, com gestantes que frequentam o grupo de gestantes da ESF Menino Deus, em Santa
Cruz do Sul, em julho de 2014. Resultados: Participaram da atividade 6 gestantes. Antes da
atividade de orientação, quatro gestantes (66,66%) responderam que se alimentar mais de cinco
vezes ao dia é saudável, enquanto que uma gestante (16,67%) considerou que esse fracionamento
alimentar faria engordar e outra (16,67%) que isso seria maléfico para o bebê. Após a atividade,
todas entenderam a importância de fracionar a alimentação. Todas responderam que é importante
a ingestão de frutas e verduras durante a gestação e isso foi mantido na aplicação do questionário
pós-orientação. Sobre o ácido fólico, duas gestantes (34,44%) responderam que não sabiam o que
era e após a orientação todas responderam que o conheciam. Quanto a alimentos que contém
ferro, 4 gestantes (66,66%) citaram o feijão, sendo que uma escreveu saladas e outra não
respondeu a pergunta. Mesmo após a orientação o feijão continuou como alimento de eleição
relacionado ao ferro. Em relação a importância de não utilizar álcool e outros drogas (como
cigarro), 2 gestantes (34,44%) não consideraram importante e após a atividade, todas comentaram
que seria importante o não uso desse tipo de substância porque isso seria passado para o bebê e
poderia causar danos, como mal formação. Conclusões: A atividade propiciou uma mudança no
entendimento das gestantes frente a hábitos alimentares saudáveis, principalmente no que se
refere a fracionar a alimentação e se alimentar de forma mais saudável.
Ginecologia
40 - MARGEM COMPROMETIDA EM PEÇAS DE CONIZAÇÃO A FRIO DO COLO DO ÚTERO POR LESÃO
INTRAEPITELIAL CERVICAL: PREVALÊNCIA E RESULTADOS DO SEGUIMENTO
Renata Volcan Almeida; Suzana Pessini; Mila Pontremoli; Débora Todeschini; Daiane Gottleib
INTRODUÇÃO: Conização é o tratamento de escolha da Lesão Intraepitelial de Alto Grau (LIEAG) do
colo uterino. O comprometimento das margens é importante para predizer recidiva/recorrência. A
conduta nos casos de margens comprometidas pode ser conservadora ou cirúrgica a depender do
caso. MATERIAIS E MÉTODOS: Selecionamos pacientes do Serviço de Ginecologia do Complexo
Hospitalar Santa Casa submetidas a conização a frio no período abril/2004 a outubro/2010.
Excluiram-se as pacientes com lesão invasora no anatomopatológico. RESULTADOS: 288 pacientes
foram submetidas a conização. O comprometimento das margens foi de 17% (4,2% com limite
ectocervical, 83,3% endocervical e 12,5% ambos). As LIEAG representaram 95,8% dos casos, as
LIEBG foram 2,1%, mesmo valor encontrado para adenocarcinoma in situ. As pacientes com limite
comprometido foram mantidas sob seguimento periódico ou submetidas a um novo
procedimento. Os achados anatomopatológicos nas reintervenções foram: 3% doença invasora,
52% LIEAG, 18% LIEBG e 27% sem lesão. DISCUSSÃO: Prevalência maciça de LIEAG deve ser
ponderada, pois frequentemente as lesões iniciais são tratadas com cirurgia de alta frequência no
nosso serviço. A decisão de reintervenção ou acompanhamento das pacientes com limite positivo
é individualizada pesando a possibilidade de adesão ao segmento e desejo de manter a fertilidade.
A literatura mostra segurança no seguimento dessas pacientes; no entanto, no nosso serviço,
68,8% foram submetidas a um novo procedimento. Destacamos que o perfil sócio-econômico das
pacientes dificulta seu seguimento. Identificamos que 73% das pacientes submetidas a
reintervenção apresentavam alguma lesão. CONCLUSÃO: A frequência de margem positiva
encontrada é compatível com a literatura, assim como o predomínio do acometimento
endocervical. A alta prevalência de lesão de alto grau se justifica pelo aumento da utilização de
CAF nas lesões iniciais. O índice elevado de lesão residual na peça de reintervenção deve ser
considerado ao avaliar cada paciente, porém o seguimento mostrou-se opção adequada.
Ginecologia
42 - DISFUNÇÃO SEXUAL APÓS HISTERECTOMIA: RELATOS DE CASOS E A EXPERIÊNCIA NO
AMBULATÓRIO DE SEXOLOGIA.
Indiara da Rosa Velho; Janete Vettorazzi; Heitor Hentschel
A histerectomia é uma das principais cirurgias ginecológicas, cerca de 20% a 30% das mulheres
estão sujeitas a esta cirurgia até a sexta década de vida. As disfunções sexuais estão presentes em
cerca de 50% das mulheres. No Ambulatório de Sexologia atendemos um número importante de
pacientes com piora da função sexual após histerectomia. Abaixo apresentamos três casos
ilustrativos. Caso 1: M.N., 38 anos, casada há 6 anos, do lar. Histerectomia há dois anos por
miomatose. Procurou o ambulatório de sexologia onze meses após procedimento com desejo
sexual hipoativo e anorgasmia secundária que se iniciaram após cirurgia. Caso 2: L.M., 33 anos,
casada há um ano e cinco meses, doméstica. Histerectomia há um ano por prolapso uterino. Foi
atendida no ambulatório de sexologia dois meses após procedimento com queixa de dificuldade
para atingir orgasmo. Caso 3: P.T., 45 anos, solteira, do lar. Histerectomia há um ano por prolapso
uterino. Procurou o ambulatório de sexologia um ano após procedimento com queixa de
dispareunia. Discussão A análise destes casos permite observar que é fundamental a orientação
pré-operatória do casal e ouvir suas expectativas em relação à sexualidade. É necessário desfazer
mitos, como necessidade de orgasmos simultâneos, ausência de autoconhecimento, dificuldades
em relação à intimidade. Embora estes fatores possivelmente já estivessem presentes antes da
cirurgia, observa- se que eles se intensificam após o procedimento. O ginecologista tem papel
fundamental no diagnóstico precoce e no tratamento inicial das disfunções sexuais.
Ginecologia
45 - QUOCIENTE SEXUAL DAS PACIENTES AVALIADAS NO AMBULATÓRIO DE CLIMATÉRIO DE UM
HOSPITAL DE ENSINO DO SUL DO PAÍS.
Luzia Fernanda Lucena; Raquel Pappandreus Dibi; Maitê Belló Jotz; Priscila Araújo; Carla M. D. M.
Vanin
Introdução: A sexualidade é reconhecida como um dos pilares da qualidade de vida. Durante o
climatério, fatores emocionais, culturais e fisiológicos podem interferir significativamente das
queixas sexuais relacionadas com o desejo sexual, disfunção de orgasmo e dispareunia.
Questionários de quociente sexual podem ajudar na avaliação destas pacientes, e através dos
resultados e consequentes intervenções, melhorarem a vida sexual das mulheres nesta fase da
vida. Objetivo: Avaliar a função sexual das mulheres no climatério Metodologia: Delineamento:
Estudo transversal. Critérios de inclusão: Foram incluídas 212 pacientes, sexualmente ativas, do
ambulatório de Climatério do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre que concordaram
em responder questionário que avalia o perfil sexual, validado no Brasil, este questionário de
simples escolha, classifica o perfil sexual em nulo a ruim, ruim a desfavorável, desfavorável a
regular, regular a bom, e bom a excelente de acordo com a pontuação das respostas. Análise
estatística: Os dados foram analisados pelo programa SPSS 18® para Windows, através do Teste de
Mann-Whitney e da correlação do coeficiente de Spearman. Resultados: 21,1% das pacientes
apresentam perfil sexual nulo ou ruim, 23,1% ruim a desfavorável, 25,1% desfavorável a regular,
22,1% regular a bom, e 8,5% bom a excelente. Quanto mais próximo à idade da menopausa da
paciente melhor o perfil sexual(p 0,016). Pacientes com queixas de ressecamento vaginal
apresentaram um quociente sexual pior(p 0,002) quando comparadas com as pacientes que
referiram queixas de fogacho, irritabilidade, insônia e/ou diminuição da libido. Quando avaliamos o
tempo tempo de uso dos tratamentos e os diferentes tipos de tratamentos utilizados não
encontramos diferença estatística entre a melhora ou a piora do perfil sexual(p 0,48). Conclusão:
Nas pacientes climatéricas, o perfil sexual parece ser melhor quanto menor o tempo de
menopausa. Em relação aos sintomas climatéricos, na nossa amostra, o ressecamento vaginal
relacionou-se com o pior quociente sexual foi.
