No Amazonas sempre aconteceu - I Nilson Pimentel (*) Nessas últimas cinco décadas a sociedade assiste pacifica e inerte discursos de grupos de políticos daqui e alhures sobre os mesmos temas e assuntos que giram em torno do desenvolvimento regional, assim como, os mesmo ataques que o único modelo de desenvolvimento econômico do Amazonas sofre de outras regiões do país, talvez o que mude sejam as formas de abordagens daqueles assuntos e as estratégias desses ataques. Contudo, isto sempre e continua acontecendo na realidade amazonense por todo esse longo tempo e pelo mesmo grupo de políticos, estando ausentes somente os Profs. Mestrinho e Jefferson. Observando-se os fatos nesse chuvoso março, se vê, mais uma vez, a falta de estratégia, de competência e capacitação para tratar sobre os temas e assuntos que sempre assombram o cenário econômico do Amazonas, como se pode ver o esforço “desesperado” do governador, frente a Comissão de Assuntos Econômicos, defendendo o diferencial competitivo da indústria dinâmica do Polo Industrial de Manaus (PIM), em forma de discurso e na `discussão` sobre a reforma tributária do ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) a qual provavelmente, se se concretizar, trará graves obstáculos ao desenvolvimento econômico do estado, todos sabem disso, a sociedade, os especialista técnicos, os políticos e demais autoridades gestoras públicas, mesmo que o diferencial tributário da Zona Franca de Manaus (ZFM) esteja gravado no âmago da Constituição Federal do Brasil, se tratando da lei-mater da democracia brasileira. Contudo, relembrar que o Brasil é o país que possui o melhor arcabouço de leis para quaisquer situações que envolvam direitos e deveres, porem dificilmente se fazem respeitar e cumprir. Para tal fato e seus desdobramentos, deixa transparecer para a sociedade em geral que se tem poucos instrumentos legais, técnicos e habilidades para negociar com os outros estados oponentes, como por exemplo, mesmo tendo o líder do governo no Senado, assim mesmo, não se é capaz de se formar parcerias e simpatizantes com nossa causa, por incompetência técnica, por soberba e prepotência e, também, por despreparo dos outros políticos deputados federais. Isto é fato, não havendo nenhuma contestação. Nem mesmo com os outros estados da Região Amazônica Ocidental e Amapá, que de algum modo são beneficiários da ZFM, se consegue ser parceiros e combatentes de mesmo lado. Por outro lado, fazem circular dois conhecidos fatores que em nada sensibilizam os fortes opositores, com os seguintes vieses, primeiro se tem o de caráter emotivo, se dizendo que ao acabar com a ZFM, com a fuga dos capitais externos que movimentam a indústria dinâmica do PIM, o Amazonas se transformará em um caos, onde gritos e ranger de dentes estarão presentes em todos os lugares, com desemprego em massa, total insegurança e toda sorte de desgraça. O outro, “a visão apocalíptica”, é que se essa catástrofe acontecer, a economia amazonense entrará em recessão profunda indo desaguar no deflorestamento e dizimação de seus recursos naturais. Lembrando que o Amazonas já conviveu com extrema recessão por mais de 50 anos e não se deu a “visão apocalíptica”, logo após o deblaquê do ciclo da borracha. Outro tema recorrente é o precário sistema logístico que afeta toda a economia amazonense, principalmente os fluxos de entrada e saída de bens econômicos no espaço territorial do Amazonas, impactando o que se convencionou chamar de diferencial competitivo industrial do PIM, acarretando aumento no sistema de custeio produtivo de tudo que aqui é produzido. E, lá se vão 46 anos de processos de industrialização, e ainda não se chegou a equacionar as questões dos eixos viários e meios de transporte (modal) dos bens que entram e saem do estado. Nem se estando no maior meio aquático do mundo e como revela o cancioneiro Raízes Cablocas “Amazonas moreno, tuas águas sagradas são lindas estradas, são contos de fadas, ó meu doce rio”, que em caminhos (rotas) estratégicas podem determinar os eixos viários que se precisa para demonstrar aos potenciais investidores que há viabilidade econômica em aportar capitais no sistema logístico para atender a indústria dinâmica e outros segmentos da economia do Amazonas, começando por CONSTRUIR verdadeiros PORTOS no curso desses eixos estratégicos, (Manaus → Itacoatiara (conexão Am-010) → Santarém (conexão BR-163 (Santarém-Cuiabá). → Belém); outro eixo (Manaus → Itacoatiara (conexão Am-010) → Calha do Madeira → Humaitá → Porto Velho (conexão BR PV-Cuiabá); outro eixo (Manaus → BR 319 → Humaitá – Porto Velho (conexão PV-Cuiabá); outro eixo (Manaus → BR 319 → BR 163), assim como, se tem a saída para a região do Caribe via BR 174, chegando a Venezuela e de Roraima → Lethen e de lá ao porto profundo da Guiana, indo até a discussão da estratégica saída para o Pacifico via Porto de Mantra. Retorna-se, especificamente, sobre noticias da demissão do Superintendente do DNIT-(MT) regional, sem que tenha tido a capacidade de construir, efetivamente, PORTOS nas principais sedes dos Municípios do interior do estado, haja vista o estado que se encontram os que ainda funcionam precariamente, muito menos aqui na capital, mas que se discute, ainda, a construção do “Porto da Siderama”, “Porto das Lajes”, Porto de Manaus, e continua-se esperando ações providenciais da Secretaria de Portos da Presidência da Republica. Outro fator recorrente que impacta a sociedade, são os esforços do governador em atuação positiva para realizar ações estruturantes, tão necessárias ‘a economia estadual, principalmente nas áreas precárias e sensíveis, como educação, saúde e segurança, o que denota a visão estratégica individual do próprio governador e, não de seus gestores-auxiliares, como por exemplo o financiamento do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento para construção de 12 novos Centros de educação de Tempo Integral, como forma de melhorar a qualificação de Recursos Humanos voltados ‘a concorrência no mercado de trabalho, assim como, indubitavelmente os investimentos na segurança publica, principalmente no projeto Ronda nos Bairros. O que atualmente se volta ‘as rodas de discussões são os projetos relacionados ‘a COPA 2014, pois o que ainda não se entendeu é essa questão do legado disso tudo, pois assim se quer se justificar; legado para quem e para queɁ ou os investimentos e respectivos endividamentos, se justificam para que cenário futuro, para a cidade de Manaus e outros Municípios adjacentesɁ Por outro lado, que se vê os esforços e ações positivas, na direção de acertos do Sr. Prefeito de Manaus, frente ao imenso mar de problemas herdados em que se encontra essa capital, o que pode se chegar ao descrédito da resolução desses problemas, principalmente entremeados com intempéries climáticas, chuvas, enchentes, desordenamento de ocupação do espaço geográfico, falta de padronização gabaritada de edificações, preservação de sítios históricos, reordenamento do centro da cidade e, a transformação paisagística e obras de arte dos espaços públicos, sem falar nos grandes e precários sistemas, como o viário (um dos mais graves da cidade de Manaus), de transporte, de educação municipal, de saúde, de segurança, de lazer, dentre outros. (*) Economista, Engenheiro e Administrador de empresas, com pós-graduação: MBA in Management (FGV), Engenharia Econômica (UFRJ), Planejamento Estratégico (FGV), Consultoria Industrial (UNICAMP), Mestre em Economia (FGV), Doutorando na UNINI-Mx, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected].