Centro Curso Saúde Odontologia Título: Coagulopatias - uma atenção especial na Odontologia Autor(es): Luiz Eduardo Meireles Mayrink, Jhonnathan Ferraz Egídio, Ana Carolina Pereira Botezine, Fabrícia Alvarenga Oliveira, Kárita Calixto de Paiva, Mônica Regina Pereira Senra Soares E-mail para contato: [email protected] IES: FESJF Palavra(s) Chave(s): transtornos hemostáticos; coagulação sanguínea; hemostáticos; odontologia. RESUMO Pacientes com transtornos de coagulação sanguínea constituem um grupo que requer atenção e cuidados especiais na prática odontológica. As doenças hemorrágicas abrangem diversas condições clínicas, sendo caracterizadas por hemorragias de gravidade variável. Podem ser de causa hereditária ou adquirida, relacionadas a doenças hematológicas ou a outras condições sistêmicas, como também atribuídas ao uso dos anticoagulantes. Para o diagnóstico e tratamento é fundamental a realização de anamnese detalhada associada a um bom exame físico, bucal e de testes laboratoriais. Na anamnese, fenômenos hemorrágicos, espontâneos ou induzidos devem ser investigados, porém, a ausência de história hemorrágica prévia não invalida a possibilidade de doença, uma vez que, não raramente, o diagnóstico de algumas deficiências é realizado na vigência de sangramento no pré ou pós-operatório. Pacientes portadores de coagulopatias apresentam alto risco de sangramento na cavidade bucal. Dessa forma, alguns cuidados devem ser seguidos, tais como: uso cuidadoso de sugadores e de bomba a vácuo, a fim de evitar lesões nas mucosas com risco de formação de hematomas; nas moldagens para confecção de próteses ter cuidado com formação de vácuo, principalmente em palato mole; durante o raio-X periapical, proteger as bordas da película radiográfica, principalmente quando for radiografar região mandibular; utilizar isolamento absoluto, principalmente como meio de proteção às mucosas. Cirurgias e técnicas anestésicas de bloqueio do nervo alveolar inferior devem ser realizadas com maior precaução, a fim de minimizar os riscos de sangramento e outras complicações. Vários recursos hemostáticos também devem ser de conhecimento do profissional, tais como o uso de selantes de fibrina, cimento cirúrgico, gelo, anestésico adequado, além do uso de ATA e antifibrinolíticos, evitando ao máximo que haja complicações durante o procedimento que se propôs realizar. O cirurgião-dentista deve estar preparado para oferecer o tratamento adequado a esses pacientes, o qual depende da severidade da doença e do tipo de procedimento a ser realizado. Quando houver suspeita de qualquer alteração na via de hemostasia os exames hematológicos, principalmente o coagulograma, devem ser solicitados antes de qualquer intervenção. De posse dos resultados, na observância de algum padrão de anormalidade, o paciente deve ser imediatamente encaminhado a um hematologista.