Ginecologia
48 - PERFIL DAS PACIENTES COM ENDOMETRIOSE PROFUNDA ACOMPANHADAS EM UM
AMBULATÓRIO DE GINECOLOGIA DE UM SERVIÇO TERCIÁRIO DE REFERÊNCIA DE PORTO ALEGRE:
EXPERIÊNCIA INICIAL
Noadja Tavares de França; Gabriela Forest Gallina; Sônia Maria Fior; Carla Maria De Martini Vanin;
Suzane Beirão De Almeida; Rafaella Gehm Petracco; Raquel Papandreus Dibi
INTRODUÇÃO: A ENDOMETRIOSE É DEFINIDA COMO A PRESENÇA DE TECIDO ENDOMETRIAL FORA
DO ÚTERO. É DIAGNOSTICADA EM CERCA DE 20% DAS MULHERES COM DOR PÉLVICA CRÔNICA E
EM ATÉ 60% DAQUELAS COM HISTÓRIA DE INFERTILIDADE. OS LOCAIS MAIS FREQUENTES PARA
SUA MANIFESTAÇÃO SÃO O OVÁRIO, O PERITÔNIO E O INTESTINO, E, MENOS COMUMENTE, A
BEXIGA E OS URETERES. A ENDOMETRIOSE PROFUNDA É DEFINIDA COMO A PRESENÇA DE LESÃO
ENDOMETRIÓTICA QUE PENETRA O ESPAÇO RETROPERITONEAL NUMA PROFUNDIDADE SUPERIOR
A 5 MM OU QUANDO EXISTE ACOMETIMENTO VESICAL OU INTESTINAL. É CARACTERISTICAMENTE
UMA DOENÇA INVASIVA E PROGRESSIVA. ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO AVALIAR O PERFIL
DAS PACIENTES COM ENDOMETRIOSE PROFUNDA DE UM AMBULATÓRIO TERCIÁRIO DE UM
SERVIÇO DE REFERÊNCIA DE PORTO ALEGRE. RESULTADOS: FORAM REVISADOS PRONTUÁRIOS DE
12 PACIENTES. A MÉDIA DE IDADE FOI 38,8 ANOS (IDADE MÍNIMA DE 31 ANOS E IDADE MÁXIMA
DE 53 ANOS). SEIS PACIENTES (50%) ERAM NULIGESTAS. O SINTOMA MAIS FREQUENTEMENTE
ENCONTRADO FOI DOR PÉLVICA CRÔNICA, PRESENTE EM 11 DAS 12 PACIENTES. TRÊS DELAS
APRESENTAVAM INFERTILIDADE, ALÉM DE TAMBÉM APRESENTAREM DOR PÉLVICA CRÔNICA.
APENAS UMA DELAS ERA ASSINTOMÁTICA. UMA DELAS APRESENTAVA HEMATÚRIA. O
ACOMETIMENTO MAIS FREQUENTEMENTE ENCONTRADO FOI O INTESTINAL (EM 50% DAS
PACIENTES). COMPROMETIMENTO VESICAL, VAGINAL OU OVARIANO FOI ENCONTRADO EM 25%
DOS CASOS. DAS 12 PACIENTES, 5 JÁ TINHAM SIDO SUBMETIDAS A PROCEDIMENTO CIRÚRGICO.
CONFORME ACHADOS DE EXAMES DE IMAGEM, EM UM CASO HAVIA COMPROMETIMENTO DE
LIGAMENTOS ÚTERO-SACROS E EM OUTRO, COMPROMETIMENTO PARAMETRIAL, NO ENTANTO,
SABEMOS QUE ESSES SÃO ACHADOS TRANSOPERATÓRIOS MAIS FREQUENTES DO QUE A
FREQUÊNCIA RELATADA EM AVALIAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS ATRAVÉS DE EXAMES DE IMAGEM.
CONCLUSÃO: O PERFIL DA PACIENTE COM ENDOMETRIOSE PROFUNDA ACOMPANHADA EM
NOSSO SERVIÇO CORROBORA OS DADOS ENCONTRADOS NA LITERATURA. OS SINTOMAS MAIS
ENCONTRADOS FORAM DOR PÉLVICA CRÔNICA E INFERTILIDADE E O ACOMETIMENTO MAIS
COMUM FOI O INTESTINAL.
Ginecologia
50 - FASCEITE NECROTIZANTE: UM DESAFIO DIAGNOSTICO E TERAPEUTICO
Mariana Magalhães; Jaqueline Neves Lubianca
Fasceíte necrotizante é uma infecção bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva que resulta
em altos índices de morbi-mortalidade se não diagnosticada e tratada em seus estágios iniciais. O
diagnóstico diferencial deve ser feito principalmente com celulite, sendo necessário um alto índice
de suspeição para o diagnóstico clínico. Classifica-se a Fasceíte necrotizante como tipo I, quando
causada por flora mista de anaeróbios e outras bactérias, e tipo II, quando causada pelo GAS
isolado ou associado ao Staphylococcus aureus. Os fatores predisponentes incluem: doenças
crônicas e malignas, abuso de álcool, uso de drogas endovenosas, lesões da pele como varicela,
úlceras crônicas, psoríase, cirurgia, traumas abertos e fechados, entre outros. Clinicamente
destacam-se: a dor intensa, o edema grave, a rápida progressão e a resposta pobre à
antibioticoterapia. O diagnóstico é confirmado na intervenção cirúrgica, com a evidência de
necrose da fáscia superficial. O tratamento deve ser precoce, com antibióticos de amplo espectro,
desbridamento cirúrgico agressivo e medidas de suporte clínico e nutricional. Para ilustrar a
necessidade do diagnóstico clinico precoce e desbridamento cirúrgico imediato associado à
antibioticoterapia de amplo espectro, será relatado o caso de paciente submetida a histerectomia
abdominal por miomatose uterina e mioma parido. No quarto dia de pós-operatório, apresentou
infecção de ferida operatória caracterizada por extensa necrose subcutânea e de fáscia muscular,
sem comprometimento de pele, associada a picos febris isolados. A mesma foi submetida a
desbridamento cirúrgico precoce com preservação da aponeurose viável e recebeu
antibióticoterapia de amplo espectro com piperacilina e tazobactam. Paciente evoluiu
favoravelmente, sendo possível a reaproximação de bordos cirúrgicos, facilitando, assim, o
fechamento de ferida operatória por segunda intenção.
Ginecologia
53 - CONIZAÇÃO POR CIRURGIA DE ALTA FREQUÊNCIA DE COLO UTERINO. EXPERIÊNCIA DE 10
ANOS EM HOSPITAL TERCIÁRIO DE PORTO ALEGRE
Gustavo Py Gomes Da Silveira; Suzana Arenhart Pessini; Mila Pontremoli Salcedo; Elisa Fermann
Morais; Debora Poletto Todeschini
A lesão intraepitelial escamosa (LIE) é precursora do câncer de colo uterino e tem grande
prevalência na população brasileira. Apresenta excelentes taxas de cura, de modo que a doença
invasiva pode ser facilmente evitável. A conização por cirurgia de alta frequência (CAF) é uma
prática segura, rápida, de baixo custo e com baixa taxa de complicação. Foi feito um estudo
retrospectivo de 10 anos com análise de 713 prontuários de pacientes submetidas a CAF do colo
uterino entre janeiro de 2002 e janeiro de 2012. Foram registrados para a análise: histopatologia,
tamanho do espécime cirúrgico e avaliação das margens cirúrgicas, bem como idade e tabagismo.
A análise final foi feita com 425 casos de LIE: 291 (68,5%) apresentaram margens livres e 134
(31,5%)margens comprometidas, das quais 43,3% endocervical, 12,7% ectocervical e 44% ambas.
A diferença média de idade de 3,3 anos para mais e grau de lesão (NIC III) apresentaram correlalão
com margens positivas (p=0,002 e 0,001, respectivamente). Profundidade do cone e tabagismo
não apresentaram correlação estatística. Nosso estudo corrobora os dados já descritos na
literatura com dados de prevalência de mrgens positivas por CAF semelhantes aos descritos pela
técnica tradicional a frio, com as vantagens da CAF de ser procedimento mais rápido, de menor
custo e com menores taxas de complicação, com resultados semelhantes em termos de
comprometimento de margens.
Ginecologia
54 - AVALIAÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DE PÓLIPOS ENDOMETRIAIS EM PACIENTES PÓSMENOPÁUSICAS
Raquel Papandreus Dibi; Carla Vanin; Sofia Noskoski; Claudio Zettler; Josiane Borges; Rafaela Pinto
Ribeiro; Gustavo Py Gomes Da Silveira; Sergio Kato
INTRODUÇÃO: Os pólipos são achados comuns na pós-menopausa. Sua prevalência na população
geral varia de 3 a 25%, com uma malignização em torno de 10.7%. Ainda não existe na literatura
um consenso sobre a patogênese e o real efeito do tamoxifeno nos receptores hormonais dos
pólipos endometriais em pacientes pós- menopáusicas. OBJETIVO: Avaliar a expressão dos
receptores hormonais e dos marcadores de proliferação/apoptose (ki-67 e Bcl-2) nos pólipos
endometriais de pós menopáusicas não usuárias e usuárias de tamoxifeno. MATERIAL E MÉTODOS:
46 pacientes pós- menopáusicas, entre 47 e 86 anos, com sangramento pós menopáusico. Foram
submetidas à ressecção histeroscópica de pólipo endometrial.Quatorze pacientes estavam em uso
de tamoxifeno, as demais sem uso de medicações hormonais. Para a análise imuno-histoquímica
foi utilizado o kit ADVANCEΤΜ HPR (DakoCytomation®) para detecção do Ki-67, Bcl2, REe RP.
RESULTADOS: avaliamos o componente glandular dos pólipos e encontramos uma expressão de
96,9% de RP nos pólipos de não usuárias de Tamoxifeno e de 92,3% nas usuárias (p0, 499).Todos os
pólipos de não usuárias de tamoxifeno expressaram RE e 92,3% das usuárias de tamoxifeno
também foram RE positivas nos pólipos avaliados (p0,295). Encontramos uma expressão de 75% de
ki-67 em pólipos de usuárias de tamoxifeno e de 82,8% em não usuárias. Todas apresentaram
expressão de Bcl-2 nos pólipos endometriais. CONCLUSÕES: O tamoxifeno, não alterou a expressão
dos receptores hormonais significativamente em comparação com as não usuárias. Não houve
diferença entre os grupos na expressão do ki-67 e do Bcl-2, ambos apresentaram inibição da
apoptose demonstrada através da expressão do Bcl-2 em todos os casos incluídos no estudo. Este
achado reforça a teoria de que pólipos crescem por inibição da apoptose e não por proliferação
celular isolada.Nas pós- menopáusicas a apoptose parece ocorrer independentemente dos
mecanismos de controle dos receptores de estrogênio e dos receptores de progesterona.
Ginecologia
56 - AVALIAÇÃO E MANEJO DOS SINTOMAS CLIMATÉRICOS DAS PACIENTES DE UM AMBULATÓRIO
TERCIÁRIO DE PORTO ALEGRE
Luzia Fernanda Lucena; Carla M. D. M. Vanin; Raquel Pappandreus Dibi; Maitê Belló Jotz; Priscila
Araújo; Noadja Tavares França
Introdução: A diminuição dos hormônios sexuais decorrente da falência ovariana pode
desencadear aparecimento de diversos sintomas, como fogachos, cefaléia, irritabilidade,
depressão e diminuição da libido, etc... O grau de sintomatologia climatérica pode ser avaliado
pelo Índice de Blatt-Kupperman, questionário simples, que atribui a cada sintoma climatérico um
escore de gravidade. Metodologia: Estudo transversal incluindo pacientes do ambulatório de
Climatério do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre que concordaram em responder o
questionário de Blatt-Kupperman avaliando os sintomas climatéricos. Intervenção com estrogênio
tópico, terapia hormonal (TH), fitoterápicos, antidepressivos, ansiolíticos, óleos de prímula, linhaça
e lubrificantes/hidratantes vaginais com duração de 0, primeira consulta, a 24 meses. Análise
estatística: Coeficiente de correlação de Spearman, programa SPSS 18 ® Resultados: Entrevistadas
212 pacientes de julho de 2013 a maio de 2014 com as médias: idade de 54 anos (28,0-74,0);
menarca de 13 anos (9,0-19,0); menopausa: 46 anos (28,0-58,0). Apresentavam sintomas: leves:
35,5% , moderados; 49,3% e intensos: 15,3%. Tempo de tratamento e intensidade dos sintomas:
sem diferença estatística (p 0,352). Fogachos como principal queixa:pontuações maiores na escala
de Kupperman (p 0,001). Irritação, secura vaginal, etc.. pontuação menor (p 0,098), sem diferença
estatística. Quanto mais severos os sintomas maior a associação de tratamentos (p 0,042). Óleo de
linhaça e óleo de prímula, quando comparados com os outros tratamentos, apresentaram pior
escore (p 0,038). Antidepressivos comparados aos outros tratamentos teve diferença
estatisticamente significativa (p 0,002). Demais tratamentos: estrogênio tópico, TH, fitoterápicos,
ansiolíticos e lubrificantes/hidratantes vaginais não apresentaram diferença estatísticas em relação
à intensidade dos sintomas. Conclusão: O questionário permite avaliar a intensidade dos sintomas
e direcionar melhor tratamento. Nossos resultados corroboram com outros estudos demonstrando
que a prescrição de TH é superior ao tratamento com o uso de antidepressivos. Em concordância
com a literatura, os medicamentos fitoterápicos não demonstraram melhora na intensidade dos
sintomas climatéricos.
Obstetrícia
6 - ÍNDICE DE PARTO PREMATURO EM MULHERES NOS EXTREMOS DE IDADE
Patrícia Micheli Tabile; Mariana Crespo Pires; Ivana Meiger Fuhrmann; Guilherme Toso
Leandro Luís Assmann; Raquel Montagna Teixeira; Rodrigo Cesar Matras
Introdução: O aumento na incidência da gravidez nos extremos da vida reprodutiva, adolescência
(antes dos 20 anos de idade) e idade avançada (maior que 35 anos de idade), já se tornou uma
realidade. Observa-se que a literatura descreve muitos impactos negativos nas gestações de
mulheres nos extremos da vida reprodutiva, gerando riscos maternos e perinatais, como o
trabalho de parto prematuro. Objetivo: Avaliar a relação entre os partos prematuros (PP) e a idade
materna (IM). Metodologia: Estudo transversal de natureza quantitativa através da análise do
caderno da maternidade do Hospital Santa Cruz (HSC), situado em Santa Cruz do Sul (RS), no
período de janeiro a abril de 2014. A variável idade materna foi classificada em adequada e
extremos de idade, sendo incluídas nesse último critério as mulheres com menores de 20 anos e
maiores de 35 anos. Resultados: No período analisado aconteceram no HSC 714 partos, sendo que
91 casos (12,75%) foram PP. A média da IM foi de 29 anos nesses casos, sendo a menor idade 13
anos e a maior 42 anos. Destes PP, 36,1% ocorreram em mulheres nos extremos de idade,
correspondendo a 14,2% em mulheres menores de 20 anos e 21,9% em maiores de 35 anos.
Conclusão: Assim, percebe-se que pode haver uma relação entre a ocorrência de PP e a IM,
principalmente pela expressiva prevalência de PP em mulheres nos extremos de idade, podendose considerar projetar formas de analisar mais profundamente as razões por isso acontecer.
Obstetrícia
7 - NÚMEROS DE CONSULTAS PRÉ-NATAIS E SUA RELAÇÃO COM O TRABALHO DE PARTO
PREMATURO
Patrícia Micheli Tabile; Ivana Meiger Fuhrmann; Mariana Crespo Pires; Raquel Montagna Teixeira;
Guilherme Toso; Rodrigo Cesar Matras; Leandro Luís Assmann
Introdução: O objetivo do pré-natal é garantir uma gestação segura para a mãe e o nascimento de
um bebê saudável. De acordo com a OMS, o número de consultas de pré-natal preconizadas para
mulheres com gestação não complicada deverá ser de, no mínimo, 6, sendo realizadas
mensalmente até a 28ª semana, quinzenalmente da 28ª até a 36ª semana e semanalmente da 36ª
semana até o parto. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde devem ser realizadas no mínimo 6
consultas, sendo efetuadas preferencialmente: uma no primeiro trimestre, duas no segundo
trimestre e três no terceiro trimestre de gestação. Hoje, muitas mulheres ainda deixam de
procurar atendimento, aumentando o risco de trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e
eclâmpsia, amniorrexe prematura, óbito fetal, entre outros problemas identificáveis durante a
gestação. Objetivos: Analisar, entre as gestantes que evoluíram para trabalho parto prematuro, a
frequência de consultas pré-natais realizadas, em comparação com o número de consultas prénatais preconizadas. Metodologia: Estudo transversal de natureza quantitativa através da análise
do caderno da maternidade no Hospital Santa Cruz (HSC), situado em Santa Cruz do Sul (RS), de
janeiro a abril de 2014. Resultados: No HSC, aconteceram 714 partos no período analisado, sendo
que 12,75% foram PP (91 casos). Avaliando apenas os casos de PP, a média de consultas pré-natais
foi de 6,73 consultas, variando de 0 a 14 consultas, sendo 6 o número mais frequente (19,78%).
