Fátima: Um mistério estranhamente persistente (Introdução) Durante a longa história da Igreja, houve numerosas aparições da Santíssima Virgem Maria. Na maior parte dos casos, eram revelações privadas, reservadas a uma ou poucas pessoas privilegiadas. Algumas vieram eventualmente a ser públicas e tornaram-se o foco de devoções generalizadas, como as que foram associadas a Lourdes em França e Guadalupe no México. Mas só uma série de aparições ficou a ser o centro de uma prolongada e profunda controvérsia no seio da Igreja. Estas aparições ocorreram em Fátima, no Portugal rural, em 1917. Porque é que as Aparições de Fátima foram tema de tantas controvérsias durante tanto tempo? Porque é que uma aparição da Mãe de Deus, trazendo uma Mensagem para toda a humanidade, provocou décadas de enganos e encobrimentos, manipulações desonestas e a supressão ilícita de documentos e de testemunhas? Eis as perguntas que qualquer Católico razoável poderia fazer, porque as autoridades da Igreja têm dado, ao longo dos anos, directrizes muito curiosas e contraditórias. Houve um tempo, nas décadas de 1940 e 1950, em que a devoção a Nossa Senhora de Fátima era encorajada activamente pelo Vaticano, e milhões de Católicos esperavam que se cumprisse o pedido da Santíssima Virgem (a Consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração). Agora, meio século depois, este pedido continua por ser cumprido, e as autoridades do Vaticano estão a dizer aos fiéis que Fátima — outrora declarada como sendo “digna de crédito” — é coisa do passado. Como é que isto aconteceu? E o que é que nos diz sobre o que se está a passar na nossa agitada Igreja? Há muitos aspectos da história de Fátima, cada um deles seguindo o seu próprio caminho tortuoso desde que se deram as aparições. Um destes aspectos refere-se aos três pastorinhos que viram aparecer a Santíssima Virgem. Dois deles morreram poucos anos depois, mas a terceira vidente, Lúcia dos Santos, passou a maior parte da vida como freira de clausura, e tem agora mais de 95 anos. A maneira como a Igreja a tem tratado levanta algumas questões perturbadoras. A Irmã Lúcia podia resolver como ninguém a controvérsia que tem sido discutida sobre Fátima nas últimas décadas — mas o Vaticano não a deixa falar. Porquê? Porquê silenciar a única pessoa que sabe as respostas a perguntas fundamentais, e é capaz e está pronta para o fazer? Outro aspecto de Fátima refere-se à Consagração da Rússia. Porque é que o Vaticano se absteve repetidas vezes de fazer esta cerimónia, escolhendo deliberadamente os textos de várias consagrações para evitar mencionar a Rússia? Porque é que houve diversas tentativas, da parte de autoridades da Igreja, para alegar falsamente que esta Consagração já tinha sido feita? Outro aspecto refere-se ao chamado Terceiro Segredo, um documento escrito pela Irmã Lúcia que dava a terceira e última parte da Mensagem deixada por Nossa Senhora de Fátima. Porque é que este documento, escrito numa só página, não foi revelado em 1960, como estava combinado? Porque é que o Vaticano divulgou, 40 anos mais tarde, um documento diferente, de quatro páginas, dizendo que era o Terceiro 1 http://www.fatima.org/port/essentials/opposed/pdf/cvrupintro.pdf Segredo? O que é que o verdadeiro Terceiro Segredo diz que faz com que o Vaticano esteja tão determinado em o esconder? Ainda outro aspecto da história refere-se ao homem que dedicou a sua vida sacerdotal a promover a Mensagem de Fátima. O Padre Nicholas Gruner tem sido objecto de uma série constante de tentativas de funcionários do Vaticano para o silenciar, tal como silenciaram de forma tão eficaz a Irmã Lúcia. Porque é que o Vaticano está tão ansioso por silenciar um padre que não fez nada de mal, e ainda por cima usando meios manifestamente injustos e ilegais que nem foram aplicados aos maiores delinquentes da Igreja? 2 http://www.fatima.org/port/essentials/opposed/pdf/cvrupintro.pdf