Desses PP, 35,1% (32 casos) ocorreram em mulheres com número de consultas menores ou igual a
5 e 64,8% (59 casos) ocorreram em mulheres com 6 ou mais consultas pré-natais. Conclusão: A
partir dos resultados obtidos, observou-se que a maioria das gestantes teve o número de consultas
pré-natais preconizado, dessa forma pode-se dizer que consultas pré-natais deficientes não foi o
fator causal de PP mais importante.
Obstetrícia
8 - PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: PREVALÊNCIA DE FATORES DE RISCO
Patrícia Micheli Tabile; Gabriela Hochscheidt Mahl; Juliana Fischborn; Thais Weiss
Introdução: A gestação dá-se, na maior parte dos casos, sem intercorrências; porém, há uma
parcela de gestantes, portadoras de fatores de risco específicos, que apresentam maiores
probabilidades de evolução desfavorável. A maioria das mortes e complicações que surgem
durante a gravidez, parto e puerpério são preveníveis. Objetivos: Avaliar os fatores que levam as
grávidas das unidades de saúde da família serem encaminhadas para o pré-natal de alto risco em
um centro de atendimento especializado. Metodologia: Estudo transversal de natureza
quantitativa através da análise de prontuários das pacientes agendadas no pré-natal de alto risco
do Centro Materno Infantil de Santa Cruz do Sul, no período de janeiro a maio de 2014.
Resultados: Das 80 gestantes analisadas, 43 (53,75%) foram encaminhadas para o pré-natal de alto
risco pela idade menor de 19 anos, enquanto que 12 (15%) por idade maior de 35 anos. Diabetes
mellitus gestacional (DMG) gerou 11 encaminhamentos (13,75%), enquanto que hipertensão
arterial sistêmica gestacional (HASG) somente 2 (2,50%) . A infecção por sífilis contribuiu com 3
encaminhamentos (3,75%) e toxoplasmose com 1 encaminhamento (1,25%). Três pacientes
(3,75%) foram encaminhadas por gestação gemelar. O tabagismo e obesidade corresponderam a 2
encaminhamentos (2,50%) cada um e uma gestante foi encaminhada por anemia severa (1,25%).
Conclusões: Pode-se constatar que a maior parte das gestantes analisadas se enquadra no prénatal de alto risco por terem menos de 19 anos e que outra parcela significativa das gestantes por
ter idade maior de 35 anos. Assim, entende-se a importância de ações educativas que enfoquem
na temática, haja vista que a informação é a maneira de prevenir esse panorama de gravidez
indesejada, tanto na adolescência como na idade mais senescente.
Obstetrícia
9 - PREMATURIDADE: PREVALÊNCIA DA VIA DE PARTO VAGINAL E CESÁREA
Guilherme Toso; Raquel Montagna Teixeira; Ivana Meiger Fuhrmann; Mariana Crespo Pires;
Leandro Assmann; Rodrigo Cesar Matras; Patrícia Micheli Tabile
Introdução: A prematuridade é um dos grandes desafios da obstetrícia contemporânea,
principalmente quando se trata da escolha pela via de parto ideal. De acordo com a literatura,
observa-se dificuldade na definição da melhor via de parto para recém-nascidos prematuros. No
entanto, a via de parto vaginal deve ser tentada caso não exista outras intercorrências clínicas e/ou
obstétricas. Objetivos: Analisar a relação de parto vaginal e parto cesárea em recém-nascidos
prematuros. Metodologia: Estudo transversal de natureza quantitativa através da análise do
caderno da maternidade no Hospital Santa Cruz (HSC) situado em Santa Cruz do Sul - RS, de janeiro
a abril de 2014. Resultados: Aconteceram 714 partos no HSC no período analisado, 91 desses
foram partos prematuros, 12,75% dos casos. Destes partos prematuros, 32,9% (30 casos)
ocorreram por via vaginal e 67,1% (61 casos) através de parto cesárea. Conclusão: Percebe-se que
há uma alta prevalência de parto cesárea em relação a parto vaginal no HSC quando se trata de
prematuridade ao nascer. Dessa maneira, parece haver influência da prematuridade no momento
da escolha pela melhor via de parto, com maior predileção pela via de parto cesárea.
Obstetrícia
13 - SÍFILIS CONGÊNITA COMO UM DESAFIO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: RELATO DE CASO
Jéssica Chaves; Bianca Ghignatti; Camila Braga Derlan; Débora Cristina Haack Bassani
Lia Possuelo; Janine Koepp
Introdução: a sífilis congênita (SC) é o resultado da disseminação hematogênica do Treponema
pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por
via transplacentária. As consequências dessa transmissão incluem aborto, morte fetal, parto
prematuro, recém-nascidos (RNs) com sinais clínicos da doença, e, mais frequentemente, crianças
infectadas assintomáticas ao nascimento, com cerca de 2/3 destas desenvolvendo sintomas por
volta da 3a a 8a semana de vida. Objetivo: Avaliar as consequências da SC não tratada durante o
período pré-natal e suas repercussões para o feto. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com
uma abordagem qualitativa, do tipo relato de caso, realizado na maternidade de um hospital do
interior do estado do Rio Grande do Sul. Foi feita uma consulta ao prontuário da paciente, com
coleta das informações referentes ao pré-natal e ao feto. Resultados: S.O., 19 anos, solteira,
procedente de Santa Cruz do Sul, chega ao centro obstétrico com sangramento vaginal, dor em
baixo ventre e ausência de movimentos fetais. Primípara, com idade gestacional de 29 semanas,
realizou menos de 6 consultas no pré-natal, com início no segundo mês de gestação. Permaneceu
hospitalizada durante 2 dias, no mês de julho de 2013, sendo constatado feto morto, do sexo
masculino, macerado, com edema de cordão umbilical e placenta aparentemente íntegra e
edemaciada. O exame VDRL foi realizado no 1o e 3o trimestre, sendo este último no hospital. A
titulação da sorologia não treponêmica, repetida no hospital, correspondeu a 1:256 (muito
elevada). Segundo dados do prontuário, não houve tratamento da sífilis no pré-natal, apenas
iniciando a dose de Benzilpenicilina na hospitalização. Conclusões: Observa-se a importância do
tratamento precoce e adequado para sífilis adquirida no período gestacional a fim de prevenir a
morbimortalidade do feto gerada pela SC.
Obstetrícia
14 - ASSOCIAÇÃO DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E INTERNAÇÃO EM UTI NEONATAL NO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL (RS)
Jéssica Chaves; Mariana Grossi; Gerson Jacob Delazeri; Fátima Cleonice de Souza; Liciane Maria
Reis Guimarães
Introdução: A gravidez na adolescência vem sendo considerada, em alguns países, problema de
saúde publica, uma vez que pode acarretar complicações obstétricas, com repercussão para a mãe
e o recém-nascido, bem como problemas psicossociais e econômicos. Objetivo: Avaliar a taxa de
complicações obstétricas das puérperas adolescentes internadas em um hospital do interior do
estado do Rio Grande do Sul, observando a necessidade de internação em UTI Neonatal destes RN.
Métodos: O estudo apresenta natureza descritiva de abordagem quantitativa exploratória e
retrospectiva, sendo realizado através da revisão de prontuários de RNs internados na UTI
neonatal e de suas respectivas mãe, no período de janeiro a dezembro do ano de 2013. Os dados
foram tabulados em Excel. A coleta de dados foi realizada no período de abril a junho de 2014.
Resultados: No ano de 2013 foram realizados 1843 partos no centro obstétrico (CO), destes, 203
(11,01%) em mulheres com idade menor ou igual a 19 anos. Do total da amostra, 66 (3,58%)
recém-nascidos (RN) necessitaram de atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), destes
18 (27,27%) eram RN de mães adolescentes. Do grupo das adolescentes, a média de idade
gestacional no momento do parto foi 30,14 (variando de 23 a 38 semanas). O tipo de parto que
predominou na amostra foi parto cesáreo, totalizando 13 (72,22%). A média do peso dos RNs de
mães adolescentes foi de 2027 gramas (variando de 620 a 3670 gramas). As principais
complicações nos RNs observadas foram problemas respiratórios e sofrimento fetal totalizando
72,30%. Conclusões: Neste período estudado, observou-se alta taxa de internação em UTI
Neonatal dos RN de mães adolescentes.
Obstetrícia
15 - AUMENTO DOS NÍVEIS DE LEPTINA EM PLASMA MATERNO E TECIDO PLACENTÁRIO DE
PACIENTES COM PRÉ-ECLÂMPSIA – CORRELAÇÃO COM IDADE GESTACIONAL E PESO FETAL.
Marta Ribeiro Hentschke; Adriana Comparsi; Luiza Silveira Lucas; Fernando Sontag; Giovani
Gadonski; Carlos E. Poli-de Figueiredo; Bartira E. Pinheiro da Costa; Letícia Germani Paula
Introdução: A placentação inadequada, característica da pré-eclâmpsia (PE), acarreta uma
diminuição da perfusão uteroplacentária, o que pode levar a hipóxia tecidual e isquemia
placentária, com liberação de citocinas inflamatórias, dentre elas a leptina. Assim, o objetivo desse
estudo foi avaliar a associação dos níveis de leptina no plasma materno, plasma do cordão
umbilical e tecido placentário de gestantes normotensas e com PE, e correlacionar com
parâmetros maternos e fetais. Métodos: Os níveis de leptina foram analisados no plasma materno,
plasma do cordão umbilical e tecido placentário de 50 gestantes com PE e 67 normotensas. Todas
as pacientes consentiram em participar do estudo. A leptina foi mensurada utilizando-se o Sistema
MagPlexTH-C - ensaio de microesferas. Para análise estatística utilizou-se o programa SPSS 21.0
para Windows. A concentração de leptina foi analisada por Análise de Covariância ajustada para
IMC, idade gestacional e idade materna. Para estimar a diferença entre os grupos, calculou-se a
razão das médias (RM) e o intervalo de confiança de 95%. A análise entre as variáveis foi realizada
através da correlação de Pearson. A hipótese nula foi rejeitada quando P<0,05. Resultados: As RM
e IC encontradas entre os grupos foram, no plasma materno (RM=1,40; IC 95% 1,00-1,97,
P=0,049), no plasma fetal (RM=1,33; IC 95% 0,85-2,09, P=0,216) e na placenta (RM=1,82; IC 95%
1,11-2,98, P=0,019). Ainda, uma correlação positive foi observada entre idade gestacional e peso
fetal versus níveis de leptina no plasma fetal (r=0,416; P<0,001), (r=0,618; P<0,001),
respectivamente. Conclusão: Os níveis de leptina apresentaram-se 40% maiores no plasma
materno e 82% maiores na placenta de pacientes pré-eclâmpticas. Os níveis extremamente
elevados na placenta sugerem a leptina como um possível biomarcador para PE. Ainda, nossos
resultados sugerem que a dosagem de leptina em plasma fetal possam estar correlacionadas com
prematuridade e baixo peso fetal, em pacientes com PE.
Obstetrícia
16 - NÍVEIS PLASMÁTICOS DE ENDOCAN-1 ESTÃO AUMENTADOS EM PACIENTES COM PRÉECLÂMPSIA, NO TERCEIRO TRIMESTRE DA GESTAÇÃO.
Marta Ribeiro Hentschke; Luiza Silveira Lucas; Hiten D. Mistry; Bartira E. Pinheiro da Costa; Carlos
E. Poli-de-Figueiredo
Introdução: Endocan-1 é um possível marcador e preditor de patologias associadas ao endotélio.
Tendo-se como hipótese o aumento dos níveis de Endocan-1 em pacientes com pré-eclâmpsia
(PE), objetivamos comparar os níveis dessa molécula nos plasmas materno e fetal, e tecido
placentário de gestantes normotensas (NT) e com PE. Métodos: Coletou-se sangue materno, do
cordão umbilical e tecido placentário de 50 NT e 67 com PE, após o consentimento das pacientes.
Endocan-1 foi mensurado pelo Sistema MagPlexTH - ensaio de microesferas. Para análise
estatística, utilizou-se o SPSS 21.0 (Windows). O grupo PE foi subdividido em relação: idade
gestacional, níveis pressóricos e proteinuria. A concentração de Endocan-1 foi analisada por
ANCOVA ajustada para IMC, idade gestacional e idade materna, com ajuste de Finner-bonferroni
para comparações multiplas. Estimou-se a diferença proporcional da citocina entre os grupos
calculando-se a razão das médias (RM) e o intervalo de confiança (IC) de 95%. A magnitude da
diferença foi estimada pelo tamanho de efeito de Cohen. A hipótese nula foi rejeitada quando
P<0,05. Resultados: Os níveis de Endocan-1 no plasma materno de pacientes com PE foram 49%
maiores (RM=1,49; IC 95% 1,19-1,85, P=0,001), com magnitude de 0,84 (magnitude moderada).
Quando o grupo de PE foi estratificado, observou-se aumento dos níveis de Endocan-1 em todos
os subgrupos: idade gestacional com ponto de corte em 37 semanas (PC-37s) (P=0,002) e PC-34s
(P=0,001); níveis pressórios - pressão arterial sistólica - PC-160 mmHg (P=0,002); proteinuria PC-0,5
(P=0,002) e PC-2,0 (P=0,002). Não houve diferença estatística para plasma fetal e placenta, para
nenhuma estratificação. Conclusões: Por ser uma citocina que revela uma ativação endotelial e ter
sido apresentada com valores aumentados em pacientes com PE para todas as estratificações,
acredita-se na importância de se estudar essa molécula em todo o período gestacional,
independentemente da gravidade do caso, como um possível biomarcador para pré-eclâmpsia.
Obstetrícia
26 - AVALIAÇÃO DAS CONSULTAS AO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO SOBRE AGENTES
TERATOGÊNICOS REFERENTES A METILFENIDATO
Mariana Costa Hoffmeister; Gislaine Krolow Casanova; Maitícia Fernandes Hoppe; Jessica Sari;
Camila Braga Derlan; Débora Cristina Haack Bassani; Luís Kanitz; Thaíse Dipp; Lia Possuelo; Janine
Koepp; Bianca Ghignatti
Introdução: Metilfenidato é um fármaco utilizado para tratamento do Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) e da narcolepsia. Com categoria C segundo a FDA (Food and Drug
Adminstration), a segurança do seu uso durante a gravidez não está estabelecida. Objetivos:
Revisar as consultas ao Sistema Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) sobre o
uso de metilfenidato durante gestação e período concepcional. Metodologia: Foram analisadas as
consultas ao SIAT referentes a metilfenidato, no período de 2007 a 2014. O SIAT é uma ação de
extensão da UFRGS, situada no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que desde 1990 presta
informações sobre segurança e riscos de exposições durante a gravidez. Resultados: Foram
localizadas 30 consultas: 11 por exposição pré-gestacional, 12 por uso durante a gestação (9 em
primeiro trimestre, duas em primeiro e segundo trimestres e uma em período não especificado),
uma por uso durante amamentação, duas por investigação devido a malformações congênitas
(ambas sem padrão definido e com uso materno de clorpromazina e fluoxetina), além de quatro
consultas em caráter de pesquisa, sem paciente correspondente. O principal motivo para uso do
fármaco foi TDAH, mas foram relatados também transtornos depressivo e bipolar. Em 20 casos
havia uso concomitante de outros medicamentos, na maioria psicotrópicos. A amostra apresentou
elevada escolaridade (superior completo) e idade materna com mediana de 33 anos. Não foi
realizado seguimento dos casos. Conclusões: Observa-se uso principalmente pré-concepcional e no
primeiro trimestre, indicando preocupação com o uso do metilfenidatodicamento, por parte dos
profissionais de saúde. De acordo com a literatura, a exposição a metilfenidato durante a gravidez
não parece estar associada a risco substancialmente aumentado de malformações congênitas;
contudo, os dados disponíveis não permitem uma avaliação de risco com relação a efeitos no
desenvolvimento neurológico a longo prazo.
Obstetrícia
27 - ATENÇÃO PSICOLÓGICA A MULHERES COM HISTÓRICO DE ABORTAMENTO ESPONTÂNEO DE
REPETIÇÃO
Aline Brito Sousa Ribeiro; Monique Sayuri Xavier Shiroma; Ana Carolina Zacari Brito; Larissa
Cristina Silveira de Andrade; Maria do Carmo Braga do Amaral Tirado; Anelise Riedel Abrahão;
Lucia Helena Laprano Vieira; Fatima Ferreira Bortoletti; Magda Spinello Consul da Silva
Introdução: O Ambulatório de Aborto Espontâneo de Repetição (AER) se caracteriza como serviço
de referência para atendimento multiprofissional de pacientes grávidas e não grávidas. São
atendidas pacientes com história de dois ou mais abortamentos espontâneos e consecutivos, por
alterações de ordem hormonal, anatômica, genética, imunológica, infecciosa e fatores
desconhecidos. As perdas vivenciadas por essas pacientes são fatores stressores que geram
angústia, podendo desencadear adoecimento como disfunções mentruais ou até mesmo
comprometimento da função reprodutiva. Neste sentido, a Psicologia Obstétrica pode contribuir
no manejo dos emergentes emocionais proporcionando a elaboração da angústia e reduzindo os
efeitos dos fatores stressores. Objetivo: Identificar fatores desencadeadores de stress através da
investigação psicológica objetivando minimizar a angústia gerada por estes. Método: São
realizados semanalmente grupos abertos de sala de espera (1. gestantes e 2. não gestantes)
utilizando protocolo específico para essa clientela e seus acompanhantes. Pacientes com sintomas
psicóticos são excluídas deste grupo e atendidas individualmente. Os grupos duram cerca de uma
hora e meia e são coordenados por residentes de Psicologia da Residência Multiprofissional em
Saúde da Mulher. Resultados: Identificam-se fatores desencadeantes de stress: perdas anteriores,
conflitos entre desejo de gestar e medo de nova perda, busca de justificativa pelas perdas
vivenciadas, repercussões no contexto conjugal/familiar/social, desenvolvimento do vinculo
materno-filial. Conclusão: Através da utilização do protocolo específico, observa-se redução nos
efeitos dos fatores desencadeantes de stress, consequente queda da angústia, favorecendo a
estabilidade metabólica, melhora na qualidade de vida com repercussões psiquicas/físicas, levando
à condições favoráveis ao transcurso saudável do ciclo gravídico puerperal.
Obstetrícia
33 - PANCREATITE AGUDA GRAVE NA GESTAÇÃO
Talita Colombo; Luzia Fernanda Lucena; Samara França Silveira; Mirela Jimenéz; Marcos
Wengrover Rosa; Roberto Pelegrini Coral; Luana Bringhenti; Luis Fernando de César Castro
Introdução: Pancreatite aguda é um processo inflamatório do pâncreas, decorrente da ruptura da
membrana celular e proteólise tecidual, seguida da ativação da resposta imunológica com
repercussões loco-regionais e sistêmicas. Na gestação, a etiologia mais frequente é litíase biliar e o
diagnóstico tardio implica em altas taxas de morbidade e mortalidade materno-fetal (10 a 25%).
Relato de caso: Gestante, 24 anos, IVG IIIP, IG 19+2, sem comorbidades, interna em maternidade
de alto risco após diagnóstico de colelitíase e coledocolitíase obtido através de
colangioressonância magnética, que evidenciou colédoco com calibre de 01 cm, apresentando
cálculo de 0,8x0,6 cm em seguimento terminal. Na admissão, referia dor abdominal em faixa,
náuseas, vômitos, colúria e hipocolia. Ao exame: escleras ictéricas 4+/4+, AU 16 cm, BCF 140 bpm,
dinâmica uterina ausente e com tônus uterino normal, abdome superior doloroso à palpação
profunda, sem sinais de peritonismo, Blumberg negativo, Murphy negativo, RHA pressentes.
Avaliada pela Cirurgia Geral, que optou pela realização de colangiopancreatoduodenografia
retrógrada, obtendo sucesso na realização da papilotomia; motivo pelo qual a resolução definitiva,
com colicistectomia videolaparoscópica, foi postergada para puerpério. No seguimento pósprocedimento, a paciente evoluiu com melhora dos padrões laboratoriais, remissão da icterícia e
boa aceitação da dieta, que foi reintroduzida de forma gradual, recebendo alta em adequadas
condições de saúde e com retorno ao Pré-Natal de Alto Risco. Discussão: A abordagem terapêutica
da pancreatite aguda na gestante é similar a da mulher não grávida. Estabelecido o diagnóstico, o
tratamento médico de suporte deve ser iniciado rapidamente, de forma a promover repouso
pancreático, reduzindo os estímulos à secreção enzimática através da restrição alimentar e líquida.
Nos casos de pancreatite por litíase biliar persistente, a possibilidade de esfincterotomia
endoscópica deve ser aventada. A atenção ao diagnóstico e manejo precoce é a melhor forma de
evitar desfechos maternos e fetais desfavoráveis.
Obstetrícia
34 - INTERAÇÕES DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÃO SOBRE AGENTE TERATOGÊNICOS COM
POPULAÇÃO E COMUNIDADE CIENTÍFICA EM SEUS 24 ANOS
Heitor Tomé da Rosa Filho; Lucio Brandão Gomes; Mariana Costa Hoffmeister; Daniela Silva
Santos; Gabriela J. Hoss; Ligia M. R. Azevedo; Fernanda S. L. Vianna; Maria Teresa V. Sanseverino;
Alberto M. Abeche; Lavinia Schuler-Faccini
Introdução: Estima-se que até 3% dos recém-nascidos apresentem defeitos congênitos, sendo 5 a
10% desses atribuídos a teratógenos. Com finalidade preventiva, o Sistema Nacional de
Informação sobre Agentes Teratogênicos (SIAT) foi fundado em 1990. As consultas são gratuitas,
realizadas via telefone, fax ou correio eletrônico. É preenchida uma ficha de atendimento, revisada
a literatura internacional sobre o motivo da consulta, elaborado um laudo individualizado e
enviado ao médico responsável dentro de 72 horas. Objetivos: Mensurar a demanda de consultas
ao SIAT em seus 24 anos de funcionamento e analisar os motivos mais prevalentes. Métodos:
Revisão de todos os registros de consultas ao SIAT. Resultados: Entre 1990 e 2013, foram realizadas
9608 consultas, 3490 na primeira década do serviço, 5082 na segunda década e 1035 entre 2011 e
2013. Nos últimos 6 anos (2008-2013) foram registradas 2495 consultas, com os principais motivos
sendo fármacos de uso psiquiátrico: inibidores seletivos da receptação da serotonina (364
consultas, 14,6%) e benzodiazepínicos (117 casos, 4,7%). Em seguida há carbamazepina (57
consultas, 2,3%) e sibutramina (49 casos, 2%), além de tintura capilar (98 consultas, 3,9%).
Adicionalmente, o SIAT desenvolve projetos de pesquisa a respeito de temas prevalentes na nossa
população, destacando-se identificação de misoprostol como teratógeno, exposições pré-natais a
álcool e suas consequências, riscos da vacina contra rubéola, vigilância epidemiológica de
embriopatia talidomídica, exposição de gestantes a gripe A e a oseltamivir e desfechos gestacionais
da exposição a crack. Conclusão: O número de consultas tem aumentado, refletindo preocupação
com exposições e apontando o SIAT como referência no tema. A assistência prestada pelo SIAT é
valiosa para segurança e tranquilidade de gestantes e profissionais de saúde, além de gerar dados
para investigação científica da teratogênese em humanos.
Obstetrícia
41 - DESFECHO FAVORÁVEL EM RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS AMNIÓTICAS COM IDADE
GESTACIONAL INFERIOR A 20 SEMANAS – RELATO DE CASO
Gabriela Forest Gallina; Sonia Maria Fior; Tayara Pigatto; Carolina Travi Canabarro; Marcos
Wengrover Rosa; Mirela Foresti Jimenez; Antonio Celso Ayub
Introdução: A ruptura prematura de membranas (RUPREME) pré termo no segundo trimestre
gestacional (16 a 26 semanas) incide sobre 0,4 a 0,7% das gestações, influenciado diretamente por
fatores como: história familiar e pregressa, infecções, sangramento de primeiro trimestre e
tabagismo. Trata-se de uma patologia de grande relevância por acarretar morbidade e mortalidade
materno-fetal, sabendo-se que o período de latência entre a ruptura e o parto é um importante
preditor de desfecho. Relato de caso: D.A.V.S., 29 anos, branca, G3P1C1, sorologias negativas, A+.
Consultou em emergência obstétrica com idade gestacional de 17 semanas e 6 dias com queixa de
perda líquida típica. Ao exame especular, visualizado líquido amniótico fluindo pelo orifício
cervical. Realizada ecografia obstétrica com redução de líquido amniótico (ILA: 2,3cm). Internada
com diagnóstico de RUPREME pré-termo. Foi informada sobre os desfechos possíveis e optou por
manutenção da gestação, com plano de interrupção com 32 semanas. Iniciado o protocolo para
rupreme pré-termo: antibioticoterapia, perfil biofísico fetal a cada 3 dias e exames laboratoriais
seriados. Apresentou boa evolução clínica; entretanto, com ecografias de controle variando entre
oligodrâmnio absoluto e adramnia. Realizadas duas doses de corticoide com 24 semanas de
gestação. Com 30 semanas e 6 dias iniciou trabalho de parto prematuro, com perda de líquido
amniótico meconial. A gestação foi interrompida por via alta, RN viável, peso de nascimento de
1370g e APGAR de 6/8, encaminhado a UTI neonatal onde evoluiu bem e recebeu alta em boas
condições, sem comorbidades relevantes. Discussão: Embora os desfechos maternos e perinatais
possam ser obscuros (corioamnionite, placenta abrupta, prolapso de cordão, morte fetal,
endometrite pós parto), está bem estabelecido o manejo da RUPREME pré termo após a
viabilidade fetal. No entanto, o presente relato ilustra o manejo anterior as 20 semanas e explicita
a necessidade de individualizar as condutas buscando respeitar a autonomia materna.
Obstetrícia
43 - GESTAÇÃO ECTÓPICA ABDOMINAL INICIAL – UM RELATO DE CASO
Renata Volcan Almeida; Charlenne Reginati; Luana Palludo; Angelica Fragomeni Verissimo;
Carolina Rocha Da Rosa; Mirela Foresti Gimenez
Introdução: Gestação ectópica (GE) abdominal acontece em 1 a cada 10.000 nascimentos e
corresponde a 1,4% de todas as gestações ectópicas. Caso: Paciente feminina, 31 anos, G3C1A1,
procurou emergência obstétrica por sangramento vaginal e dor abdominal. Relatava gestação
diagnosticada por teste de urina, apresentava-se com leve dor á palpação de HD sem peritonismo,
o especular apresentava pequeno sangramento vaginal, ao toque o colo era fechado. Realizado
HCG que foi positivo (300 mUI/l) e ecografia transvaginal (ECOTV) que identificou dados
compatíveis com gravidez ectópica esquerda e pequena quantidade de liquido livre (LL) na pelve.
Indicado internação hospitalar devido a GE, realizado acompanhamento com novos exames após
48 horas. ECOTV permanecia com imagem sugestiva de GE e moderada quantidade de LL, o HCG
de 357 mUI/l. Devido ao aumento do LL na pelve optado por realizar laparotomia exploradora com
achado de GE abdominal a esquerda - identificado tecido compatível com trofloblasto aderido em
região retroperitoneal, útero e anexos sem alterações - realizado ressecção romba da maior parte
do material, que foi enviado a patologia confirmando GE abdominal. Paciente apresentou boa
evolução no pós-operatório e recebeu alta hospitalar em 48 horas. Mantém acompanhamento
ambulatorial nesta instituição apresentando queda acentuada do HCG. Discussão: A GE abdominal
apresenta os mesmo fatores de riscos que as demais gestações ectópicas. Sangramento vaginal é
menos frequente na GE abdominal do que na GE tubária, muitas mulheres podem apresentar
abdômen agudo devido a sangramento intrabdominal pela invasão e desprendimento da placenta,
causando aumento da mortalidade materna, em função da grande variabilidade de locais de
implantação existe também grande diversidade de sintomas, dificultando o diagnóstico, muitas
vezes feito somente após laparotomia.
Obstetrícia
44 - SÍNDROME DE LEUCOENCEFALOPATIA POSTERIOR REVERSÍVEL (PRES): RELATO DE DOIS CASO
NO PUERPÉRIO.
Anita Schertel Cassiano; Richard Demjanczuk; Edimarlei G. Valerio; Janete Vettorazzi
Os distúrbios hipertensivos da gestação, especialmente nas suas formas graves, ainda são a
principal causa de morte materna no Brasil. Descrevemos dois casos de pré-eclâmpsia grave com
surgimento de síndrome de leucoencefalopatia posterior reversível (PRES) após as primeiras 48h
de pós parto. CASO 1: Primigesta, 15 anos, procura emergência por cefaléia intensa e vômitos
iniciados no 3° dia após parto vaginal. Evolui com amaurose bilateral e crise convulsiva tônicoclônica generalizada. A ressonância magnética (RM) de encéfalo demonstra imagem compatível
com PRES em região occipital. Instituído tratamento, apresentou boa evolução, recebendo alta
hospitalar após 8 dias de internação. CASO 2: Primigesta ,25 anos, 34semanas de gestação, interna
por pré-eclampsia grave apresentando hipertensão de difícil controle e alterações visuais. Indicada
cesariana por condição fetal não-tranquilizadora. Recebe sulfato de magnésio por 24h após o
parto, permanecendo com níveis tensionais controlados sem necessidade de medicação antihipertensiva. No 3° dia de puerpério, apresenta crise hipertensiva refratária à medicações, sendo
necessário uso de nitroprussiato de sódio, evoluindo com quadro de alteração de nível de
consciência e alucinações visuais. Imagem de RM de encéfalo demonstra lesão em lobo parietal
esquerdo compatível com PRES. Recebe tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI) para
hipertensão grave de difícil controle. Apresenta melhora dos sintomas e dos níveis tensionais
durante internação. RM de controle demonstra resolução das alterações descritas no exame
anterior. Paciente recebe alta hospitalar após 45 dias de internação com níveis pressóricos
controlados. Os casos acima demonstram a necessidade de acompanhamento assíduo de
pacientes com hipertensão, chamando atenção a possibilidade de Síndrome PRESS, especialmente
na persistência se sintomas visuais e/ou neurológicos, sendo fundamental a suspeição precoce e o
manejo multidisciplinar em UTI, objetivando diminuir a morbimortalidade materna.
Obstetrícia
46 - OBESIDADE E DESFECHOS GESTACIONAIS
Sibele Klitzke; Sibele Suzana Arenhart Pessini; Mila Pontremoli Salcedo; Gabriela Forest Gallina;
Angélica Fragomeni Verissimo; Mirela Foresti Jiménez; Talita Colombo; Juliane Ioppi; Eimi
Nascimento Pacheco; Annie Nascimento Pacheco
Introdução: No sexo feminino, a obesidade relaciona-se à redução da fecundidade e ao maior risco
de abortamentos. Para as obesas (IMC≥30Kg/m2) que conseguem engravidar, evidencia-se o risco
de complicações obstétricas - síndromes hipertensivas, diabetes mellitus gestacional, parto vaginal
instrumentado e parto operatório, e puerperais – infecção de ferida operatória, endometrite,
eventos tromboembólicos. Este estudo objetiva estimar a prevalência da obesidade na gestação,
assim como a taxa de complicações maternas e puerperais associadas à obesidade. Pacientes e
Métodos: Estudo transversal com gestantes obesas (casos) e eutróficas (controles) admitidas no
Centro Obstétrico (CO) de um Hospital Terciário de Porto Alegre–RS, realizado por meio de
entrevista, análise da carteira de gestante e prontuário médico. Todas as pacientes concordaram
em participar do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados:
De 19/12/2013 a 13/03/2014, 848 gestantes internaram no CO. Dessas, 55 foram excluídas da
análise por não terem registro do peso pré-concepcional. Assim, analisou-se o IMC de 793
gestantes, das quais 105 eram obesas, caracterizando prevalência de obesidade na gestação de
13%. A idade média das obesas e eutróficas foi similar (27,8 e 25,4 anos, respecticamente). O IMC
médio das obesas foi 36Kg/m2 versus 24Kg/m2 das eutróficas. A via de parto preferencial das
obesas foi a cesariana (53%); enquanto a maioria dos controles (56%) evoluiu para parto vaginal.
Embora tenham ganho menos peso na gestação (3,6 kg a menos), as obesas apresentaram maiores
taxas de complicações na gravidez (70,5% versus 22,8%) - e no puerpério (10,55 versus 5,7%), em
comparação ao grupo controle. Considerações Finais: Diante das altas taxas de complicações,
evidencia-se que obesas devem ser consideradas gestantes de alto risco e, portanto, precisam
receber cuidados diferenciados durante o seu pré-natal e parto, visando reduzir as complicações
obstétricas e puerperais.
Obstetrícia
49 - INDICADORES DA QUALIDADE ASSISTENCIAL OBSTÉTRICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE
PORTO ALEGRE NO ANO DE 2013
Terezinha Zanella; Ana Carla Santos Fischer Pruss; Marcia de Azevedo Frank; Marcia Simone de
Araujo Machado; Jaqueline Bianchini Consoli; Anne Marie Weissheimer; Solange Accetta; Janete
Vettorazzi
Introdução: Procurando avaliar a qualidade assistencial de centros obstétricos, alguns indicadores
preconizados internacionalmente foram desenvolvidos. Sendo o Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA) uma instituição universitária, com uma maternidade com média de 300 partos ao
mês, é premente uma avaliação da sua qualidade assistencial. Objetivo: Aplicar indicadores de
qualidade assistencial no Centro Obstétrico do HCPA para identificação e monitoramento de
desfechos adversos, possibilitando um melhor planejamento de ações de melhoria na assistência.
Materiais e Métodos: A qualidade do cuidado obstétrico no HCPA foi avaliada através da busca
ativa e comunicação voluntária de desfechos adversos, para cada qual é atribuído determinado
número de pontos, padronizados conforme sua gravidade. A coleta destes dados nos permite
calcular três indicadores de qualidade assistencial preconizados pela Joint Comission International
(JCI): o Índice de Desfechos Adversos (IDA), o Escore Ponderado de Efeitos Adversos (EPEA) e o
Índice de Gravidade (IG). Resultados: Em 2013 o HCPA apresentou uma média de 328 partos ao
mês, com uma taxa de 5,96% de ocorrência de eventos adversos; destes, 9,36% resultaram em
dano permanente e 90,64% resultaram em dano temporário. O valor médio encontrado de janeiro
à dezembro de 2013 foi de 5,975% para o IDA e de 2,69 para o EPEA. Ambos os indicadores
encontram-se abaixo da média encontrada na literatura internacional. Já o IG apresentou média
anual em 2013 de 44,10, valor acima da média encontrada na literatura. Discussão: Os indicadores
de qualidade IDA e EPEA apresentaram ótimos resultados ao longo de 2013; já o IG apresentou
média acima dos valores esperados de acordo com a literatura internacional, fato que aponta para
uma contínua necessidade de monitoramento e de busca por melhorias na qualidade assistencial.
Obstetrícia
55 - GESTAÇÃO ECTÓPICA CORNUAL E TRATAMENTO CONSERVADOR COM METROTREXATE – UM
RELATO DE CASO
Elisa Fermann Meyer Morais; Juliane Dal Magro; Renata Volcan de Almeida; Charlenne Reginatti;
Tayara Pigatto; Rodrigo Bernardes Cardoso; Elza Maria Uberti
Paciente feminino 32 anos, G3P2A1, procurou a emergência obstétrica do serviço da Irmandade
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre devido a sangramento vaginal. A mesma trazia exame
de beta HCG urinário positivo. Não apresentava outros sinais/sintomas dignos de nota. Paciente
tabagista, com história de drogadição (cocaína), sem comorbidades prévias. Ao exame físico não
apresentava alterações, exceto, pelo sangramento vaginal observado ao exame especular. A
ecografia transvaginal evidenciou útero com 123cm3, contendo em região cornual esquerda, saco
gestacional de 2,5 cm X 1,7 cm X 1 cm. Vesícula vitelínica e embrião não visualizados. A dosagem
de beta HCG quantitativo foi de 6001 mUI/ml. Os exames foram repetidos após 48 horas e
apresentaram dosagem de beta HCG em redução (3927 mUI/ml). A ecografia transvaginal mostrou
útero em AVF 9,2 cm x 5,5 cm x 6,2 cm (vol. 166,5cm3) com contornos regulares, textura e
endométrio homogêneos, bem delimitado com 7 mm de espessura, apresentando em região
cornual esquerda presença de saco gestacional medindo 1,9cm x 1,3cm x 2 cm (vol. 2,5cm3) cujo
diâmetro médio possuía 17 mm compatível com gestação anembrionada com 7 semanas de
evolução, com saco gestacional implantado, circundado por vascularização expressiva e ausência
de vesícula vitelínica. Ovários sem particularidades. Ausência de liquido livre na pelve.Estabelecido
o diagnóstico de gestação ectópica cornual foi optado por tratamento conservador com
metrotexato, uma vez que a paciente preenchia os critérios de inclusão e estava de acordo com a
conduta da equipe. Após primeira dose da medicação já ocorreu redução do beta HCG para 1702
mUI/ml e também redução do sangramento vaginal. A paciente permaneceu em
acompanhamento no serviço realizando ecografias e dosagem de beta HCG seriados apresentando
após 3 meses resolução completa, com beta HCG negativo e ecografia sem evidência de gestação
tópica ou ectópica.
Obstetrícia
17 - DOWNREGULATION OF CAVEOLIN-1, CAVIN-1, CAVIN-2, CAVIN-3 AND INCREASED ENOS
EXPRESSION IN THE PLACENTAE OF WOMEN WITH PRE-ECLMAPSIA
Marta Ribeiro Hentschke; Kate Smith-Jackson; Carlos E. Poli-de-Figueiredo; Bartira E. Pinheiro da
Costa; Lesia O. Kurlak; Fiona Broughton Pipkin; Anna Czajka; Hiten D. Mistry
Introduction: Caveolins and cavins are the major protein components of caveolae, which regulate
many cardiovascular functions. Caveolin-1 inhibits eNOS activity, therefore possible regulation of
vascular reactivity and blood pressure by the caveolae are of interest in relation to pre-eclampsia.
We hypothesized that expression of caveolin and cavin genes would be reduced, mirroring the upregulated eNOS observed in pre-eclampsia compared to normotensive controls. Methods:
Expression (mRNA and protein) of caveolin 1-3, cavin1-4, eNOS and iNOS was measured in
placentae from normotensive control (n=24) and pre-eclamptic (n=19) white European women.
Placental biopsies were taken midway between the cord and periphery, avoiding infarcts. Gene
expression was measured by qRT-PCR and normalised to stably-expressed GAPDH. Protein
localisation was identified by immunohistochemistry and expression semi-quantitatively assessed.
Results: Expression of mRNA for caveolin-1, cavin-1, cavin-2 and cavin-3 was lower in pre-eclamptic
placentae compared to normotensive controls and eNOS expression was increased in the same
group (P<0.05 for all). In addition, protein expression for all caveolae components were localised
around fetal vessels and fibroblast, with faint staining in syncytiotrophoblasts; caveolin-1 protein
expression was reduced in pre-eclampsia (P=0.007). No differences between groups were found
for any other gene or protein (P>0.05). Conclusion: Our findings provide evidence that Caveolin-1,
Cavin-1, Cavin-2, Cavin-3 follow the same mechanism which leads to chronic activation of eNOS
contributing to the augmented oxidative and nitrative stress state observed in PE pregnancies. We
can´t suggest the involvement of iNOS, caveolin-2, caveolin-3 and cavin-4 in the same mechanistic
pathway. As well as their known effects on eNOS expression, caveolae mediate internalisation of
numerous hormone receptors, thus potentially changing pressor and depressor responsiveness in
the pre-eclamptic placentae.
Obstetrícia
- GRANDE MULTÍPARA:RELATO DO CASO E ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DA SAÚDE DA
FAMÍLIA E DO PET-SAÚDE
Guilherme Toso; Elaine Muller; Patrícia Micheli Tabile; Janine Koepp; Thaís Wilke Bernhard
Introdução: Multíparas são mulheres que passaram por cinco ou mais experiências de parto. Sabese que nesses casos, o planejamento familiar pode interferir positivamente no bem-estar de toda a
família. Objetivo: Relatar a história médica de uma grande multípara da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) Menino Deus Metodologia: Trata-se de um relato de caso. Os dados foram coletados
do prontuário da paciente. Relato do caso: R. F., 36 anos, branca, oito partos vaginais, uma cesárea
e um aborto. Todos os filhos são do mesmo pai. Abordaremos com detalhes somente da sexta a
nona gestação da paciente. Em 2004, na sexta gestação, durante o pré-natal, a gestante
apresentou hematoma retroplacentário e trabalho de parto prematuro, necessitando de
internação por 24 horas. O Recém-Nascido (RN) era do sexo feminino, nasceu com 40 semanas e
por parto vaginal. Em 2008 (sétima gestação), sem intercorrências clínicas e o RN era do sexo
feminino nasceu por via vaginal, com 41 semanas. Em 2012 (oitava), paciente sofreu um aborto
com aproximadamente 8 semanas. Em 2013 (nona), teve gravidez sem intercorrências. O RN
nasceu com 38 semanas por parto cesárea encaminhamento para consulta em função da
diminuição dos batimentos cardíacos. Em vários momentos realizou-se a abordagem
multidisciplinar de planejamento familiar. O médico da unidade ofereceu a possibilidade de um
método contraceptivo definitivo, a laqueadura, que foi negado, pois o marido apresenta
resistência em função de aspetos culturais. Em consonância a isso, o PET-Rede Cegonha ofereceu
orientações para gestante sobre Anticoncepcional Oral Combinado, planejamento familiar e
cuidados com o RN em uma visita domiciliar. Conclusão: A ação multidisciplinar é importante para
a abordagem do planejamento familiar, apesar de não atingir tão fortemente os homens. O
homem como alvo de ação do planejamento familiar deve ser enfatizado, já que a relação sexual e
a gravidez engloba o casal.
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ANAIS DOS TEMAS LIVRES CIGO 2014